Estatuto Do Idoso Comentado
Estatuto Do Idoso Comentado
Estatuto Do Idoso Comentado
O ESTATUTO DO IDOSO
COMENTADO POR
PAULO FRANGE
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NDICE
Apresentao .................................................................................................................. 03
Biotica e Estatuto do Idoso .......................................................................................... 05
LEI N 10.741, DE 1 DE OUTUBRO DE 2003 ............................................................... 10
TTULO I - Disposies Preliminares .................................................................... 10
TTULO II - Dos Direitos Fundamentais ................................................................ 20
CAP. I - Do Direito Vida ................................................................................ 20
CAP. II - Do Direito Liberdade, ao Respeito e Dignidade .......................... 20
CAP. III - Dos Alimentos .................................................................................. 23
CAP. IV - Do Direito Sade .......................................................................... 24
CAP. V - Da Educao, Cultura, Esporte e Lazer ........................................... 37
CAP. VI - Da Profissionalizao e do Trabalho ............................................... 41
CAP. VII - Da Previdncia Social ..................................................................... 42
CAP. VIII - Da Assistncia Social ..................................................................... 47
CAP. IX - Da Habitao ................................................................................... 51
CAP. X - Do Transporte .................................................................................. 53
TTULO III - Das Medidas de Proteo ................................................................. 57
CAP. I - Das Disposies Gerais ..................................................................... 57
CAP. II - Das Medidas Especficas de Proteo ............................................. 57
TTULO IV - Da Poltica de Atendimento ao Idoso .............................................. 59
CAP. I - Disposies Gerais ............................................................................ 59
CAP. II - Das Entidades de Atendimento ao Idoso .......................................... 59
CAP. III - Da Fiscalizao das Entidades de Atendimento .............................. 63
CAP. IV - Das Infraes Administrativas .......................................................... 65
CAP. V - Da Apurao Administrativa de Infrao s Normas de
Proteo ao Idoso ............................................................................ 65
CAP. VI - Da Apurao Judicial de Irregularidades em Entidade
de Atendimento ............................................................................... 66
TTULO V - Do Acesso Justia .......................................................................... 67
CAP. I - Disposies Gerais ............................................................................ 67
CAP. II - Do Ministrio Pblico ........................................................................ 71
CAP. III - Da Proteo Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos
e Individuais Indisponveis ou Homogneos ................................... 73
TTULO VI - Dos Crimes ........................................................................................ 77
CAP. I - Disposies Gerais ............................................................................ 77
CAP. II - Dos Crimes em Espcie .................................................................... 78
TTULO VII - Disposies Finais e Transitrias .................................................. 85
INFORMAES IMPORTANTES .................................................................................... 94
QUEM PAULO FRANGE? ............................................................................................ 98
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APRESENTAO
motivo de orgulho apresentar-lhes um livro que se prope
esmiuar e esclarecer cada artigo do Estatuto do Idoso, trazendo de
volta o debate responsvel e a nossa ansiedade pela sua
regulamentao. Nossa idade nos permite lembrar de centenas de
leis que no saram do papel e o nosso Estatuto tem que ser pra
valer.
Orgulho maior tambm contar que somos pais do Dr. Paulo
Frange, mdico e filho querido, que trouxe tanta alegria para nossa
famlia aqui em Uberaba, sua terra natal, e para nossa comunidade
libanesa.
Precisamos tambm lhes contar que assistimos suas vitrias
desde criana: o vestibular, o concurso para mdico residente em
cardiologia no Instituto Dante Pazzanese, sua carreira profissional,
seu destaque como administrador hospitalar, duas vezes eleito
vereador de So Paulo e toda sua dedicao em cada uma das tarefas
que tem pela frente. O Paulo Frange que vocs conhecem, o nosso
Paulinho, sempre fez muito e com certeza ainda far muito mais.
Construiu com as mos o prprio caminho que trilhou desde a infncia,
e somos testemunhas que nunca encontrou pela frente as estradas
pavimentadas da vida. Isso o faz vencedor.
Em 1975 quando foi para So Paulo, sentimos muito sua ausncia
e o sofrimento s foi amenizado com o passar do tempo, que nos
mostrou a importncia do nosso filho para a sociedade paulistana.
Sentimos que no deveramos ser egostas por querer t-lo to perto
e exclusivamente para ns. Os quinhentos quilmetros que nos
separam nunca nos distanciou, pois, carinhoso como , nos visita
periodicamente e fala conosco todos os dias pelo telefone como se
estivssemos juntos.
Deixando de lado o papel de pais corujas, cuidar de idosos
sempre foi sua vocao. Depois de milhares de atendimentos como
cardiologista em sua clnica, sabe exatamente os problemas, as
dificuldades, as limitaes, as frustraes e as injustias a que so
submetidos os idosos.
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TICA - BIOTICA
TICA um juzo de valores, um processo ativo que vem de dentro de
cada um de ns para fora, ao contrrio de valores morais, que vm de fora
para dentro de cada um. A tica exige um juzo, um julgamento, em suma,
uma opo diante dos dilemas. Nesse processo de reflexo crtica, cada um
de ns vai pr em jogo seu patrimnio gentico, sua racionalidade, suas
emoes e, tambm, os valores morais.
BIOTICA tica; no se pode dela esperar uma padronizao de valores
ela exige uma reflexo sobre os mesmos, e como dito, implica opo. Ora,
opo implica liberdade. No h Biotica sem liberdade, liberdade para se
fazer Biotica exige, pois, liberdade e opo. E esse exerccio deve ser
realizado sem coao, sem coero e sem preconceito. A Biotica exige
tambm humildade para se respeitar a divergncia e a grandeza para
reformulao, quando ocorre a demonstrao de ter equivocada a opo.
Condio sine qua non exigida pela biotica, enquanto tal, diz respeito
viso pluralista e interdisciplinar dos dilemas ticos nas cincias da vida, da
sade e do meio ambiente.
A palavra biotica (tica da vida) uma reflexo necessariamente
multiprofissional, relacionada aos diversos campos que atuam na sade,
nela participando ativamente filsofos, telogos, socilogos, antroplogos,
juristas, religiosos, mdicos, bilogos, enfermeiros... Sua perspectiva
autonmica e humanista, tende a ver a pessoa em sua globalidade.
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(Jorge R. Nascimento).
