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História da Terapia Ocupacional

Conteudista
Prof. Me. Adriano Conrado Rodrigues

Revisão Textual
Prof.ª Esp. Lorena Garcia Aragão de Souza
OBJETIVOS DA UNIDADE
• Compreender os aspectos que influenciaram na formação da identidade
profissional e a relação entre diferentes culturas;

• Conhecer os principais marcos históricos da terapia ocupacional, desde


a sua concepção até os dias atuais.

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Aspectos Ontológicos da
Terapia Ocupacional
“Se temos uma doença ocupacional, por que não uma terapia ocupacional?”

Essa frase foi proferida pelo então arquiteto George E. Barton, por volta de 1914.
Além de ser considerada a primeira vez em que o termo “terapia ocupacional”
foi citado, ela nos remete a uma situação de causa e efeito. Porém, uma análise
mais criteriosa nos leva à busca do entendimento sobre a complexidade do ser
humano, ou seja, questões relacionadas à sua existência, à sua consciência, ao
seu papel social e às atividades que desenvolve, ao ambiente em que interage, e
questões que auxiliem na manutenção da sua saúde e do seu bem-estar.

Pode-se dizer também que nascemos a partir do sentimento de compassividade,


frente às adversidades; eventos como guerras, pandemias e outras situações em
que o ser humano é impactado de forma ampla (física, emocional e socialmente),
tendem a demandar a atenção terapêutica ocupacional, e assim acabam por dar
evidência sobre a importância desse profissional nos diferentes contextos.

Figura 1 – Artigo de Hart e Albert Bushnell (1919, 15 de julho). War pensions and
something better
Fonte: THE MENTOR ASSOCIATION, 1919, n. p.
#ParaTodosVerem: artigo de jornal, datado de 15 de julho de 1919, composto de texto e foto de veteranos
de guerra pensionistas norte-americanos (Primeira Guerra Mundial), executando atividades manuais de
seus interesses, como proposta para reinserção social, dando a entender que a condução clínica seria
oferecida por terapeutas ocupacionais. Fim da descrição.

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Certamente, isso influenciou ao longo do tempo a formação da identidade desse pro-
fissional, nos remetendo aos aspectos ontológicos e epistemológicos da profissão.

Enquanto a epistemologia se preocupa com a natureza do conhecimento, de que


lugar ele surgiu, como foi formado e quais suas bases, a ontologia, ramo da me-
tafísica, está preocupada em identificar as coisas que realmente existem.

Na terapia ocupacional, esse “encontro” se dá à medida que pesquisamos e cor-


relacionamos os elementos pessoais e constitutivos da profissão – as experiên-
cias (e as evidências) da prática contextualizada e dos campos de pesquisa ou o
olhar científico para a ocupação humana.

Assim, considerando os elementos constitutivos da profissão, temos a seguinte


configuração para definição:

• Objeto: um substantivo, ao qual é lançado o olhar da profissão. Na tera-


pia ocupacional, a ação, o fazer humano, a atividade, o ambiente, o coti-
diano, entre outros, têm sido considerados como objetos da profissão;

• Objetivos: metas ou resultados que se deseja alcançar a partir da in-


tervenção profissional (por exemplo, melhorar o desempenho nas ati-
vidades, aumentar a autonomia da pessoa na realização de tarefas de
seu interesse, promover independência nas atividades da vida diária ou
prática, promover maior participação ou inclusão social, entre outros);
no objetivo, o “verbo” é a essência;

• Instrumentos de trabalho: caracterizam as intervenções, próprias de cada


profissão; recursos terapêuticos e metodologia de trabalho do profissional;

• Clientela: uma realidade, uma pessoa ou um grupo, como parte de um


contexto institucional ou social. Caracteriza o público-alvo da abordagem
terapêutica ocupacional.

Ao longo dos mais de cem anos de existência da terapia ocupacional no mundo,


e mais de cinquenta anos no Brasil, inúmeras definições foram publicadas. Para
um olhar temporal e uma análise da evolução das características ontológicas e
epistemológicas da profissão, trago três momentos:

A primeira definição de terapia ocupacional, realizada em 1922, pelo médico


H. A. Pattison, foi: “qualquer atividade, mental ou física, claramente prescrita e
orientada, com o objetivo específico de contribuir para o tratamento e acelerar
a recuperação de uma doença ou trauma” (CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C., 2007,
págs. 10-16).

