Curso 250328 Aula 03 3006 Completo
Curso 250328 Aula 03 3006 Completo
Curso 250328 Aula 03 3006 Completo
Autor:
Ricardo Torques
18 de Junho de 2023
Sumário
Considerações Iniciais .................................................................................................................................... 3
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica)......................................... 3
1 - Introdução ............................................................................................................................................ 3
3 - Mecanismos de Implementação........................................................................................................... 22
Protocolo Adicional à Convenção Americana de Direitos Humanos (Protocolo de San Salvador) ................... 45
Protocolo Adicional à Convenção Americana de Direitos Humanos (Protocolo de San Salvador) ............... 63
Resumo ........................................................................................................................................................ 67
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica) ................................... 67
Protocolo Adicional à Convenção Americana de Direitos Humanos (Protocolo de San Salvador) ............... 76
Considerações Finais.................................................................................................................................... 77
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na aula de hoje, em continuidade aos nossos estudos, iremos analisar o principal documento do Sistema
Interamericano, a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, mais conhecida como Pacto San José da
Costa Rica. Além disso, veremos o Protocolo Adicional a essa convenção e falaremos, rapidamente, das
demais convenções do Sistema.
Essa é uma aula muito importante e tem sido objeto regular de cobrança em provas de concurso público.
Fique atento.
Boa aula!
1 - Introdução
O Pacto de San José da Costa Rica é o principal instrumento para a implementação dos Direitos Humanos no
âmbito da OEA. Editado em 1969, foi ratificado e promulgado pelo Brasil somente em 1992.
O decreto que promulgou internamente o Pacto de San José da Costa Rica estabeleceu uma reserva quanto
às visitas e às investigações in loco pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que somente poderá
ocorrer em caso de anuência expressa do Estado brasileiro.
2 - Direitos Albergados
O Pacto de San José da Costa Rica previu apenas direitos de primeira dimensão, ou seja, direitos civis e
políticos. Em relação aos direitos de segunda dimensão – direitos sociais, econômicos e culturais – há
menção no artigo 26, dispondo que os Estados devem se comprometer a adotar providências, mediante
cooperação internacional, tendo em vista a necessidade de atingir progressivamente a efetividade dos
direitos decorrentes de normas econômicas, sociais de educação, ciência e cultura.
Logo:
direitos de extensivamente
direitos civis e
primeira previstos ao longo do
políticos
dimensão texto
PACTO DE SAN JOSÉ
DA COSTA R ICA há, apenas, menção
expressa à
direitos de direitos sociais,
implementação
segunda econômicos e
progressiva e de
dimensão culturais
atuação cooperativa
dos Estados-membros
ARTIGO 26
Desenvolvimento Progressivo
Os direitos sociais, econômicos e culturais somente foram disciplinados no denominado Protocolo Adicional
à Convenção Americana sobre Direitos, conhecido como Protocolo de San Salvador, que será analisado
adiante.
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BARRETO, Rafael. Direitos Humanos, p. 163.
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O Pacto de San José da Costa Rica disciplinou o direito à vida no art. 4º:
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido
pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida
arbitrariamente.
2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta
pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em
conformidade com a lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido
cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique
atualmente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
4. EM NENHUM CASO pode a pena de morte ser aplicada a delitos políticos, nem a delitos
comuns conexos com delitos políticos.
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutação da
pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena de
morte enquanto o pedido estiver pendente de decisão ante a autoridade competente
(destacamos).
Pelo item 1, percebe-se a proteção à vida desde a concepção, o aborto e a eutanásia não foram
expressamente vedados, porém devem ser considerados exceção à proteção geral da vida e regrados de
forma fundamentada.
Dentro do assunto direito à vida, o dispositivo foi claro em determinar que não houve a abolição da pena
de morte. Essa modalidade de pena poderá ser mantida nos países que já a estabeleçam para os crimes mais
graves e após a sentença final proferida por tribunal competente.
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c) maior de 70 anos; ou
d) mulher grávida.
Já em relação aos países que não adotam a pena de morte em seu ordenamento interno, esses não poderão
decidir institui-la após a internalização da Convenção Interamericana.
Assim:
• Não foi abolida no Pacto de San José da Costa Rica, uma vez que é
admitida nos países que já a prevejam para os crimes mais graves.
• Em nenhuma hipótese será aceita para: delitos políticos ou conexos,
PENA DE
para menores de 18 anos quando da prática do ato infracional, para
MORTE
maiores de setenta anos e para mulheres grávidas.
• Países que tenham abolido a pena de morte não poderão restabelecê-
la.
(CESPE - 2021) À luz da Convenção Americana dos Direitos Humanos, julgue o item a seguir.
O Estado que abolir a pena de morte não poderá restabelecê-la.
Comentários
A assertiva está correta. É exatamente o que afirma o item 3 do art. 4º: "3. Não se pode restabelecer a pena
de morte nos Estados que a hajam abolido."
O artigo 5º afirma a necessidade de respeito a integridade pessoal. Todos têm direito de ver respeitada sua
integridade física, psíquica e moral.
As pessoas privadas de liberdade devem ter sua dignidade respeitada e a pena não poderá passar da pessoa
do delinquente.
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Aqueles que se encontram em prisão provisória devem ficar separados dos já condenados e os menores
separados dos adultos.
ARTIGO 5
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou
degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido à
dignidade inerente ao ser humano.
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e
conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento.
(CESPE - 2021) À luz da Convenção Americana dos Direitos Humanos, julgue o item a seguir.
A pena de reclusão tem por principal finalidade a proteção da sociedade.
Comentários
A assertiva está incorreta. Como vimos a finalidade da pena de reclusão é a ressocialização do preso. Veja o
que diz o art. 5º: " 6. As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a
readaptação social dos condenados."
2. 3 - Trabalhos Forçados
De acordo com artigo 6º, do Pacto de San José da Costa Rica, a servidão e a escravidão são vedadas.
Contudo, países que tenham estabelecido a pena privativa de liberdade acompanhada de trabalhos
forçados, por sentença judicial, poderão manter esse tipo de pena, desde que não afete a dignidade nem a
capacidade física e intelectual do preso.
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Ainda sobre esse tipo de pena, o artigo 6º, 3, do Pacto, estabelece hipóteses que não constituem trabalhos
forçados.
ARTIGO 6
1. Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a servidão, e tanto estas como o tráfico
de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas as formas.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos países
em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa da liberdade acompanhada de
trabalhos forçados, esta disposição não pode ser interpretada no sentido de que proíbe o
cumprimento da dita pena, imposta por juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado
não deve afetar a dignidade nem a capacidade física e intelectual do recluso.
b) o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por motivos de consciência, o
serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;
Em síntese:
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REGRA: vedado
O artigo 7º, da Convenção Interamericana, trata dos direitos de liberdade e enunciou um dos direitos que
mais repercutiu no direito interno brasileiro.
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas condições
previamente fixadas pelas Constituições políticas dos Estados-partes ou pelas leis de
acordo com elas promulgadas.
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da detenção e notificada,
sem demora, da acusação ou das acusações formuladas contra ela.
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de
um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito
de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que
prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu
comparecimento em juízo.
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detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou a detenção forem ilegais. Nos Estados-partes
cujas leis preveem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada de sua liberdade
tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que este decida sobre a
legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem abolido. O recurso pode
ser interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa.
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de
autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação
alimentar.
O artigo prevê, dentre seus direitos, que não poderá haver prisão por dívidas, exceto no caso de
inadimplemento de obrigação alimentar. O Brasil ainda adotava a prisão civil do depositário infiel. Segundo
prevê o art. 5º, LXVII, da Constitucional Federal:
LXVII - Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
Não obstante essa previsão Constitucional, a Convenção Americana sobre Direitos Humanos trouxe a
impossibilidade de prisão civil do depositário infiel. O STF, seguindo seu novo entendimento a respeito do
assunto, afirmou que o Pacto de San José da Costa Rica possui natureza de norma supralegal.
Em decorrência disso, não é possível que lei ordinária regulamente o dispositivo constante do art. 5º, LXVII,
da Constituição Federal, que permite a prisão do depositário infiel. Perceba que, nos termos do art. 5º, está
previsto que a restrição à liberdade somente poderá ocorrer na forma da lei. Como o dispositivo depende
de lei infraconstitucional para regulamentá-lo, mas o Pacto de San José da Costa Rica (que está
hierarquicamente acima da lei ordinária) veda tal regulamentação, torna-se impossível juridicamente a
instituição da prisão civil do depositário infiel no âmbito do direito interno brasileiro.
Resumindo esse entendimento, o STF editou a Súmula Vinculante 25 nos seguintes termos:
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
Portanto:
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(AOCP - 2021) O Juízo da 5ª Vara Cível de Ananindeua expediu mandado de prisão contra Roberto da Silva,
em razão deste ter se recusado a restituir ao Juízo, quando intimado, um veículo que havia sido, após
penhorado e removido, depositado em sua confiança. Fundamentou em sua decisão, o Juízo que a
Constituição Federal prevê em seu art. 5º, LXVII, a possibilidade de prisão civil do depositário infiel e que
não houve, desde 1988, emenda à constituição que revogasse referido texto, estando, portanto, em pleno
vigor. A respeito desse caso hipotético e considerando a interpretação e a aplicabilidade dos tratados
sobre direitos humanos no ordenamento jurídico brasileiro, assinale a alternativa correta.
A) Está incorreto o Juiz. O direito brasileiro não admite a prisão civil do depositário infiel, mesmo estando
essa hipótese expressamente prevista na Constituição, já que esta perdeu aplicabilidade diante do caráter
supralegal do artigo 7, nº 7, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, que proíbe qualquer prisão
civil por dívida, salvo a proveniente de obrigação alimentar, impedindo, assim, a eficácia das disposições
infraconstitucionais brasileiras que previam a prisão civil do depositário infiel.
B) Está correto o Juiz, uma vez que os tratados de direitos humanos são internalizados por legislação
ordinária e as disposições neles contidas que contrariem expressamente o texto constitucional brasileiro são
ineficazes em relação à jurisdição nacional.
C) Está correto o Juiz. É lícita a prisão civil do depositário infiel, já que a Convenção Americana sobre Direitos
Humanos não fora submetida ao rito do art. 5º, §3º, da CFB (1988) e possui status de legislação ordinária,
continuando em pleno vigor e aplicável o art. 5º, LXVII, da CF/88, e eficazes as leis infraconstitucionais que
preveem a prisão civil do depositário infiel.
D) Está incorreto o Juiz. Os tratados sobre direitos humanos aprovados no Brasil antes da EC 45, de 2004,
automaticamente receberam status de Emenda constitucional, já que, à época, não se exigia o procedimento
hoje previsto no art. 5º, §3º, da CFB (1988). Assim, é inconstitucional a prisão civil do depositário infiel que
fora revogada pela Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
E) Está incorreto o Juiz. Com base na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, o Supremo Tribunal
Federal do Brasil decidiu pela inconstitucionalidade da expressão “e a do depositário infiel” prevista na parte
final do art. 5º, LXVII, da CFB (1988), optando pela redução do texto constitucional, pelo que é
inconstitucional a prisão civil do depositário infiel.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. O direito brasileiro não admite mais a prisão do
depositário infiel, mesmo havendo previsão expressa na constituição. Como vimos o status supralegal da
CADH impede a legislação infraconstitucional de regulamentar a matéria.
A alternativa B está incorreta. Como vimos é ilícita a prisão do depositário infiel. Segundo o STF os tratados
internacionais que versam sobre direitos humanos e são internalizados sem a observância do rito especial
previsto no art. 5 §3º da CF terão status de norma supralegal. Assim, embora haja a previsão na constituição
federal a prisão não poderá ser regulamentada por norma infraconstitucional e por isso não poderá ser
aplicada na prática.
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A alternativa C está incorreta. como vimos nas explicações da assertiva anterior a CIDH foi recepcionada com
status de norma supralegal e não como legislação ordinária como afirmado.
A alternativa D está incorreta. Para receberem status de Emenda Constitucional o tratado de direitos
humanos deve obedecer ao rito previsto no art. 5º §3º da CF.
A alternativa E está incorreta. Não foi esta a decisão do STF. Não houve declaração de inconstitucionalidade
do termo indicado, apenas não é possível regulamentar a prisão do depositário infiel.
2- Presunção de inocência;
ARTIGO 8
Garantias Judiciais
1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou
para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou
de qualquer outra natureza.
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não
se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena
igualdade, às seguintes garantias mínimas:
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g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada; e
4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá se submetido a novo
processo pelos mesmos fatos.
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os
interesses da justiça.
A lei deve prever as ações consideradas delituosas e isso deve ter ocorrido antes dos fatos praticados para
que se possa punir pelas ações ou omissões realizadas. A regra da legalidade e da anterioridade estão
positivadas na nossa constituição e no Código Penal.
Perceba, em regra, leis que tratam de crimes e penas não devem retroagir para atingir fatos anteriores,
porém se uma nova lei prevê uma situação mais benéfica ao delinquente ela irá retroagir para beneficiá-lo.
ARTIGO 9
Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em que forem
cometidas, não sejam delituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se pode
impor pena mais grave que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois da
perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente será por
isso beneficiado.
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3- Liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto
em público como em privado;
4- Direito de educar seus filhos ou pupilos de acordo com suas próprias convicções.
ARTIGO 12
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica a
liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças,
bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou
coletivamente, tanto em público como em privado.
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de
conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças.
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou pupilos recebam
a educação religiosa e moral que esteja acorde com suas próprias convicções.
(CESPE - 2021) À luz da Convenção Americana dos Direitos Humanos, julgue o item a seguir.
A sujeição do réu à medida restritiva representa exceção à proibição da limitação de sua liberdade de
conservar sua religião.
Comentários
A assertiva está incorreta. Embora a assertiva tenha um texto um pouco confuso é possível perceber que a
afirmativa trouxe uma exceção não prevista pela CADH. O texto afirma que ninguém pode ser objeto de
medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar
de religião ou de crenças. e por isso a questão está incorreta.
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O Pacto garante o direito à liberdade de pensamento e de expressão. Veda a censura prévia, mas prevê
responsabilização ulterior em casos de abuso.
ARTIGO 13
O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito a censura prévia,
mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas pela lei a ser
necessárias para assegurar:
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou meios indiretos, tais como o
abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de frequências
radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão de informação, nem por
quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de ideias e
opiniões.
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o objetivo exclusivo
de regular o acesso a eles, para proteção moral da infância e da adolescência, sem prejuízo
do disposto no inciso 2.
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio
nacional, racial ou religioso que constitua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime
ou à violência.
ARTIGO 15
Direito de Reunião
É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício de tal direito só pode
estar sujeito às restrições previstas pela lei e que sejam necessárias, numa sociedade
democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públicas, ou
para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas.
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Todos terão o direto de associar-se livremente com fins ideológicos, religiosos, políticos, econômicos,
trabalhistas, sociais, culturais, desportivos, ou de qualquer outra natureza. Os membros das forças armadas
e polícias podem ser privados deste direito.
ARTIGO 16
Liberdade de Associação
1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com fins ideológicos, religiosos,
políticos, econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos, ou de qualquer outra
natureza.
2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições previstas pela lei que sejam
necessárias, numa sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da
segurança ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os
direitos e liberdades das demais pessoas.
3. O disposto neste artigo não impede a imposição de restrições legais, e mesmo a privação
do exercício do direito de associação, aos membros das forças armadas e da polícia.
Uma das regras mais importantes e conhecidas do Pacto é a que assegura o Direito de suspensão das normas
previstas no documento internacional. Direitos assegurados no Pacto de San José da Costa Rica poderão ser
suspensos nos termos do artigo 27, nos casos de guerra, de perigo público ou de emergência que ameace
a independência ou a segurança do Estado. Essa suspensão deverá ocorrer sempre por prazo determinado
e as situações emergenciais referidas não podem decorrer de práticas discriminatórias. O Estado que
exercer o direito de suspensão deverá informar os demais Estados-partes por meio do Secretário-Geral da
OEA.
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3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso do direito de suspensão deverá
comunicar imediatamente aos outros Estados-partes na presente Convenção, por
intermédio do Secretário Geral da Organização dos Estados Americanos, as disposições cuja
aplicação haja suspendido, os motivos determinantes da suspensão e a data em que haja
dado por terminada tal suspensão.
De toda forma, o item 2 referido acima prevê alguns direitos que não poderão ser suspensos, ainda que em
caso de guerra. O quadro abaixo sintetiza essas informações:
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DIREITO DE SUSPENSÃO
hipóteses:
• guerra;
• perigo público; e
• emergência que ameace a independência ou a segurança do Estado
temporário
Dessa forma, o rol acima constitui um conjunto de direitos que não poderão ser suspensos em hipótese
alguma. Em razão disso, há doutrinadores que afirmam que esses direitos são normas “jus cogens”, na
medida em que não poderão ser excepcionados e devem ser reconhecidos por todos os países no âmbito
da OEA.
Outra regra importante constante do Pacto de San José da Costa Rica é a cláusula federal, disposta no artigo
28 nos seguintes termos:
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3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem constituir entre eles uma federação ou
outro tipo de associação, diligenciarão no sentido de que o pacto comunitário respectivo
contenha as disposições necessárias para que continuem sendo efetivas no novo Estado,
assim organizado, as normas da presente Convenção.
O que o dispositivo transmite é a ideia de que os Estados-partes constituídos em forma de federação (como
o Brasil), não poderão alegar o descumprimento das disposições do Pacto de San José da Costa Rica sob o
argumento de que internamente essa competência é do ente federado (por exemplo, o Estado do Paraná).
Em um ente federado há distribuição de competências. Usemos o exemplo do Brasil, haja vista que há
determinadas competências privativas da União, outras dos Estados e outras dos Municípios. Há, ainda,
diversas competências concorrentes.
De fato, a vinculação ao Pacto é feita diretamente pelo Estado Federal, uma vez que possui personalidade
internacional. Assim, se determinado direito previsto no Pacto for de responsabilidade de um estado
federado, ao Estado Federal compete o dever de adotar as medidas cabíveis para que se proceda a
implementação interna do direito. Observe que não é possível que haja ingerência da União nos Estados,
todavia, a União deve empenhar esforços para que o Estado adote as medidas necessárias.
2
BARRETO, Rafael. Direitos Humanos, rev., ampl. e atual. Bahia; Editora JusPodvim, 2012, p. 167.
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O artigo 29 trata de normas de interpretação. Não é possível qualquer interpretação que possa suprimir o
gozo e o exercício de direitos e liberdade reconhecidos na Convenção, nas leis de qualquer dos Estados-
Partes ou outra convenção.
Não poderá, ainda, caber interpretações que excluam direitos e garantias que decorram da forma
democrática representativa de governo.
E por fim excluir ou limitar o efeito da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos
internacionais da mesma natureza.
ARTIGO 29
Normas de Interpretação
a) permitir a qualquer dos Estados-Partes, grupo ou pessoa, suprimir o gozo e exercício dos
direitos e liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los em maior medida do que a
nela prevista;
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que possam ser reconhecidos
de acordo com as leis de qualquer dos Estados-Partes ou de acordo com outra convenção
em que seja parte um dos referidos Estados;
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser humano ou que decorrem da
forma democrática representativa de governo; e
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração Americana dos Direitos e
Deveres do Homem e outros atos internacionais da mesma natureza.
ARTIGO 30
As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, ao gozo e exercício dos direitos e
liberdades nela reconhecidos, não podem ser aplicadas senão de acordo com leis que
forem promulgadas por motivo de interesse geral e com o propósito para o qual houverem
sido estabelecidas.
ARTIGO 31
Poderão ser incluídos no regime de proteção desta Convenção outros direitos e liberdades
que forem reconhecidos de acordo com os processos estabelecidos nos artigos 69 e 70.
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Todos têm deveres e seus direitos são limitados pelos direitos dos demais em uma sociedade democrática e
pautada pela busca do bem comum.
ARTIGO 32
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos demais, pela segurança de
todos e pelas justas exigências do bem comum, numa sociedade democrática.
3 - Mecanismos de Implementação
No âmbito do Pacto de San José da Costa Rica, existem dois órgãos competentes para a implementação dos
direitos assegurados: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos – órgão de natureza executiva – e a
Corte Interamericana de Direitos Humanos – órgão de natureza jurisdicional.
ARTIGO 33
São competentes para conhecer dos assuntos relacionados com o cumprimento dos
compromissos assumidos pelos Estados-Partes nesta Convenção:
A Comissão é o principal responsável pela fiscalização do cumprimento das regras do Pacto, sendo
responsável pelo recebimento e pelo processamento dos relatórios, das comunicações interestatais e das
petições individuais. Não existem maiores particularidades quanto a esses mecanismos, eles seguem os
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mesmos parâmetros (à exceção das petições individuais, cujas observações abaixo são importantes)
previstos nos demais tratados internacionais de direitos humanos que estudamos ao longo do curso.
