Indicadores de Análise Das DCs

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1- ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS BRASILEIRAS

1.1. LEI 6.404 DE 15.12.76, LEI 11.638 DE 28.12.2007 e LEI 11.941 DE 27.05.2009

Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da
companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio
da companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;

II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III - demonstração do resultado do exercício;

IV – demonstração dos fluxos de caixa;

V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.

Segundo regulamentação da CVM – Comissão de Valores Mobiliários as empresas de capital aberto devem
publicar a Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido em substituição á demonstração de Lucros ou
Prejuízos Acumulados.

Assim, as demonstrações contábeis brasileiras são:

a) BALANÇO PATRIMONIAL (BP)- Demonstrativo que tem por finalidade apresentar a posição financeira e
patrimonial da empresa em determinada data.

b) DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) - É o demonstrativo que apresenta o


resultado econômico da empresa.

c) DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA) - Evidencia as variações


ocorridas no exercício, na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados (Somente para S.A de capital fechado).

d) DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL) - Evidencia as alterações


ocorridas no exercício de todas as contas que compõem o Patrimônio Líquido.

e) DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC) - Evidencia as alterações ocorridas no exercício sobre o


saldo de caixa e equivalente de caixa, segregando essas informações em: operações; financiamentos; e
investimentos.
Mostra também as origens e aplicações de recursos de curto prazo que permitem a verificação da capacidade da
empresa em gerar caixa.

f). DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA) – Evidencia a riqueza líquida gerada pela empresa
em um exercício, representada pela receita bruta que gerou menos todos os insumos adquiridos de terceiros.

g) NOTAS EXPLICATIVAS - Não é um demonstrativo contábil, mas parte integrante do conjunto das
demonstrações contábeis.

1.2. LEI 6.404 DE 15.12.76 com alterações da LEI 11.638 de 28.12.2007 e da LEI 11.941 de 27.05.2009

Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e
agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas
registrados, nos seguintes grupos:
I - ativo circulante; e (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
II - ativo não-circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e
intangível. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:
I - passivo circulante; (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
II - passivo não-circulante; e (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008)
III - patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação
patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. (Incluído pela Medida
Provisória nº 449, de 2008)

OBS: A Lei 11.941 modificou a composição dos grupos patrimoniais, e estabeleceu que o passivo será
composto pelo passivo circulante, passivo não-circulante e patrimônio líquido, não citando o resultado dos
exercícios futuros. Portanto, este subgrupo deixa de existir.
 O saldo existente no resultado de exercício futuro em 31 de dezembro de 2008 deverá ser
reclassificado para o passivo não-circulante em conta representativa de receita diferida.
 O registro do saldo deverá evidenciar a receita diferida e o respectivo custo diferido.

2- ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

2.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA

 Desenvolveu-se dentro do sistema bancário - até hoje seu maior usuário;


 Final do século XIX quando os banqueiros norte-americanos passaram a solicitar balanços aos tomadores de
empréstimos;
 A partir de 1895 o conselho executivo da Associação de Bancos do Estado de Nova York resolveu
recomendar aos seus membros que solicitassem aos tomadores de empréstimos balanços assinados;
 Em 1900 foi criado pela mesma associação um formulário de proposta de crédito que incluía espaço para o
balanço;
 Em 1906 já era comum um tomador de empréstimos entregar o balanço da empresa quando precisava de
capital de giro;
 Em 1913 já se exigiam a apresentação de alguns índices e endividamento e liquidez;
 Em 1915 o FED - Federal Reserve Board determinou que só poderiam ser redescontados títulos de
tomadores que houvessem entregado o balanço na época do empréstimo;
 Em 1918 o FED implantou um formulário de padronização de balanços obrigatório para os tomadores de
empréstimos;
 Em 1919 Alexander Wall, considerado o pai da análise de balanços, apresentou um modelo de análise com
diversos índices;
 Em 1923 é editado o livro de James H. Biss, apresentado um conjunto de índices financeiros para avaliar
empresas;
 Em 1925 Stephen Gilman propôs o sistema de avaliação conhecido posteriormente como Análise
Horizontal;
 Em 1929 ocorre a quebra da Bolsa de Nova York jogando os Estados Unidos e o mundo numa profunda
recessão;
 Em 1930 surgiu na empresa Du Pont um sistema de análise de rentabilidade que decompunha a taxa de
retorno em taxas de margem de lucro e giro dos negócios, chamado de análise ROI - Return On Investment
(Retorno sobre o investimento);
 A partir de 1931 a Dun & Bradstreet passou a elaborar e divulgar índices-padrão para diversos ramos de
atividades;
 No Brasil até 1968, a análise de demonstrações ainda era uma técnica pouco utilizada na prática;
 Foi criada, neste ano, a SERASA que passou a ser um banco de dados de balanços de diversas empresas
para uso dos bancos comerciais.

