Atividade e Instrumentação de Vida Diária

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ATIVIDADE E INSTRUMENTAÇÃO

DE VIDA DIÁRIA

Professor Esp. Sandra Léa Mesquita Rangel


REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto
DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel
SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Caroline da Silva Marques
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Kauê Berto
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt
Carlos Firmino de Oliveira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva
DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos
André Oliveira
Pedro Vinícius de Lima Machado

FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

R196a Rangel, Sandra Léa Mesquita


Atividade e instrumentação de vida diária / Sandra Léa
Mesquita Rangel. Paranavaí: EduFatecie, 2023.
71 p.: il. Color.

1.Terapia ocupacional. 2. Envelhecimento. 3. Idosos –


Cuidado e tratamento. 4. Idosos – Doenças. 5. Idosos –
Condições sociais. I. Centro Universitário UniFatecie. II.
Núcleo de Educação a Distância. III. Título.

CDD: 23 ed. 615.8515


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

As imagens utilizadas neste material didático


são oriundas dos bancos de imagens
Shutterstock .

2023W by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
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dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTORA
Professor Esp. Sandra Mesquita

● Especialista em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) em transtorno do


Espectro Autismo ;
● Bacharel em Terapia Ocupacional pela Universidade Guilherme Guimbala
(ACE)- Joinville- SC;
● Especialista em psicomotricidade e Neuropedagogia pela UNIFATECIE-
Paranavaí.

Ampla experiência como reabilitação neurológica, reabilitação de mão.


Há oito anos em experiência com Transtorno do Espectro Autista e ABA.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo (a)

A partir de agora você terá acesso a apostilas totalmente elaboradas e pensadas


para que você estudante consiga entender e compreender de maneira simples e objetiva
quais os conceitos e contexto da terapia ocupacional relacionada às atividades de vida diária
e a instrumentalização para tal abordagem. Para darmos início preparamos na unidade I,
quais as definições, quais os fatores externos que influenciam as atividades de vida diária e
em quais áreas de ocupação humana podemos atrelar as melhorias para o indivíduo.
Na unidade II, você conhecerá alguns modelos de análise e quais instrumentos
devemos utilizar para aplicarmos avaliações necessárias no nosso cliente. Já na unidade
III, iremos compreender quais habilidades psicossociais e psicológicas das atividades e
assim estabelecermos quais a importância dela no processo de melhoria dessas atividades
para nosso paciente.
Por fim, na unidade IV, apresentamos quais as habilidades que são voltadas para
o indivíduo e quais habilidades são voltadas ao social, sendo assim, contextualizamos da
melhor maneira todo conteúdo abordado dentre todas as unidades.
Sendo assim, reforço o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada de
conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso
material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional.

Muito obrigado e bom estudo!

4
SUMÁRIO

UNIDADE 1
Contexto e Conceitos das Atividades de Vida Diária
e Instrumentais de Vida Diária

UNIDADE 2
Análise de Atividade

UNIDADE 3
Componentes de Desempenhos das
Atividades

UNIDADE 4
Instrumentalização nas Avaliações
das Avds, Aivds
1
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UNIDADE

CONTEXTO E CONCEITOS DAS


ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA
E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA
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Professora Esp. Sandra Léa Mesquita Rangel

Plano de Estudos
● Definições e conceitos entre Estudo, Atividades de Vida Diária
(AVD’s) e Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD’s);
● Fatores externos que influenciam a atividade de vida diária (AVD)
e atividade instrumental de vida diária (AIV’D);
● Áreas de ocupação humana: às atividades de vida diária (AVD’s),
atividades instrumentais de vida diária (AIVD’s);
● A pessoa, meio ambiente e ocupação.
Objetivos da Aprendizagem
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●Conceituar e contextualizar sobre as AVD’s e AIVD’s em diferentes


contextos sociais;
●Compreender os fatores que influenciam nas AVD’s e AIVD’s;
● Instrumentalizar o aluno para avaliação das AVD’s e AIVD’s;
●Organizar adequações técnicas, de convivência familiar ou social.
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo ao nosso material de Atividades de Vida Diária e Atividades
instrumentais de Vida Diária, aproveitem ao máximo essa experiência de aprendizagem.
De início, na nossa unidade I, você conhecerá quais contextos e conceitos sobre estas
atividades. Abordaremos as diferentes formas de entendermos quais são as atividades
cotidianas e quais fatores podem e influenciam na realização das mesmas, esclarecendo
assim que ambiente, faixa etária e costumes modificam essas práticas. Caso você ainda não
tenha lido sobre este assunto em outras abordagens teóricas, convido você a se aprofundar
no material disponibilizado.
Bons estudos!

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 7
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1
TÓPICO

DEFINIÇÕES E
CONCEITOS ENTRE
ESTUDO, ATIVIDADES
DE VIDA DIÁRIA
(AVDS) E ATIVIDADES
.
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.....

INSTRUMENTAIS DE VIDA
DIÁRIA (AIVDS)
No decorrer de todo o material, entenderemos quais as principais diferenças entre
AVDs e AIVDs, assim, algumas literaturas trazem a distinção entre as ambas, sendo elas,
atividades de vida diária básica e atividades de instrumentação de vida diária. É importante
entendermos que as AVDs podem ainda ser caracterizadas de três diferentes formatos:
básicas (ABVDs), intermediárias (AIVDs) e avançadas (AAVDs).
Muitos autores consideravam inicialmente as AVDs e AIVDs definidas como atividades
voluntárias, específicas para cada indivíduo e influenciadas por fatores socioculturais e
motivacionais. Socialmente falando, o indivíduo sofre determinadas modificações, frente
a realidade econômica e social em que está inserido. Fatores motivacionais, por exemplo,
podem ter influência desde a realidade familiar quanto à qualidade de vida e o conforto.
Vale ressaltar que as atividades sociais, ganharam maior destaque nos últimos
anos, isso por que o indivíduo encontra-se produtivo perante o meio em que vive.
A maior influência sobre a produção natural na sociedade está na faixa etária mais idosa
(acima de 60 anos), no qual naturalmente o ritmo de trabalho diminui, além das participações
sociais. É vista dentro dessa faixa etária maior incidência e necessidade de auxílio para tarefas
do dia a dia, seja ela básica, intermediária, ou avançada (DIAS et al., 2011).
As atividades básicas de vida diária, podem ser definidas como a predisposição,
que o indivíduo tem em realizar atividades no dia a dia de forma independente, ou seja,
o indivíduo é capaz de se deslocar, realizar atividades ocupacionais em tempos livres,
e principalmente em situações de autocuidado. Naturalmente, à medida que a idade
cronológica avança, as pessoas diminuem sua capacidade funcional e acabam recebendo

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 8
indiretamente mais auxílio de familiares para suas atividades diárias, isso contribui para
que sua capacidade independente seja sempre reduzida. Frente a falta de necessidade
em realizar tarefas e comodidade para muitas delas, acaba-se assim desestimulando a
necessidade de fazer por si só as tarefas diárias.
A perda natural da capacidade funcional e o auxílio entre familiares e amigos,
contribui para que os cuidados pessoais sejam prejudicados, como escovar os dentes,
tomar banho, se vestir, calçar os próprios calçados, dentre outras tarefas de autocuidados.
É claro que quando comparamos a fase da terceira idade com relação à dependência
por terceiros, não devemos assim generalizar tais necessidades, sabemos que muitos idosos
mantêm suas atividades do cotidiano padronizada e de fácil realização, muitos inclusive,
recusa o auxílio quando lhes é oferecido, sentem-se incapazes frente a outros por estarem
necessitando de ajuda. Indiretamente, a ajuda pode inclusive adoecer ou trazê-los para um
estado de melancolia (BRITO; CARMO; MENDES, 2009).
Outra forma de entendermos sobre a realização em tarefas do cotidiano são as
chamadas AIVD: atividades de instrumentação de vida diária, estas exigem maior atenção,
são atividades consideradas de maior complexidade e automaticamente geram maior
dificuldade, sendo assim, são as que mais carecem de ajuda, e logo, são as que primeiro
comprometem a independência de um idoso, por exemplo.
A instrumentação de vida diária, requer mais complexidade, pois envolve tarefas
relacionadas a participação do indivíduo perante a comunidade, ou seja, a capacidade de
residir sozinho, preparar suas próprias refeições, administrar seus próprios medicamentos,
ir ao supermercado, o uso de forma correta do telefone celular, administração do âmbito
financeiro desde dinheiro em espécie a utilização de caixas eletrônicos, utilização de
transporte seja ele coletivo ou carros de diferentes aplicativos.

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 9
Podem ainda ser considerados AIVDs, a realização de serviços domésticos leves
ou pesados como faxinas, sendo assim, o indivíduo pode receber auxílio para obter um
melhor resultado, mas na maior parte do tempo e no dia a dia, a execução acontece de
forma independente.
Toda e qualquer execução, tanto de AVDs quanto AIVDs, podem sofrer influências
culturais e de aprendizagem, além é claro de demandar de aspectos motores e funções
cognitivas estejam de forma preservada para que assim consiga executá-las da melhor forma.
Quanto maior for a complexidade da atividade, maior a necessidade de adequação para
realizá-las de forma correta, seja esta adequação de mobilidade, comunicação e cognição.
Podemos ressaltar, que qualquer perda cognitiva pode e influenciará na demanda
de exigência de toda e qualquer atividade. Quando o indivíduo sofre com alguma doença
ou necessita de ajuda devido ao estado clínico de saúde, entende-se que as AIVDs e AVDs,
não são consideradas não realizáveis por decorrência de meio ou prática e sim, devido a
fatores que influenciam nos seus resultados (NUNES et al., 2018).
Fatores sociais influenciam na forma como estão inseridos no meio em que vivem e
no grau de aprendizagem do indivíduo. Exemplo disso, são os diferentes idosos que vivem
em meio a vida rural e idosos que vivem em meio urbano. A influência do meio urbano exige
no decorrer da vida que o idoso realize de forma estruturada atividades como: ir até o próprio
trabalho com condução coletiva ou transportes de passageiros por aplicativos, planejamento
de rotas e horários, organização de tempo de ida e volta do trabalho, entre outros.
O fator social da vida rural faz com que o indivíduo permaneça no seu dia a dia
realizando suas atividades sem a necessidade de condução terceirizada, sem a necessidade
de rota devido ao tempo de trânsito, o deslocamento muitas vezes é realizado a pé, e
automaticamente os tornam mais ativos fisicamente, além é claro do trabalho braçal que
exige maior capacidade física, do que dos indivíduos que estão inseridos nos meio urbano.
No decorrer do material, conheceremos diversos fatores que influenciam na
realização das AVDs e AIVDs, é importante salientar que além dessas influências externas
temos as mudanças biológicas ou patológicas, pois, no decorrer da vida passamos por
mudanças físicas e mentais, ganhos e perdas, experiências e aprendizados, e tais mudanças
podem trazer consigo algumas dificuldades que na infância e juventude não apresentavam.
Por isso, é necessário conhecermos e aplicarmos diferentes manejos que possam
auxiliar e melhorar a qualidade de vida tanto na fase infantil (para aqueles que necessitam),
quanto na fase adulta, além dos idosos (biologicamente maior fase de perdas).
Como já citado, ainda existem os que necessitam de suporte devido agravo
patológico ou congênito, nesse caso e demais, a terapia ocupacional vem para somar e
buscar alcançar resultados, para assim proporcionar condições e situações que possibilitem
maior independência motora, intelectual e cognitiva (NÓBREGA, 2021).

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 10
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2
TÓPICO

FATORES EXTERNOS QUE


INFLUENCIAM A ATIVIDADE DE
VIDA DIÁRIA (AVD) E ATIVIDADE
INSTRUMENTAL DE VIDA DIÁRIA
(AIVD)
.
.....
.....
.....

Como dito anteriormente, fatores, tanto internos quanto externos, podem e muitas
vezes influenciam a forma com que a execução de AVDs e AIVDs são executadas. Essas
atividades acontecem de forma básica, intermediária e avançada, além de diferenciarmos as
atividades diárias em (tomar banho, trocar-se, se alimentar, etc.) e atividades instrumentais
em (utilizar aparelho celular, fazer compras, utilizar condução, etc.).
Tanto as atividades básicas diárias, quanto as instrumentais, são subjetivas e estão
relacionadas a fatores culturais e motivacionais, sendo assim, influências culturais e de
ambiente trazem diferentes envolvimentos nas AVDs e AIVDs. O estilo de vida, as condições
financeiras, as relações sociais e psicossociais que forem adotadas trará um desempenho
relativo ao convívio e o resultado das tarefas executadas.
É importante ressaltarmos que, o nível de função exigida para tais tarefas do dia a
dia tendem a ser individualizados e suas escolhas do cotidiano, implicam na variabilidade
entre os indivíduos em um mesmo meio, por isso o resultado de uma tarefa deve ser
analisado exclusivamente pelo indivíduo na qual o executou, pois não devemos generalizar
os resultados em grupo quando cada ser pode responder ao desempenho da mesma ação
de formas variadas (DIAS et al., 2011).
Os fatores externos como ambiente, economia, valores, crenças, culturas, ciclos de
vida, escolaridade, objetivos e costumes modificam o resultado final de cada tarefa no dia
a dia. Entendemos que toda atividade diária, seja ela básica ou avançada, deve seguir um
resultado final esperado, porém de acordo com estes fatores acima, a forma com que serão
alcançados são delimitados pelo meio que cada um está inserido, visto que há diferentes
caminhos para alcançar os mesmos resultados.