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A literatura brasileira traz uma definição formulada pelo curso de terapia ocupa-
cional da Universidade de São Paulo (USP), como segue:

É um campo de conhecimento e de intervenção em saúde, educação


e na esfera social, reunindo tecnologias orientadas para a emanci-
pação e autonomia das pessoas que, por razões ligadas a problemá-
tica específica, físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais,
apresentam, temporariamente ou definitivamente, dificuldade na
inserção e participação na vida social. As intervenções em Terapia
Ocupacional dimensionam-se pelo uso da atividade, elemento cen-
tralizador e orientador, na construção complexa e contextualizada
do processo terapêutico.
DE CARLO; BARTALOTTI, 2001. p. 63-80

Já o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Brasil (COFFITO)


traz a seguinte definição:

Profissão nível superior voltada aos estudos, à prevenção e ao tra-


tamento de indivíduos portadores de alterações cognitivas, afetivas,
perceptivas e psicomotoras, decorrentes ou não de distúrbios genéti-
cos, traumáticos e/ou de doenças adquiridas, através da sistematiza-
ção e utilização da atividade humana como base de desenvolvimento
de projetos terapêuticos específicos, na atenção básica, média com-
plexidade e alta complexidade.
COFFITO

Nessas definições, podemos observar claramente o olhar para a saúde, e a di-


mensão em que a terapia ocupacional se posiciona nesse universo, o que tam-
bém diz sobre a identidade do profissional, uma vez que tais definições pontuam
os objetos, os objetivos, os materiais e a clientela.

Assim, temos que a identidade da terapia ocupacional se relaciona intimamente


com a visão de saúde e do próprio ser humano, bem como com as atividades que
realiza, e assim também evolui ou se constrói na relação tempo e espaço.

Na prática, estudar a história da terapia ocupacional significa buscar no passa-


do algumas das respostas para dúvidas ou questões do tempo presente, sem
reduzir essa busca a uma visão de mundo fora do contexto atual, ou seja, sem
conexão com a realidade e as exigências que essa realidade traz.

Nesse processo de busca histórica e contextos sociais “vivos” que se compõem a


partir de um “acúmulo” contextualizado de experiências é que se forma a ideolo-
gia e até a diversidade de recursos empregados na terapia ocupacional.

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Há que atentar, ainda, para o fato de que uma história de caráter evolucionista
(continuidade e periodização linear) pode levar a uma ideia reducionista de pen-
samento ou realidade, o que também é característica de determinadas culturas e
respalda o uso de modelos ou determinadas abordagens em terapia ocupacional.

É importante compreender que, quando evocamos a ideia de terapia ocupacio-


nal, temos diferentes âmbitos que se referem desde às práticas de atenção e
cuidado a populações específicas, passando pelas propostas de formação téc-
nica, profissional e acadêmica de uma área específica de conhecimento, até os
processos de regulamentação e institucionalização da profissão.

Podemos aqui reconhecer a centralidade das mulheres para o desenvolvimento


da terapia ocupacional. É fato o protagonismo de mulheres nesse processo, pro-
tagonismo que estaria associado à situação de submissão que caminhou para
emancipação de gênero em seus diversos contextos históricos, até os dias atuais.

É importante compreender como as origens da profissão estão intimamente liga-


das à possibilidade de inserção de parte das mulheres (principalmente brancas
e de elites urbanas) em outras esferas da vida social, que não apenas as ligadas
ao espaço doméstico, destacando a participação nas instituições de ensino, nas
instituições de caridade e benemerência (especialmente as de caráter religioso),
nas universidades e, também, como parte da resposta a demandas do mercado
de trabalho.

Algumas dessas mudanças foram possíveis devido ao contexto social estaduni-


dense do final do século XIX e início do século XX, em uma sociedade marcada
pelo processo de transformação do capital monopolista.

Nesse contexto de transformações, mulheres rechaçaram o casamento e dedica-


ram suas vidas ao ensino, à enfermagem ou ao trabalho social.

Outras, ainda que casadas, pertenciam a legiões e a grupos de caridade e/ou


de outros tipos de ajuda social. Essa ampliação de circulação e de inserção em
diferentes espaços sociais pôde criar referências femininas em outras esferas
públicas.

A criação da Hull House, no contexto da Escola de Cívica e Filantropia de Chicago, faz


parte desse processo, no qual muitas jovens mulheres foram impulsionadas pelos
movimentos feministas da época, que mudaram as noções de ajuda e compromis-
so social voluntário (baseado em perspectivas morais e religiosas) para valorizar
suas atividades laborais, proporcionando suas inserções em empregos formais.

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A Hull House era um abrigo de extrema importância para o movimento de mu-
lheres em Chicago, tendo contribuído para a formação política, profissional e
laboral de muitas mulheres, além de ter oferecido apoio a muitas famílias, prin-
cipalmente imigrantes.