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DIREITOS DO IDOSO
Denuncie
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TTULO II
Dos Direitos Fundamentais
CAPTULO I
Do Direito Vida
Art. 8 O envelhecimento um direito personalssimo e a sua proteo
um direito social, nos termos desta Lei e da legislao vigente.
O incio do milnio presencia uma reviravolta social e a participao deste segmento
etrio ser decisiva; proporcionalmente mais numeroso e economicamente importante.
Os indivduos na Terceira Idade tm uma tendncia scio-cultural a trabalhar por mais
tempo, reconquistando seu espao nas esferas econmica e poltica.
Art. 9 obrigao do Estado, garantir pessoa idosa a proteo vida e
sade, mediante efetivao de polticas sociais pblicas que permitam um
envelhecimento saudvel e em condies de dignidade.
dever legal do Estado promover a aplicabilidade e viabilidade das previses
normativas/ leis escritas que garantam qualidade de vida Terceira Idade.
muito importante que o idoso participe, efetivamente, da cobrana de seus direitos.
Para isso, preciso que ele conhea os seus direitos. Mesmo com toda a divulgao
e insistncia em anunciar o Estatuto do Idoso, aqueles que trabalham com a Terceira
Idade percebem o desconhecimento que eles tm dos seus direitos implcitos na
lei. De um lado, talvez pela dificuldade de entender uma lei com 118 artigos, de
linguagem difcil para uma populao sabidamente com dificuldade de ateno,
entendimento e compreenso. Por outro, uma certa desconfiana com o
cumprimento da lei. Afinal, eles tm idade suficiente para ter muitos exemplos de
leis que, ao longo de suas vidas, no vingaram.
CAPTULO II
Do Direito Liberdade, ao Respeito e Dignidade
Art. 10. obrigao do Estado e da sociedade, assegurar pessoa idosa a
liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos
civis, polticos, individuais e sociais, garantidos na Constituio e nas leis.
A famlia, a sociedade e o Estado tm o dever de assegurar ao idoso os direitos de
cidadania, bem como sua participao na comunidade, defendendo sua dignidade e
bem-estar. A ao hoje requerida da participao do idoso na comunidade. Devemos
integr-los nossa comunidade no s por eles, mas principalmente por justia social.
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O ambiente normal para o idoso sua famlia e sua comunidade. Quando lhe
falta a famlia, o chamado centro dia ou a repblica do idoso, uma forma amena
de solucionar a ausncia dos familiares. O idoso tem o direito sagrado de envelhecer
com dignidade.
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(Jorge R. Nascimento).
CAPTULO III
Dos Alimentos
Art. 11. Os alimentos sero prestados ao idoso na forma da lei civil.
O artigo 11 do Estatuto do Idoso ratifica o direito dos idosos prestao de
alimentos, sendo que estes so devidos quando o pretendente no tiver condies
de se manter, seja por no possuir bens suficientes, seja por no ter condies de
prover seu prprio sustento, recaindo a obrigao nos seus descentes. Entretanto,
se o responsvel pela prestao alimentcia no tiver condies de prov-la sem
prejuzo de seu prprio sustento, a obrigao recair sob o Estado.
O artigo 229 da CF estabelece que os filhos maiores tm o dever de ajudar e
amparar os pais na velhice, carncia ou enfermidade. J o artigo 1696 do CC/02
diz que o direito prestao de alimentos recproco entre pais e filhos.
importante ressaltar que a Lei n 5.478/1968 dispe sobre a AO DE
ALIMENTOS e regulamenta seu procedimento. Destaca-se que na AO DE
ALIMENTOS pode o idoso ser dispensado do pagamento de custas do processo,
se no tiver condies para tanto e assim afirmar ao juiz. Da mesma forma, merece
lembrana o direito fixao do valor de ALIMENTOS PROVISRIOS, a serem
pagos pelo devedor desde a primeira manifestao do juiz no pedido inicial.
Art. 12. A obrigao alimentar solidria, podendo o idoso optar entre os
prestadores.
O direito prestao de alimentos poder ser cobrado judicialmente dos filhos
e, extensivamente, a todos os descendentes, recaindo a obrigao nos mais
prximos em grau, uns em falta de outros. Na falta dos descentes cabe a obrigao
aos irmos tanto germanos (mesmos pais) como unilaterais (pai ou me diferentes).
Art. 13. As transaes relativas a alimentos podero ser celebradas perante
o Promotor de Justia, que as referendar, e passaro a ter efeito de ttulo
executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil.
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CAPTULO IV
Do Direito Sade
O IDOSO TEM DIREITO SADE
O poder pblico deve garantir ao idoso acesso sade, criando servios
alternativos de preveno e recuperao da sade;
O idoso tem direito receber assistncia integral sade pela rede pblica;
Direito ao atendimento preferencial nos postos de sade e hospitais municipais,
juntamente com as gestantes, deficientes, devendo os mesmos ser adaptados
para o seu atendimento;
O idoso tem direito de ser vacinado anualmente contra gripe e pneumonia;
O idoso deve ser informado sobre a preveno e controle da osteoporose,
diabetes, hipertenso, colesterol, etc;
Na cidade de So Paulo a vacinao do idoso lei desde 1997 (Lei n. 12.326/
97 - CRIA O DIA MUNICIPAL DE VACINAO EM IDOSOS E O PROGRAMA
DE VACINAO DE IDOSOS INTERNADOS OU RECOLHIDOS EM
INSTITUIES GERITRICAS - PL 669/96, regulamentada pelo Decreto
36851/9).
Hipertenso
Diabetes
Derrame
Infarto
lcera
Perda de Audio
Perda de Memria
Problemas de viso
Perda de massa muscular
Artrose
Tumores
Movimentos mais lentos
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AMRICA LATINA
Alm do Brasil, o Sabe - promovido por vrias entidades internacionais estudou as condies de vida dos idosos, sade e acesso a servios pblicos,
em outras cidades de seis pases: Argentina, Barbados, Chile, Cuba, Mxico
e Uruguai.
A pesquisa diagnosticou que na Amrica Latina o estado de sade dos
idosos pior do que o de outras regies, mesmo considerando as diferenas
socioeconmicas e desigualdades.