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 11
O ambiente em que cada ser humano está inserido influenciará na forma de enten-
dimento e execução, no dia a dia, por exemplo, adultos que estão inseridos em ambiente
rural precário e ambiente urbano de nível médio, terão recursos diferentes para preparar
a própria refeição. O adulto do ambiente rural pode utilizar fogão a lenha, com necessida-
de de buscar madeiras, preparar o fogão, cozinhar e lavar as panelas sujas de carvão a
próprio punho, já o indivíduo de meio urbano pode utilizar o fogão elétrico, com comidas
instantâneas, tempo de cozimento rápido e lavar a sujidade apenas de comida no interior
do utensílio.
A economia atrelada ao ambiente traz consigo influências, assim como no exem-
plo acima, o nível econômico do indivíduo modificará os resultados. Devemos levar em
consideração quando o executante estiver inserido de forma precária na sociedade, classe
média baixa, classe média ou classe média alta. Cada modo social revela a forma com que
cada indivíduo entende sua execução.
Economicamente falando, o poder executivo ou não agravar, ou facilitar as atividades
de vida diária de toda a população, mesmo que a ação seja considerada individualizada, o
reflexo é coletivo. O resultado reflete assim no ambiente e, consequentemente, em demais
fatores como crenças e culturas.
Tanto a crença quanto a cultura estão interligadas com todo ser humano. Quando
falando em execução de atividades de vida diária ou atividades instrumentais de vida diária
estamos também nos referindo às crenças, pois, é o ato de crer no que o indivíduo vê
como verdade, é acreditar em algo independente do meio em que está inserido. É comum
ouvirmos que alguém crê em algo, isso representa que o indivíduo acredita no concreto ou
na possibilidade de alguma coisa, a crença inclusive é maior que o conhecimento, porém
por muitas vezes quando passamos a conhecer sobre alguma algo, podemos assim passar
a crer no mesmo.
Assim como crer em algo reflete na execução de atos, a cultura, por exemplo, é um
dos fatores que modificam essas respostas.Cada região carrega consigo características
únicas, isso é o que difere um estado ou país do outro, isso contribui para a pluralidade
cultural. A cultura pode ser assim compreendida com distintos comportamentos, tradições,
costumes e conhecimentos de determinado meio ou grupo social, pode ainda incluir línguas,
comidas, religiões, músicas locais, vestimentas e arte local, dentre variados aspectos, sen-
do assim reflete na forma e meio como executados nossas atividades sociais, tanto de auto
cuidados básicos quanto instrumentais (ANTÚNEZ et al., 2018).

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 12
Além desses fatores, devemos levar em consideração o fator de ciclo de vida,
pois com o avanço da idade de cada indivíduo, nota-se também o aumento dos níveis de
capacidade ou incapacidade funcional e isso está relacionado tanto em atividades básicas
quanto instrumentais. As alterações sofridas pelos ciclos de vida, resultam no envelheci-
mento e todo processo de declínio de resultados, declínio este não estimulado e treinado
diariamente.
Entende-se como declínio natural todo o processo de envelhecimento, porém
devemos e podemos manter estímulos ao longo da vida, desde a infância, a fase adulta
até o envelhecimento, na medida que possam realizar suas próprias atividades de forma
independente. Deve-se levar em consideração ainda a influência de doenças e prevalência
de condições crônicas ou clínicas, condições estas que estão ligadas muitas vezes ao
estilo de vida. Apesar de parecer ações simples, muitos não executam atividades básicas e
instrumentais de forma coerente e resolutiva.
Um importante aspecto que deve ser considerado, além dos demais mencionados,
é o nível de escolaridade. Nível este que reflete nos saberes e entendimento sobre a vida,
sobre o mundo. A escolaridade determina, por muitas vezes, a incapacidade funcional
tanto em ações básicas quanto instrumentais. Observa-se que quando se aumenta o grau
de estudos e conhecimentos, diminui-se por si só a prevalência de dificuldades sobre
determinada execução (ANTÚNEZ et al., 2018).

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 13
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3
TÓPICO

ÁREAS DE OCUPAÇÃO
HUMANA: AS ATIVIDADES
DE VIDA DIÁRIA (AVD’S),
ATIVIDADES INSTRUMENTAIS
DE VIDA DIÁRIA (AIVD’S)
.
.....
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.....

Algumas atividades de vida diária são comuns para todas as pessoas, como, por
exemplo, o fato de se alimentar ou vestir-se e outras são restritas como, por exemplo, utilizar
caixas eletrônicos. A vida de todo indivíduo é composta por muitas atividades básicas ou
instrumentais e são desempenhadas conforme o contexto em que estamos inseridos.
Assim, diferentes fatores influenciam nas execuções e se o indivíduo está inapto ou
definitivamente com dificuldades para realizar as tarefas rotineiras, os resultados que são
esperados muitas vezes não condizem com a capacidade do mesmo, justamente porque
sofrem mudanças finais devido às limitações de conhecimentos. Devemos pensar que
as atividades básicas ou instrumentais devem ser alcançadas de forma independente e
eficiente em determinado contexto (OLIVEIRA et al., 2020).
Algumas atividades de lazer ou entretenimento são ocupações das quais
inúmeros indivíduos realizam e necessitam tanto de tempo quanto de energia para tal.
Procurar atividades como jogos, esportes, ou artesanato são ocupações que estimulam e,
simultaneamente, proporcionam momentos de distração ao indivíduo.
Vale salientar, que é de extrema importância as ocupações com outros focos
além dos deveres e obrigações do cotidiano, quando pensamos em atividades básicas
e instrumentais, falamos na necessidade de raciocínio e coerência na realização de
determinadas tarefas que, consequentemente, necessitam de momentos descontração
(CAVALCANTI; GALVÃO, 2007).
É claro que devemos levar em consideração a prática de lazer em todas as fases
do ser humano, no dia a dia crianças, adultos ou idosos realizam atividades funcionais e
por isso necessitam no período do dia ou da semana de um tempo de descontração, por

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 14
exemplo, podemos pensar em momentos de entretenimento para crianças como ir aos
parques finais de semana, para adultos ir ao shopping com amigos ou familiares e para
idosos realizar atividades ao ar livre em grupo da mesma faixa etária (PINTO et al., 2016).
É importante registrar a necessidade dessas atividades não só para indivíduos
sem limitações, mas também para aqueles que apresentam alguma deficiência física ou
cognitiva. Quando pensamos em pessoas com limitações motoras ou ao nível de cognição
precisamos enfatizar, que contribuímos para que o indivíduo tenha controle de sua própria
vida e pode sim participar de diferentes momentos e contextos, não se prendendo a suas
limitações apresentadas.
Além das áreas de ocupações mencionadas, podemos ainda inserir as brincadeiras
de rua, esportes informais como esconde-esconde, caminhadas, artesanato, leituras
e viagens em família, deve-se pensar em possibilidades de recreação distinta do nosso
cotidiano, fugindo assim das rotinas e realizações automáticas do cotidiano, independente
do ciclo de vida (CAVALCANTI; GALVÃO, 2007).

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 15
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4
TÓPICO

A PESSOA, MEIO AMBIENTE E


OCUPAÇÃO
.
.....
.....
.....

Frente a todo material já fornecido, precisamos ainda compreender a relação entre


pessoa, meio ambiente e ocupação. Sempre há necessidade de traçarmos estratégias de
intervenção e ações educativas para assim promovermos a melhoria dos cuidados no dia a
dia, independente da faixa etária que desejamos atingir.
Devemos considerar que o ser humano está sempre em desenvolvimento, em
fases que são contínuas e se diferem no decorrer da vida, desde nascimento, infância,
fase adulta e idosos, as mudanças são constantes e necessárias frente ao meio ambiente
e tempo de ocupação (PINTO et al, 2016).
A necessidade de conhecer a pessoa está na resposta à necessidade do mesmo,
com ele, assim, planejar, desenvolver e traçar um plano junto ao cliente, paciente ou aluno
em questão. Temos que imaginar uma pessoa em busca de auxílio e aporte de acordo com
suas necessidades, essas pessoas podem procurar pelos profissionais de terapia ocupa-
cional, por exemplo (GRADIM; FINARDE; CARRIJO, 2020).
A partir da procura, o cliente busca por melhorias, podendo ser melhorias sensoriais
ou até mesmo quanto a questões sociais, para isso, os profissionais devem entender e
buscar conhecimentos e estratégias que possam auxiliar o cliente, por exemplo, um plano
terapêutico, considerado uma vertente a ser traçada e planejada frente a necessidade de
cada pessoa.
Alguns conceitos são importantes para termos conhecimento sobre outros,
enquanto profissionais, conceitos denominados como: validação, habituação, capacidade
de desempenho e ambiente, estes refletem no ser e no meio em que se vive.

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 16
A volidação é um processo em que as pessoas são motivadas a buscar por algo,
algo este que desperta valores, causa pessoal e interesses (GRADIM; FINARDE; CARRIJO,
2020).
Já a habituação é um processo responsável pelo comportamento de um indivíduo
perante uma regra ou rotina, com isso o indivíduo deve realizar tais atividades para que
assim se torne um hábito e um costume. A capacidade de desempenho está relacionada à
capacidade de fazer determinadas coisas provindas dos objetivos físicos e mentais e assim
corresponde a experiências para o ser humano.
Já o ambiente como falamos, é o local que pode interferir nas situações e necessidade
de cada ser humano, ambiente rural e ambiente urbano pode modificar a forma de resolver
determinadas situações dentre as AIVDs, por exemplo (busca por medicamentos em uma
drogaria) (PINTO et al., 2016).
Entende-se que em meio ao ambiente em que se vive, a necessidade é o que gera a
capacidade de algo, sendo assim, a necessidade de alimentar-se, por exemplo, é quem gera
a realização da atividade do preparo do alimento. Isso vai de acordo com cada ciclo de vida,
e no decorrer dela é que nós compomos nossa trajetória de vida. De acordo com as AVDs
e AIVDs, todo ser humano irá realizar determinada, tarefa para então resolver determinado
“problema”, desde motivos básicos como motivos mais complexos e que exigem maior
necessidade de planejamento e raciocínio (GRADIM; FINARDE; CARRIJO, 2020).
Será por meio destas necessidades e junção de determinadas ações que construí-
mos costumes e hábitos, a pessoa passa a realizar atividades no dia a dia que necessitam
de ajustes e adequações para realizá-las. Este envolvimento relacionado a necessidade de
realizar uma tarefa do dia a dia e resolvê-la é dinâmica, exige um comportamento voltado a
constante interação com o contexto em que se vive, a relação é estabelecida entre homem
e ambiente (PINTO et al., 2016).
Por este motivo sempre ouvimos que, o desempenho ocupacional de tal atividade
se dá pela influência da natureza e ambiente em que se vive. A partir disto podemos
planejar, organizar e delimitar quais as necessidades do indivíduo e quais as dificuldades
encontradas em suas atividades de vida diária e sua instrumentação de vida diária. Qualquer
profissional que for abordar um indivíduo com tais necessidades de aperfeiçoamento deve,
assim, considerar todos os fatores e situações que podem influenciar no baixo, ou melhor,
desempenho entre pessoas para a mesma atividade.

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 17
Para aumentarmos seu conhecimento e seu embasamento teórico de acordo com
esta unidade, saiba que podemos e devemos identificar algumas características tanto
sociais quanto demográficas em diferentes ciclos de vida, desde a infância até a fase idosa.
Sendo assim, por meio da aplicabilidade de algumas tarefas podemos identificar e avaliar
algumas capacidades e necessidades tanto em atividades de vida diária (AVD), quanto em
atividades instrumentais de vida diária (AIVDs). Analisamos algumas vertentes como: faixa
etária, sexo, estado civil, religião, renda e moradia, esses são alguns itens que influenciam
na realização destas atividades.

Fonte: Costa; Nakatani; Bachion (2006).

