DM JoaoRibeiro 2018 MEM
DM JoaoRibeiro 2018 MEM
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2017/2018
Instituto Superior de Engenharia do Porto
Engenharia Mecânica
MANUTENÇÃO EM AMBIENTE HOSPITALAR
João Miguel Loureiro Ribeiro
1110736
2017/2018
Instituto Superior de Engenharia do Porto
Engenharia Mecânica
JÚRI
Presidente
Professor Doutor Raul Duarte Salgueiral Gomes Campilho
Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior de
Engenharia do Porto - ISEP
Orientador
Professora Doutora Sandra Cristina de Faria Ramos
Professora Adjunta do Departamento de Matemática do Instituto Superior de
Engenharia do Porto - ISEP
Arguente
Professora Doutora Maria João Fernandes Pereira Polidoro
Professora Adjunta da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do P.Porto
Um agradecimento à minha família por todo o apoio, força e coragem em todo o meu
trajeto académico.
PALAVRAS CHAVE
Manutenção hospitalar, Planeamento, Gestão da manutenção, Ativos físicos,
Indicadores Chave de Produtividade, Plano de Manutenção Preventiva
RESUMO
Cada vez mais tentamos preservar e manter os nossos bens e posses. Os edifícios são
dos maiores investimentos feitos quer por particulares quer por entidades coletivas.
Como tal, faz-se todos os possíveis para os manter funcionais pelo maior tempo
possível. A manutenção é a única opção viável e sustentável de preservação de
edifícios e equipamentos e está-lhe reconhecida essa capacidade em todo o mundo. A
evolução tem sido constante a nível de mentalidades, de métodos na manutenção e
ferramentas de gestão, conseguindo-se agora uma gestão focada na disponibilidade e
fiabilidade máxima de equipamentos e edifícios.
Contudo, nem toda a manutenção é igual. Esta é moldável à instalação em que é
aplicada e em que condições é executada. No caso desta dissertação , pretendeu-se
adaptar a manutenção a duas unidades hospitalares. Esta adaptação tem como base a
criação de um plano preventivo que permita manter a operacionalidade de toda a
infraestrutura com as peculiaridades e pormenores de um hospital. Juntando a
legislação em vigor com o know-how de técnicos de manutenção e gestores de
manutenção, gerou-se o plano que foi posto em vigor.
Sumariamente, verificou-se a necessidade de ajustes tanto a nível operacional como a
nível de planeamento já que a manutenção deve estar em constante melhoria.
Concluiu-se também que embora os edifícios sejam do mesmo âmbito, necessitam do
seu próprio Plano de Manutenção Preventivo (PMP) devido aos diferentes estados e
ambientes em que as infraestruturas se encontram. Os diferentes planeamentos e as
diferentes gestões têm de se moldar com as necessidades e ativos dos edifícios
hospitalares.
KEYWORDS
Hospital maintenance, Planning, Maintenance management, Physical assets, Key
Performance Indicator, Preventive Maintenance Plan
ABSTRACT
Every day we try to keep our goods and possessions. Buildings are one of the most
expensive investments made by privates or associations. As so, every effort is made to
keep them functional for as long as possible. Maintenance is the only option viable and
sustainable. This is recognized around the world for buildings and equipment’s. The
evolution of maintenance has been high in terms of mentalities, maintenance methods
and managing tools, allowing a management focused in maximize reliability and
availability.
However, not all the maintenance is the same. It changes in order to fulfil the
necessities of the building that it’s applied. In the case of this dissertation, it has been
tried to apply maintenance in two health care buildings. The bases for the maintenance
plan are to maintain the normal working process of the hospitals with their unique
aspects. Combining the legislation, the know-how from the technicians and
maintenance managers it was generated a maintenance plan that was putted in to
work.
In summary, it was registered a need to adjust, at operational level as in planning, the
maintenance processes and methods because they need to be in constant
improvement.
Even thought the two building serve the same purpose, they need their own Preventive
Maintenance Plan (PMP) because they are involved in different environmental and
aging conditions. Different maintenance managing’s and planning’s must shape to
each need and each equipment’s of the hospital units.