O Sabe, na Amrica Latina, foi promovido pela Organizao PanAmericana da Sade (Opas), Comisso Econmica para Amrica Latina e
Caribe (Cepal), Fundo de Populao das Naes Unidas (Fnuap), Programa
de Envelhecimento das Naes Unidas, Organizao Internacional do
Trabalho (OIT) e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
MUNICPIO DE SO PAULO
Utilizando os mtodos adotados pela pesquisa Sade, Bem-estar e
Envelhecimento Sabe-, a professora da Faculdade de Sade Pblica da
Universidade de So Paulo (USP), Maria Lcia Lebro, e a professora do
Departamento de Enfermagem Mdico-Cirrgica da USP, Yeda Aparecida
de Oliveira Duarte, organizaram um levantamento em relao ao idoso na
cidade de So Paulo.
De acordo com a pesquisa, a populao idosa no municpio, em sua maioria,
pertence ao sexo feminino (58,6%), enquanto que 41,4% so do sexo masculino.
A coleta de dados foi feita entre janeiro de 2000 e maro de 2001. Dos
2.143 entrevistados, 91,3% nasceram no Brasil. Os demais, 8,7%, so
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CADASTRAMENTO
Prev tambm o cadastramento da populao idosa; atendimento geritrico
e gerontolgico ambulatorial; atendimento mdico domiciliar para os que
necessitarem; reabilitao orientada para reduo de seqelas; fornecimento
de medicamentos gratuitos, principalmente os de uso continuado; atendimento
especializado a idosos com limitao incapacitante; e veda qualquer tipo de
discriminao ao idoso na cobrana de planos de sade.
Em caso de internao ou de o paciente ficar em observao, o Estatuto
assegura ao idoso o direito de ter acompanhante. O profissional de sade
fica encarregado de autorizar a presena do acompanhante ou, em caso de
impossibilidade, justific-la.
O idoso que estiver em pleno domnio de suas faculdades mentais pode
optar pelo tratamento de sade que considerar mais favorvel. Se no estiver
apto a faz-lo, ficaro incumbidos dessa responsabilidade, nessa ordem: o
curador, os familiares e o mdico.
O Estatuto estabelece que as instituies de sade devem promover o
treinamento e capacitao de profissionais e a orientao de familiares,
cuidadores e programas de auto-ajuda.
Em caso de suspeita de maus-tratos contra idosos devem ser avisados os
seguintes rgos: autoridade policial, Ministrio Pblico, Conselho Municipal
do Idoso, Conselho Estadual do Idoso e Conselho Nacional do Idoso.
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CAPTULO V
Da Educao, Cultura, Esporte e Lazer
Art. 20. O idoso tem direito a educao, cultura, esporte, lazer, diverses,
espetculos, produtos e servios que respeitem sua peculiar condio de
idade.
Segundo especialistas em sade pblica, no se deve ajudar as pessoas s
quando ficam doentes ou debilitadas. A preveno a melhor estratgia para evitar
problemas de sade. Dessa forma, todos os projetos e atividades que estimulem a
atividade dos idosos so importantes para enfrentar a velhice de maneira mais
satisfatria.
I autoridade policial;
II Ministrio Pblico;
III Conselho Municipal do Idoso;
Na cidade de So Paulo cerca de 80% das denncias por maus tratos a
idosos so feitas anonimamente. Segundo o delegado Camillo Lelis de Salles Neto,
da nica Delegacia do Idoso Paulistana, So mais raros os casos de os prprios
idosos reclamarem desse tipo de abuso. O Ministrio Pblico Estadual, na pessoa
do promotor Edson Alves Costa revela que mais pessoas esto procurando o MP
lembrando-se que at j conseguiu prender uma mulher com base no Estatuto,
pois ela estava se apropriando indevidamente do dinheiro da me idosa. Isto
agora crime.
No pas, a primeira priso com base no Estatuto ocorreu em 1 de janeiro,
em Goinia, quando foi assassinado um aposentado de 72 anos que, agredido,
morreu vtima de parada cardaca.
IV Conselho Estadual do Idoso;
V Conselho Nacional do Idoso.
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(Oscar Wilde).
Art. 22. Nos currculos mnimos dos diversos nveis de ensino formal
sero inseridos contedos voltados ao processo de envelhecimento, ao
respeito e valorizao do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a
produzir conhecimentos sobre a matria.
As Universidades QUE MANTM CURSOS PARA A TERCEIRA IDADE
recebem alunos a partir dos 45 anos, na grande maioria mulheres, muitas delas,
sem oportunidade anterior de estudar, realizam agora o sonho. No se exige grau
de instruo, h alunos com primrio incompleto e at ps-graduados. O que
importa no a escolaridade ou grau de instruo, mas a experincia de vida,
esse o denominador comum.
No Brasil, so basicamente trs os modelos adotados pelas Universidades
da Terceira Idade: da, para a e aberta . A Universidade da Terceira Idade,
adotado pela Puc-Campinas, segue padro de Toulouse na Frana. Na Universidade
para a Terceira Idade os alunos participam de disciplinas dos cursos regulares.
Este modelo adotado pela USP, que exige curso superior, pela Universidade
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CAPTULO VI
Da Profissionalizao e do Trabalho
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CAPTULO VII
Da Previdncia Social
Art. 29. Os benefcios de aposentadoria e penso do Regime Geral da
Previdncia Social observaro, na sua concesso, critrios de clculo que
preservem o valor real dos salrios sobre os quais incidiram contribuio,
nos termos da legislao vigente.
O IDOSO TEM DIREITO S SUAS NECESSIDADES BSICAS:
aposentadoria aps completar o tempo de servio de 35 anos para os homens
e 30 anos para a mulher;
aposentadoria proporcional por idade, 65 anos para os homens e 60 anos para
as mulheres;
apoio jurdico do Estado, se no tiver meios de prov-los;
acolhimento provisrio atravs de Centros-Dia, e /ou Casas-Lares;
atendimento nos plantes sociais das Secretarias Municipais e nos Programas
de Atendimento Terceira Idade, recebendo orientao, encaminhamentos e
documentao.
MULHER
HOMEM
VANTAGENS ANTES
DOS 65 ANOS
Aposentadoria
Aposentadoria
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RENDIMENTO FIXO
Os idosos so praticamente a nica parcela da populao que tm um
rendimento fixo, proveniente das aposentadorias e penses. A renda dos
mais velhos, que poderia ser suficiente para o sustento prprio ou, no mximo,
dele e do cnjuge, est servindo como fonte de renda de famlias inteiras,
explica Isabel. A pesquisadora do IBGE lembra que na Espanha, por exemplo,
comum o idoso morar com a famlia, apesar de ter condies de viver
sozinho. No Brasil, as condies financeiras precrias levam o idoso a viver
com filhos ou netos. O pouco que ganha de aposentadoria est tendo que
ser dividido com outros parentes, diz.