Figura 2 – Hull House, no início do século XX


Fonte: Wikimedia Commons
#ParaTodosVerem: uma grande casa no estilo mansão, com tijolos à vista, preenchendo todo um quarteirão,
com ruas desertas ao seu redor, na cidade de Chicago, EUA. Fim da descrição.

Podemos dizer que foi o movimento desses abrigos sociais que permitiu que
muitas mulheres (brancas e de elites urbanas) se inspirassem e começassem a
desenvolver atividades laborais, uma vez que mulheres pobres, mulheres negras
(ou ambas) e mulheres pobres imigrantes, sempre trabalharam, de um modo
ou de outro, fora de seus espaços domésticos. Para Morrison e colaboradores
(2021), pela primeira vez, aquelas mulheres começaram a observar maneiras al-
ternativas de participação social, podendo optar por distanciarem-se de formas
tradicionais, como o casamento e a família.

As mulheres fundadoras da Hull House buscavam compreender as condições e as


circunstâncias em que viviam outras mulheres e as famílias de imigrantes, o que
se traduzia, por um lado, em ajuda imediata e, por outro, em elaboração teórica
sobre esses temas, tarefa compartilhada com a Universidade de Chicago.

Jane Addams e Ellen Gates Starr, como principais fundadoras da Hull House no
final dos anos de 1880, Julia Lathrop, uma das primeiras a se incorporar a essa
instituição, e Eleanor Clarke Slagle foram as primeiras mulheres responsáveis
pelas ações da Hull House. Esse trabalho, no âmbito da ação social, do lidar com

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demandas da questão social da sociedade capitalista que se levantava sob os
alicerces estadunidenses, sob um enfoque político, começa também, para parte
dessas mulheres, a oferecer parâmetros para ações que, mais tarde, viriam com-
por propostas em torno da terapia ocupacional.

Adolf Meyer se junta a essas mulheres e começa a trabalhar com as reformas


no tratamento de pessoas tidas como doentes mentais, sendo que um de seus
pressupostos era que as deploráveis condições da vida dos pobres e dos traba-
lhadores nas cidades que se agigantaram poderiam ser parte das causas que
favoreciam ou mantinham situações de enfermidades.

Além disso, tentavam responder, também, às críticas da época sobre a ausência


de “ciência” nesses “novos métodos” empregados em Psiquiatria, publicando al-
guns artigos originados dessas práticas.

Em 1910, Adolf Meyer solicita à Julia Lathrop a indicação de uma trabalhado-


ra social que pudesse se incorporar ao Hospital Johns Hopkins (na cidade de
Baltimore), dirigido por ele, para trabalhar com pessoas tidas como doentes
mentais. Lathrop sugere Slagle, que aceita a incumbência.

Depois de dois anos de trabalho, Meyer destacava Slagle como a principal refe-
rência para o serviço de terapia ocupacional.

Ao fim dessa experiência, Slagle regressa a Chicago, em 1913, para fundar a pri-
meira escola de terapia ocupacional.

As principais dificuldades no desenvolvimento da profissão, para as primeiras


terapeutas ocupacionais, centraram-se em dois principais aspectos: 1) o posicio-
namento dentro do campo da medicina; 2) a terapia ocupacional ser considerada
como uma profissão de mulheres.

Desde seus inícios, a terapia ocupacional foi considerada uma nova profissão
para mulheres, e, para legitimar-se como uma disciplina profissional a ser reco-
nhecida, buscou articulações com a medicina, até então um campo masculino e,
assim como hoje, com elevado reconhecimento e poder social. O papel dos ho-
mens dentro do mundo visível da medicina, e o das mulheres dentro da invisibi-
lidade das redes de caridade e de boas moças e senhoras de bem, conformaram
os mecanismos empregados pela primeira geração de terapeutas ocupacionais.

As primeiras mulheres consideradas terapeutas ocupacionais foram Eleanor


Clarke Slagle, assistente social que se juntou à Hull House, Susan Cox Jonhson,
enfermeira que pretendia provar que as ocupações poderiam melhorar a saúde
física e mental dos pacientes internados em contextos hospitalares, e Susan

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Elizabeth Tracy, enfermeira, uma das pioneiras no uso das ocupações como tra-
tamento e uma das primeiras a sistematizar suas reflexões.

A Primeira Guerra Mundial teve início em 1914, contudo, os Estados Unidos ape-
nas se inseriram de forma oficial em 1917, sendo assim, a profissão reconhecida
nesse mesmo ano nesse país não surgiu como resultado imediato da Guerra, e
sim nesse contexto.

