TCC Pronto
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CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
KEILLANY SANTOS DA SILVA
ITUMBIARA-GO
2012
KEILLANY SANTOS DA SILVA
ITUMBIARA-GO
2012
KEILLANY SANTOS DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Orientador
Prof. Esp. Álisson Gonçalves Martins
_________________________________________________
Prof. Esp. Acrízio Nunes de Almeida Sobrinho
_________________________________________________
Profª. Ma. Nívia Chaves Ribeiro
Aos meus pais, Luiz Ribeiro e Daraci de Jesus, que sempre foram os meus maiores
exemplos de força, dedicação e persistência, que sempre me encorajaram a prosseguir sem
olhar as dificuldades que estariam pela frente. Vocês são demais.
As minhas irmãs, Keezia Cris e Keylla Santos, pelo carinho sempre dedicado a mim e por
me fazerem rir das dificuldades me dando mais força para vencer-las.
A todos os pastores que fizeram e fazem parte da minha vida, os quais me ensinaram o
quanto Deus me ama e se importa com a minha evolução em todas as áreas.
A todos os meus colegas de sala, alguns dos quais eu já posso dizer que são meus grandes
amigos, obrigado por me encorajarem e torcerem por mim.
Aos colegas de trabalho pela paciência nas minhas ausências nesse período difícil e
conturbado.
Ao meu orientador Prof. Àlisson, pela força e puxões de orelha quando eu mereci.
A todos os mestres que passaram pela minha vida me ensinando de forma tão competente tudo
que sei hoje. Obrigado por tudo.
Agradeço também a todas as pessoas que disseram que eu não iria conseguir, isso me deixou
mais forte e disposta a mostrar que as palavras, a tempos não tira mais o meu chão.
“Dentro do coração de toda mulher existe escondida uma radiante e
Entrepreneurship is a topic of great importance nowadays. With the growing demand for jobs
becomes increasingly scarce, many people decide to look for other ways, running variations
of ups and downs of the market, the ones that succeed it, is responsible along with other
entrepreneurs, for much of the economy of Brazil. So many women came out of the
anonymity of their homes and also decided to be enterprising, surprising with its characteristic
class male and female profile that contributes significantly to the success of a company. So
when you walk around the streets and observed some companies, you can see how women
account for the strength of entrepreneurship. The objective of the research is to discover the
differences between a man and a woman entrepreneur, analyzing the difficulties faced by
them and finally make a superficial comparison of the characteristics of entrepreneurs in
Itumbiara, with enterprising within general through studies conducted over theme and using
questionnaires and informal conversations with three entrepreneurs in the trading business. It
can be perceived by the methods used and comparisons with studies on the subject, that the
respondents have a keen entrepreneurial and not suffer as much with the organizational bias
against women. Thus, it appears that women are extremely important for the country, because
they are already most of the population and also the most entrepreneurial population
generating jobs, income and a stable economy to Brazil.