ARTIGO 42
Os Estados-Partes devem remeter à Comissão cópia dos relatórios e estudos que, em seus
respectivos campos, submetem anualmente às Comissões Executivas do Conselho
Interamericano Econômico e Social e do Conselho Interamericano de Educação, Ciência e
Cultura, a fim de que aquela vele por que se promovam os direitos decorrentes das normas
econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura, constantes da Carta da
Organização dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.
Em relação ao mecanismo de petições individuais, o Pacto de San José da Costa Rica o estabeleceu de forma
compulsória. Ao contrário do que estudamos em outros tratados, os quais exigem declaração expressa do
Estado no sentido de submeter ao sistema de peticionamento individual, no Pacto de San José da Costa Rica
se o Estado-parte aderir ao seu texto, se submeterá ao mecanismo de petições individuais
automaticamente.
ARTIGO 44
Ainda quanto às petições individuais, há importante regra – prescrita no artigo 44 –, segundo a qual qualquer
pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não governamental legalmente reconhecida em um ou mais
Estados-partes da OEA, poderá apresentar à Comissão as referidas petições, contendo denúncias ou queixas
de violação a direitos previstos no Pacto.
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Petições Individuais
Legitimados para
Vítima de violação ao seu direito humano;
apresentar as
Grupo de pessoas; e
Para o uso das comunicações interestatais, ao contrário, será necessária a declaração expressa do Estado-
parte reconhecendo a competência da Comissão para recebimento e exame de tais comunicações, quando
um Estado alega que outro violou as disposições constantes do Pacto.
ARTIGO 45
3. As declarações sobre reconhecimento de competência podem ser feitas para que esta
vigore por tempo indefinido, por período determinado ou para casos específicos.
Portanto:
3
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional, p. 333.
24
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De acordo com a referida doutrinadora 4, a inversão que presenciamos no Pacto de San José da Costa Rica,
no qual as petições individuais constituem cláusula obrigatória e as comunicações interestatais constituem
cláusula facultativa, é importante porque “as comunicações interestatais podem ser usadas por certos
Estados para objetivos políticos e propósitos intervencionistas e que este risco existe em menor extensão
relativamente às comunicações privadas”. Dessa forma, ao estabelecê-la como cláusula facultativa essas
pressões são mais amenas.
O artigo 46, do Pacto, enuncia 4 requisitos de admissibilidade das petições e comunicações para que sejam
admitidas pela Comissão.
Artigo 46 - Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os artigos
44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário:
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de acordo com
os princípios de Direito Internacional geralmente reconhecidos;
b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em que o
presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva;
2. As disposições das alíneas "a" e "b" do inciso 1 deste artigo não se aplicarão quando:
a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido processo legal para
a proteção do direito ou direitos que se alegue tenham sido violados;
4
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional, p. 334.
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Vejamos:
1º. Esgotamento ou inexistência de recursos internos para reparação do direito humano violado ou
quando os recursos disponíveis forem inefetivos;
2º. Apresentação do expediente internacional no prazo de 6 meses a contar da decisão interna
insatisfatória;
3º. Não haja outro procedimento internacional apurando a questão (litispendência internacional); e
4º. Identificação com nome, nacionalidade, domicílio e assinatura (não são aceitas petições
individuais apócrifas).
No que tange ao esgotamento dos recursos internos devemos tecer alguns comentários adicionais. Leciona
Flávia Piovesan5 que “se deve dar ao Estado a oportunidade de reparar um suposto dano no âmbito de seu
próprio ordenamento jurídico interno, antes que se possa invocar sua responsabilidade internacional”. Esse
dispositivo, portanto, coaduna com a ideia de atuação subsidiária da proteção internacional dos Direitos
Humanos.
Além disso, o artigo acima referido, no item 2, expressamente excepciona a regra de esgotamento dos
recursos internos e o prazo de 6 meses, nos seguintes casos:
• Se não houver, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido processo legal para a
proteção do direito que se alegue violados;
• Se não houver permitido ao prejudicado, em seus direitos, o acesso aos recursos da jurisdição interna;
e
• Se houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos.
Essas seriam as hipóteses em que os recursos internos foram inefetivos, sem efeitos concretos à pessoa que
teve seus direitos violados.
5
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional, p. 330.
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b) não expuser fatos que caracterizem violação dos direitos garantidos por esta
Convenção;
(CESPE/PCPB/2022) A Convenção Americana sobre Direitos Humanos determina que, para uma petição ou
comunicação ser admitida pela Comissão Interamericana, entre outros requisitos, será necessário que
hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna.
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Recebida a petição ou a comunicação, a Comissão solicitará informações ao Estado acusado que deverá
prestar esclarecimento num prazo determinado (o Pacto de San José da Costa Rica não indica um prazo
específico), concedendo ao Estado a oportunidade para o contraditório. Recebidas as informações do Estado
acusado, a Comissão analisará a acusação.
Sendo insubsistentes as alegações, o procedimento será arquivado. Contudo, se houver razões justificáveis,
a Comissão procederá ao exame e à investigação do caso, podendo solicitar informações complementares
ao Estado acusado.
A Comissão envidará esforços no sentido de obter solução amistosa para a questão que lhe foi submetida.
No caso de solução amistosa, a Comissão deverá encaminhar ao Secretário-Geral da OEA um relatório
expondo os fatos e a solução adotada.
Por outro lado, não havendo solução amigável, igual relatório deverá ser enviado aos Estados-partes
interessados, contendo as conclusões da Comissão quanto à questão apresentada.
Decorrido o prazo de 3 meses após o envio dessas informações, caso os Estados-partes interessados nada
façam, a Comissão emitirá seu parecer e conclusões, indicando recomendações e fixando prazo para
reparação do direito violado. Após esse prazo, nova decisão pela maioria absoluta dos membros da Comissão
decidirá se as medidas tomadas foram suficientes para reparar a violação e se haverá a publicação, ou não,
do relatório para a comunidade internacional.
Durante os três meses acima referidos poderão os Estados interessados, ou a Comissão, submeter a
questão à Corte Interamericana, nos termos do art. 61, do Pacto. Trata-se, conforme enuncia a doutrina, de
mecanismo que judicializou o procedimento, reduzindo a influência política para solução de violações de
direitos humanos.
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RECEBIDA A COMUNICAÇÃO
Analisa os requisitos de
admissibilidade:
não
se estiverem
estiverem
presentes
presentes
solicita
arquiva informações ao
Estado acusado
Comissão analisará a
subsistência das
acusações:
insubsistente subsistente
tenta
arquiva solução
amistosa
se positiva se negativa
O mecanismo das inspeções “in loco” está previsto na alínea d, do artigo 48, do Pacto. Caso a Comissão
entenda que existam motivos suficientes para crer que haja violação de direitos humanos poderá, se for
necessário e conveniente, realizar uma investigação no Estado acusado, que autorizará, ou não, a visita in
loco. O Brasil, quanto a esse aspecto, desde logo, em Declaração Interpretativa, dispõe expressamente que:
“Ao depositar a Carta de Adesão à Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto
de São José da Costa Rica) em 25 de setembro de 1992, o Governo brasileiro faz a seguinte
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declaração interpretativa sobre os artigos 43 e 48, alínea d: "O Governo do Brasil entende
que os artigos 43 e 48, alínea d, não incluem o direito automático de visitas e inspeções "in
loco" da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, as quais dependerão da anuência
expressa do Estado".
Por fim, outro mecanismo de implementação previsto no Pacto de San José da Rica corresponde às medidas
cautelares. Em caso de grave e urgência, a Corte poderá, por conta própria ou da Comissão, solicitar ao
Estado-parte a adoção de medidas cautelares para evitar danos irreparáveis ao direito humano.
Criada pela Carta da OEA, a Comissão ganhou um salto qualitativo de competências e atribuições com o
Pacto de San José da Costa Rica.
Composta por 7 membros, de alta autoridade moral e de reconhecido saber em matéria de direitos
humanos. Eleitos a título pessoal entre candidatos indicados pelos governos dos Estados-membros. Terão
mandato de 4 anos podendo ser reeleitos 1 vez. Não pode fazer parte da Comissão mais de um nacional de
um mesmo Estado.
A Comissão tem por finalidade estimular a observância dos Direitos Humanos pelos Estados-partes, bem
como efetuar recomendações, preparar estudos e relatórios, solicitar informações dos Estados, responder
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às consultas formuladas por eles e atuar no recebimento e no processamento das petições individuais e das
comunicações interestatais.
ARTIGO 34
ARTIGO 35
ARTIGO 36
2. Cada um dos referidos governos pode propor até três candidatos, nacionais do Estado
que os propuser ou de qualquer outro Estado-Membro da Organização dos Estados
Americanos. Quando for proposta uma lista de três candidatos, pelo menos um deles
deverá ser nacional de Estado diferente do proponente.
ARTIGO 37
1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro anos e só poderão ser reeleitos uma
vez, porém o mandato de três dos membros designados na primeira eleição expirará ao
cabo de dois anos. Logo depois da referida eleição, serão determinados por sorteio, na
Assembléia-Geral, os nomes desses três membros.
ARTIGO 38
As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se devam à expiração normal do mandado,
serão preenchidas pelo Conselho Permanente da Organização, de acordo com o que
dispuser o Estatuto da Comissão.
ARTIGO 39
ARTIGO 40
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Enquanto órgão da OEA, a Comissão tem por função precípua a promoção, a observância e a defesa dos
Direitos Humanos, que, entre as atribuições, destacam-se:
ARTIGO 41
d) solicitar aos governos dos Estados-Membros que lhe proporcionem informações sobre
as medidas que adotarem em matéria de direitos humanos;
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Apresentar
relatório anual à
Assembleia
Atuar no recebimento e Geral
no processamento das Efetuar
petições individuais e recomendações
das comunicações.
ATRIBUIÇÕES DA
COMISSÃO
Responder às consultas
formuladas pelos Preparar estudos e
Estados-partes relatórios
Solicitar
informação dos
Estados-partes
A doutrina de Flávia Piovesan6 elenca seis funções da Comissão, nos seguintes termos:
Para além das atribuições acima, com a edição do Protocolo de San Salvador, a Comissão assumiu novo papel.
Nesse sentido, leciona Sidney Guerra7:
Deste modo, à Comissão é conferido o direito de receber denúncias de violação às regras prescritas na
Convenção, a partir das quais desenvolverá trabalho de exame e de investigação.
Ressalta-se que a provocação da Corte se dá tão somente pela Comissão ou pelos Estados-partes, vedando-
se à pessoa litigar diretamente na Corte Internacional.
6
PIOVESAN, F. Direitos humanos e o direito constitucional internacional. 20. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.
7
GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar. 2ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2014, p 153.
34
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Para que uma petição ou comunicação interestatal seja admitida perante a Comissão, a doutrina elenca
alguns requisitos, os quais dividem-se em requisitos formais e em requisitos materiais:
REQUISITOS FORMAIS
(i) A qualificação do interessado, indicando o nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio, bem como a
assinatura da pessoa, grupo de pessoas ou órgão ou entidade representativa. Está-se a afirmar, portanto, a
impossibilidade de provocação da Comissão por intermédio de denúncia apócrifa.
(ii) Fatos que envolvem a violação a direito humano. Trata-se, em verdade, de informar o contexto fático,
trazendo elementos que viabilizem o exame pela Comissão. Em razão disso, devem ser levadas informações
comprobatórias, testemunhas, documentos etc.
(iv) Indicação quanto à utilização do aparato interno de proteção aos direitos humanos.
REQUISITOS MATERIAIS
(ii) Apresentação da denúncia no prazo de 6 meses a partir de quando foi cientificado da decisão definitiva
interna.
(iii) A matéria discutida não pode ser objeto de outro processo internacional.
(iv) Não ocorrência da coisa julgada no âmbito da OEA ou em qualquer outro organismo de jurisdição
internacional.
8
GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: Curso Elementar, p. 162.
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A Corte é composta por 7 juízes nacionais dos Estados que compõem a OEA, não sendo possível que haja
dois juízes de mesma nacionalidade. Os julgadores são eleitos por meio de Assembleia-Geral da OEA, pelo
voto da maioria absoluta dos membros, entre pessoas de alta autoridade moral e reconhecida competência
em matéria de Direitos Humanos, para mandato de 6 anos, admitindo-se uma reeleição.
Há, na Convenção, uma regra importante no que diz respeito à composição da Corte para fins de julgamento.
==b9955==
Consagrou-se o direito de o país que está sendo julgado possuir um juiz de sua nacionalidade dentro da
Corte, de modo que, caso entre os 7 juízes regulares não houver nenhum nacional do Estado acusado, será
possível a nomeação de um juiz ad hoc (apenas para aquele julgamento). O quórum deliberativo da Corte,
nos termos do artigo 56, será de 5 votos.
LEGITIMADOS PARA
INGRESSAR NA CORTE
Comissão
Interamericana
Estados-partes
de Direitos
Humanos
Vejamos uma questão sobre o tema:
(CESPE - 2022) Considerando a ordem jurídica internacional e a proteção contra violações de direitos
humanos, assinale a opção correta.
A) O esgotamento dos recursos internos é regra absoluta de admissibilidade de denúncias apresentadas à
Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
B) Ao sujeitar-se à jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos, o Brasil fragiliza os mecanismos
de proteção contra as violações de direitos humanos, haja vista as dificuldades ainda existentes para
interação institucional entre regimes normativos complementares.
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C) As normas imperativas de direito internacional geral podem ser derrogadas pela superveniência de norma
de direito internacional de qualquer natureza, desde que esta tenha como fundamento convenção
internacional.
D) Sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos produzirá, somente após a correspondente
homologação pelo órgão judicial interno, autoridade de coisa julgada internacional, com eficácia vinculante
e direta aos órgãos da administração pública.
E) Os tratados de direitos humanos incorporam obrigações de caráter objetivo que transcendem o primado
do pacta sunt servanda e da reciprocidade estatal para incorporar a noção de garantia coletiva e interesse
público superior.
Comentários
A alternativa A está incorreta. O art. 46 da CADH prevê o esgotamento dos recursos internos porém o §2 do
mesmo artigo prevê as exceções. Veja: 2. As disposições das alíneas a e b do inciso 1 deste artigo não se
aplicarão quando: a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido processo legal
para a proteção do direito ou direitos que se alegue tenham sido violados; b) não se houver permitido ao
presumido prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido ele
impedido de esgotá-los; e c) houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos.
A alternativa B está incorreta. É exatamente o contrário. Os mecanismos de proteção contra as violações de
direitos humanos são fortalecidos.
A alternativa C está incorreta. Para derrogar uma norma jus cogens é preciso outra norma da mesma
natureza e não qualquer norma como afirmado.
A alternativa D está incorreta. Não é necessário homologação pois estamos falando de uma sentença
internacional e não de uma sentença estrangeira.
Dessa forma, a alternativa E é a correta e gabarito da questão. OS tratados de direitos humanos são
normativos e o descumprimento de uma das partes não exime as demais do cumprimento.
Além disso, a Comissão deverá participar de todas as reuniões da Corte, seja nos processos em que for parte,
seja nos processos iniciados pelos Estados-membros, caso em que atuará como se fosse um fiscal.
Nos termos do artigo 61, do Pacto de San José da Costa Rica, somente os Estados-partes e a Comissão
Interamericana poderão submeter um caso à decisão da Corte. Não se confere, portanto, legitimidade às
pessoas, aos grupos ou às entidades.
Logo, será possível à pessoa peticionar diretamente na Corte Internacional, desde que a situação já esteja
sendo analisada pela Corte Internacional.
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Por outro lado, se a questão ainda não tiver sido analisada pela Corte, o pedido individual somente será
submetido por intermédio da Comissão.
A Corte possui competência para resolver os litígios que lhes são submetidos (competência contenciosa),
bem como para responder questionamentos sobre a interpretação de determinada regra do Sistema
Interamericano e sobre a compatibilidade das leis internas com o Pacto de San José da Costa Rica
(competência consultiva). Essas consultas poderão ser realizadas pelos membros da OEA, bem como pelos
demais órgãos que compõem a estrutura da Organização.
No plano consultivo, qualquer membro da OEA poderá solicitar o parecer da Corte em relação à
interpretação da Convenção ou de qualquer outro tratado relativo à proteção dos direitos humanos. A Corte
poderá fazer o que a doutrina denomina de controle de convencionalidade, que consiste no parecer acerca
da compatibilidade dos preceitos da legislação doméstica em face dos instrumentos internacionais.
Em verdade, a Corte exerce ampla função consultiva, de forma que contribui para a uniformidade e para a
consistência da interpretação da Convenção Americana. Para tanto, a Corte faz estudos e análises
aprofundadas a respeito do alcance e do impacto dos dispositivos da Convenção.
Além disso, para a atuação da Corte Interamericana faz-se necessária declaração expressa do Estado-parte
reconhecendo a competência desse órgão como obrigatória para os casos envolvendo a aplicação do
sistema interamericano. Essa declaração poderá ser feita para situações específicas ou por prazo
indeterminado.
Segundo Rafael Barretto, o Brasil reconheceu por prazo indeterminado a competência da Corte, contudo,
exige que os Estados, que com ele litiguem, também tenham aceitado por prazo indeterminado a submissão
à Corte (cláusula de reciprocidade). Nosso país, contudo, não reconheceu a competência da Corte no mesmo
momento em que ratificou a Convenção.
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LEGITIMADOS PARA
INGRESSAR NA CORTE
Comissão
Interamericana
Estados-partes
de Direitos
Humanos
O item II está incorreto. De acordo com o art. 4.2 da Convenção Americana a pena de morte será mantida
para aqueles países que já a previam e não será possível ampliar o rol de delitos para além dos previstos.
2.Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta pelos delitos mais
graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em conformidade com lei que estabeleça
tal pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos
aos quais não se aplique atualmente.
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O item III está correto. De acordo com o art. 44 qualquer pessoa ou grupo de pessoas ou entidade não
governamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados-membros da Organização poderão
apresentar petições.
O item IV está incorreto. O art. 29 veda a exclusão de direitos e garantias que são inerentes ao ser humano
ou que decorrem da forma democrática representativa de governo.
Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.
No plano contencioso, a atuação da Corte é limitada à provocação pelos Estados-partes e pela Comissão.
os Estados-partes da OEA; e
POSSUI PODER DE PROVOCAR
A CORTE
a Comissão Interamericana
de Direitos Humanos
Assim, não há legitimação do indivíduo para provocar a Corte de maneira originária, ao contrário do
sistema europeu.
A partir do momento em que o Estado passa a ser parte do Pacto, reconhece como obrigatória e sem
restrições, de pleno direito e sem necessidade de qualquer outra declaração, a competência da Corte em
matéria de interpretação de aplicação do Pacto de San José da Costa Rica.
As decisões da Corte podem ser finais ou liminares. As decisões liminares, denominadas de “medidas
provisórias”, em decorrência de situações urgentes a pedido da vítima de violação aos Direitos Humanos
(quando a questão estiver submetida à Corte) ou a pedido da Comissão (ainda que a questão não esteja
submetida à Corte).
As decisões finais, por sua vez, decidirão a respeito do direito protegido, determinando que ele seja
assegurado caso reste configurada a violação a direito humano, bem como a reparação indenizatória à
vítima. Dessas decisões da Corte, NÃO é cabível recurso algum.
Contudo, das referidas decisões finais é cabível um pedido de esclarecimento à Corte no prazo de 90 dias a
contar da notificação da decisão, caso a parte interessada tenha dúvidas quanto à extensão do que fora
determinado pela Corte.
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Além disso, a indenização à vítima será executada internamente no Estado, pelo procedimento interno
vigente para a execução de sentenças contra o Estado, razão pela qual, no Brasil, será observado o regime
de precatórios e as sentenças serão executadas perante a Justiça Federal.
Quanto à homologação, a posição predominante na doutrina é no sentido de que, uma vez que se trata de
sentença internacional (não de sentença estrangeira), não é necessário observar o procedimento de
homologação de sentença estrangeira perante o STJ. Contudo, até o presente não há posicionamento de
tribunal brasileiro a respeito do assunto, pois todas as condenações do Brasil perante a Corte Interamericana
foram espontaneamente adimplidas.
(CESPE - 2015) Com relação ao sistema interamericano de proteção dos direitos humanos, julgue o
seguinte item.
As sentenças prolatadas pela Corte Interamericana de Direitos Humanos podem, após homologação pelo
STJ, ser regularmente executadas em território brasileiro.
Comentários
A assertiva está incorreta.
A sentença prolata pela Corte Interamericana de Direitos Humanos é uma sentença internacional e não uma
sentença de Estado estrangeiro que irá ser aplicada no Brasil. Apenas a sentença estrangeira precisa de
homologação pelo STJ.
A sentença internacional proferida pela Corte é aplicável independentemente de homologação.
Nesse tópico vamos, de forma sucinta e esquematizada, trazer os principais julgamentos envolvendo o Brasil
na Corte Interamericana de Direitos Humanos, tendo em vista que as provas, por vezes, cobram tais
assuntos.