Tal momento histórico possibilitou um grande desenvolvimento e uma expansão


da profissão, uma vez que a terapia ocupacional se configurou como uma das
profissões que compunham as “auxiliares da reconstrução”, lidando com lesões
e deficiências geradas pela Guerra, participando ativamente nos processos de
reabilitação.

A terapia ocupacional teve sua expansão nos Estados Unidos nas primeiras dé-
cadas do século XX, experimentando uma importante retomada dessa expansão
nos anos da Segunda Guerra Mundial e chegando na América Latina, enquanto
programa de formação profissional, a partir da década de 1950, configurando
uma segunda onda de crescimento.

Na tese de doutorado da terapeuta ocupacional Pamela Cristina Bianchi, apre-


sentada pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, em 2019, temos que o
conceito de espaço pode advir de território, como uma combinação que conside-
ra, ainda, processo e relação, ultrapassando o espaço geográfico físico; nesse se-
guimento, articula-se ainda o conceito de comunidade, que compõe com a ideia
de coletividade, redes, pertencimento e identidade.

Leitura
Leia, na íntegra, a tese de Pamela, intitulada
“Terapia Ocupacional, Território e Comu-
nidade: Desvelando Teorias e Práticas a
Partir de um Diálogo Latino-Americano”.

A Confederação Latino-americana de Terapia Ocupacional (Clato), fundada em


1997, conta atualmente com os seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile,
Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru,
Uruguai, Venezuela e Porto Rico (considerado território dos Estados Unidos da
América e não um país independente).

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As epidemias de poliomielite e a história da loucura (principalmente pelas ideias
do tratamento moral) são alguns dos marcos importantes para abordar as histó-
rias da terapia ocupacional nos países latino-americanos.

A poliomielite foi, durante séculos, uma importante causa de invalidez e de morte


infantil, até a criação da vacina contra essa doença, em meados da década de
1950. Na América Latina, os primeiros casos de poliomielite foram identificados
e registrados no final do século XIX no México, em 1906 na Argentina, em 1909
no Chile, em 1911 no Brasil, em 1915 na Colômbia e em 1928 na Venezuela.
Entretanto, seu reconhecimento epidêmico nesses países foi declarado entre os
anos de 1930, 1940 e 1950.

A poliomielite epidêmica e suas consequências foi um dos argumentos principais


para a criação e/ou para a ampliação dos centros de reabilitação física e hospitais
infantis, entre outras instituições de assistência, no contexto latino-americano.
Isso pode ser observado pela criação do Hospital Infantil do México, em 1943,
do Centro de Reabilitação Infantil no Chile, em 1947, da Associação Brasileira
Beneficente de Reabilitação, em 1954, entre outros centros de reabilitação e as-
sociações que tiveram um crescimento importante, decorrente de investimentos
nacionais e articulações internacionais, fruto de preocupações com a circulação
de pessoas e mercadorias diante do avanço da epidemia, além de serem algu-
mas das principais instituições que começaram, nos anos de 1950, os programas
de formação em terapia ocupacional.

Esse contexto regional, caracterizado por países latino-americanos sendo obri-


gados a lidar com as causas dessas epidemias de poliomielite ao mesmo tempo
em que se produziam tecnologias de atenção às pessoas acometidas por essa
enfermidade e técnicas de prevenção às infecções, desencadeou o desenvolvi-
mento de disciplinas relacionadas com a reabilitação, além da importação de
conhecimentos e práticas de países do Norte que, dado o interesse econômico
agroexportador que criava laços importantes entre os países dessas regiões, já
tinham passado por esse quadro e detinham maiores informações, principal-
mente na área da saúde, durante o período posterior à Segunda Guerra Mundial.

Tal processo desencadeou a criação e a expansão de carreiras compreendidas,


até então, como tecnologias médias, entre elas a terapia ocupacional.

Para as histórias da terapia ocupacional nos países da América Latina, tão impor-
tantes quanto os centros de reabilitação física criados ou impulsionados pelos
interesses postos em torno das epidemias de poliomielite foram os hospitais
psiquiátricos e as instituições que lidavam com pessoas tidas como loucas, ou
com problemáticas decorrentes da questão social, como detentos, pessoas em
situação de rua ou prostitutas.

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Em 1940, a ONU passa a assumir a coordenação, o planejamento e o supri-
mento de reforços em áreas voltadas à reabilitação, partindo de diversas orga-
nizações, como a OMS, que se responsabilizou pela formação de profissionais
de reabilitação, como médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fisiote-
rapeutas, entre outros. Em 1951, a ONU começa a enviar emissários para a
América Latina a fim de identificar possíveis locais para instalação de um centro
de reabilitação.

