Curso 120668 Aula Extra 07 v1
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Autor:
Wagner Damazio
Aula Extra 07
23 de Março de 2020
649710
Sumário
Introdução ......................................................................................................................................................................... 3
1. Questões Discursivas de Direito Administrativo ............................................................................................................ 4
2. Respostas das Questões Discursivas de Direito Administrativo .................................................................................... 8
3. Considerações Finais ................................................................................................................................................... 26
INTRODUÇÃO
Prezado! No intuito de colaborar com a sua formação e preparação para o seu concurso, apresento
aqui as respostas completas de cada uma das questões discursivas feitas como provocação no
início da aula teórica de Atos Administrativos!
Como você bem sabe, para alcançar uma vaga nos principais certames de carreiras jurídicas do país,
você terá que superar, além da prova objetiva (preambular), algumas fases posteriores que incluem
questões discursivas, peças processuais e arguição oral.
Nessa linha que, com intuito colaborativo, apresento aqui esse material.
Espero que lhe seja realmente útil e agregue valor a sua formação.
Lembre-se que, havendo qualquer dificuldade na compreensão da teoria ou na
resolução das questões discursivas ou objetivas, você pode contar comigo por meio
do Fórum de Dúvidas!
Estarei à disposição para superar qualquer dificuldade no aprendizado da nossa
disciplina.
Repito: conte comigo como um parceiro nessa sua caminhada!
Por fim, para ficar por dentro das notícias do mundo dos concursos públicos, recomendo que você
siga o perfil do Estratégia Carreira Jurídica e do Estratégia Concursos nas mídias sociais! Você
também poderá seguir meu perfil no Instagram. Por meio dele eu busco não só transmitir notícias
de eventos do Estratégia e de fatos relativos aos concursos em geral, mas também compartilhar
questões comentadas de concursos específicos que o ajudará em sua preparação!
Tudo isso para que você esteja cada dia mais próximo de vencer esse desafio e ver seu nome no
Diário Oficial!
Que Deus o ilumine nos estudos e que você, em breve, alcance o seu objetivo!!!
Cordial abraço
Wagner Damazio
1. (Wagner Damazio)
Qual é a definição de ato administrativo?
2. (Wagner Damazio)
Qual a diferença entre fato da administração e fato administrativo? E entre ato da
administração e ato administrativo?
3. (Wagner Damazio)
Qual a diferença entre ato legislativo, ato político, ato judicial e ato administrativo?
4. (Wagner Damazio)
O que é o não ato? Ele expressa manifestação da vontade da Administração?
5. (Wagner Damazio)
Qual a diferença entre silêncio eloquente, omissão e lacuna?
6. (Wagner Damazio)
Qual a diferença entre ato existente, válido e eficaz?
7. (Wagner Damazio)
Quais são os elementos, requisitos de validade ou aspectos do ato administrativo?
8. (Wagner Damazio)
Quais as características da competência? Quais atos não podem ser delegados? E quais podem
ser avocados?
9. (Wagner Damazio)
Há diferença entre finalidade em sentido amplo e em sentido restrito? E forma em sentido
amplo e em sentido restrito?
1. Wagner Damazio)
Qual é a definição de ato administrativo?
Resposta:
Na doutrina de Direito Administrativo, diversos autores apresentam as suas definições sobre o
significado do ato administrativo:
1
Manual de Direito Administrativo, 31ª edição, p 105.
2
Direito Administrativo, 30ª edição, p 237.
3
Direito Administrativo Brasileiro, 42ª edição, p 173.
4
Curso de Direito Administrativo, 14ª edição, p 340.
2. (Wagner Damazio)
Qual a diferença entre fato da administração e fato administrativo? E entre ato da
administração e ato administrativo?