CASOS OBSERVAÇÕES
Caso Ximenes (2006) O caso discutiu a morte de Damião Ximenes Lopes, portador de deficiência
mental, que foi submetido a condições desumanas e degradantes enquanto
encontrava-se internado para tratamento psiquiátrico no Ceará.
Por petição da irmã da vítima, a Corte Interamericana de Direitos Humanos foi
acionada e decidiu pela omissão do Estado brasileiro em apurar os fatos,
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Vejamos uma questão que aborda os casos julgados pela Corte Interamericana.
(FCC - 2019) Em 2014, a Corte Interamericana de Direitos Humanos proferiu sentença na qual, entre outras
obrigações, determinou que o Brasil adotasse, em prazo razoável, medidas necessárias para tipificar o
delito de desaparecimento forçado de pessoas conforme os parâmetros interamericanos. Tal sentença se
refere ao caso conhecido como
A) trabalhadores da Fazenda Brasil Verde.
B) Amarildo Dias de Souza.
C) Setimo Garibaldi.
D) Gomes Lund e outros (“Guerrilha do Araguaia”).
E) Favela Nova Brasília.
Comentários
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Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão. O Estado Brasileiro foi considerado
responsável e foi determinado que adotasse medidas necessárias para tipificar o delito de desaparecimento
forçado de pessoas conforme os parâmetros interamericanos.
Por envolver direitos prestacionais de segunda dimensão, o artigo 1º prevê que a aplicação de seus direitos
deverá ocorrer de forma progressiva.
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1 - Direitos Albergados
O direito ao trabalho vem assegurado nos artigos 6º e 7º do Protocolo de San Salvador e compreende o
direito mais extensamente tratado. O pacto garante a todos a oportunidade de obter os meios para levar
uma vida digna e decorosa por meio do desempenho de uma atividade lícita, livremente escolhida ou aceita.
Para tanto, os Estados-partes deverão empreender esforços para adotar medidas que objetivem:
1. o pleno emprego;
2. a orientação vocacional;
3. o desenvolvimento de projetos de treinamento técnico‑profissional, (em especial os destinados aos
deficientes);
4. a execução e o fortalecimento de programas que coadjuvem um adequado atendimento da família
para que possibilite à mulher o exercício do direito ao trabalho.
• Salário-mínimo;
• Salário equitativo àqueles que exercem igual trabalho;
9
BARRETO, Rafael. Direitos Humanos, p. 170.
46
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Artigo 6
Direito ao Trabalho
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, o que inclui a oportunidade de obter os meios
para levar uma vida digna e decorosa através do desempenho de atividade lícita,
livremente escolhida ou aceita.
Artigo 7
47
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g) limitação razoável das horas de trabalho, tanto diárias quanto semanais. As jornadas
serão de menor duração quando se tratar de trabalhos perigosos, insalubres ou noturnos;
h) repouso, gozo do tempo livre, férias remuneradas, bem como pagamento de salários
nos dias feriados nacionais.
Relacionado com os direitos dos trabalhadores, está o artigo 8º, que prevê o direito de se organizarem
sindicatos, de se filiarem e desfiliarem deles, bem como a possibilidade de se organizarem em federações e
em confederações. Além disso, é assegurado o direito de greve.
Artigo 8
Direitos Sindicais
1. Os Estados-Partes garantirão:
b) o direito de greve.
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Trata-se da proteção a velhice e a incapacitação. Além disso se garante a proteção aos dependentes em caso
de morte.
Artigo 9
1. Toda pessoa tem direito à Previdência Social que a proteja das consequências da
velhice e da incapacitação que a impeça, física ou mentalmente, de obter os meios de vida
digna e decorosa. No caso de morte do beneficiário, os benefícios da previdência social
serão aplicados aos seus dependentes.
Toda pessoa deve ter assegurado o mais alto nível de bem-estar físico, mental e social. OS direitos são
amplos envolvendo a imunização, prevenção e tratamento. Além disso deve-se educar a população.
Artigo 10
Direito à Saúde
1. Toda pessoa têm direito à saúde, compreendendo-se como saúde o gozo do mais alto
nível de bem-estar físico, mental e social.
b) extensão dos benefícios dos serviços de saúde a todas as pessoas sujeitas à jurisdição
do Estado;
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f) satisfação das necessidades de saúde dos grupos de mais alto risco e que, por sua
situação de pobreza, sejam mais vulneráveis.
Os Estados devem orientar-se para o pleno desenvolvimento da personalidade humana e deverá fortalecer
o respeito pelos direitos humanos, pelo pluralismo ideológico, pelas liberdades fundamentais, pela justiça e
pela paz.
Artigo 13
Direito à Educação
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De acordo com a legislação interna dos Estados-Partes, os pais terão direito a escolher o
tipo de educação que deverá ser ministrada aos seus filhos, desde que esteja de acordo
com os princípios enunciados acima.
2 - Mecanismos fiscalizatórios
O Protocolo de San Salvador prevê dois mecanismos de implementação: o sistema de relatórios e as petições
individuais.
Quanto aos relatórios, eles deverão ser apresentados ao Secretário-Geral da OEA, que transmitirá ao
Conselho interamericano Econômico e Social e ao Conselho Interamericano de Educação, Ciência e Cultura,
nos termos do artigo 19, 1.
As petições individuais, por sua vez, são restritas aos casos de violação de direito de liberdade sindical e de
educação, nos termos do artigo 19, 6, do Protocolo. Essas petições serão recebidas e processadas pela
Comissão Interamericana de Direitos.
51
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OUTRAS CONVENÇÕES
Existem, no âmbito do sistema interamericano, diversas convenções internacionais específicas, que
objetivam a proteção de determinados grupos de pessoas vulneráveis. Como o edital não nos exigiu
expressamente o estudo de cada um desses textos, vamos apenas citá-los conforme quadro abaixo.
LEGISLAÇÃO DESTACADA
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido
pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida
arbitrariamente.
2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta
pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em
conformidade com a lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido
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cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique
atualmente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
4. EM NENHUM CASO pode a pena de morte ser aplicada a delitos políticos, nem a delitos
comuns conexos com delitos políticos.
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutação da
pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena de
morte enquanto o pedido estiver pendente de decisão ante a autoridade competente
(destacamos).
ARTIGO 5
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou
degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido à
dignidade inerente ao ser humano.
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e
conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento.
ARTIGO 6
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1. Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a servidão, e tanto estas como o tráfico
de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas as formas.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos países
em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa da liberdade acompanhada de
trabalhos forçados, esta disposição não pode ser interpretada no sentido de que proíbe o
cumprimento da dita pena, imposta por juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado
não deve afetar a dignidade nem a capacidade física e intelectual do recluso.
b) o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por motivos de consciência, o
serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas condições
previamente fixadas pelas Constituições políticas dos Estados-partes ou pelas leis de
acordo com elas promulgadas.
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da detenção e notificada,
sem demora, da acusação ou das acusações formuladas contra ela.
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de
um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito
de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que
prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu
comparecimento em juízo.
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detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou a detenção forem ilegais. Nos Estados-partes
cujas leis preveem que toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada de sua liberdade
tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal competente, a fim de que este decida sobre a
legalidade de tal ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem abolido. O recurso pode
ser interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa.
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de
autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação
alimentar.
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
ARTIGO 8
Garantias Judiciais
1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou
para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou
de qualquer outra natureza.
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não
se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena
igualdade, às seguintes garantias mínimas:
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g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada; e
4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá se submetido a novo
processo pelos mesmos fatos.
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os
interesses da justiça.
ARTIGO 9
Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em que forem
cometidas, não sejam delituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se pode
impor pena mais grave que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois da
perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente será por
isso beneficiado.
ARTIGO 12
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica a
liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças,
bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou
coletivamente, tanto em público como em privado.
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de
conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças.
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou pupilos recebam
a educação religiosa e moral que esteja acorde com suas próprias convicções.
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ARTIGO 13
O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito a censura prévia,
mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente fixadas pela lei a ser
necessárias para assegurar:
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou meios indiretos, tais como o
abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de frequências
radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na difusão de informação, nem por
quaisquer outros meios destinados a obstar a comunicação e a circulação de ideias e
opiniões.
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o objetivo exclusivo
de regular o acesso a eles, para proteção moral da infância e da adolescência, sem prejuízo
do disposto no inciso 2.
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio
nacional, racial ou religioso que constitua incitação à discriminação, à hostilidade, ao crime
ou à violência.
ARTIGO 15
Direito de Reunião
É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício de tal direito só pode
estar sujeito às restrições previstas pela lei e que sejam necessárias, numa sociedade
democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públicas, ou
para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas.
ARTIGO 16
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Liberdade de Associação
1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com fins ideológicos, religiosos,
políticos, econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos, ou de qualquer outra
natureza.
2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições previstas pela lei que sejam
necessárias, numa sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da
segurança ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os
direitos e liberdades das demais pessoas.
3. O disposto neste artigo não impede a imposição de restrições legais, e mesmo a privação
do exercício do direito de associação, aos membros das forças armadas e da polícia.
3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso do direito de suspensão deverá
comunicar imediatamente aos outros Estados-partes na presente Convenção, por
intermédio do Secretário Geral da Organização dos Estados Americanos, as disposições cuja
aplicação haja suspendido, os motivos determinantes da suspensão e a data em que haja
dado por terminada tal suspensão.
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3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem constituir entre eles uma federação ou
outro tipo de associação, diligenciarão no sentido de que o pacto comunitário respectivo
contenha as disposições necessárias para que continuem sendo efetivas no novo Estado,
assim organizado, as normas da presente Convenção.
ARTIGO 29
Normas de Interpretação
a) permitir a qualquer dos Estados-Partes, grupo ou pessoa, suprimir o gozo e exercício dos
direitos e liberdades reconhecidos na Convenção ou limitá-los em maior medida do que a
nela prevista;
b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que possam ser reconhecidos
de acordo com as leis de qualquer dos Estados-Partes ou de acordo com outra convenção
em que seja parte um dos referidos Estados;
c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser humano ou que decorrem da
forma democrática representativa de governo; e
d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração Americana dos Direitos e
Deveres do Homem e outros atos internacionais da mesma natureza.
ARTIGO 30
As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, ao gozo e exercício dos direitos e
liberdades nela reconhecidos, não podem ser aplicadas senão de acordo com leis que
forem promulgadas por motivo de interesse geral e com o propósito para o qual houverem
sido estabelecidas.
ARTIGO 31
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Poderão ser incluídos no regime de proteção desta Convenção outros direitos e liberdades
que forem reconhecidos de acordo com os processos estabelecidos nos artigos 69 e 70.
ARTIGO 32
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos demais, pela segurança de
todos e pelas justas exigências do bem comum, numa sociedade democrática.
ARTIGO 33
São competentes para conhecer dos assuntos relacionados com o cumprimento dos
compromissos assumidos pelos Estados-Partes nesta Convenção:
Artigo 34, 35, 36, 37, 38, 39 e 40 - Comissão Interamericana de Direitos Humanos
ARTIGO 34
ARTIGO 35
ARTIGO 36
2. Cada um dos referidos governos pode propor até três candidatos, nacionais do Estado
que os propuser ou de qualquer outro Estado-Membro da Organização dos Estados
Americanos. Quando for proposta uma lista de três candidatos, pelo menos um deles
deverá ser nacional de Estado diferente do proponente.
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ARTIGO 37
1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro anos e só poderão ser reeleitos uma
vez, porém o mandato de três dos membros designados na primeira eleição expirará ao
cabo de dois anos. Logo depois da referida eleição, serão determinados por sorteio, na
Assembléia-Geral, os nomes desses três membros.
ARTIGO 38
As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se devam à expiração normal do mandado,
serão preenchidas pelo Conselho Permanente da Organização, de acordo com o que
dispuser o Estatuto da Comissão.
ARTIGO 39
ARTIGO 40
ARTIGO 42
Os Estados-Partes devem remeter à Comissão cópia dos relatórios e estudos que, em seus
respectivos campos, submetem anualmente às Comissões Executivas do Conselho
Interamericano Econômico e Social e do Conselho Interamericano de Educação, Ciência e
Cultura, a fim de que aquela vele por que se promovam os direitos decorrentes das normas
econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cultura, constantes da Carta da
Organização dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.
Competência
ARTIGO 44
ARTIGO 45
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3. As declarações sobre reconhecimento de competência podem ser feitas para que esta
vigore por tempo indefinido, por período determinado ou para casos específicos.
Artigo 46 - requisitos de admissibilidade das petições e comunicações para que sejam admitidas pela
Comissão.
Artigo 46 - Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os artigos
44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário:
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de acordo com
os princípios de Direito Internacional geralmente reconhecidos;
b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em que o
presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva;
2. As disposições das alíneas "a" e "b" do inciso 1 deste artigo não se aplicarão quando:
a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido processo legal para
a proteção do direito ou direitos que se alegue tenham sido violados;
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b) não expuser fatos que caracterizem violação dos direitos garantidos por esta
Convenção;
Artigo 6
Direito ao Trabalho
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, o que inclui a oportunidade de obter os meios
para levar uma vida digna e decorosa através do desempenho de atividade lícita,
livremente escolhida ou aceita.
Artigo 7
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g) limitação razoável das horas de trabalho, tanto diárias quanto semanais. As jornadas
serão de menor duração quando se tratar de trabalhos perigosos, insalubres ou noturnos;
h) repouso, gozo do tempo livre, férias remuneradas, bem como pagamento de salários
nos dias feriados nacionais.
Artigo 8
Direitos Sindicais
1. Os Estados-Partes garantirão:
b) o direito de greve.
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Artigo 9
1. Toda pessoa tem direito à Previdência Social que a proteja das consequências da
velhice e da incapacitação que a impeça, física ou mentalmente, de obter os meios de vida
digna e decorosa. No caso de morte do beneficiário, os benefícios da previdência social
serão aplicados aos seus dependentes.
Artigo 10
Direito à Saúde
1. Toda pessoa têm direito à saúde, compreendendo-se como saúde o gozo do mais alto
nível de bem-estar físico, mental e social.
b) extensão dos benefícios dos serviços de saúde a todas as pessoas sujeitas à jurisdição
do Estado;
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f) satisfação das necessidades de saúde dos grupos de mais alto risco e que, por sua
situação de pobreza, sejam mais vulneráveis.
Artigo 13
Direito à Educação
De acordo com a legislação interna dos Estados-Partes, os pais terão direito a escolher o
tipo de educação que deverá ser ministrada aos seus filhos, desde que esteja de acordo
com os princípios enunciados acima.
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RESUMO
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica)
● INTRODUÇÃO
● DIREITOS ALBERGADOS
O Pacto de San José da Costa Rica previu apenas direitos de primeira dimensão, ou seja, direitos civis e políticos.
extensivamente
direitos de primeira direitos civis e
previstos ao longo
dimensão políticos
do texto
PACTO DE S AN JOSÉ
DA COSTA RICA há, apenas, menção
expressa à
direitos sociais, implementação
direitos de segunda
econômicos e progressiva e de
dimensão
culturais atuação cooperativa
dos Estados-
membros
Os direitos sociais, econômicos e culturais somente foram disciplinados no Protocolo de San Salvador.
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● Direito à vida
• Não foi abolida no Pacto de San José da Costa Rica, uma vez que é
admitida nos países já a prevejam para os crimes mais graves.
PENA DE • Em nenhuma hipótese será aceita para: delitos políticos ou conexos, para
MORTE menores de 18 anos quando da práticado ato infracional, para maiores
de setenta anos e para mulheres grávidas.
• Países que tenham abolido a pena de morte não poderão restabelecê-la.
● Trabalhos Forçados
10
BARRETO, Rafael. Direitos Humanos, p. 163.
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a servidão e a escravidão são vedadas. Contudo, países que tenham estabelecido a pena privativa de liberdade
acompanhada de trabalhos forçados, por sentença judicial, poderão manter esse tipo de pena, desde que não afete
a dignidade nem a capacidade física e intelectual do preso.
Em síntese:
REGRA: vedado
● Liberdades Individuais
O artigo prevê, dentre seus direitos, que não poderá haver prisão por dívidas, exceto no caso de inadimplemento
de obrigação alimentar.
Portanto:
● Direito de Suspensão
Direitos assegurados no Pacto de San José da Costa Rica poderão ser suspensos nos termos do artigo 27, nos casos
de guerra, perigo público ou emergência que ameace a independência ou segurança do Estado. Essa suspensão deverá
ocorrer sempre por prazo determinado e as situações emergenciais referidas não podem decorrer de práticas
discriminatórias.
69
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DIREITO DE S USPENSÃO
hipóteses:
•guerra;
•perigo público; e
•emergência que ameace a independência ou a segurança do Estado
temporário
O que o dispositivo transmite é a ideia de que os Estados-parte constituídos em forma de federação (como o Brasil),
não poderão alegar o descumprimento das disposições do Pacto de San José da Costa Rica sob o argumento de que
internamente essa competência é do ente federado (por exemplo, o Estado do Paraná).
● MECANISMOS DE IMPLEMENTAÇÃO
No âmbito do Pacto de San José da Costa Rica, existem dois órgãos competentes para a implementação dos direitos
assegurados: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos – órgão de natureza executiva – e a Corte
Interamericana de Direitos Humanos – órgão de natureza jurisdicional.
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Em relação ao mecanismo de petições individuais, o Pacto de San José da Costa Rica o estabeleceu de forma
compulsória.
Grupo de pessoas; e
Para o uso das comunicações interestatais, ao contrário, será necessária a declaração expressa do Estado-parte
reconhecendo a competência da Comissão.
Portanto:
Ä a Convenção enuncia 4 requisitos de admissibilidade das petições e comunicações para que sejam admitidas pela
Comissão.
1º. Esgotamento ou inexistência de recursos internos para reparação do direito humano violado ou quando
os recursos disponíveis forem inefetivos;
2º. Apresentação do expediente internacional no prazo de 6 meses a contar da decisão interna insatisfatória;
3º. Não haja outro procedimento internacional apurando a questão (litispendência internacional); e
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4º. Identificação, com nome, nacionalidade, domicílio e assinatura (não são aceitas petições individuais
apócrifas).
72
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Vamos rememorar o esquema que resume o trâmite das comunicações perante a Comissão.
RECEBIDA A COMUNICAÇÃO
Analisa os requisitos de
admissibilidade:
solicita infomações
arquiva
ao Estado acusado
Comissão analisará a
subsistência das
acusações:
insubsistente subsistente
se positiva se negativa
Ä A Comissão Interamericana de Direitos Humanos constitui o órgão executivo, no âmbito da OEA, responsável pela
promoção, observância e defesa dos direitos humanos no Sistema Americano.
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Enquanto órgão da OEA, a Comissão tem por função precípua a promoção, observância e defesa dos Direitos
Humanos, entre cujas atribuições destacam-se:
estimular a
observância do
Pacto de San José
Atuar no recebimento e da Costa Rica
processamento das petições
individuais e das Efetuar recomendações
comunicações.
ATRIBUIÇÕES DA
COMISSÃO
Responder às consultas
formuladas pelos Estados- Preparar estudos e
parte relatórios
Solicitar informação
dos Estados-parte
Para que uma petição ou comunicação interestatal seja admitida perante a Comissão, há alguns requisitos:
REQUISITOS FORMAIS
(iv) Indicação quanto à utilização do aparato interno de proteção aos direitos humanos.
REQUISITOS MATERIAIS
(ii) Apresentação da denúncia no prazo de 6 meses de quando foi cientificado da decisão definitiva interna.
(iii) A matéria discutida não pode ser objeto de outro processo internacional.
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(iv) Não ocorrência da coisa julgada no âmbito da OEA ou em qualquer outro organismo de jurisdição internacional.
A Corte representa o órgão jurisdicional do sistema interamericano de direitos humanos e constitui excelente
alternativa para a reparação da violação de direitos humanos.
A Corte é composta por 7 juízes, nacionais dos Estados que compõem a OEA, não sendo possível que haja dois
juízes de mesma nacionalidade. Os julgadores são eleitos através Assembleia-Geral da OEA, pelo voto da maioria
absoluta dos membros, entre pessoas de alta autoridade moral e reconhecida competência em matéria de Direitos
Humanos, para mandato 6 anos, admitindo-se uma reeleição.
LEGITIMADOS PARA
INGRESSAR NA CORTE
Comissão
Estados-parte Interamericana de
Direitos Humanos
A Comissão deverá participar de todas as reuniões da Corte, seja nos processos em que for parte, seja nos processos
iniciados pelos Estados-membros, caso em que atuará como se fosse um fiscal.
Será possível à pessoa peticionar diretamente na Corte Internacional, desde que a situação já esteja sendo analisada
pela Corte Internacional.
Ä A Corte possui competência para resolver os litígios que lhes são submetidos (competência contenciosa), bem como
para responder questionamentos sobre a interpretação de determinada regra do Sistema Interamericano e sobre a
compatibilidade das leis internas com o Pacto de San José da Costa Rica (competência consultiva).