Um desses locais escolhidos foi o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina


da Universidade de São Paulo (HC-USP), que já tinha um reconhecimento
internacional.

No Brasil, tanto a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação quanto


o HC- USP começaram a ser assessorados por essas agências internacionais
para introduzir práticas especializadas em reabilitação até então inexistentes
no Brasil.

Além disso, a criação de programas de formação profissional também foi um dos


seus resultados, como no caso da própria terapia ocupacional, no Brasil, entre
outras profissões que foram criadas e/ou impulsionadas nesse contexto.

Ainda sobre formação profissional, alguns técnicos e profissionais que atuavam


na área de reabilitação no HC-USP foram enviados aos Estados Unidos para se
especializarem. Esse foi o caso de Neyde Tosetti Hauck, assistente social e enfer-
meira, que foi estudar terapia ocupacional na New York University, com financia-
mento da OMS, além dos terapeutas ocupacionais trazidos ao Brasil para contri-
buir com programas de formação profissional.

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Quadro 1 – Ano de criação de programas de formação profissional em terapia ocupa-
cional, em cada país, instituição e cidade, nos dez primeiros anos

Ano de
País Instituição Cidade
início

Escola de Reabilitação do Rio de Rio de


Brasil 1956
Janeiro. Janeiro

Cidade do
México Hospital Infantil de México. 1957
México

Instituto de Reabilitação
Brasil do Hospital das Clínicas da São Paulo 1958
Universidade de São Paulo.

Escuela Nacional de Terapia Buenos


Argentina 1959
Ocupacional. Aires

Instituto Venezolano de Los Seguros


Venezuela Caracas 1959
Sociales.

Instituto Universitário de
Brasil Reabilitação da Faculdade de Recife 1962
Medicina do Recife.

Faculdade de Ciências Médicas de Belo


Brasil 1962
Minas Gerais. Horizonte

Facultad de Medicina – Universidad


Chile Santiago 1963
de Chile.

Facultad de Medicina –
Colômbia Bogotá 1966
Universidade Nacional de Colombia.

Fonte: Adaptada de MONZELIA; MORRISON; LOPES, 2019, p. 244

Essa discussão pressupõe a reflexão sobre os modos de vida dos sujeitos, e as


relações que eles estabelecem com seus espaços de vida para busca de uma in-
tervenção que promova a tessitura da solidariedade nos lugares como uma das
finalidades da ação técnica.

Nesse processo, destacam-se ainda cinco princípios presentes na atuação tera-


pêutica ocupacional com base no território-comunidade: a atuação implicada no

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coletivo e nas relações sociais; a tessitura de redes formais e informais; a cons-
trução de vínculos por meio do uso das atividades; a horizontalidade e a disponi-
bilidade nas relações; e as estratégias para lidar com a vulnerabilidade social nos
âmbitos micro e macrossocial.

É sob esse olhar que surge a terapia ocupacional e que passaremos a abordar
a seguir.

Marcos Históricos da Terapia


Ocupacional
A terapia ocupacional comemorou seu centenário em 2017, mas referências ao em-
prego das atividades com finalidades de saúde vêm muito anterior à sua fundação.

• Em 2600 a.C., os povos chineses já recomendavam a atividade para com-


bater doenças;

• Em 220 d.C., o grego Hipócrates recomendava o trabalho para garantir o


equilíbrio corpo-mente;

• Em 1786, o médico psiquiatra Philippe Pinel (principal precursor do pro-


cesso de mudança que possibilitou o surgimento do alienismo na socie-
dade moderna) reformou a atenção à saúde mental na França, valorizan-
do a ocupação como tratamento moral;

• Em 1852, o Hospital D. Pedro II – Rio de Janeiro, passou a utilizar a ocu-


pação como tratamento;

• Em 1898, houve a criação da Colônia Juliano Moreira – Rio de Janeiro, que


enfatizou o trabalho no campo como terapia;

• Em 1914, a Primeira Grande Guerra Mundial impulsionou a reabilitação físi-


ca, recuperando soldados com atividades de carpintaria e pintura; foi nessa
fase que o arquiteto norte-americano George Edward Barton criou o termo
“terapia ocupacional”, para explicar a utilização das ocupações como terapia;

• Em 1917, foi criada a Associação Americana de Terapia Ocupacional


(American Occupational Therapy Association – AOTA); essa foi a primeira
associação para profissionais terapeutas ocupacionais da história, por-
tanto, o “marco zero” da contagem para o centenário da profissão;

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Figura 3 – Foto dos fundadores da terapia ocupacional, em 1917
Fonte: crefito12.org.br
#ParaTodosVerem: seis pessoas (fundadores da terapia ocupacional) dispostas em fotografia, como segue,
fileira de trás, da esquerda para a direita: William Rush Dunton, Isabel Newton, Thomas Bessell Kidner;
fileira da frente, da esquerda para a direita: Susan Cox Johnson, George Edward Barton, Eleanor Clarke
Slagle. Fim da descrição.

