Limete Teórico para Ágio
Limete Teórico para Ágio
Limete Teórico para Ágio
Uberlândia – MG
2022
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PEDRO HENRIQUE JOTA FERNANDES
UBERLÂNDIA – MG
2022
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AGRADECIMENTOS
3
‘‘Os rios não bebem da sua própria agua, as árvores não comem
seus próprios frutos. O sol não brilha para si mesmo, as flores não
espalham sua fragrância para si. Viver para os outros é uma regra
da natureza. A vida é boa quando você está feliz, mas a vida é muito
melhor quando os outros estão felizes por sua causa. ’’
Papa Franscisco
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RESUMO
O objetivo deste estudo foi encontrar um limite teórico na porcentagem do ágio para a
compra da reposição animal, essa variável é caracterizada pela razão entre ao preço da arroba
de compra e da arroba de venda em um sistema. Sendo esse um parâmetro que caminha junto
com a relação de troca, indicando a viabilidade na aquisição da reposição dos animais
direcionados à pecuária de corte. O projeto foi realizado a partir de pesquisas de mercado nas
quais foram buscados o preço dos animais de diferentes categorias, dos preços da arroba do
boi gordo, juntamente com a coleta de dados de ganho médio diário (GMD). E após
encontradas essas variáveis, obteve-se a porcentagem do ágio e deságio. No presente estudo
houve ambos os resultados e foi determinado a porcentagem que seria viável para o sistema
de produção em questão, e assim encontrado um limite de viabilidade, ou seja, um ponto de
equilíbrio em que a reposição seja viável em um certo tempo. O estudo fora feito nos meses
de maio a julho do ano de 2022, a partir de pesquisas de dados disponibilizados nos
balizadores pecuários, CEPEA e SCOT Consultoria e após as pesquisas organizados e
tabulados em planilha de Excel. Com os resultados obtidos pode-se observar que o período
em que fora avaliado houve pouca variação dos preços tanto de arroba quando da reposição,
tendo assim uma estabilidade. Nos meses avaliados tanto para os animais da raça nelore
quanto para os mestiços em um determinado peso houve o deságio, prática favorável aos
produtores. E outro fator a ser adotado é que com os parâmetros que houve o ágio teve como
20% o limite teórico estabelecido. Para essas condições esse limite foi estabelecido uma vez
que o produtor teria tempo hábil de oferecer o suporte para o animal liquidar o ágio e obter
teoricamente melhores negociações.
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Abstract
The objective of this study was to find a theoretical limit in the percentage of premium
for the purchase of animal replacement, this variable is characterized by the ratio between the
price of the purchase and the sale of the arroba in a system. This is a parameter that
accompany the exchange relationship, indicating the feasibility in the acquisition of the
replacement of animals directed to beef cattle. The project was carried out from market
research in which the price of animals of different categories was sought, the prices of the
cattle fat, along with the collection of average daily gain data (GMD). And after these
variables were found, the percentage of premium and discount was obtained. In the present
study there were both results and the percentage that would be feasible for the production
system in question was determined, and thus a viability limit was found, that is, an
equilibrium point in which replacement is feasible at a certain time. The study was conducted
from May to July 2022, from data surveys made available in livestock references such as
CEPEA and SCOT Consulting and after research, information was organized and tabulated in
an Excel spreadsheet. With the results obtained it can be observed that the period in which it
was evaluated there was little variation in the prices of both at-the-rate and replacement
prices, thus having a stability. In the months evaluated for both nellore and mixed-race
animals at a given weight, there was discount, a favorable practice for producers. And another
factor to be adopted is that with the parameters used there was premium placed at 20% of the
theoretical limit established. For these conditions this limit was established since the producer
would have time to offer support for the animal to settle the premium and theoretically obtain
better negotiations.
