Dossiê Do Professor
Dossiê Do Professor
Dossiê Do Professor
12.o ano
www.sociologia12.te.pt
Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 3
Planificações .......................................................................................................................
Recursos Complementares
I. Sugestões de temas a desenvolver em trabalhos de investigação ................... 15
II. Sugestões de vídeos, filmes e documentários ..................................................... 27
III. Propostas de visitas de estudo ............................................................................... 47
IV. Proposta de trabalho prático alternativa à apresentada no Manual ............... 48
V. Apoio à realização de trabalhos .............................................................................. 49
VI. Sugestões metodológicas para a sala de aula
Introdução .............................................................................................................. 53
Aprendizagem Cooperativa .................................................................................... 54
Aprendizagem Baseada em Problemas .................................................................. 55
Exemplos práticos ................................................................................................... 55
Avaliação
Teste diagnóstico ............................................................................................................ 59
Testes de avaliação ......................................................................................................... 63
Teste global ...................................................................................................................... 97
Soluções ......................................................................................................................... 105
Ensino Digital
Lista de recursos ........................................................................................................... 125
Guia do utilizador da Aula Digital ................................................................................ 127
Colegas,
Ser professor é um desafio diário. Tantas e tão diversas são as situações que nos surgem que
podemos afirmar que ser professor é, realmente, um desafio continuamente reconstruído. E é para
contribuir para uma resposta positiva a esse desafio que assumimos, também, um desafio: produzir
materiais didáticos de apoio à prática letiva que contribuam para que o docente possa ter mais
tempo para refletir sobre a sua prática e trabalhar com os seus alunos.
Para o efeito, organizámos para os alunos o Manual do Aluno, que contém um vasto conjunto de
atividades didáticas, e, para nós, docentes, elaborámos um conjunto de materiais de apoio,
nomeadamente o Manual do Professor, o Dossiê do Professor e recursos multimédia, incluídos em
. O Manual do Professor disponibiliza, em exclusivo para o docente, cenários de
resposta das questões do Manual e da rubrica «Avaliação», atividades no âmbito da rubrica
«Sociologia, Cidadania e Desenvolvimento» e identificação de recursos multimédia desenvolvidos
especificamente para este projeto.
Colegas, é nosso desejo que os instrumentos de aprendizagem que criámos contribuam para que o
desafio que nos é colocado diariamente – ensinar jovens que, após terminarem o Ensino Secundário,
deverão tornar-se adultos responsáveis, críticos, solidários, participativos e insurgentes contra todas
as formas de injustiça e de desigualdade – seja mais fácil de concretizar.
O/As Autor(as)
1. Introdução
As Aprendizagens Essenciais (AE) * identificam os conhecimentos, as capacidades e as atitudes que
se pretende que os alunos atinjam com a aprendizagem da Sociologia no ensino secundário, e tendo
em atenção os seguintes objetivos:
Assim, a disciplina de Sociologia inicia-se com o estudo de conceitos estruturantes que visam:
Estas aprendizagens essenciais têm por base o Programa em vigor da disciplina de Sociologia dos
cursos científico-humanísticos e muitas são deixadas em aberto, pois a rapidez e a imprevisibilidade
da mudança na sociedade atual poderão desatualizar alguns conteúdos do Programa, devendo os
professores que o lecionam estar atentos no sentido de acompanharem essas transformações.
É de salientar que é incentivado o trabalho de projeto na medida em que é proposta a realização
de um pequeno trabalho de investigação, em grupo ou individual, sobre um tema relacionado com
quaisquer dos conteúdos lecionados na disciplina e tendo como referência a sociedade portuguesa
contemporânea, o qual deverá mobilizar o conhecimento sociológico para a construção de um
projeto de trabalho que visa a aplicação de um ou dois modos de recolha de informação utilizados
pela Sociologia.
*
www.dge.mec.pt. Em vigor de acordo com o previsto no artigo 38.º do Decreto-lei n.º 55/2018, de 6 de julho.
Fonte: www.dge.mec.pt
SOCIOLOGIA
12.o ano
Recursos disponibilizados por tema / Planificações
As planificações incluem referência aos recursos multimédia a utilizar para tratar os diferentes temas
abordados neste projeto.
Sociologia, Cidadania
e Desenvolvimento
Desenvolvimento
SOCIOLOGIA
12.o ano
Sociologia, Cidadania e Desenvolvimento
Complementares
Recursos
SOCIOLOGIA
12.o ano
Recursos complementares
Questão para reflexão: Qual a relação entre a vontade dos associados e a prática da
associação?
5. Globalização
Migrações internacionais e globalização
• Explicitar as causas dos fluxos migratórios internacionais.
• Identificar as principais regiões de origem e de destino dos movimentos
migratórios.
• Analisar o caso português.
• Apresentar conclusões.
• Recorrer ao trabalho de pesquisa.
Questão para reflexão: Serão diferentes as respostas possíveis à escala global, regional,
nacional e local?
Questão para reflexão: Como podem os novos movimentos sociais ajudar à criação de maior
justiça social?
A violência no namoro
• Compreender as discriminações de género.
• Relacionar socialização, estereótipos e papéis de género.
• Desconstruir estereótipos de género.
• Analisar as masculinidades e feminilidades como construções sociais.
• Compreender a violência de género num contexto de relações de poder em que as
mulheres se encontram subalternizadas.
• Compreender a violência de género como transversal a todas as classes sociais e
etnias.
• Reconhecer a violência no namoro como uma das formas de violência de género.
• Distinguir diferentes tipos de violência no namoro: física, psicológica e sexual.
• Compreender que a violência doméstica inclui a violência no namoro e é um crime
público punido por lei.
• Promover a igualdade de género como uma das formas de impulsionar a mudança
social e um namoro sem violência.
Vídeos
Um vídeo constitui um documento de trabalho sociológico. Analisar os fenómenos sociais permite
aos alunos e alunas compreender a importância da interdisciplinaridade e as dificuldades que se
colocam à produção do conhecimento científico.
Os vídeos que sugerimos podem ser objeto de análise em qualquer tema, pois os fenómenos sociais
são de grande complexidade.
Planeta A
Esta é uma série documental, em nove episódios, sobre o desafio da sustentabilidade e as soluções
que, a nível local e global, estão a ser postas em prática para combater os problemas que as
sociedades enfrentam.
Planeta A dá a conhecer algumas das respostas mais inovadoras a questões como a poluição, o
aquecimento global, o crescimento populacional exponencial, a pobreza e a desigualdade, bem
como as propostas para amenizar as tensões culturais, políticas e raciais que emergem de todos
esses desafios.
Ao longo de mais de dois anos, o anfitrião da série, João Reis, viajou por todo o mundo em busca
de perguntas e respostas, entre cientistas e investigadores mundiais, cruzando-os com o trabalho
de várias pessoas e organizações que estão a produzir mudanças localmente.
A preocupação central de Planeta A é olhar para as soluções além das sentenças fatalistas e dos
discursos e atitudes mais catastrofistas. Porque ainda é possível construir um planeta sustentável.
E porque não existe Planeta B.
Apesar do progresso significativo que se verificou nas últimas décadas, cerca de 10% da população
mundial vive em situação de pobreza extrema, com menos de dois dólares por dia. O objetivo
determinado para 2030 apostava na redução da pobreza extrema para 3%, mas as alterações
cíclicas da economia mundial e a pandemia de covid-19 estão a adiar esse objetivo.