Em verdade, a Corte exerce ampla função consultiva, de forma que contribui para a uniformidade e consistência
da interpretação da Convenção Americana. Para tanto, a Corte faz estudos e análises aprofundadas a respeito do
alcance e do impacto dos dispositivos da Convenção.
Para a atuação da Corte Interamericana faz-se necessária declaração expressa do Estado-parte reconhecendo a
competência desse órgão como obrigatória para os casos envolvendo a aplicação do sistema interamericano. Essa
declaração poderá ser feita para situações específicas ou por prazo indeterminado.
No plano contencioso, a atuação da Corte é limitada à provocação pelos Estados-parte e pela Comissão.
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os Estados-parte da OEA; e
POSSUI PODER DE PROVOCAR A
CORTE
a Comissão Interamericana de
Direitos Humanos
As decisões da Corte podem ser finais ou liminares. As decisões liminares, denominadas de “medidas provisórias”,
em decorrência de situações urgentes a pedido da vítima de violação aos Direitos Humanos (quando a questão
estiver submetida à Corte) ou a pedido da Comissão (ainda que a questão não esteja submetida à Corte).
As decisões finais, por sua vez, decidirão a respeito do direito protegido, determinando que ele seja assegurado
caso reste configurada a violação a direito humano, bem como a reparação indenizatória à vítima. Dessas decisões
da Corte, NÃO é cabível recurso algum.
Quanto à homologação, a posição predominante na doutrina é no sentido de que uma vez que se trata de sentença
internacional (não de sentença estrangeira), não é necessário observar o procedimento de homologação de sentença
estrangeira perante o STJ.
Edição e internalização:
● DIREITOS ALBERGADOS
11
BARRETO, Rafael. Direitos Humanos, p. 170.
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● MECANISMOS FISCALIZATÓRIOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos nossa aula e os estudos dos do principal documento do Sistema Americano de Direitos Humanos.
Ricardo Torques
@proftorques
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Outras Bancas
1. (INSTITUTO ACESSO/PC-ES - 2019) A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) fez uma
visita in loco ao Brasil, entre 5 e 12 de novembro de 2018, em função de convite formulado pelo Estado
brasileiro realizado em 29 de novembro de 2017. O objetivo foi o de observar a situação dos direitos
humanos no país. Entre os itens constantes de seu relatório, a CIDH apontou para “o grave contexto
de violações aos direitos humanos das mulheres negras e da juventude pobre da periferia. São os
pobres e os afrodescendentes aqueles que seguem sendo desproporcionalmente as principais vítimas
de violações aos direitos humanos no Brasil. Estes são mortos às dezenas e milhares, sem investigação,
julgamento, punição ou reparação adequados”. Os termos exarados encontram-se de acordo com as
atribuições da CIDH, que
a) pode solicitar que a Corte Interamericana requeira “medidas provisionais” dos Governos em casos
urgentes de grave perigo às pessoas, ainda que o caso não tenha sido submetido à Corte.
b) expede “Pareceres”, em caráter consultivo, à Corte Interamericana, sobre aspectos de interpretação
da Convenção Americana, podendo inclusive sugerir providências para solução dos problemas observados.
c) zela pelo cumprimento geral dos direitos humanos nos Estados-membros, publica as informações
especiais sobre a situação em um estado específico e as envia à Assembleia Geral da OEA para as sanções
cabíveis,
d) realiza visitas in loco aos países, ao receber petições individuais que alegam violações dos direitos
humanos, segundo o disposto nos artigos 44 a 51 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, com o
intuito de aprofundar a observação geral da situação, e/ou para investigar uma situação particular.
e) faz recomendações aos Estados-membros da OEA acerca da adoção de medidas para corrigir as práticas
de violações e adotar medidas de promoção e garantia dos direitos humanos.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Nos casos de extrema gravidade e urgência a Comissão
pode solicitar à Corte Interamericana a adoção de medidas provisórias quando os assuntos ainda não tiverem
sido submetidos ao seu conhecimento. Veja o parágrafo 2 do artigo 63 da Convenção Interamericana sobre
Direitos Humanos:
Artigo 63
A alternativa B está incorreta. A competência para emissão de pareceres é da Corte, não da Comissão:
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Artigo 64
A alternativa C está incorreta. As informações devem ser enviadas à Corte na verdade, não à Assembleia,
podendo a Comissão, ainda, emitir opiniões e conclusões sobre o fato (não apenas informações), quando
não houver solução no prazo de 3 meses:
Artigo 51
A alternativa D está incorreta. A Comissão tem poder de investigação sobre os fatos potencialmente
violadores dos direitos humanos, no entanto, este poder de investigação não envolve a inspeção in loco, que
só acontece a pedido do próprio Estado.
A alternativa E está incorreta. As Recomendações da Comissão são utilizadas em relação à legislação e atos
normativos internos. Quando houver uma violação aos direitos humanos num caso concreto, não é caso de
emissão de recomendação:
Artigo 41
2. (IBFC/PM-BA - 2020) A Convenção Americana de Direitos Humanos, também chamado de Pacto de San
José da Costa Rica, foi assinado em 22 de novembro de 1969 e ratificado pelo Brasil em setembro de
1992. Ela busca consolidar entre os países americanos um regime de liberdade pessoal e justiça
pessoal, fundado no respeito aos direitos humanos essenciais, independentemente do país onde a
pessoa resida ou tenha nascido. Assim, quanto ao seu âmbito de proteção, analise as afirmativas
abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) Não existe nenhuma relação entre o Pacto de San Jose da Costa Rica e a Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
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( ) Sobre os deveres das pessoas, determina que toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade
e a humanidade.
( ) Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os
juízes ou tribunais competentes, que a proteja contra atos que violem seus direitos fundamentais
reconhecidos pela constituição, pela lei ou pela presente Convenção, mesmo quando tal violação seja
cometida por pessoas que estejam atuando no exercício de suas funções oficiais.
( ) Algumas disposições do Pacto de San José da Costa Rica podem excluir outros direitos e garantias que são
inerentes ao ser humano ou que decorrem da forma democrática representativa de governo.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, V, V, V
b) V, V, F, F
c) V, F, F, V
d) F, F, V, V
e) F, V, V, F
Comentários
A assertiva I está incorreta. Na verdade, o Pacto reforça a proteção de direitos humanos contida na
Declaração e vai além, estabelecendo ainda outros direitos. A principal diferença entre eles é que a
Declaração tem abrangência mundial e o Pacto abrangência regional.
A assertiva II está correta. O Pacto prevê os deveres da pessoa em relação à família, à comunidade e à
humanidade:
A assertiva III está correta. Há previsão de direitos processuais no Pacto, o que inclui o direito de recorrer,
conforme o artigo 25:
1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer outro recurso
efetivo, perante os juízes ou tribunais competentes, que a proteja contra atos que violem
seus direitos fundamentais reconhecidos pela constituição, pela lei ou pela presente
Convenção, mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas que estejam atuando
no exercício de suas funções oficiais.
A assertiva IV está incorreta. Não é possível a exclusão de direitos humanos em qualquer hipótese, mesmo
com previsão em Tratado internacional.
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3. (IBFC/CBM-BA - 2020) Dispõe a Convenção Americana sobre Direitos Humanos que os Estados
americanos signatários reconheçam que os direitos essenciais do homem não derivam do fato de ser
ele nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa
humana, razão por que justificam uma proteção internacional, de natureza convencional, coadjuvante
ou complementar da que oferece o direito interno dos Estados americanos. Sobre os deveres dos
Estados e direitos protegidos, assinale a alternativa correta.
a) Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral,
desde o momento do nascimento
b) Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral, sendo permitida a
tortura em casos de terrorismo
c) Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica
d) Constitui trabalho forçado ou obrigatório o serviço militar
e) Autoriza a prisão do depositário infiel e do devedor de alimentos
Comentários
A alternativa A está incorreta. O Pacto adotou a teoria concepcionista, protegendo a pessoa desde o
momento da concepção, não desde o nascimento:
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser
protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado
da vida arbitrariamente.
A alternativa B está incorreta. A vedação à tortura é absoluta, não sendo lícita mesmo a quem praticou crime
de terrorismo:
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos
ou degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido
à dignidade inerente ao ser humano.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O Pacto estabelece que toda pessoa deve ter sua
personalidade jurídica (personalidade perante o direito) reconhecida:
A alternativa D está incorreta. O Pacto veda a submissão de qualquer pessoa a trabalho forçado ou
obrigatório, mas afasta deste conceito o serviço militar:
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b. o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por motivos de consciência,
o serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;
A alternativa E está incorreta. Segundo o Pacto, ninguém deve ser detido por dívidas, exceto no caso de
inadimplemento de obrigação alimentar. A prisão do depositário equivale a prisão por dívida:
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de
autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação
alimentar.
Comentários
A alternativa A está incorreta. A finalidade da pena privativa de liberdade não envolve a punição, de acordo
com o Pacto:
A alternativa B está incorreta. O que o Pacto prevê é o direito à nacionalidade do local de nascimento, não
do local onde a pessoa tenha domicílio:
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A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Esta é a previsão do que hoje se denomina audiência
de custódia, que é a condução do preso ao juiz para se averiguar as condições em que se deu a prisão. Veja
o que diz o parágrafo 5 do artigo 7 do Pacto:
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz
ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser
julgada dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que
prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu
comparecimento em juízo.
A alternativa D está incorreta. A assistência por defensor é escolha do acusado, não há imposição do Pacto:
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em
plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
Comentários
A alternativa A está incorreta. Há vedação expressa de aplicação da pena de morte aos delitos políticos ou
aos delitos comuns conexos:
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4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos políticos, nem por
delitos comuns conexos com delitos políticos.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. A integridade das pessoas deve ser preservada,
conforme o Pacto:
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou
degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser tratada com o respeito devido à
dignidade inerente ao ser humano.
A alternativa C está incorreta. Os processados (presos provisórios) devem permanecer sempre separados
dos presos já condenados em definitivo:
6. (IADES/IRBr-2019) No que tange à relação do Brasil com as organizações internacionais, bem como aos
procedimentos de negociação e internalização de convenções e tratados internacionais, julgue o item
a seguir.
O Pacto de San José da Costa Rica, aderido pelo Brasil e reconhecido no respectivo ordenamento como
norma de caráter supralegal por decisão do Supremo Tribunal Federal, prevê, no próprio texto original,
direitos humanos de primeira e segunda gerações.
Comentários
A questão foi considerada incorreta porque o Pacto não prevê direitos de segunda geração em espécie,
apenas prevê o dever de implementação progressiva de normas econômico-sociais:
CAPÍTULO III
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Além do Pacto, há o seu Protocolo Adicional, o qual estabelece diversos direitos de segunda geração, mas
não é possível afirmar que a redação original contenha estes direitos. Logo, a assertiva está Errada.
Comentários
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A decisão determina que juízes e tribunais realizem audiência de custódia em até 90 dias, viabilizando o
comparecimento do preso perante autoridade judiciária no prazo máximo de 24 horas. Portanto, a
alternativa D é correta e é o gabarito da questão.
Comentários
A assertiva I está incorreta. O direito à indenização é de todas pessoas, inclusive dos reincidentes:
Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver sido condenada
em sentença passada em julgado, por erro judiciário.
A assertiva II está incorreta. Toda pessoa deve ter sua honra e dignidade respeitadas, o que não exclui o
criminoso reincidente:
A assertiva III está incorreta. O direito de liberdade religiosa é de todas as pessoas, não só dos cristãos:
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1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica
a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de
crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças,
individual ou coletivamente, tanto em público como em privado.
A assertiva IV está incorreta. O Pacto prevê que deve ser proibida a propaganda a favor da guerra:
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao
ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitação à discriminação, à hostilidade, ao
crime ou à violência.
9. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Sobre a prisão civil, analise as seguintes afirmativas e a relação proposta
entre elas.
I. Desde a adesão do Brasil, sem qualquer reserva, ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos e à Convenção Americana sobre Direitos Humanos, não há mais base legal para prisão
civil do depositário infiel.
UMA VEZ QUE
II. O artigo 5°, LXVII, da Constituição Federal de 1988, no que diz respeito à prisão civil por dívida
do depositário infiel, foi revogado pela ratificação do Pacto de São José da Costa Rica.
A respeito dessas afirmativas e da relação entre elas, é correto afirmar que
a) a afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
b) as afirmativas I e II são verdadeiras, mas a II não é a justificativa da I.
c) as afirmativas I e II são verdadeiras, e a II é a justificativa da I.
d) a afirmativa I é falsa, e a II é verdadeira.
Comentários
Item I – verdadeiro. O Recurso Extraordinário 466.343, de relatoria do Min. Cezar Peluso, firmou
entendimento de que, desde a adesão do Brasil ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP)
em 1992 e à Convenção Americana de Direitos Humanos não há base legal para a aplicação da parte final do
art. 5º, LXVII da Constituição Federal.
Item II – falso. O art. 5º, LXVII não foi revogado e permanece vigente. O Pacto de São José da Costa Rica
derrogou as disposições infraconstitucionais que autorizavam a prisão do depositário infiel (art. 319 do
Código de Processo Penal e art. 4º, §2º da Lei nº 8.866/94). O RE 466.343, supramencionado, deixa claro: “É
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possível concluir que, diante da supremacia da CF/88 sobre os atos normativos internacionais, a previsão
constitucional da prisão civil do depositário infiel (art. 5º, LXVII) não foi revogada (...), mas deixou de ter
aplicabilidade diante do efeito paralisante desses tratados em relação à legislação infraconstitucional que
disciplina a matéria (...). Tendo em vista o caráter supralegal desses diplomas normativos internacionais, a
legislação infraconstitucional posterior que com eles seja conflitante também tem sua eficácia paralisada.”
10. (AOCP/PM-TO - 2018) O Pacto São José da Costa Rica foi recepcionado no ordenamento jurídico
brasileiro pelo Decreto nº 678/92. Acerca dessa norma internacional de proteção aos direitos humanos
ratificada pelo Brasil, assinale a alternativa correta.
a) A Convenção prevê que os pais e, quando for o caso, os tutores têm o dever de ensinar a seus filhos ou
pupilos a educação religiosa e moral oficial do Estado onde vivem.
b) A Convenção prevê que “Pode ser restabelecida a pena de morte nos Estados que a hajam abolido, desde
que de forma motivada”.
c) A Convenção prevê que ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos
países em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa da liberdade acompanhada de trabalhos
forçados, esta disposição não pode ser interpretada no sentido de que proíbe o cumprimento da dita pena,
imposta por juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não deve afetar a dignidade nem a capacidade
física e intelectual do recluso.
d) As pessoas podem ser condenadas por ações ou omissões que, no momento em que forem cometidas,
não sejam delituosas, se assim estiver disposto no direito aplicável. Pode, ainda, ser imposta pena mais grave
que a aplicável no momento da perpetração do delito. No entanto, se depois da perpetração do delito, a lei
dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente será por isso beneficiado.
e) Dentro do direito à proteção judicial, os Estados-Partes comprometem-se: a) a assegurar que a autoridade
competente prevista pelo sistema legal do Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal
recurso; b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e c) a assegurar o cumprimento, pelas
autoridades competentes, das decisões que julgarem convenientes de acordo com a discricionariedade do
órgão julgador.
Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. O Pacto de San José da Costa Rica prevê tais direitos
no art. 6º, §2º:
1. Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a servidão, e tanto estas como o tráfico
de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas as suas formas.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos países
em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa da liberdade acompanhada de
trabalhos forçados, esta disposição não pode ser interpretada no sentido de que proíbe o
cumprimento da dita pena, imposta por juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado
não deve afetar a dignidade nem a capacidade física e intelectual do recluso.
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A alternativa A está errada. De acordo com o art. 12, §4º da Convenção Americana de Direitos Humanos, os
pais têm o direito de oferecer educação religiosa a seus filhos, que esteja de acordo com suas próprias
convicções.
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica a
liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças,
bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou
coletivamente, tanto em público como em privado.
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de
conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças.
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou pupilos recebam
a educação religiosa e moral que esteja acorde com suas próprias convicções.
A alternativa B está errada. A Convenção Americana veda o reestabelecimento da pena de morte nos Estados
em que tenha sido abolida.
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido
pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida
arbitrariamente.
2. Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta pelos
delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em
conformidade com lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido
cometido. Tampouco se estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique
atualmente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em que forem
cometidas, não sejam delituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se pode
impor pena mais grave que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois da
perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente será por
isso beneficiado.
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A alternativa E está errada. O cumprimento das decisões não será de acordo com a discricionaridade do
órgão julgador.
1. Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer outro recurso
efetivo, perante os juízes ou tribunais competentes, que a proteja contra atos que violem
seus direitos fundamentais reconhecidos pela constituição, pela lei ou pela presente
Convenção, mesmo quando tal violação seja cometida por pessoas que estejam atuando
no exercício de suas funções oficiais.
a. a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sistema legal do Estado decida
sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal recurso;
11. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Considerando a Defensoria Pública, a tortura e a violência estatal, analise as
afirmativas a seguir.
I. Durante as entrevistas que antecedem a realização das audiências de custódia, o defensor público deve
questionar o preso entrevistado sobre a ocorrência de qualquer violação à integridade física ou psíquica do
conduzido, sem instaurar procedimento para averiguação do caso, uma vez que a Defensoria Pública não
exerce o controle externo da atividade policial.
II. Tortura é todo ato pelo qual são infligidos intencionalmente a uma pessoa penas ou sofrimentos físicos
ou mentais, com fins de investigação criminal, como meio de intimidação, como castigo pessoal, como
medida preventiva, como pena ou com qualquer outro fim. Configura tortura a aplicação, sobre uma pessoa,
de métodos tendentes a anular a personalidade da vítima que não causem dor física ou angústia psíquica.
III. A Corte Interamericana de Direitos Humanos considera que o elemento essencial de uma investigação
penal sobre uma morte decorrente de intervenção policial é a garantia de que o órgão investigador seja
independente. Essa independência não implica a ausência de relação institucional ou hierárquica, podendo
o possível acusado pertencer ao mesmo órgão a que a investigação for atribuída.
Está(ão) incorreta(s) a(s) afirmativa(s)
(A) I e II, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
Comentários
A letra C está correta e é o gabarito da questão, pois apenas os itens I e III estão incorretos.
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O item I está incorreto, porque apesar da Defensoria Pública não exercer o controle externo da atividade
policial - munus do Ministério Público, nos termos do art. 129, VII, da CF –, ao se deparar na entrevista que
antecede a realização de audiência de custódia com a ocorrência de tortura, a Defensoria Pública, que tem
a função institucional de atuar na preservação e reparação dos direitos de pessoas vítimas de tortura,
propiciando o acompanhamento e o atendimento interdisciplinar das vítimas, conforme o art.4º, VII, da LC
80/94, deverá intentar as medidas cabíveis.
O item II está certo, pois equivale à redação da Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura:
Artigo 2
Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por tortura todo ato pelo qual são infligidos
intencionalmente a uma pessoa penas ou sofrimentos físicos ou mentais, com fins de
investigação criminal, como meio de intimidação, como castigo pessoal, como medida
preventiva, como pena ou com qualquer outro fim. Entender-se-á também como tortura a
aplicação, sobre uma pessoa, de métodos tendentes a anular a personalidade da vítima, ou
a diminuir sua capacidade física ou mental, embora não causem dor física ou angústia
psíquica.
O item III está incorreto, pois no caso Favela Nova Brasília, a Corte considerou que o elemento essencial de
uma investigação penal sobre uma morte decorrente de intervenção policial é a garantia de que o órgão
investigador seja independente dos funcionários envolvidos no incidente. Essa independência implica a
ausência de relação institucional ou hierárquica, bem como sua independência na prática.
12. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Sobre a prisão civil, analise as seguintes afirmativas e a relação proposta
entre elas.
I. Desde a adesão do Brasil, sem qualquer reserva, ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e à
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, não há mais base legal para prisão civil do depositário infiel.
UMA VEZ QUE
II. O artigo 5°, LXVII, da Constituição Federal de 1988, no que diz respeito à prisão civil por dívida do
depositário infiel, foi revogado pela ratificação do Pacto de São José da Costa Rica.
A respeito dessas afirmativas e da relação entre elas, é correto afirmar que
(A) a afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
(B) as afirmativas I e II são verdadeiras, mas a II não é a justificativa da I.
(C) as afirmativas I e II são verdadeiras, e a II é a justificativa da I.
(D) a afirmativa I é falsa, e a II é verdadeira.
Comentários
A letra A está correta e é o gabarito da questão, pois o primeiro item está correto e o segundo está incorreto.