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................................15
2.1 Empreendedorismo.........................................................................................................15
2.1.1 Empreendedorismo no Brasil...................................................................................16
2.2 Os fatores que levam uma pessoa a empreender............................................................18
2.3 A influência do empreendedorismo na econômia...........................................................18
2.4 Empreendedorismo por oportunidade ou por necessidade?............................................19
2.5 O mercado de trabalho atualmente.................................................................................20
2.6 Empreendedorismo Feminino.........................................................................................21
2.7 Histórico do Empreendedorismo Feminino....................................................................22
2.8 Empreendedorismo Feminino no Brasil.........................................................................22
2.8.1 Seguimento Mais Propício Para o Empreendedorismo Feminino...........................23
2.8.2 Vantagens do empreendedorismo feminino.............................................................26
2.8.3 Criatividade e inovação nas organizações sob a ótica do empreendedorismo
feminino............................................................................................................................27
2.8.4 Tendências para o empreendedorismo feminino......................................................28
2.8.5 Empreendedorismo feminino e o meio-ambiente....................................................29
2.8.6 Estilo de liderança feminina.....................................................................................30
2.8.7 As maiores dificuldades enfrentadas por mulheres no âmbito familiar e empresarial
...........................................................................................................................................32
3 DELINEAMENTO METODOLÓGICO DO ESTUDO.......................................................34
3.1 Problema de pesquisa e objetivos...................................................................................34
3.2 O perfil empreendedor de três mulheres da cidade de Itumbiara...................................35
3.2.1 Procedimentos..........................................................................................................35
3.3 Campo de levantamento de dados...................................................................................35
3.3.1 Enilsa Perfumaria.....................................................................................................35
3.3.2 Eliza Jóias................................................................................................................36
3.3.3 Campos Confecções.................................................................................................36
4 RESULTADOS E DISCURSSÃO.........................................................................................37
5 CONCLUSÃO.......................................................................................................................40
REFERÊNCIAS........................................................................................................................41
APÊNDICE – Modelo de questionário aplicado às três empreendedoras em Itumbiara..........44
ANEXO - Modelo de questionário aplicado às três empreendedoras em Itumbiara................46
1 INTRODUÇÃO
2.1 Empreendedorismo
Alguns anos atrás empreendedorismo era uma palavra estranha no nosso vocabulário.
Mas com a crescente demanda por informações a esse respeito vários autores veem estudando
o assunto, tentando descobrir as principais características de um empreendedor e formular
uma teoria que defina de forma eficiente o tema.
Segundo Peters (2009) ainda não existe uma teoria que defina com precisão o tema
empreendedorismo, apesar de todo o interesse de pessoas físicas, professores, estudantes
universitários, e até representantes do governo sobre o tema.
A primeira definição do tema empreendedorismo pode ser expressa por Marco Polo
que tentou estabelecer rotas comerciais para o Extremo Oriente, como intermediário,
assumindo todos os riscos de um contrato assinado a uma taxa de 22,5% com uma pessoa de
posse que corria risco passivamente. Quando a mercadoria era vendida o viajante ficava
somente com 25% dos lucros passando o restante para o capitalista. (PETERS, et al 2009).
Já na idade média, o termo passa a ser usado tanto para os envolvidos no negócio
quanto para o administrador. Esse último não correndo nem um tipo de risco. (PETERS, et al
2009).
No século XVII passa a ser empreendedorismo, pessoas que assumem riscos, firmando
com o governo um contrato fixo onde os lucros ou perdas eram do empreendedor. Com isso,
surge uma das primeiras definições de empreendedorismo, sendo elaborada por Richard
Cantillon nos anos 1700 considerando que o empreendedor eram aquelas que corriam riscos
pois o preço de compra era certo e o de venda incerto. (HEBERT, et al, 1982 apud PETERS,
et al 2009).
Até então o empreendedor não era diferenciado do capitalista, isso só acontece a partir
do século XVIII, onde as ideias eram financiadas por capital empreendedor e não fornecedor,
ou seja,o investidor passa a assumir também os riscos. (PETERS, et al 2009).
Segundo Peters (2009) no final do século XIX e início do XX o empreendedorismo
passa a ser definido como inovação, não só para criar algo novo mais também para melhorar
de forma significativa algo já existente.
Para Drucker (1974) apud Oliveira (2012) empreendedorismo é: prática; visão de
mercado; evolução. Para o autor empreendedorismo não é nem ciência nem arte e sim uma
prática.
Dolabela (1999) apud Oliveira (2012) define empreendedorismo como tudo que envolve
qualquer forma de inovação que tenha uma relação com a prosperidade da empresa.
Observando-se a evolução dos conceitos de empreendedorismo, pode-se perceber que eles
se modificam com o passar dos anos consequência das mudanças do ser humano. Mais sua maior
definição continua sendo a capacidade de inovar e assumir riscos.
O Brasil vem sofrendo uma série de mudanças importantes na sua economia, pessoas
que antes não pensavam em um futuro promissor, agora, pode começar a andar com suas
próprias pernas e garantir um futuro melhor. Talvez seja por isso que as taxas de
empreendedorismo estão de forma significativa aumentando em relação aos anos anteriores.