Num pequeno município do Rio de Janeiro (Brasil), João Reis mostra uma das soluções para a
eliminação da pobreza e a redução da desigualdade social: o rendimento básico universal. Na sua
essência, defende que todos nós, ricos e pobres, deveríamos receber transferências regulares de
dinheiro, sem nenhuma contrapartida.
Mas perante o aumento das desigualdades entre ricos e pobres, o combate à pobreza não pode
limitar-se à distribuição de dinheiro. A pobreza é um problema muito mais complexo e a sua solução
tem de passar por uma distribuição sustentável e equitativa de rendimentos, que envolve vários
fatores e áreas em que é urgente atuar.
Quem quer casar por amor, em nome da igualdade e contra todos os preconceitos? Casais do
mesmo sexo que assumem a relação e decidem dar o nó. Contra eles resistem culturas e
mentalidades, sociedades inteiras que os perseguem e impedem de ser felizes.
A Dinamarca foi o primeiro país do mundo a permitir a união civil e Portugal ficou em oitavo lugar
nesta luta pelos mesmos direitos e garantias de um casamento heterossexual. O dia histórico foi
em junho de 2010, quando duas mulheres disseram sim.
Antes de ver a luz, já a pergunta: menino ou menina? Há uns anos — e ainda hoje — se for menina
vestirá rosa, se for menino, azul. Às raparigas são oferecidas bonecas, aos rapazes automóveis. Mas
o que parece simples, não o é, nem nunca foi. Entre o feminino e o masculino existe um universo
de pessoas que não se identificam com o sexo registado à nascença. São pessoas transgénero, ou
simplesmente trans, sendo a identidade de género uma coisa diferente de orientação sexual e que
não deve ser confundida.
A identidade de género é a forma como a pessoa se identifica, como se sente, independentemente
do corpo com que nasceu. Pode considerar-se, na essência, como homem, mulher, um pouco de
ambos ou mesmo nenhum dos dois. Complexo? Talvez, mas há muito que se sabe que o sexo não
é uma questão de preto e branco. Há toda uma linha de cinzentos a explorar, como por exemplo as
pessoas agénero, as não binárias, as género fluído, entre outras.
Têm uma vida mais difícil, já que as questões de identidade interferem com a própria pessoa, mas
também com todas as que as rodeiam. A maioria das pessoas transgénero são vítimas de confusão,
incompreensão e mesmo de exclusão pelas suas famílias, na escola, no mercado de trabalho. A
maioria acaba por desenvolver doenças mentais como depressões e stress pós-traumático. Uma
percentagem significativa tenta o suicídio.
Informação à turma
O filme que acabou de ver baseia-se numa história verídica: a de uma criança «selvagem»
encontrada num bosque perto de Paris, em 1798, a quem, posteriormente, foi sendo
transmitida a cultura do grupo em que foi integrada.
O filme levanta questões sociais diversas sobre lei, justiça, vida, religião ou ética, demonstrando
que a realidade social é complexa.
Sinopse: Em Stadtallendorf, cidade alemã com uma história complexa no que respeita à integração
e exclusão de estrangeiros, o professor Dieter Bachmann oferece aos seus alunos a chave para o
sentimento de pertença. Com idades entre os 12 e os 14 anos, os estudantes são provenientes de
doze países diferentes e alguns ainda não dominam a língua alemã.
Bachmann está empenhado em inspirar estes cidadãos-em-construção com o sentido de
curiosidade, para que tenham vontade de desenvolver um vasto conjunto de saberes, disciplinas,
culturas e opiniões.
O filme levanta questões sociais diversas sobre interação social, grupos sociais, socialização,
representações sociais, globalização, família, escola, desigualdades e identidades sociais.
Sinopse: No Liceu Léon Blum, em Créteil, França, uma professora de História depara-se com o
desrespeito, a violência e a falta de perspetivas na mais complicada e problemática das suas turmas
do 10.º ano: um grupo de adolescentes de diferentes origens, que parecem ter muito pouco em
comum para além da indisciplina e do fraco aproveitamento escolar.
Ao ver as suas estratégias de ensino esgotarem-se, a professora propõe-lhes um desafio: entrarem
no Concurso Nacional da Resistência e da Deportação, um concurso de reflexão sobre as memórias
do Holocausto e o seu impacto nos jovens de hoje.
Contra todas as expectativas, os alunos vão empenhar-se no projeto e encontrar na diferença a
força da união. O contacto com sobreviventes dos campos de concentração nazis vai revelar-se uma
experiência transformadora com um impacto profundo na vida dos alunos.
O filme levanta questões sociais diversas sobre interação social, grupos sociais, socialização,
representações sociais, estereótipos e processos de estigmatização, globalização, família, escola,
desigualdades e identidades sociais.
O filme levanta questões sociais diversas sobre interação social, grupos sociais, socialização,
representações sociais, globalização e estilos de vida, família, escola, desigualdades e identidades
sociais, pobreza.
Sinopse: No início do século XX, as mulheres, apoiadas pelos conceitos liberais de igualdade e de
liberdade, passaram a reivindicar o direito de participação na política e a exigir leis mais justas que
as incluíssem nas decisões parlamentares.
Apesar do importante papel social das mulheres, principalmente no que se refere à educação, até
então elas não eram vistas como capazes de escolher os governantes.
No Reino Unido, o movimento de reivindicação começou com a fundação da União Nacional pelo
Sufrágio Feminino. De modo a expor as leis sexistas e a mudar a forma como eram olhadas, algumas
mulheres da classe operária juntam as suas vozes à de Emmeline Pankhurst, uma mulher à frente
do seu tempo que há muito lutava pelos direitos das mulheres. Assim, desistindo do protesto
pacífico de simples manifestações de rua ou de greves de fome que nunca as tinha levado a lado
algum, estas mulheres desafiam o Estado e partem para formas de luta cada vez mais radicais,
enfrentando tudo em prol da igualdade de direitos e oportunidades.
Sinopse: Este filme conta a história de uma família e das suas empregadas domésticas num bairro
da cidade do México, em 1970 e 1971. Vários acontecimentos vão alterar a vida da família e das
suas empregadas e originar grandes mudanças.
A partir deste filme, os alunos poderão explicar transformações associadas à vida familiar na
sociedade contemporânea.
Sinopse: Tony Lip, desempregado desde o encerramento da discoteca onde trabalhava como
segurança, está disposto a aceitar qualquer trabalho.
Um dia, conhece Don Shirley, um famoso pianista negro que procura alguém que ocupe
simultaneamente os cargos de motorista e de segurança durante a digressão de oito semanas que
está prestes a fazer pelo Sul do país. Mas os temperamentos de cada um, diametralmente opostos,
vão transformar aquela viagem num verdadeiro desafio, numa ação que retrata os EUA no ano de
1962.
Sinopse: Alentejo, 1950. Nos campos desertos do sul de Portugal, fustigados pelo vento e pela
fome, a vida é difícil.
Os trabalhadores rurais, sob o domínio dos grandes proprietários, trabalham de sol a sol e o que
ganham muitas vezes não é suficiente para alimentar a família. Uma noite, depois de ser vítima de
uma grande injustiça, um homem perde a razão e transforma-se num assassino?
Um filme sobre a pobreza, a opressão e as injustiças sociais, inspirado num caso real acontecido em
Beja, em 1930.
Sinopse: Nos subúrbios de Londres, Bela e Jota enfrentam sérias dificuldades quando os «serviços
sociais» levantam suspeitas sobre a segurança dos seus três filhos. A surdez da filha de 7 anos
desencadeia um processo no sistema que parece não ter fim. Tudo se complica com o passar do
tempo.
