Sintomas de Fitotoxidade de Herbicidas Na Soja
Sintomas de Fitotoxidade de Herbicidas Na Soja
Sintomas de Fitotoxidade de Herbicidas Na Soja
EMBRAPA
Vinculada ao Ministério da Agricultura
Centro Nacional de Pesquisa de Soja
CNPSo
SINTOMAS E DIAGNOSE DE
FITOTOXICIDADE DE HERBICIDAS NA
CULTURA DA SOJA
C~PSoja 1975-1985
Londrina, PR
1985
1
SUMARIO
EMBRAPA-CNPSo. Documentos, 13 Nota importante 04
Introdução 05
Exemplares desta publicação podem ser solicitados ao: 1. FITOTOXICIDADE 06
COMITÊ DE PUBLICAÇÕES DO CNPSo 1.1. Fatores envolvidos 06
Rodovia Celso Garcia Cid, km 375 1.1.1. Rótulo 06
1.1.2. Equipamento 06
Telefones (0432) 23-9850 e 23-9719
1.1.3. Dose 07
Telex (0432) 208 1.1.4. Mistura 07
Caixa Postal, 1061 1.1.5. Rotação de culturas 07
86050 - Londrina, PR 1.1.6. Condições ambientes 08
Tiragem: 8.000 exemplares 1.1.7. Cultivares . . . . . . .. . 08
1.1.8. Repetição do tratamento 08
Comitê de Publicações: 2. DIAGNOSE DE F ITOTOXICIDADE 09
Paulo Roberto Galerani (Presidente) 3. SINTOMAS DE FITOTOXICIDADE 11
Gedi Jorge Sfredo 3.1. Planta testemunha 12
Helenita Antonio 3.2. Herbicidas aplicados em pré-ernerqência ou
José Tadashi Yorinori pré-planti o incorporado 14
Leocadia M. R. Mecenas 3.2.1. Acetanilidas 14
Norman Neumaier 3.2.2. Dinitroanilinas 16
3.2.3. Tiocarbamatos 18
Editoração: Leocadia M. R. Mecenas
3.2.4. Isoxazolidinonas 20
3.2.5. Imidazolinonas 21
Gazziero, Dionisio Luiz Pisa 3.2.6. Triazinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 22
3.2.7. Derivados da uréia .. . . . . . . . . . . . . . .. 24
Sintomas e diagnose de fitotoxicidade de her-
3.3. Herbicidas aplicados em pós-emergência . . .. 26
bicidas na cultura da soja por Dionisio Luiz Pisa Gaz-
3.3.1. Tiadizinas . . . . . . . . . . . . 26
ziero e Norman Neumaier. Londrina, EMBRAPA- 3.3.2. Difenil éteres 28
CNPSo, 1985. 3.3.3. Sulfonil uréia 32
56 p. (EMBRAPA-CNPSo. Documentos, 13) 3.3.4. Aril oxi-fenoxi propionato 34
3.3.5. Butilidenos 34
Soja-Herbicida-Fitotoxicidade. 2. Soja-Ervas 3.3.6. Ciclohexenos 34
daninhas - Controle químico. 3. Herbicidas. 4. Soja- 3.3.7. Derivado do ácido fenoxi-carboxílico 34
Herbicidas-Uso. 1. Neumaier, Norman, colab. I r. Em- 3.3.8. Fenoxi-fenoxi 36
presa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Na- 3.4. Herbicidas aplicados como dessecantes de plan-
cional de Pesquisa de Soja, Londrina, PR. )[1. Título. tas daninhas. . . . . . . . . . . 38
IV. Série. 3.4.1. Arsenicais orgânicos 38
3.4.2. Bipiridilios 40
CDD 633.49954
3.4.3. Derivados da glicina 42
3.4.4. Fenoxiacético 44
© EMBRAPA-1985 3.4.5. Derivados dos aminoácidos 46
4. DANOS CAUSADOS POR OUTROS FATORES . 48
5. RELAÇÃO DE HERBICIDAS POR GRUPO
QUíMICO ...............•.......... 53
2
3
NOTA IMPORTANTE
INTRODUÇÃO
- Nem todos os herbicidas listados são recomen-
dados pela pesquisa oficial. Alguns encontram- A presença de plantas daninhas na cultura da
se em fase de pesquisa e registro junto ao Mi- soja interfere no seu desenvolvimento, reduzindo
nistério da Agricultura. a produção e dificultando ou até impedindo a
- Nem todos os herbicidas listados podem ser colheita, exigindo, assim, o emprego de métodos
utilizados diretamente na cultura da soja. que permitam a eliminação das invasoras.