Outro fator que pode ser o responsável por esse aumento são incentivos dados por
alguns órgãos sem fins lucrativos, para que novos empreendedores se levantem no nosso país
e os micro e pequenos empresários se mantenham no mercado, como por exemplo, o Serviço
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), que vem ao longo de sua criação
contribuindo para promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos
empreendimentos de micro e pequeno porte, sendo assim um suporte importante para os
novos empreendedores que vem gerando grande parte das riquezas do Brasil.
Segundo o estudo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), a taxa de
empreendedores iniciais (TEA) no Brasil em 2010, superou todas as pesquisas dos anos
anteriores. Da população adulta de 120 milhões de pessoas 21,1 milhões estavam à frente de
atividades empreendedoras no ano no Brasil, perdendo somente para a China que é de 131,7
milhões de adultos à frente de atividades empreendedoras no país.
A TEA é formada pela proporção de pessoas com idade entre 18 e 64 anos envolvidas com
empreendimentos em estágio inicial ou com menos de 42 meses de existência.
No Brasil, o TEA em 2010, foi de 17,5%, a maior desde que a pesquisa GEM está sendo
realizada no país, a figura 1.1 pode demonstrar isso, sendo possível observar a tendência de
crescimento do empreendedorismo no Brasil.
Em todos os anos o Brasil mantém uma TEA superior a média dos países observados
pelo GEM que foi de 11,7% de empreendimentos novos em 2010. O Brasil ficou no 10º lugar
em porcentagem quando observado o número de adultos com alguma atividade
empreendedora.
Observa-se que em 2010 o resultado do TEA deve-se, ao maior número de
empreendedores iniciantes, nesse sentido, a taxa do Brasil em 2010 é superior à média dos
países participantes da pesquisa, que é de 5,8% como mostra a figura 1.2.
Cada indivíduo possui as suas necessidades básicas, pensando nisso sabe-se que o
empreendedor também busca satisfazer essas necessidades quando decide colocar em prática
o seu próprio negócio.
Segundo Dornelas (2009), as motivações que levam as pessoas a criar um negócio são
muitas, segue as principais:
Auto-realização (fazer o sonho acontecer);
Desejo de independência;
Autonomia para tomar decisões;
Ganhar dinheiro;
Busca de novos desafios (mudança na carreira / pós-carreira / aposentadoria);
Falta de alternativa (perda do emprego).
Empreendedorismo por necessidade ocorre quando o individuo não tem outra opção
de trabalho o por estar insatisfeito com as condições de trabalho e forçado a iniciar o próprio
negócio. Geralmente esse tipo de empreendimento demanda menos recursos devido a baixa
sofisticação operacional e tecnológica. “Observa-se pela pesquisa que o empreendedorismo
por necessidade está mais suscetível à conjuntura econômica, por isso tende a diminuir
quando aumenta a oferta de emprego” (GEM, 2010).
Segundo o GEM (2010), houve uma queda nas taxas de desemprego no Brasil,
aumentando o ingresso de trabalhadores na economia do país, isso fez com que os
empreendedores por necessidade não empreendesse, pois havia oportunidade de empregos,
fazendo com que consequentemente a taxa de empreendedores por oportunidade aumentasse,
sendo que esses têm maior preparo e vocação para aventurarem no mundo dos negócios.
Sabe-se que décadas atrás as mulheres não eram vistas como pessoas capazes de
trabalhar fora de seus lares, muito menos liderar uma equipe à frente do seu próprio negócio.
Nos nossos dias podemos perceber que a realidade é outra, já que, muitas delas estão inseridas
no mercado como donas e outras ainda pretendem ser empreendedoras.
Segundo Damasceno (2010) ao longo da história da humanidade, as mulheres sempre
eram responsáveis pela casa, zelo e bem estar da família. Eram extremamente submissas aos
pais e marido, não tendo direito de colocar a sua opinião e nem realizar os seus sonhos. Mais
segundo a autora, a realidade hoje é outra. Pode-se perceber uma mudança no comportamento
das mulheres, não para serem iguais aos homens mais sim para competir com igualdade com
eles.
