Eja - Didatica
Eja - Didatica
Eja - Didatica
JOVENS E ADULTOS
ISBN 978-85-9502-052-8
CDU 37.022
Introdução
A didática faz parte da prática pedagógica do professor. Elaborar uma
aula pautada em objetivos educacionais claros, aprimorando o desen-
volvimento cognitivo, afetivo e social do aluno. Em se tratando do aluno
da EJA, além dos conteúdos a serem abordados é preciso promover um
ambiente de confiança, cidadania e de astúcia.
Neste texto serão discutidos assuntos relacionados ao conceito e a
importância da didática. A elaboração de um planejamento e abordagens
acerca da avaliação, bem como o papel do professor na sala de aula.
Organização do planejamento:
escolhas metodológicas importantes
O termo didática ainda carrega significados de suas definições originárias – essa
é uma palavra grega que significava ensinar ou fazer aprender. Ela foi utilizada
no século XVII pelo educador Comenius (1997), que definiu a didática como
a arte de ensinar. A didática está diretamente associada ao trabalho docente
e seus efeitos sociais no conjunto das tarefas educativas (LIBÂNEO, 1990).
Ao se proporem a ensinar, o professor e a escola assumem a responsabilidade
social, já que o processo educacional tem como finalidade preparar cidadãos e
garantir que os conhecimentos e as competências necessárias à sua atuação sejam
compreendidas. A didática emprega seus esforços, primeiramente para sistematizar
os conhecimentos já adquiridos nas diversas áreas do conhecimento, direcionando-
-os para as práticas pedagógicas; depois, para produzir novos conhecimentos sobre
as práticas de ensino e cunhar novos métodos e formas de ensinar. A didática vai
além da reflexão teórica e dedica-se a compreender os procedimentos cotidianos.
Para Maseto (1997), a didática sugere ao educador como planejar um
curso com a participação dos alunos. Isso significa dividir as responsa-
bilidades do processo, tornando os alunos e os professores conscientes de
que o trabalho e o esforço são mútuos. A didática permite, por exemplo,
selecionar assuntos relevantes e técnicas que facilitem a participação dos
alunos e, consequentemente, a aprendizagem. Segundo o autor, a didática
possibilita, ainda, organizar formas de relacionar teoria e prática, associando
os conhecimentos científicos ao cotidiano do aluno. Outro ponto que merece
destaque é que a didática também atua como instrumento para transformar
a avaliação em algo que incentive o aluno e não seja meramente um objeto
de punição ou ameaça.
Para ensinar, o professor precisa, antes de tudo, aprender. Ele deverá ser o principal
mediador entre o aluno e o conhecimento, portanto o docente não pode ignorar sua
condição de aprendiz.
Um bom professor deve ser capaz de articular o que ensina com os contextos nos
quais e para quais ensina. Não é provável construir conhecimentos sem métodos
de ensino, sem planejamento didático. Assim, o docente da EJA deve se preocupar
com a didática, em saber como ensinar, além de dominar os conhecimentos de
sua formação. Os saberes sobre educação precisam compor o aprendizado do
professor. Ao trabalhar com a EJA, precisamos ter em mente que o adulto não
é um sujeito em formação, ele já passou por diversas experiências e aprendeu
diversas habilidades. O adulto é o principal responsável por sua aprendizagem,
ele escolhe e determina os caminhos que quer seguir. As escolhas do adulto são
pautadas por suas necessidades e por reconhecer que é importante conhecer e
entender sua necessidade de conhecimento. O adulto já possui uma motivação
em aprender, sua determinação e as escolhas são pautadas por esse princípio.
O professor atua de forma consciente, suas práticas devem compor um
conjunto de ações sistematizadas e organizadas para garantir a aprendiza-
gem dos alunos. Para organizar tais práticas, o docente precisa dispor de
instrumentos que coordenem seu trabalho, orientem sua atuação e articulem
as atividades desenvolvidas com a realidade escolar. Tais instrumentos são
fornecidos pelo planejamento. Planejar é escolher, definir metas, conhecer
a realidade da escola, definir as principais necessidades dos alunos frente
ao currículo, preparar as atividades a serem desenvolvidas. O planejamento
pressupõe a análise criteriosa de sua função social. Como afirma Freire (1986),
exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo
que pressupõe a tomada consciente de decisões.
No processo de construção de currículo, é preciso considerar que as realidades
escolares são diversas, pois os alunos pertencem a diferentes grupos culturais,
étnicos e religiosos e possuem saberes em diferentes níveis sobre o conteúdo a
ser ensinado. Os conteúdos devem apresentar uma sequência, que não se rela-
ciona apenas à simples aquisição de informação. É por meio dos conteúdos que
transmitimos e assimilamos conhecimentos. Ao selecionar os conteúdos a serem
ensinados, o professor deve basear-se nos seguintes critérios: validade, utilidade,
significação, adequação ao nível de desenvolvimento do aluno e flexibilidade.