• Em 1940, houve o movimento internacional de reabilitação, que incenti-


vou o início da laborterapia no Brasil;

• Em 1944, a médica psiquiatra Nise da Silveira implementou o serviço de


terapia ocupacional no Hospital D. Pedro II – Rio de Janeiro;

• Em 1945, os países mais atingidos com a Segunda Grande Guerra Mun-


dial enfatizaram a implantação de serviços de terapia ocupacional;

• Em 1951, a Organização das Nações Unidas – ONU escolheu o Hospital


das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo –
HCFMUSP para implantar um Centro de Reabilitação no Brasil;

• Em 1952, houve a fundação da World Federation of Occupational Therapy


– WFOT;

• Em 1959, houve a criação do Curso Técnico de Alto Padrão em Terapia


Ocupacional (formação de dois anos), USP-SP;

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• Em 1960, houve a criação do primeiro centro de reabilitação profissional
do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) – Brasil;

• Em 1964, teve início a primeira turma do curso de graduação em terapia


ocupacional do Brasil, na Universidade de São Paulo – USP;

• Em 1969, houve a regulação da profissão de terapeuta ocupacional no


Brasil, através do Decreto-Lei 938, de 13 de Outubro;

• Em 1987, houve a publicação da “Carta de Bauru”, promovendo o engaja-


mento profissional e social na luta antimanicomial, com o protagonismo
dos terapeutas ocupacionais;

• Em 1989, houve a fundação da Associação Brasileira dos Terapeutas


Ocupacionais – ABRATO;

• Em 1999, houve a publicação da primeira Portaria do Ministério da


Saúde do Brasil, que menciona a terapia ocupacional como parte da
equipe de Cuidados Prolongados, nas estratégias do Sistema Único de
Saúde – SUS;

• Em 2009, houve o reconhecimento do Conselho Federal de Fisioterapia


e Terapia Ocupacional – COFFITO, para as primeiras especialidades da
terapia ocupacional – Resolução COFFITO 366/2009;

• Em 2011, houve o reconhecimento da terapia ocupacional como parte


do Sistema Único de Assistência Social – SUAS;

• Em 2012, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional –


COFFITO estabeleceu os Parâmetros Assistenciais Terapêuticos Ocu-
pacionais;

• Em 2014, houve a inclusão da terapia ocupacional na lista de profissões


reconhecidas como pertencentes à área de saúde do Mercosul;

• Em 2017, houve as comemorações do centenário da terapia ocupacional;

• Em 2020, a American Occupational Therapy Association – AOTA publicou


no American Journal of Occupational Therapy a “Occupational therapy
practice framework: domain and process” ou, como traduzido para a lín-
gua portuguesa: “A estrutura da prática em terapia ocupacional: domí-
nio e processo”.

15
Leitura
Leia o artigo “Occupational Therapy Prac-
tice Framework: Domain and Process –
Fourth Edition” publicado pelo jornal “Ame-
rican Journal of Occupational Therapy” e
saiba mais.

Figura 4 – Representação visual de todos os aspectos da estrutura da terapia ocupacio-


nal: domínio e processo
Fonte: AOTA, 2020
#ParaTodosVerem: a figura fornece uma representação visual em forma de círculo, de todos os aspectos do
domínio e do processo, e o objetivo abrangente da profissão escrito no centro do círculo: “alcançar saúde,
bem-estar e participação na vida por meio do engajamento na ocupação”; os conceitos estão dispostos da
extremidade para o centro, nas cores roxa (extremidade), verde (linha média) e laranja (centro); escritos em
branco e dourado. Fim da descrição.

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Em uma análise atual, considerando dados da realidade geopolítica do Brasil e
dados do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Brasil sobre
a consolidação da terapia ocupacional nas práticas desse território, vemos que
(logicamente não limitando-se somente a isso) há uma maior densidade demo-
gráfica nos estados do Norte, do Centro-Oeste, do Sul e do Sudeste. Em contra-
partida, o consumo de saúde e educação (redes particulares) é mais evidente nos
estados do Sul e Sudeste e escassos no Norte (exceto no Pará), no Nordeste e no
Centro-Oeste. A renda familiar, com exceção do Amapá, também apresenta-se
mais baixa nos estados do Norte e do Nordeste do Brasil.