- Os danos causados pelos herbicidas poderão Entre os métodos dispon íveis, o controle qu í-
ter intensidade maior ou menor do que aque- mico é o mais usual e oferece vantagens em rela-
la apresentada neste documento. No entanto,
ção aos demais. Contudo, paralelamente aos be-
os principais sintomas de fitotoxicidade serão
nefícios, os compostos qu ímicos apresentam
sempre análogos aos aqui descritos. Alguns
desvantagens e entre elas a possibilidade de cau-
dos sintomas (fotos) foram obtidos com do-
se acima da recomendada. sar fitotoxicidade à cultura.
- Nem sempre há correlação direta entre a fi- Com freqüência, verifica-se que aplicações in-
totoxicidade e o rendimento da cultura. Mes- devidas resultam em danos que algumas vezes
mo com a aplicação correta do herbicida po- comprometem a produção. Os danos, em geral,
derá ocorrer fitotoxicidade, que no entanto são conseqüência da escolha incorreta do produ-
tenderá a desaparecer desde que fatores ad- to e/ou da dose, da sobreposlcão.' da má regula-
versos não venham contribuir para o agrava- gem do equipamento, da aplicação e da deriva
mento do problema. de produto aplicado em lavoura vizinha.
- A sensibilidade da cultura é variável de acor- Além disto, há vários outros aspectos a consi-
do com o produto aplicado. Alguns possuem
derar em relação a ação fitotóxica de um herbici-
estreita margem de segurança, enquanto ou-
da, como por exemplo a sensibilidade das culti-
tros são mais seletivos. Contudo, quanto maio-
vares. Mas, é possível afirmar que muitos proble-
res os erros na aplicação maiores serão os da-
nos à cultura. mas podem ser evitados desde que se conheça as
- Alguns grupos qu ímicos possuem outros her- especificações e características do produto com
bicidas além daqueles citados neste documen- o qual se está trabalhando.
to, mas não são referenciados por não apre-
sentarem possibilidade de uso na cultura da
soja.
4 5
1. FITOTOXICIDADE envolvidos nos casos de danos à cultura e de fa-
1.1. Fatores envolvidos lhas no controle de plantas daninhas.
1.1.3. Dose
Aparentemente, a aplicação de um produto A dose deve ser definida em função do tipo
químico não exige grande conhecimento sobre o de solo para os herbicidas residuais e da espécie
assunto. Contudo, para a utilização correta e ade- e tamanho das invasoras para os pós-emergentes.
quada de um herbicida, algumas medidas devem Observar que, solos arenosos e com baixo teor
ser observadas, as quais poderão aumentar a efi- de matéria orgânica interferem no comportamen-
ciência do composto qu ímico sem causar danos to de determinados produtos. A margem de se-
à cultura. Assim, é necessário levar em considera- gurança de alguns herbicidas é muito estreita e a
ção um conjunto de fatores, antes e durante a sobreposição da dose, com freqüência, provoca
pulverização do produto. fitotoxicidade.