Sobre o papel da Terapia Ocupacional frente às AVDs e AIVDs, você já ouviu falar
sobre o papel do terapeuta por meio dos atendimentos?
“A terapia ocupacional tem como alvo principal de intervenção a disfunção
ocupacional. A disfunção ocupacional é traduzida no cotidiano do indivíduo como uma
dificuldade para a realização de alguma atividade que lhe seja rotineira, independentemente
de ser a causa para tal dificuldade, seja de ordem física, social, cognitiva ou outra. Portanto,
um dos aspectos cruciais no processo terapêutico ocupacional é a atividade de vida diária,
pois, ao mesmo tempo que aponta a razão para a intervenção, significa recurso terapêutico,
e seu desempenho é um marco concreto para o momento de alta. As várias atividades
que o indivíduo desenvolve ao longo de sua vida são consideradas áreas de ocupação
do domínio da prática da terapia ocupacional. As atividades de vida diária e as atividades
instrumentais de vida diária constituem um dos campos de intervenção, assim como a
educação, o trabalho, o brincar, o lazer e a participação social”.

Fonte: Cavalcanti; Galvão (2014).

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a),

No presente material, analisamos o que são Atividades de vida diária e atividades


instrumentais de vida diária, sendo assim, conhecemos não só as diferentes formas que se
dá estas atividades mas também conseguimos relacionar o material teórico com vivências
do nosso cotidiano e os demais que convivem com cada um de vocês.
Por meio do material, conseguimos, além disso, entendermos quais as necessidades
de nós, seres humanos e como muitas atividades simples podem e são modificadas de
acordo com territórios e costumes.
Ambiente e cultura também são fatores que influenciam na realização de atividades
diárias. Destacamos também a importância de nos mantermos atentos às inovações e
necessidades de cada fase do ciclo de vida. A idade nos revela quais nossas maiores
necessidades e dificuldades. A escolaridade nos mostra quão maiores são nossas
necessidades frente a atividades como utilizar caixa bancário, cálculos e somas de compras
de supermercado e dentre outras tarefas mais complexas do dia a dia.
Ao pensarmos em nossas atividades diárias, devemos auxiliar os demais que
necessitam, e estimular a realizar uma tarefa que tenha necessidade. Precisamos colaborar
como meio que vivemos dando e ofertando caminhos que facilitem a realização das mesmas,
sejam elas simples ou instrumentais.
Na sequência abordaremos demais assuntos relacionados às AVDs e AIVDs,
sendo assim, aproveite todo o conteúdo e desfrute do que disponibilizamos, assim por
meio do conhecimento adquirido você enquanto profissional, poderá aplicar e auxiliar os
que necessitam de auxílio e cuidados.

Muito Obrigado!

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 19
MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Práticas em Terapia Ocupacional
Autor: Luma Carolina Câmara Gradim; Tamara Neves Finarde
Pedro; Débora Couto de Melo Carrijo.
Editora: Manole.
Sinopse: Práticas em terapia ocupacional é composto por 3
seções separadas por fases do desenvolvimento humano,
contendo capítulos de diversas áreas de atuação de terapeutas
ocupacionais de diferentes instituições e regiões do Brasil.
Entre outras muitas informações, o livro contém: Práticas da te-
rapia ocupacional em saúde do trabalhador; Práticas da terapia
ocupacional na fase adulta e Práticas da terapia ocupacional na
velhice.

FILME/VÍDEO
Título: Para Sempre Alice
Ano: 2014.
Sinopse: A renomada linguista Alice Howland (Julianne Moore),
uma mulher bem casada e mãe de três filhos, que aos cinquen-
ta anos começa a esquecer as palavras e logo descobre sofrer
de Alzheimer. Para enfrentar o problema, a família de Alice terá
de reafirmar os seus laços de ternura, em especial a filha Lydia
(Kristen Stewart), com quem sempre teve uma relação compli-
cada.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=l2FkQyxJEjg

UNIDADE 1 CONTEXTO E CONCEITOS DAS ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA E INSTRUMENTAIS DE VIDA DIÁRIA 20
2
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UNIDADE
ANÁLISE DE ATIVIDADE
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Professora Esp. Sandra Léa Mesquita Rangel

Plano de Estudos
● Definição e conceitos de Análise de Atividade;
● Modelos de Análises;
● Análise de Atividade voltado para tarefas;
● Desempenho Ocupacional.
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Objetivos da Aprendizagem
● Conceituar ao aluno quais as definições e conceitos sobre análise de
atividade;
● Proporcionar melhor compreensão sobre quais seus modelos;
● Direcionar quais as formas e maneiras de planejamento após análise;
● Instrumentalizar o aluno frente ao plano terapêutico de um indivíduo.
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo à nossa segunda unidade referente à análise de atividade.
Este material lhe proporcionará conhecimento teórico sobre o que é a análise e quais meios
devemos seguir frente a dificuldade ou necessidade apresentada por alguém. Iniciaremos
este conteúdo com as definições e conceitos de análise, em seguida os modelos de análise
que utilizamos no dia a dia, veremos ainda o conhecimento relacionado à análise de
atividade voltada para as tarefas do cotidiano e por fim falaremos sobre o desempenho
ocupacional do indivíduo. Caso você ainda não tenha lido sobre este assunto em outras
abordagens teóricas, te convido assim a se aprofundar no material disponibilizado a você.

Bons estudos.

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 22


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1
TÓPICO

DEFINIÇÃO E CONCEITOS DE ANÁLISE


DE ATIVIDADE
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De acordo com o material já disponibilizado, entendemos até então quais as


características e atividades desenvolvidas ao longo da vida diária de um indivíduo,
sendo assim, desde ações simples em seu domicílio, quanto trabalhos árduos fora dele.
Compreendemos ainda qual a importância de auxílio para as atividades de vida diária
quando necessário e quando deve ser direcionado (SILVA; EMMEL, 2008).
Sendo assim, após a leitura do último material disponibilizado, temos em mãos a
partir de agora o conceito e a definição de análise de atividade de um indivíduo. Análise esta
que tem como objetivo sempre possibilitar ao ser humano quais conhecimentos necessários
e quais suas necessidades específicas, sendo assim entendermos quais estratégias podem
ser usadas no decorrer do dia a dia de um indivíduo.
Sabemos que muitas vezes a forma de realizar um determinado trabalho ou atividade
no cotidiano é definido, ou diferenciado de acordo com a perspectiva de cada pessoa, o mais
importante sempre será o resultado final. O terapeuta ocupacional pode assim analisar e
definir quais os melhores meios para se chegar a estes resultados, avaliando assim seu grau
de complexidade e estruturação de etapas a serem realizadas, estamos é claro pensando em
um indivíduo que tenha dificuldades em realizar suas atividades de vida diária.
Na análise de atividades, encontraremos com frequência diversos modelos e
diferentes roteiros a serem seguidos para a realização de uma determinada atividade, porém
todos irão destacar que independente do método a ser praticado, determinadas tarefas,
sempre terão a necessidade da realização de movimentos repetitivos, e por meio da análise
do terapeuta ocupacional anotar quais formas e meios aquele paciente em específico tem
como habitual realizar tal tarefa e suas determinadas situações.

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 23


É importante ainda que o terapeuta ocupacional quando direcionar o indivíduo,
observe outras pessoas trabalhando na mesma função ou atividade, pois uma pessoa pode
assim trabalhar de uma forma ou postura completamente diferente de outra e apresentar
resultado consideráveis razoáveis e assim entendemos que o resultado final de um trabalho
é a junção de uma série de ações feitas entre si (SILVA; EMMEL, 2008).
Sabemos que a atividade (ação), do ser humano é algo inerente desde a sua
concepção, e por isso nunca deve ser pensada de forma isolada, será sempre através
de ações que nós seres humanos iremos construir ideias e conceitos, nos organizarmos
interiormente para refletirmos externamente.
Será por meio de ações que o terapeuta ocupacional irá analisar determinada
atividade humana e traçar suas diferentes estratégias a serem realizadas, como dito acima,
de acordo com a demanda e especificidades do indivíduo que carece de suporte terapêutico.
De acordo com a literatura, as análises podem ocorrer de diversas formas, algumas
delas podem ser tanto análise biomecânica quanto análise psicodinâmica. A análise
biomecânica propõe analisar as habilidades motoras, sensoriais, cognitivas, sociais e até
emocionais, já a análise psicodinâmica procura avaliar e analisar agressividade, simbologia
e até identificação sexual de um determinado indivíduo (SILVA; EMMEL, 2008).
Um dos princípios básicos da terapia ocupacional é justamente analisar e estimular
o desenvolvimento através de atividades previamente planejadas, o que poderá definir
categorias e áreas que determinam a ação que será realizada. Vale ressaltar que essa
análise vale tanto para atividades diárias na vida adulta, quanto para atividades de lazer ou
recreação para o público infantil.
Assim, devemos entender que a análise de atividade a partir da perspectiva do
terapeuta, tem como intuito entender o contexto do procedimento que irá gerar uma ação
e consequentemente um resultado, observando assim suas especificidades, e em conjunto
com o indivíduo e entender suas reais necessidades de suporte.
Nesse sentido, entendemos e compreendemos que a análise nada mais é do que
um processo interativo no qual são exploradas as principais facetas para a melhor execução
de uma determinada atividade. Sendo assim, a análise parte desde a estruturação de
atividade para um determinado paciente quanto à análise de desenvolvimento do mesmo
no final de um trabalho ou ação antes planejada (JOAQUIM; et al., 2010).
Vale ressaltar que a partir de uma avaliação e aplicabilidade de um determinado
modelo de análise, o terapeuta tem a responsabilidade e consciência de que está assumindo
uma perspectiva de conceitos de determinadas valorizações para aquele indivíduo.

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 24


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2
TÓPICO

MODELOS DE ANÁLISES
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Conforme citado no material anterior, existem alguns modelos de análises, e isso


vai de encontro com o tipo de aplicabilidade adotada pelo terapeuta ocupacional, pensando
é claro que além das metodologias de avaliação inicial, devemos considerar qual a real
necessidade para aquele suporte.
Os vários modelos de análise devem solucionar e encontrar a melhor maneira de
realização de uma ação ou movimento. Quando aplicado devemos analisar vertentes que
interferem no resultado de tal objetivo. Essas vertentes são influenciadas tanto por ambiente
externo (atos motores, por exemplo), quanto por vertentes internas (agressividade, por exemplo).
A adaptação de uma determinada atividade não significa que o paciente não tenha
capacidade de realizar de tal maneira, mas quando adaptamos algo é para possibilitar que
independente da forma de realização, a atividade adaptada vem para não ser uma barreira
no momento da realização padronizada (JOAQUIM; et al., 2010).
A terapia ocupacional sempre irá buscar meios para que qualquer paciente ou
indivíduo consiga realizar determinado movimento, ou ação com manejo específico. É
papel do terapeuta trabalhar com a inclusão de qualquer indivíduo numa atividade que o
impossibilite de realizar e fazer parte do resultado final, essas adaptações valem tanto para
realização individual quanto de forma coletiva (BERENICE, 1988).
A análise de atividade vem justamente para mostrar isso a qualquer aluno ou
paciente. Devemos ainda possibilitar diversas fases ou etapas para determinada execução,
qualquer movimento proposto deve contar um número mínimo de vezes para realização
eficiente ou perto disto.

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 25


Outro ponto importante a ser considerado é mais sobre o movimento para alcançar
um resultado do que um posicionamento para tal, pensando que a criança, adolescente ou
adulto necessita de um nível de suporte.
Sempre que feito a análise de atividade, o terapeuta que a realizou deve considerar
que a execução precisa se aproximar do mais padronizado que seja o movimento. Por
isso a necessidade dessa avaliação inicial, além dos movimentos repetitivos até melhorar
a execução, sendo assim progredindo e ajustando a tolerância da dificuldade e destrezas
objetivas que tal aluno não tiver.
Além do terapeuta, analisar fases e graduação necessárias nesse momento inicial,
deve-se compreender algumas nivelações vistas dentro deste contexto, sendo elas: ênfase
em tarefa, ênfase no indivíduo e ênfase na teoria. Quando nos referimos a ênfase em tarefa,
estamos relacionando a realização de habilidades vistas necessárias para a execução de
uma designada tarefa, dessa forma, devemos levar em consideração o significado cultural
que assim podem influenciar em cada indivíduo (JOAQUIM; et al., 2010).
Quando nos referimos a ênfase no indivíduo, estamos relacionando a execução
de acordo com o ser, no cliente e não somente no resultado esperado, em vista disso,
estamos atentos ao modo como o aluno ou paciente irá compreender esta ação. Leva-se
em consideração suas capacidades, seus interesses e suas limitações funcionais.
Já a ênfase na teoria faz com que o estudante tenha entendimento sobre sua
formação, pois ele aprende como planejar tal execução e a realiza de acordo com suas
especificidades. O terapeuta ocupacional é quem determina tal habilidade adquirida ou
necessidade vista após sua análise de atividade.
Devemos ainda ressaltar a importância de o profissional de terapia ocupacional
analisar tal demanda, sempre que um indivíduo necessitar ou se visto necessário mediante
uma anamnese deste paciente. Temos que entender sobre os possíveis motivos pelas
quais os resultados podem chegar ao final de uma avaliação bem como sabermos aplicá-la,
apesar desta forma de avaliação fazer parte da formação do terapeuta ocupacional, muitos
não a realizam, e por hora, passam a não traçar um plano terapêutico mais completo devido
à falta de análise de atividade do cliente ou aluno.
Temos, portanto, que pensarmos em algumas situações para então aplicarmos a
necessidade da análise de atividade. Quando o terapeuta ocupacional aplica esta análise
entende-se que sempre será para melhor desenvolver suas capacidades e aprimorar seus
pontos de maiores dificuldades (JOAQUIM; et al., 2010).

