rdc0182 13 10 2017
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Ministério da Saúde
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CAPÍTULO I
Seção I
Abrangência
I - industrialização;
II - distribuição; e
III - comercialização.
Seção II
Definições
Art. 3º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:
I - água captada: água superficial ou subterrânea (água bruta), que será submetida a
processos físicos, químicos ou a uma combinação destes, visando à obtenção de água para
consumo humano;
III - água natural: é a água obtida diretamente de fontes naturais ou por extração de
águas subterrâneas, e é caracterizada pelo conteúdo definido e constante de determinados
sais minerais, oligoelementos e outros constituintes, em níveis inferiores aos mínimos
estabelecidos para água mineral natural, sendo que o conteúdo dos constituintes pode ter
flutuações naturais;
VIII - captação: ponto de tomada da água captada (água bruta), que envolve o
conjunto de instalações, construções e operações necessárias ao aproveitamento da
referida água;
XI- corpo de água ou manancial: águas superficiais ou subterrâneas que são usadas
para abastecimento humano;
XVI - equipamento: todo artigo em contato direto com a água que possa ser utilizado
durante o preparo, envase, armazenamento ou comercialização, incluindo recipientes,
máquinas, aparelhagens, acessórios, válvulas e similares;
XXXI – spray ball – tipo de dispersor composto por um cabeçote não rotativo, usado
na limpeza e desinfecção de tanques ou reservatórios rígidos;
CAPÍTULO II
Seção I
Disposições Gerais
Seção II
Parágrafo único. De forma a assegurar às águas qualidade compatível com seu uso,
devem ser observadas a Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, que dispõe
sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências, e a Resolução CONAMA nº 396, de 7 de abril de 2008,
que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas
subterrâneas e dá outras providências.
Seção III
Captação da água
Art. 11. A água captada não poderá ser caracterizada como água mineral natural ou
água natural.
Art. 12. Em caso de captação subterrânea, o ponto de captação deve ser uma área
coberta, pavimentada, limpa, livre de focos de contaminação e deverá ser dotada de casa
de proteção, acessível apenas a pessoas autorizadas.
Art. 14. A captação da água deve ser efetuada por equipamentos que atendam à
Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 91, de 11 de maio de 2001, que aprova o
Regulamento Técnico sobre critérios gerais e classificação de materiais para embalagens e
equipamentos em contato com alimentos, e outros regulamentos técnicos específicos
referentes aos materiais em contato com o produto.
Parágrafo único. As superfícies que entram em contato com a água devem ser lisas,
íntegras, impermeáveis, resistentes à corrosão e de fácil higienização.
Art. 15. No início da canalização de captação da água, devem ser instaladas
tubulação e válvula específicas para a coleta de amostras.
Art. 16. A captação da água deve ser realizada por meio de bombas de recalque e
de canalização, devendo a água ser diretamente conduzida ao reservatório.
Parágrafo único. A tampa de vedação do poço tubular deve ser de material não
poroso, resistente à corrosão, capaz de resistir a repetidas operações de limpeza e
desinfecção e que não transmita substâncias tóxicas, odores e sabores.
Seção IV
Art. 18. A condução da água adicionada de sais deve ser realizada por meio de
tubulação fechada e contínua até o envase.
Art. 19. A canalização para condução das águas deve estar situada em nível
superior ao solo, ser mantida em adequado estado de conservação, não apresentar
vazamentos e permitir o acesso para inspeção visual.
Art. 20. A canalização deve ser identificada com cores diferentes e com setas
indicadoras da direção do fluxo de circulação do líquido, não podendo haver mistura entre
as águas captada, para consumo humano e adicionada de sais, nem entre as águas
provenientes de fontes diversas.
Art. 21. A canalização deve atender à Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n. 91,
de 2001, e outros regulamentos técnicos específicos referentes ao material constituinte.
VI - frequência de higienização; e
Seção V
Art. 24. O armazenamento das águas deve ser realizado em reservatório situado em
nível superior ao solo e estanque, para não haver contaminação.
§ 1º As superfícies que entram em contato com as águas devem ser lisas, íntegras,
impermeáveis, resistentes à corrosão e de fácil higienização.
Art. 27. O reservatório deve possuir extravasor, protegido por tela milimétrica, válvula
de retenção ou fecho hídrico em forma de sifão para impedir que o nível de água atinja a
parte superior.
Art. 28. A inspeção visual do reservatório deve ser efetuada na frequência definida
pelo estabelecimento industrial.
Art. 29. A higienização interna do reservatório deve ser registrada e realizada por
funcionários comprovadamente capacitados, de forma que garanta a manutenção das
condições higiênico-sanitárias satisfatórias e minimize o risco de contaminação das águas.
II - métodos de higienização;
VI - frequência de higienização; e
Seção VI
Art. 34. Os sais utilizados no preparo da água adicionada de sais devem ser de grau
alimentício e previamente aprovados pelo controle de qualidade da empresa.
Seção VII
Art. 35. A recepção dos insumos deve ser realizada em local protegido, limpo e livre
de objetos em desuso e estranhos ao ambiente.