Ouve-me retrata a desgastante luta pela união da família após um erro irreversível.
A Luta Continua
Programa Linha da Frente, Episódio
20, RTP, em 22/09/2022.
Duração: 30 minutos
Os portugueses vivem cada vez mais anos, têm cada vez menos filhos e existe a necessidade de
uma imigração cada vez mais qualificada. Esta realidade demográfica implica adaptações urgentes
que melhorem o bem-estar das populações, mas também enormes desafios para o futuro da
economia nacional.
Num país em que a produtividade continua baixa e a dívida pública demasiado elevada, o
crescimento económico exige soluções inovadoras e, por vezes, disruptivas.
4. Seleção e análise da informação recolhida. Deverá ser feita uma seleção da(os)
informação/dados, que permita estabelecer a relação entre as variáveis que foram
consideradas corretas para o estudo em causa; isto é, deverá ser selecionada a
informação que permita testar o quadro teórico estabelecido. Nesta fase será
testada a relação que se definiu entre as variáveis.
3. A numeração das páginas do trabalho será feita em numeração árabe, que é inscrita,
normalmente, no canto inferior direito, iniciando-se, assim, na Introdução, com o n.º 1.
4. Todos os capítulos deverão começar numa nova página e o seu título deverá estar em
letra maiúscula, a «bold» e com tamanho 14; os subcapítulos em letra minúscula,
tamanho 12 e «bold».
6. Quando se fazem citações, se estas tiverem até 40 palavras, podem vir na sequência do
texto; caso sejam superiores, devem ser destacadas no texto com margens diferentes
(«indentation»: «before text» a 0,63 cm e «after text» a 0,4 cm) e espaçamento simples.
8. As siglas das abreviaturas devem ser utilizadas entre parêntesis depois da expressão
completa, numa primeira referência. Em referências posteriores, basta usar a sigla.
9. As siglas não devem ter pontos a separar as letras maiúsculas que a formam. Por
exemplo: «INE», e não «I.N.E.»
Exemplos
• Um livro com um autor:
> Cabrito, B. (2002). Financiamento do ensino superior. EDUCA.
• Um capítulo de um livro:
> Cabrito, B. (2011). Financiamento e privatização do ensino superior em
Portugal: entre a Revolução de Abril e a Declaração de Bolonha. In B. Cabrito e
V. Chaves (orgs.). Políticas de financiamento e acesso da educação superior no
Brasil e em Portugal – Tendências atuais (pp.45-60). EDUCA.
1. Introdução
Vivemos tempos de mudança e avista-se um novo paradigma educativo com novas estratégias de
ensino, avaliação e aprendizagem que permitam, para além da aquisição de conhecimentos, o
desenvolvimento de competências por parte dos estudantes e promovam o trabalho cooperativo
e uma aprendizagem ativa, conforme preconiza o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade
Obrigatória.
De modo a motivar os alunos, por um lado, e a podermos acompanhar o que se designa de Quarta
Revolução Industrial, por outro, seria importante procedermos à integração pedagógica das
tecnologias digitais na sala de aula.
As metodologias de ensino, avaliação e aprendizagem desenvolvidas em sala de aula são uma das
componentes dos contextos de aprendizagem, onde se incluem, também, todas as restantes
atividades que decorrem numa aula, bem como o seu ambiente e equipamentos disponíveis,
incluindo ainda os alunos, o professor, a comunicação entre estes, o currículo, as estratégias e
regras implementadas. Deste modo, «o professor é, por excelência, um criador e gestor de
contextos de aprendizagem» (Figueiredo, 2016, p. 814), sobretudo no desenvolvimento de aulas
tradicionais. Contudo, o professor pode partilhar o controlo do contexto de aprendizagem em
determinadas circunstâncias com os alunos, sendo que, quanto maior for esta transferência de
controlo para os alunos, mais complexo se torna o contexto de aprendizagem. Será o que acontece
quando são utilizadas metodologias ativas e cooperativas.
Podemos propor o desenvolvimento de atividades utilizando metodologias de Aprendizagem
Cooperativa e Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), como modelos centrados nos alunos,
considerando o conhecimento como pessoal, social e cultural, numa perspetiva construtivista do
ensino e da aprendizagem. Estes modelos promovem a interação dos alunos entre si e com o
professor, promovem a exploração das ideias e um ambiente de aprendizagem caracterizado pela
cooperação, desenvolvimento de competências e autonomia dos alunos (Arends, 2008).
Estas metodologias, sempre que possível apoiadas por tecnologias digitais, devem ser introduzidas
gradualmente, em partes de aulas ou em algumas aulas, pois é importante a adaptação do
professor e dos alunos a estas metodologias ativas, sendo necessário criar rotinas de sala de aula
que permitam a sua gestão tranquila e segura. Por outro lado, considera-se também relevante a
diversificação de metodologias de ensino-aprendizagem utilizadas, na medida em que se deve
procurar um equilíbrio, conjugando o ensino transmissivo com a utilização de metodologias mais
ativas tendo em conta as especificidades dos conteúdos e características da disciplina.
2. Aprendizagem Cooperativa
A aprendizagem cooperativa pode ser desenvolvida através de diversas estratégias de
ensino-aprendizagem, sendo comum, com diversas variantes, a designada por Arends (2008) de
«investigação de grupo».
A estratégia de ensino de investigação de grupo pode ser normalmente desenvolvida ao longo de
seis etapas: i) identificação do tema a estudar e organização dos alunos em grupos; ii) planificação
em conjunto das tarefas e objetivos de aprendizagem; iii) realização da investigação, com um
conjunto de atividades dentro e fora da escola, com apoio do professor; iv) preparação de um
relatório final, com análise e síntese da informação recolhida; v) apresentação do trabalho, com a
coordenação do professor; e vi) avaliação, individualmente ou em grupo.
Assim, propõe-se o seguinte plano de trabalho como estratégia para uma aprendizagem
cooperativa:
1. Selecionar um tema dos conteúdos da disciplina, que possa ser subdividido em
subtemas.
2. Distribuir cada subtema por grupo, sobre o qual os alunos terão de investigar (com
acesso à Internet, por exemplo, nos smartphones, e/ou utilizando o manual escolar
ou a biblioteca). Pode ser um trabalho para algumas aulas ou apenas uma.
3. Seguir as etapas enunciadas, com a construção de um guião de trabalho e respetivo
acompanhamento pelo professor.
4. Apresentação final dos trabalhos de cada grupo, com discussão das conclusões.
5. Autoavaliação, avaliação conjunta e formativa pelo professor.
(Rodrigues, 2019)
4. Exemplos práticos
1. A atividade «Graffiti» como metodologia cooperativa
A atividade «Graffiti» é uma metodologia cooperativa simples, que permite a participação de
todos os alunos da turma, mesmo dos que tenham mais dificuldades de aprendizagem,
podendo ser usada para explorar diferentes conteúdos. Esta metodologia fomenta o
pensamento criativo de todos os alunos, com o desenvolvimento da flexibilidade intelectual,
segundo Lopes e Silva (2009).
Esta atividade consiste na produção de ideias, sendo realizada em pequenos grupos
heterogéneos de alunos. As ideias serão livremente representadas, através de escrita, do
desenho ou de esquemas, numa folha dividida em igual número de partes consoante o
número de elementos do grupo. Por fim, este produto final que corresponde ao graffiti, será
apresentado por cada grupo e explicado à turma.
Bibliografia
• Arends, R. (2008). Aprender a ensinar (7th ed.). McGraw-Hill.