CAPTULO VIII
Da Assistncia Social
Art. 33. A assistncia social aos idosos ser prestada, de forma articulada,
conforme os princpios e diretrizes previstos na Lei Orgnica da Assistncia
Social (LOAS), na Poltica Nacional do Idoso, no Sistema nico de Sade e
demais normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que no possuam
meios para prover sua subsistncia, nem de t-la provida por sua famlia,
assegurado o benefcio mensal de 1 (um) salrio-mnimo, nos termos da Lei
Orgnica da Assistncia Social LOAS.
BENEFCIO DE PRESTAO CONTINUADA LOAS
O QUE ? uma garantia paga mensalmente ao beneficirio, cuja finalidade,
entre outras, assegurar um rendimento mnimo a quem, independentemente de
contribuio para a seguridade social, seja portador de deficincia ou idoso.
A CONSTITUIO FEDERAL de 1.988, em seu artigo 203, assegura este
benefcio nos seguintes termos:
Art. 203 A assistncia social ser prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuio seguridade social, e tem por objetivos:
( ... )
- PGINA 47 -
CAPTULO IX
Da Habitao
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da famlia natural ou
substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar,
ou, ainda, em instituio pblica ou privada.
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- PGINA 51 -
CAPTULO X
Do Transporte
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade
dos transportes coletivos pblicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos servios
seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos servios regulares.
- PGINA 52 -
- PGINA 53 -
- PGINA 54 -
- PGINA 55 -
- PGINA 56 -
Art. 41. assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local,
de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos pblicos e privados,
as quais devero ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade
ao idoso.
Art. 42. assegurada a prioridade do idoso no embarque no sistema de
transporte coletivo.
TTULO III
Das Medidas de Proteo
CAPTULO I
Das Disposies Gerais
Art. 43. As medidas de proteo ao idoso so aplicveis sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaados ou violados:
I por ao ou omisso da sociedade ou do Estado;
II por falta, omisso ou abuso da famlia, curador ou entidade de
atendimento;
III em razo de sua condio pessoal.
O Estatuto do Idoso elaborou medidas de proteo que devem ser aplicadas
sempre que houver ameaa ou leso aos direitos assegurados aos idosos;
O Estado, a sociedade e, principalmente, a famlia tm a obrigao de assegurar
ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participao na
comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito vida;
A sociedade tambm responsvel pela eficcia das medidas de proteo ao
idoso. As pessoas devem respeitar os direitos do idoso, independentemente
das aes do Governo. necessrio que a sociedade no se acomode. A
qualquer evidncia de abusos contra idosos, cada um de ns deve cobrar dos
responsveis, particulares ou agentes pblicos, imediatas providncias para
evit-los ou coibir sua ocorrncia;
Cabe ressaltar que as medidas de proteo no se confundem com as
penalidades aplicadas no caso de crimes contra os idosos, que sero analisadas
no Ttulo VI, artigos 93 e seguintes deste Estatuto.
CAPTULO II
Das Medidas Especficas de Proteo
- PGINA 57 -
Art. 44. As medidas de proteo ao idoso previstas nesta Lei podero ser
aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levaro em conta os fins sociais a
que se destinam e o fortalecimento dos vnculos familiares e comunitrios.
Podero ser aplicadas uma ou mais medidas de proteo dependendo de sua
finalidade, tendo em vista o bem-estar do idoso e o fortalecimento de suas relaes
no mbito familiar e social.
TTULO IV
Da Poltica de Atendimento ao Idoso
Art. 45. Verificada qualquer das hipteses previstas no art. 43, o Ministrio
Pblico ou o Poder Judicirio, a requerimento daquele, poder determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:
I encaminhamento famlia ou curador, mediante termo de
responsabilidade;
II orientao, apoio e acompanhamento temporrios;
III requisio para tratamento de sua sade, em regime ambulatorial,
hospitalar ou domiciliar;
IV incluso em programa oficial ou comunitrio de auxlio, orientao e
tratamento a usurios dependentes de drogas lcitas ou ilcitas, ao prprio
idoso ou pessoa de sua convivncia que lhe cause perturbao;
V abrigo em entidade;
VI abrigo temporrio.
Cabe ao Ministrio Pblico zelar pelos direitos da pessoa idosa. Ele atua
investigando qualquer notcia de desrespeito ou violao dos direitos do idoso,
desde que se trate de direitos coletivos; como, por exemplo, o direito de preferncia
no atendimento; ou, se trate de direitos individuais indisponveis;
O idoso, pessoalmente, ou por meio de associaes, deve impor sua presena
dentro da sociedade. Nunca deve sentir-se inferior ou incapaz diante das pessoas
mais jovens. Sempre que sofrer abusos e sentir que seus direitos no esto sendo
respeitados, deve levar o problema s autoridades competentes mesmo que o
desrespeito seja praticado por familiares O idoso ou qualquer pessoa deve denunciar
abusos aos rgos competentes, dentre as quais o Ministrio Pblico, o Conselho
do Idoso, as Delegacias de Polcia e mesmo o PROCON, quando se tratar de
abusos contra o consumidor.
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(Jorge R. Nascimento).
CAPTULO I
Disposies Gerais
Art. 46. A poltica de atendimento ao idoso far-se- por meio do conjunto
articulado de aes governamentais e no-governamentais da Unio, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.
Este artigo determina que as aes visando o atendimento ao idoso devem ser
desenvolvidas em conjunto por todos os entes da federao.
Art. 47. So linhas de ao da poltica de atendimento:
I polticas sociais bsicas, previstas na Lei n 8.842, de 4 de janeiro de 1994;
II polticas e programas de assistncia social, em carter supletivo, para
aqueles que necessitarem;
III servios especiais de preveno e atendimento s vtimas de
negligncia, maus-tratos, explorao, abuso, crueldade e opresso;
IV servio de identificao e localizao de parentes ou responsveis
por idosos abandonados em hospitais e instituies de longa permanncia;
V proteo jurdico-social por entidades de defesa dos direitos dos
idosos;
VI mobilizao da opinio pblica no sentido da participao dos
diversos segmentos da sociedade no atendimento do idoso.