A Revolução dos Sexos está para a mulher hoje, assim como a Revolução Industrial se deu
para os homens no século XX. (MUSSAK, 2004 apud DAMASCENO, 2010)
No estudo realizado pelo GEM (2004) mostra que as mulheres já eram em grande
escala no meio empreendedor no Brasil, sendo elas 45% da tendência empreendedora total,
entretanto, o que motivava essas mulheres eram a necessidade e não a oportunidade. Em 2009
o mesmo estudo mostrou que pela primeira vez, a proporção de mulheres empreendendo por
oportunidade supera a proporção de homens na mesma condição . Empreender por
oportunidade é melhor para a economia do país, pois segundo o GEM (2010) empreendedores
que iniciaram seu negócio por vislumbrarem uma oportunidade de crescimento têm maior
chance de sobreviver nesse mercado extremamente competitivo, por outro lado, aqueles que
entram em um negócio por necessidade, podem vir a ser um grande empreendedor, gerando
oportunidade de negócio passando a ser empreendimento por oportunidade.
Na pesquisa GEM (2009), pode-se perceber que o Brasil é um país equilibrado quando
se fala em empreendedorismo, pois, há pouca diferença na relação de mulheres e homens
empreendedores. Nesse ano as mulheres mais uma vez se sobrepõem numericamente aos
homens. Dos empreendedores brasileiros, 53% são mulheres e 47% homens, tendo uma queda
no ano de 2010 quando os homens passaram a ser 50,7% e as mulheres 49,3% (Tabela 1).
Segundo o estudo as mulheres brasileiras são historicamente uma das mais empreendedoras
do mundo.
Quando se decide empreender, é essencial uma boa escolha do setor que se pretende
atuar. Sendo assim, algumas pesquisas realizadas em âmbito mundial e nacional conseguem
demonstrar a intensidade dos mais variados setores onde um empreendedor pode concentrar
seus esforços.
Segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) elaborada pelo
IBGE, no Brasil, os negócios são criados com foco no atendimento ao consumidor final. É um
negócio com propensão a informalidade, pela baixa necessidade de recursos financeiros.
(GEM, 2010)
Segundo o GEM, de 2002 a 2010 , 29% das atividades são no comércio varejista, 15%
na indústria de transformação e 11% em alojamento e alimentação. Estes 3 (três) setores
respondem por 54% dos setores econômicos envolvidos.(Figura 3)
Em 2010 podemos perceber através das pesquisas e da figura 4 que houve uma leve
queda na participação dos empreendedores iniciais no comércio varejista, entretanto, esse
ainda continua sendo o setor preferido dos empreendedores brasileiros.
Figura 4: Empreendedores iniciais segundo tipo de atividade – Brasil 2010
Fonte: Pesquisa GEM
Existe uma diferenciação entre o que os homens e as mulheres decidem fazer, ou seja,
os setores que a maioria dos homens abre seus negócios são diferentes da maioria das
mulheres empreendedoras.
Segundo pesquisa do GEM (2010), os homens têm uma preferência sobre o comércio
varejista e atividades imobiliárias (atividades voltadas à assessoria e consultoria às empresas)
vindo após, alojamento e alimentação, pode-se perceber uma divisão semelhante entre
construção, com 11% da preferência masculina , venda e manutenção de veículos, com 10%,
indústria de transformação, também com10%, e atividades de serviços coletivos, com 10%.
As mulheres, em 33% dos casos, preferem atividades ligadas ao comércio varejista,
com 20% com alojamento e alimentação, 16% residência com empregados (abrange serviços
domésticos) e 12% na indústria de transformação.