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Sumário
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 8
2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................................... 9
2.1 Importância dos custos e planejamento do sistema da bovinocultura de corte ....................... 9
2.2 Compreensão do ágio na produção pecuária ......................................................................... 10
2.3 O ágio aplicado à produção pecuária .................................................................................... 11
2.4 Mercados de comercialização do boi e o impacto do ágio .................................................... 12
3 HIPÓTESE .................................................................................................................................... 13
4 METODOLOGIA ......................................................................................................................... 13
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................. 15
6 CONCLUSÕES............................................................................................................................. 20
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 21
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1 INTRODUÇÃO
Assim, a precificação dos animais que são destinados à atividade pecuária de corte é
afetada por esses fatores, o que pode comprometer o peso recomendado para o abate
(BRAGANÇA E BUENO, 2010). Além do comprometimento do peso, o tempo é outro fator
que pode influenciar negativamente a rentabilidade, uma vez que a partir do momento em que
o animal entra no sistema produtivo do ciclo da recria ou terminação em confinamento, ele já
traz consigo um custo maior que o benefício, sendo o desafio do produtor atuar no sentido de
reverter essa situação.
Sabendo disso é extremamente importante que o produtor fique atento aos custos
inerentes ao sistema, por se tratar de uma atividade cíclica, haja visto que no mesmo momento
em que um animal é negociado, faz-se necessária a aquisição de outro para reposição do
rebanho. No sistema de confinamento, a reposição de animais alcança 65% (sessenta e cinco
por cento) dos custos de produção (ARAUJO, 2018). Para os animais a pasto, essa reposição
representa de 45,83% (quarenta e cinco inteiros e oitenta e três centésimos) a 62,5% (sessenta
e dois inteiros e cinco décimos por cento) dos custos (SILVEIRA et. al, 2012).
Diante disso, há vários modelos matemáticos que possibilitam aferir os custos em uma
produção e a partir disso, diluir esses no Ganho Médio Diário (GMD). O GMD é um
parâmetro de referência utilizado como o número em quilogramas que um animal precisa
ganhar por dia para obter um determinado peso. Sendo possível diluir os custos nesse
parâmetro, pois o animal é alimentado para a obtenção desse acréscimo peso. Objetivado pelo
produtor para a venda do animal.
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exceda o valor de patrimônio líquido (MARTINS, 2010), ou seja, o produtor adquire o animal
por um preço maior que o de venda.
Como exposto acima, um animal entra no sistema produtivo com um custo inicial que é
representado pelo ágio pago na aquisição, caracterizando um custo implícito do qual o
produtor muitas vezes não se dá conta. Esse custo é um importante balizador da rentabilidade
da produção, pois ele pode representar acréscimo de despesa para o comprador e de receita
para o vendedor. E assim fica demonstrada a complexidade de definir até quanto o ágio é
viável, uma vez, que o fator tempo também contribui para a precificação do ciclo. Por isso, é
fundamental que o tempo de produção sempre seja considerado como um limitador para o
valor máximo do ágio a ser pago.
Pelas razões expostas, o presente trabalho teve como objetivo determinar um limite
teórico para o ágio de compra dos animais, que permitirá ao produtor, ao ter conhecimento
desse limite estabelecido, obter um maior controle na compra de animais para reposição. Ao
dispor dos meios que permita avaliar as transações futuras, o produtor poderá ser mais
assertivo para atingir os objetivos econômicos de sua produção.
2 REVISÃO DE LITERATURA
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Os custos em um sistema produtivo são divididos em diversas formas e há vários
modelos que exemplificam isso, no entanto não existe uma receita de cálculo dos mesmos.
Desse modo, abordar com seriedade o planejamento do seu negócio traz a percepção de quais
são os custos que se tem, e em quais categorias eles se enquadram. Uma vez que se
compreendam os custos, pode se inferir um lucro objetivo, definir metas, tomar decisões, se
resguardar de custos implícitos e minimizar os riscos intrínsecos à atividade.
