Antropologia Linguística
Antropologia Linguística
Antropologia Linguística
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Sumário
1. Introdução ........................................................................................................................ 2
2. Linguística - Conceito ........................................................................................................ 3
2.1 A Língua ......................................................................................... 4
4. Difusão e Declínio............................................................................................................ 14
4.1No Brasil ........................................................................................ 15
5. Diversificação e universalidade........................................................................................ 17
6. Generalidades distintivas das línguas .............................................................................. 21
7. Leituras Recomendadas .................................................................................................. 23
8. Referências Bibliográficas: ............................................................................................... 24
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1. Introdução
Fonte: https://www.google.com.br/
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O Homo sapiens nasceu mais bem aparelhado para aprender sua língua e, ao
mesmo tempo, aprender sua cultura. Linguagem e cultura estão íntima e
mutuamente relacionadas. A natureza humana se completou a partir do
desenvolvimento cerebral que capacitou o homem a emitir sons específicos para
expressar seus pensamentos, sentimentos, necessidades e meios protetores. É de se
supor que com essa evolução dos primeiros homens tenha surgido a reflexão,
exteriorizada de formas diferenciadas, das quais se tem pouquíssimas evidências.
Como saber, se não há fósseis de palavras! Fala articulada, capacidade de expressão,
aprendizado imediato e a transmissão dos conhecimentos adquiridos evidenciam que
a linguagem é o grande fator adaptativo, próprio e natural dos homens.
2. Linguística - Conceito
Figura 2: conceito de Linguística
Fonte: https://www.google.com.br/
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comparação dos signos linguísticos. Embora considerada uma ciência jovem, a
linguística vem estabelecendo estreita relação com diversas outras áreas do
conhecimento.
2.1 A Língua
A língua é o sistema abstrato, por sua natureza coletiva e psíquica, de signos.
Também por ser, ao mesmo tempo, instituição e convenção social, é um sistema
obrigatório a todos os membros de qualquer comunidade linguística. Sua
manifestação constitui-se como um mecanismo de representação por palavras,
segundo determinadas regras que se formalizam em frases.
Não há língua sem fala, nem fala sem língua. Cada um dos termos se define
na oposição dialética que estabelecem entre si. Indivíduo e sociedade interagem,
alimentando-se mutuamente. Embora a língua seja um conjunto de signos essenciais
superior ao indivíduo, são os atos da fala que a fazem evoluir.
Toda língua natural pode ser estudada em dado momento específico, por
exemplo, no século XV ou hoje (sincronia). Mas é possível também explorar os
mecanismos que, ao longo do tempo, levaram às suas modificações sucessivas
(diacronia).
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Sincronia: é a concomitância dos fenômenos linguísticos. Faz-se um estudo
sincrônico quando se estabelece uma descrição da língua no estado
considerado num momento específico, independentemente de sua evolução
histórica, como um sistema completo e eficiente em cada etapa. E a
coexistência dos fatos linguísticos que se leva em consideração. A sincronia é,
em geral, o objeto de estudo da gramática normativa.
Diacronia: é a sucessividade dos fenômenos linguísticos. Fazemos um estudo
diacrônico quando estabelecemos uma descrição da língua ao longo de sua
história, com as mudanças fonológicas, morfológicas, sintáticas ou semânticas
que sofreu. É o objeto de estudo da gramática histórica, que busca entender as
diferentes etapas da evolução de uma língua.
Fonte: https://www.google.com.br/
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3. Homem, Linguagem e Cultura
Fonte: https://www.google.com.br/
A linguagem é tão antiga quanto a cultura e sempre houve tantos modos de falar
quanto culturas. As correlações de cada grupo humano são complexas e específicas, desde
suas mais simples origens até os complexos idiomas das sociedades civilizadas da
atualidade.
Segundo Eble (1982), entende-se que pelo estudo da linguagem se observa uma
filosofia das formas simbólicas. Aqueles que têm o hábito de perceber os processos mentais
antropológicos dirigidos para a linguagem observam o quão sutilmente se revelam as sintaxes
fundamentais da organização de mundo de qualquer cultura.