Resposta:
Os Fatos da administração são aqueles acontecimentos praticados pela Administração Pública
que não apresentam nenhuma repercussão no âmbito do Direito Administrativo. Como
exemplo, a mudança de local de uma unidade da repartição pública, sem necessidade de
suspensão de prazo ou interrupção do expediente (ou ainda qualquer outro efeito jurídico no
âmbito do Direito Administrativo), tal como ocorre nas mudanças de sala de um mesmo andar
ou prédio.
Já o fato administrativo apresenta algumas acepções por diferentes doutrinadores:
Uma delas pode ser exemplificada pelo professor José dos Santos Carvalho Filho, no sentido
de que fato administrativo tem o sentido de atividade material no exercício da função
administrativa que visa a efeitos de ordem prática para a Administração.
5
Curso de Direito Administrativo, 5ª edição, p 144.
6
Princípios Gerais de Direito Administrativo, Volume I, p 413.
7
Princípios Gerais de Direito Administrativo, Volume I, p 413.
8
Curso de Direito Administrativo, 12ª edição, p 219.
Outra acepção, que pode ser exemplificada pela professora Maria Sylvia, afirma que fato
administrativo é todo aquele descrito em lei ou no ordenamento jurídico que, quando
realizado, traz repercussão no campo do Direito Administrativo.
Há ainda a caracterização de fato administrativo como o silêncio ou inércia da Administração
Pública do qual decorram efeitos jurídicos, defendido por Celso Antônio Bandeira de Mello.
3. (Wagner Damazio)
Qual a diferença entre ato legislativo, ato político, ato judicial e ato administrativo?
Resposta:
Ato político ou de governo remete à pratica de atos por órgãos ou agentes que possuem
competência diretamente fixada no texto Constitucional, por pertencerem à estrutura de
governo do Estado. Ou seja, está sujeito ao regime jurídico-constitucional. Como exemplos,
temos as prerrogativas do Presidente da República e, por simetria constitucional, as dos
Governadores e Prefeitos, tais como a iniciativa privativa para a produção de algumas leis e a
participação no processo legislativo, com o poder de sanção ou veto.
Portanto, não se confundem ato administrativo e ato político, já que este é praticado por
integrantes do Governo (cúpula da Administração Pública), regido diretamente pelo regime
jurídico-constitucional, enquanto aquele é praticado pelo agente público ou delegatário da
Administração Pública no exercício da função administrativa em concreto.
Já o ato legislativo é aquele praticado como função típica do Poder Legislativo, ligado à
produção de normas.
4. (Wagner Damazio)
O que é o não ato? Ele expressa manifestação da vontade da Administração?
Resposta:
Há divergência na doutrina já quanto à denominação a ser dada ao fato de a administração se
manter inerte quando há o dever de praticar uma ação.
José dos Santos Carvalho Filho utiliza a denominação silêncio administrativo. Marçal Justen
Filho e Maria Sylvia Zanella Di Pietro utilizam a denominação o silêncio da Administração
Pública. Já Hely Lopes Meirelles denomina de omissão da Administração. Por sua vez, Odete
Medauar alude ao não ato.
Em relação a expressar manifestação de vontade da administração, para a professora Maria
Sylvia o silêncio pode acarretar sim em manifestação da vontade da Administração, sobretudo
quando a lei fixa que o silêncio significará concordância ou discordância. Veja:
Até mesmo o silêncio pode significar forma de manifestação da vontade, quando a lei assim
o prevê; normalmente ocorre quando a lei fixar um prazo, findo o qual o silêncio da Administração
significa concordância ou discordância
De outro lado, o professor José dos Santos Carvalho Filho adota a posição de que o silêncio
administrativo não é manifestação formal de vontade, mas que configura fato jurídico
administrativo, acarretando, por conseguinte, a produção de efeitos jurídicos:
Urge anotar, desde logo, que o silêncio não revela a prática de ato administrativo, eis que inexiste
manifestação formal da vontade; não há, pois, qualquer declaração do agente sobre sua conduta.
