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Direito Administrativo p/ SEFAZ-BA


(Agente de Tributos) Com Videoaulas -
2020

Autor:
Antonio Daud
Aula 03

5 de Abril de 2020

42990258060 - yago berrante


Antonio Daud
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Sumário

1. Introdução .................................................................................................................................................... 2

2. Espécies de Atos Administrativos ............................................................................................................ 3

3. Desfazimento dos atos ............................................................................................................................. 17

4. Conclusão................................................................................................................................................... 47

5. Resumo ....................................................................................................................................................... 48
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6. Mapas.......................................................................................................................................................... 51

Questões comentadas...................................................................................................................................... 53

Lista das Questões comentadas ....................................................................................................................... 95

Gabaritos ........................................................................................................................................................ 116

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1. INTRODUÇÃO
Olá amigos,

Na aula anterior, conceituamos os “atos administrativos”, diferenciando-os dos atos judiciais, legislativos e
políticos e dos demais "atos da administração", comentamos seus atributos, as principais classificações e
seus elementos.

Nesta aula vamos dar continuidade ao assunto e nos aprofundar um pouco mais, conhecendo as principais
espécies de atos e as situações em que o ato é retirado do mundo jurídico (o desfazimento dos atos
administrativos).

Os assuntos da aula de hoje são importantíssimos em prova!

Vamos lá!

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2. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS


O primeiro tópico da aula de hoje será o estudo das várias espécies de atos administrativos, as quais podem
ser sintetizadas da seguinte forma:

Normativo veicula regras gerais e abstratas

Ordinatório emana do poder hierárquico

autoriza o particular a exercer uma


Negocial
atividade ou a usar um bem público
contém declaração da Administração quanto
Enunciativo
a um fato ou situação
impõe penalidades a agentes públicos ou
Punitivo
particulares

Para memorizar, a dica é usar o mnemônico N-O-N -E-P.

2.1. Atos Normativos


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Os atos administrativos normativos (também chamados de atos gerais) são aqueles que veiculam regras
gerais e abstratas, alcançando número de destinatários indeterminado.

Como possuem generalidade e abstração, os atos gerais são similares às leis, em termos de conteúdo.

Em virtude desta característica, Maria Sylvia Zanella Di Pietro, por exemplo, não enquadra os atos gerais
como atos administrativos, mas simplesmente como “atos da administração”.

Friso que os atos normativos não inovam o ordenamento jurídico. Em outras palavras, eles não criam
direitos ou obrigações aos administrados que já não estejam estabelecidas em lei.

Eles visam a permitir a fiel execução das leis, explicitando seu conteúdo e uniformizando entendimentos
adotados pelos agentes públicos.

Exemplos: decretos regulamentares, resoluções, regimentos, instruções normativas,


deliberações.

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Em relação aos decretos autônomos, previstos no art. 84, VI, da Constituição Federal, é importante destacar
que apenas uma de suas duas hipóteses caracterizam um ato normativo. Relembrando:

Constituição Federal, art. 84, VI - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento


de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.

O decreto autônomo que extingue funções e cargos quando vagos é um ato de efeitos concretos, desprovido
de generalidade e abstração, de sorte que, a rigor, não é considerado ato normativo.

Por outro lado, o decreto autônomo que organiza o funcionamento da Administração, este sim, poderá
consistir em ato normativo, ao veicular determinações de caráter geral e abstrato, alcançando número
indeterminado de pessoas.

Em síntese:

AUMENTO de
organização e despesa pode ter efeitos
funcionamento sem
implicar normativos
Decretos da Administração Criação/extinção
de órgãos
autônomos

EXTINÇÃO de quando
funções e cargos vagos

Veremos mais à frente que a prática de atos individuais deve observar o conteúdo normativo existente,
inclusive aquele proveniente dos atos gerais. Portanto, podemos dizer que os atos gerais prevalecem sobre
os individuais.

Além disso, consoante leciona Maria Sylvia Zanella Di Pietro1, os atos gerais não podem ser impugnados
administrativamente. E, judicialmente, eles somente podem ser atacados de modo incidental, como causa
de pedir. Ou seja, não se pode acionar o Judiciário tendo como pedido a invalidação do ato geral. Nesta
situação, o ato estaria sendo atacado de modo direto.

O que se admite, no âmbito judicial, é o pedido que verse sobre um ato individual e que, como
fundamentação daquele pedido (ou seja, como “causa de pedir”), seja mencionado o ato g eral. Reparem,

1 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 7400
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portanto, que a pretensão consistiria, incidentalmente, em afastar a aplicação do ato geral àquele caso
concreto.

Para encerrar este tópico, vamos ver os principais atos normativos tomando por base as lições de Hely Lopes
Meirelles2:

Atos normativos
• Decretos regulamentares ou de execução
• Decretos autônomos ou independentes (quando houver conteúdo normativo)
• Instruções Normativas: em geral expedidas por Ministros ou Secretários (CF,
art. 87, II) ou por órgãos superiores para permitir a execução de leis,
decretos e regulamentos.
• Resoluções: expedidos por altas autoridades do Executivo ou por Tribunais e
órgãos legislativos para disciplinar matéria de sua competência específica.
• Regimentos: atos normativos que regem o funcionamento interno de cada
órgão da Administração.
• Deliberações: atos normativos emanados de órgãos colegiados.

2.2. Atos Ordinatórios


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

Os atos ordinatórios são aqueles que emanam do poder hierárquico da Administração e tem seus efeitos
restritos ao âmbito interno das repartições públicas.

Eles são dirigidos aos agentes públicos e veiculam determinações relacionadas ao desempenho das
atribuições destes agentes.

Então, por exemplo, quando uma autoridade da Secretaria do Tribunal de Contas da União designa, por meio
de uma portaria, o servidor Fulano de Tal para realizar a auditoria no órgão X, temos um exemplo de ato
ordinatório.

Outros exemplos: ordens de serviço, instruções (quando desprovidas de caráter


normativo), circulares internas, portarias em geral etc.

A respeito destes exemplos, vejam a questão abaixo:

2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 184-186.


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CEBRASPE/ CGM de João Pessoa – PB


Regulamento e ordem de serviço são exemplos, respectivamente, de ato administrativo normativo e de ato
administrativo ordinatório.
Gabarito (C)

Vejamos adiante os principais atos ordinatórios, tomando por base as lições de Hely Lopes Meirelles 3:

Atos ordinatórios
• Instruções: ordens escritas e gerais para orientar a atuação dos servidores
(diferentemente das instruções normativas).
• Circulares: também são ordens escritas para orientar a atuação dos
servidores, mas emitidas a pessoas específicas ou em circunstâncias
especiais
• Ordens de serviço: expedidas pelo superior hierárquico com
determinações especiais a respeito da execução de tarefas ou atividades
(e.g., ordem de serviço para o início de uma obra).
• Portarias: em geral utilizadas para designar servidores para realizar
atividades específicas (desginar o servidor Fulano para fiscalizar a empresa
X). Também utilizadas para impor regras.
• Provimentos: em geral utilizados por órgãos do Poder Judiciário para
regularização e uniformização dos serviços.
• Ofícios: comunicações escritas entre autoridades ou entre estas e
particulares.
• Despachos: contêm decisões administrativas das autoridades a respeito de
um procedimento.
• Despachos Normativos: proferido na apreciação de um caso individual, em
que a autoridade determina a aplicação daquela decisão a casos análogos.

3 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 186-188.


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2.3. Atos Negociais


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Os atos negociais são praticados para possibilitar ao particular o exercício de uma atividade ou o uso de um
bem público. Decorrem do (i) poder de polícia administrativa (fase de consentimento)4 ou (ii) da necessidade
de descentralizar a prestação de alguns serviços públicos.

Nestes atos há um alinhamento entre o interesse público e o privado, sendo que, em alguns casos, o
interesse do particular na prática do ato é até maior do que o interesse público. Mas não se pode esquecer
que em todos os casos deverá existir interesse público, até mesmo para legitimar a atuação estatal.

Mas, apesar da palavra “negocial”, estes atos contêm uma declaração unilateral da vontade da
Administração. Portanto, os atos negociais não se confundem com um negócio jurídico ou com um contrato
administrativo, nos quais há a manifestação da vontade do particular em conjunto com a da Administração
(declaração bilateral).

Consoante leciona Marcelo Alexandrino, os atos negociais podem ser (i) discricionários ou vinculados e (ii)
expedidos a título precário ou definitivo.

Os atos negociais vinculados, como as licenças, não comportam juízo de valor por parte da Administração.
Uma vez cumpridos os requisitos legais, o particular terá direito subjetivo à obtenção da anuência da
Administração.

Por sua vez, os atos negociais discricionários, como as autorizações, admitem juízo de conveniência e
oportunidade por parte da Administração. Mesmo que o particular cumpra os requisitos legais, a
Administração poderá negar-lhe o pedido. Neste caso, não há que se falar em direito subjetivo do particular
em obter a anuência da Administração, mas em mero interesse.

Os atos chamados de precários são revogáveis a qualquer tempo. Além disso, esta revogação, em geral, não
gera o dever de indenizar o particular.

Os atos considerados definitivos, a seu turno, serão sempre vinculados e, por este motivo, não comportam
revogação. Se o particular cumpre os requisitos legais, terá direito à prática do ato negocial vinculado (há
direito subjetivo na expedição daquele ato). Assim, posteriormente, não poderia a Administração decidir que
é conveniente ou oportuna sua revogação, porquanto tal ato não comporta tal valoração de mérito.

No entanto, apesar de não admitirem revogação, tais atos podem ser anulados ou até mesmo cassados
(quando posteriormente se verificar que o particular descumpriu alguma das condições impostas).

4 Lembrando que o poder de polícia possui quatro f ases: Legislação ou Ordem de polícia; Consentimento;
Fiscalização e Sanção.
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Em virtude desta possibilidade de anulação ou cassação, de forma unilateral, a doutrina contemporiza este
título de “atos definitivos”, dizendo que, na verdade, há uma expectativa de definitividade, podendo a
Administração extingui-los sem a concordância do administrado5.

- -- -

Antes de passarmos às três espécies mais importantes (licença, autorização e permissão), vamos ver alguns
exemplos.

Exemplos: ato administrativo que autoriza o porte de arma de fogo, licença para dirigir,
autorização para exploração de serviços de educação e saúde, autorização de uso de bem
público - como a colocação das mesas de um bar sobre um passeio público -, autorização
para taxistas etc.

➢ Licença
A licença consiste no ato negocial expedido ao particular quando este preenche os requisitos concessórios,
reconhecendo-lhe um direito e declarando tal situação. Trata-se de ato vinculado, que não está sujeito ao
exame de mérito.

Uma vez preenchidas as condições aplicáveis, a licença não pode ser negada ao particular.

Além disso, como trata-se ato vinculado, a licença também é chamada de “ato definitivo”.

Exemplos: alvará para exercício de profissão, para edificação, licença para dirigir, licença
para construção etc.

5 ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 579
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Apesar de a licença decorrer de direito subjetivo do particular e, portanto, consistir em ato vinculado, há
jurisprudência 6 quanto a um caso específico que, em caráter excepcional, comportaria revogação. Trata-se
da licença para construção (concedida na forma de um alvará), cujo interessado ainda não tenha iniciado a
obra para a respectiva edificação.

➢ Autorização
Diferentemente da licença, na autorização há mero interesse do particular na sua obtenção (não há direito
subjetivo). Mesmo quando o particular preencher todos os requisitos previstos na legislação para a obtenção
da autorização, esta poderá ser negada pela Administração, já que se trata de ato discricionário (emitido
após exame de mérito por parte da Administração).

Se a autorização é concedida, aí sim o particular passa a ter o direito de explorar aquela atividade ou bem.
No entanto, este ato tem caráter precário, já que é passível de revogação.

Exemplos: porte de arma de fogo etc.

Vejam a questão abaixo:

FCC/ TRT - 6ª Região - Técnico Judiciário


Um particular interessado em obter porte de arma solicitou à Administração consentimento para tanto.
Nesta hipótese, a manifestação positiva da Administração, que demanda análise de aspectos subjetivos do
requerente, consistirá em um ato administrativo unilateral, discricionário e precário, que se denomina
autorização.
Gabarito (C)

➢ Permissão de uso de bem público


Atualmente, a “permissão” pode assumir a forma de um ato administrativo (declaração unilateral de
vontade) ou de um contrato administrativo (declaração bilateral).

6 A exemplo do seguinte julgado: STF - RE: 105634 PR, Relator: Min. FRANCISCO REZEK, Data de
Julgamento: 20/09/1985, Segunda Turma, Data de Publicação: DJ 08-11-1985 PP-20107 EMENT VOL-
01399-02 PP-00399
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Quando estivermos diante da permissão de serviços públicos, a legislação7 exige a celebração de um


contrato administrativo (e não um simples ato).

Assim, a permissão enquanto ato administrativo, foco desta aula, tem lugar apenas quando estivermos
diante da permissão de uso de bem público.

Exemplos: autorização para colocação de mesas sobre passeio público, autorização para
utilização de vias públicas para maratonas esportivas etc.

Em síntese:

de serviços
Contrato Administrativo
públicos
“Permissão”
de uso de bem
Ato administrativo
público

E a permissão de uso de bem público constitui ato discricionário (admite valoração de mérito por parte da
Administração) e precário (revogável a qualquer tempo).

7 Lei 8.987/1995, art. 40. A permissão de serviço público será f ormalizada mediante contrato de
adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação,
inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
CF, art. 175. Incumbe ao Poder Público, na f orma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágraf o único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de
caducidade, f iscalização e rescisão da concessão ou permissão; (..)
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Permissão de uso
Licença Autorização
de bem público

• Ato vinculado • Ato discricionário • Ato discricionário


• Definitivo • Precário • Precário
• Há direito do • Há mero interesse • Há mero interesse
particular do particular • Revogável
• Não comporta • Revogável
revogação

Além destes três principais, vou destacar brevemente outros atos negociais que podem aparecer em prova:

Atos negociais

• Admissão: ato vinculado, que permite a fruição de um interesse do particular


(e.g., admissão em um estabelecimento público de ensino).
• Registro: ato vinculado, por meio do qual a Administração reconhece o
cumprimento de condições legalmente impostas (e.g., registro de sindicato
perante o Ministério da Economia).
• Visto: ato por meio do qual a Administração controla seus atos ou do
administrado, conferindo-lhe efeitos. Concebido para ter natureza vinculada,
mas tem sido utilizado para o exame discricionário (e.g., visto em
passaporte).
• Homologação : ato vinculado, pelo qual a Administração avalia a legalidade
de ato anteriormente praticado (e.g., homologação de uma licitação). Não
pode alterar o teor do ato sob homologação, limitando-se a confirmar ou
não o ato controlado. Segundo Di Pietro, a homologação se destina ao
controle a posteriori dos atos administrativos.
• Aprovação : ato discricionário, pelo qual a Administração exerce o controle a
priori ou a posteriori dos atos administrativos. Neste caso, a autoridade
aprovadora examina aspectos de conveniência e oportunidade da prática
daquele ato.

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2.4. Atos Enunciativos


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Atos enunciativos são aqueles que contêm uma declaração da Administração quanto a um fato ou uma
situação, como certidões e atestados.

A rigor, tais atos não contêm manifestação de vontade da Administração, de modo que parte da doutrina
chega a dizer que eles não produzem efeitos jurídicos.

Adiante vamos tratar das espécies mais relevantes de atos enunciativos, mas já adianto que tais atos não
comportam revogação.

➢ Certidão

Segundo Hely Lopes Meirelles8, as certidões consistem nas “cópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos
constantes de processo, livro ou documento que se encontre nas repartições públicas”.

Por meio das certidões a Administração fornece cópia de informações que possui a um particular ou aos
servidores públicos. Com a informatização e digitalização dos processos, grande parte destas constam dos
bancos de dados das repartições públicas.

O direito à obtenção de certidões tem sede constitucional 9 e independe do pagamento de taxas.

O prazo geral para a expedição de certidões é de 15 dias, improrrogáveis, contados do registro do pedido,
consoante previsto na Lei 9.051/1995, art. 1º.

Já no caso de certidões de quitação de tributos, aplica-se o prazo de 10 dias, previsto no art. 205 do Código
Tributário Nacional (CTN).

Exemplos: certidão de quitação eleitoral, certidão negativa de débitos tributários.

➢ Atestado

8 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 195.


9 Constituição Federal, art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas: (..)
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para def esa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
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Por meio dos atestados, por sua vez, a Administração comprova um fato de que tenha conhecimento em
razão da atuação de seus agentes. Diferentemente da certidão, o atestado comprova um fato que não consta
dos bancos de dados da Administração.

Exemplos: atestado emitido por junta médica oficial que constata que o servidor está
incapaz para o trabalho, devendo ser concedida a ela a aposentadoria por invalidez.

➢ Parecer

Os pareceres consistem em opiniões técnicas emitidas por órgãos especializados. Em geral, os pareceres
fornecem subsídios para que, posteriormente, uma autoridade possa tomar a melhor decisão.

Como todo ato enunciativo, o Parecer não produz efeitos jurídicos, a menos que um ato posterior (com
conteúdo decisório) lhe aprove ou adote suas conclusões em uma situação concreta.

Exemplo: parecer jurídico emitido pela assessoria jurídica do Ministério da Economia a


respeito da celebração de um contrato. O ato contém a opinião técnica daquela
assessoria sobre a legalidade da contratação.

Vejam a questão abaixo:

CEBRASPE/ TCE-PA- Auxiliar Técnico de Controle Externo


Considerando que servidor público de determinada autarquia federal tenha solicitado ao setor técnico
daquela entidade a emissão de parecer para subsidiar sua tomada de decisão, julgue o item a seguir, acerca
dos atos administrativos.
Quanto aos seus efeitos, tal parecer classifica-se como ato administrativo enunciativo.
Gabarito (C)

Há, no entanto, pareceres com conteúdo decisório, os quais deixam de ser atos enunciativos. É o caso dos
pareceres normativos e pareceres vinculantes.

Em alguns casos, alguns assuntos são normatizados por meio dos chamados pareceres normativos. Apesar
da terminologia de “parecer”, estes atos veiculam determinações gerais e abstratas, passando a ser
considerados verdadeiros atos normativos.

Há, ainda, algumas ordens que são expedidas por meio de pareceres vinculantes, os quais possuem
conteúdo de ordem (ato ordinatório), deixando de serem atos simplesmente enunciativos.

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➢ Apostila

As apostilas se destinam a alterar ou a atualizar informações referentes a ato praticado ou a contrato


celebrado anteriormente.

Exemplos: apostilamento dos assentamentos funcionais de um servidor público, para


registrar um aumento remuneratório ou uma promoção; apostilamento de um contrato
para registrar um reajuste de preços.

Marcelo Alexandrino registra que a palavra “averbação” é frequentemente utiliza da como sinônimo de
“apostila”.

2.5. Atos Punitivos


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA

Por meio dos atos punitivos, a Administração impõe penalidades aos agentes públicos ou aos particulares
em geral.

Aqui não podemos confundir um ato punitivo de caráter administrativo com o poder punitivo do Estado (jus
puniendi). O jus puniendi é exercido pelo Poder Judiciário e consiste na responsabilização penal por crimes
e contravenções praticadas.

Percebam que, no exercício do jus puniendi do Estado, a aplicação de sanções sempre será precedida de
manifestação prévia do Poder Judiciário.

Vejam o seguinte exemplo.

Fica comprovado que um servidor público recebeu propina. Assim, mediante um processo administrativo
disciplinar (PAD), o servidor será chamado a se manifestar e, ao final, poderá receber a pena de demissão do
serviço público (na esfera federal, Lei 8.112/1990, art. 117, XII c/c art. 132, XIII). Esta demissão consiste em
um ato administrativo punitivo.

Mas reparem que esta mesma conduta é tipificada como crime (Código Penal, art. 317) e leva o servidor a
responder, também, na esfera penal. Neste caso, o Ministério Público poderá denunciá-lo perante o Poder
Judiciário, para que responda pelos seus atos no bojo de um processo judicial penal. Ao final, aquela pessoa
poderá receber uma pena de reclusão, a qual consiste em ato judicial e, aqui sim, decorre do jus puniendi.

- -- -

Antes de concluir, é importante destacar que os atos punitivos podem atingir tanto os servidores públicos
quanto os particulares em geral. Este último caso consiste, por exemplo, no ato da vigilância sanitária que
aplica multa ao particular que descumpriu a regulamentação sanitária do município.

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Nestes dois casos estaremos diante de atos punitivos, sendo que a diferença repousa no poder manifestado
em cada um destes casos.

Resgatando as lições da aula sobre poderes, quanto à aplicação de sanções, temos o seguinte:

Ao servidor público → poderes hierárquico e disciplinar

Aos particulares com vínculo específico → poder disciplinar

Aos particulares em geral (vínculo geral) → poder de polícia

Para encerrar este tópico, vamos ver os principais atos punitivos:

Atos punitivos
• Multa administrativa: ato punitivo do qual resulta a imposição de uma sanção
pecuniária ao administrado (e.g., multa tributária, multa a uma empresa
contratada pelo poder público etc).
• Interdição: ato por meio do qual a Administração veda ao particular a prática
de certa atividade (e.g., interdição de um estabelecimento que comercializa
produtos fora da especificação legal).
• Destruição de coisas: ato sumário por meio do qual a Administração elimina
produtos ou bens do particular impróprios para uso ou consumo (e.g.,
destruição de medicamentos vencidos).
• Cassação anulatória: ato que decorre do descumprimento superveniente, por
parte do particular, de condições originalmente estabelecidas (e.g., cassação
de uma licença).