CAPTULO II
Das Entidades de Atendimento ao Idoso
Art. 48. As entidades de atendimento so responsveis pela manuteno
das prprias unidades, observadas as normas de planejamento e execuo
emanadas do rgo competente da Poltica Nacional do Idoso, conforme a
Lei n 8.842, de 1994.
Pargrafo nico. As entidades governamentais e no-governamentais de
assistncia ao idoso ficam sujeitas inscrio de seus programas, junto ao
rgo competente da Vigilncia Sanitria e Conselho Municipal da Pessoa Idosa,
e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa,
especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes requisitos:
- PGINA 59 -
- PGINA 61 -
CAPTULO III
Da Fiscalizao das Entidades de Atendimento
Art. 52. As entidades governamentais e no-governamentais de
atendimento ao idoso sero fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministrio
Pblico, Vigilncia Sanitria e outros previstos em lei.
Do mrito:
Com a obrigatoriedade de todas as entidades governamentais ou no
governamentais de assistncia ao idoso estarem sujeitas inscrio de seus
programas, especificando os regimes de atendimento, propiciou a
possibilidade de ordenao, com parmetros mnimos de qualidade e
adequao, das entidades existentes e das que venham a serem criadas,
Vigilncia Sanitria, para uma fiscalizao dirigida ao ganho substancial do
idoso, tais como, a verificao do objetivo estatutrio, plano de trabalho,
condies de tratamento aos cuidados da sade, reas fsicas adequadas
de instalao e habitao.
Nas instituies de longa permanncia alguns aspectos referenciados a
serem amplamente discutidos e que devero ser objeto de regulamentao:
1 - A preservao da identidade do idoso, para que os seus direitos e
garantias sejam observados.
2 A preservao dos vnculos familiares
3 A participao do idoso nas atividades comunitrias, de carter interno
e externo, onde a instituio mantenha uma programao de eventos
permanente no intuito de incluso de sua participao na sociedade.
Quanto s obrigaes das entidades de atendimento, houve uma
preocupao na formalidade dos contratos de prestao de servios e
remetem s Autoridades competentes a necessidade de informar as
intercorrncias e fatores de destrato com o idoso, no permitindo o descaso
nem to pouco o seu abandono.
Art. 53. O art. 7 da Lei n 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte
redao:
Art. 7 Compete aos Conselhos de que trata o art. 6 desta Lei a superviso,
o acompanhamento, a fiscalizao e a avaliao da poltica nacional do idoso,
no mbito das respectivas instncias poltico-administrativas. (NR)
Este artigo da Lei n 8.842/1994, que dispe sobre a Poltica Nacional do Idoso,
teve sua redao determinada pela Lei n 10.741/2003 - Estatuto do Idoso e
estabelece a competncia dos Conselhos nacional, estaduais, do Distrito Federal
e municipais do idoso.
- PGINA 62 -
- PGINA 63 -
Art. 54. Ser dada publicidade das prestaes de contas dos recursos
pblicos e privados recebidos pelas entidades de atendimento.
Este artigo consagra o Princpio Administrativo da Publicidade, obrigando as
entidades de atendimento ao idoso a prestarem contas dos recursos por elas
recebidos.
O legislador visou assegurar a transparncia e administrao correta dos
recursos recebidos por estas entidades como contrapartida pelos servios
prestados em atendimento aos idosos.
Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determinaes
desta Lei ficaro sujeitas, sem prejuzo da responsabilidade civil e criminal
de seus dirigentes ou prepostos, s seguintes penalidades, observado o
devido processo legal:
I - as entidades governamentais:
a) advertncia;
b) afastamento provisrio de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdio de programa;
II as entidades no-governamentais:
a) advertncia;
b) multa;
c) suspenso parcial ou total do repasse de verbas pblicas;
d) interdio de unidade ou suspenso de programa;
e) proibio de atendimento a idosos a bem do interesse pblico.
1 Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em
relao ao programa, caber o afastamento provisrio dos dirigentes ou a
interdio da unidade e a suspenso do programa.
2 A suspenso parcial ou total do repasse de verbas pblicas ocorrer
quando verificada a m aplicao ou desvio de finalidade dos recursos.
CAPTULO IV
Das Infraes Administrativas
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinaes
do art. 50 desta Lei:
Pena multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (trs mil reais),
se o fato no for caracterizado como crime, podendo haver a interdio do
estabelecimento at que sejam cumpridas as exigncias legais.
Pargrafo nico. No caso de interdio do estabelecimento de longa
permanncia, os idosos abrigados sero transferidos para outra instituio,
a expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a interdio.
Art. 57. Deixar o profissional de sade ou o responsvel por
estabelecimento de sade ou instituio de longa permanncia de comunicar
autoridade competente os casos de crimes contra idoso de que tiver
conhecimento:
Pena multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (trs mil reais),
aplicada em dobro no caso de reincidncia.
Art. 58. Deixar de cumprir as determinaes desta Lei sobre a prioridade
no atendimento ao idoso:
Pena multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais)
e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.
- PGINA 64 -
CAPTULO V
Da Apurao Administrativa de Infrao s
Normas de Proteo ao Idoso
Art. 59. Os valores monetrios expressos no Captulo IV sero atualizados
anualmente, na forma da lei.
Art. 60. O procedimento para a imposio de penalidade administrativa
por infrao s normas de proteo ao idoso ter incio com requisio do
Ministrio Pblico ou auto de infrao elaborado por servidor efetivo e
assinado, se possvel, por duas testemunhas.
1 No procedimento iniciado com o auto de infrao podero ser usadas
frmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstncias da
infrao.
- PGINA 65 -
CAPTULO VI
Da Apurao Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento
CAPTULO I
Disposies Gerais
- PGINA 66 -
- PGINA 67 -
- PGINA 68 -
- PGINA 69 -
CAPTULO II
Do Ministrio Pblico
PRIORIDADE DO IDOSO
- PGINA 70 -
- PGINA 71 -
VII zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados
ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabveis;
VIII inspecionar as entidades pblicas e particulares de atendimento e
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas
administrativas ou judiciais necessrias remoo de irregularidades
porventura verificadas;
IX requisitar fora policial, bem como a colaborao dos servios de
sade, educacionais e de assistncia social pblicos, para o desempenho
de suas atribuies;
X referendar transaes envolvendo interesses e direitos dos idosos
previstos nesta Lei.
CAPTULO III
Da Proteo Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e Individuais
Indisponveis ou Homogneos
- PGINA 72 -
- PGINA 73 -
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, so
admissveis todas as espcies de ao pertinentes.