• Figueiredo, A. D. (2016). «A pedagogia dos contextos de aprendizagem».
Revista e-Curriculum, 14(3), 809-836. http://revistas.pucsp.br/curriculum/article/view/28989
• Lopes, J. & Silva, H. (2009). A Aprendizagem cooperativa na sala de aula. Lidel.
• Rodrigues, A. L. (2019). Aprendizagem Ativa — Como inovar na sala de aula.
Lisbon International Press.
Avaliação
SOCIOLOGIA
12.o ano
Avaliação
Teste diagnóstico
A realização de um teste diagnóstico no início de uma disciplina como a Sociologia deverá ter como
objetivo essencial não a constatação do que o aluno não adquiriu, visto não ser ainda portador de
conhecimentos que só irá adquirir ao longo do ano, mas a identificação de noções de senso comum
e representações que os alunos possam ter e que, uma vez identificadas, constituirão informação
para o professor orientar as suas aulas.
Sendo a Sociologia uma disciplina em que entre o sujeito (aluno) e o objeto (a realidade social)
existe uma grande proximidade, será, certamente, de grande utilidade pedagógica e didática o
conhecimento de possíveis enviesamentos que possam ser menorizados e combatidos no decorrer
do estudo da nova disciplina de grande componente formativa e de cidadania.
Assim, o teste diagnóstico não deverá ser objeto de classificação, ficando o professor com as
informações que adquiriu para orientação do seu trabalho pedagógico-didático e, eventualmente,
para avaliar a progressão da aprendizagem dos seus alunos no final do ano letivo.
As questões que se seguem são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma está correta.
Selecione-a.
15. Em Portugal, a participação da mulher no trabalho fora de casa tem implicado, em termos
gerais
(A) o apoio proporcional do cônjuge em casa nos trabalhos domésticos.
(B) o apoio menos do que proporcional do cônjuge nos trabalhos domésticos.
(C) realização pessoal pela acumulação de trabalho.
(D) um menor envolvimento emocional no cuidar da casa e dos filhos.
Grupo I
As questões do Grupo I são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma está correta.
Selecione-a.
2. O estudo dos fenómenos sociais requer o contributo das várias ciências sociais.
Esta afirmação é
(A) verdadeira, porque os fenómenos sociais são complexos, pluridimensionais e a sua
compreensão exige a complementaridade das ciências sociais.
(B) falsa, porque cada ciência social ajuda a compreender melhor a sociedade em que
vivemos e a melhorá-la.
(C) verdadeira, porque os fenómenos sociais podem ser, apenas, políticos, económicos
ou sociológicos.
(D) falsa, porque cada ciência social dá-nos uma visão imparcial e completa dos
fenómenos sociais complexos.
5. O etnocentrismo é
(A) uma técnica de investigação.
(B) uma atitude científica.
(C) um método de investigação.
(D) um obstáculo à produção de conhecimento científico.
Editável e fotocopiável © Texto | Sociologia 12.o ano 63
Grupo II
2. Justifique, com base no texto, que a realidade social é una mas decomponível em vários aspetos,
consoante a perspetiva a estudar.
Grupo I
As questões deste Grupo I são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma está correta.
Selecione-a.
Grupo II
Segundo Morin, é preciso ligar os saberes das várias disciplinas para alcançar uma forma mais
complexa de conhecer, de pensar.
A citação anterior sugere que articular saberes de várias disciplinas pode favorecer a
capacidade de pensar os problemas individuais e coletivos na sua complexidade,
permitindo lidar com ambiguidades e ambivalências, além de ensinar a associação de
termos antagónicos e o posicionamento de qualquer informação no seu contexto, ou
seja, na ecologia do sistema do qual faz parte.
Brauer, K. & Freire, M., «Paulo Freire e Edgar Morin: A complementaridade
de um diálogo possível», Trabalhos em linguística aplicada, n.° 60 (1), 2021, p.321.
Disponível em https://doi.org/10.1590/010318139516211820210305 (adaptado)
A cannabis é a droga ilícita mais consumida em Portugal nas várias faixas etárias.
O presente estudo, realizado através de um questionário sociodemográfico, foca-se na
perceção de risco do consumo de cannabis dos adolescentes e jovens adultos, de
modo a perceber se o consumo desta substância é condicionado pela noção (ou falta
dela) dos riscos associados ao uso de cannabis. Os resultados permitem perceber que
quanto maior é a frequência de consumo de cannabis, menor é a perceção de risco
associado a esta substância. Também se verificaram diferenças entre o género, ou seja,
as raparigas têm uma maior perceção de risco em relação aos rapazes. De igual modo
deu para perceber que há diferenças entre a escolaridade, em que quanto mais
instruído for o sujeito, maior perceção existe sobre os riscos da cannabis.
Simões, M., «Perceção do risco e consumo de cannabis: Um estudo
com adolescentes e jovens adultos.», dissertação de Mestrado,
Universidade Católica Portuguesa, 2019. (adaptado)
2. Outra das técnicas utilizadas na investigação sociológica é a entrevista. Refira dois tipos de
entrevista.
3. A entrevista é uma técnica que permite recolher informação muito diversificada e aprofundada,
mas de difícil quantificação. Justifique esta afirmação.
Grupo IV
1. O estudo dos fenómenos sociais implica uma seleção do método e das técnicas a utilizar, de
acordo com o tipo de análise e da população a estudar. Assim sendo, responda às questões
seguintes:
1.1 Suponha que ia colaborar na realização de um estudo para conhecer a opinião da população
portuguesa sobre a influência da inteligência artificial nos estilos de vida. Justifique a
escolha de um método adequado a este universo de estudo.
1.2 Suponha que ia colaborar na realização de um estudo em profundidade sobre uma turma
de 15 alunos numa determinada escola. Justifique a escolha de um método adequado a
este objeto e a este universo de estudo.
Grupo I
A sociedade espera que o indivíduo no exercício das suas funções tenha determinados
comportamentos, ou seja, exerça o seu ……….a)………. . Por sua vez, o indivíduo espera que a
sociedade reconheça o seu ……….b)………. tendo para com ele determinados comportamentos.
O lugar que o monarca de um qualquer país ocupa na sociedade corresponde ao ……….c)……….
enquanto o ……….d)………. implica da parte do indivíduo ação e esforço.
a) b) c) d)
1. estatuto social 1. posicionamento 1. estatuto atribuído 1. estatuto social
social superior
2. papel social 2. estatuto social 2. estatuto social 2. estatuto atribuído
superior
3. posicionamento 3. papel social 3. estatuto adquirido 3. estatuto adquirido
social
As questões 2 a 9 são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma está correta.
Selecione-a.
3. O etnocentrismo cultural
(A) decorre da aceitação da diversidade cultural.
(B) consiste em preconceitos da classe superior face às restantes classes sociais.
(C) é a atitude do observador que considera a sua cultura superior às outras realidades
culturais.
(D) é a atitude do observado que considera a sua cultura perfeita comparativamente às outras
realidades culturais.
1.2 Explicite o papel dos agentes a que o texto se refere no processo de socialização.
1.3 O texto faz referência ao conceito de «socialização por antecipação»? Justifique a sua
resposta.
2. O indivíduo faz parte de numerosos agrupamentos, mas apenas alguns deles podem ser
classificados como grupos.
2.2 O grupo desportivo do bairro pode ser classificado como um grupo? Justifique a sua
resposta.