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 26


Quando pensamos em análise de atividade no campo de trabalho, por exemplo,
estamos nos direcionando exclusivamente aos resultados individuais, com objetivo no
processo de reabilitação, por exemplo, onde o profissional irá procurar atender suas
necessidades de acordo com o indivíduo e seu trabalho.
Este processo de adequação ou adaptação é importante para então traçar metas e
objetivos, de maneira, oportuna ao que tem maiores dificuldades de executar trabalhos que
antes não eram impossibilitados (LANCMAN; GHIRARDI, 2002).
Outra forma de aplicabilidade de análise de atividades é com as melhoras de
autossuficiência de uma criança, por exemplo, nesse sentido, a área infantil demanda de
maiores manejos e recursos para se chegar ao ponto desejado, temos que pensarmos no
contexto, no lúdico, no que cativa e estimula a criança.
Em vista disso, diversos modelos podem ser utilizados, porém, todos recaem sobre
teorias, observações e testes iniciais, a brincadeira lúdica, por exemplo, pode e deve ser
usada para avaliarmos a grau de desenvolvimento motor, cognitivo, criatividade, habilidades
sociais, comunicação, flexibilidade versus rigidez (SILVA; MARTINEZ, 2002).
Todavia, qualquer teste aplicado para análise de atividade recai sobre um único
resultado, o nível de habilidades e conhecimento que a criança ou adulto está. Após estas
avaliações o profissional deve traçar um plano terapêutico e adaptá-lo conforme suas
necessidades ou dificuldades, o profissional habilitado deve ter conhecimento sobre tal
demanda e quais os recursos podem utilizar para este manejo.

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 27


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3
TÓPICO

ANÁLISE DE ATIVIDADE
VOLTADO PARA TAREFAS
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Conforme descrevemos acima, as diversas formas de avaliarmos e definirmos


meios de realização de tarefas, possibilitam ao indivíduo os caminhos para a realização de
uma determinada ação. O ser humano tem a necessidade de produzir algo ao longo de sua
vida, seja de forma simples ou complexa, a criatividade, o ensino e o aprender faz com que
busquemos por inovações e saberes.
Diante disto, a forma com que criamos e reproduzimos o que aprendemos vai de
encontro com a forma de como vamos realizá-la, perante a isso a forma de execução
diz muito sobre o nível de aprendizagem e conhecimento sobre o que irá realizar (ZEN,
OMAIRI, 2009).
A tomada de decisões, por exemplo, para solucionar problemas ou interesses traz
experiências e cria novos meios, o profissional de terapia ocupacional é quem irá auxiliar a
criar esses meios e formas frente a uma necessidade.
A terapia ocupacional de diferentes maneiras é quem irá possibilitar a criação de diversas
situações com resolução do que é buscado junto ao instrumento desse fazer resolutivo. Toda
dinâmica do processo de análise de atividade transforma tanto o terapeuta que faz o trabalho
quanto o aluno ou paciente que recebe o suporte (LANCMAN; GHIRARDI, 2002).
Quando nos referimos a análise de atividade, devemos pensar em diferentes
âmbitos, pois a análise de atividade voltada a tarefas, por exemplo, busca uma forma
avaliativa detalhadamente, pois ela deverá analisar algumas habilidades como cognitivas,
perceptivas, motoras, movimentos refinados e compreensão de movimentos musculares e
suas ações, por exemplo.

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 28


O terapeuta em questão deve analisar a cliente com base em suas ocupações, sem-
pre levando em consideração o seu contexto. Sobretudo basear-se em suas funções e utilizar
a avaliação para aprimorar e refinar a saúde e qualidade de seu trabalho, qualidade está
referente ao bem-estar do trabalhador e a saúde do indivíduo (LANCMAN; GHIRARDI, 2002).
Sendo assim, a análise de atividade vem para mostrarmos quais pontos deve
haver melhoras ao cliente e quais pontos devemos ofertar a essa melhoria. Devemos ainda
sabermos quais os pontos de melhorias e como fazê-los, promovendo assim a evolução,
juntamente com o crescimento de um trabalho ou profissão e as perspectivas do trabalhador
alcançadas.
Entretanto, ao pensarmos em analisar, devemos imaginar a qualidade do trabalho
ofertado ao cliente ou trabalhador ao realizar uma tarefa, isso significa que não será apenas
adaptá-la ou reestruturá-la, mas, simplificá-la para melhor entendimento e realização.
O profissional que for avaliar a tarefa ainda deverá ter conhecimento prévio do trabalho
que será realizado e quais as melhores formas para isso, com ajustes, custos e espaço
adequado para tal (LANCMAN; GHIRARDI, 2002).
Sendo assim, o terapeuta tem conhecimento para julgar se é necessário ou não a
adequação, onde, por que, como e sob quais condições modificá-las. Permite ainda que a
profissional observe quais os benefícios ao cliente na realização de determinado trabalho e
quais as condições e circunstâncias a atividade se torna terapêutica.
Após esta avaliação o profissional descreve a evolução de seu cliente, que varia
desde força, destreza, nivelação de dificuldades ou facilidades e coordenação na sua
execução. Como dito acima, o movimento desejado para realizar uma determinada ação
deve ser ofertada diversas vezes até sua melhor execução, não deixando dúvidas sobre
sua realização mesmo após as orientações e adaptações vistas necessárias (SILVA;
MARTINEZ, 2002).
Quando analisamos uma atividade, devemos nos atentar sobre a estratégica
terapêutica adotada e encontrarmos uma relação entre a necessidade e o interesse do
cliente frente ao que foi ofertado, uma vez que uma atividade costumeira remodelada
pode exigir maior esforço, e logo, causar estranheza. Um acordo deve ser estabelecido e
esclarecido entre terapeuta e cliente sobre as atividades a serem realizadas.
Ao citarmos as realizações de um trabalho nos referimos a execução de uma
atividade ou exercício visto necessário com o cliente, exemplo de exercícios de reabilitação
após um grave acidente ou debilidade motora.

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 29


Toda realização de uma tarefa deve ser entendida como adaptações precisas a
determinado indivíduo; por isso, é necessário avaliar se uma tarefa de maneira individual, a
avaliação vai de encontro com a necessidade deste indivíduo e quais os objetivos o mesmo
deve alcançar.

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 30


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4
TÓPICO

DESEMPENHO
OCUPACIONAL
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Nós seres humanos temos determinadas tarefas a serem desenvolvidas ao longo


do nosso dia, seja no ambiente de trabalho, domiciliar ou de lazer. Tarefas do dia a dia são
necessárias e exigem habilidades para desenvolvê-las, conhecimento este que varia de
acordo com regiões, culturas e do ambiente do indivíduo.
Quando pensamos em desempenho ocupacional estamos nos referindo a nada
mais do que a realização de tal tarefa do seu dia de forma satisfatória, sendo assim, está
ligada diretamente a habilidade de desempenhar papéis e tarefas completamente.
A terapia ocupacional exerce um papel importante neste processo de realização
de tarefas simples ou complexas do dia a dia de um indivíduo. A intervenção por meio de
análise e modificações de alguma atividade pode trazer sua melhor versão de realização e
possibilitar ao cliente maior conforto diante de uma dificuldade (SILVA; MARTINEZ, 2002).
As atividades de Vida Diária (AVD), refletem no contexto de todos os seres humanos,
escovar os dentes, se vestir, ir ao trabalho, tomar banho ou alimentar-se. São atividades e
tarefas que devem ser realizadas de forma independente, porém devido a inúmeras dificul-
dades (cognitivas ou motoras, por exemplo), este contexto é modificado, sendo necessária
uma análise para possíveis adaptações.
Nesse sentido, quando nos referimos a intervenção, estamos nos direcionando ao
processo terapêutico necessário. Algumas tarefas que parecem de contexto simples para
grande parte das pessoas, podem e são as dificuldades de outras, sendo assim reflexo de
suas maiores necessidades no dia a dia (ZEN, OMAIRI, 2009).

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 31


A habilidade ou inabilidade de desenvolver alguma atividade ao longo do dia a dia
pode ser muito desafiadora para uma porcentagem populacional e por isso deve ser usada
e realizada na medida com que a capacidade permita. Quando a necessidade de ajuda de
outro indivíduo para a realização ou auxílio em determinada tarefa acontecer deve-se então
analisar qual o real suporte para aquele indivíduo, assim conseguimos planejar e realizar
as intervenções.
Quando nos referimos a capacidade ou incapacidade de alguma atividade no nosso
cotidiano, estamos assim direcionando este pensamento ao envolvimento que um sujeito
tem frente às suas ocupações no seu dia e por isso tais desafios acontecem, é aí que as
dificuldades se sobressaem.
Os diversos contextos nos quais estamos inseridos, como casa, trabalho, escola,
sociedade, são consideradas nosso papel central diante do nosso senso de ser inserido
no social. Assim, quando nossa competência como pessoa é afetada por alguma maneira
e deixamos de estar em algum desses âmbitos sociais, passamos a ser afetados por
diferentes razões, visto que a principal é a forma com que não conseguimos realizar alguma
habilidade que antes realizamos ou nunca conseguimos por tais motivos (CARLETO, D. G.
S. et al., 2010)
A promoção a saúde é uma das alternativas e caminhos pelos quais os profissionais de
terapia ocupacional devem alinhar-se para melhor direcionar a aplicabilidade de seu trabalho,
devemos analisar quais dificuldades e limitações de tal indivíduo e planejar o melhor caminho
para a realização de tal tarefa, desde atividades básicas no nosso dia a dia até dificuldades
consideradas difíceis para a realização individual (SILVA; MARTINEZ, 2002).
Entende-se que a terapia ocupacional não realiza o papel de reabilitação motora ou
fisicamente dirigida, a TO analisa qual a melhor forma de realização e assim passa a planejar
melhores estratégias para aquele indivíduo, para poder ser inserido no meio social, por exem-
plo, dentro de seus limites e necessidades, o indivíduo realizará dentro de suas limitações e
de sua forma de realização e não por adaptação por meio de dispositivos, por exemplo.
Os profissionais que analisam a melhor forma de realização devem entender que,
as circunstâncias devem oportunizar a realização de suas tarefas pessoais ou profissionais,
assim adotando estratégias e meios de oportunidades ocupacionais, a partir daí o
empoderamento pessoal passa a ser o foco, a necessidade de tal tarefa e a realização da
mesma deixa de ser uma dificuldade e o resultado é o mais esperado (BERENICE, 1988).

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 32


“Conhecer a história do paciente desde o início da doença é de fundamental
importância para o profissional, porque possibilita uma investigação de como ele vive o seu
cotidiano. Os dados com respeito ao nível de escolaridade, condições socioeconômicas
e culturais, religião, atividades de vida diária, trabalho e lazer são os preferencialmente
colhidos nessa etapa. A entrevista é composta por uma série de perguntas que se faz ao
paciente e registro das respostas, sem que haja qualquer interferência por parte do terapeuta.
Muitas são as formas utilizadas para a efetivação de uma entrevista: estruturadas, não-
estruturadas, verbais, escritas, abertas, fechadas, etc. Dentre essas, as entrevistas abertas
são pouco utilizadas, pois se caracterizam pela livre narrativa por parte do entrevistado.
O que mais comumente encontramos nas propostas dos terapeutas que trabalham neste
modelo são as entrevistas fechadas ou as anamneses, estruturadas em forma de roteiros
de perguntas, que devem ser respondidas pelo entrevistado”.

Fonte: BERENICE, 1988.

Dentre diversas abordagens vista no decorrer do nosso material, temos em mãos a


possibilidade de aplicação da ludicidade na fase infantil, o brincar está mais ligado ao obje-
tivo da terapia do que a criança a brincadeira, precisamos assim entendermos o significado
do brincar e aplicá-los durante o trabalho de intervenção precoce, por exemplo:
“… o papel do terapeuta ocupacional na Pediatria é o de facilitar as ações da
criança, compreendendo a sua realidade externa, através de atividades de seu interesse,
que sejam importantes para o seu desenvolvimento. As atividades utilizadas no tratamento
da população pediátrica são realizadas através do brincar, que pode ser um meio para
motivar a criança durante o processo terapêutico. Dessa forma, os brinquedos não são
utilizados para compor a brincadeira, mas sim para estimular habilidades em que a criança
apresente dificuldade. Portanto, são as necessidades e o contexto da criança que irão
orientar o terapeuta ocupacional no seu processo de intervenção”.
Fonte: ZEN; OMAIRI, 2009.