A pecuária de corte permite certa flexibilidade ao se trabalhar com os sistemas
produtivos. Pois os produtores podem optar por diversas formas de conduzir a sua produção
visando a maior rentabilidade, seja trabalhando somente com cria e engorda, recria e engorda,
ou cria e recria e engorda, sistema completo. Contudo, da porteira para dentro de qualquer
propriedade rural, os animais que compõem o sistema representam o maior custo que o
produtor pode ter. No sistema de confinamento 65% dos custos se referem à compra dos
animais (ARAUJO, 2018), e esse sistema é caracterizado por ter um custo operacional
elevado também, pois todo o fornecimento alimentar dos animais é feito por trabalhadores do
próprio confinamento. Já nos sistemas a pasto o animal de reposição representa 45,83% a
62,5% dos custos (SILVEIRA et. al, 2012) custo menor do que o do confinamento e também
tem um custo operacional menor, pois o animal que busca sua alimentação sendo necessário a
intervenção humana para o fornecimento de uma suplementação.
O custo dos animais se enquadra nos custos variáveis e se altera de acordo com a
função e o volume de produção (VICECONTI E NEVES, 2013), ou seja, tem oscilações que
podem viabilizar ou inviabilizar a produção. Assim é fundamental atentar a essa variável e aos
custos implícitos que a mesma representa.
10
elevado no momento da compra do animal e ter que vender com o mercado em baixa,
caracterizando um pagamento de ágio na compra efetuada. O ágio é o custo de aquisição que
excede o valor de patrimônio líquido (MARTINS, 2010).
Esse custo na aquisição de animais na pecuária está implícito à compra e é pouco
conhecido pelos produtores e mesmo quando conhecido, muitos não calculam o seu impacto
no resultado final da transação. Diante disso, é possível afirmar que se há um ágio na compra
do animal, esse chega ao seu sistema produtivo com um custo onerado, ou seja, ao entrar
porteira a dentro ele tem uma margem de prejuízo implícita.
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complexidade, torna-se necessário definir um limite para compensar o valor a maior pago no
ágio, o decurso do tempo no sistema de produção deve ser medido em sua maior parte pela
rentabilidade obtida no controle desses custos.
Outro fator ligado a isso é que como o mercado da carne bovina é caracterizado como
uma “commodity”, em que o ganho é no volume de venda com preço baixo e margem
pequena de lucro (CABRAL, 2022). E a carne por ser uma commodity é flutuante e
dependente de fatores externos e internos, ou seja, caso haja uma boa oportunidade de venda
do animal é necessária à sua comercialização. Sendo assim o produtor deve conhecer o valor
efetivo de seus custos e definir a margem de lucro desejada, caso contrário o negócio será
perdido porque o sistema não haverá gerado lucro. Assim, ao definir um limite teórico para o
ágio, o produtor poderá ter maior margem de negociação e não se tornará refém do mercado.
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hedge na bolsa consiste em uma boa ferramenta na proteção contra o risco de preço (SZPAKI
et al., 2022). Sendo essas eficientes para aqueles que têm uma base sólida de negócios e boa
equipe gestora de riscos que está atenta ao mercado. Já os pequenos produtores certamente
não apostam nesse tipo de comércio por desconhecimento e insegurança, uma vez que
negociações que fogem à zona de conforto de um pecuarista geralmente não são concluídas. E
assim esses optam pelo mercado comum, o mercado tradicional, que é um mercado que
costuma gerar maiores índices de inadimplências. Ou seja, é fato falar que o mercado é
oscilante, e aqueles que não se preparam e protegem ficam refém dessas oscilações, uns mais
outros menos.
Assim, fora supracitado em todo referencial teórico, a importância de fazer da
propriedade rural uma empresa, com levantamento dos custos, definições de metas e objetivos
para ser assertivos nas decisões. Calcular os custos variáveis, que podem ser de maior
impacto, e mais importante, calcular o valor do ágio da reposição, o custo implícito. Sendo
esse um referencial, para determinação do rumo da produção, uma vez que, a partir dele foi
estudada uma viabilidade de quanto tempo o animal permanecerá no sistema e fornecer
parâmetros nas negociações para o produtor.