Lista de Abreviaturas
ACSS Administração Central do Sistema de Saúde
APA Associação Portuguesa do Ambiente
AVAC Aquecimento Ventilação e Ar Condicionado
DGS Direção Geral de Saúde
FMEA Modo de falha e análise de efeito (Failure Mode and Effect Analyses)
GTC Gestão técnica centralizada
Organização Internacional de Normalização (International Organization
ISO
for Standardization)
KPI Indicador chave de desempenho (Key Performance Indicator)
OERN Ordem dos Engenheiros Região Norte
pH Escala numérica adimensional de acidez
PMP Plano de manutenção preventiva (Preventive Maintenance Plan)
Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e
RECS
Serviços
RGEU Regulamento Geral de Edificações Urbanas
SIE Serviço de Instalações e Equipamentos
TPM Manutenção produtiva total (Total Produtive Maintenance)
UPS Unidade de potência constante (Uninterruptible Power Suplly)
UTA Unidade de tratamento de ar
GLOSSÁRIO DE TERMOS
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1 – EQUIPAMENTOS QUE SERÃO ESTUDADOS 46
TABELA 2 – PMP CALDEIRA VAPOR EDIFÍCIO A 46
TABELA 3 – PMP UTA BLOCO OPERATÓRIO EDIFÍCIO A 47
TABELA 4 – PMP COLETORES SOLARES EDIFÍCIO B 48
TABELA 5 – PMP CHILLER EDIFÍCIO B 48
TABELA 6 – PMP QUEIMADORES 49
TABELA 7 – PMP GERADORES 50
TABELA 8 – PMP COMPRESSOR DE AR MEDICINAL 51
TABELA 9 – PMP CISTERNAS 52
TABELA 10 – PMP PISCINAS 53
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 23
3 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................. 39
INTRODUÇÃO
1.1 Enquadramento
1.2 Objetivo
1.3 Estrutura
23
1 INTRODUÇÃO
1.1 Enquadramento
1.2 Objetivos
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
2 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Nos anos 70, como observado na figura 1, no Japão nasceu a metodologia Total
Productive Maintenance (TPM) e após este período foi incluída a manutenção no
processo de certificação da norma ISO 9000. Esta ISO é atribuída quando a empresa
apresenta sistema de gestão e desenvolvimento sustentáveis e que deem garantias do
seu produto.
A partir dos anos 90, com a introdução da informática as atividades de gestão da
manutenção passaram para sistemas informatizados que organizam e lembram,
reduzindo ainda mais as falhas e as avarias no terreno. Passou-se também a realizar
1
Key Performance Indicators na literatura em Inglês
Com este tipo de manutenção, é possível prevenir ocorrências graves e tem como
principal função a monitorização para um acompanhamento próximo (Piedade, 2012).
Após esgotar todas as prevenções, todos os equipamentos e peças têm ciclos e tempos
de vida os quais não podemos adiar ad eternum. Como tal, os equipamentos acabam
por parar e necessitam de recondicionamento. Ora uma manutenção corretiva tem
como perspetiva a reposição do correto funcionamento. É executada após o
reconhecimento de uma avaria (EN 13306,2010). É um método mais dispendioso de
manutenção uma vez que envolve a substituição de uma peça e a paragem forçada do
equipamento (Placca, 2017).
Nos dias de hoje, a gestão da manutenção é indispensável e é vista como uma mais
valia das empresas: na redução de custos, mantimento e melhoria da eficiência dos
equipamentos, fiabilidade de produção, quer em qualidade quer em quantidade.
A gestão da manutenção tem de se reger de forma a que cumpra a norma ISO 9000
para que possa ter uma acreditação e assim reconhecimento do seu correto trabalho
(Cyrino, 2016).
Há ainda nos edifícios uma obrigatoriedade de existência de um plano de manutenção
preventivo pelo Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e
Serviços (RECS) para a instalação. Contudo, este regulamento apenas dá indicações
para os sistemas de climatização e consumo energético, recomendando-se vivamente
que as outras especialidades sejam incluídas num plano de manutenção.
