Fisc. Intern. 5 Convenção Modelo 2023 4CF 2S

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FISCALIDADE INTERNACIONAL

CONVENÇÃO MODELO OCDE


V

Mestre: Aniceto Ngwênya


Maputo, 29 de Agosto de 2023
FISCALIDADE INTERNACIONAL

4 – Convenção Modelo da OCDE


▪ A Convenção Modelo da OCDE (Model Tax Convention) é
constituída por dois documentos: Um que apresenta,
essencialmente, conceitos e procedimentos; e, o outro que
contém comentários que transmitem explicações sobre factos,
conceitos e procedimentos, antecipando ou procurando
antecipar respostas às dúvidas que possam surgir na
interpretação do testo da Convenção-Modelo.

▪ Os dois documentos que constituem a Convenção-Modelo não


passam de uma pauta a ser seguida pelos Estados em suas
negociações, sem implicar qualquer vinculação.
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4 – Convenção Modelo da OCDE

4.1 Estrutura da Convenção Modelo

▪ Capítulo I – art. 1 e 2 – âmbito de aplicação


▪ Capítulo II – art. 3 a 5 – Definições
▪ Capítulo III – art. 6 a 21 – Tributação do Rendimento.
▪ Capítulo IV – art. 22 – Tributação do Património.
▪ Capítulo V – art. 23-A e 23-B – Métodos de Eliminação da Dupla
Tributação (Método de isenção e Método de Imputação)
▪ Capítulo VI – art. 24 a 29 – Disposições Especiais (Não
discriminação, procedimento amigável, troca de informações,
assistência em matéria de cobrança de impostos, membros das
missões diplomáticas e de postos consulares e extensão
territorial)
▪ Capítulo VII – art. 29 – Disposições Finais. 3
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4 – Convenção Modelo da OCDE
4.2 Principais Aspectos da Convenção Modelo
Capitulo I – Âmbito de aplicação da Convenção
▪ Pessoas visadas Art. 1 – os sujeitos (pessoas físicas ou
jurídicas) residentes em um ou outro Estado-signatário,
independentemente de nacionalidade.
▪ Impostos visados Art. 2 – o objecto são os impostos sobre o
rendimento e o capital, tanto os já existentes no momento da
assinatura do acordo, bem como os que forem celebrados depois
e que possuam a mesma natureza.
▪ Capitulo II – Definições

▪ Definições Art. 3 – os conceitos dos principais termos utilizados


neste tipo de acordo são os seguintes: a) pessoa: compreende
pessoas físicas e jurídicas; b) sociedade: qualquer pessoa
jurídica ou entidade considerada pessoa jurídica para fins
tributários; c) nacionais: indivíduos com nacionalidade de um
dos Estados signatários e pessoas jurídicas, sociedades ou
associações constituídas sob as leis de um Estado signatário. 4
Art. 3
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4 – Convenção Modelo da OCDE


4.2 Principais Aspectos da Convenção Modelo
▪ Residente Art. 4 - Pessoa que está sujeita à legislação
tributária de um Estado signatário em razão da sua residência,
domicílio, sede ou outro critério análogo, sendo que, se a
pessoa jurídica for residente em ambos, para efeitos da
convenção será considerada residente no Estado onde estiver
localizada a sede ou direcção efectiva; e) estabelecimento
estável: uma instalação fixa de negócios onde a empresa
exerça, no todo ou em parte, sua actividade, inclusive por
terceiros intermediários, salvo se estes forem agentes
independentes.
▪ Rendimentos – são previstos os diversos tipos de rendimentos
sujeitos à tributação (taxation of income), tais como, lucros,
royalities, ganhos de capital, rendimentos de profissionais
liberais, certos tipos de remuneração de trabalho assalariado,
etc. 5
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4.2 Principais Aspectos da Convenção Modelo
▪ Estabelecimento estável Art. 5 – instalação fixa através da qual
a empresa exerce toda ou parte da sua actividade.
Esta expressão compreende, nomeadamente: a) um local de
direcção; b) uma sucursal; c) um escritório; d) uma fabrica; e)
uma oficina; e f) uma mina, um poço de petróleo ou gás, uma
pedreira ou qualquer outro local de extracção de recursos
naturais.
Um estaleiro de construcao ou um projecto de construcao ou de
montagem só constitui um estalecimento estável se a sua
duração exceder doze meses.
Nos n°s 4,5,6 e 7 vêem indicadas as excepções.

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4 – Convenção Modelo da OCDE
4.2 Principais Aspectos da Convenção Modelo
Capitulo III e IV – Tributação do Rendimento e do
Património
▪ Do art. 6 a 21 estão definidas as diferentes categorias de
rendimentos, as competências fiscais do Estado da fonte e do
Estado da residência; e o mesmo em relação ao património no
art. 22.
▪ O direito exclusivo de tributar é, em regra, atribuído ao Estado
de residência.

▪ Relativamente ao Estado da fonte o direito de tributar não tem


carácter de exclusividade; pode ser total ou limitado.