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Primeiramente, as características gerais de cada uma das espécies:

Normativos Ordinatórios Negociais


•Decorrem do poder normativo •Decorrem do poder hierárquico •Necessários para exercício de
•Regulamentos, instruções (ef. internos) atividade ou uso de bem
normativas, resoluções •Ordem de serviço, instruções, público
circulares •Licenças, autorizações e
permissão de uso de bem
público

Enunciativos Punitivos
•Declaram uma situação ou •Aplicação de sanções a
emitem juízo de valor servidores ou a particulares
•Não contêm manifestação de
vontade da Administração
•Atestados, certidões, pareceres

Adiante, uma síntese do enquadramento dos atos em espécie:

Normativos Ordinatórios Negociais Enunciativos Punitivos


Decretos Instruções Licenças Certidões Multas
Regulamentos Circulares Autorizações Atestados Interdições
Resoluções Ordens de Permissões (de Pareceres Destruição de
Regimentos Serviço uso de bem Apostilas coisas
Portarias público) Cassações
Deliberações
Avisos Admissões Anulatórias
Instruções
Normativas Despachos Registros
Ofícios Aprovações
Provimentos Vistos
Homologações

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HORA DO
INTERVALO!

Amigos, acabamos de comentar um grande volume de informação. Sugiro que, antes de


prosseguir, tire um pequeno tempo e retome a leitura com energias renovadas -)

O tema a seguir é o mais importante da aula!!

3. DESFAZIMENTO DOS ATOS

Ao praticar um ato administrativo este entra no mundo jurídico e lá permanece produzindo efeitos, até que
o ato seja desfeito.

A continuidade da produção de efeitos ocorre mesmo se o ato contiver algum vício, por força do atributo da
presunção de legitimidade.

Para que o ato seja retirado do mundo jurídico é necessário que este seja desfeito. Este processo de
desfazimento do ato irá variar a depender da situação jurídica do ato.

Se estivermos examinando o ato para confirmar sua legalidade ou legitimidade, estamos falando do controle
de legalidade dos atos.

Neste caso, buscamos comparar o ato praticado com os requisitos impostos pela legislação. No exercício
deste controle, caso nos deparemos com um ato eivado de vícios (seja ilegal ou ilegítimo), terá lugar o
processo de anulação.

Exemplos: determinada pessoa tomou posse em um cargo que a lei exige nível superior,
embora não o tivesse; foi aplicada sanção a um servidor público sem concessão de
contraditório e ampla defesa.

Se, por outro lado, o ato é considerado válido, mas se mostra inconveniente ou inoportuno, estaremos diante
do controle de mérito dos atos, que poderá dar azo à sua revogação. No controle de mérito não nos
interessa se o ato foi ou não praticado com a lei. Aqui o foco será na utilidade daquele ato ao interesse
público.

Exemplo: determinado órgão público autorizou a realização de licitação para construção


da nova sede da repartição ao custo de R$ 100 milhões, com recursos previstos no
orçamento. Alguns meses depois, o país passou a enfrentar uma grave crise econômica,

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de sorte que aquele órgão decidiu revogar a autorização para licitação, deixando para
outro momento a construção da nova sede.

Por fim, se não há retoques a serem feitos no ato, mas seu destinatário deixa de cumprir condições
previamente estabelecidas para sua manutenção, o ato poderá ser objeto da cassação.

Mais adiante iremos detalhar cada uma destas situações acima, mas já percebam o seg uinte:

A anulação e a revogação encontram-se previstas na Súmula 473 do STF, já comentada quando tratamos do
princípio da autotutela:

SUM-473 STF, A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.

E, no âmbito federal, merece destaque também o art. 53 da Lei 9.784/1999, com conteúdo até mais preciso
do que o da SUM-473:

Lei 9.784/1999, art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados
de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.

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Mas antes de estudar as três principais formas de desfazimento dos atos, é importante ressaltar
características comuns a elas.

Em todos os casos, o desfazimento de ato administrativo que resulte prejuízos ao patrimônio jurídico do
administrado ou aos seus interesses, é necessário que lhe seja facultado o exercício do contraditório e da
ampla defesa.

A este respeito, o STF, em sede de Recurso Extraordinário, com repercussão geral reconhecida, firmou
entendimento de que10:

1. Ao Estado é facultada a revogação de atos que repute ilegalmente praticados; porém, se


de tais atos já decorreram efeitos concretos, seu desfazimento deve ser precedido de
regular processo administrativo.

Portanto, o desfazimento de um ato administrativo deve ocorrer no bojo de um processo administrativo, no


qual o interessado tenha sido previamente ouvido acerca da extinção daquele ato.

Agora imaginem o seguinte: ao invés de ouvir previamente o administrado, a Administração decide desfazer
um ato e simplesmente possibilitar que ele recorra administrativamente daquela decisão.

A possibilidade de recurso satisfaz a garantia do contraditório e da ampla defesa?

A resposta é um sonoro não!

E este é o entendimento do STF a respeito11, tendo se manifestado no sentido de que “não satisfaz o direito
de defesa da recorrente a mera oportunidade de impugnar, mediante recurso, ato que anulou benefício
anteriormente”.

E, além de ouvir o administrado previamente, o ato que decidir pelo desfazimento de ato administrativo
pretérito, deverá ser motivado:

10 STF RE 594296/MG. Rel. Min. Dias Tof f oli, 21/9/2011, repercussão geral. Apesar de mencionar a
palavra “revogação”, sabemos que é a “anulação” que recai sobre atos ilegais.
11 STF RMS: 31661/DF. rel. Min. Gilmar Mendes. 10/12/2013.
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No âmbito federal, esta é uma imposição contida na Lei 9.784/1999:

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando: (..)

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

Agora sim, vamos passar a estudar cada uma das principais formas de desfazimento dos atos.

3.1. Anulação
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTÍSSIMA

A anulação ocorre quando há um vício no ato administrativo, quando este ato é inválido, ilegal.

Se este vício for de intensidade tal que a lei o considere insanável, o administrador estará obrigado a
proceder à anulação do ato eivado de vício.

Reparem que, nesta situação, o administrador tem diante dele uma única conduta prescrita em lei: a
anulação do ato inválido. Portanto, diante de um vício insanável, a anulação é ato vinculado.

Por outro lado, se a lei considerar aquela invalidade “tolerável”, dizemos que o ato contém um vício sanável.
Nesta situação, o administrador poderá decidir entre anular o ato ou convalidá-lo.

Havendo tal possibilidade de escolha, podemos concluir que, diante de vício sanável, a anulação consiste em
ato discricionário, já que o administrador tem discricionariedade para valorar a opção que lhe parecer mais
conveniente, podendo decidir por anular o ato ou convalidá-lo.

Portanto, apesar de ser correto afirmar genericamente que “os atos inválidos devem ser anulados”, é
importante ter em mente a possibilidade de convalidação de atos com vício sanável.

A doutrina administrativista mais moderna denomina de nulo o ato com vício insanável e, anulável aquele
com vício sanável.

Em síntese:

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A anulação de atos administrativos inválidos opera efeitos retroativos (ex tunc). Como
regra geral, o ato é retirado do mundo jurídico desde o momento em que foi praticado,
de modo que são desconsiderados os efeitos produzidos pelo ato.

Esta retroatividade, no entanto, não alcança os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa-fé
(terceiros que desconheciam o vício do ato).

Portanto:

Não se preserva todo e qualquer efeito em relação a terceiros de


boa-fé em decorrência de ato nulo.

São preservados apenas os efeitos já produzidos em relação aos


terceiros de boa-fé, mas a geração de novos efeitos fica obstada.

O ato nulo não gera direitos, de sorte que não se pode falar em “direito adquirido” à preservação
de um ato nulo.

Os efeitos já produzidos são mantidos (em relação aos terceiros de boa-fé), mas aquele ato não
mais será uma fonte produtora de efeitos.

Já no que se refere aos próprios destinatários do ato, não há dúvidas: deve-se desfazer os efeitos
já produzidos.

Portanto:

O ato nulo não deve produzir efeitos, exceto os efeitos já produzidos em relação a terceiros
de boa-fé, os quais são mantidos.

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Retomando nosso exemplo anterior:

Um servidor público toma posse como técnico de uma Universidade Federal e, passado
algum tempo, descobre-se que, na verdade, ele não preenchia os requisitos para o exercício
do cargo (como acumulação irregular de cargos, idade limite etc). Enfim, existe algum tipo
de vício insanável em sua posse.
Assim, o ato administrativo de sua posse no cargo deverá ser declarado nulo e aquele
servidor deve ser exonerado do cargo (retroatividade dos efeitos da nulidade em relação ao
destinatário do ato).
----
No entanto, ao longo do período em exerceu o cargo, o servidor realizou centenas de
matrículas de alunos e expediu vários diplomas.
Estes alunos são terceiros de boa-fé, os quais desconheciam a ilegalidade dos atos
praticados por aquele servidor. Assim, as matrículas realizadas pelo servidor são mantidas,
uma vez que os efeitos já produzidos são mantidos perante terceiros de boa-fé

Nesse sentido, a questão abaixo foi dada como correta:

CEBRASPE/ TCE-PR – Analista de Controle – Contábil (adaptada)


A invalidação fulmina todas as relações jurídicas decorrentes do ato inválido, resguardados os direitos de
terceiros de boa-fé que não tenham contribuído para a invalidação do ato.
Gabarito (C)

Outro exemplo da preservação de certos efeitos em relação a terceiros de boa-fé é a SUM-249


do TCU:

Súmula TCU 249

É dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebidas, de boa-fé, por


servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável de interpretação
de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em
função de orientação e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo
e do caráter alimentar das parcelas salariais.

Assim, se um servidor público recebeu, por exemplo, diárias para viagem em valor superior ao
devido, por um erro escusável por parte do seu órgão, ele não está obrigado a restituir estes
valores aos cofres públicos.

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Quem pode determinar a anulação de um ato administrativo?

Diferentemente da revogação, tanto a Administração Pública quanto o Poder Judiciário poderão


promover a anulação de atos administrativos.

Há passagens doutrinárias 12 e jurisprudenciais 13 que intitulam o exercício do controle de legalidade


por parte da administração (autotutela) de “controle interno”, justamente para diferenciá-lo do
controle judicial, realizado pelos juízes e tribunais no exercício da função jurisdicional.

Ou seja:

Ato anulado pela própria Administração Pública → controle interno

Ato anulado por determinação judicial → controle judicial

A principal diferença é que o Poder Judiciário, em se tratando de sua atuação típica, somente
poderá atuar mediante provocação.

Já no caso da Administração Pública, esta poderá exercer o contro le de legalidade tanto de ofício
como mediante provocação.

Além disso, como já havíamos adiantado, antes da anulação do ato (ou de qualquer outra forma
de desfazimento) deve-se garantir que o interessado seja previamente ouvido, garantindo-se a ele
que o exercício do contraditório e da ampla defesa.

A respeito de tal entendimento, vejam a questão abaixo:

CEBRASPE/ PC-GO - Escrivão de Polícia Substituto (adaptada)


O exercício da autotutela, poder-dever da administração, é amplo e dispensa a instauração de procedimento
administrativo, ainda que potenciais interesses individuais sejam atingidos.
Gabarito (E)

12A exemplo de: NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de Direito Administrativo. GenMétodo. 16ª
ed. item 20.4.17
13 A exemplo de: STJ - AgRg no AgRg no REsp: 1215897 RJ 2010/0183540-8, rel. Min. Hamilton
Carvalhido, 01/03/2011
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É importante comentar, ainda, que o direito de a Administração anular um ato não é eterno. Por
razões de segurança jurídica, a legislação impõe um prazo para que a Administração possa revisitar
seus atos e, caso identificada alguma invalidade, promova sua anulação.

No âmbito federal, este prazo é de cinco anos, salvo a ocorrência de má-fé:

Lei 9.784/1999, art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de


que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar -se-á da


percepção do primeiro pagamento.

§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade


administrativa que importe impugnação à validade do ato.

Como se depreende do dispositivo acima, o prazo de cinco anos começa a ser contado a partir
de dois momentos:

a) regra: da data em que foram praticados

b) ato que gera efeitos patrimoniais contínuos 14: da percepção do primeiro pagamento

O mesmo dispositivo nos permite concluir que tal prazo tem natureza decadencial. Caso a
Administração não exerça este direito (dever), terá decaída a possibilidade de desfazimento do
ato inválido.

Percebam que, nesta situação, o ordenamento jurídico prioriza os princípios da segurança jurídica,
da boa-fé e da proteção à confiança em detrimento do princípio da legalidade. Em prol daqueles
princípios, tolera-se a manutenção de um ato ilegal no ordenamento jurídico.

Vejam a questão abaixo:

CEBRASPE/ TRT-CE - Analista Judiciário – Contabilidade (adaptada)


O direito de a administração anular ato administrativo favorável ao destinatário decai em dez anos, exceto
se for comprovada má-fé.
Gabarito (E)

14 A exemplo do ato que concede uma vantagem pecuniária a um servidor público, paga mensalmente.
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Antes de encerrar este tópico, cumpre salientar que o STF 15 tem entendido que este prazo de 5
anos não se aplica nas situações em que houver flagrante desrespeito à Constituição Federal.

Para estes casos, fazendo-se uma ponderação entre os princípios aplicáveis, o STF entendeu que
o princípio da legalidade deveria se sobrepor ao da segurança jurídica:

5. Situações flagrantemente inconstitucionais como o provimento de serventia


extrajudicial sem a devida submissão a concurso público não podem e não devem ser
superadas pela simples incidência do que dispõe o art. 54 da Lei 9.784/1999, sob pena de
subversão das determinações insertas na Constituição Federal.

Quanto ao prazo decadencial para se promover a anulação, temos o seguinte resumo:

da prática do ato
Regra 5 anos
do primeiro pagamento
Prazo para anulação (ef. patrim. contínuos)

Lei 9.784/99
má-fé
Exceções
flagrante desrespeito
à CF

Estudadas as principais características a respeito do controle de legalidade dos atos


administrativos (que podem resultar na anulação de um ato), no próximo tópico comentaremos o
controle de mérito dos atos administrativos (que podem resultar em sua revogação).

3.2. Revogação
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTÍSSIMA

Revogação, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro 16, consiste no “ato discricionário pelo qual a
Administração extingue um ato válido, por razões de conveniência e oportunidade”.

Reparem que a revogação aplica-se somente a atos válidos, aspecto exigido na questão abaixo:

15 A exemplo do MS 28279/DF. rel. Min. Ellen Gracie, 16/12/2010.


16 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 7979
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CEBRASPE/ ABIN – Oficial Técnico de Inteligência


Tendo tomado conhecimento de que um ato vinculado possua vício que o torne ilegal, a administração deve
revogar tal ato, independentemente de determinação do Poder Judiciário.
Gabarito (E)

Só se fala em conveniência e oportunidade nos atos discricionários, reparem que a revogação


somente pode ocorrer em relação a estes. Não se admite revogação de atos vinculados, até porque
nestes não há conveniência ou oportunidade a serem valorados.

Em síntese:

A Administração praticou um ato discricionário, este ato era válido (legal), mas ele acabou se
mostrando inconveniente ou inoportuno. Assim, o princípio da autotutela autoriza a administração
a rever o mérito daquele ato, por meio de sua revogação.

Diferentemente da anulação, a revogação não retroage (ex nunc) ao momento da prática


daquele ato. A revogação opera efeitos prospectivos, de sorte que são preservados os
efeitos produzidos pelo ato até sua revogação.

A irretroatividade da revogação foi cobrada na questão abaixo:

CEBRASPE/CGM - João Pessoa


A revogação produz efeitos retroativos.
Gabarito (E)

Como a revogação opera efeitos dali em diante, são respeitados os direitos adquiridos gerados
pelo ato revogado.

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Revogação → não retroage (ex nunc)

Anulação → retroage (ex tunc).

Esta diferença foi exigida na questão abaixo:

FCC/ TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário – Área Administrativa (adaptada)


Às decisões que extinguem os atos administrativos por vício de legalidade e por razões de conveniência e
oportunidade, dá-se os nomes, respectivamente, de anulação, retroagindo, como regra, seus efeitos à data
da edição do ato, com a desconstituição deste, e revogação, cujos efeitos são produzidos a partir de então.
Gabarito (C)

E quem pode revogar de um ato administrativo?

A regra de ouro é a seguinte: quem detém competência para praticar o ato também possui
competência para revogá-lo.

Marcelo Alexandrino 17 leciona que a competência para revogação é “privativa da administração


que praticou o ato que está sendo revogado”.

Portanto, se a “Autarquia X” praticou aquele ato, não poderia a “Autarquia Z” revogá-lo.

Merece destaque, ainda, entendimento 18 de que a revogação de atos complexos (os quais
resultam da formação das vontades de dois ou mais órgãos), por questão de simetria, depende,
novamente, da manifestação de ambos os órgãos. Ou seja, a revogação de ato complexo é
também um ato complexo.

17 ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 593
18 STJ - MS: 14731 DF 2009/0195751-8, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, 14/12/2016
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Além disso, o Poder Judiciário, no exercício de sua função típica, não pode revogar atos
administrativos. Como a revogação é ato discricionário, o Judiciário não pode substituir o juízo de
mérito do administrador público.

Então somente o Poder Executivo pode revogar atos?

Não é bem assim!

Como já estudamos anteriormente, os Poderes Legislativo e Judiciário também exercem função


administrativa, em caráter acessório (função atípica). Nesta qualidade, os órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário também praticam atos administrativos, inclusive discricionários, podendo
revogá-los.

Portanto, o Poder Judiciário, embora não possa revogar atos administrativos do Poder Executivo
ou do Poder Legislativo, poderá revogar seus próprios atos administrativos, praticados no exercício
da função administrativa.

Para finalizar este tópico, vale ressaltar que nem todos os atos são passíveis de revogação. Assim,
é importante conheceremos os atos insuscetíveis de revogação.

1) Atos vinculados

Atos vinculados não comportam qualquer juízo de mérito, seja para serem praticados, seja para
serem desfeitos. Portanto, atos vinculados são insuscetíveis de revogação.

A este respeito, a questão abaixo:

CEBRASPE/ TCU - Auditor Federal de Controle Externo – Psicologia


Os atos vinculados são passíveis de revogação.
Gabarito (E)

2) Atos consumados

Atos consumados são aqueles que já exauriram seus efeitos. Assim, como a revogação não
retroage, não faria sentido revogar atos já consumados.

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Exemplo: a administração concedeu licença-capacitação a um servidor público por um


mês. Imaginem o que aconteceria se a Administração decidisse revogar tal ato, após o
retorno do servidor ao serviço!
Assim, é fácil perceber que atos consumados são insuscetíveis de revogação.

Por este motivo, a questão abaixo está correta:

CEBRASPE/ PC-GO - Escrivão de Polícia Substituto (adaptada)


Os atos administrativos cujos efeitos já se tenham exaurido integralmente são insuscetíveis de revogação.
Gabarito (C)

3) Atos que geraram direito adquirido

A proteção ao direito adquirido é garantia fundamental (Constituição Federal, art. 5º, XXXVI) e
mencionada expressamente na Súmula 473 do STF 19.

4) Atos que integram procedimento

Tome o procedimento como uma sucessão ordenada de atos administrativos. Imagine o que
aconteceria se, após praticar o ato de número 10 daquele procedimento, o administrador decide
revogar o ato de número 5!

Por uma questão lógica, consideram-se insuscetíveis de revogação estes atos que integram
procedimento, pois a cada novo ato opera-se a preclusão da revogação do ato anterior.

A impossibilidade de revogação de tais atos foi cobrada na questão abaixo:

FCC/ TRT - 14ª Região - Técnico Judiciário (adaptada)


Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser revogados.
Gabarito (E)

19 SUM-473 STF, A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial.
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5) Atos que estejam sob reapreciação de autoridade superior

Maria Sylvia Zanella Di Pietro 20 inclui esta hipótese como insuscetível de revogação. Imaginem a
seguinte sucessão de eventos:

1º) Um servidor público requereu remoção, a critério da Administração, para outro local
do território brasileiro.
2º) O pedido foi negado pelo Diretor de Recursos Humanos da autarquia em que o
servidor trabalha.
3º) Ato contínuo, o servidor recorreu daquela decisão, interpondo recurso para o
Superintendente.

Neste momento, o Diretor não mais poderia rever sua decisão e revogar o ato que negou a
remoção, já que a competência do Diretor “se exauriu relativamente ao objeto do ato”.

Em outras palavras, a partir do momento em que o ato está sob reapreciação da autoridade
superior, a autoridade que praticou o ato deixa de ser competente para revogá-lo. A partir deste
momento, portanto, é a autoridade superior quem poderia revogá-lo.

6) “Meros atos administrativos”

Os chamados “meros atos administrativos” são aqueles que não contêm manifestação de vontade
da Administração. Trata-se dos atos enunciativos, como pareceres, atestados e certidões, que
possuem conteúdo declaratório ou opinativos. Segundo parcela da doutrina, a rigor nem mesmo
seriam considerados atos administrativos.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro 21 menciona que os “meros atos administrativos” não comportam
revogação, pois seus efeitos “são estabelecidos pela lei”.

Por este motivo, a questão abaixo está errada:

CEBRASPE/ TCE-PR – Analista de Controle – Contábil (adaptada)


São passíveis de revogação os chamados atos meramente administrativos, tais como pareceres e certidões.

20 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 7995
21 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 7995
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Gabarito (E)

No mesmo sentido a questão a seguir:

FCC/TRT - 24ª REGIÃO – Analista – Área Administrativa (adaptada)


Manoel, servidor público e chefe de determinada repartição, emitiu certidão de dados funcionais a seu
subordinado, o servidor Pedro. Passados alguns dias da prática do ato administrativo, Manoel decide revogá -
lo por razões de conveniência e oportunidade. Cumpre salientar que o mencionado ato não continha vício
de ilegalidade. A propósito dos fatos narrados, a revogação está incorreta, porque certidão é ato
administrativo que não comporta tal instituto.
Gabarito (C)

Em síntese, são irrevogáveis os seguintes atos:

não há mérito administrativo a


Vinculados
ser revisto

Consumados já exauriram seus efeitos

Geraram direito
garantia constitucional
Atos não adquirido
revogáveis Integram prática de ato subsequente
procedimento impede a revogação
Sob reapreciação de exauriu-se a competência da
autoridade superior autoridade que praticou o ato
Meros atos não contêm manifestação de
administrativos vontade

➢ Revogação total ou parcial


Quando o ato administrativo é integralmente revogado, estamos diante de sua ab-rogação 2 2 . Por
outro lado, quando a revogação é parcial, estaremos diante de sua derrogação.