Existem várias normas para ajuda e organização da gestão da manutenção e sua
implementação. A norma NP 4483:2009 fornece os parâmetros de um sistema de
manutenção eficaz. Assim, é possível implementar políticas de manutenção com vista
ao cumprimento de objetivos de desempenho dos seus processos.
Figura 3 – Gestão a realizar pelo Gestor de Manutenção (adaptado de (Silva J. V., 2013))
Um gestor da manutenção deve incluir o seu plano de manutenção, por tudo o que foi
dito, a gestão técnica, económica e funcional, como consta na figura 3.
Há, assim, vários métodos de fazer a gestão da manutenção e melhorar
continuamente o seu processo e eficácia. Com o método TPM, por exemplo, que tem
como objetivo analisar, corrigir e evitar as manutenções corretivas sendo mais simples
definir prioridades nos equipamentos e encontrar potenciais riscos na manutenção
preventiva se esta estiver com frequências desajustadas. Em suma, a fiabilidade dos
equipamentos será melhorada devido à maior prioridade dada aos equipamentos mais
problemáticos, levando a uma manutenção mais cuidada desses.
Existe ainda muita legislação associada às obras e reconstruções que são conduzidas
pela manutenção. A legislação de edificação e projeto a nível hospitalar tem muitas
nuances e uma exigência acima da média. Dessa forma todas as obras realizadas no
hospital tem de ser cautelosamente preparada e estudada para que satisfaça os
requisitos legislativos.
As principais alterações costumam ser a nível de climatização e criação de áreas assim
ficam aqui as principais legislações que abrangem as áreas referidas:
Contudo, estes tipos de softwares não estão aptos a alguns métodos de manutenção
como, por exemplo, o Método de Falha e Análise de Efeito (FMEA)2. Estes softwares
não fazem a triagem ou identificação dos equipamentos mais fulcrais, apenas
recolhem a informação e calendarizam-na. Assim, o gestor terá de fazer todo o
trabalho de análise e produção de planeamento e, posteriormente, fazer o upload
dessa informação.
O investimento de uma empresa neste tipo de softwares demonstra a sua vontade em
melhorar continuamente a sua manutenção. É algo que não deixa de ser uma despesa
fixa anual em licenças para a empresa. Muitos dos objetivos traçados para os gestores
da manutenção passam por estes softwares ficando assim ainda mais evidenciada a
importância dada a este tipo de ferramenta.
2
Failure Mode and Effect Analysis na literatura em inglês
DESENVOLVIMENTO
3.1 Apresentação do caso de estudo
3.1.2 Edifício A
3.1.3 Edifício B
3 DESENVOLVIMENTO
3.1.2 Edifício A
3.1.3 Edifício B
A estrutura, edificada na última década, está situada perto do mar o que torna o
ambiente exterior muito agressivo para os materiais que a constituem (figura 10). Por
ser um edifício tão recente, todas as leis e normas de construção mais recentes foram
cumpridas o que o tornam, supostamente, num edifício mais fiável, sustentável e
concordante com as novas políticas ambientais.
Contudo, também devido a ser novo, os seus materiais são mais frágeis e menos
duradouros. O gesso cartonado, por exemplo, está muito presente levando a que a
longevidade de paredes e tetos seja inferior.
Ao invés, os seus envidraçados são de caixilharia dupla e vidro duplo. A refrigeração e
aquecimento do edifício são proporcionados por unidades de tratamento de ar que
abrangem todos os pisos. Há presença de painéis solares que permitem um
aproveitamento energético gratuito da energia solar nos dias de maior calor.
Os equipamentos são novos e de grande qualidade o que permite um conhecimento
mais aprofundado das necessidades de manutenção e de utilização dos mesmos,
reduzindo assim riscos de paragens por avaria.