Comércio atacadista 1% 1%
Residência com empregados 2% 16%
Outras atividades - 1%
Fonte: Pesquisa GEM Brasil 2010
Pode-se afirmar que pela necessidade de esforço físico os homens preferem atividades
como construção, transporte e armazenagem, venda e manutenção de veículos. Já as
mulheres, até por uma questão de tradição, preferem em maior quantidade que os homens, as
atividades voltadas para a residência com empregados.
Hoje as habilidades femininas são muito procuradas nas organizações, quando essas
decidem ter o seu próprio negócio, as habilidades, que só as mulheres possuem, pode se
manifestar ainda mais.
Segundo Garcia (2012) já se pode dizer que as mulheres dividem espaço com os
homens, mais nem por isso elas perderam a fragilidade e sensibilidade. O fato é que antes
essas características genuinamente femininas, eram vistas com preconceito no mundo dos
negócios, hoje são vistas como competências desejadas.
Nessa Era dos Serviços, o mercado passou a exigir pessoas que tenham facilidade em
compor equipes, persistência e cuidado com detalhes, essas são todas características de
mulheres, que são construídas logo na criação dada pelos seus pais. (GARCIA, 2012).
O fato de as mulheres terem que enfrentar uma dupla jornada, trabalho x casa e
família, não as deixam em desvantagem diante dos homens, pois segundo Garcia (2012) elas
enfrentam isso como um desafio e não um fardo, se tornando algo vantajoso que não se opõe
ao lar.
Ao buscarem a autorrealização e a independência financeira, elas se sentem
instigadas a encarar o duplo desafio negócios-família, algo enfrentado de forma
extremamente positiva. "Empreendedoras de saia" não gerenciam menos ou pior que
os homens. Com outra perspectiva de gestão, deixam de lado necessidades
machistas e fazem o "feeling feminino" realmente funcionar. (GARCIA, 2012).
A diferenciação de homens e mulheres vem de anos atrás, quando elas eram vistas
como pessoas aptas somente para tomar conta da casa, e da família, e eles eram os provedores
do lar. A mulher deveria ser altamente submissa ao homem. Isso interferiu no mercado de
trabalho e quando elas por necessidade da sua parte e oportunidade de menor custo para as e
indústrias tiveram que entrar no mercado de trabalho, continuaram a ser vistas como pessoas
submissas a alguém que socialmente era maior do que elas.
No século XX houve a chamada inversão de papéis, ou seja, as mulheres começaram a
conquistar seu espaço e adquiriu maior destaque nesse mundo dos negócios em quanto que os
homens passaram a se dedicar mais a manutenção do lar (PROBST, [s.d.]).
Se alguém entrar em uma empresa hoje vai perceber que a maioria das pessoas que
trabalham ali são mulheres, mais poucas ocupam cargo de chefia (PROBST, [s.d.]).
No entanto, de acordo com Probst ([s.d.]), estudo realizado pelo Hudson Institute, dos
Estados Unidos, o “Workforce 2000: Work and Workers for th 21 st. Centuty” ( Força de
Trabalho 2000: Trabalho e Trabalhadores para Século XXI), este quadro vai mudar. Ou
melhor, já está mudando, e esta é uma tendência global. As mulheres, dizem os especialistas,
serão as líderes deste milênio.
A expectativa é que nesse século as mulheres superem os homens no mercado de
trabalho. Se souberem aproveitar isso grande impacto elas causaram nesse mercado rompendo
as hierarquias criada pelos homens na Era Industrial, pois as mulheres atuais não são como as
de anos atrás que se contentavam e realizavam-se trabalhando na linha de produção
(PROBST, [s.d.]).
Para Probst ([s.d.]), se as mulheres quiserem se manter nessa empreitada terão que
aprender a dominar as regras criadas pelos homens.
Talvez essa afirmação explique o número de mulheres ocupando as cadeiras das
universidades em todo o Brasil. Segundo pesquisa divulgada pelo site R7 notícias no dia 13
de janeiro de 2012 o Ministério da Educação e Cultura (MEC) declara que em 2009, as
mulheres foram 58,8% do total de estudantes formados por faculdades, contra 41,2% dos
homens.