Toda sociedade humana defende uma linguagem na qual possa registrar suas
experiências. Assim, elas são mantidas e transmitidas de geração em geração por meio dos
mecanismos linguísticos, já que nenhuma informação cultural está no código genético.
Portanto, será a linguagem um universal absoluto sobre o qual os homens têm depositado
suas impressões de mundo.
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Figura 5: Linguagem e Cultura: transmitida de geração em geração
Fonte: https://www.google.com.br/
Psicobiologia,
Neurologia,
Fisiologia...
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Gorce, Maxime (1974) e muitos outros.
Por fim, se o homem é o sem começo e o sem fim, não lhe resta nesta continuidade
outra adequação sendo a que lhe é paralela, a escritura linear infinita.
O homem foi subjugado pela rede das palavras e só se libertará mediante a destruição
delas, mas então não haverá mais homens. O destino do homem é o destino da linguagem.
O homem não passa de mero destinatário. A forma como pensamos está perfeitamente
encadeada com a forma pela qual falamos, e a forma como falamos depende de nossa leitura
do mundo. Esta leitura não está acabada (EBLE, 1982, p. 81).
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O homem aprende, mas é necessário que sua representação na mente seja
conceitualizada, transformando-se em um primeiro dado da consciência, com um
objetivo determinado, criando as condições para o surgimento da linguagem.
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“Sem a linguagem, o pensamento seria uma névoa vaga e
inexplorada. Não haveria ideias preexistentes e nada poderia ser
distinguido antes do surgimento da linguagem”.
A teoria “ha-ha” sugere que a linguagem se originou dos gritos instintivos de alegria
e dor, enquanto “au-au” supõe que os grunhidos de animais tiveram papel
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fundamental, já que os caçadores primitivos provavelmente imitavam aqueles sons
como estratégia de caça (AITCHISON, 1996, apud FONTANARI, 2009, p. 247).
Depois dessa amostra, ninguém irá criticar a Société Linguistique de Paris por
ter banido em 1866 toda e qualquer discussão sobre a origem e evolução da
linguagem (FONTANARI, 2009).
Cada língua consiste em uma estrutura própria, das mais antigas às mais
modernas, das mais simples às mais sofisticadas. Não são entidades estáticas, pois
sofrem lentas e constantes mudanças, certamente em resposta ao desenvolvimento
contínuo e cumulativo das culturas.
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3.2 No Brasil
De acordo com Silva (1998), o Brasil é um país que tem uma língua oficialmente
reconhecida, que é o português. Essa língua foi herdada dos colonizadores
portugueses. Antes da colonização, o país estava habitado por milhões de indígenas
agrupados em diversas tribos, cada uma com sua cultura e língua própria,
caracterizada por regras linguísticas, vocabulários e uma estrutura gramatical
particular (veja Capítulo 17).
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Nas cerimônias e encontros tribais, os indivíduos são muito formais, falando a
própria língua. Como afirma Lucy Seki (apud FRANCHETTO, 2011, p. 67), “cada
grupo mantém sua própria língua [...] e o próprio sistema intertribal vigente reforça o
valor da língua como elemento distintivo”.
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4. Difusão e Declínio
As línguas não apenas se modificam ao longo do tempo. Elas também se
difundem em decorrência de fatores de ordem histórica e geográfica, tais como
guerras, conquistas, migrações, colonização etc.
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4.1 No Brasil
Situação linguística e sociocultural significativa e até mesmo incomum ocorreu
na faixa costeira brasileira ocupada predominantemente por grupos indígenas de fala
tupi (da família linguística Tupi-Guarani) a partir do descobrimento e durante a
colonização.
Durante séculos, o uso corrente da Língua Geral teve papel relevante na troca
e adoção dos padrões culturais e linguísticos entre brancos e índios, pois facilitou os
contatos e o entendimento entre eles. A língua portuguesa no Brasil sofreu
influência decisiva da língua tupi, com a incorporação de numerosos termos de
origem indígena ao vernáculo.
Tupi, Macro-Jê, Aruák e Karib e muitas outras famílias menores e grupos isolados.
