História Da Educação Dos Surdos
História Da Educação Dos Surdos
História Da Educação Dos Surdos
Resumo
A história da educação de surdos vem se moldando com o passar dos anos, juntamente
com as políticas públicas, por meio de instituições de ensino especializadas para pessoas
surdas que resguardam histórias de vida e memórias, muitas das quais ainda estão
silenciadas e solidificadas na linha do tempo e que se tecem com base nos embates
linguísticos, teóricos, metodológicos, filosóficos, políticos e ideológicos e vem se
alicerçando nos discursos médicos, religiosos, pedagógicos e jurídicos.
Introdução
Nessa época, tinha-se a ideia de que os indivíduos deficientes eram incapazes de viver
em sociedade devido suas limitações físicas, que os distanciava dos ditos normais.
Chegavam-se a afirmar que se o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e, a
pessoa que nascia deficiente era “imperfeita”, por isso, não poderia dispor de alma,
portanto, não seria digna do Reino dos Céus; afirmam, inclusive, que tal pessoa,
provavelmente, teria algum pacto com entes malignos.
Desenvolvimento e Discussão
Não davam tratamento digno aos surdos, colocavam-os em uma imensa fogueira. Os
surdos eram sujeitos estranhos e objetos de curiosidades da sociedade. Aos surdos era
proibido receberem a comunhão porque eram incapazes de confessar seus pecados,
também haviam decretos bíblicos contra o casamento de duas pessoas surdas só sendo
permitido aqueles que recebiam favor do Papa. Também existiam leis que proibiam os
surdos de receberem heranças, de votar e enfim, de todos os direitos como cidadãos.
Os monges beneditinos, na Itália, empregavam uma forma de sinais para comunicar entre
eles, a fim de não violar o rígido votos de silêncio.O monge beneditino Pedro Ponce de
Leon (1510-1584), na Espanha, estabeleceu a primeira escola para surdos em um
monastério de Valladolid, inicialmente ensinava latim, grego e italiano, conceitos de
física e astronomia aos dois irmãos surdos, Francisco e Pedro Velasco, membros de uma
importante família de aristocratas espanhóis; Francisco conquistou o direito de receber a
herança como marquês de Berlanger e Pedro se tornou padre com a permissão do Papa.
Ponce de Leon usava como metodologia a datilologia, escrita e oralização. Mais tarde ele
criou uma escola para professores de alunos surdos. Porém ele não publicou nada em sua
vida e depois de sua morte o seu método caiu no esquecimento porque a tradição na
época era de guardar segredos sobre os métodos de educação de surdos. Nesta época, só
os surdos que conseguiam falar tinham direito à herança.
De 1760 a 1880 é tida como época de ouro da educação dos surdos, com registro de
história de três homens, desconhecidos entre si, em que fundam escolas para surdos em
diferentes países da Europa.Além disso, nesse período, as crianças surdas passam a ser
escolarizadas e a educação formal tem seu início com três princípios e propostas
diferentes, sendo elas:
Charles-Michel de L’Epée (França)-Fundador da primeira escola para surdos no mundo.
Privilegiava a LSF que havia aprendido com os Surdos nas ruas de Paris. Teve o mérito
de reconhecê-la como língua, divulgá-la e valorizá-la. Mostrou que, mesmo sem falar, os
surdos eram humanos. Estendeu a educação de surdos para todas as classes sociais. Seus
alunos tornaram-se multiplicadores.
Dos métodos utilizados na educação de surdos estão o Método visual, que baseia-se no
uso dos gestos, dos sinais, do alfabeto manual e da escrita - L’Epée; Método oral ou
oral-aural: baseia-se no acesso à língua falada por meio da leitura labial (ou leitura
orofacial) e da amplificação do som na expressão por meio da fala – Heinicke.
Na década de anos 60, brotou a língua dos sinais associada com a oralização, surgindo o
modelo misto denominado de Comunicação Total que trouxe o reconhecimento e
valorização de língua de sinais que foi muito oprimida e marginalizada por mais de 100
anos.
A Comunicação Total utiliza todos os modos linguísticos: gestos criados pelas crianças,
língua de sinais, fala, leitura oral, alfabeto manual leitura e escrita. A Comunicação Total
incorpora o desenvolvimento de quaisquer restos de audição para a melhoria das
habilidades de fala ou de leitura orofacial, através de uso constante, por um longo
período de tempo, de aparelhos auditivos individuais para amplificação do som.
A atual fundamentação da educação dos surdos na legislação teve uma caminhada longa
e suas possibilidades enunciativas foram mudando ao longo dos anos. À medida que se
descobria a cultura surda e por esta a língua de sinais a legislação foi-se ampliando. A
importância da educação de surdos foi sentida antes de 1961, um ano depois que Stokoe
com sua pesquisa defendeu a língua de sinais com status de língua. Neste ano, a primeira
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional já estava legislando a respeito de dois
artigos (88 e 89) referentes à educação dos excepcionais, garantindo, desta forma, o
direito à educação. Esta lei, no artigo 89, registra que o governo vai se comprometer em
ajudar as ONGS - organizações não-governamentais a prestarem serviços educacionais
aos deficientes e entre eles os surdos.
No Brasil, a língua de sinais é oficial como língua de uso dos surdos. É garantida pela lei
10.436, de 24 de abril de 2002 e é interessante notar também que quase todos os Estados
brasileiros já têm em seu quadro a lei que defende a língua de sinais e a torna de uso
oficial nestes Estados.
Sobre a oficialização da língua de sinais em nível nacional, ela já era garantida pelo
Congresso Nacional em 1996 pela Lei nº 9394.
Mais adiante segue o Projeto de Lei do Senado nº 180, DE 2004 que altera a Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, fazendo o enquadramento no currículo oficial da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da oferta da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - em todas as etapas e
modalidades da educação básica.
É importante notar que não somente em educação mas em outros campos e entre eles na
comunicação a lei se mostra presente para garantir o direito. Na lei 10.098, de 19 de
dezembro de 2000 garante acessibilidade aos surdos no que se refere aos meios
essenciais de participação social e da qual nos pode beneficiar.
O Artigo 17 desta lei explica que o Poder Público deverá promover a eliminação de
barreiras na comunicação e estabelecer mecanismos e alternativas técnicas que tornem
acessíveis os sistemas de comunicação para garantir o direito de acesso à informação, à
comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer.
E também para acessibilidade, no que refere aos surdos: O art. 18 desta lei cita que o
poder público deverá implementar a formação de profissionais intérpretes de língua de
sinais para facilitar qualquer tipo de comunicação direta ao surdo.
Considerações finais
Um dos principais obstáculos para a inclusão efetiva dos alunos surdos é a falta de
de Sinais ser obrigatória nas Licenciaturas desde 2005, são poucos os professores (e as
inclusão destas pessoas na sociedade, vejo que estamos muito distantes de uma situação
Referências
https://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/fundamentosDa
EducacaoDeSurdos/scos/cap10124/3.html
https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2022/05/26/politicas-educacionais-inclusivas-
nao-estao-funcionando-para-os-surdos
LEANDRO AUGUSTO. O Congresso de Milão - 1880. Disponível em:
<https://prezi.com/pjsuhr_dhsac/o-congresso-de-milao-1880/>. Acesso em: 28 Ago.
2022.