2-Direito Fiscal Internacional

Fazer download em pptx, pdf ou txt
Fazer download em pptx, pdf ou txt
Você está na página 1de 15

DIREITO FISCAL

INTERNACIONAL
OU
DIREITO INTERNACIONAL
FISCAL?
Qual a formulação?
Direito Fiscal (Tributário) Internacional Direito Internacional Fiscal

◦ Ana Paula Dourado (com base Alberto Xavier) ◦ Rita Calçada Pires

“O DFI abarca o conjunto de regras nacionais e internacionais “Assume-se ser diferente referir DIF ou DFI. Ao referir-se ao DIF
está-se a centrar o olhar nas regras e nos comandos internacionais
aplicáveis aos factos tributáveis interestaduais, com base na fonte dos
que procuram resolver os efeitos bloqueadores da plurilocalização
rendimentos e na residência do sujeito passivo. Este ramo de Direito fiscal e os seus desenvolvimentos. Diferente a menção ao DFI,
tem como finalidade limitar a aplicação das normas nacionais de pois aí o olhar estará a ser dirigido às regras fiscais nacionais sobre
incidência sobre os factos tributários internacionais e distribuir fenómenos internacionais.”
competências de tributação entre Estados exportadores e
importadores de rendimentos de capital, serviços, trabalho
dependente e afins.” “Estudar DFI significa estudar os problemas fiscais que as
situações internacionais suscitam (…) o DIF tem a sua génese no
◦ Paula Rosado Pereira facto de as pessoas, singulares e colectivas, das actividades por
estas desenvolvidas e dos factos que integram a sua esfera jurídica
“O DFI é o complexo de normas tributárias, de fonte interna ou de
não estarem numa única jurisdição, mas antes poderem encontrar-
fonte internacional, que visa regular as relações entre Estados e entre
se plurilocalizados. (…) [i.e] significa tanto a presença de conexão
Estados e pessoas, no contexto de situações tributárias internacionais, com dois territórios como (…) conexão com vários territórios
isto é, situações conexas com mais do que um ordenamento jurídico- fiscais.”
tributário (também designadas como situações plurilocalizadas).”
Normas internas e/ou internacionais?
◦ Principal diferença entre as definições e recortes do âmbito de DIF/DFI
◦ Mas será que verdadeira questão?
◦ Regras internacionais (de CDT bilaterais + Convenção Multilateral) não têm efeito positivo:
i. não criam incidência,
ii. não dão origem a tributação que não se encontre prevista na legislação interna
iii. não alargam competências tributárias
iv. São normas de conflitos
Ou seja: não basta para tributar que haja uma norma convencional que o permita; é preciso norma interna que a
imponha (normas de incidência e normas substantivas)
Pelo contrário, as regras internacionais têm essencialmente um efeito negativo, limitando algumas pretensões tributárias
que decorrem da lei interna
Ou seja: as regras internacionais não atribuem novos poderes tributários: apenas os distribuem entre Estados, ora
reconhecendo–os, ora limitando-os
Elementos da definição de DIF
1. Conjunto (sistemático) de regras nacionais e internacionais
2. Referentes a factos tributáveis plurilocalizados, i.e com conexão plural
3. No âmbito das relações entre Estados/Territórios Fiscais e entre Estados/Territórios Fisccais e pessoas
(singulares ou colectivas)
4. Com a finalidade limitar a aplicação das normas nacionais de incidência sobre os factos tributários
internacionais e distribuir competências de tributação entre Estados/Territórios Fiscais
5. Ou seja: definir QUEM vai tributar e QUEM ser tributado e o QUÊ e COMO se vai tributar
Mas porquê limitar a aplicação das normas nacionais
tributárias e distribuir competências de tributação em
situações plurilocalizadas?

◦ Historicamente: razão fundamental é prevenir, limitar, atenuar ou eliminar dupla tributação jurídica
porque obstáculo à internacionalização/mobilidade das actividades económicas e investimento
◦ Discutível se visava eliminar dupla não tributação e garantir tributação singular
◦ Ou seja: objectivo de eficiência/competitividade/neutralidade mas também de Justiça/ equidade /não
discriminação
◦ No caso da UE, problema com liberdades fundamentais
Mas porquê limitar a aplicação das normas nacionais
tributárias e distribuir competências de tributação em
situações plurilocalizadas?

