Pontifícia Universidade Católica Do Rio Grande Do Sul Faculdade de Odontologia Programa de Pós-Graduação em Odontologia Mestrado em Prótese Dentária
Pontifícia Universidade Católica Do Rio Grande Do Sul Faculdade de Odontologia Programa de Pós-Graduação em Odontologia Mestrado em Prótese Dentária
Pontifícia Universidade Católica Do Rio Grande Do Sul Faculdade de Odontologia Programa de Pós-Graduação em Odontologia Mestrado em Prótese Dentária
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
MESTRADO EM PRÓTESE DENTÁRIA
PORTO ALEGRE
2009
1
PORTO ALEGRE
2009
2
CDD 617.692
Ficha elaborada pela bibliotecária Cíntia Borges Greff CRB 10/1437
3
AGRADECIMENTO ESPECIAL
À minha orientadora, Profª Drª Rosemary Sadami Arai Shinkai, pela atenção,
dedicação e orientação, as quais foram fundamentais para a execução deste
trabalho.
Meus sinceros e especiais agradecimentos!
5
AGRADECIMENTOS
Aos professores de mestrado Dr. Eduardo Rolim e Dr. Márcio Lima Grossi,
pelos ensinamentos e convívio.
A Tia Elaine, pela revisão ortográfica. Não tenho palavras para agradecer a
prontidão em me ajudar.
7
RESUMO
ABSTRACT
The achievement of passive fit of the metal framework results from a meticulous
process including clinical and laboratorial procedures. One of the main causes of
laboratory distortions is the application of the aesthetic veneering material. The
purpose of this study was to evaluate the distribution of tensions on abutments of
implant-supported fixed total prosthesis. The effect of the veneering material (acrylic
resin) and number of abutments (five or four) was investigated. Four metallic bars
cast in Palladium-Silver alloy were fabricated to simulate implant-supported fixed total
prosthesis on five dental implants. Strain gauges were fixed on the abutments to
measure the tension before and after the application of the veneering material (n=4).
The values of tension were measured in two situations: over five or four abutments in
the master model. The tension data had a normal distribution and were analyzed by
using Two-Way Analysis of Variance. No statistically significant difference was found
as a function of the main factors (veneering material P=0.172; number of abutments
P=0.523) or the interaction of main factors (P=0.604). The results of this study
suggest that the application of acrylic resin veneering do not increase the tension in
abutments. In this in vitro study, there was no significant difference between the
values of tension in the model with five and four abutments.
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 17
2.1 BIOMECÂNICA DOS IMPLANTES EM MANDÍBULAS EDÊNTULAS ................ 17
2.2 REVESTIMENTO ESTÉTICO ............................................................................. 19
3 PROPOSIÇÃO ....................................................................................................... 21
4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 22
4.1 CONFECÇÃO DO MODELO-MESTRE............................................................... 23
4.1.1 Confecção da base em resina epóxi ................................................................ 23
4.1.2 Perfurações da base em resina epóxi .............................................................. 24
4.1.3 Fixação dos implantes na base de resina epóxi ............................................... 24
4.2 CONFECÇÃO DAS BARRAS METÁLICAS ........................................................ 26
4.3 APLICAÇÃO DO REVESTIMENTO ESTÉTICO ................................................. 28
4.3.1 Enceramento .................................................................................................... 28
4.3.2 Aplicação da resina acrílica termopolimerizável ............................................... 29
4.3.2.1 Acabamento e condicionamento da estrutura metálica ................................. 29
4.3.2.2 Aplicação da resina acrílica termopolimerizável ............................................ 30
4.3.2.3 Verificação das dimensões do revestimento ................................................. 31
4.4 PROCEDIMENTOS PARA MEDIÇÃO DE DEFORMAÇÃO ................................ 32
4.4.1 Extensômetros ................................................................................................. 32
4.4.1.1 Posicionamento dos extensômetros nos pilares ........................................... 32
4.4.1.2 Colagem dos extensômetros nos pilares ....................................................... 33
4.4.2 Instrumentação para a leitura das deformações .............................................. 33
4.5 ENSAIOS ............................................................................................................ 34