Parágrafo único. A recepção das embalagens retornáveis para um novo ciclo de uso
deve ser efetuada em área distinta da recepção dos demais insumos para evitar
contaminação cruzada e, nesta etapa, deve ser verificado o prazo de validade dos
garrafões.
Parágrafo único. O prazo de validade dos garrafões plásticos deve ser declarado,
sendo permitido, no máximo, três anos de vida útil.
Art. 38. As embalagens plásticas retornáveis recebidas para um novo ciclo de uso
devem ser avaliadas individualmente quanto à sua integridade, às aparências interna e
externa, à presença de resíduos e ao odor.
Art. 41. Devem ser implementados os POPs referentes à operação de recepção das
embalagens, contendo as seguintes informações:
I - inspeção individual;
Seção VIII
Fabricação e higienização das embalagens
Art. 44. As embalagens plásticas devem ser submetidas a análises para garantir que
não haverá migração de substâncias indesejáveis para água adicionada de sais acima dos
limites permitidos pela Resolução - ANVS nº 105, de 1999, e pelas Resoluções da Diretoria
Colegiada - RDC nº 17, de 2008, RDC nº 52, de 2010, e RDC nº 56, de 2012.
Art. 45. Devem ser mantidos registros das análises realizadas nas embalagens.
Art. 47. A higienização das embalagens deverá ser realizada em local fechado.
Art. 49. As embalagens retornadas para um novo ciclo de uso, antes da etapa de
higienização automática, devem ser submetidas à pré-lavagem para a remoção do rótulo,
dos resíduos da substância adesiva e das sujidades das superfícies interna e externa.
Art. 50. O enxágue final das embalagens retornadas para um novo ciclo de uso e
daquelas de primeiro uso deve ser feito com água para consumo humano.
§ 2º A eliminação dos resíduos de que trata o § 1º deve ser comprovada por testes
indicadores, dos quais devem ser mantidos os devidos registros.
Art. 51. As tampas das embalagens deverão ser previamente desinfetadas com
produto saneante regularizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa.
§ 2º Caso o desinfetante deixe resíduo, as tampas devem ser enxaguadas com água
para consumo humano.
§ 3º Devem ser mantidos registros dos testes realizados para comprovar que as
tampas não são fontes de contaminação.
Art. 52. O transporte das embalagens da área de higienização para a sala de envase
deve ser realizado imediatamente por meio de esteiras roláveis e automáticas.
Art. 53. A passagem das embalagens da área de higienização para a sala de envase
deve ser feita por meio de abertura destinada exclusivamente para este fim, não sendo
permitido o transporte manual das embalagens.
Parágrafo único. A abertura a que se refere o caput deve ser dimensionada para
permitir somente a passagem das embalagens e permanecer fechada durante a paralisação
do processo de envase.
II - métodos de higienização;
V - temperatura da higienização;
Seção IX
Art. 56. O grau de tratamento da água captada deve considerar sua composição e a
necessidade de atender à Portaria n. 2.914, de 2011, e suas alterações.
Art. 57. Os seguintes itens devem ser considerados ao configurar um sistema de
tratamento de água captada:
Art. 59. Qualquer manutenção ou modificação não planejada deve ser aprovada pelo
responsável a que se refere o art. 93.
Art. 60. Devem ser utilizados tratamentos que garantam que a água produzida
atenda aos padrões de potabilidade definidos na Portaria n. 2.914, de 2011, e suas
alterações.
Parágrafo único. Quando a sanitização química dos sistemas de água fizer parte do
programa de controle de biocontaminação, deve ser utilizado procedimento que garanta que
o agente sanitizante seja retirado com eficácia.
Art. 62. A água captada pode ser filtrada e os elementos filtrantes devem ser
constituídos de material que não altere as características originais e a qualidade higiênico-
sanitária dessa água e atender aos requisitos previstos na Resolução da Diretoria
Colegiada - RDC nº 91, de 2001, e outros regulamentos técnicos específicos referentes ao
material em contato com a água.
Art. 63. Deve ser feita a avaliação periódica, por funcionário capacitado, de possíveis
contaminações microbiológicas de filtros, leitos de carvão ativado e abrandadores, no caso
da existência destes.
I - tipos de tratamento;
IV - temperatura;
V - testes usados para verificar o resíduo dos saneantes, caso sejam empregados;
Seção X
Art. 66. A água adicionada de sais deve ser preparada a partir da água para
consumo humano.
Art. 67. Após a adição de sais à água, o produto final deve apresentar concentração
de sais definidos na Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 274, de 2005, e suas
alterações.
Art. 68. Quando realizada por batelada, a adição de sais deve prever o uso de
homogeneizadores automáticos.
Art. 69. Quando a adição de sais for realizada por dosadores automáticos, estes
devem ser de material resistente à corrosão e de fácil higienização.
Art. 70. Devem ser implementados POPs referentes ao preparo da água adicionada
de sais, contendo informações sobre:
§ 2º Deve existir registro referente à coleta das amostras e suas respectivas análises.