Num país onde o divórcio era proibido, as revistas acompanham e debatem separações
e os escândalos conjugais de Hollywood com naturalidade. A verdade é que a leitura
sistemática sobre as vidas privadas das estrelas de Hollywood permite que esse outro
mundo se torne relativamente familiar e os seus valores são de alguma maneira
incorporados […]; há um discurso de familiarização com o divórcio que faz com que de
um total interdito passe a ser visto como algo que, em algumas circunstâncias, pode
não só ser aceitável, como desejável em nome do amor e da felicidade.
Entrevista de Mário Lopes a Luís Trindade (autor da obra Silêncio Aflito:
a sociedade portuguesa através da música (dos anos 1940 aos anos 1970), Tinta da China),
Público, 22 de maio de 2022.
4.2 Explicite duas características que permitem afirmar que estamos perante uma situação de
mudança.
Grupo III
Explique, com base no texto, o conceito de subcultura e a sua relação com a cultura dominante.
2. A liderança das mulheres nas organizações é, ainda hoje, objeto de estereótipos de género.
Grupo I
A B
1. Apropriação dos comportamentos de A. Socialização através do
uma pessoa que se considera próxima. processo de identificação.
2. Reprodução dos comportamentos B. Socialização através do
observados. processo de aprendizagem.
3. Interiorização dos comportamentos C. Socialização através do
por tentativa. processo de imitação.
As questões 2 e 3 são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma está correta.
Selecione-a.
(A) falsa, pois um partido político não possui os elementos caracterizadores de um grupo.
(B) falsa, pois um partido político apesar de ter uma finalidade e uma estrutura própria não
possui uma identidade cultural.
(C) verdadeira, pois um partido é um agrupamento de pessoas.
(D) verdadeira, pois um partido político é uma coletividade estruturada.
A B
1. Estatuto de filho
2. Estatuto de herói de guerra A. Estatuto adquirido
3. Estatuto de primeiro-ministro
4. Estatuto de monarca B. Estatuto atribuído
5. Estatuto de bom aluno
As questões 5 a 11 são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma está correta.
Selecione-a.
8. A exigência de conformidade
(A) é mais estrita nas sociedades tradicionais.
(B) é mais estrita nas sociedades modernas.
(C) é menos estrita nas sociedades tradicionais.
(D) é idêntica nas sociedades tradicionais e nas sociedades modernas.
Grupo II
1. Considere o texto.
2.1 Distinga estes dois tipos de estatutos, dando um exemplo para cada.
3. A vida social é uma vida em estado de cultura, pois cada sociedade exprime-se e realiza-se
através de uma cultura.
4.3 Explicite um fator que facilite a aceitação da mudança e um fator que explique a resistência
à mudança.
Grupo III
Grupo I
As questões deste Grupo I são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma está correta.
Selecione-a.
1. A globalização permite que as pessoas que se encontram distantes se possam ligar com grande
facilidade. A afirmação é
(A) verdadeira, na medida em que a mesma informação chega, em tempo real, às pessoas
localizadas em espaços geográficos distantes.
(B) falsa, pois a distância geográfica entre os países dificulta a aproximação entre as pessoas.
(C) verdadeira, pois com a globalização as distâncias geográficas são eliminadas.
(D) falsa, pois a globalização ao dar a conhecer realidades distantes constitui um obstáculo à
ligação entre as pessoas.
Grupo II
O relatório Global Gender Gap Report, do World Economic Forum (WEF) sobre a
igualdade de género, publicado em 2022, coloca Portugal na 29.ª posição, entre as 146
economias analisadas.
O Relatório Global de Desigualdade de Género, agora no seu 16.º ano, analisa os
fatores que provocam a desigualdade entre mulheres e homens.
Portugal desceu 7 lugares neste ranking, face a 2021, devendo-se fundamentalmente
ao facto de termos tido menos mulheres eleitas no parlamento nas últimas eleições
legislativas (de 39,7%, em 2019, passámos para 37%, em 2022). A participação
económica e oportunidades das mulheres é outra das áreas que contribuiu para a pior
classificação de Portugal, o que se explica por um ligeiro decréscimo na participação
no mercado de trabalho e em lugares de poder. O WEF indica que o Gender Pay Gap
em Portugal é de 11.72%.
https://www.cig.gov.pt/2022/07/global-gender-gap-report-dados-sobre-portugal/
(adaptado e consultado a 22 de outubro de 2022).
GRUPO III
2. A família é uma instituição dinâmica, em constante mudança e adaptação, ainda que mantenha
as suas características principais, funções e finalidades.
2.4 Relacione a participação da mulher no mercado de trabalho com o seu papel e estatuto no
seio da família.
Justifique, com base no texto, a valoração assimétrica das categorias feminino e masculino.
Figura 1
Grupo I
As questões deste Grupo I são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma está correta.
Selecione-a.
7. A Figura 2 diz respeito a uma campanha desenvolvida pelo Estado espanhol. Observe-a.
1. Considere a afirmação.
2015 2021
2015 2021
2015 2021
3.1 Explicite, com base no texto, os motivos da greve das operárias conserveiras de Setúbal em
fevereiro de 1911.
Grupo III
A vulnerabilidade dos jovens, quer desempregados, quer com empregos precários não
tem sido compensada de todo pelas políticas sociais, o que tem vindo a potenciar
situações de pobreza.
Autor anónimo
Grupo I
a) b) c) d)
As questões 3 a 13 são de escolha múltipla. Das quatro respostas (A a D), apenas uma está correta.
Selecione-a.
6. O grupo de referência é
(A) o grupo social do qual o indivíduo procede.
(B) um agrupamento com estrutura.
(C) o grupo social ao qual o indivíduo aspira pertencer.
(D) um grupo com papéis sociais definidos.
8. A mudança social consiste numa adaptação funcional das estruturas sociais existentes.
Esta afirmação é
(A) falsa, pois a mudança social está associada a eventos efémeros.
(B) verdadeira, pois as estruturas sociais são identificáveis no tempo.
(C) verdadeira, pois as estruturas sociais não podem ser alteradas.
(D) Falsa, pois só a alteração das estruturas permite observar mudanças profundas na forma
de organização social.
12. A mobilidade social é um fenómeno característico das sociedades modernas. Esta afirmação é
(A) verdadeira, porque os novos critérios de estratificação social não se encontram
rigidamente implantados.
(B) falsa, porque dificilmente os indivíduos ou grupos se conseguem libertar dos estatutos que
à partida lhes são atribuídos.
(C) verdadeira, porque os movimentos ascendentes e descendentes que os indivíduos ou
grupos realizam acarretam novos papéis sociais.
(D) falsa, porque estas sociedades são fortemente hierarquizadas, onde cada estrato se
assume como um grupo fechado.
1. A socialização a cargo das instituições sociais contribui para a reprodução social e constitui um
meio de controlo social.
Explicite a relação entre socialização, reprodução e controlo social.
2. As sociedades ao longo dos tempos foram conhecendo mudanças nas suas estruturas sociais,
mesmo nas sociedades tradicionais, onde a resistência é mais forte.
1. Todas as sociedades são portadoras de uma cultura que as identifica. No entanto, é possível
encontrar em todas elas múltiplas subculturas.
2. Considere o texto.
Além dos riscos ecológicos, assiste-se a uma precarização crescente e massiva das
condições de existência, com uma individualização da desigualdade e da incerteza
quanto às condições de emprego, tornando-se a exposição aos riscos generalizada. O
risco é, para Beck, um estado intermédio entre a segurança e a destruição, a
perceção dos riscos ameaçadores determina o pensamento e a ação.