O líder empresarial deve ser capaz de alcançar objetivos utilizando a força dos
liderados, por isso, o líder age de acordo como tipo de liderado e a ocasião. Ordena, comanda,
motiva, persuade, dá exemplos pessoais, compartilha os problemas e ações ou delega e cobra
resultado, e faz tudo isso de acordo com o liderado e a ocasião. (LACOMBE e HEILBORN,
2006 apud BANACHI e BAZOLI [s.d]).
Sendo assim percebe-se que não existe uma fórmula para uma boa liderança, quando,
cada líder deve perceber o ambiente no qual está inserido e com que tipo de liderados esse
está lidando.
Hoje a mulher ocupa um importante papel na economia do Brasil, o trabalho feminino
tem aumentado significativamente, causando alterações no tamanho e na composição do
mercado de trabalho brasileiro (BRUSCHINI, 1994 apud JONATHAN, 2003).
Assim como o papel da mulher têm se tornado significativo no mercado brasileiro,
dentro das organizações, elas também têm conquistado seu espaço, sendo que em 1994/1995,
17,8% dos altos cargos de gerência já eram ocupados por mulheres, subindo para 26,17% em
1999/2000. (JORNAL CARREIRA E SUCESSO, 2002, 88 ed.).
Jonathan (2003) resume algumas características da gestão feminina elaborada por
Machado (1999):
Objetivos bem definidos e amplos (segurança e satisfação no trabalho, satisfação dos
clientes, responsabilidade social e a ética do cuidar são alguns destes objetivos);
Estruturas organizacionais simples, informais, horizontais e descentralizadas, com
ênfase na cooperação, nos relacionamentos interpessoais e na integração;
Estratégias inovadoras no que diz respeito a busca de uma generalizada qualidade e
satisfação de todas as pessoas envolvidas; tendência a empregar muitas mulheres;
Liderança interativa e cooperativa, com valorização e estimulação à participação dos
funcionários.
Tonani (2011) apresenta em seu artigo, pesquisa feita por Calyper (2007) com 66
executivas brasileiras tentando descobrir as diferenças entre líderes homens e mulheres. Dessas
mulheres, constatou-se que 25% delas buscam mais o bem estar das pessoas enquanto o homem é
muito mais orientado para si próprio, 15% conseguem administrar inúmeras atividades, olhar tudo
de forma mais ampla, enquanto o homem é mais focado e objetivo. No entanto a mulher sabe
quando é necessário focar.
Para Val ([2010?]) Diante da mudança da força braçal para a era do conhecimento,
como fator que impulsiona a organização, aumentaram as oportunidades para que a mulher
pudesse adentra-se em um mundo que antes não era dela, sendo que elas têm seus talentos
associados à colaboração, ao espírito de equipe, à sensibilidade para a necessidade do outro,
que sobrevive melhor em tempos de aperto e apresenta maior abertura e flexibilidade para o
aprendizado constante. Essas características que antes eram vistas como fraqueza do universo
feminino, agora dia após dia, se tornam vantagens competitivas.
As mulheres que ocupam cargos importantes como os de chefia estão liderando de
forma diferente as equipes e as organizações. De acordo com Garcia (2009), elas têm mais
facilidade para montar as equipes, persistência, são detalhistas, além de valorizarem mais a
cooperação. Sendo assim, o autor apresenta quatro conclusões sobre a liderança feminina.
A primeira diz respeito ao fato de elas serem mais persuasivas do que os homens,
agem por empatia e eles por insistência. A segunda é o preconceito de gênero fazendo com
que a mulher tenha que provar sempre a sua competência. A terceira característica é o fato de
que as mulheres conversam com mais pessoas antes de tomar decisões. A quarta e ultima diz
respeito às mulheres ignorarem mais do que os homens as regras, fazendo com que ela esteja
mais exposta aos riscos. (SCHMIDT et al , [s.d.]).