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O item I está certo, pois de fato, com o Pacto de San José da Costa Rica (Convenção Americana sobre Direitos
Humanos), houve a derrogação das disposições infraconstitucionais que autorizavam a prisão do depositário
infiel, apesar do teor do art. 5º, LXVII, da CF/88:
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
Há o caráter especial do Pacto Internacional dos Direitos Civis Políticos (art. 11) e da
Convenção Americana sobre Direitos Humanos - Pacto de San José da Costa Rica (art. 7°,
7), ratificados, sem reserva, pelo Brasil, no ano de 1992. A esses diplomas internacionais
sobre direitos humanos é reservado o lugar específico no ordenamento jurídico, estando
abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal
dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, torna inaplicável a
legislação infraconstitucional com ele conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de
ratificação. HC 95.967, Rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, julg. em 11/11/2008.
Como consequência, foi editada a Súmula Vinculante 25/STF que prevê que “é ilícita a prisão civil de
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”.
O item II, em contrapartida, está incorreto, porque o art. 5º, LXVII, da CF permanece vigente. Foram
derrogadas disposições infraconstitucionais que autorizavam a prisão do depositário infiel, quais sejam o
art. 319 do CPP e o art. 4º, §2º, da Lei 8.866/94.
[...]a previsão constitucional da prisão civil do depositário infiel (art. 5º, LXVII) não foi
revogada [...], mas deixou de ter aplicabilidade diante do efeito paralisante desses
tratados em relação à legislação infraconstitucional que disciplina a matéria. RE 466.343,
voto do rel. min. Cezar Peluso, P, j. 3-12-2008, DJE 104 de 5-6-2009, Tema 60.
13. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Sobre os Direitos Humanos e a sua proteção, assinale a alternativa correta.
(A) O status migratório de uma pessoa é transmitido aos filhos, não bastando o nascimento da pessoa no
território para a aquisição da nacionalidade, mesmo que a pessoa não tenha direito a outra nacionalidade
que não a do Estado onde nasceu.
(B) Em caso de emergência que ameace a independência ou segurança do Estado-Parte, este poderá adotar
disposições que suspendam obrigações contraídas em virtude da Convenção Interamericana sobre Direitos
Humanos.
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(C) É permitida a expulsão coletiva de estrangeiros somente em casos extremos e excepcionais, tais como o
de uma imigração em massa que gere, inadvertidamente, uma profunda crise migratória.
(D) Em obediência à garantia da independência e ao princípio da aderência ao território, o poder judiciário
brasileiro não está internacionalmente obrigado a exercer um “controle de convencionalidade” entre as
normas internas e a Convenção Americana.
Comentários
A letra B está correta e é o gabarito da questão, pois corresponde à previsão da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos:
A letra A está incorreta, porque a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos é no sentido
de que o status migratório de uma pessoa não é automaticamente transmitido para seus filhos:
A assertiva C está errada, pois a Lei 13.445/2017 (Lei de Migração) proíbe a prática de expulsão coletiva.
Confira:
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No Brasil, o Controle de Convencionalidade é exercido por intermédio do Supremo Tribunal Federal (art. 102,
III, "a" e "b", CF) e do Superior Tribunal de Justiça. (art. 105, III, "a", CF). Cite-se, como exemplo, o caso em
que o STF assentou o status supralegal do Pacto de San José da Costa Rica (RE 466.343/SP).
14. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Acerca do(s) posicionamento(s) do STF (ADPF 153/DF) e da Corte
Interamericana de Direitos Humanos (Caso Gomes Lund e outros vs. Brasil) sobre a Lei nº 6.683/79 (Lei
da Anistia), quanto à sua extensão aos crimes praticados pelos agentes do Estado contra os que
lutavam contra o Estado de exceção, assinale a alternativa correta.
(A) Segundo o STF, a Lei estendeu a conexão aos crimes praticados pelos agentes do Estado contra os que
lutavam contra o Estado de exceção; daí o caráter bilateral da anistia. Enquanto que, para a Corte
Interamericana de Direitos Humanos, as disposições da Lei de Anistia brasileira não podem continuar a
representar um obstáculo para a investigação dos fatos nem para a identificação e punição dos responsáveis.
(B) Segundo o STF, as disposições da Lei de Anistia brasileira não podem continuar a representar um
obstáculo para a investigação dos fatos nem para a identificação e punição dos responsáveis. Enquanto que,
para a Corte Interamericana de Direitos Humanos, a Lei estendeu a conexão aos crimes praticados pelos
agentes do Estado contra os que lutavam contra o Estado de exceção; daí o caráter bilateral da anistia.
(C) Tanto o STF, quanto a Corte Interamericana de Direitos Humanos, entenderam que a Lei estendeu a
conexão aos crimes praticados pelos agentes do Estado contra os que lutavam contra o Estado de exceção;
daí o caráter bilateral da anistia. A Lei nº 6.683/79 precede a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura
e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e não alcança, por impossibilidade
lógica, anistias anteriormente à sua vigência consumadas.
(D) Tanto o STF, quanto a Corte Interamericana de Direitos Humanos, entenderam que as disposições da Lei
de Anistia brasileira, que impedem a investigação e a sanção de graves violações de Direitos Humanos,
carecem de efeitos jurídicos. Em consequência, não podem continuar a representar um obstáculo para a
investigação dos fatos, nem para a identificação e punição dos responsáveis, nem podem ter igual ou similar
impacto sobre outros casos de graves violações de direitos humanos.
Comentários
A letra A está correta e é o gabarito da questão, pois está correta a descrição das posições divergentes do
Supremo Tribunal Federal e da Corte Interamericana. Confira a posição do STF:
Lei 6.683/1979, a chamada "Lei de Anistia". (...) A lei estendeu a conexão aos crimes
praticados pelos agentes do Estado contra os que lutavam contra o Estado de exceção; daí
o caráter bilateral da anistia, ampla e geral, que somente não foi irrestrita porque não
abrangia os já condenados – e com sentença transitada em julgado, qual o Supremo
assentou – pela prática de crimes de terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal. (...)
É a realidade histórico-social da migração da ditadura para a democracia política, da
transição conciliada de 1979, que há de ser ponderada para que possamos discernir o
significado da expressão "crimes conexos" na Lei 6.683. É da anistia de então que estamos
a cogitar, não da anistia tal e qual uns e outros hoje a concebem, senão qual foi na época
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conquistada. Exatamente aquela na qual, como afirma inicial, "se procurou" [sic] estender
a anistia criminal de natureza política aos agentes do Estado encarregados da repressão.
(...) A anistia da lei de 1979 foi reafirmada, no texto da EC 26/1985, pelo poder constituinte
da Constituição de 1988. Daí não ter sentido questionar-se se a anistia, tal como definida
pela lei, foi ou não recebida pela Constituição de 1988; a nova Constituição a [re]instaurou
em seu ato originário. (...) A nova ordem compreende não apenas o texto da Constituição
nova, mas também a norma-origem. No bojo dessa totalidade – totalidade que o novo
sistema normativo é – tem-se que "[é] concedida, igualmente, anistia aos autores de crimes
políticos ou conexos" praticados no período compreendido entre 2-9-1961 e 15-8-1979.
STF. ADPF 153, rel. min. Eros Grau, julgamento em 29/4/2010.
15. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Sobre os Direitos Humanos e a sua proteção, assinale a alternativa incorreta.
(A) O Estado não pode alegar sua estrutura federal para deixar de cumprir uma obrigação internacional de
Direitos Humanos. Os Estados devem assegurar o respeito e a garantia de todos os direitos reconhecidos,
sem limitação nem exceção alguma com base na referida organização interna.
(B) A liberdade em consentir desautoriza a alegação de ofensa aos Direitos Humanos. Ou seja, estes não
limitam a autonomia privada, principalmente em face dos reflexos da igualdade formal das partes.
(C) Para a Escola Positivista, os Direitos Humanos justificam-se graças a sua validade formal, tendo como
fundamento a existência da lei positiva, cujo pressuposto de validade se encontra em sua edição, conforme
as regras estabelecidas na Constituição.
(D) Os Estados-Partes possuem o dever geral de se adaptar às disposições da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos. Esse dever implica a supressão das práticas de qualquer natureza que impliquem violação
às garantias nela previstas, inclusive com a edição de medidas legislativas que forem necessárias para tornar
efetivas tais disposições.
Comentários
A letra B está incorreta e é o gabarito da questão, pois os direitos Humanos são indisponíveis e inalienáveis.
Cite-se, como exemplo, o famoso caso de “arremesso de anões” em circos na França, situação na qual as
pessoas com nanismo consentiam e ganhavam com isso, contudo, entendeu-se que ofendia toda a dignidade
de toda a coletividade de anões.
A alternativa A está correta, pois está de acordo com a redação do Pacto de San José de Costa Rica:
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A alternativa C está certa, porque de fato, segundo a Teoria Positivista os direitos humanos fundamentam-
se na ordem jurídica posta, pelo que somente seriam reconhecidos como direitos humanos aqueles já
positivados.
A assertiva D está correta, pois está de acordo com a redação do Pacto de San José de Costa Rica:
16. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) De acordo com a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e o
Regulamento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com a finalidade de decidir quanto à
admissibilidade do assunto, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos verificará se foram
interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de acordo com os princípios de Direito
Internacional geralmente reconhecidos.
O assunto será admitido quando presentes uma das hipóteses a seguir, exceto:
(A) Houver atraso injustificado na decisão sobre os mencionados recursos.
(B) Não existir, na legislação interna do Estado, o devido processo legal para a proteção do direito ou dos
direitos que se alegue tenham sido violados.
(C) Os recursos previstos na legislação interna do Estado não possuírem efeito suspensivo para impedir a
violação do direito ou dos direitos que se alegue tenham sido violados.
(D) Não se tenha permitido, ao suposto lesado em seus direitos, o acesso aos recursos da jurisdição interna,
ou houver sido ele impedido de esgotá-los.
Comentários
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A letra C está incorreta e é o gabarito da questão, pois não há exigência de efeito suspensivo na regra de
esgotamento dos recursos internos, conforme se depreende do Regulamento da Comissão Interamericana
de Direitos Humanos:
17. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Segundo a Corte Interamericana de Direitos Humanos, no Parecer consultivo
sobre identidade de gênero, igualdade e não discriminação entre casais do mesmo sexo (OC 24/2017),
os critérios específicos em virtude dos quais é proibido discriminar, segundo o art. 1.1 da Convenção
Americana, não constituem um rol taxativo ou limitado, mas meramente enunciativo. Nesse sentido,
a redação desse artigo deixa em aberto os critérios, com a inclusão da expressão “outra condição
social”, para incorporar outras categorias que não tenham sido explicitamente mencionadas.
Nesse contexto, qual foi o princípio interpretativo utilizado?
(A) Pro genera
(B) Pro communitas
(C) Pro diversitas
(D) Pro homine
Comentários
A letra D está correta e é o gabarito da questão. O princípio da interpretação pro homine – que tem origem
no regime objetivo dos tratados internacionais de direitos humanos – impõe a necessidade de que a
interpretação normativa seja feita sempre em prol da proteção dada aos indivíduos e criou uma verdadeira
ordem pública internacional, impondo deveres em prol da proteção do ser humano.
A partir daí, toda obrigação internacional de direitos humanos não pode ser interpretada restritivamente
em prol dos Estados, mas sim em prol do destinatário da proteção, ou seja, o indivíduo. Assim, consolidou-
se na jurisprudência internacional de direitos humanos a interpretação sistemática do conjunto de normas
de direitos humanos, de modo a reconhecer direitos inerentes, mesmo que implícitos.
Uma segunda diretriz do princípio pro homine estabelece que a interpretação das eventuais limitações
permitidas de direitos contidas nos tratados internacionais deve ser restritiva. No Parecer Consultivo nº 02,
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a Corte Interamericana de Direitos Humanos sustentou que as reservas à Convenção Americana devem ser
interpretadas restritivamente, evitando, assim, a diminuição da proteção ao ser humano.
A terceira diretriz é relativa ao uso da interpretação pro homine na análise das omissões e lacunas das normas
de direitos humanos. No caso da “denúncia” peruana do reconhecimento da jurisdição obrigatória da Corte
Interamericana de Direitos Humanos em 1999, a Corte considerou desprovido de efeito tal ato, uma vez que
a Convenção Americana de Direitos Humanos, apesar de omissa quanto à possibilidade de denúncia do
reconhecimento da jurisdição obrigatória, possui dispositivo expresso que veda o retrocesso ou qualquer
diminuição na proteção já acordada ao indivíduo (artigo 29). Logo, a interpretação pro homine adotada foi
no sentido de considerar que a denúncia em tela corroía a proteção já fornecida ao jurisdicionado peruano,
o que tornava tal ato nulo. Assim, a Corte continuou a apreciar os casos contra o Peru, que, já após o fim da
Era Fujimori, reconsiderou sua decisão.
18. (FUMARC/PC-MG - 2018) Sobre a Corte Interamericana de Direitos Humanos, é CORRETO afirmar:
(A) O Estado brasileiro reconheceu a competência jurisdicional da Corte Interamericana em dezembro de
1998.
(B) É órgão jurisdicional do sistema regional, composto por 15 juízes nacionais de Estados Membros da OEA,
eleitos a título pessoal pelos Estados Partes da Convenção.
(C) A Corte Interamericana não apresenta competência consultiva.
(D) A Comissão Interamericana e os Estados Partes podem submeter um caso à Corte Interamericana,
admitida a legitimação do indivíduo, nos termos da Convenção Americana.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De fato, como se afirma, o Estado brasileiro
reconheceu a competência jurisdicional da Corte Interamericana em dezembro de 1998. Esse
reconhecimento se deu por meio de um Decreto, o Decreto Legislativo n. 89, de 03 de dezembro de 1998.
Destaque-se que, apesar disso, esse reconhecimento só foi promulgado em novembro de 2002, pelo Decreto
n. 4.463.
A alternativa B está incorreta. Como sabemos, a Corte IDH é composta por 07 (sete) juízes, e não 15 (quinze).
A alternativa C, igualmente, está incorreta. A Corte IDH apresenta, sim, competência consultiva, conforme
se depreende, por exemplo, do Artigo 64, 1, da CADH. Confiram:
Artigo 64
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E a alternativa D, por fim, também está incorreta. Conforme foi apontado em nossas aulas, indivíduos não
podem submeter questões diretamente à Corte IDH. É preciso primeiro se ir à Comissão para que depois a
Comissão encaminhe os pleitos.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com a CADH, o processo penal deve ser público (Artigo 8, 5), e não
privado como se afirma. Vejam:
(...)
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os
interesses da justiça.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o Artigo 8, 2, “a”, da Convenção, é
direito do acusado ser assistido gratuitamente por tradutor ou intérprete, se não compreender ou não falar
o idioma do juízo ou tribunal.
A alternativa C está incorreta, uma vez que cria uma obrigação que não consta na Convenção (Artigo 8, 2,
“b”). Confiram:
(...)
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2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em
plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
(...)
A alternativa D está incorreta, igualmente, uma vez que estabelece um prazo que consta na Convenção
(Artigo 8, 2, “c”):
(...)
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto
não se comprove legalmente sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em
plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
(...)
E a alternativa E está incorreta pelo mesmo motivo. Ela cria um prazo de 7 (sete) dias que não existe na
CADH (Artigo 8, 1). Vejam:
1. Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou
para que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou
de qualquer outra natureza.
20. (FEPESE/PC-SC - 2017) É correto afirmar sobre a natureza e o regime jurídico da Corte Interamericana
de Direitos Humanos.
a) A Corte Interamericana de Direitos Humanos é uma instituição judiciária autônoma.
b) A Corte Interamericana de Direitos Humanos é uma instituição legislativa e consultiva.
c) A Corte Interamericana de Direitos Humanos é uma organização internacional que integra os Estados
Unidos da América.
d) A Corte Interamericana de Direitos Humanos é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos.
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e) A Corte Interamericana de Direitos Humanos equipara-se a um Estado estrangeiro nas suas relações como
os demais Estados Membros.
Comentários
A Corte Interamericana de Direitos humanos é uma instituição judiciária autônoma criada com o objetivo de
aplicar e interpretar a Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Ela possui função jurisdicional e
consultiva. Vejamos o que dispõe os arts. 2 e 3, da Corte:
1. Sua função jurisdicional se rege pelas disposições dos artigos 61, 62 e 63 da Convenção.
Artigo 3. Sede
1. A Corte terá sua sede em San José, Costa Rica; poderá, entretanto, realizar reuniões em
qualquer Estado membro da Organização dos Estados Americanos (OEA), quando a maioria
dos seus membros considerar conveniente, e mediante aquiescência prévia do Estado
respectivo.
2. A sede da corte pode ser mudada pelo voto de dois terços dos Estados Partes da
Convenção na Assembleia Geral da OEA.
21. (FAPEMS/PC-MS - 2017) Na seara dos tratados e das convenções internacionais sobre direitos humanos
incorporados pelo ordenamento jurídico brasileiro, destaca-se a Convenção Americana de Direitos
Humanos. Também conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, tal Convenção foi adotada em 22
de novembro de 1969, durante a Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos.
Sobre ela, é correto afirmar que
a) em seu bojo, dentre os direitos protegidos, destaca a proteção à família, embora se omita sobre o direito
da criança.
b) no âmbito regional trata-se do documento mais importante do sistema interamericano, excluindo a
subordinação ao sistema global de proteção dos direitos humanos.
c) estabelece como competentes para conhecerem os assuntos relacionados com o cumprimento dos
compromissos assumidos pelos Estados-Partes a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte
Interamericana de Direitos Humanos.
d) embora assinada em 1969, foi ratificada pelo Brasil apenas em 1988, possivelmente em razão da
resistência do regime militar em acolher os compromissos nela estipulados.
e) reitera princípios consagrados na Carta da Organização dos Estados Americanos, na Declaração Americana
dos Direitos e Deveres do Homem e no Estatuto de Roma.
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Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a CADH prevê os direitos da criança em seu artigo 19. Vejamos:
ARTIGO 19
Direitos da Criança
Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua condição de menor requer por
parte da sua família, da sociedade e do Estado.
A alternativa B está incorreta. A CADH está subordinada a formar o sistema global de proteção aos Direitos
Humanos.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 33, da Convenção Americana
de Direitos Humanos:
ARTIGO 33
São competentes para conhecer dos assuntos relacionados com o cumprimento dos
compromissos assumidos pelos Estados-Partes nesta Convenção:
A alternativa D está incorreta. Através do Decreto nº 678/92, a CADH entrou em vigor no Brasil no mesmo
ano.
A alternativa E está incorreta. O Estatuto de Roma regulamenta a adoção do Tribunal Penal Internacional –
TPI, que foi criado em 1998, muito depois de 1969.
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Comentários
Tal como vimos em aula, os trechos apresentados na questão se referem à Comissão Interamericana de
Direitos Humanos, órgão da OEA.
23. (UECE-CEV/SEAS-CE - 2017) Quanto à posição hierárquica do Pacto de São José da Costa Rica, no
ordenamento jurídico brasileiro, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal — STF —, é
correto afirmar que
a) tem hierarquia equivalente às Emendas Constitucionais.
b) tem caráter infralegal.
c) tem caráter supralegal.
d) tem hierarquia equivalente às Leis Ordinárias.
Comentários
Os tratados internacionais que versem sobre direitos humanos, mas que não tenham sido aprovados na
forma do art. 5º, §3º, da CF/88, tem caráter supralegal, por força do art. 5º, § 2º, da CRFB. Esse é o caso do
Pacto de San José da Costa Rica (ou Convenção Interamericana de Direitos Humanos).
Destaque-se apenas, que existe doutrina relevante que defende que os Tratados Internacionais de Direitos
Humanos incorporados ao Direito brasileiro antes de 2004 (ano da Emenda Constitucional n. 45/04, que
introduziu o art. 5º, § 3º, da CRFB) como diplomas com status constitucional, com base no art. 5º, § 2º, da
CRFB, também. A questão, contudo, de forma muito honesta, pede a posição do Supremo que, de fato, é a
que se encontra na alternativa C e é a que deve ser adotada em questões objetivas.
24. (TRF-2ª R/TRF-2ªR - 2017) No que diz respeito à força legal da Convenção Americana sobre Direitos
Humanos, assinale a opção correta:
a) Por consistir em Tratado de Direitos Humanos firmado antes de 1988, mas promulgado internamente pelo
Brasil somente em 1992. o Tratado em questão atrai a incidência do § 2o do artigo 5o da Constituição, razão
pela qual as normas protetivas nele previstas ostentam caráter supralegal.
b) vigência da Constituição de 1988, mas promulgado internamente pelo Brasil somente em 2007, o Tratado
em questão atrai a incidência do § 3o do artigo 5o da Constituição, razão pela qual as normas protetivas nele
previstas ostentam caráter constitucional.
c) Por consistir em Tratado de Direitos Humanos firmado antes da vigência da Constituição de 1988, mas
promulgado internamente pelo Brasil somente em 1992, o Tratado em questão atrai a incidência do § 3o do
artigo 5o da Constituição, razão pela qual as normas protetivas nele previstas ostentam caráter supralegal.
d) Por se tratar de Tratado de Direitos Humanos firmado após a vigência da Constituição de 1988, mas
promulgado internamente pelo Brasil somente em 2007, o Tratado em questão atrai a incidência do § 2o do
artigo 5o da Constituição, razão pela qual as normas protetivas nele previstas ostentam caráter
constitucional.