2.2- OBJETIVOS - Extrair informações das demonstrações contábeis para a tomada de decisões.

2.3- PROCESSO DECISÓRIO -


a) Escolha dos indicadores
b) Comparação com padrões
c) Diagnóstico ou conclusões
d) Decisões
2.4- PRINCIPAIS USUÁRIOS DAS ANÁLISES
a) Fornecedores - liquidez
b) Compradores - Segurança
c) Bancos Comerciais - Endividamento e liquidez
d) Bancos de Investimentos - Previsões
e) Concorrentes - Comparações
f) Dirigentes - Tomada de decisões
g) Governo - Concorrências e impostos
h) Investidores - Rentabilidade

2.5- TÉCNICAS DE ANÁLISE

2.5.1. RECLASSIFICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS – procedimento pelo qual


são remanejadas informações tanto do balanço patrimonial, envolvendo ativo e passivo, como da
demonstração de resultado do exercício, visando obter uma apresentação que atenda aos objetivos
gerenciais da análise.

2.5.2- ANÁLISE HORIZONTAL - Baseia-se na evolução de cada conta e mostra os caminhos


trilhados pela empresa e as possíveis tendências.

2.5.3- ANÁLISE VERTICAL - Baseia-se no percentual de cada conta e mostra sua real importância
no conjunto.

2.5.4- ÍNDICES FINANCEIROS - São relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações
contábeis, que visam evidenciar determinados aspectos da situação econômica ou financeira de uma
empresa.

2.5.5- ÍNDICES-PADRÃO - Índices financeiros de empresas concorrentes, de preferência do mesmo


setor, que são utilizados para comparações.

2.5.6- AVALIAÇÃO DE EMPRESAS ATRAVÉS DE NOTAS


a) Peso dos índices
b) Nota por grupamento e geral

2.5.7- RELATÓRIOS DE ANÁLISE - Diagnóstico simplificado sobre a empresa, com linguagem


