201407071650-Furao PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 3

VETSET

Hospital Veterinário
FURÃO

O furão doméstico (Mustela putorius furo) é um pequeno carnívoro, que está a ganhar
popularidade como animal de estimação. Pertence à família Mustelidae, que também inclui a
fuinha, o visão e a lontra. O furão é curioso, muito ativo e sociável.
Embora possam conviver harmoniosamente com cães e gatos, os furões não devem ser mantidos
em contacto com coelhos nem com pequenos roedores, porque tentarão caçá-los e matá-los. A sua
esperança média de vida é de 5 a 8 anos e os machos são duas vezes maiores que as fêmeas (o
macho pesa entre 800g e 3kg, enquanto que a fêmea pesará apenas 700g a 1,2kg).

Alojamento e manutenção
Deve manter o seu furão sempre fechado (e em segurança) numa gaiola enquanto estiver sozinho
em casa. De qualquer forma, não é adequado manter um furão encerrado numa pequena gaiola
durante todo o dia e é importante proporcionar-lhe, pelo menos, 2 horas de exercício diário.
As condições ambientais ideais para esta espécie incluem temperaturas da ordem dos 15 a 25 ºC e
valores de humidade relativa situados entre 45 e 55 %.
A gaiola deve ser de construção sólida e à prova de fugas. Deve ter altura suficiente para permitir
que o furão se erga sobre os membros posteriores e deve ser ampla, de forma a permitir a
definição zonas distintas para alimentação, descanso e eliminação de dejetos. O tamanho mínimo
padronizado é de 55 x 50 x 40 cm por furão. Os alojamentos de vidro não são adequados, porque
não proporcionam uma boa ventilação. O fundo pode ser sólido ou em rede e deve ser coberto com
aparas de madeira ou tiras de papel de jornal. Deve evitar materiais muito pulverulentos (como a
serradura), que podem ser inalados e provocar irritação nasal.
Na zona de eliminação (que deve ser bem afastada das zonas de repouso e alimentação) é colocado
um tabuleiro para o seu furão fazer as necessidades. Aconselha-se a utilização dum recipiente
fundo, porque os furões (em particular os machos) gostam de marcar superfícies verticais com
urina.
Proporcione, também, uma caixa de madeira, plástico ou cartão para o seu furão dormir. Esta deve
ser fechada, escura e provida dum orifício para o acesso do pequeno animal. No interior, coloque
uma toalha ou uma camisola velha. Alguns furões também gostam de utilizar redes ou cobertores
pendurados para dormir. É muito importante mudar e lavar estes materiais regularmente, para
conseguir controlar melhor o odor do alojamento.
Os bebedouros de pipeta (como os que são comercializados para coelhos) são práticos e higiénicos.
Devem ser lavados e renovados diariamente. Os comedouros devem ser muito pesados ou estar
bem fixos à face lateral da gaiola, para que o inquieto furão não entorne sistematicamente o
alimento.
Quando soltar o seu furão, deve assegurar-se que o local está preparado para prevenir brincadeiras
perigosas. As cadeiras de baloiço e reclináveis são especialmente perigosas para os furões, que
gostam de pesquisar os mecanismos de baloiço, podendo prender-se e sofrer lesões graves.
Remova todos os objetos de borracha (incluindo sapatos) e impeça o acesso a fios de eletricidade.
Tape todos os orifícios com um pedaço de madeira resistente. Os furões gostam de se enfiar em
locais escuros e estreitos. Se a cabeça conseguir passar, então todo o corpo passará, mesmo que tal
pareça impossível. Sacos de pano, tubos e caixotes constituem os melhores brinquedos para o seu
furão. Este animal inteligente pode ser ensinado a utilizar um caixote para fazer as necessidades, à
semelhança dum gato. No entanto, como defeca e emite urina com muita frequência, é importante
proporcionar um caixote em todas as divisões onde o furão possa aceder.