Vergara (2007) afirma que a liderança é o ato de influenciar pessoas e grupos, sendo
assim, ela pode ser aprendida. “Expressa-se em um conjunto de conhecimentos, habilidades,
atitudes, ações. Esse conjunto caracteriza-se como um processo e não como um produto acabado”.
Segundo ela, essa aprendizagem ocorre em três frentes: a aprendizagem do gestor/líder sobre si
mesmo onde na busca de aprendizagem, esse percebe que o conhecimento que ele tem das coisas
é como de qualquer ser humano, incompleto. A segunda frente de aprendizagem é sobre o outro,
onde o líder consegue perceber que as pessoas são diferentes e possuem motivações, valores,
histórias e expectativas diferentes e a terceira aprendizagem, sobre o contexto sendo o líder capaz
de perceber que a empresa a qual ele lidera tem o poder de moldar as pessoas que ali trabalham.
Ser uma mulher não é tarefa fácil nos dias de hoje, ter que enfrentar uma jornada
pesada de trabalho em casa e fora dela, torna esse gênero a “super mulher”, pois só assim ela
consegue cumprir todas as suas atividades em vinte e quatro horas.
[...] não é fácil ter que se desdobrar para trabalhar fora e ainda cuidar da casa,
filhos e marido e sempre com um sorriso nos lábios, sem ter a chance de poder
reclamar, pois por enquanto ainda esse é o papel da mulher na sociedade machista
brasileira. Enquanto que o homem na maioria das vezes chega em casa do trabalho
toma seu banho depois vai para a frente da televisão olhar seu programa preferido
enquanto que espera pelo jantar, e o melhor, é que a casa já esta toda limpa e
organizada, os filhos já vieram da escola e já foram organizados pela mulher, depois
de colocar o jantar á mesa e que todos comem e vão dormir. Ela fica acordada
organizando as tarefas do dia seguinte que recomeça com todo pique (COUTINHO,
2011).
A mulher desde tempos remotos tem um papel importante quando se fala no âmbito
familiar. O instinto da mulher já foi programado para ser mãe e dona de casa. Com as
mudanças ocorridas no mercado de trabalho onde elas por necessidade e outras por
oportunidade decidiram entrar nesse ambiente, torna-se necessário que elas assumam a
multiplicidade de papéis sendo mãe, esposa, dona de casa e empresária tudo ao mesmo tempo.
Geralmente as mulheres sofrem mais que os homens com os problemas na carreira, pois
para elas as pressões do trabalho formal se duplicam. As mulheres dedicam-se tanto ao trabalho
quanto o homem e, quando voltam para casa, trabalham com a mesma força, alguns homens já
ajudam nos afazeres domésticos, mas não chegam nem perto da disposição que a mulher
demonstra (PROBST, [s.d.]).
No entanto, percebe-se que alguns autores já conseguiram fazer análise confirmando que a
multiplicidade de papéis é um fator positivo para as mulheres, tornando a jornada feminina muito
mais excitante e satisfatória.
Vindo contrariar algumas teses de que a multiplicidade de papéis ou a chamada dupla
jornada, pode ser fator negativo para as empreendedoras, Cherlin (2001) e Vandewater,
Ostrove & Stewart, (1997) mostram que pesquisas recentes demonstram que mulheres -
especificamente mães - que trabalham, têm índices mais altos de bem-estar e estão mais
satisfeitas do que aquelas que não trabalham. (JONATHAN, G., 2005, p. 374)
3.2.1 Procedimentos
BANACHI, Denise Cristina Durello; BAZOLI, Thiago Nunes. Coaching e a Sua Importância
no Aperfeiçoamento de Líderes: Um Estudo Exploratório Realizado Com A Coach Kátia
Marcos Gomes. 19 F. Disponível em < http://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-
idvol_12_1295379877.pdf> Acesso em 20.11.2012.
COUTINHO, Rafael. Mulheres de Dupla Jornada. Cultura Mix, São Paulo, jan. 2011.