4.5.1 Deformação inicial das barras metálicas .......................................................... 34
4.5.2 Avaliação da deformação nos pilares em função do revestimento estético ..... 35
4.5.3 Avaliação da deformação nos pilares em função do número de pilares que
sustentam a estrutura metálica ................................................................................. 36
4.6 CONVERSÃO DOS VALORES DE DEFORMAÇÃO EM TENSÃO .................... 38
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA ..................................................................................... 39
5 RESULTADOS ....................................................................................................... 40
12
6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 42
7 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 48
ANEXO – CARTA DE APROVAÇÃO DA COMISSÃO CIENTÍFICA E DE ÉTICA
DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA PUCRS ................................................ 53
13
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DE LITERATURA
A adaptação precisa entre implante e pilar, assim como entre pilar e estrutura
protética é um fator determinante para o sucesso a longo prazo de próteses
implantossuportadas (WATANABE et al., 2000). Assim como em próteses fixas
convencionais, a causa da desadaptação da estrutura protética é multifatorial (KAN
et al., 1999). A distorção pode ocorrer nas dimensões dos eixos x, y, e z
(NICHOLLS, 1980; TAN et al., 1993) e ser decorrente de um ou mais fatores como:
posicionamento dos implantes, técnicas e matérias de moldagem, fabricação da
estrutura metálica e aplicação do revestimento estético (TAN et al., 1993; JEMT ;
LEKHOLM, 1998; CIFTÇI ; CANAY, 2000; SAHIN ; CEHRELI, 2001; MURPHY et al.,
2002; NACONECY et al., 2004; ASSUNÇÃO et al., 2009; GEREMIA et al., 2009;
SUEDAM et al., 2009).
2008). Por outro lado, a densidade óssea também tem fundamental importância na
distribuição e transmissão das tensões, uma vez que o titânio tem cinco vezes mais
resistência para suportar tensão do que o osso alveolar (ALBREKTSSON et
al.,1986; MIYATA et al., 2000)
3 PROPOSIÇÃO
Este estudo teve por objetivo avaliar as tensões geradas nos pilares de
próteses totais fixas implantossuportadas tipo Protocolo Bränemark, em função do
efeito da aplicação de revestimento estético e do número de implantes, utilizando
extensometria de resistência elétrica.
22
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 3: Esquema da barra metálica: a) vista posterior; b) vista lateral; c) dimensões da barra
em secção transversal.
Fonte: A autora (2009)
A soldagem dos cinco segmentos de cada barra foi realizada (EV LASER 900,
Bergamo, Itália) sobre o respectivo index originado de cada modelo mestre. O index
é método de transferência mais fiel da posição dos pilares para um modelo de gesso
de trabalho (NACONECY et al., 2004). Para a confecção do index os cinco
segmentos de cada barra foram instaladas sobre os pilares com um torque de
10Ncm. A seguir foi realizada uma esplintagem em resina acrílica (Pattern Resin®,
GC Corporation, Tókio, Japão), unindo os quatro pontos de solda. Após o término do
tempo de polimerização de 30 minutos, os segmentos esplintados foram
desaparafusados do modelo mestre. Cinco análogos de pilar Standard (SLA20 – 3i
Implant Innovations, Flórida, EUA) foram então aparafusados em cada um dos
cilindros. O conjunto segmentos esplintados/análogos foi inserido em uma base de
gesso tipo IV (GC Fujirock® EP, GC Europe, Leuven, Bélgica), obtendo-se assim o
index para soldagem a laser. Este index foi usado para a soldagem das cinco barras
(GEREMIA, 2006; NACONECY, 2006). Desta forma, todas as barras tiveram um
ajuste considerado passivo sobre um único modelo de trabalho. O ajuste passivo de
cada barra foi verificado visualmente, sendo aparafusado um único parafuso de cada
vez e nenhuma fresta poderia ser detectada em nenhum dos outros pilares. Este
procedimento foi realizado nos cinco parafusos de cada barra, um a um (Figura 4).
4.3.1 Enceramento
Sobre uma das quatro barras foi feito um enceramento, utilizando o sistema
de gotejamento de cera PKT (Duflex SSWhite, Juiz de Fora, MG, Brasil), para a
padronização do revestimento estético. O enceramento sobre a barra media 3 mm
no sentido vestíbulo-lingual e 3 mm no sentido ocluso-cervical incluído o
comprimento de extremo livre (cantilever) de 20 mm no lado esquerdo. Assim, o
padrão de cera tinha espessura uniforme de 3 mm, sobre a superfície da barra
metálica (Figura 5). Esta espessura foi estipulada com o intuito de simular a
quantidade de resina termopolimerizável empregada em próteses tipo protocolo
Bränemark.