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e) Sendo um Tratado de Direitos Humanos firmado antes da vigência da Constituição de 1988, mas
promulgado internamente pelo Brasil somente em 1992, o Tratado em questão atrai a incidência do § 3o do
artigo 5“ da Constituição, razão pela qual as normas protetivas nele previstas ostentam caráter
constitucionalizado.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Vejamos, primeiramente, o que dispõe os §§2º e 3º,
do art. 5º, da CF/88:
Além disso, através do histórico julgado pelo STF, restou fixada a tese da supralegalidade de tratados
internacionais de direitos humanos não aprovados na forma qualificada para a aprovação de emendas
constitucionais.
25. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Considerando a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, é correto
afirmar que:
a) estabelece que o direito à reunião não se submete à qualquer restrição.
b) não trata de delitos ou de direitos políticos.
c) permite a escravidão
d) o Brasil não é signatário desta Convenção.
e) a pena de morte não pode ser restabelecida nos Estados em que tenha sido abolida.
Comentários
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 4, 3, da Convenção Americana
sobre Direitos Humanos:
ARTIGO 4
Direito à Vida
3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
A alternativa A está incorreta, uma vez que o direito à reunião pode ser sujeito a restrições, sim, de acordo
com o Artigo 15 da CADH. Confiram:
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ARTIGO 15
Direito de reunião
É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício de tal direito só pode
estar sujeito às restrições previstas pela lei e que sejam necessárias, numa sociedade
democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem públicas, ou
para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas.
A alternativa B está incorreta, uma vez que a Convenção trata sim de delitos e de direitos políticos (ex.:
Capítulo II, Direitos Civis e Políticos, Artigo 4, 4).
A alternativa C está incorreta, uma vez que a Convenção não permite a escravidão, que, como sabemos, é
proibida com força jus cogens.
E a alternativa D está incorreta, também, uma vez que, como sabemos, o Brasil ratificou e internalizou a
Convenção em 1992.
26. (FUNCAB/PC-PA - 2017) Sobre as garantias penais e processuais previstas na Convenção Americana
sobre Direitos Humanos, é correto afirmar que:
a) a duração razoável do processo, no que concerne à pessoa privada de sua liberdade, não encontra
referência explícita na Convenção, ao contrário da necessária e imediata apresentação da pessoa a um juiz,
expressamente mencionada.
b) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), analisando o art. 13 do Pacto de São José da
Costa Rica, entendeu que a incriminação do desacato não é compatível com o texto da Convenção.
c) determina a Convenção que todo processo penal deve ser público, sendo vedada qualquer espécie de
sigilo, a fim de que a sociedade possa fiscalizar a correta aplicação das garantias processuais.
d) o Pacto de São José da Costa Rica estabelece a presunção de inocência enquanto não provada legalmente
a culpa da pessoa, repudiando expressamente a execução da pena após sentença condenatória em segunda
instância.
e) a teoria concepcionista, que, em linhas gerais estabelece a proteção à vida desde o momento da
concepção, encontra respaldo no art. 4. da Convenção e determina de forma inquestionável o momento em
que surge a vida intrauterina e, consequentemente, a interpretação sobre a abrangência do abortamento
criminoso.
Comentários
ARTIGO 7
5. Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou
outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada
dentro de um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o
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processo. Sua liberdade pode ser condiciona a garantias que assegurem o seu
comparecimento em juízo.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Para responder essa questão precisamos saber um
posicionamento específico da Comissão. A CIDH entendeu que as leis de desacato visam proporcionar maior
nível de proteção aos funcionários públicos em relação cidadãos privados, o que violaria o princípio de um
sistema democrático, com governo sujeito ao controle popular. Assim, o STJ, em um primeiro momento,
entendeu que a manutenção da prática de desacato como crime seria incompatível com a Convenção
Americana de Direitos Humanos e concordou com o parecer da Corte. Esse entendimento, contudo, foi
superado e hoje, a despeito do entendimento da Corte, tanto o STJ (3º Seção. HC 379.269/MS, Rel. para
acórdão Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 24/05/2017), quanto o STF (2ª Turma. HC 141.949/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/3/2018 – Informativo 894), consideram o desacato como conduta
criminosa.
Ressalta-se que não é raro o fato de nossos tribunais superiores se posicionarem de forma contrária aos
entendimentos da Corte IDH. Outro exemplo, que costuma ser muito cobrado em provas, de posicionamento
nesse sentido, refere-se a Lei de Anistia (enquanto a Corte IDH considera inválidas essas leis, o Supremo já
reconheceu, no âmbito interno, a validade da Lei de Anistia brasileira).
A alternativa C está incorreta. Na Convenção não há essa determinação. O que a Convenção diz é que o
processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os interesses da justiça (Artigo
8, 5).
A alternativa D está incorreta. De acordo com o art. 8, 2, da CADH, não há vedação expressa, mas sim,
implícita.
A alternativa E está incorreta. Com base no art. 4, 1 da CADH, existe proteção desde a concepção, mas não
vedação a práticas abortivas de maneira absoluta e total.
ARTIGO 4
Direito à Vida
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido
pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida
arbitrariamente.
27. (FEPESE/SJC-SC - 2016) Sobre a Corte Interamericana de Direitos Humanos, é correto afirmar:
a) Sediada em San José (Costa Rica) é uma instituição judiciária autônoma cujo objetivo é a aplicação e a
interpretação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
b) A Corte compor-se-á de cinco juízes, nacionais dos Estados membros da Organização, eleitos a título
pessoal dentre juristas da mais alta autoridade moral, de reconhecida competência em matéria de direitos
humanos.
c) Os juízes da Corte serão eleitos, em votação aberta e pelo voto da maioria absoluta dos Estados-Partes na
Convenção.
d) Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis anos e não poderão ser reeleitos.
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Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A Corte Interamericana é um dos três Tribunais
regionais de proteção dos Direitos Humanos, conjuntamente com a Corte Europeia de Direitos Humanos e a
Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos. É uma instituição judicial autônoma cujo objetivo é aplicar
e interpretar a Convenção Americana.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 52, 1, da Convenção Americana de Direitos Humanos, a
Corte está integrada por sete Juízes, nacionais dos Estados membros da OEA.
Artigo 52
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 53, 1, da referida Convenção, os Juízes são eleitos a título
pessoal pelos Estados partes, em votação secreta e pela maioria absoluta dos votos.
Artigo 53
1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta e pelo voto da maioria absoluta dos
Estados Partes na Convenção, na Assembleia Geral da Organização, de uma lista de
candidatos propostos pelos mesmos Estados.
A alternativa D está incorreta. Segundo o art. 54, 1, do Pacto de San José da Costa Rica, o mandato dos Juízes
é de seis anos e podem ser reeleitos uma vez mais pelo mesmo período.
Artigo 54
1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis anos e só poderão ser reeleitos
uma vez. O mandato de três dos juízes designados na primeira eleição expirará ao cabo de
três anos. Imediatamente depois da referida eleição, determinar-se-ão por sorteio, na
Assembleia Geral, os nomes desses três juízes.
A alternativa E está incorreta. Segundo o art. 56, do referido Pacto, o quórum para as deliberações da Corte
é de cinco juízes.
Artigo 56
Lembre-se:
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28. (FEPESE/SJC-SC - 2016) Podem submeter casos para decisão da Corte Interamericana de Direitos
Humanos:
a) Apenas os Estados-Partes da Convenção Americana de Direitos Humanos.
b) Apenas a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
c) Qualquer pessoa e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
d) Qualquer pessoa e os Estados-Partes da Convenção Americana de Direitos Humanos.
e) Os Estados-Partes da Convenção Americana de Direitos Humanos e a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos.
Comentários
A Corte tem competência para conhecer de qualquer caso relativo à interpretação e aplicação das
disposições da Convenção que lhe seja submetido, sempre que os Estados Partes no caso tenham aceitado
sua competência contenciosa. Todo Estado Parte pode, no momento do depósito de seu instrumento de
ratificação ou adesão à Convenção Americana, ou em qualquer momento posterior, declarar que reconhece
como obrigatória de pleno direito a competência da Corte.
Assim, com base no art. 61, 1 da Convenção Americana de Direitos Humanos, somente os Estados-partes e
a Comissão têm direito de submeter um caso à decisão da Corte.
Artigo 61
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b) A Comissão não poderá proceder a uma conciliação entre as partes conflitantes, seja pessoa ou grupo de
pessoas ou Estados, antes de submeter o caso à apreciação da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
c) A Comissão pode receber comunicação de violação a direitos humanos no pacto referido por Estado que
não tenha, no momento da ratificação da Convenção, declarado que reconhece a competência daquela,
mesmo que em desfavor de outro Estado-parte em igual condição.
d) A Comissão poderá arquivar a petição em que se alega violação de direitos humanos por um Estado, sem
instauração de qualquer investigação, após o recebimento de informações deste.
e) A Comissão não pode declarar inadmissível uma petição que seja substancialmente reprodução de outra
anterior que tenha sido examinada por outro organismo internacional.
Comentários
A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 48, 1, “c”, CADH, a Comissão poderá declarar a
inadmissibilidade da petição ou comunicação com base em informações supervenientes.
f) pôr-se-á à disposição das partes interessadas, a fim de chegar a uma solução amistosa
do assunto, fundada no respeito aos direitos reconhecidos nesta Convenção.
A alternativa C está incorreta. Segundo o art. 45, 2, da CADH, a Comissão não admitirá nenhuma
comunicação contra um Estado-parte que não haja feito tal declaração.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 48, 1, da Convenção Americana
de Direitos Humanos.
A alternativa E está incorreta. Com base no art. 47, da CADH, a Comissão pode declarar inadmissível uma
petição que seja substancialmente reprodução de outra anterior que tenha sido examinada por outro
organismo internacional.
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30. (UFMT/DPE-MT - 2016) Sobre jurisdição e responsabilidade internacional, no que se refere à proteção
dos Direitos Humanos, assinale a afirmativa correta.
a) Os Estados que aderiram à Convenção Americana de Direitos Humanos submetem-se a sua jurisdição,
excluindo-se, assim, aquela prevista na Carta da Organização dos Estados Americanos, quando da violação
de direitos humanos.
b) Hoje, para que um Estado possa aderir à Organização dos Estados Americanos, deve ser membro da
Convenção Americana de Direitos Humanos.
c) A Comissão Interamericana de Direitos Humanos foi criada pela Convenção Americana de Direitos
Humanos, com a função exclusiva de receber denúncias de violação a direitos humanos nos Estados-
membros da Convenção.
d) A Convenção Americana de Direitos Humanos prevê um sistema de responsabilização por violação aos
direitos nela reconhecidos; os Estados que a ela aderirem, seguindo o procedimento de adoção de tratado
internacional, externa e internamente, exercem jurisdição subsidiária no que se refere à proteção desses
direitos.
e) A Comissão Interamericana de Direitos Humanos exerce dupla função na proteção de direitos humanos:
uma no âmbito da própria Organização dos Estados Americanos e outra dentro do sistema da Convenção
Americana de Direitos Humanos.
Comentários
A alternativa A está incorreta. A adesão à Convenção Americana de Direitos Humanos não exclui a vinculação
do estado-parte da OEA.
A alternativa B está incorreta. Não há vinculação entre os dois diplomas, eles são autônomos.
A alternativa C está incorreta. A Comissão foi criada em 1959. Em 1969 se aprovou a Convenção Americana
sobre Direitos Humanos, que entrou em vigor em 1978 e que foi ratificada em setembro de 1997 por 25
países. Ademais, a Comissão tem duas funções, e não uma função exclusiva, como veremos a seguir.
A alternativa D está incorreta. Não se fala em jurisdição subsidiária do próprio Estado na proteção dos
Direitos Humanos. A proteção de um e outro é complementar.
31. (UFMT/DPE-MT - 2016) Sobre a eficácia na proteção dos direitos reconhecidos na Convenção
Americana de Direitos Humanos por instituições públicas no Brasil, assinale a afirmativa correta.
a) O Brasil deve cumprir, de forma voluntária, as decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
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b) Atualmente, graves violações a direitos humanos, assim caracterizados pela Convenção, deverão ser
julgadas na Justiça Federal.
c) A federalização dos crimes graves contra direitos humanos refere-se à obrigatoriedade do Estado em criar
mecanismos legais e administrativos para que tais sejam julgados pelo Superior Tribunal de Justiça.
d) Quando houver conflito de competência quanto a direitos que possam envolver caso grave de violação a
direitos humanos, caberá ao Supremo Tribunal Federal dirimi-lo.
e) Os Estados Federados no Brasil também se obrigam às disposições da Convenção, podendo ser
interpelados na Corte Interamericana de Direitos Humanos, por qualquer violação.
Comentários
Artigo 62
A alternativa B está incorreta. De acordo com o §5º, do art. 109, da CF/88, a competência originária continua
sendo da Justiça Estadual. Há casos, em que o Procurador-Geral da República poderá suscitar o conflito de
competência, onde, se deferido, a lide irá para a Justiça Federal.
A alternativa C está incorreta. Cabe ao STJ decidir sobre o pedido de deslocamento de competência (IDC)
suscitado pelo Procurador-Geral da República. Mas cabe à Justiça Federal o seu julgamento.
A alternativa D está incorreta. Conforme art. 109, §5º, já mencionado, a competência é do STJ, e não do STF.
A alternativa E está incorreta. Os Estados-membros Federados no âmbito de qualquer Estado não podem
ser interpelados na Corte Interamericana de Direitos Humanos. Essa interpelação só cabe ao Estado parte
da Convenção, que deve responder, inclusive, pelas violações perpetradas por seus Estados-membros à
CADH. Esse entendimento decorre da Cláusula Federal (Artigo 28, da CADH), que dispõe:
Artigo 28.
Cláusula federal
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3. Quando dois ou mais Estados Partes decidirem constituir entre eles uma federação ou
outro tipo de associação, diligenciarão no sentido de que o pacto comunitário respectivo
contenha as disposições necessárias para que continuem sendo efetivas no novo Estado
assim organizado as normas da presente Convenção.
Essa, é uma das razões que justifica o incidente de deslocamento de competência (IDC), estampado acima.
Se é o Estado brasileiro quem vai responder internacionalmente por violações de direitos humanos
perpetradas em seu território, nada mais justo que a União intervenha em investigações relativas à essas
violações quando há (i) grave violação de direitos humanos, quando há (ii) risco de responsabilização
internacional do Estado brasileiro e quando há (iii) incapacidade das autoridades locais em dar o correto
tratamento às investigações.
32. (UFMT/DPE-MT - 2016) Sobre a Defensoria Pública na defesa dos direitos humanos, leia o texto.
[...] a Defensoria Pública, instituição essencial do sistema de Justiça pátrio, encarregada da orientação e
defesa das pessoas necessitadas, deve aprimorar a sua atuação na promoção e na defesa dos direitos
humanos, valendo-se inclusive, tanto interna quanto externamente, dos instrumentos e órgãos do Sistema
Interamericano de Direitos Humanos. (MAFEZZOLI, A. A atuação da Defensoria Pública na promoção e defesa
dos Direitos Humanos e o Sistema Interamericano de Direitos Humanos. São Paulo: Defensoria Pública do
Estado de São Paulo.)
Quanto ao exercício da atividade referida no texto e ao processo no Sistema Interamericano de Direitos
Humanos previsto no Pacto de São José da Costa Rica, de 1969, assinale a afirmativa correta.
a) A Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem a atribuição de formular recomendações aos
governos dos Estados signatários da Convenção.
b) Qualquer pessoa, grupo de pessoas, entidade não governamental legalmente reconhecida por um Estado
membro pode apresentar queixa ou denúncia diretamente à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
c) O acesso à Corte Interamericana de Direitos Humanos é possível apenas após o esgotamento dos recursos
judiciais internos de um Estado membro para consecução dos dispositivos no Pacto.
d) O autor de uma petição ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos, na forma da Convenção, figurará
em todo o procedimento, prévio e judicial, tal qual um assistente litisconsorcial.
e) Conforme as disposições do Pacto, as recomendações em relatório preliminar e definitivo da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos em resposta à denúncia obrigam os Estados membros.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois é o que dispõe o art. 41, “b”, da CADH:
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A alternativa B está incorreta. Com base no Artigo 61 da Convenção Americana da Direitos Humanos,
somente os Estados Partes e a Comissão têm direito de submeter caso à decisão da Corte.
A alternativa C está incorreta, apesar de ser um requisito, há algumas exceções, conforme estabelece o art.
46, da CADH:
Artigo 46 - Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os artigos
44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário:
a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de acordo com
os princípios de Direito Internacional geralmente reconhecidos;
b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em que o
presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva;
2. As disposições das alíneas "a" e "b" do inciso 1 deste artigo não se aplicarão quando:
a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido processo legal para
a proteção do direito ou direitos que se alegue tenham sido violados;
A alternativa E está incorreta. As recomendações da Comissão, tal consta no art. 51, podem ou não sem
cumpridas pelo Estado. Dessa forma, está incorreto dizer que elas “obrigam” o Estado.
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33. (UFMT/DPE-MT - 2016) Em situação hipotética, o Brasil foi condenado em sentença da Corte
Interamericana de Direitos Humanos, que, dentre as determinações estabelecidas, condenou-o ao
pagamento de indenização à família de vítima de violação de direitos humanos em seu território. Sobre
essa sentença, assinale a afirmativa correta.
a) Essa sentença deverá ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal apenas para fim de aplicação da
condenação ao pagamento de indenização.
b) Da decisão não cabe apreciação pelo Supremo Tribunal Federal ou qualquer rito burocrático pelo Estado
para que possa ser efetivada.
c) A decisão da Corte deverá ser imediatamente executada no que tange às outras determinações, porém,
quanto à indenização, passará pelo exame do Supremo Tribunal Federal.
d) As determinações diversas da condenação ao pagamento de indenização devem ser apreciadas pelo
Supremo Tribunal Federal para manifestação quanto à possibilidade de interposição de recurso.
e) A decisão da Corte, em conformidade com o ordenamento jurídico pátrio e fontes de direito internacional
público, é inapelável em sua totalidade.
Comentários
A questão parece complicada, contudo, para responder corretamente basta que você soubesse que a decisão
da corte é inapelável.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão, conforme prevê o art. 67, da CADH:
34. (UFMT/DPE-MT - 2016) Sobre os efeitos no Brasil das disposições da Convenção Americana de Direitos
Humanos − o Pacto de São José da Costa Rica, de 1969, assinale a afirmativa correta.
a) Os direitos essenciais do homem não derivam do fato de ser ele nacional de determinado Estado, mas sim
do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana, porém a jurisdição da Corte Interamericana
de Direitos Humanos recai apenas sobre nacional de Estado signatário.
b) Ao assinar a Convenção, o Brasil se comprometeu a adotar todas as medidas necessárias à aplicação de
suas disposições, obtendo prerrogativa supralegal para aplicação imediata de medidas que possam ser, de
acordo com o ordenamento jurídico interno prévio, de competência exclusiva dos Estados federados.
c) A Convenção impõe que o Estado deva adotar não somente medidas legislativas, mas quaisquer outras
que se mostrem necessárias e adequadas à consecução de seus objetivos, mesmo que de natureza
administrativa.
d) A Convenção representa a consolidação de um constitucionalismo regional na América, vide o número de
Estados que a assinaram, somente permitindo recuo na proteção dos direitos nela dispostos na observância
da Lei Maior de cada país.
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e) No que se refere à cooperação a que se obriga o Estado signatário, este deve adotar procedimentos
internos de implementação do Pacto e, quando solicitado, entregar pessoas à Corte Interamericana de
Direitos Humanos.
Comentários
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 2º, do Pacto de São José da Costa Rica:
Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo 1 ainda não estiver garantido
por disposições legislativas ou de outra natureza, os Estados-partes comprometem-se a
adotar, de acordo com as suas normas constitucionais e com as disposições desta
Convenção, as medidas legislativas ou de outra natureza que forem necessárias para tornar
efetivos tais direitos e liberdades.
A alternativa A está incorreta, uma vez que a jurisdição da corte não recai sobre nacionais (pessoas), mas
sobre Estados.
A alternativa B está incorreta, uma vez que viola a Cláusula Federal (Artigo 28, CADH). O Estado não pode
aplicar medidas de competência dos seus Estados Federados. O que ele deve fazer é agir para que os seus
Estados Federados cumpram com as suas obrigações. Vejam:
Artigo 28.
Cláusula federal
3. Quando dois ou mais Estados Partes decidirem constituir entre eles uma federação ou
outro tipo de associação, diligenciarão no sentido de que o pacto comunitário respectivo
contenha as disposições necessárias para que continuem sendo efetivas no novo Estado
assim organizado as normas da presente Convenção.
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E a alternativa E está incorreta, uma vez que não há que se falar em “entrega” para a Corte IDH. Além de a
Corte não julgar pessoas, mas só Estados, a “entrega” é um instituto específico do tribunal Penal
Internacional, previsto no Estatuto de Roma.