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Aryon Dall’Igna Rodrigues, estudioso das línguas indígenas (Universidade de
Brasília), alerta os antropólogos e linguistas para esses dados acima, no sentido de
evitar a extinção das línguas indígenas, para que não se perca a imensa riqueza
cultural que representam, e estabelecer uma ortografia para seu vocabulário, já que
são idiomas orais, e também pelo ensino bilíngue nas escolas indígenas, como
determina a Constituição Brasileira de 1988. Como exemplo de um idioma que está
morrendo, pode-se citar o dos índios Xipaia, de filiação Tupi, do qual resta apenas
uma última falante viva, capaz de fornecer as informações necessárias para uma
reconstituição cultural do grupo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro: Levi-strauss_260.jpg
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5. Diversificação e universalidade
Derivadas sempre de uma língua originária, elas têm sua própria estrutura, isto
é, fonemas, regras gramaticais, construção de frases etc., acham-se relacionadas
entre si, podendo ser agrupadas em troncos e famílias linguísticas conforme suas
semelhanças e diferenças. Há também grupos isolados, sem nenhum parentesco.
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Na Europa, a família das línguas indo-europeias abrangia o latim, que originou
as línguas romanas;
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As línguas da Austrália, da Nova Guiné e das Ilhas Molucas têm
características próprias. Na Austrália, ocorre um fenômeno linguístico digno de nota:
os 200 idiomas indígenas relacionados pertencem a uma única família linguística.
Tupi-Guarani,
Macro-Jê,
Karib, no Brasil.
No Peru e na Bolívia,
quéchua-aymará.
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1. nas Américas, 170 idiomas ameaçados, sendo 30 no Brasil, 68 nos
Estados Unidos, 11 no Peru, 8 no México. Na África, 46 línguas;
2. no Pacífico, 210;
3. na Ásia, 78 línguas; com maior número,
4. na Austrália, em um total de 168 ameaçadas.
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6. Generalidades distintivas das línguas
Figura 12: Generalidades das Línguas
Fonte: https://www.google.com.br/
Segundo alguns autores, nos milhares de idiomas mundiais apenas 101 contam
com mais de 1 milhão de falantes:
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apresenta situação sui generis. Seu idioma parece ser o único no mundo: não tem
frases subordinadas, nem palavras para designar as cores; não usa tempos verbais
que indiquem o passado e o futuro.
Noam Chomsky. Everett afirma: “sua gramática vem da sua cultura que
é absolutamente única”.
IMPORTANTE:
Os registros e discursos inaugurais que temos sobre o Novo Mundo
foram feitos, por um lado, pelos primeiros viajantes, formando o que
costumamos chamar de “literatura de viagem”. Sobre a América do Sul,
foram produzidos importantes relatos. Entre eles, podemos citar as
singularidades da França Antártica, publicado em 1556, por André
Thévet, e História de uma viagem feita às terras do Brasil, publicado em
1578, por Jean de Léry. Outras fontes de informações importantes sobre
esses acontecimentos foram os relatórios dos missionários enviados
para o Novo Mundo
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7. Leituras Recomendadas
ATENÇÃO
Leituras Recomendadas :
SAHLINS, Marshall. O pessimismo sentimental e a experiência etnográfica: por que a
cultura não é um objeto em via de extinção. Mana, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, 1997.
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8. Referências Bibliográficas:
ALMEIDA, Ângela. Notas sobre a família no Brasil. In: ALMEIDA, Ângela M. et al.
(Org.). Pensando a família no Brasil. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo/UFRRJ, 1987.
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https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0185084914704207. Acesso em:
17 jan. 2019. CALDERÓ, Alaor A. Antropología social. 4.ed. México: Oasis, 1971.
CÂMARA CASCUDO, Luís da. História da alimentação no Brasil. São Paulo: Nacional,
1967. CAMARGO, Orson. A fantasia das três raças brasileiras. Brasil Escola.
Disponível em: ht-tps://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-brasil-varias-cores.htm.
Acesso em: 3 set. 2018.
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