3 HIPÓTESE
Espera-se que nesse trabalho seja encontrado um limite teórico (calculado a partir dos
dados de arroba de compra e venda) para o ágio da compra de reposição dos animais que
integrarão o sistema de recria a pasto e terminação em confinamento. Achado esse limite,
poder estimar como seria o comercio de um animal que esteja em um sistema de produção na
qual teria como opção mercado físico, mercado a termo e mercado futuro. Visando uma maior
margem de lucro e menos dependência do mercado.
4 METODOLOGIA
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Para efeitos de cálculo, o sistema de recria a pasto fora classificado em 12 meses e
com o ganho médio diário global de 650 gramas como exposto nas pesquisas da Cargill em
2021, para os animais em confinamento seria um período de 100 dias, com o ganho médio
diário de 1,7 quilogramas valor esse disponibilizado a partir de entrevista de um confinamento
localizado no município do Prata-MG, que pediu para não ter o nome divulgado no presente
trabalho, já em outras pesquisas (COUTINHO et. al 2006) chegou a um ganho médio diário
de 1,22 e 1,80.
Após calculado as variáveis expostas acima, obteve-se uma tabela para cada mês
expondo se havia ágio ou deságio para cada categoria animal e para cada tipo de sistema
(confinamento terminador ou recria a pasto), caso houvesse ágio seria calculado em reais o
quanto o animal chegaria devendo. Se o ganho médio diário que ele necessitaria para liquidar
o seu ônus estaria dentro da média global e se seria possível diluir mais custos nesse ganho de
peso do animal para o produtor ter um parâmetro em que se basear. E se caso houvesse o
deságio, o que seria uma situação ideal, nada seria feito pois não haveria o custo implícito. E a
partir disso analisar em qual mercado deveria ser comercializado os animais, no mercado
físico ou comum, por contratos a termo ou por contrato futuro. Sendo um parâmetro esse em
que o produtor não dependesse tanto de mercado e que obtivesse uma margem de lucro maior.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após ter os dados tabulados e interpretados, o que se pode analisar no período em que
compreendeu essa pesquisa, foram resultados concisos. Nesse tempo observa-se que não há
grandes variações no preço dos animais de reposição e a arroba do boi gordo também estava
em uma estabilidade. O que gerou um impacto favorável na questão de margem de resultados.
Tabela 1. Análise dos parâmetros e ágio para a recria a pasto no mês de maio para os animais
nelore.
MAIO
DIAS NO SISTEMA 365
Nelore
@ PARA
PREÇO/ PREÇO/@ ÁGIO KG PARA GMD (KG)PARA
PESO(KG) PESO(@) PAGAR R$ DE ÔNUS
ANIMAL(R$) REPOSIÇÃO(R$) (%) PAGAR ÁGIO PAGAR ÁGIO
ÁGIO
195 6,5 R$ 2.495,38 R$ 383,90 18,86% 1,2 36,77 0,101 -R$ 395,88
240 8 R$ 3.007,69 R$ 375,96 16,40% 1,3 39,35 0,108 -R$ 423,69
15
300 10 R$ 3.276,92 R$ 327,69 1,45% 0,1 4,36 0,012 -R$ 46,92
375 12,5 R$ 3.963,08 R$ 317,05 -1,84% -0,2 -6,91 -0,019 R$ 74,42
Para o mês de maio como exposto na tabela 1, houve um ágio em cima da compra para
as categorias de 195, 240 e 300 quilogramas, já para a categoria de peso de 375 kg houve o
deságio. Na mesma tabela fora calculado o ônus que esse animal carrega consigo quando
chega no sistema produtivo, esse ônus é inerente ao ágio, ou seja, ele chega devendo no seu
sistema. Para esse caso em especifico com o ganho médio diário nacional estipulado pela
Cargill em 2021 que consiste em 650 gramas por dia, caso um produtor compre uma
reposição com os parâmetros parecidos com esse analisado, o animal conseguiria liquidar a
conta do ágio. Uma vez que, o que ele ganharia está acima do que ele precisa, sendo possível
ainda diluir outros custos em cima desse ganho de peso, e a medida que aumenta a categoria
do animal diminui ainda mais essa necessidade de ganho que ele teria que ter. Para essa
margem maior em questão do quanto ele ganha para o quanto ele precisa, o produtor
conseguiria comercializar esse animal com uma certa segurança no mercado físico ou a termo
com um lucro bom esperado em um curto/médio prazo. Porém para o longo prazo realizar
uma operação de hedge na bolsa de valores a partir de um contrato futuro poderia ser uma
maneira de garantir essa boa margem dependendo do valor futuro que a arroba estará.
