Resolução CPJ 07:2018
Resolução CPJ 07:2018
Resolução CPJ 07:2018
MINISTÉRIO PÚBLICO
COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA
Considerando o disposto nos arts. 127, caput, e 129, I, II, VIII e IX, da Constituição da
República Federativa do Brasil, bem como o disposto no art. 26 da Lei 8.625/1993 (Lei Orgânica
Nacional do Ministério Público);
CAPÍTULO I
DA DEFINIÇÃO E FINALIDADE
III – encaminhar as peças para o Juizado Especial Criminal, caso a infração seja de menor
potencial ofensivo;
Art. 3º O procedimento investigatório criminal poderá ser instaurado de ofício, por membro
do Ministério Público, no âmbito de suas atribuições criminais, ao tomar conhecimento de infração
penal de iniciativa pública, por qualquer meio, ainda que informal, ou mediante provocação.
CAPÍTULO II
DAS INVESTIGAÇÕES CONJUNTAS
Art. 6º O procedimento investigatório criminal poderá ser instaurado de forma conjunta, por
meio de força tarefa ou por grupo de atuação especial composto por membros do Ministério
Público, cabendo sua presidência àquele que o ato de instauração designar.
§ 3º Nas hipóteses de investigações que se refiram a temas que abranjam atribuições de mais
de um órgão de execução do Ministério Público, os procedimentos investigatórios deverão ser
objeto de arquivamento e controle respectivo com observância das regras de atribuição de cada
órgão de execução.
CAPÍTULO III
DA INSTRUÇÃO
§ 8º As autoridades referidas nos §§ 6º e 7º poderão fixar data, hora e local em que puderem
ser ouvidas, se for o caso.
§ 9º O membro do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações e
documentos que requisitar, inclusive nas hipóteses legais de sigilo e de documentos assim
classificados.
§ 4º O funcionário público, no cumprimento das diligências de que trata este artigo, após a
oitiva da testemunha ou informante, deverá imediatamente elaborar relatório legível, sucinto e
objetivo sobre o teor do depoimento, no qual deverão ser consignados a data e hora aproximada do
crime, onde ele foi praticado, as suas circunstâncias, quem o praticou e os motivos que o levaram a
praticar, bem ainda identificadas eventuais vítimas e outras testemunhas do fato, sendo dispensável
a confecção do referido relatório quando o depoimento for colhido mediante gravação audiovisual.
§ 1º O defensor do autor do fato investigado poderá examinar, mesmo sem procuração, autos
de procedimento de investigação criminal, findos ou em andamento, ainda que conclusos ao
presidente, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital, correndo as
despesas às suas expensas.
§ 3º O órgão de execução que presidir a investigação velará para que o defensor constituído
nos autos assista o investigado durante a apuração de infrações, de forma a evitar a alegação de
nulidade do interrogatório e, subsequentemente, de todos os elementos probatórios dele decorrentes
ou derivados, nos termos da Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994.
Art. 11. As inquirições que devam ser realizadas fora dos limites territoriais da unidade em
que se realizar a investigação serão feitas, sempre que possível, por meio de videoconferência,
podendo ainda ser deprecadas ao respectivo órgão do Ministério Público local.
§ 1º Nos casos referidos no caput deste artigo, o membro do Ministério Público poderá optar
por realizar diretamente a inquirição com a prévia ciência ao órgão ministerial local, que deverá
tomar as providências necessárias para viabilizar a diligência e colaborar com o cumprimento dos
atos para a sua realização.
§ 2º A deprecação e a ciência referidas neste artigo poderão ser feitas por qualquer meio
hábil de comunicação.
CAPÍTULO V
DA PUBLICIDADE
Art. 15. Os atos e peças do procedimento investigatório criminal são públicos, nos termos
desta Resolução, salvo disposição legal em contrário ou por razões de interesse público ou
conveniência da investigação.
Art. 16. O presidente do procedimento investigatório criminal poderá decretar o sigilo das
investigações, no todo ou em parte, por decisão fundamentada, quando a elucidação do fato ou
interesse público exigir, garantido o acesso aos autos ao investigado e ao seu defensor, desde que
munido de procuração ou de meios que comprovem atuar na defesa do investigado, cabendo a
ambos preservar o sigilo sob pena de responsabilização.
CAPÍTULO VI
DOS DIREITOS DAS VÍTIMAS
CAPÍTULO VII
DO ACORDO DE NÃO-PERSECUÇÃO PENAL
Art. 18. Não sendo o caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor ao
investigado acordo de não persecução penal, quando, cominada pena mínima inferior a 4 (quatro)
anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça a pessoa, o investigado tiver
confessado formal e circunstanciadamente a sua prática, mediante as seguintes condições, ajustadas
cumulativa ou alternativamente:
IV – pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Código Penal, a
entidade pública ou de interesse social a ser indicada pelo Ministério Público, devendo a prestação
ser destinada preferencialmente àquelas entidades que tenham como função proteger bens jurídicos
iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito;
V – cumprir outra condição estipulada pelo Ministério Público, desde que proporcional e
compatível com a infração penal aparentemente praticada.
II – o dano causado for superior a vinte salários mínimos ou a parâmetro econômico diverso
definido pelo respectivo órgão de revisão;
III – o investigado incorra em alguma das hipóteses previstas no art. 76, § 2o, da Lei no
9.099/95;
§ 2º A confissão detalhada dos fatos e as tratativas do acordo serão registrados pelos meios
ou recursos de gravação audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações, e o
investigado deve estar sempre acompanhado de seu defensor.
§ 4º Realizado o acordo, a vítima será comunicada por qualquer meio idôneo, e os autos
serão submetidos à apreciação judicial.
§ 10. O descumprimento do acordo de não persecução pelo investigado poderá, também, ser
utilizado pelo membro do Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento
de suspensão condicional do processo.
§ 11. Cumprido integralmente o acordo, o Ministério Público promoverá o arquivamento da
investigação, nos termos desta Resolução.
§ 12. As disposições deste Capítulo não se aplicam aos delitos cometidos por militares que
afetem a hierarquia e a disciplina.
§ 13. Para aferição da pena mínima cominada ao delito, a que se refere o caput, serão
consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
CAPÍTULO VII
DA CONCLUSÃO E DO ARQUIVAMENTO
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 22. Os órgãos do Ministério Público deverão promover a adequação dos procedimentos
de investigação em curso aos termos da presente Resolução.
Art. 23. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogada a Resolução
CPJ nº 02/2012.