Trabalho Final Psicofarmacologia
Trabalho Final Psicofarmacologia
Trabalho Final Psicofarmacologia
Bauru
2023
Introdução
Os psicodélicos
Cada droga tem o seu mecanismo de ação particular, mas todas elas atuam,
direta ou indiretamente, ativando uma mesma região do cérebro: o sistema de
recompensa cerebral. Esse sistema é formado por circuitos neuronais responsáveis pelas
ações reforçadas positiva e negativamente. Quando nos deparamos com um estímulo
prazeroso, nosso cérebro lança um sinal: o aumento de dopamina, importante
neurotransmissor do sistema nervoso central (SNC), no núcleo accumbens, região
central do sistema de recompensa é importante para tais efeitos das drogas de abuso, por
esse e outros motivos que os efeitos de estado alterado/modificados de consciência que
os psicodélicos causam não geram dependência química, uma vez que atuam mais
diretamente na serotonina.
Drogas são ferramentas assim como facas são úteis porque cortam, mas
perigosas pelo mesmo motivo, as drogas também podem ser úteis e perigosas
dependendo de quem e como as utiliza. Isso porque elas afetam nosso cérebro e
consciência. O resultado do uso depende dos: propósitos de quem usa, tipo da droga, a
dosagem e o controle de qualidade.
Ressalta-se que nos modelos utilizados nas pesquisas atuais que avaliam o
potencial terapêutico da psilocibina e de outros psicodélicos, estes são utilizados como
parte de um processo psicoterapêutico rigorosamente estruturado, de modo a incluir
uma triagem para excluir pacientes com desordens psicóticas (SOARES, 2021). O
maior risco das drogas é o vício e a overdose, geralmente por causas respiratórias ou
cardíacas. Psicodélicos mexem com a vascularização mesmo que em níveis normais,
então quem já teve AVC ou algo do tipo é uma área de risco. (SCHENBERG et al,
2021).
Método
Uma ressalva feita por Schenberg é de que a PAP não é recomendada para
psicólogos recém formados, por ser uma técnica difícil, apresentar casos complexos,
seria mais viável uma pessoa com uma bagagem experiencial a respeito do atendimento
clínico para conduzir todo seu manejo. O mesmo utiliza-se como linha teoria de
Stanislav Grof, mas não se opõe a nenhuma como Psicanalise, Junguianas, Cognitiva
Comportamental etc.
Considerações finais
Por fim, uma reflexão que se pode pontuar é a questão do proibicionismo que, se
não houvesse toda a repressão na década de 60 e 70 em torno dos psicodélicos,
possivelmente não estaríamos enfrentando o mal do século XXI que é exatamente a
depressão e a ansiedade. Infelizmente tais pesquisas ainda andam a passos lentos, a
estreita visão social das drogas, aliada à bases religiosas e de preconceito atuam como
barreira na pesquisa psicodélica a décadas. Esperamos que o panorama futuro dessa área
tão promissora venha a emergir com seus devidos cuidados e empenhos, enquanto que a
psilocibina é cada vez mais descriminalizada e utilizada para tratamento de depressão e
outros experimentos.
Referências
Carlini EA, Maia LO (2017). Plant and Fungal hallucinogens as toxic and
therapeutics agents. In: Gopalakrishnakone P, editor. Toxinology. Plant Toxins.
Dordrecht: Springer.
Costa, M. C. M., Figueiredo, M. C., & Cazenave, S. de O. S.. (2005).
Ayahuasca: uma abordagem toxicológica do uso ritualístico. Archives of Clinical
Psychiatry (são Paulo), 32(Arch. Clin. Psychiatry (São Paulo), 2005 32(6)).
https://doi.org/10.1590/S0101-60832005000600001
Eduardo Schenberg, Sidarta Ribeiro, Stevens Rehen, Dra Paula Dall Stella – Aula
aberta Instituto Phaneros 28/01/2021 – Disponível em https://www.youtube.com/watch?
v=us2CBxnDv3M
Johnson MW, Garcia-Romeu A, Cosimano MP, Griffiths RR. Pilot study of the
5-HT2AR agonist psilocybin in the treatment of tobacco addiction. J Psychopharmacol.
2014 Nov;28(11):983-92. doi: 10.1177/0269881114548296. Epub 2014 Sep 11. PMID:
25213996; PMCID: PMC4286320.