Variância e desvio padrão do comportamento da arroba do boi gordo tanto para o Nelore,
quanto para mestiço, nesse mês foi de 86,27 e 9,3 respectivamente.
Tabela 2. Análise dos parâmetros e ágio para a recria a pasto no mês de junho para os animais
nelore.
JUNHO
DIAS NO SISTEMA 365
Nelore
@ PARA KG PARA
PREÇO/ PREÇO/@ GMD (KG)PARA
PESO(KG) PESO(@) ÁGIO PAGAR PAGAR R$ DE ÔNUS
ANIMAL(R$) REPOSIÇÃO PAGAR ÁGIO
ÁGIO ÁGIO
195 6,5 R$ 2.493,08 R$ 383,55 20,63% 1,3 39,00 0,11 -R$ 426,34
240 8 R$ 2.969,23 R$ 371,15 16,73% 1,3 39,00 0,11 -R$ 425,55
300 10 R$ 3.175,38 R$ 317,54 -0,13% 0 0,0 0,00 R$ 4,22
375 12,5 R$ 3.769,23 R$ 301,54 -5,16% -0,6 -18,0 -0,05 R$ 205,27
16
Para o mês de junho como exposto na tabela 2, o preço do ágio do animal com 195 kg
que configura uma desmama foi superior ao mês de maio com 20,63%, porém uma
observação importante é que para animais com 300 quilogramas já há um deságio e daí por
diante, então para um produtor não sofrer com um ágio na compra, poderia fazer uma compra
nessa categoria. Os 20,63% de ágio representa o ônus de R$ 426,34 reais, uma estratégia a ser
realizada nesse cenário seria de fazer a compra para reposição de animais com cerca de 300
quilogramas, pois compraria um animal com o ágio nulo encurtaria o tempo de produção e
garantiria uma margem de lucro maior ainda. Uma vez que o ganho médio diário que seria
necessário para o animal está ainda abaixo do que a média nacional de 2021. Variância e
desvio padrão do comportamento da arroba do boi gordo tanto para o Nelore, quanto para
mestiço, nesse mês foi de 24,89 e 4,98 respectivamente.
Tabela 3. Análise dos parâmetros e ágio para a recria a pasto no mês de julho para os animais
nelore.
JULHO
DIAS NO SISTEMA 365
Nelore
@ PARA KG PARA
PREÇO/ PREÇO/@ GMD (KG)PARA
PESO(KG) PESO(@) ÁGIO PAGAR PAGAR R$ DE ÔNUS
ANIMAL(R$) REPOSIÇÃO PAGAR ÁGIO
ÁGIO ÁGIO
195 6,5 R$ 2.550,00 R$ 392,31 20,93% 1,4 42,00 0,12 -R$ 441,27
240 8 R$ 2.985,71 R$ 373,21 15,04% 1,2 36,00 0,10 -R$ 390,35
300 10 R$ 3.185,71 R$ 318,57 -1,80% -0,2 -6,0 -0,02 R$ 58,49
375 12,5 R$ 3.842,86 R$ 307,43 -5,24% -0,7 -21,0 -0,06 R$ 212,39
Semelhante ao mês de junho o mês de julho teve uma alta porcentagem do ágio dos
animais com 195 quilogramas, pode-se ver que com 20,93% no ágio há um ônus de R$
441,27. Quando em 300 quilogramas para esse cenário em que o trabalho foi realizado há um
deságio para os quilos sequentes o que gera um cenário favorável para o recriador e
terminador no confinamento. Variância e desvio padrão do comportamento da arroba do boi
gordo tanto para o Nelore, quanto para mestiço, nesse mês foi de 26,84 e 5,18
respectivamente.