Ocorre, isto sim, um fato jurídico administrativo, que, por isso mesmo, há de produzir
efeitos na ordem jurídica.
Na verdade, o silêncio não é ato jurídico. Por isto, evidentemente, não pode ser ato
administrativo. Este é uma declaração jurídica. Quem se absteve de declarar, pois, silenciou,
não declarou nada e, por isto, não praticou ato administrativo algum. Tal omissão é um
“fato jurídico” e, in casu, um “fato jurídico administrativo”. Nada importa que a lei haja atribuído
determinado efeito ao silêncio: o de conceder ou negar. Este efeito resultará do fato da omissão,
como imputação legal, e não de algum presumido ato, razão porque é de rejeitar a posição dos que
consideram ter aí existido um “ato tácito”.
Próprio
Silêncio Inominado
5. (Wagner Damazio)
Qual a diferença entre silêncio eloquente, omissão e lacuna?
Resposta:
A lacuna ocorre quando não há disciplina sobre determinado tema, autorizando, em alguns
casos, a aplicação da analogia.
Por seu turno, a omissão ocorre quando há um dever de agir e este não é realizado.
De outro lado, no silêncio eloquente há uma manifestação no não dizer.
6. (Wagner Damazio)
Qual a diferença entre ato existente, válido e eficaz?
Resposta:
A existência dos atos administrativos está relacionada à presença de todos os elementos, ainda
que haja deficiência em um ou mais deles.
Já a validade do ato administrativo existirá se superada a análise quanto a sua existência, que
está intimamente ligada não só à presença de todos os requisitos necessários previstos em lei,
mas com a conformidade desses requisitos com a lei.
Por sua vez, a eficácia está relacionada à presença dos fatores necessários para a sua produção
de efeitos jurídicos.
Em resumo, o ato jurídico pode ser existente ou inexistente. Os existentes podem ser válidos
ou inválidos, que por sua vez podem ser eficazes ou ineficazes.
7. (Wagner Damazio)
Quais são os elementos, requisitos de validade ou aspectos do ato administrativo?
Resposta:
São eles, de acordo com a esquematização abaixo:
Competência
(Quem?)
Finalidade
(Para quê?)
Forma
(Por qual meio?)
Motivo
(Qual a causa ou fundamento?)
Objeto
(Com qual conteúdo?)
8. (Wagner Damazio)
Quais as características da competência? Quais atos não podem ser delegados? E quais podem
ser avocados?
Resposta:
Vamos recorrer também à esquematização que vimos na aula para verificar as características
da competência:
decorre da lei
é irrenunciável
é inderrogável
(não pode ser transferida por acordo entre as partes)
é improrrogável
Características da
Competência: (órgão ou agente incompetente não se torna competente
pelo exercício da atividade, exceto por lei)
9. (Wagner Damazio)
Há diferença entre finalidade em sentido amplo e em sentido restrito? E forma em sentido
amplo e em sentido restrito?
Resposta:
Sim. A finalidade em sentido amplo corresponde ao interesse público. Já a finalidade em
sentido restrito significa o resultado específico que cada ato deve produzir, conforme definido
expressa ou implicitamente em lei.
Da mesma maneira, também há diferença entre a forma em sentido amplo e em sentido
restrito. Em sentido restrito corresponde à exteriorização do ato, ou seja, o modo pelo qual
o ato se exterioriza (forma escrita, verbal, por Decreto, Portaria, Resolução etc.).
Em sentido amplo corresponde não só à exteriorização do ato, mas também todas as
formalidades que devem ser observadas durante o processo de formação de vontade da
Administração, e até os requisitos relativos à publicidade do ato (exteriorização + formalidades
dos procedimentos + publicidade).
Frise-se que solenidade remete a um cerimonial previsto em lei, ou seja, a um rito adicional à
mera formalização do ato.