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 33


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a),

No presente material, analisamos quais os conceitos e objetivos da análise de


atividades. Entendermos quais as formas e diferentes maneiras de abordarmos um cliente,
seja criança, adulto ou idoso. Você, enquanto profissional habilitado ao atendimento
específico e direto a este indivíduo, deverá reconhecer as capacidades e limitações do
seu aluno/cliente a partir de uma análise para que seja possível compreender suas reais
necessidades.
Além disso, entendemos que não devemos apenas “facilitar” as maneiras de
execução de uma tarefa específica, mas de descobrir meios e maneiras para a realização da
mesma. Além de toda estrutura e preparação devemos, conhecer nosso cliente, realizando
uma anamnese e entendendo os fatores que influenciaram a tal condição.
Todo profissional de terapia ocupacional deve a partir disso procurar distintos manejos
e aplicabilidade, não apenas pensarmos em reabilitar, porém, conduzir a realização dentro de
suas limitações, desde ações simples no dia a dia quanto atividades de trabalho, por exemplo.

Muito Obrigado!

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 34


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Terapia Ocupacional
Autor: Berenice Rosa Francisco.
Editora: Papirus.
Ano: 1988.
Sinopse: Esse livro tem como preocupação fundamental
discutir as contradições dos modelos de terapia ocupacional,
apontando diretrizes para sua superá-las. Quando pensamos
em terapia ocupacional, devemos nos reportar à sua caracterís-
tica interdisciplinar. Dessa forma, a autora optou por discutir os
fundamentos da terapia ocupacional, procurando mostrar seu
papel como instrumento mantenedor ou transformador da so-
ciedade. Para tanto, considere como e para que este ou aquele
modelo é pensado e utilizado. Nessa obra, a terapia ocupa-
cional é entendida como uma entre as demais práticas sociais
capazes de criar as condições necessárias para a realização da
transformação social, sendo essencial para tal compreensão
questionar como existe na sociedade e em que condições é
praticada: contra ou a favor de qual homem ou classe social.

FILME/VÍDEO
Título: O que é a Terapia Ocupacional?
Ano: 2016.
Sinopse: Neste vídeo a gente conversa um pouco sobre o
que é a Terapia Ocupacional, procurando esclarecer alguns
pontos principais e equívocos relacionados à profissão.
Nossa conversa gira em torno de 3 aspectos: - O que faz um
terapeuta ocupacional? - Terapia Ocupacional é uma profissão
de nível superior!! - Terapia Ocupacional é a mesma coisa que
Fisioterapia? Existe “Fisioterapia Ocupacional”?
Link do vídeo: www.youtube.com/watch?v=puX0_SOly8c

UNIDADE 2 ANÁLISE DE ATIVIDADE 35


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UNIDADE
COMPONENTES DE DESEMPENHOS
DAS ATIVIDADES
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Professora Esp. Sandra Léa Mesquita Rangel

Plano de Estudos
● Componente motor e sensorial das atividades;
● Amplitude em diferentes movimentos;
● Componentes cognitivos das atividades;
● Habilidades psicossociais e psicológicas das atividades.

Objetivos da Aprendizagem
● Conceituar e contextualizar sobre os componentes motores e sensoriais;
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● Compreender os tipos de componentes cognitivos em meio as AVDs e AIVDs;


● Estabelecer a importância das habilidades psicológicas e psicossociais;
● Entendermos quais os fatores que influenciam na realização ou não de nossas atividades
de vida diária.
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo à nossa terceira unidade referente a componentes de desem-
penho das atividades. Este material lhe proporcionará conhecimento teórico sobre quais os
fatores que influenciam na realização de atividades de vida diária e quais as necessidades
enfrentadas por ela. Veremos, ainda, as influências que sofremos nas diversas fases de
nossa vida, desde a necessidade, a primeira infância, adultos e velhice. Identificaremos os
componentes cognitivos, as habilidades psicossociais e psicológicas das atividades e qual
nível de suporte para tal. Caso você ainda não tenha lido sobre este assunto em outras
abordagens teóricas, te convido assim a se aprofundar no material disponibilizado a você.

Bons estudos.

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 37


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TÓPICO

COMPONENTE MOTOR
E SENSORIAL DAS
ATIVIDADES
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Sabemos o quanto os componentes motores e sensoriais estão interligados, a par-


tir disso, entendemos o quanto toda estimulação e consequentemente resultado depende
desses dois vetores. O processo pelo qual qualquer atividade motora ou cognitiva vem
a acontecer são interligadas e nos trará um resultado final após determinado objetivo ja
planejado. Nós enquanto terapeutas atuantes devemos assim compreender o que de fato
contribui para que esse conjunto de reações levem a ações finais, pensando assim no
resultado final deve ser atingido tanto pela nossa perspectiva enquanto profissional quanto
pelo resultado esperado pelo paciente (DIANA; TOLEDO. 2010).
Nosso sistema nervoso central (SNC), é responsável por infinitas funções motoras,
interligadas entre músculos, tendões, ossos, movimentos, consciência corporal, controle
postural e consciência motora. Os padrões motores e execução de movimentos vão além
de comando dado via sistema nervoso central, o controle postural, por exemplo, é uma
relação de comando realizada versus entendimento de impulso.
Sempre que pensarmos em componente motor estamos nos referindo a
orientação e equilíbrio postural, sendo assim, a relação é estabelecida entre sensores e
estímulos motores. Todo nosso organismo é composto por componentes sensoriais, estes
responsáveis por receber o comando ou estímulo e transferi-lo ao sistema nervoso central
com mensagem eficiente para realização de tal tarefa solicitada.
Esta informação sensorial retorna ao ponto inicial como forma de reflexo de
comando dado, e realiza uma atividade muscular, assim, o movimento motor é realizado a
partir do comando dado e executado. O desempenho e os reflexos desses comandos são
interligados por meio de mudanças ao longo dos anos, tanto na questão sensorial quanto
na parte motora (DIANA; TOLEDO. 2010).

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 38


Para ilustrarmos esses entendimentos basta compararmos as execuções sensórias
e motoras entre crianças e idosos, assim, perceberemos o quanto mudamos ao longo dos
anos, passando pela maturidade muscular e mudanças fisiológicas já esperadas.
É claro que alguns fatores ao longo da vida do ser humano alteram esses resultados,
como alterações sensoriais devido alguma doença ou síndrome, por exemplo, e alterações
motoras devido a malformações e consequências de acidentes, por exemplo. Toda e
qualquer alteração motora e fisiológica irá por fim modificar essas duas vertentes (MARINA;
LISLEI; ANA PAULA. 2006).
Doenças ligadas ao envelhecimento também são fatores pelos quais algumas
mudanças ocorrem, bem como, a diminuição de controle postural, por exemplo, a falta de
equilíbrio. Assim, podemos observar que possivelmente pela falta deste controle a população
idosa passa por deteriorações sensoriais e motoras de forma natural, neste processo é que
leva essa parte da população a ter maiores necessidades (DIANA; TOLEDO. 2010).
É claro que diferentes motivos podem afetar o processo de envelhecimento, uma
das causas, por exemplo, será pelas consequências de doenças da velhice, por acelerar
ou transformar o processo de alterações sensoriais motoras ainda mais delicadas. E a
partir daí que observamos a necessidade de terapia ocupacional e acompanhamento com
geriatra, por exemplo.
Além das terapias prescritas, provavelmente devemos pensar em soluções que
facilitem o dia a dia de um idoso nessa fase de alterações. As atividades de vida diária
necessitam de auxílio e cuidados especiais na vida desses idosos, claro que podemos
pensar em um adulto mais jovem que por algum motivo passou por alguma alteração
sensorial (DIANA; TOLEDO. 2010).
O papel do terapeuta ocupacional se dá por importante a partir do momento que
este paciente recebe por meio de prescrição qual sua real necessidade de auxílio e treino
para a realização de suas atividades de vida diária, tanto atividades quanto instrumentos
de vida diária.
Podemos imaginar que este adulto deve manter-se no trabalho, morar sozinho ou
necessitar da condução urbana. Em vista disso, nós terapeutas devemos prestar o devido
suporte e “treinamento” para que este adulto consiga realizar seus afazeres de forma mais
independente possível, e é a partir da avaliação deste profissional que este adulto estará
habilitado ou não a manter-se sozinho em grande parte do seu dia (FERNANDES, 2009).
Quando falamos em manter-se sozinho, é justamente sobre entendermos qual
a necessidade durante o dia na companhia de uma segunda pessoa. Essas alterações
sensoriais e motoras podem trazer riscos ao paciente quando não estabelecidas e
entendidas.

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 39


O terapeuta ocupacional é quem está devidamente habilitado e orientado a
prescrever quais adaptações este cliente necessita tanto em sua residência, escola, clínicas,
ou até mesmo no ambiente de trabalho.
Por isso, fica cada vez mais claro o quanto os profissionais devem examinar de
forma imprescindível os ambientes que estão sendo frequentados por tal cliente, tanto as
alterações motoras quanto sensoriais fazem total diferença na vida de um ser humano, a
independência motora quando passa por alterações, pode e deve ser retomada, desde que
não haja prejuízos ao mesmo (MARINA; LISLEI; ANA PAULA. 2006).

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 40


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2
TÓPICO

AMPLITUDE EM DIFERENTES
MOVIMENTOS
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.....

No tópico anterior, vimos a real ligação entre componente motor e componente


sensorial, visto que estão interligados e necessitam do auxílio de comando versus realização
de movimento, ligação direta entre estímulo sensor e resposta motora.
Por meio disso, entendemos o quanto nosso organismo está interligado dentre
suas diversas funções, que até então entendemos como independentes, na verdade, são
coligadas para um resultado específico.
A amplitude de movimentos, por exemplo, está relacionada ao comando feito pela
região sensorial, estímulo recebido por meio do sistema nervoso central, e resposta enviada
através do controle muscular, realizando assim o movimento desejado (MARINA; LISLEI;
ANA PAULA. 2006).
Quando pensamos em amplitude estamos relacionando os comandos versus a
forma de execução. Sempre que pensarmos em alterações motoras devemos entender
quais as causas, assim, estamos nos referindo tanto a condições congênitas até situações
causadas por diversos motivos, como doenças neurológicas ou mentais.
A doença de Parkinson, por exemplo, afeta adultos na faixa etária por volta dos
60 anos, aflige homens e mulheres, independente de raça ou etiologia, sua manifestação
acontece de forma clínica e apresenta algumas características visíveis como: acinesia,
tremores, instabilidade postural e rigidez muscular (MARINA; LISLEI; ANA PAULA. 2006).
Nesse sentido, a doença de Parkinson pode ser diagnosticada a partir da
manifestação de dois sintomas clínicos, como autonomia e amplitude de movimentos
independentes, por exemplo, que tendem a afetar o cotidiano do paciente.

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 41


Diversas alterações motoras surgiram a partir desses sintomas iniciais, e é por meio
do auxílio de uma segunda pessoa que o paciente sentirá a necessidade de ajuda terapêutica.
A terapia ocupacional, neste caso, vem para somar com seu cotidiano e trazer ao longo dos
dias maior autonomia e melhores formas de lidar com a situação, inclusive incluindo familiares
ou cuidados no contexto do paciente (AIDA; NATANNA; PRISCILLA. 2016).
Embora o exemplo seja o cotidiano de um adulto com Parkinson, podemos também
ilustrar o papel do terapeuta ocupacional na vida de uma criança com algum distúrbio motor
ou síndrome pré-existentes. O transtorno do espectro autista (TEA), por exemplo, é uma
condição que por muitas vezes provoca prejuízos motores a criança diagnosticada, sendo
necessário precocemente o estímulo motor e treino locomotor na intenção de melhorar e
adquirir movimentos como pular ou saltar com pés juntos.
Toda alteração motora traz consigo prejuízos ao indivíduo, podemos então pensar
na alteração de marcha, como exemplo, sua maior dificuldade sempre será na realização
de um determinado movimento, consequentemente sua amplitude sofrerá perdas.
O terapeuta ocupacional exerce um papel fundamental na vida do seu paciente/
aluno, desde sua avaliação inicial como trabalho voltado para o treino locomotor tanto fino
quanto amplo, a fim de melhorar e trazer melhores resultados a criança ou adulto em questão.
A qualidade de vida em suas atividades de vida diária e instrumentos diários faz
com que este indivíduo permaneça na maioria de seus dias de forma mais independente ou
com o mínimo de suporte necessário (AIDA; NATANNA; PRISCILLA. 2016).
Por mais que necessite de auxílio, será de grande valia entendermos que a
independência motora melhora e traz a autoconfiança na realização de diversas outras
atividades do dia a dia, como estudar, sair para trabalhar, voltar para casa, escovar os
dentes, organizar sua própria casa e se adaptar dentro de suas condições físicas.