Exemplo: é editada uma portaria concedendo licença para tratamento de interesses


particulares de 4 servidores (ato discricionário). Em um segundo momento, é revogada a

22 Para memorizar a ab-rogação, lembre-se de absoluto, pleno.


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licença de 2 deles e mantida a licença dos demais. É fácil percebermos que houve uma
revogação parcial (derrogação do ato).

É importante relacionarmos a revogação total e parcial com os efeitos do ato administrativo.


Estudamos anteriormente que o ato administrativo eficaz pode gerar efeitos típicos ou atípicos.

Efeitos típicos (ou próprios) são aqueles já esperados do ato administrativo.

Exemplo: a desapropriação de um bem particular, resultará na alteração da propriedade


do bem.

Já os efeitos atípicos (ou impróprios) são aqueles não esperados e subdividem-se em (i)
preliminares ou também chamados de prodrômicos e (ii) reflexos.

Exemplo23: a desapropriação de um bem do particular “A”, que estava locado para o


terceiro “B”. Como reflexo do ato de desapropriação, teremos o encerramento da relação
locatícia firmada entre “A” e “B”.

Nesse sentido, a ab-rogação (revogação total) diz respeito à revogação de todos os efeitos típicos
do ato – não alcançando seus efeitos atípicos.

Portanto, no exemplo acima, percebam que a revogação do ato de desapropriação, ainda que
integral, não faria ressurgir a relação locatícia entre “A” e “B”.

23 Adaptado de ALEXANDRE, Ricardo. DEUS, João de. Direito Administrativo. Ed. Método. 4ª ed. Item
7.7.9
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total ab-rogação
revogação
(efeitos típicos)
parcial derrogação

3.3. Cassação
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

A cassação, segundo Marcelo Alexandrino 24, consiste na extinção do ato administrativo quando
“seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que deveria permanecer atendendo, como
exigência para a manutenção do ato e de seus efeitos”.

Exemplo: cassação da licença para dirigir quando seu titular deixa de atender requisitos
legais que deveria cumprir para a manutenção daquele direito.

Vejam outro exemplo na questão a seguir:

CEBRASPE/ TCM-BA – Auditor Estadual de Controle Externo


Considere que a administração pública deseje desfazer ato administrativo porque determinado destinatário
descumpriu condições obrigatórias para que continuasse a desfrutar de determinada situação jurídica. Nessa
situação, a administração deverá adotar a seguinte modalidade de desfazimento do ato:
a) invalidação.
b) revogação.
c) cassação.
d) convalidação.
e) ratificação.
Gabarito (C)

3.4. Outras Formas de Desfazimento dos Atos Administrativos


INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXA

24 ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 596
33

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Separamos este tópico para comentar outras formas de retirada dos atos administrativos do
mundo jurídico.

A contraposição consiste no surgimento de um novo ato com efeitos contrapostos a outro já


praticado.

Exemplo: o ato de exoneração de um servidor se contrapõe ao ato de nomeação daquele


servidor, promovendo-se o desfazimento deste.

A caducidade, por sua vez, consiste, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, na superveniência
de norma jurídica que torna inadmissível situação anterior, na qual foi praticado o ato
administrativo.

O exemplo citado pelo autor diz respeito à emissão de permissão para uso de bem público em
determinada data e, em momento posterior, surge uma lei que proíbe o uso privativo daquele
bem. Assim, aquela permissão, de natureza precária, terá sofrido caducidade, extinguindo -se, não
sendo necessário um segundo ato administrativo para pôr fim àquela permissão.

A caducidade também foi exemplificada na questão abaixo:

CEBRASPE/ SEFAZ-RS – Auditor do Estado


Determinado prefeito exarou ato administrativo autorizando o uso de bem público em favor de um
particular. Pouco tempo depois, lei municipal alterou o plano diretor, no que tange à ocupação do espaç o
urbano, tendo proibido a destinação de tal bem público à atividade particular.
Nessa situação hipotética, o referido ato administrativo de autorização de uso de bem público extingue -se
por
a) revogação.
b) anulação.
c) contraposição.
d) caducidade.
e) cassação.
Gabarito (D)

Associando estas duas últimas formas de desfazimento dos atos com as três anteriores, temos o
seguinte:

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ANULAÇÃO O ato praticado é inválido

O ato é válido, mas inconveniente ou


RE VOGAÇÃO
inoportuno

Desfazimento dos Beneficiário do ato deixa de cumprir os


atos CASSAÇÃO
requisitos necessários
administrativos
Surgimento de novo ato com efeitos
CONTRAPOSIÇÃO
contrapostos a outro já praticado

Superveniência de norma jurídica que


CAD UCIDADE torna inadmissível situação anterior, na
qual o ato foi praticado

É importante comentar, ainda, a extinção natural dos atos administrativos.

A extinção natural dos atos administrativos consiste no seu desfazimento pelo “mero cumprimento
normal de seus efeitos”25.

É, por exemplo, o ato que possuía prazo de vigência pré-determinado, como uma licença de 6
meses, e este prazo chega ao final.

----

Vimos, acima, formas de desfazimento dos atos administrativos. Agora, vamos ver duas formas de
manter no ordenamento jurídico os efeitos de um ato inválido, por meio da convalidação ou
conversão.

3.5. Convalidação
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTÍSSIMA

Como vimos anteriormente, os defeitos (ou vícios) do ato administrativo podem ser subdivididos
em sanáveis e insanáveis.

25 Op. Cit.
35

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Admitindo-se, então, a existência de vícios sanáveis, tem lugar a convalidação (também chamada
de “saneamento”), que consiste em corrigir o ato administrativo com efeitos retroativos (ex tunc).

Friso, portanto, que o objeto da convalidação consiste nos atos que contêm vícios sanáveis,
também chamados de anuláveis.

Imaginem o seguinte exemplo: em um primeiro momento é praticado o ato A, em relação


ao qual detecta-se um vício sanável. Em prol do interesse público, é possível praticar o
ato B, com a finalidade de convalidar o ato A, desde seu nascedouro.

Em decorrência desta convalidação: (i) o ato administrativo A continua a existir no mundo


jurídico e (ii) passa a ser considerado válido desde sua origem.

Reparem o seguinte: se a convalidação operasse efeitos prospectivos apenas, perderia sua razão
de existir, pois o administrador poderia praticar um novo ato, desta vez válido, com efeitos a partir
de então. Portanto, a grande importância da convalidação consiste em gerar efeitos retroativos.

Vejam a questão abaixo:

CEBRASPE/ TC-DF- Auditor de Controle Externo


A convalidação supre o vício existente na competência ou na forma de um ato administrativo, com efeitos
retroativos ao momento em que este foi originariamente praticado.
Gabarito (C)

Como a convalidação se dá no bojo do controle de legalidade dos atos administrativos (apesar de


o vício ser sanável), esta poderá recair sobre atos discricionários ou vinculados.

No plano federal, a convalidação encontra-se positivada na Lei 9.784/1999 da seguinte forma:

Lei 9.784/1999, art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao
interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
poderão ser convalidados pela própria Administração.

Da leitura do dispositivo, reparem que, além do vício ser considerado sanável, são impostas outras
duas condições à convalidação:

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Vício sanável

Ausência de lesão ao interesse


Convalidação público

Ausência de prejuízo a terceiros

Além destes 3 requisitos da convalidação previstos na própria legislação, parte da doutrina26


elenca outros dois, a saber:

1) ausência de impugnação do interessado (expressa ou mediante resistência quanto ao seu


cumprimento)

2) ausência de “prescrição”, ocorrida com o decurso do tempo

A questão abaixo abordou um destes requisitos:

FCC/TRT - 11ª Região – Analista – Área Judiciária


Melinda, servidora pública, praticou ato administrativo com vício de competência. Cumpre salientar que a
hipótese não trata de competência outorgada com exclusividade pela lei, mas o ato administrativo competia
a servidor público diverso. Em razão do ocorrido, determinado particular impugnou expressamente o ato em
razão do vício de competência. Nesse caso, o ato
a) não comporta convalidação, pois o vício narrado não admite tal instituto.
b) comporta convalidação que, na hipótese, dar-se-á com efeitos ex tunc.
c) não comporta convalidação, em razão da impugnação feita pelo particular.
d) comporta convalidação que, na hipótese, dar-se-á com efeitos ex nunc.
e) comporta exclusivamente a aplicação do instituto da revogação, com efeitos ex tunc.
Gabarito (C), na medida em que houve impugnação por parte do interessado. Ademais, um dos requisitos
da convalidação consiste na ausência de prejuízos a terceiros. Assim, se o ato com vício sanável foi objeto de
impugnação anterior, é possível concluir que a ilegalidade atingiu a esfera de direitos de alguém, não mais
comportando a convalidação.

26A exemplo de FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P.
167; e Celso Antônio Bandeira de Mello, in Curso de Direito Administrativo, 26ª ed, p. 467
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----

Da leitura do art. 55 da Lei 9.784, acima, reparem que a lei acertadamente diz que os atos
“poderão ser convalidados”, de onde se depreende que a convalidação consiste em ato
discricionário do administrador.

Notem que o administrador está diante de um ato com vício sanável e poderá decidir entre anular
o ato ou convalidá-lo, o que denota a discricionariedade da convalidação.

No entanto, há uma parcela minoritária da doutrina 27 que advoga a tese de que a convalidação,
sendo possível, deverá ser obrigatoriamente adotada pelo administrador público como regra
geral. Para eles a convalidação melhor atenderia ao interesse público.

Entendi! Mas quando o vício será considerado sanável?

É sanável o vício relativo (i) à competência quanto à pessoa (não quanto à matéria), exceto se tratar
de competência exclusiva e (ii) à forma, exceto se a lei considerar a forma como elemento essencial
à validade do ato. Vejam a questão abaixo a respeito:

CEBRASPE/ PC-MA - Delegado de Polícia Civil


É possível a convalidação de atos administrativos quando apresentarem defeitos relativos aos elementos
a) objeto e finalidade.
b) motivo e competência.
c) motivo e objeto.
d) competência e forma.
e) finalidade e forma.
Gabarito (D)

Ocorre que, além destes dois casos, uma corrente doutrinária (que pode cair em prova) defende
ainda que, em determinadas situações, o vício quanto ao objeto poderá também ser considerado

27 A exemplo de Maria Sylvia Zanella Di Pietro e de Celso Antônio Bandeira de Mello.


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sanável. Portanto, partindo deste estudo mais abrangente, teríamos três hipóteses de vícios
sanáveis:

i) competência
ii) forma
iii) objeto

Agora iremos detalhar estas três espécies de vício sanável. Vamos lá!

i) Vício relativo à competência quanto à pessoa, desde que não se trate de competência exclusiva

O exemplo é o Secretário da Receita Federal que praticou ato da competência pessoal do Ministro
da Economia. Nesta situação, desde que não se trate de competência exclusiva do Ministro (como
os um ato de caráter normativo), o Ministro poderá convalidar o ato praticado, autorizando que o
ato permaneça no mundo jurídico, produzindo efeitos desde seu nascedouro.

Reparem que estamos falando de competência quanto à pessoa, não quanto à matéria.

Por exemplo: se o Secretário de Finanças do Estado pratica ato da competência do Secretário de


Planejamento do Estado, teremos um vício de competência quanto à matéria, em relação ao qual
não se admite convalidação (vício insanável).

Assim, é importante ressaltar que:

o vício de competência quanto à matéria não admite convalidação (apenas quanto à


pessoa).

É importante frisar também que, mesmo em se tratando de competência quanto à pessoa, quando
estivermos diante de competência exclusiva, não há que se falar em convalidação.

ii) Vício relativo à forma, exceto se a lei considerar a forma como elemento essencial à validade do
ato

Em regra, o vício quanto à forma do ato irá admitir a convalidação.

Esta ficará impossibilitada nas situações em que a lei considerar a forma como elemento essencial
do ato.

Nesse sentido, imaginem o ato de determinada autoridade que decidiu contratar uma empresa
sem licitação (contratação direta). A motivação deste ato é considerada essencial para sua
39

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validade. Portanto, o ato da autoridade, com vício de forma sobre elemento essencial, não poderá
ser objeto de convalidação.

Sintetizando estas duas hipóteses de vícios sanáveis, chegamos ao seguinte diagrama:

quanto à exceto
COMPETÊNCIA competência
pessoa
VÍCIO ex clusiva
SANÁVEL
FORMA exceto se forma
ex igida em lei

iii) Vício quanto ao objeto

Alguns autores apontam ainda a possibilidade de convalidação quando o vício repousar sobre o
objeto do ato (ou seu conteúdo).

José dos Santos Carvalho Filho 28 leciona que é possível convalidar atos com vício no objeto (ou
conteúdo) quando se tratar de conteúdo plúrimo.

Seria o caso, por exemplo, de um mesmo ato em que há mais de uma providência administrativa.
Caso exista um vício em relação a algumas providências e não a outras, o ato é aproveitado quanto
a estas últimas, não atingidas por qualquer vício.

Com base nesta hipótese excepcional apontada pelo autor, vejam a questão abaixo:

FCC/ DPE-SC - Defensor Público Substituto (adaptada)


É possível convalidar atos com vício no objeto, ou conteúdo, mas apenas quando se tratar de conteúdo
plúrimo.
Gabarito (C)

Em decorrência também desta possibilidade, o autor 29 entende que a convalidação pode recair
apenas sobre parte do ato administrativo.

Este é o cerne da questão a seguir:

28 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 148
29 Op. cit. P. 166
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Em matéria de ato administrativo, é correto afirmar que a convalidação do ato ocorre quando a autoridade
competente ratifica um ato praticado indevidamente por agente administrativo sem poderes para tal,
aproveitando necessariamente todo o ato.
Gabarito (E)

Divergindo do ensinamento de Carvalho Filho, Maria Sylvia Zanella Di Pietro 30 leciona que não se
admite a convalidação de objeto ilegal. Nesta situação, segundo a autora, seria cabível a
conversão 31 do ato.

Ainda para Di Pietro, a conversão não se confunde com a convalidação, pois implica a substituição
de um ato por outro de categoria diversa (por exemplo, a conversão de uma concessão ilegal de
uso de bem público por uma permissão).

De qualquer forma, mesmo diante da corrente doutrinária que acolhe a convalidação


sobre atos que padecem de vício no objeto, é forçoso reconhecer que são insanáveis os
vícios quanto ao motivo e finalidade.

Seguindo adiante, surge mais uma pergunta!

A convalidação pode partir do particular?

Parte da doutrina, a exemplo de Celso Antônio Bandeira de Mello, entende que sim!

O autor defende que a convalidação “pode derivar de um ato da Administração ou de um ato do


particular afetado pelo provimento viciado”.

30 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. Item
7.11.2.10
31Segundo a autora, pode ser def inida como o ato administrativo pelo qual a Administração converte um
ato inválido em ato de outra categoria, com ef eitos retroativos à data do ato original
41

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Se a manifestação do particular era um pressuposto para a prática do ato e este foi praticado sem
esta manifestação, houve violação desta exigência.

No entanto, se o particular, em momento posterior, manifesta-se a respeito e supre a falha, pode-


se considerar que houve a convalidação em decorrência de ato do particular.

A questão abaixo cobrou esta possibilidade:

FCC/ TRT - 24ª REGIÃO - Oficial de Justiça (adaptada)


A convalidação dos atos administrativos não pode ser feita por quem não pertença aos quadros da
Administração pública.
Gabarito (E)

Quanto às formas de convalidação, apesar da existência de divergências doutrinárias 32, adotando-


se a classificação proposta por Celso Antonio Bandeira de Mello33, frequente em provas, temos o
seguinte:

pela própria autoridade que


Ratificação praticou o ato

por outro autoridade (em geral,


Convalidação Confirmação hierarquicamente superior)

Saneamento pelo particular afetado pelo ato

32 A exemplo daqueles autores que def endem que Ref orma não é espécie do gênero convalidação.
33 MELLO, Celso Antonio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 26ª ed. P. 467
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A título de aprofundamento, destaco também a classificação quanto às formas de convalidação


defendida por Carvalho Filho34:

órgão competente decide sanar o


ato viciado; ratificação pode ser
Ratificação
realizada pela mesma autoridade
ou superior hierárquico

Formas de
novo ato suprime trecho de ato
Convalidação - Reforma
anterior parcialmente inválido
Carvalho FIlho
a partir de ato anterior
parcialmente inválido, a
Conversão Administração produz novo ato
que substitui a parte inválida
daquele

Sendo abrangente no estudo da convalidação, é importante destacar ainda o posicionamento


divergente de Di Pietro 35, que defende a existência de conceitos similares à convalidação, porém
inconfundíveis com esta.

Nesse sentido, a autora36 defende que conversão (estudada no próximo tópico deste curso) não é
modalidade de convalidação, a qual ocorre nas situações em que a Administração busca substituir
o ato viciado por outro, convertendo um ato inválido em ato de outra categoria, com efeitos
retroativos (exemplo: é realizada uma concessão de uso de bem público sem licitação (situação

34 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 166-167
35DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. Tópicos
7.11.2.10 e 7.11.2.11
36 Entendimento compartilhado por Matheus Carvalho, in Manual de Direito Administrativo, 4ª ed, p. 302
43

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irregular), sendo que posteriormente tal concessão é convertida em uma permissão de uso de
bem público – que não exigiria licitação).

Além disso, a autora menciona a confirmação, como sendo a decisão da administração que implicar
renúncia ao poder de anular ato ilegal. Para a autora, a confirmação não seria espécie de
convalidação (que corrige o ato viciado), na medida em que a confirmação apenas mantém o ato
ilegal, tal qual foi praticado. Em síntese:

Convalidação é suprido o vício existente em


(ou saneamento) um ato, com efeitos retroativos
Não substituição do ato viciado por
desfazimento dos Conversão outro, de outra categoria, com
atos - Di Pietro efeitos retroativos

Administração renuncia ao
Confirmação poder de anular o ato ilegal

Em relação à confirmação, vejam a questão abaixo:

CEBRASPE/ TRT-CE - Analista Judiciário – Contabilidade (adaptada)


A confirmação, que somente é possível quando não há prejuízo para terceiros, implica a renúncia da
administração ao poder de anular ato ilegal.
Gabarito (C), seja considerando a "confirmação" como modalidade de convalidação (como defende Celso
Antonio Bandeira de Mello37, em que implicitamente há a ideia de renunciar ao direito de anular) ou como
instituto que objetiva justamente renunciar ao poder de anular o ato ilegal (como defende Di Pietro38).

Para finalizar, traçando um paralelo entre revogação, anulação e convalidação (posições


majoritárias), temos o seguinte:

37 MELLO, Celso Antonio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 26ª ed. P. 467
38 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. Tópico
7.11.2.11
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Anulação Revogação Convalidação

condição:
Atos ilegais Atos ilegais,
ausência de lesão
(vício sanável Atos válidos com vício ao interesse
ou insanável) sanável público e a 3os

Atos Atos
Atos
vinculados ou vinculados ou
discricionários
discricionários discricionários

exceto: efeitos Efeitos


Efeitos Efeitos não
já produzidos retroativos
retroativos retroativos
sobre 3os de (corrige o ato
(ex tunc) (ex nunc) desde a origem)
boa fé

pela
pelo Poder
Administração apenas pela Apenas pela
Judiciário, se
(de ofício ou Administração Administração
provocado
provocada)

É ato
vinculado É ato É ato
(vícios discricionário discricionário
insanáveis)

3.6. Conversão
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA

A conversão ou sanatória converge um ato inicial inválido em outro ato considerado válido. Por
meio da conversão, desfaz-se um ato nulo, mas este é substituído por um novo ato, com efeitos
retroativos.

Vejam o seguinte exemplo 39.

39Adaptado a partir de ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. in Direito Administrativo Descomplicado.


25ª ed. p. 604-605
45

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O estatuto dos servidores de um município prevê duas espécies de licença não remunerada:

(a) “licença para atividades privadas”, para servidores estáveis;

(b) “licença para tratar de assuntos pessoais”, para servidores com 5 anos de serviço público
municipal (prestados em qualquer órgão daquele município), estáveis ou não.

O servidor Fulano de Tal, com 5 anos de serviço municipal, mas não estável, requer a licença (a) -
“licença para atividades privadas” - e esta lhe é deferida.

Passado algum tempo, a Administração municipal percebe o vício no ato que concedeu a licença
(a), mas entende que é mais adequado ao interesse público a manutenção dos efeitos já
produzidos por aquele ato. Assim, a Administração pratica um novo ato que converte a concessão
anterior na licença (b), para a qual o servidor preenche os requisitos.

Na prática, os efeitos que já haviam sido produzidos são mantidos, como se tivessem sido
produzidos pelo novo ato.

Portanto, como são retroativos os efeitos da conversão, o servidor continuará afastado durante
todo o período, por força da licença (b).

Vejam que, segundo defendido por alguns autores, a conversão não se confunde com a
convalidação.

Da conversão nasce um novo ato, com conteúdo diferente do anterior.

Da convalidação, a seu turno, não resultará em novo ato, mas apenas na transformação de um ato
inválido, em válido, mantendo-se seu conteúdo.

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4. CONCLUSÃO
Bem, pessoal,

Com esta aula concluímos a abordagem do assunto “atos administrativos”.

O assunto é importantíssimo e conta com inúmeras de questões de prova. Destaco,


especialmente, as diferenças entre revogação, anulação e convalidação.

