Isnpeção Por Amostragem
Isnpeção Por Amostragem
Isnpeção Por Amostragem
ESTATÍSTICO DE
PROCESSOS
Gizele Lozada
Revisão técnica:
Henrique Martins Rocha
Graduação em Engenharia Mecânica (UERJ)
Mestrado em Sistemas de Gestão (UFF)
Doutorado em Engenharia Mecânica (UNESP)
Pós-doutorado em Projetos/ Desenvolvimento de
Novos Produtos (UNESP)
ISBN 978-85-9502-116-7
1. Estatística – Controle de processos. I. Título.
CDU 519.2
Introdução
No ambiente do controle de processos, existe uma constante preocupação
com a monitoria das variações e os impactos por elas causados sobre
os resultados do referido processo. Deste modo, busca-se identificar,
controlar e eliminar (ou ao menos reduzir) as variações em processos
como forma de viabilizar maiores níveis de qualidade de seus resultados.
O ponto de partida para esta ação, muitas vezes, corresponde justa-
mente aos resultados apresentados pelo processo. Quando adequada-
mente examinados permitem, além da verificação da qualidade, também
a apuração das condições do processo a partir do qual foram gerados,
sinalizando se ele está ou não sobre controle. Neste contexto os processos
de inspeção são de grande valia.
A inspeção de qualidade, por exemplo, permite examinar os resultados
de um processo, como produto na intenção de verificar se apresentam o
nível de qualidade desejado, normalmente comparando-o a um padrão
pré-estabelecido. O distanciamento deste padrão, ou a ocorrência de
diferentes resultados, sinalizam que o processo a partir do qual o produto
foi fabricado está fora de controle, e necessita ser ajustado.
Para que a qualidade destes produtos fosse totalmente garantida,
o ideal seria que pudéssemos verificar cada uma das unidades fabri-
cadas. Porém, na grande maioria dos casos, isso é impossível, dadas as
quantidades produzidas. É neste contexto que ingressa a inspeção por
amostragem, visando encontrar formas de viabilizar a verificação de
qualidade a partir da análise de partes da produção, que são denominadas
Métodos de amostragem
Como já comentado, a qualidade do estudo por amostragem depende, em muito,
da qualidade da amostra, cabendo reforçar que boas amostras são representati-
vas e preferencialmente aleatórias, condições que devem ser atendidas durante
a composição da amostra. Neste sentido, Doane e Seward (2014) relatam a
existência de dois principais métodos de amostragem: a probabilística e não
probabilística.
Na amostragem probabilística, “[...] os itens são escolhidos aleatoriamente
ou por um procedimento que envolve acaso”, na intenção de “[...] produzir
uma amostra representativa de uma população” (DOANE; SEWARD, 2014,
p. 35). Cada elemento da população possui uma probabilidade conhecida de
ser escolhido, que normalmente é igual para todos os elementos. Ou seja,
dada uma população com N elementos, a probabilidade de participação de
cada um é igual a 1/N. Permite a realização de inferências sobre a população a
Amostragem acidental
Amostragem intencional
Amostragem por quotas.
relacionado ao tema que está sendo analisado, fazendo que a amostra seja
formada por elementos escolhidos.
Na amostragem por quotas, também denominada amostragem por propor-
cionalidade, a população é classificada de acordo com determinadas proprie-
dades, permitindo a determinação da proporção da população que apresenta
cada uma destas propriedades (formando quotas), e a seleção não aleatória
dos elementos de cada quota identificada que integrarão a amostra (ou seja,
por conveniência).
Neste sentido, Bertolino (2010, p. 117) relata que a inspeção por amostra-
gem colabora com o controle estatístico de processo, geralmente denominado
CEP, que
Sobre os riscos α e β, Doane e Seward (2014, p. 743) sugerem que devem ser
balanceados, pois há uma relação entre ambos em um determinado tamanho
de amostra.
Tipos de amostragem
Segundo Doane e Seward (2014, p. 743),
Se:
Se:
d1 + d2 < Ac2 – aceitar o lote N
d1 + d2 > Re2 – rejeitar o lote N.
Tipos de inspeção
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da NBR 5426:
planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos (ASSO-
CIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1985b), indica que a
inspeção a ser realizada na amostra pode apresentar diferentes tipos, sendo
classificada como:
Plano de amostragem
O plano de amostragem pode ser definido através da aplicação da NBR 5426:
planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos (ASSO-
CIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1985b). Esta norma
considera o cruzamento entre os tipos de amostragem e inspeção, conforme
ilustrado na Tabela 1.
Simples Normal
Severa
Atenuada
NBR 5426
Dupla Normal
Severa
Atenuada
Múltipla Normal
Severa
Atenuada
Tamanho do lote S1 S2 S3 S4 I II II
2a8 A A A A A A B
9 a 15 A A A A A B C
16 a 25 A A B B B C D
26 a 50 A B B C C D E
51 a 90 B B C C C E F
91 a 150 B B C D D F G
151 a 280 B C D E E G H
281 a 500 B C D E F H J
501 a 1200 C C E F G J K
1201 a 3200 C D E G H K L
3201 a 10000 C D F G J L M
10001 a 35000 C D F H K M N
35001 a 150000 D E G J L N P
150001 a 500000 D E G J M P Q
Acima de 500000 D E H K N Q R
https://goo.gl/mebAQf
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5425: guia para inspeção por
amostragem no controle e certificação de qualidade. São Paulo: ABNT, 1985a.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5426: planos de amostragem
e procedimentos na inspeção por atributos. São Paulo: ABNT, 1985b.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5427: guia para utilização da
norma NBR 5426: planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos.
São Paulo: ABNT, 1985c.
BARROS NETO, B. de; SCARMINIO, I. S.; BRUNS, R. E. Como fazer experimentos: pesquisa
e desenvolvimento na ciência e na indústria. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.
BERTOLINO, M. T. Gerenciamento da qualidade na indústria alimentícia. Porto Alegre:
Artmed, 2010.
DOANE, D. P.; SEWARD, L. E. Estatística aplicada à administração e economia. Porto
Alegre: AMGH, 2014.
MARTINS, R. A. Plano de Amostragem de NQA. 19 set. 2013. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=4gLb_UYb84c>. Acesso em: 15 maio 2017.
RAMOS, E. M. L. S.; ALMEIDA, S. dos S. de; ARAÚJO, A. dos R. Controle Estatístico da
Qualidade. Porto Alegre: Bookman, 2013.