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 42


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3
TÓPICO

COMPONENTES
COGNITIVOS DAS
ATIVIDADES
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Naturalmente, nos seres humanos, passamos por diversas transformações na vida no


decorrer dos anos, uma delas é clara, são as alterações cognitivas. Assim, é essencial ainda
na juventude, estimularmos e preservarmos da melhor maneira nossas habilidades cognitivas.
Por meio de estímulos de raciocínio e lógicas conseguimos exercitar essa área tão
importante na nossa vida, a utilização e exercício por meio de leitura ou caça palavras, por
exemplo, será uma das opções de estímulos que contribuirão para a preservação, para
podermos chegar a uma velhice saudável.
Os hábitos saudáveis devem partir para todas as áreas de nosso corpo, as perdas
serão tanto biológicas, quanto psicológicas, físicas, sociais e cognitivas. São inevitáveis e nesse
sentido, devemos nos preparar para quando tais necessidades surgirem no decorrer da vida.
O processo de envelhecimento traz consigo algumas marcas e características desta
fase, a necessidade por auxílio em tarefas que antes pareciam simples e fáceis, passarão a
ser difíceis e desafiadoras para muitos de nós. Todo ser humano está sujeito a desenvolver
diversas doenças e uma delas está ligada a perda de cognição que é o Alzheimer, é um
processo patológico deste processo no qual ocorre uma degradação do nosso sistema
nervoso central e claro resulta em perdas progressivas e importantes de muitas de nossas
habilidades cognitivas e lógicas do dia a dia (AIDA; NATANNA; PRISCILLA. 2016).
Independente da forma como irá ocorrer esta perda, devemos compreender algumas
maneiras de amenizar esses reflexos, uma delas é por meio da terapia ocupacional, que
busca por meio de atendimentos contínuos e replicados em domicílio, proporcionar ao
cliente melhor qualidade de vida, como melhorias em suas atividades de vida diária.

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 43


O indivíduo que acometido pela doença do Alzheimer, por exemplo, sofrerá
progressivamente a perda de algumas áreas específicas que ao longo dos anos trará
prejuízos nas suas atividades e instrumentos de atividades de vida diária, é importante
que nós consigamos notar a real necessidade e iniciar o processo terapêutico com este
indivíduo, em busca de melhorias na qualidade de vida e mais autonomia quando lhe
parecer difícil devido à progressão da doença (SPOSITO; NERO; YASSUDA. 2016).
Não devemos de qualquer forma subestimar tal condição, porém conseguimos
melhorar o dia a dia de quem tem o diagnóstico e precisa de tal suporte. Lembrando que o
terapeuta necessita de auxílio de todos os familiares envolvidos no processo terapêutico,
independente da doença que o aflige, a inclusão e terceirização da família no processo
terapêutico faz toda diferença.
Toda perda cognitiva apresenta algumas características comuns, dentre elas
a diminuição na memorização, atenção, pensamentos, orientação espaço-temporal,
linguagem e consequentemente aprendizagem. Devido ao comprometimento das áreas
cognitivas que além dessas regiões a questão emocional seja fortemente abalada, o
comportamento social também estará afetado (SPOSITO; NERO; YASSUDA. 2016).
Sendo assim, todos esses comprometimentos cognitivos e suas consequências
levarão a alterações de desempenho ocupacional, ou seja, o dia a dia e suas atividades
diárias estarão diretamente afetadas, normalmente essas mudanças ocorrem justamente
pela falta de capacidade em resolver pequenas coisas do cotidiano.
Na função de prestar o suporte necessário e auxílio em tarefas corriqueiras, o
profissional em terapia ocupacional deve considerar essas perdas e amenizá-las por meio
de outras formas de realização ou direcioná-las. Isso, nos primeiros estágios da doença,
a partir de avanços leves da doença, no qual o indivíduo ainda tenha compreensão dentre
muitas necessidades.
Vale ressaltar que independentemente do nível de comprometimento, a partir de
um diagnóstico feito a paciente não deverá mais permanecer sozinho (a), mesmo que
mantenha suas atividades diárias dentro do esperado, é sempre necessário a presença de
uma companhia para os auxílios necessários (SPOSITO; NERO; YASSUDA. 2016).
Faz-se necessário uma abordagem com quem irá acompanhar o processo
terapêutico, e o avanço da doença até o processo de envelhecimento, naturalmente falando.
O indivíduo inserido no processo terapêutico, deve estar ciente da ajuda e do auxílio que
precisará, mesmo que esta compreensão já esteja afetada, é sempre necessário manter a
conversação de reais necessidades.

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 44


É sempre bom relembrarmos que o envelhecimento saudável não significa que todo
idoso estará livre de doenças, vai além disto. Quando nos referimos a um envelhecimento
bem-sucedido estamos direcionados a falar sobre o processo natural de envelhecer de forma
independente, sendo assim sem precisarmos de alguém que realize nossas atividades e
capacidades funcionais de todo ser humano (FRANGEL, et al. 2013).
O envelhecimento ativo e bem-sucedido deve ser encarado como algo natural e
ser o que nós buscamos ao longo da vida, por meio da realização de atividades físicas
regulares, sono de qualidade, alimentação saudável. Os frutos de uma rotina saudável
serão colhidos na última fase de nossas vidas e todo meio social no qual estamos inseridos
refletem nisto.
Entendemos ainda que a falta de realização de atividades de vida diária no processo de
envelhecimento, promove indiretamente os sintomas depressivos, incapacidades cognitivas
e motoras e principalmente o risco de mortalidade. Sabe-se que a participação de um idoso
na realização de suas tarefas do cotidiano evita o declínio da função motora e diminui os
maiores riscos ao surgimento de doenças emocionais, por exemplo (FERNANDES; 2009).

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 45


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4
TÓPICO

ATIVIDADES PSICOSSOCIAIS
E PSICOLÓGICAS DAS
ATIVIDADES
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Assim como em crianças, adultos e idosos devem ter seus momentos de atividades,
lazer e atividades paralelas às obrigatoriedades do cotidiano, as atividades de vida diária
ou a instrumentalização de vida diária, nesse sentido devemos sempre nos lembrar de
algumas maneiras que podemos recorrer a estes momentos.
Independente da faixa etária, como já mencionado acima, algumas atividades
como ir ao parque ao ar livre, atividades físicas, por exemplo, é uma alternativa que cabe
a qualquer idade e salienta a necessidade de saúde ao final dos exercícios (FRANGEL, et
al. 2013).
Devemos então imaginar a qualidade de vida que esta atividade pode nos propor-
cionar. Bem-estar físico, emocional, mental e psicológico são alguns dos objetivos finais
deste contexto.
Quando nós relacionamos estas atividades com a saúde, nós devemos imaginar que
toda e qualquer atividade paralela a que fazemos em nosso cotidiano, irá nos proporcionar
resultados significativos. A saúde psicológica está ligada tanto a realização independente
de suas obrigações do dia a dia quanto a atividades de prazer em momentos diferenciados
(SPOSITO; NERO; YASSUDA. 2016).
Algumas situações serão inevitáveis ao longo da vida, como o processo natural de
envelhecimento, durante esse processo natural do envelhecimento a perda de vitalidade
física, por exemplo, é o que mais sofre alterações, como perda muscular, viscosidade de
pele, enfraquecimento de membros superiores e inferiores, perda de equilíbrio, vertigens
com mais frequência, dentre outras alterações.

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 46


Este processo, dá-se assim a exigência de algumas necessidades que antes não
existiam, como o nível de auxílio ou nível de suporte, pensamos assim que antes em sua
fase jovem este ser humano não necessitava de nenhum tipo de auxílio e agora na velhice
passa a precisar, claramente vemos que alguns processos psicológicos e psicossociais
também estão diferentes e sofreram algumas alterações (FERNANDES; 2009).
Devido a isso, além de todo processo e mudança física e fisiológica, devemos
percebermos a necessidade psicológica e psicossocial deste indivíduo. Este contexto é
sempre necessário, pois é a partir dele que entendemos algumas mudanças esperadas
para esta fase, a falta de vínculos afetivos, a convivência com o luto devido à perda de um
ente próximo, consequentemente vão interferir nesta área.
Naturalmente todos nós quando chegarmos na velhice passamos pelas mesmas
situações, porém o que difere uma pessoa da outra é justamente o suporte psicológico e
presença psicossocial que este idoso recebe, tanto de familiares quantos de amigos em
seu redor.
Antes de pensarmos apenas em idosos, devemos também relacionar jovens ou
adultos que necessitam destes auxílios quando passam por uma determinada doença, por
exemplo. O suporte é necessário e dependendo do grau afetado deve-se procurar por
ajuda com profissional habilitado (FRANGEL, et al. 2013).
Crianças que recebem um diagnóstico após investigação necessitam também de
suporte, tanto os pais após o nascimento de um bebê sindrômico ou portador de algum trans-
torno, quanto crianças maiores que receberam algum diagnóstico durante a primeira infância.
Chegamos a conclusão de que independente da situação, faixa etária ou fase da vida,
todos nós em algum momento necessitamos de suporte psicológico e apoio psicossocial,
o que muda de uma situação para outra sempre será a necessidade. É importante que o
paciente quando em plena coerência perceba qual a real necessidade e dê uma chance
para a ajuda psicológica.
Todo ser humano de alguma forma necessita em algum momento de determinado
acompanhamento, porém alguns percebem a necessidade apenas quando passam por algumas
situações mais difíceis. Quando esta situação atinge nossa produtividade e nossas atividades
de vida diária, esse suporte passa a valer-se como fundamental (FRANGEL, et al. 2013).
Sempre que pensamos em quebra de rotina e resultados diários, pensamos em
qual a melhor situação ou profissional poderá nos auxiliar. Pensando em instrumentação
de vida diária, logo relacionamos esta a situação de necessidade psicológica à falta de
produtividade, é aí que devemos nos manter mais próximos a familiares e profissionais para
melhor conseguirmos lidar com situações, independente da forma como vamos enfrentá-la.

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 47


“O acidente vascular cerebral (AVC) é uma condição neurológica muito comum,
que influencia a vida do paciente e de seus familiares. De acordo com estudos realizados
em nosso país, o AVC é a primeira causa de morte, sendo considerada também a principal
causa de incapacidade física e mental, elevando os números de aposentadoria por invalidez.
Por essas razões, as pessoas que têm AVC podem ter prejuízos nas atividades da sua vida
diária, no trabalho, no lazer e podem apresentar quadros de depressão e baixa qualidade
de vida. Tudo isso faz com que o paciente com AVC tenha dificuldades nas atividades
diárias e nas relações sociais e familiares.”

Fonte: FERNANDES; 2009.

Você já se perguntou por que o aumento do número de quedas acontece na velhice?


“O dramático aumento no número de quedas com o envelhecimento tem sido
atribuído ao declínio do desempenho do sistema de controle postural. A queda representa a
consequência mais drástica das alterações do controle postural; entretanto, mesmo idosos
capazes de realizar suas atividades de vida diária independentemente podem apresentar
um declínio importante no controle e equilíbrio postural, o que apenas se torna evidente
após a ocorrência de uma queda. Ainda não estão claros quais fatores poderiam colaborar
para esse declínio e o esclarecimento de tais fatores poderia, entre outras ações, facilitar a
elaboração de programas específicos de prevenção de quedas para idosos.”

Fonte: DIANA; TOLEDO. 2010.

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 48


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a),

No presente material, analisamos quais os componentes de desempenhos das


atividades de vida diária, discorremos sobre as diferentes faixas etárias e o que influenciam
essas distintas idades. Você, enquanto profissional habilitado futuramente, terá um papel
importante quando prestar o devido suporte e auxílio para este paciente conforme sua
necessidade.
A partir disso, entendemos que diversos fatores podem influenciar na necessidade
de auxílio psicológico psicossocial, sendo fundamental a presença tanto da família quanto
de profissionais da área. Todo profissional de terapia ocupacional deve a partir disso
entender seu cliente, suas reais necessidades de terapêuticas, além de conhecer o contexto
e encaminhar para demais áreas quando necessário. Em vista disso, nosso cliente terá
maior qualidades de vida e melhores condições, seja nas atividades de vida diária ou na
instrumentação de vida diária.

Muito Obrigado!