Atenção aos detalhes das várias espécies dos atos, a exemplo de certidão, atestado, parecer,
licença, autorização, homologação, ordens de serviço e instruções normativas.

Adiante teremos, como de costume, nosso resumo e as questões comentadas relacionadas ao


tema da aula de hoje =)

Um abraço e bons estudos,

Prof. Antonio Daud

@professordaud

www.facebook.com/professordaud

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5. RESUMO

veicula regras gerais e


Normativo
abstratas

Ordinatório emana do poder hierárquico

autoriza o particular a
Atos em
Negocial exercer uma atividade ou
espécie usar um bem público
contém declaração da
Enunciativo Administração quanto a um
fato ou situação
impõe penalidades a
Punitivo agentes públicos ou
particulares

Consentimento da Administração para particular


L icença exercer atividade (ex. alvará p/ edificação).
Caráter definitivo.

Permite a fruição de interesse do particular (ex.


Admissão admissão em um estabelecimento público de
ensino)
At os vinculados
Administração reconhece o cumprimento de
Registro condições legalmente impostas (ex. registro de
sindicato perante do Ministério da Economia).

Administração avalia a legalidade de ato


Homologação
anteriormente praticado (controle posterior)

Consentimento da Administração para particular


Aut orização exercer atividade (ex. porte de arma). Ato precário
e revogável a qualquer tempo.

Permissão de uso de bem público. Ato precário e


At os discricionários P er missão
revogável a qualquer tempo.

Administração exerce o controle da conveniência e


Apr ovação oportunidade da prática de um ato (controle
prévio ou posterior)

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ANULAÇÃO O ato praticado é inválido

O ato é válido, mas inconveniente ou


REVOGAÇÃO
inoportuno

Desfazimento dos
Beneficiário do ato deixa de cumprir os
atos CASSAÇÃO
requisitos necessários
administrativos
Surgimento de novo ato com efeitos
CONTRAPOSIÇÃO
contrapostos a outro já praticado

superveniência de norma jurídica que


CAD UCIDADE torna inadmissível situação anterior, na
qual o ato foi praticado

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Anulação Revogação Convalidação

condição:
Atos ilegais Atos ilegais,
ausência de lesão
(vício sanável Atos válidos com vício ao interesse
ou insanável) sanável público e a 3os

Atos Atos
Atos
vinculados ou vinculados ou
discricionários
discricionários discricionários

Efeitos exceto: efeitos Efeitos não Efeitos


já produzidos retroativos
retroativos retroativos
sobre 3os de (corrige o ato
(ex tunc) (ex nunc)
boa fé desde a
origem)
pela pelo Poder
Administração apenas pela Apenas pela
Judiciário, se
(de ofício ou Administração Administração
provocado
provocada)

É ato
vinculado É ato É ato
(vícios discricionário discricionário
insanáveis)

quanto à exceto
COMPETÊNCIA competência
pessoa
VÍCIO ex clusiva
SANÁVEL
FO RMA exceto se forma
ex igida em lei

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6. MAPAS

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QUESTÕES COMENTADAS

1. FCC/ AL-AP – Assistente Legislativo - 2020

Faustino Antunes é dono de uma banca de jornal em determinada rua no Centro de Macapá,
tendo recebido do Município uma permissão de uso objetivando a ocupação do espaço na calçada
para instalação da referida banca. O Município notificou Faustino, avisando que, em razão da
necessidade de ampliar o espaço para locomoção de pedestres, cessariam os efeitos de sua
permissão de uso em 90 dias, arcando o Município com o deslocamento da banca para outro local
e emitindo-se em seu favor uma nova permissão de uso. Uma semana após realizada a mudança
de local, Faustino Antunes verificou que outra banca fora instalada exatamente onde ele exercia
antes sua atividade comercial, sendo que o dono da banca lhe mostrou permissão de uso recém-
emitida pelo Município. Analisando-se o caso em questão, constata-se que o ato que fez cessar a
sua permissão original é uma

a) anulação, sendo válida, por tratar-se de ato vinculado.

b) cassação, sendo válida, por tratar-se de ato discricionário.

c) rescisão, sendo inválida, por tratar-se de ato arbitrário.

d) declaração de caducidade, podendo ser invalidada, por vício de objeto.

e) revogação, podendo ser invalidada, por vício de motivo.

Comentários:

Para resolver esta questão, vamos primeiramente definir o que é a permissão de uso. Utilizemos a
definição do professor Hely Lopes Meirelles:

"Ato negocial, unilateral, discricionário e precário através do qual a Administração faculta


ao particular a utilização individual de determinado bem público " desde que haja interesse
da coletividade, sem o qual o uso não deve ser permitido nem concedido, mas tão somente
autorizado. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro . 35 ed. São Paulo:
Malheiros, 2009, pág 533)

Assim como a autorização, a permissão de uso é ato discricionário sujeito à revogação pelo ente
público. Entretanto, no caso em questão, a revogação ocorreu por um motivo que posteriormente
mostrou-se inexistente, já que o espaço foi novamente ocupado por outro permissionário que
exercia atividade igual à revogada.

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Sendo assim, é nítido que houve uma violação ao elemento motivo do ato administrativo, devendo
ensejar na anulação do ato, por força da teoria dos motivos determinantes. Assim, nosso gabarito
encontra-se na letra (E).

Gabarito (E)

2. FCC/Câmara de Fortaleza - Agente - 2019

Em ato administrativo de nomeação para cargo público, devidamente publicado em Diário Oficial,
constatou-se que o nome do destinatário do ato de provimento saiu grafado incorretamente.
Diante de tal situação e sabendo-se que não há outros vícios no ato administrativo, a
Administração deverá promover sua

(A) anulação.

(B) convalidação.

(C) conversão.

(D) revogação.

(E) cassação.

Comentários:

A questão menciona ato praticado com vício em sua forma (grafia incorreta do nome do servidor
nomeado). Neste caso, não recaindo sobre elemento essencial da forma, tal vício será considerado
sanável e, portanto, passível de ser convalidado.

Além disso, registro que, nos atos de nomeação, em geral, a Administração faz constar outras
informações da pessoa nomeada, como número de RG, entre outros. Assim sendo, à luz do
formalismo moderado, podemos concluir que a mera grafia incorreta provavelmente não geraria
prejuízos à Administração ou ao interessado.

Gabarito (B)

3. FCC/Metrô-SP – Analista – Administração - 2019

Conforme observa Maria Sylvia Di Pietro, ao se referir ao princípio da legalidade,

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Hoje, é possível falar em legalidade restrita, significando exigência de lei, em se ntido formal, para
a prática de determinados atos, em especial os que restringem direitos do cidadão, tal como
decorre do artigo 5o, II, da Constituição.

(Direito Administrativo, 2017, p. 1.004)

Dentre as espécies normativas mencionadas na Constituição Federal de 1988, às quais se


reconhecem os efeitos de lei formal, encontra-se

(A) o decreto-lei.

(B) a medida provisória.


==18c4c7==

(C) o decreto presidencial.

(D) a orientação normativa.

(E) a portaria ministerial.

Comentários:

Questão sem grandes dificuldades, que exigiu conhecimento de que a medida provisória tem força
de lei (CF, art. 62, caput).

Assim, o gabarito encontra-se na letra (B).

O decreto presidencial e a orientação normativa são atos normativos expedidos em nível inferior à
lei. A portaria ministerial, ainda que possua teor normativo em determinados casos, também é
editada em âmbito infralegal.

Por fim, destaco que, após a CF/1988, a figura do decreto-lei não é mais prevista no nosso
ordenamento jurídico. Tratava-se de um decreto (expedido pelo Poder Executivo) que possuía
força de lei e vigência indeterminada. Assim, apesar de, em regra, serem considerados válidos os
decretos-leis já expedidos, não se admite a edição de novos decretos-lei.

Gabarito (B)

4. FCC/Metrô-SP – Analista – Administração - 2019

Uma vez que tenha sido praticado, o ato administrativo de natureza discricionária pode ser
revogado

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(A) ainda que já se tenham exauridos seus efeitos.

(B) apenas se houver recurso administrativo.

(C) apenas pelo agente público que o praticou.

(D) por juiz, desde que provocado por meio de ação judicial adequada.

(E) por meio de exame em sede de recurso hierárquico, desde que não haja impedimento legal.

Comentários:

A letra (A) está incorreta. Como a revogação não retroage seus efeitos, os atos que já exauriram
seus efeitos (atos consumados) são irrevogáveis.

A letra (B), incorreta, pois a revogação pode também ocorrer de ofício, ou seja,
independentemente de provocação pelo interessado. Em outras palavras, a revogação não exige
a interposição de recurso administrativo.

A letra (C) está incorreta. Não é apenas pelo agente público que praticou o ato. Em decorrência
da autotutela, a revogação pode ser praticada – desde que não exista impedimento legal – pelos
superiores hierárquicos daquele que praticou o ato.

A letra (D), incorreta, visto que o controle judicial dos atos administrativos não pode resultar em
sua revogação.

Por fim, a letra (E) está correta, visto que é possível a revogação do ato no bojo de recurso
apreciado pelos superiores do agente que praticou o ato.

Gabarito (E)

5. FCC/TRF-3 - Analista Judiciário - 2019

Abílio Silva foi empossado em cargo público efetivo e praticou diversos atos administrativos no
exercício de tal cargo. Todavia, o concurso que gerou o provimento do cargo foi anulado, sem
que ele tenha contribuído para a nulidade. Nessa situação, os atos praticados por ele são

(A) válidos, visto que atuou como funcionário de fato.

(B) nulos, pois praticados com usurpação de poder.

(C) anuláveis, pois praticados com vício de motivo.


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(D) irregulares, por desvio de finalidade.

(E) inexistentes, pois praticados com objeto juridicamente impossível.

Comentários:

A questão narra a situação do funcionário de fato putativo, que refere-se a situações em que houve
alguma ilegalidade na investidura do agente público. Apesar de Abílio perder seu cargo público,
em regra, os atos por ele praticados são considerados válidos, por força da teoria da aparência e
do princípio da segurança jurídica. Portanto, a letra (A) está correta.

Assim, não há que se falar em nulidade ou irregularidade dos atos praticados, razão pela qual as
letras (B), (C) e (D) estão incorretas.

Por fim, quanto à letra (E), incorreta, lembro que ato inexistente é aquele praticado por usurpador
de função pública, situação em que determinada pessoa – sem qualquer vínculo com o poder
público – “finge” ser um agente público. Como Abílio possuía um vínculo com a Administração,
não há que se falar em usurpação.

Gabarito (A)

6. FCC/ AFAP – Analista de Fomento – Advogado – 2019

Dentre os elementos ou requisitos do ato administrativo, existem aqueles cuja inobservância NÃO
é passível de ser sanada, a exemplo

a) dos atos administrativos praticados por autoridade desprovida de competência privativa para
sua edição.

b) das decisões proferidas em situações cujo substrato fático não corresponda à previsão legal
expressa.

c) dos atos vinculados editados sem explicitação de motivação.

d) dos atos administrativos que não sejam objeto de publicação na imprensa oficial, em ofensa ao
princípio da publicidade.

e) dos atos proferidos por autoridade pública para a qual tenha sido delegada competência
privativa de autoridade superior.

Comentários:

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Questão interessante, que cobrou atos passíveis de convalidação, isto é, que apresentam vícios
sanáveis:

quanto à exceto
COMPETÊNCIA competência
pessoa
VÍCIO ex clusiva
SANÁVEL
FO RMA exceto se forma
ex igida em lei

A letra (a) está incorreta. O vício quanto à competência, violando-se uma competência privativa de
órgão ou agente, é considerado sanável, admitindo-se que seja convalidado.

A letra (b) está correta, ao mencionar vício quanto ao motivo do ato. Se, ao expedir um alvará para
construção em determinada região, por exemplo, a lei considerava tal área como sendo de
proteção ambiental, o alvará concedido é inválido, não admitindo convalidação.

A letra (c) está incorreta. Não podemos confundir o “motivo” do ato com sua “motivação”. A
motivação consiste na declaração detalhada e por escrito dos seus motivos, é o arrazoado que
detalha o raciocínio que levou à prática daquele ato e, portanto, faz parte da forma do ato.

Assim, a ausência de motivação – em atos em que a motivação é exigida – é vício de forma, e,


portanto, sanável. Muitas vezes, a demonstração, ainda que tardia, de que os motivos
(preexistentes à prática do ato) atenderam as exigências é suficiente para justificar uma
convalidação.

A letra (d) está incorreta. A ausência de publicação – nos atos em que a publicação oficial é exigida
- apenas o torna ineficaz (e não inválido). Dessa forma, não haveria que se falar em convalidação,
mas em simples publicação para possibilitar ao ato a produção de efeitos.

Por fim, a letra (e) está incorreta. A impossibilidade de convalidação de vício de competência
ocorre apenas nos casos de competência exclusiva – e não privativa.

Gabarito (B)

7. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Técnico Legislativo – Agente de Polícia Legislativa – 2018

Considerando um ato administrativo o qual, contaminado por vício, tornou-se ilegal, ressalvada a
apreciação judicial e respeitados os direitos adquiridos, a Administração

a) não pode anulá-lo, já que seus efeitos são regulares.


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b) pode revogá-lo, por motivo de conveniência ou oportunidade.

c) pode anulá-lo, porque dele não se originam direitos.

d) pode revogá-lo, porque dele se originam direitos.

e) não pode anulá-lo, porque dele não se originam direitos.

Comentários:

A questão cobrou a compreensão da SUM-473 do STF:

SUM-473 STF, A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.

Além disso, é preciso lembrar que, embora se admita a preservação de efeitos já produzidos em
relação a terceiros de boa-fé, o ato nulo não gera direitos.

Gabarito (C)

8. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Técnico Legislativo – Técnico de Enfermagem – 2018

Os atos administrativos são manifestações do desempenho da função administrativa, e como tal

a) estão submetidos apenas ao controle do contencioso administrativo, em razão da consagração


constitucional do princípio da separação dos poderes a partir de 1988.

b) são potencialmente submetidos à revisão do Poder Judiciário, que é uno.

c) estão submetidos à autotutela e a controle judicial, este que se restringe aos atos vincul ados,
sendo a discricionariedade imune a controle externo.

d) estão submetidos a controle judicial, que é uno e ilimitado, independentemente da natureza do


ato.

e) estão submetidos a controle judicial e à autotutela, que é limitada a aspectos de conveniê ncia
e oportunidade, pois o controle de legalidade é exercido com exclusividade pelo Poder
Judiciário.

Comentários:
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A letra (A) está incorreta, pois os atos administrativos estão submetidos ao controle da
Administração que os praticou e também judicial, dado o princípio da inafastabilidade da
jurisdição (CF, art. 5º, XXXV).

A letra (B) está correta. O que poderia causar alguma dúvida é a chamada unidade do Poder
Judiciário. Trata-se de uma decorrência do princípio da unidade da jurisdição, o qual informa que
o direito deve ser aplicado de maneira uniforme em todo o território brasileiro. As divisões e
distribuições de competência consistem em meras medidas de organização do exercício da
jurisdição.

A letra (C) está incorreta. Apesar de o Poder Judiciário não poder realizar controle de mérito dos
atos administrativos, os atos discricionários também se submetem ao controle judicial (controle de
legalidade dos atos discricionários).

A letra (D) está incorreta. O controle judicial não é ilimitado. Apesar de ser possível o controle de
atos discricionários, o controle judicial não pode adentrar ao mérito administrativo.

A letra (E) está incorreta, pois o controle de legalidade dos atos pode ser exercido tanto pelo
Judiciário (mediante provocação), quanto pela Administração (de ofício ou por provocação).

Gabarito (B)

9. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Técnico Legislativo – Técnico de Arquivo e Biblioteca – 2018

Determinado ente público realizou uma licitação para a contratação de fornecimento de merenda
nas unidades escolares. O administrador público responsável pela secretaria que promoveu a
licitação soube que o licitante vencedor do certame era seu desafeto político. Indicando a
superveniência de fato que teria tornado desnecessário o contrato, revogou a licitação. O ano
letivo foi iniciado sem que o fornecimento de merenda estivesse equacionado, razão pela qual a
administração iniciou outro procedimento licitatório. O ato de revogação praticado pelo
administrador

a) pode ser questionado judicialmente, sob a alegação de desvio de finalidade, demonstrando


que sua edição se fundava em motivo diverso daquele externado.

b) não pode ser revisto, considerando que se inseriu no âmbito da discricionariedade


administrativa, que não admite controle externo.

c) possui vício, considerando que deveria ter sido anulada a licitação.

d) deve ser impugnado judicialmente, por vício de motivação, ensejando a anulação.

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e) possui vício de finalidade, podendo ser revogado, determinando-se o reaproveitamento do


procedimento de licitação.

Comentários:

Reparem que o ato de revogação da licitação possui um vício de finalidade, no qual o


administrador deixou de ser impessoal e buscou perseguir seu desafeto político. Assim, em razão
do vício de finalidade, o ato é inválido, devendo ser objeto de anulação.

Vamos às alternativas!

A letra (A) está correta, pois estamos diante do controle de legalidade do ato administrativo, o
que pode ser desempenhado pelo Poder Judiciário. Além disso, como a revogação foi motivada,
aplica-se a teoria dos motivos determinantes, por meio da qual pode-se verificar a veracidade e a
pertinência dos motivos alegados pela autoridade.

A letra (B) está incorreta, pois os atos discricionários também estão sujeitos ao controle de
legalidade.

A letra (C) está incorreta. A questão não trouxe nenhum vício quanto à realização da licitação, de
sorte que não cabe sua anulação. O vício mencionado diz respeito ao ato de revogação da
licitação.

A letra (D) está incorreta, pois o vício está relacionado à finalidade.

A letra (E) está incorreta. Havendo vícios no ato, como neste caso, não há que se falar em
revogação. No presente caso, o ato deverá ser anulado.

Gabarito (A)

10. FCC/ Prefeitura de São Luís – MA – Auditor Fiscal de Tributos – 2018

A convalidação dos atos administrativos

a) produz efeitos futuros, ou seja, posteriores à data da convalidação, anulando aqueles


decorrentes da edição do ato viciado.

b) enseja a edição de novo ato administrativo, que produz efeitos desde a data em que foi editado
o ato viciado, salvo disposição expressa em sentido contrário.

c) é admitida diante da constatação de vício de qualquer natureza, salvo se já exauridos os efeitos


do ato originalmente praticado.
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d) é causa de extinção do ato administrativo original, que fica substituído pelo novo ato editado.

e) pode se referir apenas a atos discricionários, pois demanda juízo de oportunidade e


conveniência para edição do ato convalidatório.

Comentários:

A letra (A) está incorreta e a letra (B), correta, pois a convalidação produz efeitos retroativos. Se a
convalidação operasse efeitos prospectivos apenas, perderia sua razão de existir, pois o
administrador poderia praticar um novo ato, desta vez válido, com efeitos a partir de então.

A letra (C) está incorreta, pois a convalidação somente tem lugar diante de vícios sanáveis.

A letra (D) está incorreta. Diferentemente da conversão, a convalidação visa à preservação da


natureza do ato original, tornando-o válido.

A letra (E) está incorreta. A convalidação, em si, é ato discricionário. No entanto, ela poderá versar
sobre atos vinculados ou discricionários.

Gabarito (B)

11. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Técnico Legislativo - Administrador – 2018

A aplicação da Teoria dos Motivos Determinantes, para fins de controle da atuação da


Administração pública pelo Poder Judiciário,

a) autoriza a revisão do ato administrativo por motivo de interesse público, permitindo que o
Judiciário avalie as prioridades adotadas pelas políticas públicas ou programas de governo à luz
dos princípios aplicáveis à Administração.

b) permite a anulação judicial de atos discricionários, quando identificada inexistência ou falsidade


dos pressupostos de fato ou de direito declarados pela Administração para edi ção do ato.

c) aplica-se apenas em relação a atos vinculados, permitindo a sua invalidação quando ausentes
os pressupostos fixados em lei para motivar a sua edição.

d) autoriza a revogação de atos administrativos quando verificado que a efetiva motivação do


mesmo não foi o interesse público, mas sim o atingimento de fim ilícito ou imoral.

e) permite a revisão do mérito do ato administrativo, com a avaliação das razões de conveniência
e oportunidade que ensejaram a sua edição, salvo em relação aos discricionários.

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Comentários:

A letra (A) está incorreta, pois o Judiciário não pode substituir o administrador na valoração do
mérito do ato, assim este não poderia revisar o interesse público na opção de uma política em
detrimento de outra.

A letra (B) está correta, já que a Administração se vincula aos motivos indicados como fundamento
para a prática do ato. Ao se identificar, posteriormente, inexistência ou falsidade dos motivos
indicados, o ato poderá ser objeto de anulação com fundamento na Teoria dos Motivos
Determinantes.

A letra (C) está incorreta, pois a Teoria dos Motivos Determinantes aplica-se tanto a atos vinculados
como discricionários.

A letra (D) está incorreta. Havendo um vício na finalidade do ato (como o atingimento de fim ilícito
ou imoral), não há que se falar em revogação (mas em anulação).

A letra (E) está incorreta, porquanto a teoria dos Teoria dos Motivos Determinantes aplica-se
também a atos discricionários que tenham sido motivados. Além disso, ela não se presta a reavaliar
a conveniência e a oportunidade, mas em verificar a existência e a adequação dos motivos
indicados para a prática do ato.

Gabarito (B)

12. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal - Técnico Legislativo – Agente de Polícia Legislativa – 2018

Carlos é engenheiro e está realizando um projeto para a construção de um edifício em terreno de


sua propriedade. Para a concretização desse projeto, desde que Carlos satisfaça as exigências das
normas edilícias, será outorgado pela Prefeitura alvará de

a) autorização precário, meio de atuação do poder regulamentar, não podendo ser invalidado
discricionariamente.

b) autorização definitivo, meio de atuação do poder de polícia administrativa, não podendo ser
invalidado discricionariamente.

c) licença definitivo, meio de atuação do poder de polícia administrativa, podendo ser revogado
discricionária e sumariamente.

d) licença precário, meio de atuação do poder regulamentar, não podendo ser invalidado
discricionariamente.