Pargrafo nico. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pblica
ou agente de pessoa jurdica no exerccio de atribuies de Poder Pblico,
que lesem direito lquido e certo previsto nesta Lei, caber ao mandamental,
que se reger pelas normas da lei do mandado de segurana.
Art. 83. Na ao que tenha por objeto o cumprimento de obrigao de
fazer ou no-fazer, o juiz conceder a tutela especfica da obrigao ou
determinar providncias que assegurem o resultado prtico equivalente
ao adimplemento.
Este artigo trata de uma possibilidade dada ao julgador (juiz) de antecipar,
provisoriamente e mediante alguns requisitos, aquilo em que poder redundar a
sentena. Com o Estatuto do Idoso foi introduzida na sistemtica processual,
uma TUTELA ANTECIPADA ESPECFICA AOS IDOSOS, de forma a acelerar o
processo e, sobretudo, de limitar, tanto quanto possvel, o uso, por parte do ru,
da dinmica normalmente arrastada do processo para prolongar por largo tempo a
efetiva prestao jurisdicional. CONCLUINDO, fica assegurada a imediata
concesso do direito pleiteado pelo idoso, nas obrigaes de fazer e no fazer, a
fim de lhe garantir maior segurana na justia.
1 Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficcia do provimento final, lcito ao juiz conceder a tutela
liminarmente ou aps justificao prvia, na forma do art. 273 do Cdigo de
Processo Civil.
2 O juiz poder, na hiptese do 1 ou na sentena, impor multa diria
ao ru, independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou
compatvel com a obrigao, fixando prazo razovel para o cumprimento do
preceito.
3 A multa s ser exigvel do ru aps o trnsito em julgado da sentena
favorvel ao autor, mas ser devida desde o dia em que se houver
configurado.
Art. 85. O juiz poder conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar
dano irreparvel parte.
Art. 86. Transitada em julgado a sentena que impuser condenao ao
Poder Pblico, o juiz determinar a remessa de peas autoridade
competente, para apurao da responsabilidade civil e administrativa do
agente a que se atribua a ao ou omisso.
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trnsito em julgado da sentena
condenatria favorvel ao idoso sem que o autor lhe promova a execuo,
dever faz-lo o Ministrio Pblico, facultada, igual iniciativa aos demais
legitimados, como assistentes ou assumindo o plo ativo, em caso de inrcia
desse rgo.
Art. 88. Nas aes de que trata este Captulo, no haver adiantamento de
custas, emolumentos, honorrios periciais e quaisquer outras despesas.
Pargrafo nico. No se impor sucumbncia ao Ministrio Pblico.
Art. 89. Qualquer pessoa poder, e o servidor dever, provocar a iniciativa
do Ministrio Pblico, prestando-lhe informaes sobre os fatos que
constituam objeto de ao civil e indicando-lhe os elementos de convico.
Art. 90. Os agentes pblicos em geral, os juzes e tribunais, no exerccio
de suas funes, quando tiverem conhecimento de fatos que possam
configurar crime de ao pblica contra idoso ou ensejar a propositura de
ao para sua defesa, devem encaminhar as peas pertinentes ao Ministrio
Pblico, para as providncias cabveis.
Art. 91. Para instruir a petio inicial, o interessado poder requerer s
autoridades competentes as certides e informaes que julgar necessrias,
que sero fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei revertero ao Fundo do
Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistncia
Social, ficando vinculados ao atendimento ao idoso.
- PGINA 74 -
- PGINA 75 -
TTULO VI
Dos Crimes
CAPTULO I
Disposies Gerais
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposies da
Lei n 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena mxima privativa de
liberdade no ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto
na Lei n 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposies do Cdigo Penal e do Cdigo de Processo Penal.
- PGINA 76 -
O artigo 94 disps que, aos crimes ali previstos, cuja pena mxima privativa de
liberdade no ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na
Lei n 9.099/95. Embora no tenha sido mencionado, cuida-se do procedimento
de natureza sumarssima, com previso de lavratura pela autoridade policial
de termo circunstanciado em lugar de inqurito policial, audincia preliminar e
demais institutos despenalizadores (artigos 68 a 83 da Lei n 9.099/95).
A dvida que poder ser suscitada, e acreditamos que o ser com freqncia,
se a previso de aplicao do procedimento sumarssimo da Lei n 9.099/95,
traz, em seu bojo, a aplicao do conceito, j alargado pela Lei n 10.259/
2001, de crime de menor potencial ofensivo. Originalmente considerado como
sendo aquele com pena mxima at um ano de recluso (art.61, Lei n 9.099/
95), ao depois alargado para o delito cuja pena mxima no seja superior a
dois anos de recluso (por fora da dico legal do pargrafo nico do artigo
2o, da Lei n 10.259/2001), tendo a jurisprudncia acolhido a posio doutrinria
inicialmente defendida por LUIZ FLAVIO GOMES, entre outros.
Isso porque, embora a lei de que se cuida no presente - Estatuto do Idoso tenha apenas feito meno ao procedimento previsto pela Lei n 9.099/95,
curial a esta que seu regramento tem aplicao apenas quando se cuide de
delitos cuja pena mxima no ultrapasse os dois anos. Ora, prevendo a novatio
legis que ter aplicao o procedimento sumarssimo da Lei n 9.099/95 aos
crimes no mais cuja pena mxima seja um ou dois anos, mas sim quatro,
vlido que se pense na aplicao de todos os seus institutos despenalizadores
tambm a estes mesmos delitos.
- PGINA 77 -
CAPTULO II
Dos Crimes em Espcie
- PGINA 79 -
Art. 100. Constitui crime punvel com recluso de 6 (seis) meses a 1 (um)
ano e multa:
I obstar o acesso de algum a qualquer cargo pblico por motivo de idade;
II negar a algum, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar
assistncia sade, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execuo
de ordem judicial expedida na ao civil a que alude esta Lei;
V recusar, retardar ou omitir dados tcnicos indispensveis propositura
da ao civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministrio Pblico.