Hoje: acrescentam-se novas finalidades:


1. prevenir, limitar, atenuar ou eliminar dupla tributação económica;
2. Prevenção e combate à fraude e evasão fiscais internacionais;
3. Desenvolvimento de estratégias anti-abuso (em especial, erosão da base fiscal e transferência de
lucros a nível internacional) e de combate a tax jurisdiction shopping;
4. Combater concorrência fiscal prejudicial
5. Combater planeamento fiscal agressivo
6. Maior transparência, troca de informações e assistência mútua
Dupla Tributação Jurídica
◦ 2 requisitos:
1. Identidade do facto tributário
2. Pluralidade de normas de Estados/territórios tributários diferentes (activação plurilocalizada do elemento de
conexão)

Ou seja um mesmo facto tributário integra a previsão de duas regras de incidência distintas, com cúmulo de
pretensões tributárias

Rita Calçada Pires: Não problema de conflito de leis (porque não são incompatíveis, apenas agravam carga
fiscal) mas de cumulação/sobreposição de pretensões
Dupla Tributação Jurídica
◦ 1- Identidade do facto tributário = regra das 4 identidades (Alberto Xavier)
i. Identidade do objecto ou pressuposto (o mesmo facto gerador de imposto)
ii. Identidade do sujeito passivo
iii. Identidade do período de tributação (Rita Calçada Pires critica e não aceita porque afasta
impostos de obrigação única)
iv. Identidade do imposto (impostos equiparáveis) (Rita Calçada Pires considera redundante)
Dupla Tributação Jurídica
◦ Várias sobreposições/cumulação de elementos de conexão responsáveis por DT:
1. Fonte / Residência (Estado residência tributar os rendimentos dos seus residentes independentemente
de sua origem)
2. Residência/Residência (considerado residente simultaneamente em 2 ou mais Estados - definições)
3. Fonte /Fonte (considerada origem do rendimento em simultaneamente em 2 ou mais Estados -
definições)
4. Nacionalidade/Residência
Dupla Tributação Jurídica
◦ Causas:
1. Globalização
2. Mobilidade dos factores de produção
3. Diversidade de sistemas fiscais (soberania fiscal)
4. Evolução tecnológica
5. Política de limitação de investimento no exterior
Dupla Tributação Jurídica
◦ Consequências:
1. Agravamento da tributação (ex. rendimentos de residentes obtidos no estrangeiro)
2. Ineficiência
3. Injustiça – vertical e horizontal (dentro de Estado de residência e também da fonte)
4. Distorções na atracção de investimento (e angariação de receitas no Estado da Fonte), embora
investimento não dependa apenas de fiscalidade
5. Motivação de fraude, evasão e planeamento fiscal
Dupla Tributação Económica
◦ Identidade apenas quanto a 3 pontos
◦ Não identidade quanto a sujeitos passivos
◦ Por exemplo, tributação distinta e sucessiva de sociedades e sócios (que será internacional, se
tributação em Estados distintos)
Dupla Tributação Económica
i. sistema clássico – lucro sociedade tributado; dividendos sócios tributados (ex. por retenção na fonte
quando efectuada pela sociedade)
dupla tributação – não atenuada nem eliminada
causa distorções económicas:
a) endividamento elevado das sociedades (pagar juros- custo, em vez de
dividendos – rendimento);
b) retenção dos lucros nas sociedades
c) sua retirada através de soluções alternativas como elevadas remunerações
a administradores/gerentes que sejam sócios
d) alterar forma societária
Dupla Tributação Económica
◦ ii. Sistema de Imputação: dividendo pago aos sócios beneficia de um crédito de imposto:
◦ Total (crédito equivale à parte do imposto pago pela sociedade que proporcionalmente
equivale ao lucro distribuído a cada sócio)
◦ Parcial
◦ Dedução fiscal de uma percentagem fixa do valor dos dividendos recebidos
◦ Dedução referente aos dividendos distribuídos para efeitos do cálculo do lucro tributável
da sociedade
◦ Sistema de taxas múltiplas, com taxa de imposto mais baixa para lucros distribuídos do
que para não distribuídos
Em suma, o DFI:
◦ Abarca normas nacionais e internacionais;
◦ Tem como 1ª meta evitar DTjurídica (e também DNT), ou seja principio da tributação singular;
◦ É dinâmico: vêm se alargando os seus objectivos;
◦ Seus princípios estruturais ainda remontam aos primeiros esforços desenvolvidos pela SDN, em 1928
com o primeiro modelo de CDT – neutralidade na exportação de capital (embora com alterações de
perspectiva com Modelo do México de 1943, de Londres de 1946, Andino de 1973), retomados e
afinados pelos Modelos da OCDE de 1963, 1977 e 1991, estando-se agora no modelo revisto de 2017
(algo modificado no Modelo ONU – considerando interesses de PVD e neutralidade na importação de
capital).

Você também pode gostar