1.1.1. Rótulo E importante aplicar o herbicida observando-
A leitu ra do rótu 10 evita o uso do produto er- se a dose recomendada para cada tipo de solo,
rado, indica a forma de aplicação, as precauções não somente para a obtenção de um bom controle
que devem ser tomadas e é uma das maneiras de de invasoras sem danos à cultura, mas também
se conhecer melhor o herbicida que se está usan- para evitar que os resíduos afetem a cultura se-
do. guinte.
1.1.2. Equipamento 1.1.4. Mistura
A calibracão do equipamento deve ser feita A mistura de produtos pode causar interações
antes de cada pulverização. Em áreas extensas, que interferem na eficiência e na seletividade dos
calibrações freqüentes são necessárias. Recomen- herbicidas.
da-se verificar os bicos, a pressão e a altura da Os sintomas de fitotoxicidade poderão ser se-
barra, bem como a velocidade do trator e a rota- melhantes àqueles causados pelos componentes
ção do motor. Agitação contínua no tanque fa- da mistura, ou ser completamente distintos.
vorece a obtenção de uma mistura uniforme do O uso de adjuvantes pode aumentar a fitotoxi-
produto com a água. cidade de alguns pós-emergentes.
A má regulagem dos equipamentos e o uso de 1.1.5. Rotação de culturas
dose inadequada são os fatores mais comumente Um plano adequado de rotação de culturas
6 7
possibilita o uso de diferentes produtos, o que 2. DIAGNOSE DE FITOTOXICIDADE
permite melhor controle das invasoras. Contudo,
a seleção dos produtos deve ser feita de forma a Ao diagnosticar a fitotoxicidade causada por
não utilizar aqueles que deixam efeitos residuais herbicida, é importante inspecionar o local e do-
para a cultura seguinte. cumentar a ocorrência.
1.1.6. Condições ambientes A análise de resíduo, em especial através de
Condições ambientes adversas afetam o com- bioensaios, pode ajudar a esclarecer dúvidas.
portamento dos herbicidas. Solos secos ou ex- Considerar que sintomas semelhantes à fito-
cessivamente úmidos, estresse hídrico e condi- toxicidade, mu itas vezes, podem ser causados
ções extremas de temperatura e umidade relativa por doenças, insetos, condições climáticas, fer-
do ar, são alguns dos fatores que interferem no tilidade do solo ou por outros defensivos agrí-
desempenho destes compostos qu ímicos. Ventos colas.
excessivos podem causar deriva do produto apli- A inspeção de plantas em áreas adjacentes, co-
cado e, conseqüentemente, problemas em lavou- mo beiras de estradas, cercas ou outros campos,
ras vizinhas. ajudam a identificar o problema.
1.1.7. Cultivares O exame dos locais onde se iniciou o trata-
Algumas cultivares de soja são mais sensíveis a mento, ou onde se manobrou o trator, também
determinados herbicidas. Sensibilidade acentua- é importante, pois aí, freqüentemente, ocorre
da, associada a quantidade de chuva capaz de maior deposição de produto, e os sintomas de
concentrar o produto na zona de crescimento fitotoxicidade são aparentes.
das raizes, resulta em drástica redução do estan- Quando investigar áreas com fitotoxicidade,
de da cultura. lembre-se de perguntar sobre:
1.1.8. Repetição do tratamento - herbicidas usados - no ano em curso e no
Quando ocorrer controle deficiente ou neces- anterior,
sidade de replantio, outra aplicação de produto - quantidade utilizada por tanque,
químico poderá causar sérios danos à lavoura. - quantidade de herbicida gasto na área total,
Neste caso, é preferível usar a capina ou um her- - outros qu ímicos usados e quando,
bicida altamente seletivo. - calibração do pulverizador,
- bicos, velocidade do trator e pressão,
8
9
- altura da barra na pulverização,
- funcionamento do mecanismo de agitação
no tanque,
- data do plantio e da aplicação,
- data da emergência da cultura,
- condições climáticas antes, durante e após
a pulverização,
- cultivar utilizada,
- tratamento de sementes,
- análise física e química do solo, e
procurar por:
- danos em faixas,
- danos na largura da barra de aplicação,
- variação do tipo de dano com o tipo de
solo,
- danos nas bordas da lavoura, 3. SINTOMAS DE FITOTOXICIDADE
- padrões de deriva,
- áreas adjacentes não tratadas (para comparar)
- culturas adjacentes (para comparar),
- sintomas em plantas daninhas sensíveis,
- equipamento defeituoso,
- bicos impróprios,
- sintomas de doenças e nematóides, danos
de insetos, de vento, etc.