Disponível em: <http://www.culturamix.com/cultura/curiosidades/mulheres-de-dupla-jornada
> Acesso em 22.11.2012
CRAMER, Luciana; CAPPELLE, Mônica Carvalho Alves; SILVA, Áurea Lucia. A Inserção
da Mulher no Mundo dos Negócios: Construindo uma Identidade. [S.l.] [S.D.]. Disponível em
<http://www.ichs.ufop.br/conifes/anais/OGT/ogt1301.htm> Acesso em 03.11.2012.
FURTADO, Eliana Rocha; DIB, Laiena Ribeiro Teixeira. Pastoral da Mulher BH:
Associação da Pastoral da Mulher - Belo Horizonte Na batalha pela justiça Social. [Belo
Horizonte], 2009. Disponível em: <
http://pastoraldamulherbh.blogspot.com.br/2009/03/mulher-e-o-meio-ambiente.html >.
Acesso em: 07.11.2012.
Jornal Carreira e Sucesso, Catho Online, 88 ed., 2002, Artigo da Seção “Números”.
Disponível em: <http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=2551&print=1> Acesso
em 19.11.2012.
PETERS, Michael P.; HISRICH, Robert D.; SHEPHERD, Dean A..Empreendedorismo.7ª ed.
São Paulo: Bookman Companhia Ed, 2009.
RAMALHO, Renan. Mulheres são maioria nas universidades do país. Disponível em <
http://noticias.r7.com/educacao/noticias/mulheres-do-sudeste-sao-maioria-nas-universidades-
20110113.html> Aceso em 03.11.2012
VERGARA, Sylvia Constant. A liderança aprendida. GV Executivo, Belo Horizonte, v.6 n.1
p.65-65, jan/fev. 2007. Disponível em < http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/4724.pdf
> Acesso em 24.11.2012.
APÊNDICE – Modelo de questionário aplicado às três empreendedoras em Itumbiara
Questionário II
Pergunta 1
A senhora encontrou dificuldades com seus pais, marido ou filhos quando decidiu se tornar uma
empresária?
( )Sim, dos meus pais ( )Sim, do meu Marido ( )Sim, dos meus filhos ( )Sim de todos ( ) Não
Pergunta 2
Caso a senhora tenha precisado de financiamentos para abrir a sua empresa, a senhora encontrou
dificuldades nas financiadoras (bancos ou outras) por ser uma mulher?
Pergunta 3
A senhora já sofreu algum tipo de preconceito por parte de clientes, fornecedores ou qualquer prestador de
serviço por ser uma mulher?
( ) sim ( ) não
Pergunta 4
Porque a senhora decidiu abrir a sua própria empresa?
Assinale abaixo 3 OPÇÕES COLOCANDO 1 PARA O PRINCIPAL MOTIVO, 2 PARA O SEGUNDO E 3
PARA O TERCEIRO PRINCIPAL MOTIVO:
( ) Necessidade financeira ( ) Reconhecimento profissional ( ) Dificuldade para encontrar emprego
( ) Oportunidade no mercado ( ) Vontade de fazer o que gosta ( ) Investimento financeiro
Pergunta 5
Quais características a senhora considera mais importante para o bom desempenho do seu empreendimento?
Assinale abaixo 3 OPÇÕES COLOCANDO 1 PARA O PRIMEIRO MAIS IMPORTANTE, 2 PARA O
SEGUNDO E 3 PARA O TERCEIRO MAIS IMPORTANTE:
( ) dedicação ( ) determinação e perseverança ( ) disciplina ( ) senso de responsabilidade ( ) experiência
Pergunta 6
A senhora acha que se fosse um homem, teria mais facilidade para gerir esse mesmo negócio?
( ) Sim ( ) Não ( ) Teria as mesmas dificuldades
Se sim me diga porque
______________________________________________________________________________________
PERGUNTA 7
A senhora enfrentou mais dificuldades no começo da sua empresa ou enfrenta hoje dificuldades maiores?
( ) Enfrentei mais dificuldades no começo da empresa ( ) Enfrento mais dificuldades na minha empresa,
hoje. ( ) Nunca encontrei dificuldades na minha gestão.