Aspectos penais do Estatuto do Idoso
(Lei n 10.741/2003)
Colaborao do Dr. Jorge Csar Silveira Baldassare Gonalves Advogado da Unio em Braslia e Paulo Roberto Barbosa Ramos
Artigo Doutrinrio adicionado ao site http://www.direitodoidoso.com.br
em 17.02.2004
( ... )
O Estatuto do Idoso traz implicaes em diversos ramos do direito,
passando do pblico ao privado, at chegar ao penal.O questionamento que
fica se, na esfera criminal, teria o legislador criado uma terceira classificao
de delitos de menor potencial ofensivo, limitado aos prprios tipos penais
que especifica nos artigos 96 a 109 do Estatuto, ou teria sido novamente
estendido o respectivo conceito, de modo a se irradiar para todo o rol de
delitos existente no ordenamento positivo ptrio? Para que no soe a dvida
como pedido de resposta, ouso afirmar que, diante das conseqncias
despenalizadoras que o alargamento do conceito de delitos de menor
potencial ofensivo produz, em uma sociedade que no consegue gerir seus
presdios, que significam verdadeiros depsitos humanos, locais de
degradao da personalidade e do carter, entendo que deva, sim, ser tido
por novamente estendido o respectivo conceito, a se considerar, a partir da
data da publicao da lei - no se levando em considerao o perodo de
vacatio legis estatudo pelo artigo ltimo do Estatuto (118), em razo da
retroatividade da lei penal benfica2 - como sendo delitos de menor potencial
ofensivo aqueles cuja pena mxima privativa de liberdade no ultrapasse
quatro anos.
- PGINA 80 -
- PGINA 81 -
- PGINA 82 -
(Paulo Frange).
- PGINA 83 -
Negar
acolhimento
ou
permanncia do idoso em abrigo.
O QUE CRIME
PUNIO
Recluso: 01 / 04 anos.
Recluso: 04 / 12 anos.
- PGINA 84 -
PUNIO
O QUE CRIME
TTULO VII
Disposies Finais e Transitrias
Art. 109. Impedir ou embaraar ato do representante do Ministrio Pblico
ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena recluso de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 110. O Decreto-Lei n 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Cdigo Penal,
passa a vigorar com as seguintes alteraes:
Prev o Estatuto, em seu artigo 110, que a redao do artigo 183 do Cdigo
Penal passe a figurar com mais um inciso, numerado como terceiro, afastando a
aplicao dos retro citados artigos 181 e 182 do cdigo citado, quando o delito for
praticado contra idoso.
Art. 61. ...........................................................................
II - ...........................................................................
h) contra criana, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grvida;
(NR)
Art. 121. ...........................................................................
4 No homicdio culposo, a pena aumentada de 1/3 (um tero), se o crime resulta de
inobservncia de regra tcnica de profisso, arte ou ofcio, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro vtima, no procura diminuir as conseqncias do seu ato, ou foge para
evitar priso em flagrante. Sendo doloso o homicdio, a pena aumentada de 1/3 (um tero)
- PGINA 85 -
- PGINA 88 -
- PGINA 89 -
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua
publicao, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorar a partir
de 1 de janeiro de 2004.
o
o
o
o
o
o
22%
48%
SIM - 22%
NO - 30%
J OUVIRAM FALAR MAS NO SABEM O QUE - 48%
12%
40%
SIM - 12%
NO - 40%
INFORMAES IMPORTANTES
RGOS DE DEFESA DOS IDOSOS
Delegacias de Polcia, Ministrios Pblicos Estaduais, Promotorias, Curadorias
e Ncleos da Defensoria Pblica;
Conselhos Estaduais e Municipais do Idoso;
Procons;
Secretarias Estaduais e Municipais de Sade.
DISQUE IDOSO
CMARA MUNICIPAL DE SO PAULO
A Cmara Municipal de So Paulo criou um nmero de telefone em que idosos
podem ligar para esclarecer dvidas e pedir orientaes, o: DISQUE IDOSO
(11) 3115-1484
O servio funciona de 2 a 6 feira, das 9h s 18h, no andar trreo da Cmara
Municipal de So Paulo, no viaduto Jacare, 100.
Atualmente, esse setor conta com os servios de duas assistentes sociais, uma
psicloga, uma advogada e uma sanitarista.
ISENO DO IPTU
Beneficirios: aposentados e pensionistas com renda mensal at 3 salrios mnimos.
Pedido: atravs de requerimento em formulrio fornecido pela Prefeitura.
Requisitos: que o imvel seja utilizado como sua residncia; que o interessado no
possua outro imvel.
Informaes: Disque IPTU 5574 5011
- PGINA 95 -
PASSE DO METR
MEIA-ENTRADA EM CINEMAS E TEATROS
O idoso com 65 anos tem o direito de obter o Bilhete do Idoso.
Informaes:
Estao Marechal Deodoro loja 2 linha Leste Oeste
de 2 a 6 feira das 8:30 s 16:00 horas
(levar documento de identidade RG)
ARTE
PASSE DE NIBUS
O idoso, homem com 65 anos e mulher com 60 anos, necessita apenas apresentar
seu documento de identidade ao motorista.
O aposentado pode solicitar que o vencimento de suas contas seja de acordo com
a data que recebe sua aposentadoria. Para tanto, dever levar o xerox do recibo
do ltimo recebimento do INSS e um documento de identidade ao rgo competente.
GUA Sabesp dirigir-se Agncia de Atendimento de sua regio e fazer a
solicitao
Informaes: Tel.: 0800 119911
LUZ Eletropaulo dirigir-se Agncia de Atendimento de sua regio e fazer a
solicitao.
Informaes: Tel.: 0800 196196 - atendimento 5 (comercial)
GS Comgs dirigir-se Rua Augusta,1600 no setor de Atendimento
ao Consumidor. Informaes: Tel.: 0800110197.Trata-se do PROGRAMA
APOSENTADO DA COMGS que garante ao aposentado cadastrado que
gaste de 0,01 at 8 metros cbicos, pagamento s do consumido.
- PGINA 96 -
- PGINA 97 -
PAULO FRANGE
QUEM PAULO FRANGE?
mdico cardiologista e vereador na cidade de So Paulo.
Mineiro de Uberaba, Paulo Frange chegou em So Paulo, no ano de 1975,
para cursar residncia mdica no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.
Em 1996, foi eleito vereador para o mandato de 1997-2000. Foi reeleito para a
gesto 2001-2004, com uma votao 60% maior que a do primeiro mandato.
Paulo Frange membro do Rotary Clube Bela Vista, da Unio dos Vereadores
do Estado de So Paulo (UVESP), com intensa participao em eventos,
congressos e palestras. diretor da Associao Brasileira de Entidades de
Assistncia Social (ABEAS), que congrega mais de 150 mantenedoras, e diretor
mdico da Pr-Sade, a maior instituio de gesto hospitalar do Brasil e a quinta
maior filantrpica, que administra 57 hospitais com 57 obras sociais em vrios
Estados.