Mendes, José Manuel, «Ulrich Beck: a imanência do social e a sociedade do risco», Análise Social, 214,
Lisboa (1.°), 2015, p. 212. Disponível em http://hdl.handle.net/10316/40767
Elabore um comentário sobre o texto e a imagem, tendo em conta os fatores que influenciam a
produção e a reprodução da pobreza.
TESTES
Teste diagnóstico
1. D 5. C 9. C 13. A
2. A 6. C 10. A 14. D
3. C 7. C 11. D 15. B
4. B 8. B 12. C 16. B
Testes de avaliação
Tema I – Teste A
Grupo I
1. D.
Os factos sociais caracterizam-se por serem complexos, com várias dimensões e exteriores aos
indivíduos, na medida em que não dependem unilateralmente destes e verificam-se através da
vida em sociedade.
2. A.
O estudo dos fenómenos sociais requer o contributo das várias ciências sociais, porque os
fenómenos sociais são complexos, pluridimensionais e a sua compreensão exige a
complementaridade das ciências sociais, podendo ser estudados em várias vertentes pelas
diferentes ciências sociais.
3. A.
A pobreza é um fenómeno social total, porque é um fenómeno complexo e com implicações em
diversos níveis da realidade social. Esta pode ser analisada pelas ciências sociais de forma
complementar e pluridimensional.
4. C.
Os factos sociais são coercivos e exteriores aos indivíduos, porque os factos sociais são impostos
aos indivíduos. Existe uma espécie de constrangimento ou coação social que nos ameaça, caso
tenhamos comportamentos não conformes aos modelos sociais vigentes.
5. D.
O etnocentrismo é um obstáculo à produção de conhecimento científico em Sociologia, na
medida em que faz da cultura do observador a norma ou a referência na análise das realidades
sociais. Assim, tudo o que não se adequa à sua cultura é considerado negativo, inferior, não
civilizado ou inculto.
Grupo II
Grupo III
Tema I – Teste B
Grupo I
1. A.
O método ou estratégia de investigação corresponde a um conjunto de processos operativos ou
operações simples que organiza o estudo sustentando-se na teoria e definindo formas de
recolha de dados que permitam elaborar resultados para chegar a uma conclusão.
2. C.
A análise de conteúdo baseia-se na análise de texto com o objetivo de encontrar e identificar
ideias comuns que possam dar sentido ao material que se está a analisar, de modo a permitir a
interpretação de resultados e inferência de conclusões.
3. D.
Os inquéritos por questionário são técnicas de recolha de informação que consistem na
aplicação à população em estudo de conjuntos de questões previamente formuladas e não se
baseiam na observação participante, que é outro método distinto de recolha de dados.
4. C.
O inquérito por questionário é uma técnica que permite uma análise extensiva e quantificada
do objeto de estudo, pois normalmente é aplicada a um elevado número de indivíduos
utilizando questões mais fechadas.
Grupo II
1. Fenómeno social total é um fenómeno complexo e pluridimensional que, para ser compreendido
em todas as suas dimensões, deve ser objeto de estudo por parte de diversas ciências sociais.
2. O fenómeno consumo é, por exemplo, económico, sociológico, psicológico, histórico, político,
entre outras dimensões. É um fenómeno social total (complexo e pluridimensional). De facto, o
consumo tem uma componente económica. Estudar os fatores que influenciam o consumo,
como o preço, o rendimento, o crédito ou a ação do marketing, é estar a estudar a dimensão
económica do consumo.
Estudar o consumo por grupos sociais, como o tipo de consumo dos jovens, dos estratos
privilegiados, dos grupos sociais emergentes ou dos grupos urbanos, é ter em conta a dimensão
sociológica do consumo.
Estudar o consumo atual das sociedades de consumo massificado, em comparação com o tipo
de consumo do início do século, é ter uma perspetiva histórica.
Encontrar os fatores de natureza psicológica que possam justificar o consumo, como o desejo
de afirmação pessoal, é estar a entrar no domínio da Psicologia.
Grupo III
1. O inquérito por questionário é uma técnica de recolha de informação que se caracteriza por ser
extensiva e quantificada, isto é, é utilizada para se obter dados sobre uma população numerosa,
o que sucede, no exemplo, sobre perceção de risco do consumo de cannabis dos adolescentes
e jovens adultos.
2. Entrevista não estruturada e entrevista estruturada.
3. O registo dos conteúdos das entrevistas e o seu tratamento são tarefas morosas cuja
quantificação obedece a procedimentos técnicos específicos de que a análise de conteúdo é um
exemplo. A quantidade e diversidade de respostas implicam encontrar categorias e
subcategorias correspondentes às ideias-chave, o que é sempre um trabalho de grande
complexidade.
Tema II – Teste A
Grupo I
1. a) 2; b) 2; c) 1; d) 3.
2. B.
As maneiras de pensar, sentir e agir traduzem os valores, as crenças, as normas, os
comportamentos e as realizações de uma dada sociedade, ou seja, expressam a sua cultura.
3. C.
O observador de uma dada realidade social quando analisa essa realidade à luz da sua cultura,
considerada mais perfeita e superior, revela uma atitude própria do etnocentrismo cultural.
4. C.
A sociedade exige que as condutas dos indivíduos se processem de acordo com as regras sociais
que decorrem, por sua vez, dos valores da sociedade que traduzem o que é certo e deve ser
seguido.
5. B.
A sociedade utiliza determinados mecanismos de controlo social como a socialização ou a
aplicação de sanções, para levar os indivíduos a adotar os comportamentos conformes às
normas sociais existentes.
Grupo II
Grupo III
Tema II – Teste B
Grupo I
1. 1 – A; 2 – C; 3 – B.
A socialização processa-se através de três mecanismos — aprendizagem (por tentativa e erro),
imitação (cópia) e identificação (apropriação).
2. C.
A socialização por antecipação é o processo através do qual os indivíduos aprendem a cultura
do grupo a que desejam vir a pertencer (grupo de referência).
3. D.
Um partido político, tal como outro grupo social, é uma coletividade estruturada, pois tem
objetivos, uma estrutura própria, valores comuns, uma linguagem e uma identidade cultural.
4. 1 – B; 2 – A; 3 – A; 4 – B; 5 – A.
Estatuto atribuído — estatuto que o individuo obtém sem fazer qualquer esforço.
Estatuto adquirido — estatuto que o indivíduo obtém através do seu esforço, trabalho e mérito.
5. C.
Em sentido sociológico, cultura é o conjunto de valores, crenças, procedimentos e realizações
(culturais, técnicas, sociais) que caracterizam a vida social de um grupo, distinguindo-o dos
outros.
Grupo II
1.1 Grupo social é um conjunto de interações sociais estruturadas, ou seja, relações recíprocas
entre os indivíduos que partilham valores, normas, interesses e objetivos.
1.2 Finalidades, linguagem e organização.
1.3 O comportamento discriminatório é um comportamento que rejeita os outros, aqueles que
pertencem a grupos diferentes.
1.4 Por exemplo: excluir da viagem de finalistas os colegas que não possuem capacidade
económica para custear as despesas inerentes; impedir a entrada de pessoas de etnias
diferentes num estabelecimento de diversão.
1.5 Grupo de pertença é o grupo a que o indivíduo pertence ou onde está inserido.
1.6 O indivíduo, ao identificar-se com o grupo a que pertence, rejeita os indivíduos pertencentes
a outros grupos. Essa rejeição pode ser subtil e ambígua, manifestando-se, por exemplo,
através de um tratamento distante, mas educado, em que há poucos ou nenhuns contactos,
ou pode ser explícita e evidente, manifestando-se por um tratamento insultuoso, de agressão
física e psicológica, ou de exclusão e marginalização.