10 11
3.1. Planta testemunha
12 13
3.2. Herbicidas aplicados em pré-emergência
ou pré-plantio incorporado
ACETOCHLOR - FIST
METOLACHLOR - DUAL
14 15
3.2.2. Grupo químico: Oinitroanilinas
ORIZALIN: SURFLAN
PENDIMETHALlN* : HERBADOX
16 17
3.2.3. Grupo químico: Tiocarbamatos
VERNOLATE:VERNAN
18 19
3.2.4. Grupo químico: Isoxazolidinonas
3.2.5. Grupo químico: Imidazolinonas
DIMETHAZONE: GAMIT
IMAZAQUIN: SCEPTER
o herbicida dimethazone é absorvido tanto
pelas ra ízes como pela parte aérea da planta e o modo de ação do herbicida imazaquin, so-
atua inibindo a biossíntese de pigmentos fotos- bre as espécies vegetais suscetíveis, caracteriza-se
sintéticos, nas espécies vegetais suscetíveis. por ruptura da biossíntese de proteínas e, conse-
Em soja, raramente se observa fitotoxicidade, qüentemente, do crescimento celular.
provavelmente, devido à inativação do herbicida Em soja, a fitotoxicidade raramente se mani-
através do metabolismo diferencial. festa, podendo eventualmente ocorrer pequena
Contudo, em caso de ocorrência, o sintoma é redução na altura da planta.
despigmentação foliar.
20 21
3.2.6. Grupo químico: Triazinas
CYANAZINA: BLADEX
24 25
3.3. Herbicidas aplicados em pós-emergência
BENTAZON:BASAGRAN
26 27
3.3.2. Grupo qu ímico: Difenil éteres
,
ACIFLUORFEN: BLAZER, TACKLE
FLUOROGLYCOFEN:COMPETE
FOMESAFEN: FLEX
LACTOFEN:COBRA
28 29
Fitotoxicidade causada por Difenil éteres. Fitotoxicidade causada por Difenil éteres.
30 31
3.3.3. Grupo químico: Sulfonil uréia
DPX-F6025: CLASSIC
32 33
3.3.4. Grupo qu ímico: Aril oxi-fenoxi
propionato
DPX-Y6202: ASSURE
SETHOXYDIM: POAST
FENOXAPROPETHYL:FURORE
cultura. 35
34
3.3.8. Grupo químico: Fenoxi-fenoxi
36 37
3.4. Herbicidas aplicados como dessecantes
de plantas daninhas
38 39
3.4.2. Grupo químico: Bipiridilios
PARAOUAT HERBITECNICA
40 41
3.4.3. Grupo qu ímico: Derivados da glicina
42 43
3.4.4. Grupo químico: Fenoxiacético
46 47
4. DANOS CAUSADOS POR OUTROS
FATORES
Deficiência de Potássio.
49
48
Mosáico comum da soja. Mancha olho de rã (Cercospora sojina Hara).
50 51
REFERENCIAS 5. RELAÇÃO DE HERBICIDAS POR GRUPO
QUíMICO
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Derivados Fenoxaprop Furore 34
do ácido ethyl
fenoxi-
carbox ílico
54 55
AGRADEC1MENTOS
Composto e Impresso na
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WI.IDERcm.
Rua Rebouças, 113 - Fone (0432) PABX 27-1171
Londrina - Paraná
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