Seção XI
Envase e fechamento
Art. 72. O envase e o fechamento das embalagens devem ser realizados por
equipamentos automáticos.
§ 1º. O fechamento deve garantir a vedação das embalagens para evitar vazamentos
e contaminação do produto.
Art. 73. A sala de envase deve ser projetada de forma a evitar a contaminação
cruzada, e deve ser mantida em adequado estado de higiene e de conservação.
§ 5º A porta deve possuir revestimento liso, de cor clara, impermeável e lavável e ser
equipada com dispositivo de fechamento automático, ajustada aos batentes e em adequado
estado de conservação.
Art. 74. A adição de dióxido de carbono à água adicionada de sais, quando houver,
deve estar integrada à linha de envase.
Art. 75. O acesso à sala de envase deve ser restrito e realizado exclusivamente por
uma antessala.
Art. 76. Os funcionários que trabalham na sala de envase devem utilizar uniformes
limpos e exclusivos para essa área.
Art. 77. A sala de envase e os equipamentos devem ser higienizados quantas vezes
forem necessárias e imediatamente após o término do trabalho.
Seção XII
Rotulagem e armazenamento
Art. 78. A operação de rotulagem das embalagens deve ser efetuada fora da área de
envase.
Art. 79. A água adicionada de sais envasada deve ser transportada imediatamente
da sala de envase para a área de rotulagem por meio de esteiras roláveis e automáticas,
não sendo permitido o transporte manual.
Parágrafo único. A comunicação entre essas dependências deve ser feita por meio
de abertura, dimensionada somente para permitir a passagem das embalagens, a qual deve
permanecer fechada durante a paralisação do processo de envase.
Art. 80. Os rótulos das embalagens da água adicionada de sais devem obedecer às
Resoluções da Diretoria Colegiada - RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002, que aprova o
Regulamento Técnico sobre Rotulagem de Alimentos Embalados e Resolução da Diretoria
Colegiada - RDC nº 274, de 2005, e suas alterações.
Art. 81. A água adicionada de sais envasada deve ser submetida à inspeção visual
ou eletrônica, de modo a assegurar a sua qualidade higiênico-sanitária.
Parágrafo único. As etapas de inspeção visual e lacre das embalagens devem ser
realizadas por pessoas diferentes.
Art. 83. Os locais para armazenamento da água adicionada de sais envasada devem
ser limpos, secos, ventilados, com temperatura adequada e protegidos da incidência direta
da luz solar para evitar a alteração da água.
§ 1º A água de que trata o caput deve ser armazenada sobre paletes, estrados ou
prateleiras, respeitando o espaçamento mínimo necessário para garantir adequada
ventilação, limpeza e, quando for o caso, desinfecção do local.
Art. 84. A água adicionada de sais envasada não pode ser armazenada próxima aos
produtos saneantes, defensivos agrícolas e outros produtos potencialmente tóxicos, como
gás liquefeito de petróleo, para evitar a contaminação ou impregnação de odores estranhos.
Seção XIII
Controle de qualidade
Art. 88. Deve existir registro referente à coleta das amostras e suas respectivas
análises.
Art. 91. A água adicionada de sais somente pode ser liberada para comercialização
após aprovação pelo controle de qualidade, por meio dos laudos de análise.
Art. 92. Todos os registros relativos ao controle de qualidade devem ser mantidos,
no mínimo, pelo prazo de validade do produto, e devem estar disponíveis à autoridade
sanitária, quando solicitado.
Seção XIV
I - higiene pessoal;
Parágrafo único. O responsável de que trata o caput deve ter concluído curso de
capacitação, com carga horária mínima de 40 (quarenta) horas, abordando os seguintes
temas:
I - microbiologia de alimentos;
V - outros pertinentes.
Seção XV
Documentação e registro
Parágrafo único. Os documentos de que trata o caput devem estar acessíveis aos
funcionários envolvidos e disponíveis à autoridade sanitária.
Parágrafo único. Os registros das operações a que se refere o caput devem ser
utilizados para verificação das medidas de controle implantadas, sendo mantidos, no
mínimo, pelo prazo de validade do produto.
Art. 100. O estabelecimento deve dispor de área aprovada pelos órgãos ambientais
para tratamento adequado das águas residuais.
Seção XVI
Art. 101. Os veículos de transporte devem ser adequados para o fim a que se
destinam e constituídos de materiais que permitam adequada conservação, limpeza,
desinfecção e desinfestação.
Art. 103. O empilhamento das embalagens com água adicionada de sais durante o
transporte deve ser realizado de forma a evitar danos às embalagens, a fim de não
comprometer a qualidade higiênico-sanitária da água envasada.
Art. 105. A água adicionada de sais envasada deve ser exposta à venda em locais
protegidos da incidência direta da luz solar e mantida sobre paletes ou prateleiras, em local
limpo, seco, arejado e reservado para esse fim.
Art. 107. Os rótulos das águas adicionadas de sais devem permanecer legíveis até o
final do prazo de validade do produto.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 108. Esta Resolução entra em vigor após decorridos 6 (seis) meses de sua
publicação oficial.