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 49


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Aprender pela vida cotidiana
Autor: Gilles Brougère e Anne-Lise Ulmann.
Editora: Papirus.
Ano: 1988.
Sinopse: Aprender pela vida cotidiana é uma obra que dá a pro-
fissionais como os pesquisadores, a oportunidade de descobrir
a grande quantidade de saberes adquiridos na vida cotidiana e
por meio dela. Ultrapassando os debates recorrentes sobre a
hierarquia entre saberes teóricos e práticos, de conhecimento
geral e prática, este livro traça novas perspectivas de ação ao
mostrar como as aprendizagens formais e informais ecoam
uma na outra e se completam. Gilles Brougère e Anne-Lise
Ulmann acreditam que as aprendizagens da vida cotidiana,
longe de serem sempre fáceis de fazer, obrigam a operar um
deslocamento do olhar sobre as coisas para revelá-las de outro
modo e fazer emergir sentidos ocultos. Esse novo olhar sobre
o comum transforma as representações do cotidiano e, desse
modo, não nos deixa nem exteriores, nem indenes, mas nos
transforma igualmente.

FILME/VÍDEO
Título: Como auxiliar na rotina diária de crianças com autistas?
Ano: 2021
Sinopse: No vídeo a pedagoga, psicomotricista e analista
do comportamento Beatriz Zeppelini explica como utilizar
suportes visuais através de schedules para facilitar a rotina
diária de crianças autistas. É comum pessoas com autismo
apresentarem maior facilidade em processar informações
visuais, também se beneficiam quando o ambiente oferece
previsibilidade e controle, o que minimiza possíveis dificuldades
em compreender explicações, discursos e solicitações verbais.
Agendas (schedules) são identificações de sequências de
atividades que devem ser completadas pela pessoa durante
um período de tempo, podem ser apresentadas de diferentes
formas e representar períodos específicos, conforme a
necessidade da pessoa com TEA.
Link para acesso:
Como auxi https://www.youtube.com/watch?v=rtSQo3x5C-
g4&t=7sliar na rotina diária de crianças autistas? – YouTube

UNIDADE 3 COMPONENTES DE DESEMPENHOS DAS ATIVIDADES 50


4
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UNIDADE
INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS
AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS
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Professora Esp. Sandra Léa Mesquita Rangel

Plano de Estudos
● Técnicas e meios de avaliações;
● Adaptações das atividades;
● Habilidades voltadas para o indivíduo;
● Habilidades voltadas para o social.

Objetivos da Aprendizagem
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● Conceituar e contextualizar sobre Técnicas e meios de avaliação;


●Compreender o que são adaptações;
● Estabelecer quais as formas de realizarmos adaptações voltadas ao indivíduo;
●Entendermos quais são as habilidades voltadas para o social.
INTRODUÇÃO
Sejam muito bem-vindos à nossa quarta unidade, referente ao conteúdo de
instrumentalização nas avaliações das AVDs e AIVDs. Este material te proporcionará um
maior conhecimento teórico referente ao quais os meios e quais técnicas podemos utilizar
para melhor avaliar um idoso ou deficiente físico, por exemplo. Contemplaremos ainda
quais são as adaptações das atividades do dia a dia, além das habilidades que podem ser
estimuladas tanto direcionadas para o indivíduo quanto para o social. Caso você ainda
não tenha lido sobre este assunto em outras abordagens teóricas, te convido assim a se
aprofundar no material disponibilizado a você.

Bons estudos.

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 52


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1
TÓPICO

TÉCNICAS E MEIOS DE
AVALIAÇÕES
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Como já sabemos, o processo de envelhecimento é uma fase da vida que todo ser
humano está destinado a vivenciar,é claro, que devemos levar em consideração as diferentes
formas de alcançarmos a velhice, e da melhor forma e escolha sempre será de forma
saudável, conseguimos assim aumentar as chances de mantermos nossa independência e
vitalidade mesmo nessa fase. Enquanto estivermos capazes de cuidarmos de nós mesmos
e de nossa saúde, podemos assim solicitar menos ajuda de terceiros, ajuda essa que
podemos evitar ao longo da vida por meio de hábitos saudáveis.
Embora algumas características físicas, mentais e emocionais sejam inevitáveis,
podemos melhorar alguns aspectos e evitar assim algumas situações mais indesejáveis,
como adotarmos melhores hábitos alimentares durante toda a vida, prevenindo doenças
crônicas, por exemplo.
De fato, o envelhecimento populacional é a maior prevalência de inúmeras
comorbidades e incapacidades, consequentemente, as chances de internações e
tratamentos são maiores. Em vista disso, este indivíduo enquanto internado ou sob cuidados
especiais terá suas habilidades motoras, cognitivas, e sociais prejudicadas.
É oportuno lembrarmos grande parte das internações, por exemplo, intercorrem
com a população idosa, consequência das limitações devido à idade, se comparado com a
faixa etária mais jovem, essa comparação se dá no ambiente hospitalar como citado, porém
acorre também em outros contextos e situações.
Devido ao declínio funcional dessa idade, as chances de mortalidade são maiores
e a necessidade de cuidados e serviços de saúde aumentam a demanda.

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 53


Este declínio no envelhecimento ocasiona em dificuldades para realizar diversas
atividades tanto básicas da vida diária (AVDs), como — tomar banho, se vestir, se alimen-
tar, se locomover, além de dificuldades para controlar os esfíncteres tanto urinário quanto
vesical retal.
Além das limitações de atividades básicas, temos as dificuldades nas atividades
instrumentais de vida diária (AIVDs), como cuidar do controle financeiro, controlar horários
e quais as medicações corretas, ir às compras, usar telefone e até mesmo acionar uma
condução até o trabalho (taxi/ ônibus) (DE VIVEIRO; et al, 2014).
Sempre que citamos sobre nossas capacidades, sejam elas básicas ou complexas,
estamos nos referindo à capacidade funcional do ser humano. Essa capacidade pode e
deve ser avaliada quando visto necessário, seja devido a uma dificuldade apresentada, ou
seja, pela fase natural de envelhecimento.
O Terapeuta Ocupacional está habilitado a realizar estas avaliações funcionais,
é nesta avaliação que conseguimos mensurar quais as habilidades físicas e mentais
para assim planejarmos melhor sua autonomia e independência, isso é claro envolvendo
inúmeros aspectos da vida desse adulto. A partir da avaliação nós conseguimos traduzir em
resultados palpáveis a ampliação do estado de saúde física e mental.
A avaliação funcional é um instrumento que nós profissionais podemos utilizar
para sabermos qual o nível de realização no desempenho das atividades cotidianas,
trata-se assim de habilidades diárias consideradas normais e padronizadas, de acordo
com os comportamentos socialmente construídos, onde envolve áreas de saúde mental,
psicossociais e físicas (TIMM; et al, 2021).
O terapeuta ocupacional é quem pode aplicar uma dessas avaliações, a seguir
irei disponibilizar um modelo de avaliação que pode assim ser aplicado com idosos, por
meio desta avaliação conseguimos trazer um plano terapêutico e então gerenciar melhores
formas para beneficiar o avaliado.

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 54


Itens/ Opções Pac. Acomp.

1. Telefone
- Capaz de ver números, discar, receber e fazer ligações sem ajuda........... (3) (3)
- Capaz de responder o telefone, mas necessita de um telefone especial ou de ajuda para encontrar os números ou discar
............................................. completamente incapaz no uso do telefone .................................................. (2) (2)
(1) (1)
2. Viagens
- Capaz de digerir seu próprio carro ou viajar sozinho de ônibus, ou táxi.................................................................................................................. (3) (3)
- Capaz de viajar exclusivamente acompanhado.................................................................................................
- Completamente incapaz de viajar.............................................................................................................. (2) (2)

(1) (1)
3. Compras
- Capaz de fazer compras, se fornecido transporte.......................................................................................................
- Capaz de fazer compras, exclusivamente acompanhado................................................................................................ (3) (3)
- Completamente incapaz de fazer compras..........................................................................................................

(2) (2)

(1) (1)
4. Preparo de Refeições
- Capaz de planejar e cozinhar refeições completas.........................................................................................................
- Capaz de prepara pequenas refeições, mas incapaz de cozinhar refeições completas (3) (3)
sozinho..............................................................................................................
- Completamente incapaz de preparar qualquer refeição..............................................................................................................
(2) (2)

(1) (1)
5. Trabalho Doméstico
- Capaz de realizar trabalho doméstico pesado (como o chão) ...........................................................................................................................
- Capaz de realizar trabalho doméstico leve, mas necessita de ajuda nas tarefas (3) (3)
pesadas..............................................................................................................
- Completamente incapaz de realizar qualquer trabalho doméstico sozinho................................................................................................................
(2) (2)

(1) (1)
6. Medicações
- Capaz de tomar os remédios na dose certa e na hora certa……………… .......................................................................................................................
- Capaz de tomar remédios, mas necessita de lembretes ou de alguém que os (3) (3)
prepare.....................................................................................................
- Completamente incapaz de administrar dinheiro........................................
(2) (2)
(1) (1)
7. Dinheiro
- Capaz de administrar necessidades de compra, preencher cheques e pagar
contas.............................................................................................................. (3) (3)
- Capaz de administrar necessidades de compra diária, mas necessita de ajuda com cheques e no pagamento de
contas...............................................
(2) (2)
- Completamente incapaz de administrar dinheiro............................................
(1) (1)

Fonte: adaptado de: PRONTOLAB – Laboratório de pesquisa em envelhecimento humano

Dentre inúmeras avaliações, apresentei acima uma das opções concretas, validadas
e confiáveis que podemos utilizar. A escala de Lawton é hoje uma das avaliações mais
utilizadas para verificar o nível de suporte ao indivíduo, seja ele idoso ou qualquer outro
caso específico que afeta as habilidades de vida diária.
Dentre todos os itens do questionário acima, temos alguns como utilização de
telefone, preparação de refeições, manipulação das próprias medicações, utilização de
transporte, etc. É importante salientar que todos os questionamentos feitos nos levará a
uma média de resposta, média esta que irá nortear qual melhor meio terapêutico a ser
aplicado com tal avaliado.

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 55


Esta escala foi desenvolvida por Lawton e Brody em meados de 1969, e o
questionário avalia 7 atividades instrumentais. Seu maior objetivo ainda é estimar qual o
nível de desempenho funcional de uma pessoa (MENDES, 2021).
Ao realizar uma checagem por meio do questionário, podemos comparar o resultado
inicial, traçar um plano terapêutico e após algum tempo avaliá-lo novamente, na medida
que permitirá acompanhá-lo durante um programa de cuidados específicos. Lembre-se que
devemos levar em consideração o modo geral de vida do avaliado e não apenas o resultado
numérico em si, analisarmos suas particularidades pessoais e necessidades específicas
que o questionário apresentar.
Tendo em vista que o questionário deverá ser direcionado ao paciente, em caso
de impossibilidade do mesmo, o questionário deverá ser aplicado ao cuidador ou familiar,
ou até mesmo um amigo, ou vizinho próximo que tenha conhecimento sobre a rotina do
paciente. Dessa forma, será possível compreender qual o suporte necessário indicado para
o paciente.
A pontuação varia em cada item de 1 a 3, sempre com três alternativas, sendo
cada uma com uma pontuação específica. A pontuação 3 significa que o indivíduo está em
condições de independência, enquanto a pontuação 2 indica situação de semi dependência
e a pontuação 1 o indivíduo tem total dependência de cuidados. No final do teste aplicado
podemos chegar a dois extremos, a soma de 21 pontos, que indica total independência e
pontuação mínima de 7 pontos, que indica total independência e suporte para cuidados
(MENDES, 2021).

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 56


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2
TÓPICO

ADAPTAÇÕES DAS ATIVIDADES


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.....

Em relação às adaptações de atividades, devemos pensar em estratégias distintas


para a realização de uma mesma atividade. A adaptação por si só proporcionará ao indivíduo,
uma maneira diferente de realizar, porém, com o mesmo resultado, que nada mais é do que
a realização.
O termo adaptação está direcionado a modificações tanto de ambientes quanto de
objetos ou instrumentos, seja para realização de uma tarefa ou método, o objetivo principal
neste caso é alcançarmos o máximo de funcionalidade para o indivíduo e consequentemente
gerar maior autonomia e independência ao desenvolver a atividade adaptada.
Tudo irá de encontro com a interação e o nível de desempenho do indivíduo, por isso,
é necessária uma avaliação específica de suas atividades de vida diária ou instrumentais,
na medida que possibilite traçar um plano terapêutico.
O plano terapêutico nada mais é do que definirmos quais serão os meios de
adaptações e o nível de suporte que o idoso necessita, por exemplo. Essa adaptação é para
soltar a criatividade do terapeuta ocupacional em uma modificação eficaz para realização
de alguma tarefa.
Quando pensamos em modificar ou manipular algo para melhor servir a alguém
devemos então compreender duas formas distintas de chegarmos a essas adaptações,
sendo elas: baixa tecnologia ou baixo custo, a alta tecnologia ou alto custo (HOHMANN;
CASSAPIAN, 2011).