A presença do terapeuta ocupacional no País se dá em maior quantidade no Sul


e no Sudeste, e com precariedade numérica, exceto nos estados do Rio Grande
do Norte, da Paraíba e de Pernambuco, nos estados do Norte, do Nordeste e do
Centro-Oeste.

Justaposto, considerando que o Sistema Único de Saúde preconiza a equidade,


a universalidade e a integralidade, nota-se evidência da necessidade desse pro-
fissional dos estados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste para desenvolver
ações junto à população desses estados e oferecer os importantes serviços, que
já estão consolidados nas áreas da saúde, da educação e da assistência social.

A partir de dados simples como esses, concluímos que os terapeutas ocupacio-


nais podem ocupar espaços ainda não explorados, haja vista que nessa perspec-
tiva, como ocorre com outras categorias profissionais, a valorização financeira e
a empregabilidade são condição sine qua non.

Em consonância a essa análise, urge a necessidade dos conselhos regionais e ao


Conselho Federal o reconhecimento das especialidades, o fortalecimento e a valida-
ção das ações do terapeuta ocupacional, bem como a normatização, a criação e a
divulgação dos procedimentos operacionais padrões dentro das especialidades que
assim permitem. Sustentarmos a nossa profissão com práticas de excelência e a em-
basarmos com evidências científicas é, talvez, o maior desafio dos próximos anos.

Assim, contextualizar a terapia ocupacional no cenário nacional, assim como


contextualizar a própria prática da terapia ocupacional, nos remete a alguns
questionamentos:

• O que realmente faz o terapeuta ocupacional num programa de atenção?

• Como posso organizar a minha prática num programa de atenção?

• O que fazer para que a equipe entenda o meu trabalho e as minhas atri-
buições?

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Esse entendimento depende das variáveis interferentes do processo de trabalho
como terapeuta ocupacional, bem como do perfil, do propósito ou das caracte-
rísticas do meio de interação ou ambiente de relação. Essa correlação é o norte
que dirige a exposição de evidências e “boas práticas” profissionais.

Nesse caminho, temos o conceito de trabalho em “rede”, como, por exemplo,


a Rede de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde do Brasil. Esse conceito de
trabalho em rede nos remete diretamente a um outro conceito, denominado
“matriciamento”.

Como descrito no texto do “Portal Educação” do Ministério da Saúde Brasileiro:

Entende-se por matriciamento, o suporte realizado por profissionais


e diversas áreas especializadas, dado a uma equipe interdisciplinar
com o intuito de ampliar o campo de atuação e qualificar suas ações.
Ou seja, matriciamento ou apoio matricial é um novo modo de produ-
zir saúde em que duas ou mais equipes, num processo de construção
compartilhada, criam uma proposta de intervenção pedagógico-te-
rapêutica. O apoio matricial, formulado por Gastão Wagner em 1999,
tem possibilitado, no Brasil, um cuidado colaborativo entre a saúde
mental e a atenção primária, e essa relação amplia a possibilidade de
realizar a clínica ampliada e a integração e diálogo entre diferentes
especialidades e profissões.
Biblioteca Virtual em Saúde

Em resumo, quanto maior o matriciamento entre os serviços (considerando os


diferentes níveis de atenção), mais fortalecida e mais eficiente a rede de atenção,
a estratégia ou a gestão; eficiência essa que deve ser mensurada a partir das
variáveis pautadas, com base nos resultados alcançados. Basicamente, é uma
questão de referência e contrarreferência (como preconiza o Sistema Único de
Saúde – SUS), e efetivá-la deve ser responsabilidade de cada profissional inserido
nesse processo.

Por outro lado, dada a complexidade das demandas de educação, saúde e assis-
tência social e da própria complexidade do ser humano, a falta de matriciamento e
a consequente fragmentação da rede, não só leva à ineficiência dos serviços, como
à desorganização e à descaracterização destes, além da frustração dos profissio-
nais. O reflexo disso se dá na falta de atenção às demandas e na formação de filas
infindáveis como constantemente é observado (ou até por alguns é vivenciado),
por cidadãos do Brasil que utilizam a rede pública de atenção básica à Saúde.

Cabe ressaltar, ainda, que segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o núme-
ro correto de terapeutas ocupacionais é de um profissional para cada mil pessoas.