Atualmente, lder do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) na Cmara Municipal
de So Paulo e membro da Comisso Permanente de Finanas, Economia e
Oramento de So Paulo.
www.paulofrange.com.br
E-mail: [email protected]
E PARA AS MULHERES?
TRATAMENTO ESPECIALIZADO NA MENOPAUSA
Atravs da Lei 13.536/03, de autoria do vereador Paulo Frange, todas as
mulheres na pr ou ps-menopausa tm direito e acesso gratuito ao Programa de
Atendimento Integral e Humanizado s Mulheres em Estado de Climatrio
ou Ps-Climatrio. Esta lei parte integrante da rea Temtica de Sade da
Mulher da Secretaria Municipal da Sade e inclui a realizao de
- PGINA 100 -
exames como dosagens de colesterol, triglicrides, mamografia, ultrasonografia plvica e transvaginal, densitometria ssea, assim como a colposcopia
e citologia onctica quando solicitados. Alm disso, as mulheres sero orientadas
sobre a dieta alimentar e prtica de exerccios fsicos regulares e adequados. A
avaliao individualizada e h, inclusive, atendimento psicolgico integral.
- PGINA 101 -
E PARA OS PROFESSORES?
CUIDADOS COM A SADE VOCAL DOS PROFESSORES
Criou o Programa de Sade Vocal do Professor da Rede Municipal de Ensino,
lei 13.778/04, com o objetivo de oferecer assistncia preventiva de disfonias
nos professores atravs de cursos que ensinam o uso adequado da voz
profissionalmente. O Programa abrange a realizao de, no mnimo, um curso
terico-prtico anual. Uma vez detectada alguma disfonia ser garantido ao
professor o pleno acesso ao tratamento fonoaudiolgico e mdico.
VALORIZAO DO FONOAUDILOGO
Caber s Secretarias da Sade e da Educao viabilizar as diretrizes para a
execuo do Programa, ficando a coordenao a cargo de profissional de
fonoaudiologia.
MORTALIDADE NO TRNSITO
O QUE PAULO FRANGE FEZ PARA O TRANSPORTE?
RECURSOS PARA A MELHORIA DO TRNSITO E DO TRANSPORTE DE SO PAULO
Aprovado em primeira votao e aguardando a segunda, o projeto de criao
do Fundo Municipal de Desenvolvimento de Trnsito e Transporte vem, na
verdade, cumprir o art. 320 do Cdigo Nacional de Trnsito que diz a receita
arrecadada com cobrana das multas deve ser aplicada exclusivamente em
sinalizao, engenharia de trfego, de campo, policiamento, fiscalizao e educao
no trnsito. Assim, os recursos ficando especificamente no Fundo,
- PGINA 102 -
- PGINA 103 -
SEGURANA E FISCALIZAO
TAMBM PARA HELIPONTOS
Com o andamento da Comisso Mista que estudou o Aeroporto de Congonhas
e tambm com a ativa participao do vereador Paulo Frange nas CPIs das
Operaes Urbanas foi possvel detectar inmeros problemas com a autorizao
para a construo e funcionamento de helipontos na laje de cobertura dos
edifcios. A grande maioria estava autorizada pelo Departamento de Aviao Civil
(DAC), porm, no possua nenhuma regularizao ou mesmo aprovao da
Prefeitura de So Paulo, atravs de seu rgo competente, que SEMPLA. Outros
nem mesmo autorizao do DAC possuam, estando totalmente na clandestinidade.
O vereador Paulo Frange cobrou ativamente uma posio das empresas envolvidas
e o benefcio para a cidade de So Paulo foi a regularizao. Hoje, a maior parte
desses helipontos est em dia com as normas de segurana. Mas o vereador
Paulo Frange no parou por a e criou projeto de lei que obriga a Prefeitura institui
normas sobre instalao, construo, manuteno e utilizao de helipontos/
heliportos, pblicos, privados e civis.
- PGINA 110 -
MOVIMENTO NACIONAL
PELO FIM DO VOTO OBRIGATRIO
O DIREITO DE ESCOLHER IR OU NO S URNAS
No dia 3 de maio, no Plenrio da Cmara Municipal de So Paulo, o vereador
Paulo Frange, PTB, reuniu autoridades polticas, Ongs, associaes de bairro,
entidades de educao e cultura para uma cruzada pelo FIM DO VOTO
OBRIGATRIO NO BRASIL.
Fala-se muito que o voto uma conquista de liberdade. direito e dever do
cidado. Mas ser que por tratar de liberdade de um povo esse mesmo voto no
deveria ser espontneo, optativo e voluntrio. Com essas palavras o vereador
Paulo Frange abriu a sesso plenria que lanou o Movimento.
No mundo, dos 232 pases, em apenas 25 o voto ainda obrigatrio. O
Brasil est entre eles como a nica democracia com mais de 100 mil eleitores
obrigados a votar.
Com a abolio do voto obrigatrio, ir s urnas deixaria de ser o fardo da
cidadania para ser a consciente e estudada expresso da vontade popular. Os
argumentos de que o fim do voto obrigatrio seria fator para desestabilizar a
sociedade ou que implicaria a perda de soberania do povo, no passam de
terrorismo de opinio e no encontram respaldo em prtica alguma. Hoje, pases
do mundo inteiro adotaram o voto facultativo e no h notcias de que vivam, por
isso, em crise institucional ou de legitimidade do poder. Pases extremamente
desenvolvidos como os Estados Unidos, a Sua, a Alemanha e Japo, e at
pases pobres, como Cabo Verde, desmentem categoricamente essa posio.Em
pases como frica do Sul, Israel, Sucia e Espanha o voto facultativo, e mais
de 80% dos eleitores comparecem s urnas. No Brasil, na ltima eleio
presidencial, a de maior envolvimento da histria do pas, apenas 60% dos votos
foram vlidos, sendo 20% de absteno e 20%, nulos e brancos. Afinal, VOTO
OBRIGATRIO NO BRAISL: AT QUANDO?
ENTRE NO SITE
WWW.PAULOFRANGE.COM.BR ,
E D SUA OPINIO
Diagramao: Diego Trevisan - [email protected]
- PGINA 112 -