acessível a qualquer interessado.
QUADRO-RESUMO DOS ÍNDICES

ÍNDICE FÓRMULA INDICA AVALIAÇÃO


1-ESTRUTURA
1.1-Endividamento Geral EG = CT X100 Quanto a empresa possui de Quanto menor,
AT capital de terceiros em relação ao melhor
ativo total.
1.2-Participação de capital PCT = CT X100 Quanto a empresa tomou de Quanto menor,
de terceiros PL capitais de terceiros para cada melhor
$100 de capital próprio
1.3-Composição de CE = PC X 100 Qual é a participação das Quanto menor,
Endividamento CT obrigações de curto prazo em melhor.
relação às obrigações totais
1.4-Imobilização do IPL = AP X 100 Quanto a empresa aplicou no Quanto menor,
patrimônio Líquido PL Ativo Permanente em relação ao melhor.
Patrimônio Líquido
1.5-Imobilização de IRNC = AP X 100 Que proporção dos recursos não- Quanto menor,
recursos não-correntes PL + ELP correntes foi destinado ao Ativo melhor.
Permanente
2- LIQUIDEZ
2.1- Liquidez Geral LG = AC + RLP Quanto a empresa possui de Ativo Quanto maior,
CT circulante e realizável L.P. para melhor.
cobrir as obrigações totais.
2.2- Liquidez Corrente LC = AC Quanto a empresa possui de Quanto maior,
PC recursos de curto prazo para cobrir melhor.
as obrigações de curto prazo.
2.3- Liquidez Seca LS = AC – E Quanto a empresa possui de ativo Quanto maior,
PC líquido para cobrir as obrigações melhor.
de curto prazo.
2.4. Liquidez Imediata LI = DISP Quanto a empresa possui de Quanto maior,
PC disponibilidades para cobrir as melhor.
obrigações de curto prazo.
3-RENTABILIDADE
3.1- Giro do Ativo GA = VL X 100 Quanto a empresa vendeu em Quanto maior,
AT relação ao ativo total. melhor.
3.2- Margem Bruta MB = LB X 100 Quanto das vendas líquidas a Quanto maior,
VL empresa possui para cobrir a melhor.
totalidade de suas despesas.
3.3. Margem Operacional MO = LO X 100 Qual é o retorno das operações em Quanto maior,
VL relação às vendas líquidas. melhor.
3.4- Margem Líquida ML = LL X 100 Qual é o retorno das vendas Quanto maior,
VL líquidas, em percentual. melhor.
3.5- Retorno sobre o Ativo RSA = LL X 100 Quanto a empresa tem de lucro Quanto maior,
AT em relação ao ativo total. melhor.
3.6- Retorno sobre o RSPL = LL X 100 Quanto a empresa tem de retorno Quanto maior,
Patrimônio Líquido PL em relação ao capital próprio. melhor.
4- ATIVIDADE
4.1- Prazo médio de PME = E X 360 Quantos dias a empresa mantém Quanto menor,
estoques CMV seus estoques antes da venda. melhor.
4.2- Prazo médio de PMR = VR X 360 Quantos dias a empresa leva para Quanto menor,
recebimentos VP receber seus créditos. melhor.
4.3- Prazo médio de PMP = F X 360 Quantos dias a empresa demora Quanto maior,
pagamentos CP para pagar seus compromissos. melhor.
5- AÇÕES
5.1- Valor Patrimonial da VPA = PL Valor patrimonial de cada ação Quanto maior,
ação Nº AÇÕES melhor.
5.2- Lucro por Ação LPA = LL Quanto cada acionista recebe de Quanto maior,
Nº AÇÕES lucro. melhor.
5.3- Relação Preço/Lucro P/L = VR.COT. Em quantos anos o acionista terá Quanto menor,
LPA retorno do seu invest. melhor.
5.4- Retorno da Ação RDA = LPA Qual é o retorno da ação em Quanto maior,
Vr. Cotação relação ao valor de mercado. melhor.
5.5- Dividendos por ação DPA = DP Quanto do lucro é distribuído a Quanto maior,
Nº AÇÕES cada ação. melhor.
5.6- Retorno de caixa RDC = DPA Quanto efetivamente o acionista Quanto maior,
Vr. Cotação embolsa, em relação ao valor de melhor.
mercado da ação.
5.7- Relação caixa/retorno C/RDA = RDC Quanto do retorno da ação é Quanto maior,
da ação RDA convertido em caixa. melhor.
6. SOCIAIS
6.1- Taxa de TCPL = VA Mede quanto da riqueza gerada Quanto maior,
contribuição do PL PL advém do capital próprio melhor.
6.2- Taxa de geração TGR = VA Mede a capacidade do ativo de Quanto maior,
de riqueza AT gerar riqueza. melhor.
6.3- Taxa de retenção TRR = LL Mede a eficácia com que a Quanto maior,
de riqueza VA empresa obteve ganho sobre a melhor.
riqueza gerada
6.4- Valor adicionado VAPc = VA Mede a produtividade dos Quanto maior,
per capita Nº empregados empregados na geração da melhor.
riqueza
LEGENDA:
AT Ativo Total
AC Ativo Circulante
AP Ativo Permanente
CMV Custo da Mercadoria Vendida
C ou CP Compras a prazo
CE Composição do endividamento
CT Capital de terceiros (PC + ELP)
DISP Disponível (Caixa + Bancos + Aplicações Financeiras de Curto prazo)
DP Dividendos pagos
DR Duplicatas a receber
E Estoques
EG Endividamento geral
ELP Exigível a longo prazo
F Fornecedores
GA Giro do ativo
IPL Imobilização do patrimônio líquido
IRNC Imobilização de recursos não correntes
LB Lucro Bruto
LC Liquidez corrente
LG Liquidez geral
LI Liquidez imediata
LO Lucro Operacional
LL Lucro Líquido
LS Liquidez seca
LPA Lucro por Ação
PC Passivo Circulante
PCT Participação de capitais de terceiros
PL Patrimônio Líquido
PME Prazo médio de estoques
PMRE Prazo médio de renovação de estoques
PMR Prazo médio de recebimentos
PMRV Prazo médio de recebimento de vendas
PMP Prazo médio de pagamentos
PMPC Prazo médio de pagamento de compras
PMMP Prazo médio de matéria-prima
PMPP Prazo médio de produtos em processo
PMPA Prazo médio de produtos acabados
RLP Realizável a longo prazo
RSA Retorno sobre o ativo
RSPL Retorno sobre o patrimônio liquido
VL Vendas Líquidas ou Receita Líquida
VP Vendas a prazo

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