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Vemos que o conceito de rede está intimamente ligado às prerrogativas dos ser-
viços, que por sua vez estão intimamente ligados às prerrogativas profissionais.
A partir disso, já temos parâmetros para responder as questões inicialmente
pautadas.

Finalmente, como parte de uma análise criteriosa para o entendimento ou diag-


nóstico contextual, pela análise geopolítica proposta, pode-se obter dados va-
liosos já disponibilizados para uma avaliação e reflexão do contexto atual da
profissão e de possíveis indicadores que justifiquem parte das dificuldades de
crescimento e consolidação da profissão no País.

Avaliar a distribuição populacional nos permite ter uma base para planejamento
da cobertura da atenção, quando correlacionado com a distribuição dos progra-
mas e dos serviços.

Evidenciar a população que paga por saúde e educação, por exemplo, permite
que o gestor ou o profissional estabeleça prioridades na atenção, quando corre-
lacionado com as demandas igualmente avaliadas por região.

Saber onde há a cobertura de saúde suplementar auxilia no direcionamento/in-


vestimento dos recursos públicos, assim como o conhecimento da renda familiar
por região, estado ou município.

Por fim, nessa breve tomada de dados geoprocessados, analisar a distribuição


dos profissionais numa correlação com todos os cenários anteriormente descri-
tos dá um indicador quanti-qualitativo de integridade na atenção, evidenciando
inclusive a necessidade de inserção de maior número de profissionais no cenário
como um todo, o que certamente envolve o número e a distribuição das institui-
ções de ensino superior.

Os marcos históricos e os caminhos pelos quais a terapia ocupacional vem con-


solidando-se (em evidência/relação teoria e prática) evidenciam a correlação com
os fundamentos que alicerçam a profissão, além de serem importantes indica-
dores para a composição do perfil profissional e do seu impacto nas diferentes
demandas sociais, como veremos em breve.

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MATERIAL COMPLEMENTAR

Site

Portal Educação
https://bit.ly/44ujBN5

Vídeos

“A Terapia Ocupacional e o Sistema Único de Assistência Social –


Algumas Reflexões”
https://bit.ly/3EhNWDL

Terapia Ocupacional: História, Objeto-Método-Teoria e Identidade


Profissional em Tempos de Pandemia
https://bit.ly/3Ei0X0k

O Modelo da Ocupação Humana e a Participação Ocupacional


https://bit.ly/3L2gGUP

Daniel Marinho | 100 Anos da Terapia Ocupacional


https://youtu.be/VYfOK_3sr5s

Homenagens aos Terapeutas Ocupacionais pelos Seus 100 Anos nos


Estados Unidos
https://bit.ly/45z0NNZ

Leitura

A Terapia Ocupacional no Brasil na Perspectiva Sociológica


https://bit.ly/47Vu0o3
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIBLIOTECA Virtual em Saúde. Matriciamento. Disponível em: < h t t p s : / / b v s m s . s a u d


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mentos e perspectivas. 4. ed. São Paulo: Plexus, 2001.

CAVALCANTI, A.; GALVÃO, C. Terapia ocupacional: fundamentação e prática. 1. ed.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

CONSELHO Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Brasil (COFFITO). Defi-


nição de Terapia Ocupacional. Disponível em: < h t t p s : / / w w w . c o f f i t o . g o v . b r / n s i t e
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vista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, Rio de Janeiro, v. 1, n. 5,
p. 650-663, 2017. Disponível em: < h t t p s : / / r e v i s t a s . u f r j . b r / i n d e x . p h p / r i b t o / a r t i c l e
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tica e pesquisa no Brasil. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacio-
nal, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 504-517, 2018. Disponível em: < h t t p s : / / w w w . r e s e a r
chgate.net/publication/328803995_Os_modelos_de_terapia_ocupacional_e_as
_possibilidades_para_pratica_e_pesquisa_no_Brasil_Models_of_practice_in_oc
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r a z i l >. Acesso em: 19/03/2023.

MORRISON, R. et al. Por que uma Ciência Ocupacional na América Latina? Possíveis
relações com a terapia ocupacional com base em uma perspectiva pragmatista. Ca-
dernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Carlos, v. 29, p. 1-13, 2021. Disponí-
vel em: < h t t p s : / / w w w . s c i e l o . b r / j / c a d b t o / a / f 8 F V w 6 f f p v R X g z J F 4 B x 8 7 G g / >. Acesso
em: 19/03/2023.

PEDRAL, C.; BASTOS, P. Terapia ocupacional: metodologia e prática. 1. ed. Rio de


Janeiro: Rubio, 2008.

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