Comentários
O art. 34, da CADH, estabelece que a Comissão é composta por sete membros, que deverão ser pessoas de
alta autoridade moral e de reconhecido saber em matéria de direitos humanos.
Além disso, de acordo com o art. 37, 1, da CADH, os membros da comissão serão eleitos por quatro anos e
só poderão ser reeleitos uma vez, sendo que o mandato é incompatível com o exercício de atividades que
possam afetar sua independência e sua imparcialidade, ou a dignidade ou o prestígio do seu cargo na
Comissão.
Artigo 37
1. Os membros da Comissão serão eleitos por quatro anos e só poderão ser reeleitos um
vez, porém o mandato de três dos membros designados na primeira eleição expirará ao
cabo de dois anos. Logo depois da referida eleição, serão determinados por sorteio, na
Assembleia Geral, os nomes desses três membros.
36. (FUNCAB/SEGEP-MA - 2016) No que tange à Corte Interamericana de Direitos Humanos, assinale a
assertiva correta.
a) Compete emitir opiniões consultivas.
b) Compete promover estudos e capacitação em direitos humanos.
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Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 64, 1, da CADH, à Corte compete
emitir opiniões consultivas.
Artigo 64
As alternativas B, C e D estão incorretas, pois retratam, todas, atribuições da Comissão e não da Corte.
Por fim, a alternativa E também está incorreta, uma vez que fala em quatro anos, quando a CADH fala em
seis.
37. (TRF-3ªR/TRF-3ªR - 2016) Consideradas as assertivas que se seguem, assinale a alternativa correta:
I. A Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão da Convenção Americana de Direitos Humanos, tem a
finalidade de julgar casos de violação dos direitos humanos ocorridos em países que integram a Organização
dos Estados Americanos (OEA) e reconheçam a sua competência, como o Brasil, que a reconheceu por meio
do Decreto Legislativo nº 89, de 1998, do Senado Federal.
II. O instituto do deslocamento de competência para a Justiça Federal poderá ocorrer, em qualquer fase
processual, com relação a inquéritos e processos em trâmite na Justiça Estadual, com a finalidade de
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratado internacional de direitos humanos do qual
o Brasil seja parte, mediante requerimento do Procurador-Geral da República perante o Supremo Tribunal
Federal, nas hipóteses de grave violação de direitos humanos.
III. Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida contrariar tratado ou negar-lhe vigência.
IV. O Tribunal Penal Internacional, criado pelo Estatuto de Roma de 1998 promulgado pelo Decreto nº 4.388,
de 25.9.2002, tem competência para julgar crime de genocídio; crimes contra a humanidade; crimes de
guerra e crime de agressão, todos imprescritíveis, em relação às violações praticadas depois da entrada em
vigor do Estatuto de Roma.
a) As assertivas I e II estão incorretas.
b) Somente a assertiva II está incorreta.
c) Somente a assertiva IV está incorreta.
d) Todas as assertivas estão corretas.
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Comentários
O item I está incorreto. A Corte Interamericana de Direitos Humanos é órgão jurisdicional apenas da CADH,
portanto não faz parte da OEA, ao contrário da Comissão Interamericana de DH.
O item II está incorreto. De acordo com o art. 109, §5º, da CF/88, o incidente de deslocamento de
competência deve ser suscitado perante STJ e não no STF.
O item III está correto, pois é o que dispõe o art. 105, III, “a”, da Constituição Federal:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:
Artigo 5o
a) O crime de genocídio;
c) Crimes de guerra;
d) O crime de agressão.
Além disso, o art. 29, da CF/88, prevê que os crimes da competência do Tribunal não prescrevem.
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38. (CS-UFGO/DPE-GO - 2014) No que se refere aos direitos humanos, quanto aos pactos internacionais e
à incorporação de normas internacionais em geral e dos tratados no ordenamento jurídico interno,
especialmente do Brasil, compreende-se que:
a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem como uma de suas atribuições a de estimular a
consciência dos direitos humanos em relação aos povos da América.
b) o Pacto de São José da Costa Rica (1969) é uma das mais importantes normas internacionais e foi aprovado
imediatamente no Brasil, sem nenhuma restrição ou reserva
c) a Lei Maria da Penha resultou do descumprimento à decisão da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos, que condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência familiar e infantil.
d) o Supremo Tribunal Federal entendeu que os tratados internacionais de direitos humanos são normas
secundárias, assegurando o cumprimento da norma constitucional, que prevê asilo político exclusivo de
diplomatas.
e) o direito de renúncia de ser assistido por um defensor do Estado, segundo as convenções internacionais,
é assegurado ao acusado, ainda que fique sem defesa por si próprio ou por advogado constituído.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, uma vez que constitui uma das funções do Pacto de
San José da Costa Rica, conforme dispositivo abaixo citado:
A alternativa B está incorreta. O Pacto demorou para sem aprovado e internalizado em nosso ordenamento
jurídico. Vejamos a linha do tempo abaixo:
A alternativa C está incorreta posto que a condenação foi direta, não houve descumprimento pelo Brasil às
determinações da Comissão, que fixou indenização e obrigações ao Estado Brasileiro. A título de curiosidade,
vejamos algumas linhas sobre o caso Maria da Penha.
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Em 1998, a Sra. Maria da Penha Maia Fernandes, juntamente com duas organizações não-governamentais
(CEJIL-Brasil e CLADEM-Brasil) encaminharam à Comissão Interamericana, reclamou, contra o Estado
brasileiro, a defesa dos seus direitos humanos, em face das violações domésticas sofridas.
Relata-se que a Sra. Maria Penha sofreu diversas agressões e ameaça do seu ex-marido, sendo, inclusive,
vítima de tentativa de homicídio com dois tiros nas costas enquanto dormia, o que a deixou paraplégica. O
agressor tentou eximir-se da culpa e, duas semanas após, em nova tentativa de homicídio por parte do seu
ex-marido, ele tentou eletrocutá-la durante o banho. Não mais aguentando a situação, superou as emaças e
medo e separou-se.
Houve o ingresso da ação penal, com a produção de diversas provas dando conta da autoria dos fatos pelo
ex-marido, contudo, mesmo após 15 anos, ainda permanecia em liberdade, não havendo decisão definitiva.
Em face disso, a Sra. Maria da Penhora, juntamente com a CEJIL-Brasil e com a CLADEM-Brasil ingressa contra
o Brasil na Comissão Interamericana denunciando o padrão sistemático de omissão e negligência em relação
à violência doméstica e familiar contra as mulheres brasileiras.
Após o trâmite do procedimento internacional, o Estado brasileiro foi condenado por negligência, omissão e
tolerância em relação à violência doméstica contra as mulheres, fazendo uma série de recomendações, entre
as quais:
• Finalizar a apuração da autoria dos delitos praticados contra a Sra. Maria da Penha;
• Apurar a responsabilidade pelo atraso injustificado no trâmite processual interno; e
• Adotar políticas públicas voltadas à prevenção, punição e erradicação da violência contra a mulher.
À luz desse contexto, o caso Maria da Penha permitiu, de forma emblemática, romper com
a indivisibilidade que acoberta este grave padrão de violência de que são vítimas tantas
mulheres, sendo símbolo de uma necessária conspiração contra a impunidade.
Em 2002, houve a prisão do réu, encerrando-se o longo ciclo de impunidade que envolveu o presente caso.
Posteriormente, em razão desse caso paradigmático foi votada e aprovada a Lei nº 11340/2006, que ficou
denominada de Lei Maria da Penha.
A alternativa D está totalmente incorreta, não é mesmo? Os tratados internacionais de direitos humanos
receberam tratamento privilegiado em nosso ordenamento, fato reconhecido e ratificado pelo STF, que
considerou os tratados internacionais como normas supralegais ou constitucionais a depender do quórum
de aprovação.
A alternativa E, por fim, também está incorreta. O erro está na parte final da assertiva, quando se diz “ainda
que fique sem defesa por si próprio ou por advogado constituído”. Segundo a CADH, durante o processo,
todo o acusado tem o direito de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de sua
12
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, p. 337.
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escolha (Artigo 8, 2, “d”), mas sempre ou um ou outro. O que não pode ocorrer é o acusado dispensar a
defesa pública e, ainda, não se defender por si próprio ou por advogado constituído.
39. (UESPI/PC-PI - 2014) A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica)
prevê, no item 2, do art.8º, como garantias judiciais, EXCETO,
a) necessária motivação das decisões judiciais.
b) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparação de sua defesa.
c) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.
d) direito de não ser obrigado a depor contra si mesmo, nem a declarar-se culpado.
e) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada.
Comentários
Pessoal, questão bastante tranquila. Para tanto devemos lembrar as garantias judiciais estabelecidas no art.
8º do Pacto de San José da Costa Rica. Vejamos o dispositivo abaixo e atentem-se para os destacados:
1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou Tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou
na determinação de seus direitos e obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de
qualquer outra natureza.
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto
não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito,
em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
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g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se culpada; e
40. (IBFC/PC-SE - 2014) O Decreto n° 678/92 promulgou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos,
também conhecido como Pacto de São José da Costa Rica. Segundo entendimento pacificado pelo
Supremo Tribunal Federal, o referido diploma possui natureza jurídica de:
a) Norma constitucional.
b) Norma supralegal.
c) Lei ordinária.
d) Decreto legislativo.
Comentários
Embora não tenhamos tratado desse assunto nesta aula, vimos na Aula 00 que o Pacto de San José da Costa
Rica foi incorporado em nosso ordenamento jurídico como uma norma supralegal, em face da alteração
promovida pela EC nº 45/2004 e, notadamente, em razão do entendimento do STF ao se pronunciar sobre a
impossibilidade da prisão civil por dívida, dada a vedação constante expressamente no referido documento.
122
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LISTA DE QUESTÕES
Outras Bancas
1. (INSTITUTO ACESSO/PC-ES - 2019) A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) fez uma
visita in loco ao Brasil, entre 5 e 12 de novembro de 2018, em função de convite formulado pelo Estado
brasileiro realizado em 29 de novembro de 2017. O objetivo foi o de observar a situação dos direitos
humanos no país. Entre os itens constantes de seu relatório, a CIDH apontou para “o grave contexto
de violações aos direitos humanos das mulheres negras e da juventude pobre da periferia. São os
pobres e os afrodescendentes aqueles que seguem sendo desproporcionalmente as principais vítimas
de violações aos direitos humanos no Brasil. Estes são mortos às dezenas e milhares, sem investigação,
julgamento, punição ou reparação adequados”. Os termos exarados encontram-se de acordo com as
atribuições da CIDH, que
a) pode solicitar que a Corte Interamericana requeira “medidas provisionais” dos Governos em casos
urgentes de grave perigo às pessoas, ainda que o caso não tenha sido submetido à Corte.
b) expede “Pareceres”, em caráter consultivo, à Corte Interamericana, sobre aspectos de interpretação
da Convenção Americana, podendo inclusive sugerir providências para solução dos problemas observados.
c) zela pelo cumprimento geral dos direitos humanos nos Estados-membros, publica as informações
especiais sobre a situação em um estado específico e as envia à Assembleia Geral da OEA para as sanções
cabíveis,
d) realiza visitas in loco aos países, ao receber petições individuais que alegam violações dos direitos
humanos, segundo o disposto nos artigos 44 a 51 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, com o
intuito de aprofundar a observação geral da situação, e/ou para investigar uma situação particular.
e) faz recomendações aos Estados-membros da OEA acerca da adoção de medidas para corrigir as práticas
de violações e adotar medidas de promoção e garantia dos direitos humanos.
2. (IBFC/PM-BA - 2020) A Convenção Americana de Direitos Humanos, também chamado de Pacto de San
José da Costa Rica, foi assinado em 22 de novembro de 1969 e ratificado pelo Brasil em setembro de
1992. Ela busca consolidar entre os países americanos um regime de liberdade pessoal e justiça
pessoal, fundado no respeito aos direitos humanos essenciais, independentemente do país onde a
pessoa resida ou tenha nascido. Assim, quanto ao seu âmbito de proteção, analise as afirmativas
abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
( ) Não existe nenhuma relação entre o Pacto de San Jose da Costa Rica e a Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
( ) Sobre os deveres das pessoas, determina que toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade
e a humanidade.
( ) Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer outro recurso efetivo, perante os
juízes ou tribunais competentes, que a proteja contra atos que violem seus direitos fundamentais
reconhecidos pela constituição, pela lei ou pela presente Convenção, mesmo quando tal violação seja
cometida por pessoas que estejam atuando no exercício de suas funções oficiais.
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( ) Algumas disposições do Pacto de San José da Costa Rica podem excluir outros direitos e garantias que são
inerentes ao ser humano ou que decorrem da forma democrática representativa de governo.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
a) V, V, V, V
b) V, V, F, F
c) V, F, F, V
d) F, F, V, V
e) F, V, V, F
3. (IBFC/CBM-BA - 2020) Dispõe a Convenção Americana sobre Direitos Humanos que os Estados
americanos signatários reconheçam que os direitos essenciais do homem não derivam do fato de ser
ele nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa
humana, razão por que justificam uma proteção internacional, de natureza convencional, coadjuvante
ou complementar da que oferece o direito interno dos Estados americanos. Sobre os deveres dos
Estados e direitos protegidos, assinale a alternativa correta.
a) Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral,
desde o momento do nascimento
b) Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psíquica e moral, sendo permitida a
tortura em casos de terrorismo
c) Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica
d) Constitui trabalho forçado ou obrigatório o serviço militar
e) Autoriza a prisão do depositário infiel e do devedor de alimentos
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a) Em alguns casos é permitida a pena de morte ser aplicada a delitos políticos e & delitos comuns, desde
que conexos com delitos políticos.
b) Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
c) As torturas e as penas cruéis, podem ser liberadas por autoridades judiciárias.
d) Os processados não precisam ficar separados dos condenados, mas devem ser submetidos a tratamento
adequado à sua condição de pessoas não condenadas.
6. (IADES/IRBr-2019) No que tange à relação do Brasil com as organizações internacionais, bem como aos
procedimentos de negociação e internalização de convenções e tratados internacionais, julgue o item
a seguir.
O Pacto de San José da Costa Rica, aderido pelo Brasil e reconhecido no respectivo ordenamento como
norma de caráter supralegal por decisão do Supremo Tribunal Federal, prevê, no próprio texto original,
direitos humanos de primeira e segunda gerações.
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9. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Sobre a prisão civil, analise as seguintes afirmativas e a relação proposta
entre elas.
I. Desde a adesão do Brasil, sem qualquer reserva, ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos e à Convenção Americana sobre Direitos Humanos, não há mais base legal para prisão
civil do depositário infiel.
UMA VEZ QUE
II. O artigo 5°, LXVII, da Constituição Federal de 1988, no que diz respeito à prisão civil por dívida
do depositário infiel, foi revogado pela ratificação do Pacto de São José da Costa Rica.
A respeito dessas afirmativas e da relação entre elas, é correto afirmar que
a) a afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
b) as afirmativas I e II são verdadeiras, mas a II não é a justificativa da I.
c) as afirmativas I e II são verdadeiras, e a II é a justificativa da I.
d) a afirmativa I é falsa, e a II é verdadeira.
10. (AOCP/PM-TO - 2018) O Pacto São José da Costa Rica foi recepcionado no ordenamento jurídico
brasileiro pelo Decreto nº 678/92. Acerca dessa norma internacional de proteção aos direitos humanos
ratificada pelo Brasil, assinale a alternativa correta.
a) A Convenção prevê que os pais e, quando for o caso, os tutores têm o dever de ensinar a seus filhos ou
pupilos a educação religiosa e moral oficial do Estado onde vivem.
b) A Convenção prevê que “Pode ser restabelecida a pena de morte nos Estados que a hajam abolido, desde
que de forma motivada”.
c) A Convenção prevê que ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos
países em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa da liberdade acompanhada de trabalhos
forçados, esta disposição não pode ser interpretada no sentido de que proíbe o cumprimento da dita pena,
imposta por juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não deve afetar a dignidade nem a capacidade
física e intelectual do recluso.
d) As pessoas podem ser condenadas por ações ou omissões que, no momento em que forem cometidas,
não sejam delituosas, se assim estiver disposto no direito aplicável. Pode, ainda, ser imposta pena mais grave
que a aplicável no momento da perpetração do delito. No entanto, se depois da perpetração do delito, a lei
dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente será por isso beneficiado.
e) Dentro do direito à proteção judicial, os Estados-Partes comprometem-se: a) a assegurar que a autoridade
competente prevista pelo sistema legal do Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal
recurso; b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e c) a assegurar o cumprimento, pelas
autoridades competentes, das decisões que julgarem convenientes de acordo com a discricionariedade do
órgão julgador.
11. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Considerando a Defensoria Pública, a tortura e a violência estatal, analise as
afirmativas a seguir.
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I. Durante as entrevistas que antecedem a realização das audiências de custódia, o defensor público deve
questionar o preso entrevistado sobre a ocorrência de qualquer violação à integridade física ou psíquica do
conduzido, sem instaurar procedimento para averiguação do caso, uma vez que a Defensoria Pública não
exerce o controle externo da atividade policial.
II. Tortura é todo ato pelo qual são infligidos intencionalmente a uma pessoa penas ou sofrimentos físicos
ou mentais, com fins de investigação criminal, como meio de intimidação, como castigo pessoal, como
medida preventiva, como pena ou com qualquer outro fim. Configura tortura a aplicação, sobre uma pessoa,
de métodos tendentes a anular a personalidade da vítima que não causem dor física ou angústia psíquica.
III. A Corte Interamericana de Direitos Humanos considera que o elemento essencial de uma investigação
penal sobre uma morte decorrente de intervenção policial é a garantia de que o órgão investigador seja
independente. Essa independência não implica a ausência de relação institucional ou hierárquica, podendo
o possível acusado pertencer ao mesmo órgão a que a investigação for atribuída.
Está(ão) incorreta(s) a(s) afirmativa(s)
(A) I e II, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
12. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Sobre a prisão civil, analise as seguintes afirmativas e a relação proposta
entre elas.
I. Desde a adesão do Brasil, sem qualquer reserva, ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e à
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, não há mais base legal para prisão civil do depositário infiel.
UMA VEZ QUE
II. O artigo 5°, LXVII, da Constituição Federal de 1988, no que diz respeito à prisão civil por dívida do
depositário infiel, foi revogado pela ratificação do Pacto de São José da Costa Rica.
A respeito dessas afirmativas e da relação entre elas, é correto afirmar que
(A) a afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
(B) as afirmativas I e II são verdadeiras, mas a II não é a justificativa da I.
(C) as afirmativas I e II são verdadeiras, e a II é a justificativa da I.
(D) a afirmativa I é falsa, e a II é verdadeira.
13. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Sobre os Direitos Humanos e a sua proteção, assinale a alternativa correta.
(A) O status migratório de uma pessoa é transmitido aos filhos, não bastando o nascimento da pessoa no
território para a aquisição da nacionalidade, mesmo que a pessoa não tenha direito a outra nacionalidade
que não a do Estado onde nasceu.
(B) Em caso de emergência que ameace a independência ou segurança do Estado-Parte, este poderá adotar
disposições que suspendam obrigações contraídas em virtude da Convenção Interamericana sobre Direitos
Humanos.
(C) É permitida a expulsão coletiva de estrangeiros somente em casos extremos e excepcionais, tais como o
de uma imigração em massa que gere, inadvertidamente, uma profunda crise migratória.
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14. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Acerca do(s) posicionamento(s) do STF (ADPF 153/DF) e da Corte
Interamericana de Direitos Humanos (Caso Gomes Lund e outros vs. Brasil) sobre a Lei nº 6.683/79 (Lei
da Anistia), quanto à sua extensão aos crimes praticados pelos agentes do Estado contra os que
lutavam contra o Estado de exceção, assinale a alternativa correta.
(A) Segundo o STF, a Lei estendeu a conexão aos crimes praticados pelos agentes do Estado contra os que
lutavam contra o Estado de exceção; daí o caráter bilateral da anistia. Enquanto que, para a Corte
Interamericana de Direitos Humanos, as disposições da Lei de Anistia brasileira não podem continuar a
representar um obstáculo para a investigação dos fatos nem para a identificação e punição dos responsáveis.
(B) Segundo o STF, as disposições da Lei de Anistia brasileira não podem continuar a representar um
obstáculo para a investigação dos fatos nem para a identificação e punição dos responsáveis. Enquanto que,
para a Corte Interamericana de Direitos Humanos, a Lei estendeu a conexão aos crimes praticados pelos
agentes do Estado contra os que lutavam contra o Estado de exceção; daí o caráter bilateral da anistia.
(C) Tanto o STF, quanto a Corte Interamericana de Direitos Humanos, entenderam que a Lei estendeu a
conexão aos crimes praticados pelos agentes do Estado contra os que lutavam contra o Estado de exceção;
daí o caráter bilateral da anistia. A Lei nº 6.683/79 precede a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura
e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e não alcança, por impossibilidade
lógica, anistias anteriormente à sua vigência consumadas.