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e) licença definitivo, meio de atuação do poder de polícia administrativa, não podendo ser
invalidado discricionariamente.

Comentários:

A questão versa a respeito do alvará para edificação e já indica sua natureza vinculada ao
mencionar que “será outorgado” caso Carlos “satisfaça as exigências das normas edilícias”.
Portanto, caso o administrado cumpra tais requisitos, a expedição do alvará é obrigatória, não
havendo margem para juízo de mérito da Administração (ato vinculado).

A exigência de licenças e autorizações decorre do poder de polícia administrativa (fase de


consentimento), na medida em que representa uma condição para o uso de um bem e o exercício
de uma atividade particular.

Assim, o alvará irá conter uma licença que, consistindo em ato vinculado, não admite revogação
(apenas atos discricionários podem ser revogados). Da natureza vinculada da licen ça, também
decorre sua “definitividade”.

Gabarito (E)

13. FCC/ PGE-AP- Procurador do Estado – 2018

O ex-governador Sérgio Cabral terá que devolver o colar do mérito que recebeu do Ministério
Público estadual do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada no início da tarde desta sexta-feira (21)
pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça. De acordo com os procuradores, o
ex-governador, preso desde novembro do ano passado, tem ainda que entregar à instituição a
medalha e diploma que tenha recebido

(Adaptado de: Notícia do site G1, publicada em 21/07/2017)

A propósito da notícia acima mencionada, o ato administrativo relatado é um exemplo de

a) anulação.

b) revogação

c) contraposição.

d) cassação.

e) interdição.

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Comentários:

Questão interessante que aborda as formas de desfazimento dos atos administrativos e que pode
ser resolvida por eliminação. A concessão do colar de mérito é exemplo de ato discricionário e,
em geral, é destinada a cidadãos com reputação ilibada que tenham prestado relevantes serviços
àquela instituição. No presente caso, apesar de já ter exaurido seus efeitos, a concessão do colar
admite cassação.

Neste caso, é razoável presumir que o beneficiário do ato, ao ser preso em momento posterior ao
recebimento do colar, teria descumprido requisitos que deveria continuar atendendo para fazer
jus à condecoração.

Gabarito (D)

14. FCC/ TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário – Estatística – 2018

Suponha que um agente público tenha determinado a interdição de um estabelecimento


industrial, declarando, como razão da interdição, que o mesmo oferecia risco à saúde pública em
face de potencial de contaminação pelos resíduos produzidos. Subsequentemente, o dono do
estabelecimento conseguiu comprovar, mediante perícia, que as circunstâncias fáticas indicadas
pela Administração seriam inexistentes, eis que os resíduos em questão não apresentavam o risco
indicado. Diante de tal situação, o ato administrativo de interdição

a) poderá ser revisto pela Administração, com base na autotutela que informa a atuação
administrativa, ou revogado em sede judicial por abuso de poder.

b) somente poderá ser atacado na esfera administrativa, eis que de natureza vinculada, fundado
no exercício do poder de polícia.

c) poderá ser questionado administrativa ou judicialmente, sendo viável a anulação judicial por
vício de motivo.

d) será passível de anulação judicial apenas se identificado desvio de finalidade, mantida a via
administrativa para a anulação por outros vícios.

e) deverá ser anulado pela própria Administração, por vício de motivação, assegurada a via judicial
apenas após esgotada a esfera de discussão administrativa.

Comentários:

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Trata-se de aplicação da teoria dos motivos determinantes, segundo a qual a Administração se


vincula aos pressupostos indicados para a prática do ato.

Uma vez constatado que os motivos eram inexistentes, o ato deverá ser anulado, seja pela
Administração (de ofício ou mediante provocação) ou pelo Judiciário (mediante provocação).

Dito isto, passemos às alternativas!

A letra (A) está incorreta, pois neste caso o ato deveria ser objeto de anulação pelo Poder
Judiciário.

A letra (B) está incorreta, pois o ato também pode ser atacado na via judicial. Lembro que a CF
adotou, como princípio, a inafastabilidade da jurisdição.

A letra (C) está correta ao mencionar as possibilidades de anulação e o elemento do ato sobre o
qual repousa o vício.

A letra (D) está incorreta, pois a anulação judicial pode ocorrer em virtude de quaisquer vícios do
ato, não apenas por desvio de finalidade.

A letra (E) está incorreta. Não se exige o esgotamento da via administrativa para se pleitear a
anulação judicial do ato. Além disso, a rigor temos um vício no motivo do ato (não em sua
motivação), na medida em que os pressupostos para a prática do ato eram inexistentes.

Gabarito (C)

15. FCC/ TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário – Área Administrativa – 2018

Uma autarquia responsável pela execução de serviços rodoviários concedeu uma gratificação para
determinado segmento de servidores. Um pequeno grupo de servidores de outro setor da
autarquia requereu administrativamente a concessão da mesma gratificação. O servidor que
apreciou o pleito estava substituindo a autoridade competente e entendeu por dar provimento ao
requerimento. Findas as férias da autoridade competente, esta retornou às suas funções e
identificou a decisão de seu substituto. Constatado que contrariava a legislação vigente,

a) a autoridade competente deverá anular a decisão proferida, tendo em vista o vício de legalidade
verificado, como expressão do poder de revisão dos atos administrativos.

b) a autoridade competente deverá identificar se será melhor para os usuários do serviço que a
decisão seja anulada, podendo, em caso negativo, convalidar o ato administrativo.

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c) o ato administrativo proferido será necessariamente submetido à análise revisional da


autoridade competente, porque provisório, assim como todos os demais de conteúdo decisório
proferidos pelo substituto, para anulação ou convalidação.

d) caberá a revogação da decisão proferida, tendo em vista que os atos administrativos de cunho
constitutivo somente podem ser proferidos pela autoridade titular do cargo competente.

e) a revisão do ato administrativo deverá ser requerida por meio judicial, tendo em vista que a
autoridade que o proferiu era competente na ocasião.

Comentários:

A letra (A) está correta. O ato praticado pelo substituo mostrou-se inválido, por um vício em seu
conteúdo. Assim, fazendo uso da autotutela, a própria Administração poderá revê-lo e promover
sua anulação.

A letra (B) está incorreta. A anulação impõe uma conduta vinculada ao administrador, não
comportando tal juízo de mérito a que se refere a alternativa. Além disso, o vício quanto ao
conteúdo do ato é considerado insanável, não admitindo convalidação.

A letra (C) está incorreta. A alternativa menciona que atos de substitutos dependeriam de uma
“confirmação” por parte do titular, o que não é verdade. Imaginem a seguinte situação: um
Ministro de Estado pega 30 dias de férias. Como “presente” de volta das férias, ele teria que
revisar todos os atos administrativos praticados pelo substituto para confirmá-los?! Isto não seria
razoável.

Portanto, não existe esta revisão obrigatória dos atos dos substitutos. No entanto, a autoridade
titular poderá rever o ato praticado, assim como pode rever um ato que ela mesma praticou.

A letra (D) está incorreta, na medida em que a invalidade do ato afasta a possibilidade de
revogação.

A letra (E) está incorreta, pois a Administração também é competente para anular o ato.

Gabarito (A)

16. FCC/ TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2018

Suponha que determinada autoridade pública tenha concedido a particular permissão de uso de
“box” em um Mercado Municipal. Posteriormente, foi constatado que a autoridade que prat icou

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o ato não detinha a competência legal e tampouco houve delegação para a sua prática. Diante de
tal situação, o ato em questão

a) é nulo, devendo ser revogado administrativa ou judicialmente.

b) é passível de convalidação pela autoridade competente.

c) pode ser mantido, pela mesma autoridade, se verificado o interesse público na sua edição.

d) não é passível de ratificação, dado o seu caráter discricionário, sendo nulo de pleno direito.

e) ostenta vício de competência, insanável por se tratar de ato vinculado, cuja competência é
sempre indelegável.

Comentários:

Trata-se de ato praticado com vício na competência. A questão nada mencionou sobre o fato de
ser uma competência exclusiva da autoridade, assim, podemos considerar que consiste em um
vício sanável, o qual admite convalidação - gabarito letra (B).

Relembrando:

quanto à exceto
COMPETÊNCIA competência
pessoa
VÍCIO ex clusiva
SANÁVEL
FO RMA exceto se forma
ex igida em lei

Além disso, a questão poderia ser resolvida por eliminação, vejam só!

A letra (A) está incorreta. Não há que se falar em revogação diante de atos inválidos.

A letra (C) está incorreta. Se a autoridade que praticou o ato não era competente para tanto,
também não será para convalidá-lo. A convalidação teria que ser praticada pela autoridade
verdadeiramente competente para a prática do ato.

A letra (D) está incorreta, pois os atos discricionários também comportam convalidação.

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A letra (E) está incorreta. Há vícios sanáveis também em atos vinculados e, além disso, estes podem
admitir delegação de competência. Notem, ainda, que a permissão de uso de bem público,
diferentemente do que se afirma, consiste em ato discricionário.

Gabarito (B)

17. FCC/ ALESE – Analista Legislativo – Processo Legislativo – 2018

Os atos administrativos veiculam manifestações de vontade da Administração pública de diversas


naturezas, podendo conceder e extinguir direitos ou apenas reconhecê-los. No exercício dessas
funções, pode variar a margem de liberdade decisória conferida à Administração pública pela lei,
o que permite analisar se o ato

a) é discricionário, cuja edição permite que a Administração se submeta ou não aos parâmetros
legais, desde que haja relevantes razões de interesse público.

b) é vinculado, cujos requisitos de edição estão expressamente constantes da lei, não cabendo à
Administração conferir o atendimento pelo administrado.

c) tem força de lei, no caso da delegação ao Executivo ter sido da competência legislativa,
podendo substituí-la, observados os princípios que regem a Administração.

d) é discricionário, que possibilita ao administrador, na análise do caso concreto e sem se afastar


da previsão legal, exercer juízo de conveniência e oportunidade.

e) recomenda homologação judicial, nos casos em que implicar a extinção de direitos


anteriormente concedidos a administrados ou servidores em processos administrativos regulares,
em razão da relevância.

Comentários:

A letra (A) está incorreta. A discricionariedade não pode ser confundida com a opção do
administrador entre seguir ou não a lei. Pelo contrário, ele deve sempre atuar dentro dos
parâmetros legais. No entanto, nos atos discricionários haverá uma margem de liberdade,
estabelecida pela lei, dentro da qual o administrador poderá atuar. Pelo mesmo raciocínio, a letra
(D) está correta.

A letra (B) está incorreta, em razão da sua parte final. Nos atos vinculados a Administração deverá
sim conferir se o administrado atende aos requisitos legais.

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A letra (C) está incorreta. Em determinadas hipóteses a competência legislativa é delegada ao


Poder Executivo, como ocorre com as leis delegadas e com as medidas provisórias (apesar de
serem posteriormente apreciadas pelo Legislativo). No entanto, tais situações não dizem respeito
a atos administrativos (e sim a atos legislativos). Atos administrativos, por sua vez, podem
regulamentar uma lei ou complementá-la, no entanto não poderão alterá-la.

A letra (E) está incorreta, pois a própria Administração pode anular atos de que decorram efeitos
favoráveis a administrados ou servidores.

Gabarito (D)

18. FCC/ SEGEP-MA – Auxiliar de Fiscalização Agropecuária – 2018

A convalidação dos atos administrativos

a) nem sempre é possível, sendo inviável, por exemplo, quando presente vício relacionado à
finalidade do ato.

b) somente é possível quando presente vício de competência, ainda que privativa, sendo
denominada, neste caso, ratificação.

c) corresponde à confirmação do ato pela autoridade hierarquicamente superior àquela que o


praticou, denominando-se homologação.

d) depende, para sua efetivação, de recurso administrativo manejado pelo interessado ou terceiro
prejudicado.

e) somente pode ser efetivada por ato de ofício, pela própria autoridade que praticou o ato, como
expressão da autotutela.

Comentários:

A convalidação será possível quando estivermos diante de vício sanável, desde que inexistam
lesões ao interesse público ou a terceiros.

Assim, são considerados sanáveis os seguintes vícios:

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quanto à exceto
COMPETÊNCIA competência
pessoa
VÍCIO ex clusiva
SANÁVEL
FORMA exceto se forma
ex igida em lei

A letra (A) está correta, pois o vício quanto à finalidade do ato é considerado insanável.

A letra (B) está duplamente incorreta. Primeiramente, notem que o vício quanto à forma também
poderá permitir a convalidação. Além disso, a convalidação por ratificação não se aplica ao vício
sanável por competência, pois o ato de convalidação continuaria a apresentar o mesmo vício (já
que a ratificação é realização pela própria autoridade que praticou o ato).

Relembrando:

pela própria autoridade que


Ratificação praticou o ato

por outro autoridade (em geral,


Convalidação Confirmação hierarquicamente superior)

Saneamento pelo particular afetado pelo ato

A letra (C) está incorreta, pois a “confirmação” é apenas uma das formas da convalidação. Além
disso, a convalidação não se confunde com a homologação, a qual tem por objetivo confirmar a
legalidade de um ato já praticado, em relação ao qual não foram identificados vícios.

Por fim, as letras (D) e (E) estão incorretas, pois a convalidação insere-se dentro do controle de
legalidade do mérito pela Administração, o qual pode ser iniciado de ofício ou mediante
provocação.

Gabarito (A)

19. FCC/ DPE-AM – Analista em Gestão Especializado de Defensoria - Administração – 2018

Suely, diretora de uma escola da rede pública, autorizou que o zelador daquela unidade ocupasse,
para fins de moradia, uma edícula existente no terreno, formalizando a autorização mediante
outorga de permissão de uso. Justificou o ato praticado, pelo inter esse público na permanência
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do zelador nas dependências do estabelecimento de ensino no período noturno, o que


contribuiria para a segurança patrimonial, haja vista o registro de diversos furtos de material.
Contudo, passados alguns meses, a Diretora foi informada de que seria realizada uma reforma na
escola e que a edícula deveria estar desocupada para estocar os materiais necessários e servir de
refeitório e vestiário para os trabalhadores contratados. Diante da superveniência de tal
circunstância, o ato administrativo praticado por Suely, consistente na permissão de uso ao
zelador,

a) deve ser anulado, administrativa ou judicialmente, por desvio de finalidade, que restou
evidenciado pela circunstância subsequente.

b) deve ser anulado, pela própria diretora ou superior hierárquico, em face da superveniência de
razões de interesse público.

c) somente pode ser desfeito pelo Poder Judiciário, haja vista que gerou direito subjetivo ao
destinatário.

d) é passível de revogação, na esfera administrativa ou judicial, com base na supremacia do


interesse público sobre o particular.

e) é passível de revogação, pela própria Administração, pelas razões de conveniência e


oportunidade fundadas no interesse público.

Comentários:

O ato praticado pela diretora da escola que autorizou o zelador a ocupar a edícula 40 (permissão
de uso de bem público) tem natureza discricionária e precária.

Por ser ato discricionário, admite revogação, a qual somente pode ser realizada pela própria
Administração que praticou o ato, por motivos de conveniência e oportunidade.

Vejam que o interesse público é dinâmico e, neste caso, se alterou, de sorte que atualmente é
indicada a utilização de edícula para viabilizar a reforma da escola.

Gabarito (E)

20. FCC/ DPE-AM- Analista Jurídico de Defensoria – Ciências Jurídicas – 2018

40 Edícula é sinônimo de casa, com tamanho reduzido, em geral anexada a uma construção principal.
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Um servidor público comissionado, designado para prestar serviços junto à Secretaria de Governo
de determinado Município e que exercia interinamente as funções de chefia de gabinete, editou
ato aplicando penalidade a um outro servidor concursado no bojo de um processo administrativo
disciplinar. A competência para aplicação da pena era da chefia de gabinete, conforme dispunha
a legislação competente. O servidor que fora apenado recorreu administrativamente da decisão,
sob o fundamento de que a legislação que rege o funcionalismo público estabelece que a
autoridade competente para a aplicação de penalidades a servidores concursados também deve
ter ingressado no serviço público mediante concurso público de provas e títulos. Imputa, portanto,
ao ato praticado pelo servidor comissionado o vício de incompetência. Após o processamento do
recurso e chegada a hora da decisão, o chefe de gabinete que efetivamente ocupava o cargo já
havia retornado e reassumido suas funções, razão pela qual os autos lhe foram submetidos para
eventual reconsideração. Este servidor, considerando que a alegação do recorrente seja
condizente com a legislação aplicável,

a) pode revogar a decisão caso reconheça a incompetência de seu subordinado para a práti ca de
atos de natureza disciplinar, determinado a reinstauração de processo administrativo disciplinar,
caso ainda não tenha ocorrido prescrição.

b) deve anular a decisão, diante de sua patente ilegalidade, reconduzindo o servidor ao cargo
anteriormente ocupado e exonerando o servidor comissionado, independentemente de processo
administrativo, porque inexistente vínculo estatutário.

c) não pode alterar a decisão proferida em sede de processo administrativo disciplinar, tendo em
vista que estava afastado, o que impede seu adequado conhecimento dos fatos, cabendo ao
servidor estatutário diligenciar para revisão judicial.

d) pode ratificar a decisão proferida pelo servidor ocupante de cargo em comissão, no caso dela
estar materialmente correta, embora formalmente viciada pela incompetência.

e) pode rever a decisão proferida pelo servidor concursado ou pode anular o processo
administrativo disciplinar, não lhe sendo permitido aproveitar as provas colhidas.

Comentários:

Mais uma questão que aborda o vício quanto à competência, neste caso considerado sanável, o
que admite a convalidação pela autoridade que era originalmente competente para a aplicação
da penalidade. Assim, o ato pode ser objeto de convalidação ou, nos termos da letra (D),
ratificação.

Reparem que a letra (A) está incorreta, já que não se admite revogação de ato inválido. O caso é
de anulação ou de convalidação do ato que aplicou a penalidade.
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Por fim, o erro da letra (E) consiste em afirmar que não seria permitido aproveitar as provas
colhidas, já que o vício apontado cinge-se à parte final do processo administrativo (o ato que aplica
a penalidade), não havendo máculas nas provas colhidas.

Gabarito (D)

21. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário – Área Administrativa – 2018

Considere os itens:

I. Ato vinculado;

II. Ato discricionário.

No que concerne aos itens apresentados,

a) ambos se submetem a controle interno e externo, este exercido tanto pelo Poder Legislativo,
por meio do Tribunal de Contas, como pelo Poder Judiciário.

b) o item I submete-se a controle interno e externo; o item II a controle interno apenas, que é
denominado autotutela.

c) ambos se submetem a controle externo e interno, sendo o controle interno de menor amplitude
e extensão que o externo, pois limitado a questões de conveniência e oportunidade.

d) o item I submete-se a controle externo; o item II não, pois os atos discricionários, por
envolverem juízo de conveniência e oportunidade, afastam o controle de legalidade pelo Poder
Judiciário.

e) o item II submete-se a controle externo; o item I não, pois os atos vinculados, por envolverem
juízo de conveniência e oportunidade, afastam o controle de legalidade pelo Poder Judiciário.

Comentários:

A letra (A) está correta e se refere às possibilidades de controle dos atos administrativos, sejam
vinculados ou discricionários. É interessante notar que, além do Poder Judiciário, os Tribunais de
Contas também realizam o controle de legalidade dos atos. O “controle interno” é aquele
realizado pela própria Administração.

As demais alterativas estão incorretas, já que ambos os atos se submetem ao controle de


legalidade exercido pela própria Administração (controle interno) ou pelos órgãos do Judiciário e
Tribunais de Contas (controle externo).
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Além disso, o controle interno é mais amplo, na medida em que permite também o controle do
mérito dos atos administrativos (conveniência e oportunidade).

Gabarito (A)

22. FCC/ DPE-PR - Defensor Público – 2017

Sobre atos administrativos, é correto afirmar:

a) a delegação e avocação se caracterizam pela excepcionalidade e temporariedade, sendo certo


que é proibida avocação nos casos de competência exclusiva.

b) a renúncia é instituto afeto tanto aos atos restritivos quanto aos ampliativos.

c) as deliberações e os despachos são espécies da mesma catego ria de atos administrativos


normativos.

d) é ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo; salvo


quando se tratar de recurso hierárquico impróprio.

e) nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e ampla


defesa, a qualquer tempo, quando a decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo, de qualquer natureza, que beneficie o interessado.

Comentários:

Questão interessante, que cobrou também assuntos relacionados ao processo administrativo, que
serão objeto de detalhamento em aula futura. Mas vamos já aqui adiantar alguns destes pontos.

A letra (A) foi dada como correta, tomando por base o posicionamento de José dos Santos
Carvalho Filho 41, segundo o qual “tanto a delegação como a avocação devem ser consideradas
como figuras excepcionais, só justificáveis ante os pressupostos que a lei estabelecer”.

A letra (B) está incorreta. A renúncia somente se aplica a atos ampliativos, pois não faz sentido
renunciar a um ato que já tem por objeto restringir direitos.

A letra (C) está incorreta. Apenas as deliberações são consideradas atos normativos (de órgãos
colegiados), na medida em que os despachos consistem em atos ordinatórios.

41 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 110
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A letra (D) está incorreta, nos termos da jurisprudência do STJ e do STF, a exemplo da Súmula
Vinculante nº 21:

É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para


admissibilidade de recurso administrativo.