As suas fachadas principais estão viradas para poente e nascente. Tem um parque
subterrâneo e um edifício técnico apenas para os equipamentos mais relevantes do
edifício. A sua produção de calor vem de 3 caldeiras de gás, evidenciadas na figura 11
que aquecem diretamente a água que se distribui pelos banhos, piscina e tratamentos.
Este edifício é bastante recente e tem uma boa qualidade de equipamentos o que
facilita em muito a manutenção. Contudo, a nível de construção tem vários defeitos e
os materiais, como referido anteriormente, são frágeis. Há GTC (GTC) por todo o
edifício que pode ser consultada e gerida apenas de um ponto. Esta situação facilita
testes, ajustes e controlo de alarmes à manutenção reduzindo em muito as
deslocações aos equipamentos.
As equipas residentes são muito curtas e há uma procura da subcontratação de
serviços de manutenção para colmatar as suas necessidades. As equipas residentes
ficam assim com as tarefas de diagnóstico, encaminhamento e eventuais emergências
que ocorram. Há assim uma necessidade de ajuste de planeamento com os
subcontratados de modo a que tudo esteja concordante e o gestor tenha um
conhecimento real das manutenções realizadas.
Devido aos cortes no orçamento da manutenção nas gestões anteriores muita
manutenção preventiva de substituição de peças foi rejeitada levando a que apenas
em manutenção corretiva os problemas fossem reparados. Assim, apesar de o edifício
e equipamentos serem recentes houve um envelhecimento exagerado dos mesmos.
Edifício A Edifício B
Caldeira vapor Coletores solares
UTA Bloco operatório Chiller
Queimadores
Geradores Elétricos
Compressor de ar medicinal
Cisternas
Piscinas
O (*) significa que as tarefas preventivas são obrigatórias por lei para este
equipamento.
Na tabela 3, estão as tarefas preventivas que se julgou necessárias para uma correta
conservação e funcionamento das unidades de tratamento de ar do edifício A. Têm de
ter uma atenção especial, uma vez que ventilam espaços como o bloco operatório e,
assim sendo, a limpeza de filtros e condutas é de extrema necessidade.
Tabela 3 – PMP UTA bloco operatório edifício A
3
Unit Power Supply na literatura em inglês
Na tabela 9, está evidenciada a manutenção preventiva que se achou por bem assumir
para as cisternas dos dois hospitais. Estas reservas de água são para consumo humano
e como tal é necessário assegurar que se encontram devidamente funcionais e limpas
de modo a que haja segurança no fornecimento. Está também previsto, para além
desta manutenção, a verificação diária das mesmas que revê níveis de água e
obstrução de enchimento e drenagem.
Tabela 9 – PMP Cisternas
Como descrito acima, as análises feitas foram qualitativas sendo que os equipamentos
fulcrais foram os mais problemáticos e mais necessários. Para além da manutenção
preventiva estes equipamentos por serem tão prioritários têm manutenção condutiva
que requer visualização diária ou semanal de alguns prâmetros.
CONCLUSÕES
4.1 Conclusões
Após esta experiência, foi possível refletir e analisar o que foi efetuado de modo a
melhorar e evoluir. Neste capítulo, serão explanadas essas avaliações e conclusões
sobre o trabalho realizado. Serão ainda contemplados potenciais trabalhos para um
futuro próximo.
4.1 Conclusões
Finalmente, pode-se concluir que não é ainda possível obter os KPI ou outros
indicadores em tão pouco tempo de atividade, que sejam confiáveis. Os primeiros
meses de atividade, como já foi referido, foram totalmente dedicados à recolha de
informação e cadastro. Nos meses seguintes, houve uma procura de integração
pessoal e de desenvolvimento de métodos de trabalho com as equipas residentes e
subcontratos, sendo difícil a interação com o sistema informático no edifício A. Neste
com a inicial inexistência de processo informatizado e a falta de controlo da anterior
gestão, a análise comparativa entre a anterior gestão efetuada e a gestão
posteriormente implementada apenas pode ser qualitativa, não permitindo a extração
de dados quantitativos relativos às melhorias registadas.