(D) Tanto o STF, quanto a Corte Interamericana de Direitos Humanos, entenderam que as disposições da Lei
de Anistia brasileira, que impedem a investigação e a sanção de graves violações de Direitos Humanos,
carecem de efeitos jurídicos. Em consequência, não podem continuar a representar um obstáculo para a
investigação dos fatos, nem para a identificação e punição dos responsáveis, nem podem ter igual ou similar
impacto sobre outros casos de graves violações de direitos humanos.
15. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) Sobre os Direitos Humanos e a sua proteção, assinale a alternativa
incorreta.
(A) O Estado não pode alegar sua estrutura federal para deixar de cumprir uma obrigação internacional de
Direitos Humanos. Os Estados devem assegurar o respeito e a garantia de todos os direitos reconhecidos,
sem limitação nem exceção alguma com base na referida organização interna.
(B) A liberdade em consentir desautoriza a alegação de ofensa aos Direitos Humanos. Ou seja, estes não
limitam a autonomia privada, principalmente em face dos reflexos da igualdade formal das partes.
(C) Para a Escola Positivista, os Direitos Humanos justificam-se graças a sua validade formal, tendo como
fundamento a existência da lei positiva, cujo pressuposto de validade se encontra em sua edição, conforme
as regras estabelecidas na Constituição.
(D) Os Estados-Partes possuem o dever geral de se adaptar às disposições da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos. Esse dever implica a supressão das práticas de qualquer natureza que impliquem violação
às garantias nela previstas, inclusive com a edição de medidas legislativas que forem necessárias para tornar
efetivas tais disposições.
16. (FUNDEP/DPE-MG - 2019) De acordo com a Convenção Americana sobre Direitos Humanos e o
Regulamento da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com a finalidade de decidir quanto à
admissibilidade do assunto, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos verificará se foram
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18. (FUMARC/PC-MG - 2018) Sobre a Corte Interamericana de Direitos Humanos, é CORRETO afirmar:
(A) O Estado brasileiro reconheceu a competência jurisdicional da Corte Interamericana em dezembro de
1998.
(B) É órgão jurisdicional do sistema regional, composto por 15 juízes nacionais de Estados Membros da OEA,
eleitos a título pessoal pelos Estados Partes da Convenção.
(C) A Corte Interamericana não apresenta competência consultiva.
(D) A Comissão Interamericana e os Estados Partes podem submeter um caso à Corte Interamericana,
admitida a legitimação do indivíduo, nos termos da Convenção Americana.
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d) A concessão ao acusado do tempo e dos meios necessários à preparação de sua defesa será de 30 (trinta)
dias corridos, a contar da publicação em órgão oficial
e) Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro do prazo máximo de 7 (sete)
dias, por um juiz ou Tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na
apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na determinação de seus direitos e
obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza
20. (FEPESE/PC-SC - 2017) É correto afirmar sobre a natureza e o regime jurídico da Corte Interamericana
de Direitos Humanos.
a) A Corte Interamericana de Direitos Humanos é uma instituição judiciária autônoma.
b) A Corte Interamericana de Direitos Humanos é uma instituição legislativa e consultiva.
c) A Corte Interamericana de Direitos Humanos é uma organização internacional que integra os Estados
Unidos da América.
d) A Corte Interamericana de Direitos Humanos é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos.
e) A Corte Interamericana de Direitos Humanos equipara-se a um Estado estrangeiro nas suas relações como
os demais Estados Membros.
21. (FAPEMS/PC-MS - 2017) Na seara dos tratados e das convenções internacionais sobre direitos
humanos incorporados pelo ordenamento jurídico brasileiro, destaca-se a Convenção Americana de
Direitos Humanos. Também conhecida como Pacto de San José da Costa Rica, tal Convenção foi
adotada em 22 de novembro de 1969, durante a Conferência Especializada Interamericana sobre
Direitos Humanos. Sobre ela, é correto afirmar que
a) em seu bojo, dentre os direitos protegidos, destaca a proteção à família, embora se omita sobre o direito
da criança.
b) no âmbito regional trata-se do documento mais importante do sistema interamericano, excluindo a
subordinação ao sistema global de proteção dos direitos humanos.
c) estabelece como competentes para conhecerem os assuntos relacionados com o cumprimento dos
compromissos assumidos pelos Estados-Partes a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a Corte
Interamericana de Direitos Humanos.
d) embora assinada em 1969, foi ratificada pelo Brasil apenas em 1988, possivelmente em razão da
resistência do regime militar em acolher os compromissos nela estipulados.
e) reitera princípios consagrados na Carta da Organização dos Estados Americanos, na Declaração Americana
dos Direitos e Deveres do Homem e no Estatuto de Roma.
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O órgão pertencente à Organização dos Estados Americanos — OEA —, a que os trechos acima se referem,
é denominado
a) Corte Interamericana de Direitos Humanos.
b) Conselho de Direitos Humanos da OEA.
c) Alto Comissariado da OEA para os Direitos Humanos.
d) Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
23. (UECE-CEV/SEAS-CE - 2017) Quanto à posição hierárquica do Pacto de São José da Costa Rica, no
ordenamento jurídico brasileiro, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal — STF —, é
correto afirmar que
a) tem hierarquia equivalente às Emendas Constitucionais.
b) tem caráter infralegal.
c) tem caráter supralegal.
d) tem hierarquia equivalente às Leis Ordinárias.
24. (TRF-2ª R/TRF-2ªR - 2017) No que diz respeito à força legal da Convenção Americana sobre Direitos
Humanos, assinale a opção correta:
a) Por consistir em Tratado de Direitos Humanos firmado antes de 1988, mas promulgado internamente pelo
Brasil somente em 1992. o Tratado em questão atrai a incidência do § 2o do artigo 5o da Constituição, razão
pela qual as normas protetivas nele previstas ostentam caráter supralegal.
b) vigência da Constituição de 1988, mas promulgado internamente pelo Brasil somente em 2007, o Tratado
em questão atrai a incidência do § 3o do artigo 5o da Constituição, razão pela qual as normas protetivas nele
previstas ostentam caráter constitucional.
c) Por consistir em Tratado de Direitos Humanos firmado antes da vigência da Constituição de 1988, mas
promulgado internamente pelo Brasil somente em 1992, o Tratado em questão atrai a incidência do § 3o do
artigo 5o da Constituição, razão pela qual as normas protetivas nele previstas ostentam caráter supralegal.
d) Por se tratar de Tratado de Direitos Humanos firmado após a vigência da Constituição de 1988, mas
promulgado internamente pelo Brasil somente em 2007, o Tratado em questão atrai a incidência do § 2o do
artigo 5o da Constituição, razão pela qual as normas protetivas nele previstas ostentam caráter
constitucional.
e) Sendo um Tratado de Direitos Humanos firmado antes da vigência da Constituição de 1988, mas
promulgado internamente pelo Brasil somente em 1992, o Tratado em questão atrai a incidência do § 3o do
artigo 5“ da Constituição, razão pela qual as normas protetivas nele previstas ostentam caráter
constitucionalizado.
25. (IBADE/SEJUDH-MT - 2017) Considerando a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, é correto
afirmar que:
a) estabelece que o direito à reunião não se submete à qualquer restrição.
b) não trata de delitos ou de direitos políticos.
c) permite a escravidão
d) o Brasil não é signatário desta Convenção.
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e) a pena de morte não pode ser restabelecida nos Estados em que tenha sido abolida.
26. (FUNCAB/PC-PA - 2017) Sobre as garantias penais e processuais previstas na Convenção Americana
sobre Direitos Humanos, é correto afirmar que:
a) a duração razoável do processo, no que concerne à pessoa privada de sua liberdade, não encontra
referência explícita na Convenção, ao contrário da necessária e imediata apresentação da pessoa a um juiz,
expressamente mencionada.
b) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), analisando o art. 13 do Pacto de São José da
Costa Rica, entendeu que a incriminação do desacato não é compatível com o texto da Convenção.
c) determina a Convenção que todo processo penal deve ser público, sendo vedada qualquer espécie de
sigilo, a fim de que a sociedade possa fiscalizar a correta aplicação das garantias processuais.
d) o Pacto de São José da Costa Rica estabelece a presunção de inocência enquanto não provada legalmente
a culpa da pessoa, repudiando expressamente a execução da pena após sentença condenatória em segunda
instância.
e) a teoria concepcionista, que, em linhas gerais estabelece a proteção à vida desde o momento da
concepção, encontra respaldo no art. 4. da Convenção e determina de forma inquestionável o momento em
que surge a vida intrauterina e, consequentemente, a interpretação sobre a abrangência do abortamento
criminoso.
27. (FEPESE/SJC-SC - 2016) Sobre a Corte Interamericana de Direitos Humanos, é correto afirmar:
a) Sediada em San José (Costa Rica) é uma instituição judiciária autônoma cujo objetivo é a aplicação e a
interpretação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
b) A Corte compor-se-á de cinco juízes, nacionais dos Estados membros da Organização, eleitos a título
pessoal dentre juristas da mais alta autoridade moral, de reconhecida competência em matéria de direitos
humanos.
c) Os juízes da Corte serão eleitos, em votação aberta e pelo voto da maioria absoluta dos Estados-Partes na
Convenção.
d) Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis anos e não poderão ser reeleitos.
e) O quórum para as deliberações da Corte é constituído por quatro juízes.
28. (FEPESE/SJC-SC - 2016) Podem submeter casos para decisão da Corte Interamericana de Direitos
Humanos:
a) Apenas os Estados-Partes da Convenção Americana de Direitos Humanos.
b) Apenas a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
c) Qualquer pessoa e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
d) Qualquer pessoa e os Estados-Partes da Convenção Americana de Direitos Humanos.
e) Os Estados-Partes da Convenção Americana de Direitos Humanos e a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos.
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a) A Comissão não poderá declarar a inadmissibilidade da petição ou comunicação com base em informações
supervenientes.
b) A Comissão não poderá proceder a uma conciliação entre as partes conflitantes, seja pessoa ou grupo de
pessoas ou Estados, antes de submeter o caso à apreciação da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
c) A Comissão pode receber comunicação de violação a direitos humanos no pacto referido por Estado que
não tenha, no momento da ratificação da Convenção, declarado que reconhece a competência daquela,
mesmo que em desfavor de outro Estado-parte em igual condição.
d) A Comissão poderá arquivar a petição em que se alega violação de direitos humanos por um Estado, sem
instauração de qualquer investigação, após o recebimento de informações deste.
e) A Comissão não pode declarar inadmissível uma petição que seja substancialmente reprodução de outra
anterior que tenha sido examinada por outro organismo internacional.
30. (UFMT/DPE-MT - 2016) Sobre jurisdição e responsabilidade internacional, no que se refere à proteção
dos Direitos Humanos, assinale a afirmativa correta.
a) Os Estados que aderiram à Convenção Americana de Direitos Humanos submetem-se a sua jurisdição,
excluindo-se, assim, aquela prevista na Carta da Organização dos Estados Americanos, quando da violação
de direitos humanos.
b) Hoje, para que um Estado possa aderir à Organização dos Estados Americanos, deve ser membro da
Convenção Americana de Direitos Humanos.
c) A Comissão Interamericana de Direitos Humanos foi criada pela Convenção Americana de Direitos
Humanos, com a função exclusiva de receber denúncias de violação a direitos humanos nos Estados-
membros da Convenção.
d) A Convenção Americana de Direitos Humanos prevê um sistema de responsabilização por violação aos
direitos nela reconhecidos; os Estados que a ela aderirem, seguindo o procedimento de adoção de tratado
internacional, externa e internamente, exercem jurisdição subsidiária no que se refere à proteção desses
direitos.
e) A Comissão Interamericana de Direitos Humanos exerce dupla função na proteção de direitos humanos:
uma no âmbito da própria Organização dos Estados Americanos e outra dentro do sistema da Convenção
Americana de Direitos Humanos.
31. (UFMT/DPE-MT - 2016) Sobre a eficácia na proteção dos direitos reconhecidos na Convenção
Americana de Direitos Humanos por instituições públicas no Brasil, assinale a afirmativa correta.
a) O Brasil deve cumprir, de forma voluntária, as decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
b) Atualmente, graves violações a direitos humanos, assim caracterizados pela Convenção, deverão ser
julgadas na Justiça Federal.
c) A federalização dos crimes graves contra direitos humanos refere-se à obrigatoriedade do Estado em criar
mecanismos legais e administrativos para que tais sejam julgados pelo Superior Tribunal de Justiça.
d) Quando houver conflito de competência quanto a direitos que possam envolver caso grave de violação a
direitos humanos, caberá ao Supremo Tribunal Federal dirimi-lo.
e) Os Estados Federados no Brasil também se obrigam às disposições da Convenção, podendo ser
interpelados na Corte Interamericana de Direitos Humanos, por qualquer violação.
32. (UFMT/DPE-MT - 2016) Sobre a Defensoria Pública na defesa dos direitos humanos, leia o texto.
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[...] a Defensoria Pública, instituição essencial do sistema de Justiça pátrio, encarregada da orientação e
defesa das pessoas necessitadas, deve aprimorar a sua atuação na promoção e na defesa dos direitos
humanos, valendo-se inclusive, tanto interna quanto externamente, dos instrumentos e órgãos do Sistema
Interamericano de Direitos Humanos. (MAFEZZOLI, A. A atuação da Defensoria Pública na promoção e defesa
dos Direitos Humanos e o Sistema Interamericano de Direitos Humanos. São Paulo: Defensoria Pública do
Estado de São Paulo.)
Quanto ao exercício da atividade referida no texto e ao processo no Sistema Interamericano de Direitos
Humanos previsto no Pacto de São José da Costa Rica, de 1969, assinale a afirmativa correta.
a) A Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem a atribuição de formular recomendações aos
governos dos Estados signatários da Convenção.
b) Qualquer pessoa, grupo de pessoas, entidade não governamental legalmente reconhecida por um Estado
membro pode apresentar queixa ou denúncia diretamente à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
c) O acesso à Corte Interamericana de Direitos Humanos é possível apenas após o esgotamento dos recursos
judiciais internos de um Estado membro para consecução dos dispositivos no Pacto.
d) O autor de uma petição ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos, na forma da Convenção, figurará
em todo o procedimento, prévio e judicial, tal qual um assistente litisconsorcial.
e) Conforme as disposições do Pacto, as recomendações em relatório preliminar e definitivo da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos em resposta à denúncia obrigam os Estados membros.
33. (UFMT/DPE-MT - 2016) Em situação hipotética, o Brasil foi condenado em sentença da Corte
Interamericana de Direitos Humanos, que, dentre as determinações estabelecidas, condenou-o ao
pagamento de indenização à família de vítima de violação de direitos humanos em seu território. Sobre
essa sentença, assinale a afirmativa correta.
a) Essa sentença deverá ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal apenas para fim de aplicação da
condenação ao pagamento de indenização.
b) Da decisão não cabe apreciação pelo Supremo Tribunal Federal ou qualquer rito burocrático pelo Estado
para que possa ser efetivada.
c) A decisão da Corte deverá ser imediatamente executada no que tange às outras determinações, porém,
quanto à indenização, passará pelo exame do Supremo Tribunal Federal.
d) As determinações diversas da condenação ao pagamento de indenização devem ser apreciadas pelo
Supremo Tribunal Federal para manifestação quanto à possibilidade de interposição de recurso.
e) A decisão da Corte, em conformidade com o ordenamento jurídico pátrio e fontes de direito internacional
público, é inapelável em sua totalidade.
34. (UFMT/DPE-MT - 2016) Sobre os efeitos no Brasil das disposições da Convenção Americana de Direitos
Humanos − o Pacto de São José da Costa Rica, de 1969, assinale a afirmativa correta.
a) Os direitos essenciais do homem não derivam do fato de ser ele nacional de determinado Estado, mas sim
do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana, porém a jurisdição da Corte Interamericana
de Direitos Humanos recai apenas sobre nacional de Estado signatário.
b) Ao assinar a Convenção, o Brasil se comprometeu a adotar todas as medidas necessárias à aplicação de
suas disposições, obtendo prerrogativa supralegal para aplicação imediata de medidas que possam ser, de
acordo com o ordenamento jurídico interno prévio, de competência exclusiva dos Estados federados.
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c) A Convenção impõe que o Estado deva adotar não somente medidas legislativas, mas quaisquer outras
que se mostrem necessárias e adequadas à consecução de seus objetivos, mesmo que de natureza
administrativa.
d) A Convenção representa a consolidação de um constitucionalismo regional na América, vide o número de
Estados que a assinaram, somente permitindo recuo na proteção dos direitos nela dispostos na observância
da Lei Maior de cada país.
e) No que se refere à cooperação a que se obriga o Estado signatário, este deve adotar procedimentos
internos de implementação do Pacto e, quando solicitado, entregar pessoas à Corte Interamericana de
Direitos Humanos.
36. (FUNCAB/SEGEP-MA - 2016) No que tange à Corte Interamericana de Direitos Humanos, assinale a
assertiva correta.
a) Compete emitir opiniões consultivas.
b) Compete promover estudos e capacitação em direitos humanos.
c) Compete receber petições de vítimas de violação de direitos humanos e recomendar reparação.
d) Compete criar relatórios especiais de direitos humanos em temas ou países.
e) é formada por sete juízes, escolhidos pelos Estados Partes da Convenção, para um mandato de quatro
anos e só poderão ser reeleitos uma vez.
37. (TRF-3ªR/TRF-3ªR - 2016) Consideradas as assertivas que se seguem, assinale a alternativa correta:
I. A Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão da Convenção Americana de Direitos Humanos, tem a
finalidade de julgar casos de violação dos direitos humanos ocorridos em países que integram a Organização
dos Estados Americanos (OEA) e reconheçam a sua competência, como o Brasil, que a reconheceu por meio
do Decreto Legislativo nº 89, de 1998, do Senado Federal.
II. O instituto do deslocamento de competência para a Justiça Federal poderá ocorrer, em qualquer fase
processual, com relação a inquéritos e processos em trâmite na Justiça Estadual, com a finalidade de
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratado internacional de direitos humanos do qual
o Brasil seja parte, mediante requerimento do Procurador-Geral da República perante o Supremo Tribunal
Federal, nas hipóteses de grave violação de direitos humanos.
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III. Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida contrariar tratado ou negar-lhe vigência.
IV. O Tribunal Penal Internacional, criado pelo Estatuto de Roma de 1998 promulgado pelo Decreto nº 4.388,
de 25.9.2002, tem competência para julgar crime de genocídio; crimes contra a humanidade; crimes de
guerra e crime de agressão, todos imprescritíveis, em relação às violações praticadas depois da entrada em
vigor do Estatuto de Roma.
a) As assertivas I e II estão incorretas.
b) Somente a assertiva II está incorreta.
c) Somente a assertiva IV está incorreta.
d) Todas as assertivas estão corretas.
38. (CS-UFGO/DPE-GO - 2014) No que se refere aos direitos humanos, quanto aos pactos internacionais e
à incorporação de normas internacionais em geral e dos tratados no ordenamento jurídico interno,
especialmente do Brasil, compreende-se que:
a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos tem como uma de suas atribuições a de estimular a
consciência dos direitos humanos em relação aos povos da América.
b) o Pacto de São José da Costa Rica (1969) é uma das mais importantes normas internacionais e foi aprovado
imediatamente no Brasil, sem nenhuma restrição ou reserva
c) a Lei Maria da Penha resultou do descumprimento à decisão da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos, que condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência familiar e infantil.
d) o Supremo Tribunal Federal entendeu que os tratados internacionais de direitos humanos são normas
secundárias, assegurando o cumprimento da norma constitucional, que prevê asilo político exclusivo de
diplomatas.
e) o direito de renúncia de ser assistido por um defensor do Estado, segundo as convenções internacionais,
é assegurado ao acusado, ainda que fique sem defesa por si próprio ou por advogado constituído.
39. (UESPI/PC-PI - 2014) A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
Rica) prevê, no item 2, do art.8º, como garantias judiciais, EXCETO,
a) necessária motivação das decisões judiciais.
b) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a preparação de sua defesa.
c) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.
d) direito de não ser obrigado a depor contra si mesmo, nem a declarar-se culpado.
e) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada.
40. (IBFC/PC-SE - 2014) O Decreto n° 678/92 promulgou a Convenção Americana sobre Direitos Humanos,
também conhecido como Pacto de São José da Costa Rica. Segundo entendimento pacificado pelo
Supremo Tribunal Federal, o referido diploma possui natureza jurídica de:
a) Norma constitucional.
b) Norma supralegal.
c) Lei ordinária.
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d) Decreto legislativo.
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GABARITO
1. A 15. B 29. D
2. E 16. C 30. E
3. C 17. D 31. A
4. C 18. A 32. A
5. B 19. B 33. E
6. INCORRETA 20. A 34. C
7. D 21. C 35. A
8. D 22. D 36. A
9. A 23. C 37. A
10. C 24. A 38. A
11. C 25. E 39. A
12. A 26. B 40. B
13. B 27. A
14. A 28. E
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