No mesmo sentido, a súmula 373 do STJ:

É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo

A letra (E) está incorreta. Segundo a Súmula Vinculante nº 3 do STF, estão excluídas deste
contraditório a “apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma
e pensão”:

Súmula Vinculante 3

Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a


ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato
de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Gabarito (A)

23. FCC/ TCE-SP – Agente de Fiscalização - Administração – 2017

Se o administrador público praticar um ato administrativo anulável, o direito brasileiro estabelece


que

a) o ato, se prejudicou terceiros, deve ser invalidado pelo Judiciário a pedido da Administração.

b) a Administração somente poderá invalidar o ato se houver pedido do interessado.

c) o ato deverá ser objeto de conversão pelo Poder Judiciário.

d) o ato poderá ser convalidado pela própria Administração.

e) a Administração deverá invalidar esse ato de ofício.

Comentários:

Atos anuláveis são aqueles que possuem vícios sanáveis. Em relação a estes, o direito brasileiro
admite que sejam ou anulados ou convalidados, neste caso, pela própria Administração:
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Lei 9.784/1999, art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser
convalidados pela própria Administração.

Relembrando:

Ato nulo Ato anulável

vício insanável em vício sanável


um de seus (passível de
elementos convalidação)

Gabarito (D)

24. FCC/ TRT - 21ª Região (RN) - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017

Considere uma hipótese em que o Ministro da Agricultura de determinado governo edite uma
portaria reconhecendo uma determinada região como de “especial interesse para exportação”, o
que conferiria às áreas abrangidas pelo perímetro acesso a programa especial de crédito junto à
instituição financeira oficial. Ajuizada ação para anulação dessa portaria, invocando vícios de
legalidade no procedimento administrativo no bojo do qual foram apresentadas as justificativas e
fundamentos para o reconhecimento daquela região como de especial interesse,

a) deve a Administração pública lançar mão de seu poder de revisão para fins de revogar a portaria
editada pelo Ministro da Agricultura, sem produção de efeitos retroativos, ensejando perda de
objeto ou carência superveniente da ação judicial, que não mais se mostraria necessária para retirar
a portaria do mundo jurídico.

b) é cabível a anulação pela Administração pública, de ofício, da portaria editada, identificado(s)


o(s) vício(s) de legalidade que macularam o procedimento administrativo, retroagindo seus efeitos
à data da edição da portaria, mas respeitados direitos de terceiros de boa-fé decorrentes, por
exemplo, de negócios jurídicos que já tenham sido firmados com base naquele ato.

c) deve-se aguardar o desfecho da ação judicial para que seja possível qualquer análise de violação
dos negócios jurídicos, somente após o que se pode cogitar de anulação ou revogação.

d) decidiu a Administração pública anular a portaria editada e reiniciar o processo de estudos para
definição de regiões especiais, mesmo sem a específica identificação de vícios, fundamentando a

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decisão em razões de interesse público, conveniência e oportunidade, evidenciando a urgência e


conferindo efeitos ex nunc à decisão.

e) descabe o exercício de poder de revisão pela Administração pública, passando a decisão sobre
a validade ou invalidade da Portaria ao crivo judicial, cuja decisão necessariamente produzirá
efeitos ex nunc.

Comentários:

A letra (A) está incorreta, por dizer que a Administração deve revogar o ato. Se o ato é inválido,
ele deveria ser anulado. Diferentemente, se não houvesse invalidade, a administração poderia
(faculdade) revogá-lo.

A letra (B) está correta. Mesmo sendo objeto de questionamento judicial, a Administração tem o
poder-dever de anular tal ato, com efeitos retroativos, respeitados os efeitos já produzidos
perante terceiros de boa-fé.

A letra (C) está incorreta. Por força da autotutela, a Administração continua autorizada a anular o
ato que está sendo questionado judicialmente.

A letra (D) está incorreta ao relacionar a anulação com motivos de conveniência e oportunidade.
Além disso, no âmbito federal, exige-se motivação explícita e clara, não se autorizando a
fundamentação genérica:

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando: (..)

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração


de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

A letra (E) está duplamente incorreta. Mesmo sendo objeto de questionamento judicial, a
Administração tem o poder-dever de anular tal ato. Além disso, a anulação judicial geraria efeitos
retroativos.

Gabarito (B)

25. FCC/ TRT - 21ª Região (RN) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

Dentre as espécies de atos administrativos,


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a) a homologação não possui natureza jurídica de ato administrativo de efeitos con cretos, tendo
em vista que não constitui direitos, prestando-se a dar publicidade a ato administrativo
anteriormente praticado.

b) os atos administrativos vinculados não conferem direitos subjetivos, já que estes advêm
diretamente da lei, independentemente da edição daqueles.

c) alguns atos administrativos praticados demandam análise de adequação com os requisitos legais
para sua emissão, o que, em sendo constatado, é reconhecido por meio de homologação.

d) os atos administrativos discricionários são editados ou não conforme margem de liberdade dada
ao Administrador público, tal como ocorre com as licenças.

e) a admissão de pessoal possui natureza jurídica de contrato administrativo, vez que forma vínculo
definitivo entre empregador e Estado.

Comentários:

A letra (A) está incorreta, pois a homologação não visa a dar publicidade a um ato. Seu objetivo é
reconhecer a legalidade de um ato jurídico previamente praticado. Pelo mesmo raciocínio, a letra
(C) está correta.

A letra (B) está incorreta. Em muitas situações, a lei impõe, como requisito para exercício de um
direito, que o administrado obtenha o consentimento da Administração. É o que ocorre com as
licenças expedidas no exercício do poder de polícia, as quais conferem direit os subjetivos aos
administrados que preenchem os requisitos legais para sua obtenção.

A letra (D) está incorreta, pois as licenças são exemplo típico de ato vinculado.

A letra (E) está incorreta. A admissão de pessoal, em geral, pela é feita mediante um at o
administrativo que nomeia candidatos aprovados previamente em um concurso público. Sendo
vínculo estatutário, a relação é regida pela própria lei (não por um contrato). Sendo vínculo
celetista, a relação seria regida pelo contrato de trabalho (o qual não pode ser considerado um
contrato administrativo).

Gabarito (C)

26. FCC/ TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017

Durante um procedimento licitatório para contratação de empresa para construção de uma arena
destinada a sediar os jogos de abertura de importante campeonato internacional de futebol, a

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Administração pública, alegando motivo superveniente, de conveniência e oportunidade, qual


seja, a alteração do município sede da abertura dos referidos jogos, decidiu desfazer a licitação,
pois o projeto havia sido concebido para ser executado em terreno específico situado no
município que seria, originalmente, sede dos referidos jogos. O ato administrativo a ser produzido
pela autoridade competente é o

a) anulatório, suscetível tanto a controle interno como externo e limitado, em ambos os casos, à
competência da autoridade que o exarou.

b) anulatório, suscetível apenas de controle interno, com efeitos ex nunc, por se cuidar de
atividade contratual da Administração.

c) revocatório, suscetível de controle pelo Poder Judiciário quanto à competência, à forma e ao


motivo, neste último caso em razão da teoria dos motivos determinantes.

d) revocatório, suscetível de controle interno apenas e com efeitos ex tunc.

e) anulatório, não suscetível de controle pelo judiciário, que está impedido de analisar o mérito
das decisões administrativas, em razão do princípio da separação dos poderes.

Comentários:

Como o desfazimento da licitação decorreu de motivos de conveniência e oportunidade, temos


um ato revocatório. Apesar de a revogação consistir em ato discricionário, admite controle judicial
quanto aos aspectos de legalidade, assim como todo ato administrativo.

Gabarito (C)

27. FCC/ DPE-RS - Técnico – Área Administrativa – 2017

O poder da Administração pública de rever seus próprios atos é um dos mecanismos de controle
que, tal como os demais, encontra limites

a) no direito adquirido, ou seja, somente pode ser exercido até o trânsito em julgado da decisão
proferida no processo administrativo.

b) no poder Judiciário, pois demanda homologação judicial em casos de demandas judicias


ajuizadas para discussão da validade de atos administrativos.

c) no exaurimento dos efeitos do ato que se pretende anular ou revogar, pois a revisão não
reverteria a situação decorrente de irregularidade que se buscou corrigir.

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d) no prazo para revisão dos atos administrativos, a ser estabelecido por decreto do ente federado,
como expressão de seu poder normativo de organização da Administração pública.

e) no ajuizamento de recurso administrativo, que impede a revogação ou anulação do ato até que
se profira decisão final a respeito.

Comentários:

A letra (A) está incorreta. Notem que a questão menciona, na verdade, o conceito de coisa julgada
administrativa, pois o direito adquirido consiste no direito que foi definitivamente incorporado ao
patrimônio jurídico de seu titular.

A letra (B) está incorreta. O ajuizamento de ação judicial pleiteando a anulação de ato
administrativo não impede que a administração, no exercício da autotutela, decida anulá-lo.

A letra (C) está correta. O ato já consumado (aquele que já exauriu seus efeitos) não mais pode
ser desfeito, seja mediante anulação ou revogação. Por exemplo, a administração concedeu
licença capacitação a um servidor público por um mês e, ao final deste prazo, o ato administrativo
exauriu seus efeitos, não mais cabendo seu desfazimento.

A letra (D) está incorreta. O prazo para revisão dos atos é aplicável apenas diante da anulação.
Além disso, o prazo deriva da lei, no âmbito federal, do art. 54 da Lei 9.784/1999.

A letra (E) está incorreta, pois a interposição de recurso administrativo não impede o desfazimento
do ato administrativo.

Gabarito (C)

28. FCC/ TRE-PR - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

Considere que tenha tramitado regularmente um processo disciplinar contra determinado servidor
público titular de cargo efetivo a fim de apurar sua responsabilidade pela pr ática de determinada
infração. Constatada a autoria diante das provas, foi proferida decisão pela autoridade
competente, imputando pena de demissão ao servidor. Não tendo havido recurso, foi o servidor
desligado dos quadros da Administração pública. Em regular correição ocorrida na unidade no
mesmo exercício, verificou-se que a autoridade apenou o servidor equivocadamente, pois aquela
infração era sancionada com suspensão, aplicando-se a demissão somente nas hipóteses de
reincidência, que não era o caso. Diante desse cenário e no que se refere à validade do ato
administrativo proferido,

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a) o ato é eivado de vício que lhe acarreta nulidade absoluta, não necessitando de qualquer
declaração de nulidade para sua retirada do mundo jurídico, posto que atos nulos não produzem
efeitos jurídicos.

b) há nulidade no ato administrativo que imputou a sanção equivocada ao servidor, podendo ser
revisto de ofício pela própria Administração, diante da ilegalidade apurada, retroagindo os efeitos
à data em que a decisão foi proferida.

c) há nulidade relativa no ato administrativo, que permanecerá produzindo efeitos até que o
particular cujos direitos foram lesados tome a iniciativa para requerer, judicial ou
administrativamente a anulação, vedada a revisão de ofício pela Administração pública diante da
falta de recurso voluntário por ocasião do processo disciplinar.

d) a irregularidade sanável constatada em regular correição já configura iniciativa da própria


Administração pública, que poderá decidir, discricionariamente, se o desfazimento do ato se dará
pelo corregedor no próprio procedimento de correição ou se será necessário provocar a
autoridade hierarquicamente competente para o juízo de revisão da decisão.

e) será necessária decisão judicial declarando a nulidade do ato proferindo, considerando que o
servidor punido em regular procedimento disciplinar não recorreu da decisão administrativa, bem
como porque se trata de restabelecimento de vínculo com a Administração pública, o que não
pode ser feito administrativamente.

Comentários:

A letra (A) está incorreta, pois o ato deverá ser necessariamente declarado nulo. Até que o ato
seja desfeito, por força da presunção de legitimidade, ele continua a produzir efeitos.

A letra (B) está correta, pois admite-se anulação, inclusive de ofício, a qual gera efeitos retroativos
(ex tunc).

A letra (C) está incorreta. O fato de estarmos diante de uma punição disciplinar não altera o poder-
dever da Administração de promover a revisão de ofício do ato inválido.

A letra (D) está incorreta, pois não se trata de vício sanável. O vício atingiu o objeto do ato, em
relação ao qual não se admite convalidação. Além disso, o corregedor não detém competência
para promover a anulação do ato original, o que deverá ser feito pela autoridade h ierarquicamente
competente para tanto.

A letra (E) está incorreta, pois a anulação do ato pode decorrer do controle de legalidade exercido
pela própria Administração que o praticou.

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Gabarito (B)

29. FCC/ DPE-SC - Defensor Público Substituto – 2017

Os atos administrativos podem ser produzidos em desrespeito às normas jurídicas e, nestes casos,
é correto afirmar que

a) existe, no direito brasileiro, apenas duas formas de convalidação, a ratificação e a reforma.

b) ainda que o ato tenha sido objeto de impugnação é possível falar-se em convalidação, com o
objetivo de aplicar o princípio da eficiência.

c) à vícios que podem ser sanados e, nestes casos, a convalidação terá efeitos ex nunc.

d) a violação das normas jurídicas causa um vício que só pode ser corrigido c om a edição de novo
ato, pelo poder Judiciário.

e) é possível convalidar atos com vício no objeto, ou conteúdo, mas apenas quando se tratar de
conteúdo plúrimo.

Comentários:

A letra (A) está incorreta, na medida em que existem três formas de convalidação , a saber:

pela própria autoridade que


Ratificação praticou o ato

por outro autoridade (em geral,


Convalidação Confirmação hierarquicamente superior)

Saneamento pelo particular afetado pelo ato

A letra (B) está incorreta. Lembro que um dos requisitos da convalidação consiste na ausência de
prejuízos a terceiros. Assim, se o ato com vício sanável foi objeto de impugnação, é possível
concluir que a ilegalidade atingiu a esfera de direitos de alguém, não mais admitindo a
convalidação.

A letra (C) está incorreta, pois a convalidação opera efeitos retroativos (ex tunc). Na verdade, esta
é a razão de existir da convalidação, do contrário o administrador poderia simplesmente praticar
um novo ato, com o mesmo conteúdo do anterior, sem necessidade de convalidar o anterior.
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A letra (D) está incorreta, já que a anulação também pode ser promovida pela própria
Administração que editou o ato inválido.

A letra (E) está correta de acordo com as lições de José dos Santos Carvalho Filho 42. Segundo o
autor, é também possível convalidar atos com vício no objeto quando se tratar de conteúdo
plúrimo. É o caso, por exemplo, de um ato em que há mais de uma providência administrativa.
Caso exista um vício em relação a algumas providências e não a outras, o ato é aproveitado quanto
a estas últimas, não atingidas por qualquer vício.

Gabarito (E)

30. FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

Rodrigo é servidor público federal e chefe de determinada repart ição pública. Rodrigo indeferiu
as férias pleiteadas por um de seus subordinados, o servidor José, alegando escassez de pessoal
na repartição. No entanto, José comprovou, que há excesso de servidores na repartição pública.
No caso narrado,

a) há vício de motivo no ato administrativo.

b) o ato deve, obrigatoriamente, permanecer no mundo jurídico, vez que sequer exigia
fundamentação.

c) inexiste vício no ato administrativo, no entanto, o ato comporta revogação.

d) o ato praticado por Rodrigo encontra-se viciado, no entanto, não admite anulação, haja vista a
discricionariedade administrativa na hipótese.

e) o objeto do ato administrativo encontra-se viciado.

Comentários:

A concessão de férias é ato discricionário e, em razão dos motivos elencados pela autoridade, o
ato que negou o pedido de férias poderá ser declarado nulo, com fundamento na teoria dos
motivos determinantes.

Gabarito (A)

42 FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 148
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31. FCC/ TRE-SP - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

A publicação de edital para realização de concurso público de provas e títulos para provimento
de cargos em órgão público municipal motivou número de inscritos muito superior ao
dimensionado pela Administração pública. Considerando a ausência de planejamento da
Administração para aplicação das provas para número tão grande de candidatos, bem como que
a recente divulgação da arrecadação municipal mostrou sensível decréscimo diante da estimativa
de receitas, colocando em dúvida a concretude das nomeações dos eventuais aprovados, a
Administração municipal

a) pode anular o certame, em razão dos vícios de legalidade identificados.

b) deve republicar o edital do concurso público para reduzir os cargos disponíveis, sob pena de
nulidade do certame.

c) pode revogar o certame, em razão das supervenientes razões de interesse público


demonstradas para tanto.

d) pode revogar o certame municipal somente se tiver restado demonstrada a inexistência de


recursos para fazer frente às novas despesas com as aprovações decorrentes do concurso.

e) deve prosseguir com o certame, republicando o edital para adiamento da realização da primeira
prova, a fim de reorganizar a aplicação para o novo número de candidatos, sendo vedado revogar
o certame em razão da redução de receitas.

Comentários:

Antes de mais nada, pergunte-se: foi apontado algum vício no edital do concurso ou na sua
condução? Não foi apontado nenhum vício, não é verdade?!

Além disso, após a publicação do edital surgiram circunstâncias que indicam que a realização do
concurso público não é mais do interesse público, ou seja, não é mais conveniente ou oportuna
(grande número de candidatos inscritos e baixa arrecadação municipal).

Assim, terá lugar a revogação do concurso público.

Gabarito (C)

32. FCC/ TRE-SP - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017

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Pedro, servidor público de um órgão municipal encarregado da fiscalização de obras civis, emitiu
autorização para Saulo construir um muro de arrimo e também demolir uma pequena edícula,
comprometendo-se a providenciar, junto a seu superior, a formalização do correspondente alvará.
Ocorre que Jair, morador de imóvel vizinho, sentiu-se prejudicado pelas obras, que causaram
abalo em seu imóvel e denunciou a situação à autoridade competente, requerendo a nulidade do
ato, face a incompetência de Pedro para emissão da autorização. Diante desse cenário,

a) não há que se falar em convalidação, haja vista que o ato é discricionário, cabendo,
exclusivamente, à autoridade competente a sua edição.

b) a autorização conferida é passível de convalidação pela autoridade competente, se preenchidos


os requisitos legais e técnicos para concessão da licença.

c) a autorização dada por Pedro pode ser revogada pela autoridade competente, se verificadas
razões de ordem técnica ou anulada judicialmente.

d) o ato administrativo praticado por Pedro é viciado, passível de revogação, a qualquer tempo,
pela autoridade competente para sua emissão.

e) o ato praticado por Pedro é nulo, não passível de convalidação, haja v ista que esta somente é
cabível quando presentes vícios de forma e de motivação.

Comentários:

A questão sutilmente nos informa a ocorrência de dois vícios no ato: quanto à competência e à
forma.

O ato de concessão do alvará foi praticado por agente que não detinha a competência necessária.
Seu superior é quem detinha o poder legal para expedir o alvará.

Em relação à forma, sabemos que edificação requer a emissão de licença (e não autorização).

Em ambos os casos, pode-se presumir que o vício é considerado sanável, na medida em que a
questão não mencionou que se tratava de competência exclusiva da autoridade superior, além do
que a emissão de autorização em vez de uma licença é vício que não recai em aspecto essencial
do ato.

Gabarito (B)

33. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário – Administrativa – 2016

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Sergio, servidor público federal e chefe de determinada repartição pública, demitiu Antônio sob
o fundamento de que o mesmo havia cometido falta grave. Cumpre salientar que Antônio não era
servidor concursado, mas sim ocupante de cargo em comissão. Transcorridos quinze dias após a
demissão, descobriu-se que Antônio não havia praticado falta grave e que Sergio pretendia
colocar um colega seu no cargo anteriormente ocupado por Antônio. Neste caso, é correto
afirmar:

a) Por ser falso o motivo do ato administrativo, o ato de demissão é nulo.

b) O ato de demissão é válido, haja vista tratar-se de cargo demissível ad nutum e que, portanto,
sequer exigia motivação.

c) Não incide a teoria dos motivos determinantes, haja vista que o vício é na forma e na finalidade
do ato administrativo de demissão.

d) Aplica-se, na hipótese, a convalidação do ato administrativo; portanto, Antônio, injustamente


demitido, poderá retornar ao seu cargo.

e) O ato é válido porque a finalidade pública foi mantida, sendo admissível a substituição de um
servidor por outro, desde que o cargo seja adequadamente preenchido, de modo a não trazer
prejuízo ao interesse público.

Comentários:

Antes de mais nada, lembro que o ato de exoneração do ocupante de cargo em comissão (cargo
demissível ad nutum) não requer motivação.

No entanto, a autoridade demitiu o servidor sob a alegação de que houve infração funcional.
Posteriormente, restou comprovado que o motivo era inexistente e a verdadeira intenção da
autoridade era beneficiar um colega (vício de finalidade).

Neste caso, terá lugar a teoria dos motivos determinantes, que informa que a Administração se
vincula aos motivos indicados como fundamento para a prática do ato.

Lembro que, mesmo que esta motivação não seja obrigatória, a validade daquele ato está sujeita
à veracidade e à adequação destes motivos.

Assim, o ato possui vícios nos elementos motivo e finalidade e, portanto, deve ser declarado nulo.

Gabarito (A)

34. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – Administrativa – 2016
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Rodrigo, servidor público federal, ao praticar um ato administrativo, não observou determinada
exigência legal. Isto porque a edição do ato dependia de manifestação de vontade do
administrado Nelson e tal exigência não foi observada. No caso narrado, a convalidação do ato
administrativo

a) não é possível.

b) pode ser feita por Nelson, que emitirá sua manifestação de vontade posteriormente,
convalidando o ato.

c) é possível, se feita exclusivamente por Rodrigo.

d) pode ser feita tanto pelo administrado Nelson quanto por Rodrigo, no entanto, apenas na
segunda hipótese dar-se-á com efeitos retroativos à data em que o ato foi praticado.

e) é possível, desde que feita, exclusivamente, pelo superior hierárquico de Rodrigo e ocorra com
efeitos ex nunc.

Comentários:

A doutrina tem admitido a possibilidade de convalidação do ato administrativo pelo particular


afetado pelo ato. Por este motivo, Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que a convalidação
“pode derivar de um ato da Administração ou de um ato do particular afetado pelo provimento
viciado”.

Trata-se da modalidade de convalidação denominada saneamento.