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Tabela 4. Análise dos parâmetros e ágio para a recria a pasto no mês de maio para o gado
cruzado.
MAIO
DIAS NO SISTEMA 365
CRUZADO
@ PARA KG PARA
PREÇO/ PREÇO/@ GMD (KG)PARA
PESO(KG) PESO(@) ÁGIO PAGAR PAGAR R$ DE ÔNUS
ANIMAL(R$) REPOSIÇÃO PAGAR ÁGIO
ÁGIO ÁGIO
180 6 R$ 2.275,38 R$ 379,23 17,41% 1 30,00 0,08 -R$ 337,38
205 6,8 R$ 2.605,38 R$ 381,28 18,04% 1,2 36,00 0,10 -R$ 398,21
255 8,5 R$ 2.753,85 R$ 323,98 0,30% 0 0,0 0,00 -R$ 8,35
345 11,5 R$ 3.612,31 R$ 314,11 -2,75% -0,3 -9,0 -0,02 R$ 102,19
Tabela 5. Análise dos parâmetros e ágio para a recria a pasto no mês de junho para o
gado cruzado.
JUNHO
DIAS NO SISTEMA 365
CRUZADO
@ PARA KG PARA
PREÇO/ PREÇO/@ GMD (KG)PARA
PESO(KG) PESO(@) ÁGIO PAGAR PAGAR R$ DE ÔNUS
ANIMAL(R$) REPOSIÇÃO PAGAR ÁGIO
ÁGIO ÁGIO
180 6 R$ 2.273,08 R$ 378,85 19,15% 1,1 33,00 0,09 -R$ 365,32
205 6,8 R$ 2.576,92 R$ 377,11 18,60% 1,3 39,00 0,11 -R$ 404,19
255 8,5 R$ 2.689,23 R$ 316,38 -0,50% 0 0,0 0,00 R$ 13,43
345 11,5 R$ 3.440,00 R$ 299,13 -5,92% -0,7 -21,0 -0,06 R$ 216,54
18
Nesse mês de junho o que foi observado no comportamento do ágio foi que em
comparação ao mês anterior para os animais com 180 quilogramas foi ligeiramente superior, e
que acompanhando o mesmo mês para os animais nelore a partir dos 255 quilogramas há uma
situação de deságio. Há também um comportamento irregular da curva de regressão em que a
medida que o peso aumenta a tendência é que o ágio diminua, porém de 180 a 255
quilogramas as arrobas para pagar o ágio subiu e depois reduziu.
Tabela 6. Análise dos parâmetros e ágio para a recria a pasto no mês de julho para o
gado cruzado.
JULHO
DIAS NO SISTEMA 365
CRUZADO
@ PARA KG PARA
PREÇO/ PREÇO/@ GMD (KG)PARA
PESO(KG) PESO(@) ÁGIO PAGAR PAGAR R$ DE ÔNUS
ANIMAL(R$) REPOSIÇÃO PAGAR ÁGIO
ÁGIO ÁGIO
180 6 R$ 2.330,00 R$ 388,33 19,70% 1,2 36,00 0,10 -R$ 383,48
205 6,8 R$ 2.585,71 R$ 378,40 16,64% 1,1 33,00 0,09 -R$ 368,84
255 8,5 R$ 2.690,00 R$ 316,47 -2,45% -0,2 -6,0 -0,02 R$ 67,57
345 11,5 R$ 3.497,14 R$ 304,10 -6,26% -0,7 -21,0 -0,06 R$ 233,69
Para a última análise de recria a pasto não há muito o que distancia o comportamento
do mercado dos animais cruzados para o nelore, afinal o que rege é o preço da arroba do boi
gordo, nesse mês de julho há um deságio no peso de 255 quilogramas para os subsequentes.