29
Figura 5: Enceramento sobre barra metálica: a) vista posterior; b) medida com paquímetro
digital; c) esquema das dimensões em secção transversal.
Fonte: A autora (2009)
Foi realizado o jateamento das barras com Al2O3, com granulação de 110-250
m, sob pressão de 3 bars. A distância entre a ponta do jato e a superfície a ser
jateada foi de 2 cm com um ângulo de 45º.
30
Figura 7: Revestimento sobre barra metálica: a) vista posterior; b) medida com paquímetro
digital; c) esquema das dimensões em secção transversal.
Fonte: A autora (2009)
4.4.1 Extensômetros
Antes da colagem dos extensômetros, a superfície dos pilares foi limpa para
que tivesse contato uniforme entre ambos. A colagem foi feita com auxílio de uma
pequena quantidade do adesivo (Loctite 406, Henkel Loctite Adesivos Ltda., Itapevi,
SP, Brasil) sobre a superfície de contato dos extensômetros.
aquisição de dados Spider 8 que capta a mudaça de sinal elétrico em milivolts (HBM
Inc., Berlim, Alemanha). Esses sinais foram processados por um software, para
aquisição de dados, Catman® versão 4.1 (HBM Inc., Berlim, Alemanha). Os dados
obtidos eram visualizados no monitor do computador. Cada extensômetro
correspondia a um canal da placa de aquisição de dados. Dos dados referentes a
cada um dos três extensômetros fixados em cada pilar, foi escolhido o canal de
maior sensibilidade as deformações (maior sinal) como a medida do pilar. Após os
cinco canais terem sido processados, os sinais, medidos em milivolts, foram
transformados no software em unidade de deformação (µm/m - micrômetro por
metro).
Є = (∆R/R) / K
Onde:
Є = Deformação em µm/m.
R = Resistência do extensômetro em Ohms.
∆R = Variação da Resistência em Ohms.
K = Fator Gage (2.15).
4.5 ENSAIOS
manual tipo hexagonal (3i Implant Innovations, Flórida, EUA) até que uma
resistência fosse percebida pelo operador. Neste momento, os canais de leitura das
deformações foram zerados para que se pudessem captar apenas as deformações
decorrentes do apertamento dos parafusos com torque controlado. A partir deste
ponto, um torque de 10 N.cm foi utilizado por meio de um controlador de torque
digital (DEC 600-1 Osseocare Drilling Equipment, Nobel Biocare AB, Gotemburgo,
Suécia) e de uma chave hexagonal para torque controlado (RASH3N - 3i Implant
Innovations, Flórida, EUA). Foi utilizado um jogo de parafusos para cada barra a fim
de que a fadiga fosse similar.
Os passos dos itens 4.5.1 - Deformação inicial das barras metálicas e 4.5.2 -
Avaliação da deformação nos pilares em função do revestimento estético - foram
repetidos com o arranjo de quatro pilares sobre o mesmo modelo mestre.
A fim de se obter o modelo com tal arranjo, foi feita a remoção do pilar central
(pilar número 3) resultando em um modelo-mestre com quatro pilares distribuídos
simetricamente nos lados direito e esquerdo em relação à linha média do arco
(Figura 9).
37
5 RESULTADOS
6 DISCUSSÃO
Mesmo que não possam ser diretamente extrapolados para uma situação
clínica, os resultados deste estudo sugerem que a etapa do revestimento poderia ser
considerada mais crítica que a etapa de fabricação da estrutura metálica. Verificou-
se que, após a aplicação do revestimento, houve uma variabilidade maior entre os
valores de tensão do que os valores sem revestimento de resina acrílica
termopolimerizável. Assim, justifica-se a necessidade de se empregar uma técnica
controlada de aplicação do revestimento para que um eventual aumento de tensão
gerada no sistema permaneça dentro de parâmetros clínicos aceitáveis. O uso de
resinas microparticuladas fotopolimerizáveis tem sido sugerido e testado. Essas
resinas fotopolimerizáveis, assim como as resinas acrílicas, apresentam bom
desempenho na absorção de tensões, porém este material tem um custo mais
elevado que o da resina acrílica e exige uma técnica de aplicação mais demorada e
minuciosa (GRACIS et al., 1991; CIFTÇI; CANAY, 2000).
7 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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