Gabarito (B)

35. FCC/ SEGEP-MA – Procurador do Estado – 2016

Acerca dos atos administrativos, é correto afirmar:

a) A conversão é o ato administrativo pelo qual a Administração converte um ato inválido em ato
de outra categoria, de maneira a torná-lo válido, com efeitos retroativos à data do ato original.

b) Todas as modalidades de permissão podem ser definidas como atos unilaterais, discricionários
e precários.

c) As resoluções editadas pelo Congresso Nacional e suas Casas constituem atos administrativos
privativos daqueles órgãos.

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d) A homologação é ato administrativo destinado a realizar o controle prévio de outro ato


administrativo.

e) A licença é ato unilateral e vinculado, cuja revogação somente é possível mediante prévia
notificação do interessado.

Comentários:

A letra (A) está correta. A conversão, diferentemente da convalidação, consiste na prática de ato
de outra categoria, tornando válido os efeitos anteriormente produzidos pelo ato original.

A letra (B) está incorreta. Atualmente, a “permissão” pode assumir a forma de um ato
administrativo (declaração unilateral de vontade) ou de um contrato administrativo (declaração
bilateral).

Quando estivermos diante da permissão de serviços públicos, a legislação 43 exige a celebração de


um contrato administrativo (e não um simples ato).

Assim, a permissão enquanto ato administrativo, foco desta aula, tem lugar apenas quando
estivermos diante da permissão de uso de bem público.

A letra (C) está incorreta. As resoluções editadas pelos órgãos do Poder Legislativo 44 constituem
atos legislativos, os quais retiram seu fundamento de validade diretamente da Cons tituição
Federal, não sendo produzidas em nível infralegal (como os atos administrativos em geral).

Há, por outro lado, Resoluções administrativas, expedidos por altas autoridades do Executivo ou
por Tribunais e órgãos legislativos para disciplinar matéria de sua competência específica, estas
consideradas atos administrativos normativos.

43 Lei 8.987/1995, art. 40. A permissão de serviço público será f ormalizada mediante contrato de
adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação,
inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
CF, art. 175. Incumbe ao Poder Público, na f orma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágraf o único. A lei disporá sobre: I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de
serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de
caducidade, f iscalização e rescisão da concessão ou permissão; (..)
44 Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: (..)
VII - resoluções.
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A letra (D) está incorreta, pois a homologação é posterior ao ato praticado, não podendo ser
classificada como mecanismo de controle prévio. Segundo Maria Sylvia di Pietro “homologação é
o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade de um ato
jurídico. Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de legalidade, no que se
distingue da aprovação” (cujo controle pode ser tanto prévio como posterior).

A letra (E) está incorreta. Sendo ato vinculado, a licença, em regra, não admite revogação, nem
mesmo mediante notificação do interessado.

Gabarito (A)

36. FCC/ Prefeitura de Teresina – PI– 2016

Mara, servidora pública e chefe de determinada repartição pública, emitiu atestado a determinado
particular, comprovando situação de que teve conhecimento por seus órgãos competentes. Um
dia após a prática do ato administrativo, decidiu revogá-lo por razões de conveniência e
oportunidade. O atestado emitido por Mara

a) comporta revogação desde que seja com efeitos ex nunc.

b) comporta revogação desde que seja com efeitos ex tunc.

c) não comporta revogação.

d) por já ter produzido efeitos, deve, obrigatoriamente, permanecer no mundo jurídico.

e) admite apenas anulação, a ser decretada somente pelo Poder Judiciário.

Comentários:

O atestado, enquanto ato declaratório praticado pela Administração Pública (ato enunciativo) não
comporta revogação.

Gabarito (C)

37. FCC/ Copergás – PE – Analista Administrador – 2016

Claudio, servidor público estadual, praticou ato administrativo viciado. Determinado administrado,
ao notar o ocorrido, comunicou ao servidor o vício, no entanto, houve a convalidação do ato
administrativo. A propósito do tema, é correto afirmar que

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a) a Administração pública não tem a opção de retirar ou não o ato viciado do mundo jurídico; o
que ela pode é extirpar o ato viciado através do instituto da revogação.

b) todo ato administrativo viciado deve ser anulado pela Administração pública, não importando
o vício nele contido.

c) nem sempre é possível a convalidação do ato administrativo; depende do tipo de vício que
atinge o ato.

d) a Administração pública pode, por razões de conveniência e oportunidade, manter hígido ato
administrativo viciado, não importando o vício nele contido.

e) se o vício existente no ato encontra-se no motivo do ato administrativo, agiu corretamente a


Administração pública.

Comentários:

As letras (A) e (B) estão incorretas. Ao se deparar com atos eivados de vícios sanáveis, em geral a
Administração pode optar entre convalidá-lo (mantendo-o no mundo jurídico) ou anulá-lo
(retirando-o do mundo jurídico). Vejam, ao contrário do afirmado, que o ato viciado não comporta
revogação. Relembrando:

A letra (C) está correta e a letra (E), incorreta, pois a convalidação somente poderá recair sobre
vícios sanáveis, a saber:

quanto à exceto
COMPETÊNCIA competência
pessoa
VÍCIO ex clusiva
SANÁVEL
FO RMA exceto se forma
ex igida em lei

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A letra (D) está incorreta, em razão da sua parte final, pois atos eivados de vícios insanáveis não
admitem convalidação.

Gabarito (C)

38. FCC/ Copergás – PE – Técnico Operacional Mecânico – 2016

Considere as seguintes características dos atos administrativos:

I. vinculado.

II. bilateral e discricionário.

III. negocial.

IV. ordinatório.

No que concerne às características da licença, está correto o que consta APENAS em

a) II e III.

b) I e III.

c) I e IV.

d) II.

e) II e IV.

Comentários:

A licença é ato unilateral e vinculado, que decorre do poder de polícia e permite ao particular o
exercício de uma atividade ou o uso de um bem público (ato negocial).

Não se trata de ato ordinatório, na medida em que não veicula uma ordem administrativa, mas é
emitido a partir de um alinhamento entre o interesse público e o privado.

Gabarito (B)

39. FCC/ TRT - 14ª Região (RO e AC) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2016

Sobre atos administrativos, considere:

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I. Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação.

II. Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser revogados.

III. A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei.

Está correto o que se afirma em:

a) III, apenas.

b) I, II e III.

c) I e III, apenas.

d) I e II, apenas.

e) II, apenas.

Comentários:

O item I está incorreto, pois os atos vinculados não comportam revogação. A revogação diz
respeito à falta de conveniência ou oportunidade do ato, características presentes apenas nos atos
discricionários.

O item II está incorreto, pois são insuscetíveis de revogação os atos que integram procedimento
administrativo. Relembrando:

não há mérito administrativo a


Vinculados
ser revisto

Consumados já exauriram seus efeitos

Geraram direito
garantia constitucional
Atos não adquirido
revogáveis Integram prática de ato subsequente
procedimento impede a revogação
Sob reapreciação de exauriu-se a competência da
autoridade superior autoridade que praticou o ato
Meros atos não contêm manifestação de
administrativos vontade

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Por fim, o item III está correto, pois uma das características da competência, de um modo geral, é
sua intransferibilidade.

Gabarito (A)

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LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS

1. FCC/ AL-AP – Assistente Legislativo - 2020

Faustino Antunes é dono de uma banca de jornal em determinada rua no Centro de Macapá,
tendo recebido do Município uma permissão de uso objetivando a ocupação do espaço na calçada
para instalação da referida banca. O Município notificou Faustino, avisando que, em razão da
necessidade de ampliar o espaço para locomoção de pedestres, cessariam os efeitos de sua
permissão de uso em 90 dias, arcando o Município com o deslocamento da banca para outro local
e emitindo-se em seu favor uma nova permissão de uso. Uma semana após realizada a mudança
de local, Faustino Antunes verificou que outra banca fora instalada exatamente onde ele exercia
antes sua atividade comercial, sendo que o dono da banca lhe mostrou permissão de u so recém-
emitida pelo Município. Analisando-se o caso em questão, constata-se que o ato que fez cessar a
sua permissão original é uma

a) anulação, sendo válida, por tratar-se de ato vinculado.

b) cassação, sendo válida, por tratar-se de ato discricionário.

c) rescisão, sendo inválida, por tratar-se de ato arbitrário.

d) declaração de caducidade, podendo ser invalidada, por vício de objeto.

e) revogação, podendo ser invalidada, por vício de motivo.

2. FCC/Câmara de Fortaleza - Agente - 2019

Em ato administrativo de nomeação para cargo público, devidamente publicado em Diário Oficial,
constatou-se que o nome do destinatário do ato de provimento saiu grafado incorretamente.
Diante de tal situação e sabendo-se que não há outros vícios no ato administrativo, a
Administração deverá promover sua

(A) anulação.

(B) convalidação.

(C) conversão.

(D) revogação.

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(E) cassação.

3. FCC/Metrô-SP – Analista – Administração - 2019

Conforme observa Maria Sylvia Di Pietro, ao se referir ao princípio da legalidade,

Hoje, é possível falar em legalidade restrita, significando exigência de lei, em sentido formal, para
a prática de determinados atos, em especial os que restringem direitos do cidadão, tal como
decorre do artigo 5o, II, da Constituição.

(Direito Administrativo, 2017, p. 1.004)

Dentre as espécies normativas mencionadas na Constituição Federal de 1988, às quais se


reconhecem os efeitos de lei formal, encontra-se

(A) o decreto-lei.

(B) a medida provisória.

(C) o decreto presidencial.

(D) a orientação normativa.

(E) a portaria ministerial.

4. FCC/Metrô-SP – Analista – Administração - 2019

Uma vez que tenha sido praticado, o ato administrativo de natureza discricionária pode ser
revogado

(A) ainda que já se tenham exauridos seus efeitos.

(B) apenas se houver recurso administrativo.

(C) apenas pelo agente público que o praticou.

(D) por juiz, desde que provocado por meio de ação judicial adequada.

(E) por meio de exame em sede de recurso hierárquico, desde que não haja impedimento legal.

5. FCC/TRF-3 - Analista Judiciário - 2019

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Abílio Silva foi empossado em cargo público efetivo e praticou diversos atos administrativos no
exercício de tal cargo. Todavia, o concurso que gerou o provimento do cargo foi anulado, sem
que ele tenha contribuído para a nulidade. Nessa situação, os atos praticados por ele são

(A) válidos, visto que atuou como funcionário de fato.

(B) nulos, pois praticados com usurpação de poder.

(C) anuláveis, pois praticados com vício de motivo.

(D) irregulares, por desvio de finalidade.

(E) inexistentes, pois praticados com objeto juridicamente impossível.

6. FCC/ AFAP – Analista de Fomento – Advogado – 2019

Dentre os elementos ou requisitos do ato administrativo, existem aqueles cuja inobservância NÃO
é passível de ser sanada, a exemplo

a) dos atos administrativos praticados por autoridade desprovida de competência privativa para
sua edição.

b) das decisões proferidas em situações cujo substrato fático não corresponda à previsão legal
expressa.

c) dos atos vinculados editados sem explicitação de motivação.

d) dos atos administrativos que não sejam objeto de publicação na imprensa oficial, em ofensa ao
princípio da publicidade.

e) dos atos proferidos por autoridade pública para a qual tenha sido delegada competência
privativa de autoridade superior.

7. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Técnico Legislativo – Agente de Polícia Legislativa – 2018

Considerando um ato administrativo o qual, contaminado por vício, tornou-se ilegal, ressalvada a
apreciação judicial e respeitados os direitos adquiridos, a Administr ação

a) não pode anulá-lo, já que seus efeitos são regulares.

b) pode revogá-lo, por motivo de conveniência ou oportunidade.

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c) pode anulá-lo, porque dele não se originam direitos.

d) pode revogá-lo, porque dele se originam direitos.

e) não pode anulá-lo, porque dele não se originam direitos.

8. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Técnico Legislativo – Técnico de Enfermagem – 2018

Os atos administrativos são manifestações do desempenho da função administrativa, e como tal

a) estão submetidos apenas ao controle do contencioso administrativo, em razão da consagração


constitucional do princípio da separação dos poderes a partir de 1988.

b) são potencialmente submetidos à revisão do Poder Judiciário, que é uno.

c) estão submetidos à autotutela e a controle judicial, este que se restringe aos atos vinculados,
sendo a discricionariedade imune a controle externo.

d) estão submetidos a controle judicial, que é uno e ilimitado, independentemente da natureza do


ato.

e) estão submetidos a controle judicial e à autotutela, que é limitada a aspectos de conveniência


e oportunidade, pois o controle de legalidade é exercido com exclusividade pelo Poder
Judiciário.

9. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Técnico Legislativo – Técnico de Arquivo e Biblioteca – 2018

Determinado ente público realizou uma licitação para a contratação de fornecimento de merenda
nas unidades escolares. O administrador público responsável pela secretaria que promoveu a
licitação soube que o licitante vencedor do certame era seu desafeto político. Indicando a
superveniência de fato que teria tornado desnecessário o contrato, revogou a licitação. O ano
letivo foi iniciado sem que o fornecimento de merenda estivesse equacionado, razão pela qual a
administração iniciou outro procedimento licitatório. O ato de revogação praticado pelo
administrador

a) pode ser questionado judicialmente, sob a alegação de desvio de finalidade, demonstrando


que sua edição se fundava em motivo diverso daquele externado.

b) não pode ser revisto, considerando que se inseriu no âmbito da discricionariedade


administrativa, que não admite controle externo.

c) possui vício, considerando que deveria ter sido anulada a licitação.


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d) deve ser impugnado judicialmente, por vício de motivação, ensejando a anulação.

e) possui vício de finalidade, podendo ser revogado, determinando -se o reaproveitamento do


procedimento de licitação.

10. FCC/ Prefeitura de São Luís – MA – Auditor Fiscal de Tributos – 2018

A convalidação dos atos administrativos

a) produz efeitos futuros, ou seja, posteriores à data da convalidação, anulando aqueles


decorrentes da edição do ato viciado.

b) enseja a edição de novo ato administrativo, que produz efeitos desde a data em que foi editado
o ato viciado, salvo disposição expressa em sentido contrário.

c) é admitida diante da constatação de vício de qualquer natureza, salvo se já exauridos os efeitos


do ato originalmente praticado.

d) é causa de extinção do ato administrativo original, que fica substituído pelo novo ato editado.

e) pode se referir apenas a atos discricionários, pois demanda juízo de oportunidade e


conveniência para edição do ato convalidatório.

11. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor Técnico Legislativo - Administrador – 2018

A aplicação da Teoria dos Motivos Determinantes, para fins de controle da atuação da


Administração pública pelo Poder Judiciário,

a) autoriza a revisão do ato administrativo por motivo de interesse público, permitindo que o
Judiciário avalie as prioridades adotadas pelas políticas públicas ou programas de governo à luz
dos princípios aplicáveis à Administração.

b) permite a anulação judicial de atos discricionários, quando identificada inexistência ou falsidade


dos pressupostos de fato ou de direito declarados pela Administração para edição do ato.

c) aplica-se apenas em relação a atos vinculados, permitindo a sua invalidação quando ausentes
os pressupostos fixados em lei para motivar a sua edição.

d) autoriza a revogação de atos administrativos quando verificado que a efetiva motivação do


mesmo não foi o interesse público, mas sim o atingimento de fim ilícito ou imoral.

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e) permite a revisão do mérito do ato administrativo, com a avaliação das razões de conveniência
e oportunidade que ensejaram a sua edição, salvo em relação aos discricionários.

12. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal - Técnico Legislativo – Agente de Polícia Legislativa – 2018

Carlos é engenheiro e está realizando um projeto para a construção de um edifício em terreno de


sua propriedade. Para a concretização desse projeto, desde que Carlos satisfaça as exigências das
normas edilícias, será outorgado pela Prefeitura alvará de

a) autorização precário, meio de atuação do poder regulamentar, não podendo ser invalidado
discricionariamente.

b) autorização definitivo, meio de atuação do poder de polícia administrativa, não podendo ser
invalidado discricionariamente.

c) licença definitivo, meio de atuação do poder de polícia administrativa, podendo ser revogado
discricionária e sumariamente.

d) licença precário, meio de atuação do poder regulamentar, não podendo ser invalidado
discricionariamente.

e) licença definitivo, meio de atuação do poder de polícia administrativa, não podendo ser
invalidado discricionariamente.

13. FCC/ PGE-AP- Procurador do Estado – 2018

O ex-governador Sérgio Cabral terá que devolver o colar do mérito que recebeu do Ministério
Público estadual do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada no início da tarde desta sexta-feira (21)
pelo Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça. De acordo com os procuradores, o
ex-governador, preso desde novembro do ano passado, tem ainda que entregar à instituição a
medalha e diploma que tenha recebido

(Adaptado de: Notícia do site G1, publicada em 21/07/2017)

A propósito da notícia acima mencionada, o ato administrativo relatado é um exemplo de

a) anulação.

b) revogação

c) contraposição.

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d) cassação.

e) interdição.

14. FCC/ TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário – Estatística – 2018

Suponha que um agente público tenha determinado a interdição de um estabelecimento


industrial, declarando, como razão da interdição, que o mesmo oferecia risco à saúde pública em
face de potencial de contaminação pelos resíduos produzidos. Subsequentemente, o dono do
estabelecimento conseguiu comprovar, mediante perícia, que as circunstâncias fáticas indicadas
pela Administração seriam inexistentes, eis que os resíduos em questão não apresentavam o risco
indicado. Diante de tal situação, o ato administrativo de interdição

a) poderá ser revisto pela Administração, com base na autotutela que informa a atuação
administrativa, ou revogado em sede judicial por abuso de poder.

b) somente poderá ser atacado na esfera administrativa, eis que de natureza vinculada, fundado
no exercício do poder de polícia.

c) poderá ser questionado administrativa ou judicialmente, sendo viável a anulação judicial por
vício de motivo.

d) será passível de anulação judicial apenas se identificado desvio de finalidade, mantida a via
administrativa para a anulação por outros vícios.

e) deverá ser anulado pela própria Administração, por vício de motivação, assegurada a via judicial
apenas após esgotada a esfera de discussão administrativa.

15. FCC/ TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário – Área Administrativa – 2018

Uma autarquia responsável pela execução de serviços rodoviários concedeu uma gratificação para
determinado segmento de servidores. Um pequeno grupo de servidores de outro setor da
autarquia requereu administrativamente a concessão da mesma gratificação. O servidor que
apreciou o pleito estava substituindo a autoridade competente e entendeu por dar provimento ao
requerimento. Findas as férias da autoridade competente, esta retornou às suas funções e
identificou a decisão de seu substituto. Constatado que contrariava a legislação vigente,

a) a autoridade competente deverá anular a decisão proferida, tendo em vista o vício de legalidade
verificado, como expressão do poder de revisão dos atos administrativos.

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b) a autoridade competente deverá identificar se será melhor para os usuários do serviço que a
decisão seja anulada, podendo, em caso negativo, convalidar o ato administrativo.

c) o ato administrativo proferido será necessariamente submetido à análise revisional da


autoridade competente, porque provisório, assim como todos os demais de conteúdo decisório
proferidos pelo substituto, para anulação ou convalidação.

d) caberá a revogação da decisão proferida, tendo em vista que os atos administrativos de cunho
constitutivo somente podem ser proferidos pela autoridade titular do cargo competente.

e) a revisão do ato administrativo deverá ser requerida por meio judicial, tendo em vista que a
autoridade que o proferiu era competente na ocasião.

16. FCC/ TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2018

Suponha que determinada autoridade pública tenha concedido a particular permissão de uso de
“box” em um Mercado Municipal. Posteriormente, foi constatado que a autoridade que praticou
o ato não detinha a competência legal e tampouco houve delegação para a sua prática. Diante de
tal situação, o ato em questão

a) é nulo, devendo ser revogado administrativa ou judicialmente.

b) é passível de convalidação pela autoridade competente.

c) pode ser mantido, pela mesma autoridade, se verificado o interesse público na sua edição.

d) não é passível de ratificação, dado o seu caráter discricionário, sendo nulo de pleno direito.

e) ostenta vício de competência, insanável por se tratar de ato vinculado, cuja competência é
sempre indelegável.

17. FCC/ ALESE – Analista Legislativo – Processo Legislativo – 2018

Os atos administrativos veiculam manifestações de vontade da Administração pública de diversas


naturezas, podendo conceder e extinguir direitos ou apenas reconhecê-los. No exercício dessas
funções, pode variar a margem de liberdade decisória conferida à Administração pública pela lei,
o que permite analisar se o ato

a) é discricionário, cuja edição permite que a Administração se submeta ou não aos parâmetros
legais, desde que haja relevantes razões de interesse público.

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b) é vinculado, cujos requisitos de edição estão expressamente constantes da lei, não cabendo à
Administração conferir o atendimento pelo administrado.

c) tem força de lei, no caso da delegação ao Executivo ter sido da competência legislativa,
podendo substituí-la, observados os princípios que regem a Administração.

d) é discricionário, que possibilita ao administrador, na análise do caso concreto e sem s e afastar


da previsão legal, exercer juízo de conveniência e oportunidade.

e) recomenda homologação judicial, nos casos em que implicar a extinção de direitos


anteriormente concedidos a administrados ou servidores em processos administrativos regulares,
em razão da relevância.

18. FCC/ SEGEP-MA – Auxiliar de Fiscalização Agropecuária – 2018

A convalidação dos atos administrativos

a) nem sempre é possível, sendo inviável, por exemplo, quando presente vício relacionado à
finalidade do ato.

b) somente é possível quando presente vício de competência, ainda que privativa, sendo
denominada, neste caso, ratificação.

c) corresponde à confirmação do ato pela autoridade hierarquicamente superior àquela que o


praticou, denominando-se homologação.

d) depende, para sua efetivação, de recurso administrativo manejado pelo interessado ou terceiro
prejudicado.

e) somente pode ser efetivada por ato de ofício, pela própria autoridade que praticou o ato, como
expressão da autotutela.