Alimentação
Os furões são estritamente carnívoros. Se não encontrar uma ração para furão no mercado, pode
alimentar o seu animal de estimação com uma ração de boa qualidade para gatinho em
crescimento, de preferência na forma de granulado seco. Para se assegurar de que está a fornecer
um alimento adequado ao seu furão, deve garantir o cumprimento das seguintes regras:
- Valor de proteína de origem animal entre 30 e 35 %
- Conteúdo em gordura (lípidos) na ordem dos 15 a 20 %
- Os três primeiros ingredientes devem ser derivados da carne.
Apesar destes animais apreciarem a fruta e alimentos doces, não devem consumi-los, porque não
têm um tubo digestivo preparado para o consumo de açúcares nem de fibra. Estes alimentos
podem provocar diarreia ou estar na origem de obstruções intestinais. Os suplementos mais
adequados para estes animais incluem vísceras de animais, carne e ovos crus, bem como óleos de
peixe e gordura da carne.
O alimento deve estar sempre disponível, porque os furões não toleram jejuns prolongados.
Também é importante haver sempre água limpa e fresca à disposição do furão.

Reprodução
Furões machos e fêmeas atingem a maturidade sexual entre os 6 e os 12 meses de idade. Os furões
sexualmente ativos emanam um odor extremamente intenso, que se deve a um aumento da
secreção das glândulas sebáceas da pele. Por esta razão, a pelagem destes animais adquire uma
textura oleosa. O período de atividade sexual situa-se entre março e agosto, o que corresponde à
época do ano durante a qual há um maior número de horas de luz por dia. A iluminação artificial
pode manter os furões sexualmente ativos durante todo o ano.
O cio das fêmeas é marcado por um aumento evidente do volume da vulva. Na ausência de um
macho, a fêmea de furão pode permanecer em cio durante meses. Não deve permitir que a sua
furoa se mantenha em cio durante mais de 10 dias. Caso tal se verifique, procure um veterinário,
pois ela pode correr risco de vida.
A gestação tem a duração de 41 a 43 dias, após os quais podem nascer até 18 crias cegas, surdas e
cobertas por uma fina pelagem branca. A cor só começa a definir-se a partir dos 3 dias e os olhos
abrem cerca do 32º dia de vida. Os furõezinhos são desmamados entre as 6 e as 8 semanas. No
entanto, a reprodução de furões não é simples e a taxa de mortalidade das crias é elevada.

Aspetos médicos e legais


Os furões devem ser vacinados contra a esgana canina. Pergunte ao seu veterinário se está
familiarizado com esta espécie, uma vez que algumas vacinas utilizadas no cão podem provocar
esgana no furão, doença que é quase sempre fatal para esta espécie. A vacinação pode ser iniciada
às 8 semanas de idade. Se for viajar com o seu furão para fora do país, também deve vaciná-lo
contra a raiva.
Os furões podem ser infetados pelo vírus da gripe humana, pelo que deve ter cuidado se estiver
engripado e possuir furões. No entanto, esta não é uma doença muito grave para os furões.
A castração dos machos e a ovariohisterectomia das fêmeas reduz, drasticamente, o odor destes
animais, pelo que quase todos os donos acabam por optar pela cirurgia. A intervenção pode ser
realizada a partir dos 4 meses. Nalguns países, removem-se as glândulas anais (produtoras duma
secreção de cheiro muito desagradável) ao mesmo tempo da castração. No entanto, não é a
secreção destas glândulas que confere o odor ao furão, mas a secreção sebácea da pele,
dependente das hormonas sexuais. Os furões só libertam o conteúdo das glândulas anais em
situações de stress intenso, pelo que muitos autores não recomendam a saculectomia.
Por fim, resta informar que, até à presente data, a Lei Portuguesa não considera o furão como
animal de estimação. Isto significa que a posse destes animais é ilegal no nosso país. ©

Você também pode gostar