▪ Deste modo, o Estado da residência deverá conceder um


desagravamento para evitar a dupla tributação.
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4.2 Principais Aspectos da Convenção Modelo
Capitulo V – Métodos de Eliminação da Dupla Tributação
(Método de isenção e Método de Imputação)

▪ Os Art. 23-A e 23-B permitem que o Estado da residência


elimine ou atenue a dupla tributação através da aplicação dos
métodos indicados.
▪ No Estado da fonte o rendimento e o património podem ser
tributados em 3 categorias:
a) Rendimento e património que podem ser tributados sem
qualquer limitação;
b) Rendimentos que podem estar sujeitos a uma tributação
limitada; e,
c) Rendimento e património que não podem ser tributados.
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4.2.1 Rendimento e Património que podem ser tributado
sem qualquer limitação no Estado da fonte

▪ Os rendimentos de bens imobiliários situados nesse Estado


(incluídos os rendimentos das explorações agrícolas e florestais),
os ganhos provenientes de alienação dos referidos bens e o
património por eles constituído (Art. 6 n°1 dos Art. 13 e 22);
▪ Os lucros dum estabelecimento estável (EE) situado nesse
Estado, os ganhos provenientes da alienação desse
estabelecimento estável e o património representado pelos bens
mobiliários que façam parte do activo desse EE (Art. 7 e n°2 dos
Art. 13 e 22; com a excepção no caso em que o EE é utilizado
em actividades de transporte marítimo internacional, de
navegação interior e de transporte aéreo internacional);
▪ Os rendimentos provenientes das actividades de artistas e de
desportistas exercidas nesse Estado, independentemente de tais
rendimentos serem atribuídos ao próprio artista ou desportista
ou a uma outra pessoa (Art. 17);

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4.2.1 Rendimento e Património que podem ser tributado
sem qualquer limitação no Estado da fonte

▪ As percentagens de membros de conselhos pagas por uma


sociedade residente desse Estado (Art. 16);

▪ As remunerações a título de emprego assalariado, no sector


privado, exercido nesse Estado, salvo se o empregado ai
permanecer durante um período que não exceda no total 183
dias em qualquer período de 12 meses com o início ou termo no
ano fiscal em causa e em determinadas condições, e as
remunerações a título de emprego assalariado exercido a bordo
de um navio ou de uma aerovane explorados no tráfego
internacional, ou a bordo de um barco, se a direcção efectiva da
empresa estiver situada nesse Estado (Art.15);

▪ As remunerações e pensões pagas a título de serviços públicos,


com ressalva de determinadas condições. (Art.19).
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4.2.2 Rendimentos que podem estar sujeitos a uma
tributação limitada no Estado da fonte

▪ Dividendos: o Estado da fonte, se a participação geradora dos


dividendos não estiver efectivamente ligada a um
estabelecimento estável ou a uma instalação fixa situados nesse
Estado, deve limitar o imposto respectivo a 5% do montante
bruto dos dividendos, quando o beneficiário efectivo for uma
sociedade que detenha, directamente, pelo menos 25% do
capital da sociedade que os dividendos, e a 15% do montante
bruto dos dividendos nos restantes casos (Art. 10);
▪ Juros: o Estado da fonte, de acordo com o condicionamento
previsto no caso dos dividendos, deve limitar o montante do
imposto respectivo a 10% do montante bruto dos juros, desde
que tais juros não excedam um montante normal (Art. 11);

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4.2.3 Rendimento e Património que não podem ser
tributados no Estado da fonte, mas sim no da
residência:

▪ Royalities (Art. 12);


▪ Ganhos provenientes da alienação de valores mobiliários (Art. 13,
n°5);
▪ Pensões do sector privado (Art. 18);
▪ Importâncias recebidas por um estudante com vista aos seus
estudos ou formação (Art. 20);
▪ Património representado por valores mobiliários (Art. 22, n°4);
▪ Os lucros provenientes da exploração de navios ou aeronaves no
trafego internacional ou de barcos na navegação interior, os 12
ganhos provenientes da alienação desses navios, barcos ou
aeronaves, ou o património constituído por esses bens so podem
ser tributados no Estado em que estiver situada a direcção
efectiva da empresa (Art. 8 e n°3 dos Art. 13 e 22);
▪ Os lucros das empresas que não sejam imputáveis a um
estabelecimento estável situado no Estado da fonte so podem ser
tributados no Estado da residência (Art. 7, n°1).
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4.2 Principais Aspectos da Convenção Modelo
Capitulo VI – Disposições Especiais

▪ Eliminação da discriminação fiscal em diversas circunstâncias


(Art. 24);
▪ Aplicação do Procedimento amigável com vista a eliminação da
dupla tributação e a Resolucao de conflitos relativos a
interpretação da Convenção (Art. 25);
▪ Troca de informações fiscais entre as autoridades fiscais dos
Estados Contratantes (Art. 26);
▪ Assistência prestada pelos Estados Contratantes a cobrança dos
impostos dos outros Estados (Art. 27);
▪ Tratamento fiscal dos membros das missões diplomáticas e
postos consulares em conformidade com o direito internacional
(Art. 28);
▪ Extensão territorial da Convenção (Art.29).

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4.2 Principais Aspectos da Convenção Modelo
Capitulo VI – Disposições Finais

▪ Entrada em vigor: depois de ractificada a Convenção, os


instrumentos de ractificação serão trocados; e só depois desta
troca é que entrará em vigor (Art. 30);

▪ Denuncia: mecanismo para suspender a aplicação da convenção.


(Art. 31).

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