19. FCC/ DPE-AM – Analista em Gestão Especializado de Defensoria - Administração – 2018

Suely, diretora de uma escola da rede pública, autorizou que o zelador daquela unidade ocupasse,
para fins de moradia, uma edícula existente no terreno, formalizando a autorização mediante
outorga de permissão de uso. Justificou o ato praticado, pelo interesse público na permanência
do zelador nas dependências do estabelecimento de ensino no período noturno, o que
contribuiria para a segurança patrimonial, haja vista o registro de diversos furtos de material.
Contudo, passados alguns meses, a Diretora foi informada de que seria realizada uma reforma na
escola e que a edícula deveria estar desocupada para estocar os materiais necessários e servir de

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refeitório e vestiário para os trabalhadores contratados. Diante da s uperveniência de tal


circunstância, o ato administrativo praticado por Suely, consistente na permissão de uso ao
zelador,

a) deve ser anulado, administrativa ou judicialmente, por desvio de finalidade, que restou
evidenciado pela circunstância subsequente.

b) deve ser anulado, pela própria diretora ou superior hierárquico, em face da superveniência de
razões de interesse público.

c) somente pode ser desfeito pelo Poder Judiciário, haja vista que gerou direito subjetivo ao
destinatário.

d) é passível de revogação, na esfera administrativa ou judicial, com base na supremacia do


interesse público sobre o particular.

e) é passível de revogação, pela própria Administração, pelas razões de conveniência e


oportunidade fundadas no interesse público.

20. FCC/ DPE-AM- Analista Jurídico de Defensoria – Ciências Jurídicas – 2018

Um servidor público comissionado, designado para prestar serviços junto à Secretaria de Governo
de determinado Município e que exercia interinamente as funções de chefia de gabinet e, editou
ato aplicando penalidade a um outro servidor concursado no bojo de um processo administrativo
disciplinar. A competência para aplicação da pena era da chefia de gabinete, conforme dispunha
a legislação competente. O servidor que fora apenado recorreu administrativamente da decisão,
sob o fundamento de que a legislação que rege o funcionalismo público estabelece que a
autoridade competente para a aplicação de penalidades a servidores concursados também deve
ter ingressado no serviço público mediante concurso público de provas e títulos. Imputa, portanto,
ao ato praticado pelo servidor comissionado o vício de incompetência. Após o processamento do
recurso e chegada a hora da decisão, o chefe de gabinete que efetivamente ocupava o cargo já
havia retornado e reassumido suas funções, razão pela qual os autos lhe foram submetidos para
eventual reconsideração. Este servidor, considerando que a alegação do recorrente seja
condizente com a legislação aplicável,

a) pode revogar a decisão caso reconheça a incompetência de seu subordinado para a prática de
atos de natureza disciplinar, determinado a reinstauração de processo administrativo disciplinar,
caso ainda não tenha ocorrido prescrição.

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b) deve anular a decisão, diante de sua patente ilegalidade, reconduzindo o servidor ao cargo
anteriormente ocupado e exonerando o servidor comissionado, independentemente de processo
administrativo, porque inexistente vínculo estatutário.

c) não pode alterar a decisão proferida em sede de processo administrativo discipli nar, tendo em
vista que estava afastado, o que impede seu adequado conhecimento dos fatos, cabendo ao
servidor estatutário diligenciar para revisão judicial.

d) pode ratificar a decisão proferida pelo servidor ocupante de cargo em comissão, no caso dela
estar materialmente correta, embora formalmente viciada pela incompetência.

e) pode rever a decisão proferida pelo servidor concursado ou pode anular o processo
administrativo disciplinar, não lhe sendo permitido aproveitar as provas colhidas.

21. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário – Área Administrativa – 2018

Considere os itens:

I. Ato vinculado;

II. Ato discricionário.

No que concerne aos itens apresentados,

a) ambos se submetem a controle interno e externo, este exercido tanto pelo Poder Legisl ativo,
por meio do Tribunal de Contas, como pelo Poder Judiciário.

b) o item I submete-se a controle interno e externo; o item II a controle interno apenas, que é
denominado autotutela.

c) ambos se submetem a controle externo e interno, sendo o controle interno de menor amplitude
e extensão que o externo, pois limitado a questões de conveniência e oportunidade.

d) o item I submete-se a controle externo; o item II não, pois os atos discricionários, por
envolverem juízo de conveniência e oportunidade, afastam o controle de legalidade pelo Poder
Judiciário.

e) o item II submete-se a controle externo; o item I não, pois os atos vinculados, por envolverem
juízo de conveniência e oportunidade, afastam o controle de legalidade pelo Poder Judiciário.

22. FCC/ DPE-PR - Defensor Público – 2017

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Sobre atos administrativos, é correto afirmar:

a) a delegação e avocação se caracterizam pela excepcionalidade e temporariedade, sendo certo


que é proibida avocação nos casos de competência exclusiva.

b) a renúncia é instituto afeto tanto aos atos restritivos quanto aos ampliativos.

c) as deliberações e os despachos são espécies da mesma categoria de atos administrativos


normativos.

d) é ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo; salvo


quando se tratar de recurso hierárquico impróprio.

e) nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram -se o contraditório e ampla
defesa, a qualquer tempo, quando a decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo, de qualquer natureza, que beneficie o interessado.

23. FCC/ TCE-SP – Agente de Fiscalização - Administração – 2017

Se o administrador público praticar um ato administrativo anulável, o direito brasileiro estabelece


que

a) o ato, se prejudicou terceiros, deve ser invalidado pelo Judiciário a pedido da Administração.

b) a Administração somente poderá invalidar o ato se houver pedido do interessado.

c) o ato deverá ser objeto de conversão pelo Poder Judiciário.

d) o ato poderá ser convalidado pela própria Administração.

e) a Administração deverá invalidar esse ato de ofício.

24. FCC/ TRT - 21ª Região (RN) - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017

Considere uma hipótese em que o Ministro da Agricultura de determinado governo edite uma
portaria reconhecendo uma determinada região como de “especial interesse para exportação”, o
que conferiria às áreas abrangidas pelo perímetro acesso a programa especial de crédito junto à
instituição financeira oficial. Ajuizada ação para anulação dessa portaria, invocando vícios de
legalidade no procedimento administrativo no bojo do qual foram apresentadas as justificativas e
fundamentos para o reconhecimento daquela região como de especial interesse,

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a) deve a Administração pública lançar mão de seu poder de revisão para fins de revog ar a portaria
editada pelo Ministro da Agricultura, sem produção de efeitos retroativos, ensejando perda de
objeto ou carência superveniente da ação judicial, que não mais se mostraria necessária para retirar
a portaria do mundo jurídico.

b) é cabível a anulação pela Administração pública, de ofício, da portaria editada, identificado(s)


o(s) vício(s) de legalidade que macularam o procedimento administrativo, retroagindo seus efeitos
à data da edição da portaria, mas respeitados direitos de terceiros de boa-fé decorrentes, por
exemplo, de negócios jurídicos que já tenham sido firmados com base naquele ato.

c) deve-se aguardar o desfecho da ação judicial para que seja possível qualquer análise de violação
dos negócios jurídicos, somente após o que se pode cogitar de anulação ou revogação.

d) decidiu a Administração pública anular a portaria editada e reiniciar o processo de estudos para
definição de regiões especiais, mesmo sem a específica identificação de vícios, fundamentando a
decisão em razões de interesse público, conveniência e oportunidade, evidenciando a urgência e
conferindo efeitos ex nunc à decisão.

e) descabe o exercício de poder de revisão pela Administração pública, passando a decisão sobre
a validade ou invalidade da Portaria ao crivo judicial, cuja decisão necessariamente produzirá
efeitos ex nunc.

25. FCC/ TRT - 21ª Região (RN) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

Dentre as espécies de atos administrativos,

a) a homologação não possui natureza jurídica de ato administrativo de efeitos concretos, tendo
em vista que não constitui direitos, prestando-se a dar publicidade a ato administrativo
anteriormente praticado.

b) os atos administrativos vinculados não conferem direitos subjetivos, já que estes advêm
diretamente da lei, independentemente da edição daqueles.

c) alguns atos administrativos praticados demandam análise de adequação com os requisitos legais
para sua emissão, o que, em sendo constatado, é reconhecido por meio de homologação.

d) os atos administrativos discricionários são editados ou não conforme margem de liberdade dada
ao Administrador público, tal como ocorre com as licenças.

e) a admissão de pessoal possui natureza jurídica de contrato administrativo, vez que forma vínculo
definitivo entre empregador e Estado.

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26. FCC/ TRF - 5ª REGIÃO - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017

Durante um procedimento licitatório para contratação de empresa para construção de uma arena
destinada a sediar os jogos de abertura de importante campeonato internacional de futebol, a
Administração pública, alegando motivo superveniente, de conveniência e oportunidade, qual
seja, a alteração do município sede da abertura dos referidos jogos, decidiu desfazer a licitação,
pois o projeto havia sido concebido para ser executado em terreno esp ecífico situado no
município que seria, originalmente, sede dos referidos jogos. O ato administrativo a ser produzido
pela autoridade competente é o

a) anulatório, suscetível tanto a controle interno como externo e limitado, em ambos os casos, à
competência da autoridade que o exarou.

b) anulatório, suscetível apenas de controle interno, com efeitos ex nunc, por se cuidar de
atividade contratual da Administração.

c) revocatório, suscetível de controle pelo Poder Judiciário quanto à competência, à forma e ao


motivo, neste último caso em razão da teoria dos motivos determinantes.

d) revocatório, suscetível de controle interno apenas e com efeitos ex tunc.

e) anulatório, não suscetível de controle pelo judiciário, que está impedido de analisar o mérito
das decisões administrativas, em razão do princípio da separação dos poderes.

27. FCC/ DPE-RS - Técnico – Área Administrativa – 2017

O poder da Administração pública de rever seus próprios atos é um dos mecanismos de controle
que, tal como os demais, encontra limites

a) no direito adquirido, ou seja, somente pode ser exercido até o trânsito em julgado da decisão
proferida no processo administrativo.

b) no poder Judiciário, pois demanda homologação judicial em casos de demandas judicias


ajuizadas para discussão da validade de atos administrativos.

c) no exaurimento dos efeitos do ato que se pretende anular ou revogar, pois a revisão não
reverteria a situação decorrente de irregularidade que se buscou corrigir.

d) no prazo para revisão dos atos administrativos, a ser estabelecido por decreto do ente federado,
como expressão de seu poder normativo de organização da Administração pública.

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e) no ajuizamento de recurso administrativo, que impede a revogação ou anulação do ato até que
se profira decisão final a respeito.

28. FCC/ TRE-PR - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

Considere que tenha tramitado regularmente um processo disciplinar contra d eterminado servidor
público titular de cargo efetivo a fim de apurar sua responsabilidade pela prática de determinada
infração. Constatada a autoria diante das provas, foi proferida decisão pela autoridade
competente, imputando pena de demissão ao servidor. Não tendo havido recurso, foi o servidor
desligado dos quadros da Administração pública. Em regular correição ocorrida na unidade no
mesmo exercício, verificou-se que a autoridade apenou o servidor equivocadamente, pois aquela
infração era sancionada com suspensão, aplicando-se a demissão somente nas hipóteses de
reincidência, que não era o caso. Diante desse cenário e no que se refere à validade do ato
administrativo proferido,

a) o ato é eivado de vício que lhe acarreta nulidade absoluta, não necessitando de qualquer
declaração de nulidade para sua retirada do mundo jurídico, posto que atos nulos não produzem
efeitos jurídicos.

b) há nulidade no ato administrativo que imputou a sanção equivocada ao servidor, podendo ser
revisto de ofício pela própria Administração, diante da ilegalidade apurada, retroagindo os efeitos
à data em que a decisão foi proferida.

c) há nulidade relativa no ato administrativo, que permanecerá produzindo efeitos até que o
particular cujos direitos foram lesados tome a iniciativa para requerer, judicial ou
administrativamente a anulação, vedada a revisão de ofício pela Administração pública diante da
falta de recurso voluntário por ocasião do processo disciplinar.

d) a irregularidade sanável constatada em regular correição já configura iniciativa da própria


Administração pública, que poderá decidir, discricionariamente, se o desfazimento do ato se dará
pelo corregedor no próprio procedimento de correição ou se será necessário provocar a
autoridade hierarquicamente competente para o juízo de revisão da decisão.

e) será necessária decisão judicial declarando a nulidade do ato proferindo, considerando que o
servidor punido em regular procedimento disciplinar não recorreu da decisão administrativa, bem
como porque se trata de restabelecimento de vínculo com a Administração pública, o que não
pode ser feito administrativamente.

29. FCC/ DPE-SC - Defensor Público Substituto – 2017

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Os atos administrativos podem ser produzidos em desrespeito às normas jurídicas e, nestes casos,
é correto afirmar que

a) existe, no direito brasileiro, apenas duas formas de convalidação, a ratificação e a reforma.

b) ainda que o ato tenha sido objeto de impugnação é possível falar -se em convalidação, com o
objetivo de aplicar o princípio da eficiência.

c) à vícios que podem ser sanados e, nestes casos, a convalidação terá efeitos ex nunc.

d) a violação das normas jurídicas causa um vício que só pode ser corrigido com a edição de novo
ato, pelo poder Judiciário.

e) é possível convalidar atos com vício no objeto, ou conteúdo, mas apenas quando se tratar de
conteúdo plúrimo.

30. FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

Rodrigo é servidor público federal e chefe de determinada repartição pública. Rodrigo indeferiu
as férias pleiteadas por um de seus subordinados, o servidor José, alegando escassez de pessoal
na repartição. No entanto, José comprovou, que há excesso de servidores na repartição pública.
No caso narrado,

a) há vício de motivo no ato administrativo.

b) o ato deve, obrigatoriamente, permanecer no mundo jurídico, vez que sequer exigia
fundamentação.

c) inexiste vício no ato administrativo, no entanto, o ato comporta revogação.

d) o ato praticado por Rodrigo encontra-se viciado, no entanto, não admite anulação, haja vista a
discricionariedade administrativa na hipótese.

e) o objeto do ato administrativo encontra-se viciado.

31. FCC/ TRE-SP - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017

A publicação de edital para realização de concurso público de provas e títulos para provimento
de cargos em órgão público municipal motivou número de inscritos muito superior ao
dimensionado pela Administração pública. Considerando a ausência de planejamento da
Administração para aplicação das provas para número tão grande de candidato s, bem como que
a recente divulgação da arrecadação municipal mostrou sensível decréscimo diante da estimativa
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de receitas, colocando em dúvida a concretude das nomeações dos eventuais aprovados, a


Administração municipal

a) pode anular o certame, em razão dos vícios de legalidade identificados.

b) deve republicar o edital do concurso público para reduzir os cargos disponíveis, sob pena de
nulidade do certame.

c) pode revogar o certame, em razão das supervenientes razões de interesse público


demonstradas para tanto.

d) pode revogar o certame municipal somente se tiver restado demonstrada a inexistência de


recursos para fazer frente às novas despesas com as aprovações decorrentes do concurso.

e) deve prosseguir com o certame, republicando o edital para adiamento da realização da primeira
prova, a fim de reorganizar a aplicação para o novo número de candidatos, sendo vedado revogar
o certame em razão da redução de receitas.

32. FCC/ TRE-SP - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017

Pedro, servidor público de um órgão municipal encarregado da fiscalização de obras civis, emitiu
autorização para Saulo construir um muro de arrimo e também demolir uma pequena edícula,
comprometendo-se a providenciar, junto a seu superior, a formalização do correspondente alvará.
Ocorre que Jair, morador de imóvel vizinho, sentiu-se prejudicado pelas obras, que causaram
abalo em seu imóvel e denunciou a situação à autoridade competente, requerendo a nulidade do
ato, face a incompetência de Pedro para emissão da autorização. Diante desse cenário,

a) não há que se falar em convalidação, haja vista que o ato é discricionário, cabendo,
exclusivamente, à autoridade competente a sua edição.

b) a autorização conferida é passível de convalidação pela autoridade competente, se preench idos


os requisitos legais e técnicos para concessão da licença.

c) a autorização dada por Pedro pode ser revogada pela autoridade competente, se verificadas
razões de ordem técnica ou anulada judicialmente.

d) o ato administrativo praticado por Pedro é viciado, passível de revogação, a qualquer tempo,
pela autoridade competente para sua emissão.

e) o ato praticado por Pedro é nulo, não passível de convalidação, haja vista que esta somente é
cabível quando presentes vícios de forma e de motivação.

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33. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário – Administrativa – 2016

Sergio, servidor público federal e chefe de determinada repartição pública, demitiu Antônio sob
o fundamento de que o mesmo havia cometido falta grave. Cumpre salientar que Antônio não era
servidor concursado, mas sim ocupante de cargo em comissão. Transco rridos quinze dias após a
demissão, descobriu-se que Antônio não havia praticado falta grave e que Sergio pretendia
colocar um colega seu no cargo anteriormente ocupado por Antônio. Neste caso, é correto
afirmar:

a) Por ser falso o motivo do ato administrativo, o ato de demissão é nulo.

b) O ato de demissão é válido, haja vista tratar-se de cargo demissível ad nutum e que, portanto,
sequer exigia motivação.

c) Não incide a teoria dos motivos determinantes, haja vista que o vício é na forma e na finalidade
do ato administrativo de demissão.

d) Aplica-se, na hipótese, a convalidação do ato administrativo; portanto, Antônio, injustamente


demitido, poderá retornar ao seu cargo.

e) O ato é válido porque a finalidade pública foi mantida, sendo admissível a subs tituição de um
servidor por outro, desde que o cargo seja adequadamente preenchido, de modo a não trazer
prejuízo ao interesse público.

34. FCC/ TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – Administrativa – 2016

Rodrigo, servidor público federal, ao praticar um ato administrativo, não observou determinada
exigência legal. Isto porque a edição do ato dependia de manifestação de vontade do
administrado Nelson e tal exigência não foi observada. No caso narrado, a convalidação do ato
administrativo

a) não é possível.

b) pode ser feita por Nelson, que emitirá sua manifestação de vontade posteriormente,
convalidando o ato.

c) é possível, se feita exclusivamente por Rodrigo.

d) pode ser feita tanto pelo administrado Nelson quanto por Rodrigo, no entanto, apenas na
segunda hipótese dar-se-á com efeitos retroativos à data em que o ato foi praticado.

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e) é possível, desde que feita, exclusivamente, pelo superior hierárquico de Rodrigo e ocorra com
efeitos ex nunc.

35. FCC/ SEGEP-MA – Procurador do Estado – 2016

Acerca dos atos administrativos, é correto afirmar:

a) A conversão é o ato administrativo pelo qual a Administração converte um ato inválido em ato
de outra categoria, de maneira a torná-lo válido, com efeitos retroativos à data do ato original.

b) Todas as modalidades de permissão podem ser definidas como atos unilaterais, discricionários
e precários.

c) As resoluções editadas pelo Congresso Nacional e suas Casas constituem atos administrativos
privativos daqueles órgãos.

d) A homologação é ato administrativo destinado a realizar o controle prévio de outro ato


administrativo.

e) A licença é ato unilateral e vinculado, cuja revogação somente é possível mediante prévia
notificação do interessado.

36. FCC/ Prefeitura de Teresina – PI– 2016

Mara, servidora pública e chefe de determinada repartição pública, emitiu atestado a determinado
particular, comprovando situação de que teve conhecimento por seus órgãos competentes. Um
dia após a prática do ato administrativo, decidiu revogá-lo por razões de conveniência e
oportunidade. O atestado emitido por Mara

a) comporta revogação desde que seja com efeitos ex nunc.

b) comporta revogação desde que seja com efeitos ex tunc.

c) não comporta revogação.

d) por já ter produzido efeitos, deve, obrigatoriamente, permanecer no mundo jurídico.

e) admite apenas anulação, a ser decretada somente pelo Poder Judiciário.

37. FCC/ Copergás – PE – Analista Administrador – 2016

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Claudio, servidor público estadual, praticou ato administrativo viciado. Determinado administrado,
ao notar o ocorrido, comunicou ao servidor o vício, no entanto, houve a convalidação do ato
administrativo. A propósito do tema, é correto afirmar que

a) a Administração pública não tem a opção de retirar ou não o ato viciado do mundo jurídico; o
que ela pode é extirpar o ato viciado através do instituto da revogação.

b) todo ato administrativo viciado deve ser anulado pela Administração pública, não importando
o vício nele contido.

c) nem sempre é possível a convalidação do ato administrativo; depende do tipo de vício qu e


atinge o ato.

d) a Administração pública pode, por razões de conveniência e oportunidade, manter hígido ato
administrativo viciado, não importando o vício nele contido.

e) se o vício existente no ato encontra-se no motivo do ato administrativo, agiu corretamente a


Administração pública.

38. FCC/ Copergás – PE – Técnico Operacional Mecânico – 2016

Considere as seguintes características dos atos administrativos:

I. vinculado.

II. bilateral e discricionário.

III. negocial.

IV. ordinatório.

No que concerne às características da licença, está correto o que consta APENAS em

a) II e III.

b) I e III.

c) I e IV.

d) II.

e) II e IV.
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39. FCC/ TRT - 14ª Região (RO e AC) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2016

Sobre atos administrativos, considere:

I. Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação.

II. Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser revogados.

III. A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei.

Está correto o que se afirma em:

a) III, apenas.

b) I, II e III.

c) I e III, apenas.

d) I e II, apenas.

e) II, apenas.

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GABARITOS
1. E 14. C 27. C
2. B 15. A 28. B
3. B 16. B 29. E
4. E 17. D 30. A
5. A 18. A 31. C
6. B 19. E 32. B
7. C 20. D 33. A
8. B 21. A 34. B
9. A 22. A 35. A
10. B 23. D 36. C
11. B 24. B 37. C
12. E 25. C 38. B
13. D 26. C 39. A

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