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 57


A diferença entre ambas basicamente é: baixo custo ou baixa tecnologia são
dispositivos adaptados de forma barata, com valores acessíveis e que geram resultados
satisfatórios ao paciente, já o de alto custo como o próprio nome já diz está relacionado a
utilização de tecnologia inovadoras, por meio de comandos.
Nesse sentido, as adaptações que se destacam são as computadorizadas, por
exemplo, de qualquer forma as duas maneiras de adaptações permitem ao cliente obter um
bom desempenho satisfatório, além de autonomia, o objetivo maior sempre será ao nível
de suporte reduzido ou quase nulo.
Sendo assim, precisamos passar pelo processo de desenvolvimento das adaptações
levando em conta quais os reais problemas daquele indivíduo, não estamos nos referindo a
“receita pronta”, e sim na identificação precisa de qual a necessidade de remodelar.
Dessa forma inclusive que vamos entender todo o contexto de mudança se optarmos
por dispositivos ou matérias de baixo, ou alto custo como já mencionamos.
Após pesquisa e análise realizada, devemos abordar o cliente e analisar quais
as sugestões de adaptações são viáveis, e mais do que isso, adaptar o que é necessário
dentro de sua realidade e contexto tanto familiar quanto do meio em que vive.
Sobretudo, há também a necessidade de orientarmos os familiares ou amigos
próximos, no intuito de ajustar o que for necessário e do mesmo auxiliar o idoso ou deficiência
no seu processo de adaptação. Devemos assim manusear e demonstrar a forma corretas
de utilização quantas vezes se achar necessário, para que não traga riscos ao paciente
(HOHMANN; CASSAPIAN, 2011).

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 58


................
...............
................
................

3
TÓPICO

HABILIDADES VOLTADAS PARA O


INDIVÍDUO
.
.....
.....
.....

As habilidades que visam o indivíduo no cotidiano ou mesmo no ambiente de trabalho,


estão direcionadas para melhorar a capacidade de realizar tarefas de forma independente.
Isso inclui habilidades básicas, como vestir-se, tomar banho, alimentar-se e se comunicar
com a família e vizinhança, além de gerenciar as atividades domésticas com eficiência.
Para que todo o processo de adaptação aconteça devemos ter consciência de
sete aspectos fundamentais: a análise da atividade, conhecimento dos princípios de
compensação, sugestão de solução para o problema, assimilação de problema, pesquisa
de recurso alternativos para a resolução do problema identificado, treino de adaptação e
manutenção periódica na adaptação, seja ela diretamente com o idoso ou deficiente, ou
seja, ela indiretamente, por meio de familiares ou cuidadores.
Por isso, é tão importante orientar a família ou cuidador, em relação ao manuseio
ou mau uso de alguns dispositivos, visto que podem alterar a resolução do problema ao
invés de solucioná-lo.
Um dos maiores obstáculos na realização da adaptação é a falta de consideração
do contexto em que o indivíduo vive, o que pode levar a baixa aderência às mudanças
propostas. É de suma importância que o terapeuta faça visitas domiciliares ao cliente para
compreender a realidade em que ele vive e identificar as reais necessidades de materiais e
recursos adaptativos antes de fazer qualquer intervenção. .
Sendo assim, vale ressaltar que muitas vezes um produto eficaz se vale na
adaptação por um produto mais barato e de fácil acesso.

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 59


Sempre que pensarmos em materiais mais acessíveis automaticamente pensamos
nos de baixo custo e consequentemente a estimulação da realização da produção, ou seja,
faz com que o terapeuta além de analisar e elaborar uma adaptação o deixe instigado a
produzir sempre mais (HOHMANN; CASSAPIAN, 2011).

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 60


................
...............
................
................

4
TÓPICO

HABILIDADES VOLTADAS
PARA O SOCIAL
.
.....
.....
.....

Além de analisar os diversos aspectos que devem ser adaptados durante o


tratamento, é importante que, como terapeutas, busquemos compreender como podemos
tornar o ambiente mais acessível e inclusivo para o paciente de maneira social.
Do ponto de vista social, os seres humanos estão inseridos em um ambiente em
que convivem e trabalham com outras pessoas, cumprindo funções e objetivos pessoais e
profissionais. Por isso, quando consideramos a reinserção de um indivíduo em atividades
motoras por meio de adaptações, é importante repensar também as habilidades sociais
necessárias para sua reintegração na sociedade (CARNEIRO; FALCONE, 2013).
Vamos analisar hoje o cenário brasileiro com relação à velhice, os números de
pessoas mais velhas e idosas têm crescido consideravelmente, por isso a necessidade de
mantermos essa faixa etária inserida no contexto social, seja para estimular interações e
melhorar as habilidades sociais, ou seja, pela sua competência social.
Quando nós mencionamos a habilidade social, estamos nos referindo aos
comportamentos que o indivíduo apresenta diante de diferentes demandas e situações, seja
em relação às outras pessoas ou ao ambiente em que vive. Esse termo abrange um conjunto
de habilidades e comportamentos que o ser humano utiliza para lidar com essas situações.
Nesse sentido, é necessário considerarmos alguns requisitos essenciais para
compreendermos melhor as habilidades sociais, sendo elas: comunicação entre as
pessoas, civilidade, o direito à cidadania, habilidades sociais assertivas e empáticas e ainda
habilidades sociais voltadas ao trabalho.

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 61


Por outro lado, em relação às competências sociais, estamos direcionando
o pensamento em um conjunto de estratégias de respostas que assim levam os seres
humanos ao alcançar o sucesso nas relações interpessoais, sejam de maneira adequada e
sem prejudicar demais pessoas ao nosso redor.
Além dessas duas formas de entendermos o ser humano, podemos analisar o
nosso desempenho social, que se refere a uma sequência de comportamento ou emissão
destes perante uma situação, que deve ser levada em consideração em qual ambiente
acontece, em domicílio, no trabalho ou até em momento de descontração como no grupo
de amigos (CARNEIRO; FALCONE, 2013).
Além disso, mais importante do que analisarmos todas as situações é entender
que quando pensamos em idosos, automaticamente compreendemos que muitas vezes
os mesmo se recusam a participar de ações que fazem com que essa situação possa
melhorar, devemos por hora imaginar que estamos proporcionando o bem-estar físico,
mental e espiritual para essa faixa etária, por meio de terapias e adaptações, mas, devemos
analisar qual o contexto deste idoso.
Sempre que possível devemos compreender a seguinte situação, na faixa etária
idosa muitas vezes o maior empecilho para desempenhar alguma atividade não será em sua
capacidade de executar, mas, sim, nos julgamentos sociais devido a sua forma de realizar.
Por essas e demais razões é que muitas vezes idosos tendem a evitar a realização
de uma tarefa ou a participação em alguma atividade por achar que sua capacidade pode
ser inferior às capacidades de demais pessoas, optando sempre por assumir tarefas que se
sentem confortáveis em fazer (CARNEIRO; FALCONE, 2016).
Essa autoeficácia é um ponto importante para assim desenvolvermos melhores
resultados no desempenho físico, bem-estar do indivíduo, melhores quadros de saúde
mental, companhia social e participação da mesma e uma velhice saudável.
Nosso papel enquanto terapeuta ocupacional é e sempre será de modo geral elevar
essa autoanálise de eficácia realizado pelo próprio idoso ou deficiente físico, nos enquanto
profissionais habilitados devemos enaltecer suas capacidades, adaptá-las, manejá-las e
oferecermos a melhor forma, para que nosso paciente tenha melhores resultados e consiga
assim alcançar resultados satisfeitos, tanto para nós enquanto terapeutas quanto para eles
em sociedade enquanto indivíduos ativos na sua terceira idade.

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 62


“Embora a literatura aponte uma associação entre relações interpessoais, apoio
social e qualidade de vida na terceira idade, são escassas as pesquisas que focalizam,
especificamente, o repertório de habilidades sociais de idosos em sua relação empírica com
essas variáveis. Pode-se supor que o idoso que conta com uma rede de apoio social tende
a ser mais socialmente competente, além de possuir níveis mais elevados de qualidade de
vida do que aquele que interage apenas com o seu grupo familiar e com alguns amigos.”

Fonte: CARNEIRO; et al., 2007.

Você já parou para analisarmos o quanto a população tem ficado mais idosa?
“A emergência e a consolidação do estudo do envelhecimento (gerontologia)
é um dos principais eventos científicos do século XX. O rápido aumento do número de
pessoas idosas, nas últimas décadas, ocasionou a explosão do trabalho científico sobre o
envelhecimento, tanto nas ciências naturais quanto na área das humanidades.”

Fonte: CARNEIRO; FALCONE, 2004.

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 63


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) aluno (a),

No presente material, entendemos quais os meios de adaptações, tanto na faixa


etária idosa quanto entre pessoas com algum grau de comprometimento, seja ele intelectual
ou físico. Entendemos sobre quais as técnicas e meios de avaliações para as atividades de
vida diária, quais as adaptações mais condizentes tanto com o indivíduo quanto voltadas
ao social desse paciente.
Quando nós mencionamos a habilidade social, estamos nos referindo aos
comportamentos que o indivíduo apresenta diante de diferentes demandas e situações, seja
em relação às outras pessoas ou ao ambiente em que vive. Esse termo abrange um conjunto
de habilidades e comportamentos que o ser humano utiliza para lidar com essas situações.

Muito Obrigado!

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 64


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
Título: Reabilitação
Autor: Antônio Carlos Fernandes & Alice Conceição Rosa Ra-
mos.
Editora: Manole
Sinopse: Reabilitação é a vertente da Medicina que, diante da
impossibilidade da cura ou recuperação, busca proporcionar
superação, integração social e maior independência ao
indivíduo, por meio do trabalho de uma equipe multidisciplinar,
que considera a necessidade e limites de cada reabilitando.
Dividida em 05 partes, que abordam os fundamentos dos
processos de reabilitação, patologias atendidas, especialidades,
exames subsidiários e técnicas de reabilitação, a 2.ª edição do
livro Reabilitação, da AACD, além de enriquecer a literatura
médica, proporciona valiosos conhecimentos teórico-práticos a
todos os profissionais da saúde e especialmente aos da área de
reabilitação.

FILME/VÍDEO
Título: Como organizar a rotina do idoso - Atividades de Vida
Diária (AVD’s) e dicas.
Ano: 2018.
Sinopse: Uma boa organização da rotina garante os cuidados
necessários para o idoso e também aumenta o senso de
dignidade e autoestima, dando mais propósito e significado ao
seu dia-a-dia. Além de facilitar a vida do familiar ou cuidador de
idosos.
Link do vídeo: https://youtu.be/IkNBeuRn8Cg

UNIDADE 4 INSTRUMENTALIZAÇÃO NAS AVALIAÇÕES DAS AVDS, AIVDS 65


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Pelotas, Rio Grande do Sul, 2014. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS,
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OLIVEIRA, Dayane Capra; OLIVEIRA, César Messias; LIMA-COSTA, Maria Fernanda;


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SILVA, Daniela, B. R.; MARTINEZ, Claudia, M. S. Modelos de avaliação em terapia


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Instrumentos de Avaliação da Funcionalidade de Idosos. Evento: XXIV Congresso de
Iniciação Científica. 2021.

ZEN, Camila, C.; OMAIRI, Claudia.; O modelo lúdico: uma nova visão do brincar para a
terapia ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar – São Carlos, v. 17,
n.1, p. 43-51, maio/ago 2009.

70
CONCLUSÃO GERAL
Prezado (a) aluno (a),

Por meio destes materiais disponibilizados conseguimos entender quais os


principais conceitos e contexto com relação a atividades de vida diária e instrumentais de
um indivíduo. Abordamos assim quais as definições dos termos AVDs e AIVDs, quais os
fatores que podem influenciar nessas atividades e quais áreas de ocupação um indivíduo
que necessita de atenção em suas atividades pode estar inserido.
Contextualizando assim quais as formas e manejos um profissional de terapia
ocupacional pode e deve disponibilizar por meio de técnicas melhoras no dia a dia deste
indivíduo.
Por meio de diferentes técnicas avaliativas podemos assim, fornecer a este
paciente, melhoras em suas tarefas diárias e em seu ambiente de trabalho, se assim se
fazer necessário, por meio de melhorias podemos fornecer a este paciente a participação em
atividades que já estava habituado a realizar e que antes apresentava suas necessidades
e dificuldades.
Definimos assim quais as definições e modelos de análises que temos disponíveis
no mercado de trabalho e que podemos utilizar como ferramenta para tal avaliação, inclusive
disponibilizamos modelos por meio das apostilas para que você aluno consiga de maneira
rápida e prática replicar o conteúdo.
Desta maneira fornecemos materiais para instrumentalizar você estudando e
aumentar suas chances de conhecimentos. A partir de agora acreditamos que você já está
preparado para seguir em frente, desenvolvendo ainda mais suas habilidades e conhecendo
mais a fundo o universo da terapia ocupacional e quão importante ela se torna na vida de
muitas pessoas.

Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!

71
ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE
Praça Brasil , 250 - Centro
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Paranavaí - PR - Brasil
TELEFONE (44) 3045 - 9898

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