O comportamento discriminatório assenta em critérios de diferenciação entre os indivíduos e
os grupos, relacionados com o estatuto económico e social, com a religião, etnia e género, com
o país de origem e com características físicas e mentais, entre outros.
Grupo III
1. A família constitui o principal agente de socialização, pois é no seio da família que a criança
aprende a linguagem, os valores, os costumes e os comportamentos que deverá observar no
decurso da vida social. Neste processo intervêm os mecanismos de socialização (aprendizagem,
imitação e identificação) nos quais a brincadeira constitui um meio muito eficaz – a brincar a
criança aprende, imita e identifica os papéis familiares e sociais que a sociedade espera que os
indivíduos desempenhem ( de filho, filha, mãe, pai, pessoa adulta, de patrão, empregado, etc.).
2. A representação que a sociedade tem dos mais velhos traduz a interpretação que a sociedade
faz da realidade «velhice», à luz da sua cultura. A representação do velho está, assim, associada
à imagem (cabelos brancos, rugas), à decadência física (corpo alquebrado, doença) e à sua
Grupo I
1. A.
A divulgação, em tempo real, de um acontecimento relevante que esteja a ocorrer numa
determinada zona do mundo aproxima as pessoas, mesmo que estas vivam em países
geograficamente distantes. A globalização restringe o espaço e o tempo permitindo que as
pessoas se liguem mais rapidamente mesmo estando distantes.
2. B.
Porque as famílias recompostas (em que existe uma nova união conjugal, com ou sem
descendentes de relações anteriores, de um ou ambos os cônjuges) e as famílias
monorresidência (em que as pessoas vivem sós e abrange transversalmente a sociedade: jovens,
indivíduos em idade adulta e pessoas idosas) constituem exemplos de novos tipos de família.
3. D.
Porque a família, como ocorre com todas as instituições sociais, mesmo mantendo a sua
estrutura base, vai mudando e ajustando-se à realidade social.
4. C.
Porque a escola é a instituição social à qual a sociedade afeta a função de ensinar e de socializar
os jovens, contribuindo para a sua integração na sociedade.
5. C.
Porque na escola os jovens adquirem conhecimentos e desenvolvem competências que
permitem uma melhor integração no mercado de trabalho e a sua integração em funções de
estatuto social mais elevado do que o estatuto social de origem.
Grupo II
1.1 A globalização alterou as noções de espaço e tempo, pois as pessoas estando geograficamente
distantes passaram a estar próximas em resultado da circulação da informação em tempo real,
ou seja, um acontecimento que ocorre numa determinada parte do mundo é acompanhado
por milhões de pessoas em todos os continentes. O mesmo acontece com a cultura e os meios
de comunicação, pois as mesmas músicas, filmes, livros, gostos, estilos de vida, séries de TV,
programas informativos, jornais e revistas são partilhados a nível global. A transnacionalização
da produção, o aumento das trocas comerciais entre os países, a circulação mundial do capital
financeiro e a difusão global das tecnologias são dimensões da globalização. As economias
aproximam-se, sendo interdependentes.
1.2 Vantagens: maior acesso dos países e populações à informação, às tecnologias e ao
conhecimento; aproximação das economias e formação do mercado global.
Desvantagens: maior competitividade entre países, empresas e mercados; incerteza, pois a
forte competitividade no mercado global pode afastar as empresas e os países menos
competitivos, tornando as suas economias mais vulneráveis aos efeitos da globalização.
1.3 As organizações, para enfrentarem as dificuldades colocadas pelo mercado global, têm de ter
um sistema de informação e de gestão que lhes permita modernizar e desenvolver a sua
atividade, aumentando a eficiência e ganhando competitividade.
2.1 As principais alterações nas famílias portuguesas, e de acordo com o texto, verificam-se na
redução da dimensão familiar, com famílias com menor número de filhos.
2.2 As condições económicas e a precariedade laboral.
2.3 A vinda de imigrantes aumentará a população residente e contribuirá para o aumento das
taxas de natalidade e fecundidade e, consequentemente, para a maior dimensão familiar.
3.1 As mulheres encontram-se sujeitas a múltiplas discriminações. Portugal, de acordo com o
texto, encontra-se na 29.ª posição, entre as 146 economias analisadas no âmbito do relatório
Global Gender Gap Report, do World Economic Forum (WEF), sobre a igualdade de género,
publicado em 2022.
No que respeita ao poder político, nas eleições de 2022 houve menos mulheres eleitas do que
em 2019 – enquanto, em 2019, a percentagem de mulheres eleitas foi 39,7%, em 2022, essa
percentagem reduziu para 37%. Estamos perante uma discriminação em relação ao acesso ao
poder político, que se acentuou em 2022.
Outra forma de discriminação foi um retrocesso no que respeita ao mercado do trabalho e ao
acesso ao poder económico, como refere o texto: «A participação económica e oportunidades
das mulheres é outra das áreas que contribuiu para a pior classificação de Portugal, o que se
explica por um ligeiro decréscimo na participação no mercado de trabalho e em lugares de
poder».
Grupo III
Grupo I
1. A.
Com a globalização aumentam as trocas entre os países, muitas empresas tornam-se globais e
uma parte significativa das componentes dos produtos são produzidas em várias partes do
mundo, o que aumenta a dependência dos países entre si. Por exemplo, as fábricas de
automóveis na Europa estão dependentes do fornecimento de componentes fabricadas noutras
partes do mundo e os países produtores destas componentes estão dependentes das
encomendas das empresas europeias.
2. C.
Face às atuais dificuldades em obter trabalho não precário, os jovens não arriscam e/ou não têm
capacidade para sair de casa dos pais e viver autonomamente.
3. C.
Porque existem famílias recompostas independentemente das idades dos casais; as famílias
recompostas são famílias que resultam da união de indivíduos separados.
4. A.
Porque a escola, à semelhança das restantes instituições sociais, vai-se adaptando à mudança
social.
5. C.
Porque a escola desenvolve nos jovens competências e capacidades que permitem ascender na
hierarquia social.
Grupo II
Grupo III
1.1 Família é um grupo de pessoas unidas diretamente por laços de parentesco (sangue,
casamento ou adoção), no qual as pessoas adultas são responsáveis pelas crianças.
1.2 Dois exemplos da diversidade de estruturas familiares que evidenciem as transformações das
modernas sociedades nas formas de organizar e viver em família poderão ser, entre outras, as
famílias recompostas e as famílias homossexuais.
2.1 Género é um conceito relacional. Diz respeito à construção social e cultural que leva as pessoas
a desempenharem diferentes papéis sociais, de acordo com o facto de serem homens ou
mulheres em determinada sociedade.
2.2 Exemplos de estereótipos femininos, entre outros: afetuosa, carinhosa, dependente ou
sentimental. Exemplos de estereótipos masculinos, entre outros: ambicioso, dominador, rígido
e viril.
2.3 Enquanto sexo diz respeito às características biológicas das mulheres e dos homens, o conceito
de género é uma construção social, é o que se espera de uma pessoa pelo facto de ser do sexo
feminino ou masculino.