Diante das análises apresentadas os quadros de recria a pasto em todos os casos que
foram estudados no peso de boi magro que consiste em 375 e 345 para nelore e cruzado
respectivamente não há um preço de ágio, ou seja, há um cenário ideal para os confinadores
pois o animal chegará sem ônus e o preço de compra é teoricamente o seu preço real. Assim,
fazendo uma análise mais sucinta, pode se ver uma diferença entre os ágios dos animais da
raça Nelore e dos Cruzados, isso se dá ao fato de que os animais Nelore em tese, tem maior
peso à desmama, o ganho de peso deles é mais acentuado, assim são mais valorizados.
O ágio entre os meses pesquisados varia como explicitados na tabela, pois esse
parâmetro é definido pelo preço de compra e venda dos animais, portanto quando ocorre
flutuações/variações nos preços, sendo elas acometidas por variações mercadológicas ou até
19
mesmo no ciclo do bovino essa porcentagem pode variar. E a medida que o animal ganha
peso, o preço da arroba do animal se aproxima do preço de venda e por isso pode haver casos
de deságio ou até mesmo o ágio ser menor do que comparado a um bezerro na desmama.
Dessa maneira, o limite teórico em que o produtor pode ter para o ágio em questão, é
inerente ao sistema de produção, considerando que seja uma recria a pasto que o produtor
adquire o animal na desmama e fica com ele até a fase de boi magro. Depende do sistema pois
o tempo em que o animal está na recria ou terminação o ganho de peso faz com o que o ágio
seja liquidado. Ou seja, o parâmetro em que o produtor possa usar, para ver essa viabilidade é
inicialmente coletar os dados de compra e venda da arroba e com isso analisar se o sistema
produtivo que ele tem consegue dar suporte. Para que com o ganho médio diário que o boi
terá no sistema, esse consiga fornecer margem para aniquilar o ágio, os custos de produção e
ainda um lucro. A mesma situação é empregada em um confinamento, ao fazer a pesquisa de
preço dos animais o produtor sabe qual é a porcentagem do ágio, e conhece o seu sistema,
cabe o discernimento dele para saber se é viável ou não, se o sistema fornece um ambiente
suporte em que o animal desempenhe o seu potencial, ganhando peso -carne- para que o ágio
se pague e ainda dilua os custos.
Por fim, o produtor quando adquire os animais fica atado sob as condições do
mercado, ou seja, pode fazer o cálculo do ágio, concluir que o sistema de produção fornecera
suporte para o animal se desempenhar. No entanto o mercado sofre uma variação muito
abrupta e desvaloriza a arroba e o produtor tem a chance de perder dinheiro, não foi o caso do
presente estudo, mas isso no dia a dia pode vir a acontecer e um bom parâmetro para se
proteger disso é analisar na bolsa de valores o valor em que a arroba vai estar na época que o
animal vai ser comercializado e se tiver no preço justo, realizar a trava do preço do boi para se
proteger das flutuações. Ou se não vender o animal pelo contrato a termo, que também é
definido por um preço futuro do animal sem a interação direta com a bolsa de valores.
6 CONCLUSÕES
Para o seguinte trabalho a partir dos dados pesquisados nos balizadores pecuários, o ágio
teve um comportamento relativamente estável e esperado, visto que o comportamento do
mercado também estava estabilizado. Ou seja, para esse trabalho sendo conduzido a essa
metodologia, o limite teórico do ágio pousou em 20%, sendo esse o maior limite calculado na
20
pesquisa, e o que ofereceu um tempo hábil para o animal que está inserido no sistema de
produção liquidar o ágio. E teriam um bom espaço de valores para o ganho médio diário,
podendo diluir os custos nesse parâmetro avaliado, que ainda sim seria possível de obter não
um valor unitário, mas uma margem de lucro considerável para o produtor. Para esse estudo,
os animais poderiam ser negociados exclusivamente no mercado físico sem auxílio de travas e
recursos na bolsa de valores. Mas para a garantia ainda maior as operações de hedge se fazem
cada vez mais necessária e fundamental para o produtor.
REFERÊNCIAS
COUTINHO FILHO, José Luiz Viana; PERES, Roberto Molinari; JUSTO, Célio Luiz.
Produção de carne de bovinos contemporâneos, machos e fêmeas, terminados em
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