Finalidade Objeto
Autoexecutoriedade
Atributos do Ato
Administrativo:
Tipicidade
Imperatividade
A presunção de legitimidade quer dizer que o ato foi produzido de acordo com o ordenamento
==9e9ee==
jurídico. Por sua vez, a presunção de veracidade quer dizer que o conteúdo do ato
administrativo é verdadeiro e dotado de fé pública.
Autoexecutoriedade, quer dizer que o ato pode ser executado de ofício e imediatamente pela
Administração Pública sem necessidade de autorização do Poder Judiciário.
Tipicidade é o atributo do qual se fixa que os atos administrativos devem decorrer de tipos
previamente definidos em lei a serem utilizados para se atingir a determinada finalidade
pública.
Imperatividade é atributo que decorre do Poder de Império do Estado de, por meio de atos
unilaterais, como os atos administrativos, impor aos particulares o cumprimento de
determinada ação ou de impor a eles obrigações ou restrições.
E isso acaba refletindo nas bancas. Por exemplo, o CESPE adota a posição do professor José dos
Santos Carvalho Filho no sentido de que essas nomeações caracterizam ato administrativo
complexo.
Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração.
normativos
ordinatórios
Espécies de Atos
negociais
Administrativos
enunciativos
punitivos
➢ Multa: ato administrativo punitivo pelo qual a Administração impõe uma sanção
pecuniária ao administrado.
➢ Interdição: ato pelo qual a Administração suspende o exercício de determinada atividade
por parte do administrado.
➢ Destruição de coisas: ato pelo qual a Administração, consubstanciada em caráter urgente,
elimina um produto ou um bem do administrado impróprio para consumo ou uso. Necessário
se faz a produção de documento circunstanciado com os motivos para aplicação da medida.
➢ Cassação anulatória: ato pelo qual a Administração desfaz um ato negocial, como meio
punitivo, pelo descumprimento superveniente das condições originais necessárias.
➢ Demolição administrativa: ato pelo qual a Administração, de forma urgente e para
remover perigo público iminente, demole edificação ou parte dela. Necessário se faz a
produção de documento circunstanciado com os motivos para aplicação da medida.
➢ Confisco: ato pelo qual o particular perde seu bem ou direito a favor da Administração
Pública nos casos estritamente previstos em lei.
análise de conveniência e
análise de ilegalidade ou
oportunidade contrariedade à ordem jurídica
(mérito administrativo)
ex nunc ex tunc
Em que pese haver divergências doutrinárias, é possível destacar a definição de que ato nulo é
aquele que possui vício insanável, ou seja, não pode ser convalidado. Por outro lado, o ato
administrativo anulável é aquele em que o ato apresenta um vício, mas esse vício poderá ser
convalidado pela autoridade competente.
atos vinculados
excesso de poder
impedimento
incapacidade
suspeição
Vícios quanto à forma do ato administrativo: será viciado o ato praticado sem a forma prevista
em lei ou por cuja forma pela qual foi expedido não se atinge a finalidade pretendida.
Além disso, frise-se que a própria Lei nº 4.717, de 1965, prevê o que consiste em vício de
forma na realização do ato administrativo:
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos
casos de: (...)
b) vício de forma;
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
(...)
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades
indispensáveis à existência ou seriedade do ato;
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caríssimo, espero que essa bateria de questões discursivas tenha agregado valor à sua
aprendizagem!
A minha preocupação maior é ser um colaborador para sua aprovação!
Para isso, além das aulas teóricas e resoluções de questões de concursos anteriores, procuro
preparar essas questões discursivas.
Tenho recebido retorno muito positivo de aprovados em concursos anteriores no sentido de que
essa abordagem colaborou de modo fundamental para que eles pudessem alcançar a aprovação.
Então aproveite ao máximo, faça e refaça as questões.
Lembre-se que estou à sua disposição no Fórum de Dúvidas.
Deixe lá suas sugestões, comentários e críticas.
Conte comigo nessa sua caminhada!!!
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Cordial abraço
Wagner Damazio