3.1 Pobreza consiste numa acentuada carência de recursos essenciais à satisfação das
necessidades básicas dos indivíduos, como a alimentação, saúde, habitação e educação, por
exemplo. Como refere o texto, em Portugal o desemprego jovem aumentou em 2020, face a
2019, é superior à média da UE27 e é superior ao desemprego geral. A situação de desemprego
origina uma perda de rendimentos que torna a juventude uma categoria social vulnerável à
pobreza, pois, como refere a afirmação, esta situação não tem sido compensada com políticas
sociais.
3.2 Quatro categorias sociais vulneráveis à pobreza em Portugal poderão ser, entre outras: os
desempregados, em particular os de longa duração; trabalhadores com empregos precários;
trabalhadores com empregos de salários baixos; e trabalhadores com empregos cujos salários
estão em atraso.
3.3 O Estado Social tem de assegurar a satisfação das necessidades básicas das populações, a
redução das desigualdades sociais e a promoção da coesão social. Nesse âmbito, desenvolve
políticas sociais como as políticas de segurança social, de saúde, de educação e de combate ao
desemprego.
As políticas de segurança social têm como finalidade principal a proteção de pessoas em
situação de risco e de vulnerabilidade, como nos casos de doença, velhice ou desemprego.
São vários os instrumentos a que o Estado recorre para a concretização das políticas de
segurança social: abonos de família, subsídios de doença, de desemprego, RSI, CSI, entre
outros.
Grupo I
1. C.
Dada a extensão do universo (os jovens portugueses), a investigação é extensa, deverá
basear-se numa amostra representativa do universo e na aplicação de questionários.
2. a) 2; b) 1; c) 1; d) 2.
3. C.
O conjunto de maneiras de pensar, sentir e agir próprias de qualquer grupo.
4. B.
Esta perspetiva considera que não há culturas superiores nem inferiores, rejeitando, assim, a
hierarquização das culturas.
5. D.
As subculturas coexistem com a cultura dominante e não constituem uma ameaça para esta.
6. C.
O grupo de referência é o grupo a que o indivíduo não pertence mas aspira vir a pertencer.
7. B.
Através do processo de socialização por antecipação, os indivíduos aprendem os valores e as
normas do grupo de referência, antes de o integrar.
8. D.
A mudança social consiste na transformação duradoura das estruturas sociais e do modo de
funcionamento das instituições, observável no tempo.
9. B
As instituições sociais consistem no conjunto de valores e de procedimentos comuns que
definem as formas de alcançar determinados objetivos ou de satisfazer certas necessidades.
10. A.
A defesa da tradição e dos valores constitui um exemplo de padrões de comportamentos sociais,
porque continuam integrados na cultura dominante.
11. C.
O risco e a incerteza fazem parte da vida social, cabendo à sociedade adotar os comportamentos
e tomar as medidas necessárias para conseguir controlar os riscos e evitar as suas consequências
económicas e sociais, e, assim, diminuir a incerteza.
12. A.
Verdadeira, porque os novos critérios de estratificação social não se encontram rigidamente
implantados, pelo que a permeabilidade entre os estratos é mais facilitada.
13. C.
Verdadeira, porque a pobreza constitui a maior causa da exclusão social, uma vez que impede
ou dificulta o acesso dos indivíduos a bens e serviços essenciais.
1.1 A socialização a cargo das instituições sociais, ao levar o indivíduo a interiorizar os valores e as
normas do grupo em que se insere, aprendendo o modelo de funcionamento da sociedade,
contribui para a reprodução social. Ao contribuir para que o indivíduo não se afaste da norma,
impedindo o comportamento desviante, a socialização funciona como uma forma de controlo
social.
2.1 Toda a transformação das estruturas e do funcionamento da organização social de uma dada
coletividade.
2.2 Fenómeno coletivo, pois afeta o modo de vida de um conjunto significativo de indivíduos.
Fenómeno não efémero – os efeitos da mudança perduram no tempo.
Fenómeno identificável no tempo – as alterações estruturais ocorrem num dado período e os
seus efeitos perduram no tempo.).
2.3 Envelhecimento da população na sociedade portuguesa; as guerras que alteram as relações
internacionais; a inteligência artificial e as suas aplicações na indústria, nos meios de
transporte, na saúde, etc.; novas formas de família (famílias monoparentais, famílias
recompostas).
2.4 A sociedade tradicional possui padrões culturais, costumes, crenças e tradições fortemente
enraizados e valorizados que dificultam a aceitação das inovações e mudanças que não se
ajustem à cultura existente.
3. Os estrangeiros, nos quais se incluem os migrantes, ao passarem por um processo de mudança
cultural têm de enfrentar valores, costumes e comportamentos que frequentemente colidem
com a sua cultura de origem. Progressivamente, vão vivendo um processo de aculturação e
adquirem algumas práticas culturais do país de acolhimento mantendo, ao mesmo tempo,
aspetos culturais da sua cultura, ou adotam a nova cultura afastando-se da sua cultura original.
4. Segundo o autor, a compreensão dos conteúdos programáticos depende do domínio que o
estudante tiver da linguagem utilizada. A linguagem falada e escrita pelos professores e outros
veículos de aprendizagem pode ser um fator de dificuldade para os jovens das classes
desfavorecidas, visto não lhes ser familiar muitos termos e expressões. A linguagem é, pois, um
instrumento de discriminação social ao serviço da escola. Neste sentido, pode-se concluir que a
escola, para ser um agente de mudança, promotor de mobilidade social, terá de questionar
algumas das suas práticas.
5. Os processos de mudança podem ser objeto de resistência se colidirem com os valores, as
tradições e as normas da comunidade. No caso referido no texto, a resistência que alguns países
islâmicos, mais tradicionais, demonstram relativamente aos média globais, deve-se à perceção
de ameaça à identidade cultural e aos interesses nacionais que este tipo de média representa.
O Irão tem sido o país que mais se tem oposto aos média ocidentais, classificando-os como
«poluição cultural» e veículos de promoção dos valores dos consumidores ocidentais.
A resistência tem-se manifestado de formas diversas: crítica, impedimento ou fecho de satélites
ocidentais, corte do acesso por satélite à televisão ocidental, entre outras.
Nos países islâmicos menos tradicionais, a resistência não se tem feito sentir com a mesma
intensidade, havendo, pelo contrário, o reconhecimento da necessidade de introduzir algumas
mudanças a nível cultural, no sentido da sua modernização, mantendo, ao mesmo tempo, os
traços essenciais da identidade cultural.
Grupo III
SOCIOLOGIA
Ensino Digital
12.o ano
Ensino Digital
Tutoriais • Professor +
• •
• • • •
• ••
• •
• •
• ••
+
Quivy, Raymond e Van Campenhoudt, Luc, Manual de investigação em ciências sociais, Lisboa,
Gradiva, 1998.
Rede Europeia Anti-Pobreza, «Ninguém fica para trás. Prevenção e redução da pobreza e da
exclusão social através da educação, da formação profissional e da aprendizagem ao longo da
vida», março de 2020.
Santos, Boaventura Sousa, «As transições do mundo: donde e para onde», Jornal de Letras, 27 de
julho a 9 de agosto de 2022.
Santos, Theobaldo, Manual de Sociologia, São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1964.
Silva, Fernanda Pappen da, Direitos e famílias: um estudo interdisciplinar em face das constantes e
significativas transformações sociais, dissertação de Mestrado, Universidade do Vale do Rio dos
Sinos, 2006.
Silva, Filipe Carreira da, «O Estado Social e a pandemia», O Jornal Económico, 3 dezembro 2021.
https://www.ics.ulisboa.pt
https://www.cig.gov.pt/
http://analisesocial.ics.ul.pt/