SILVILENE GOMES TCC Mulheres Nazis
SILVILENE GOMES TCC Mulheres Nazis
SILVILENE GOMES TCC Mulheres Nazis
Itaituba - PA
2018
SILVILENE GOMES DE SOUZA
Itaituba - PA
2018
SOUZA, Silvilene Gomes de
73f. il.
BANCA EXAMINADORA:
The present paper aims to address the issue of women's history, emphasizes
the role they played in participating in the Nazi regime during the Second World War and
its practices within the Ravensbruck camp, where it was created to receive only women,
to understand the main reasons which contributed to the Nazi women becoming
members of the regime that committed crimes against humanity. The research is
focused on the actions of these women who were part of Hitler's machine of destruction,
where their plans were inserted the creation of a totally Aryan Germany. The practices of
these Nazi women within the movement contributed to continuing the extermination
plans of people considered inferior by the movement. For these women seeking a way
to change their lives, they were able to find within the regime the opportunity to perform
functions that would give them a chance to prove their abilities. The methodologies used
in the present work of completing the course were through the bibliographic survey of
authors who subsidized the present research as Oliveira (2015) and Saidel (2009), it
also used the qualitative character to interpret the information raised during the
theoretical research. The first phase of this research is a historical context of the first
world war, its antecedents for its outbreak, in which there was an outcome for the
winning and defeated countries, and their consequences at the end of it. The second
phase deals with the outbreak of the second war and Germany taking part in this
conflict, where the figure of Hitler and his Nazi ideology emerges. Arriving at the focus of
the research are the Nazi women and the Ravensbruck camp, the crime committed by
them against other women, the end of the camp and the punishment of those who
commanded it.
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 9
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 12
2.1 A 1ª GUERRA MUNDIAL ......................................................................................... 12
2.1.1 O início da 1ª Guerra Mundial............................................................................. 15
2.1.2 Desfecho: vencedores e vencidos ..................................................................... 22
2.1.3 As consequências da guerra .............................................................................. 24
2.2 ORIGENS DA 2ª GUERRA MUNDIAL ..................................................................... 25
2.2.1 Adolfo Hitler e a ideologia nazista ..................................................................... 27
2.2.2 Hitler e os campos de concentração ................................................................. 38
2.3 AS MULHERES E SUAS HABILIDADES PARA MATAR ......................................... 42
3 METODOLOGIA DA PESQUISA................................................................................ 44
3.1 TIPO DE PESQUISA ................................................................................................ 44
3.2 AMBIENTE DA PESQUISA ...................................................................................... 46
3.3 DESCRIÇÃO DA PESQUISA ................................................................................... 48
4 RESULTADO DA PESQUISA .................................................................................... 50
4.1 A HISTÓRIA INICIAL DO CAMPO RAVESNBRUK ................................................. 50
4.1.1 A estrutura do campo ......................................................................................... 50
4.1.2 As mulheres que serviram aos propósitos de Hitler ........................................ 51
4.2 AS MULHERES NAZISTAS E OS CRIMES COMETIDOS POR ELA DENTRO DO
CAMPO .......................................................................................................................... 54
4.2.1 Algumas profissionais que trabalharam para o regime nazista ...................... 55
4.2.2. Erna Petri, a única mulher condenada pelos seus crimes ............................. 66
4.2.3 O desfecho desse julgamento para as mulheres Nazistas do Campo
Ravensbruck ................................................................................................................. 68
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 70
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 72
9
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Com a vitória da Alemanha sobre a França, essa desde então, começou a nutrir
um sentimento de ódio e vingança sobre a Alemanha, na qual não aceitava perder um
território tão rico e ainda serem obrigadas a arcar com uma indenização tão alta. Os
franceses começaram a difundir um nacionalismo exagerado que era exclusivamente
relacionado a Alemanha. As novas gerações francesas foram sendo educadas sob o
desejo de revanche, o que acabou despertando a necessidade de vingar a humilhação
13
sofrida por ele, na qual teriam como objetivo recuperar a Alsacia-Lorena (MELLO;
ITASSU,2008).
Os fatores que contribuíram para o aumento da tensão entre os países foram a
rivalidade econômica e o imperialismo, na qual todos os países imperialistas
industrializados buscaram formas de fazer com que os países concorrentes tivessem a
dificuldade de se expandirem economicamente nessa disputa imperialista. Alemanha e
Inglaterra era um dos países com mais desenvolvimento, o que contribuiu para que
essa concorrência entre ambas se tornassem mais grave entre si.
O Arquiduque não teve nenhuma preocupação com sua segurança, já que ele
mesmo iria visitar um país na qual o sentimento nacionalista era bastante evidente. O
governador não tomou nenhuma medida de segurança para proteger o Arquiduque,
pois que existiriam vários motivos para a proteção do mesmo, ora Ferdinando visitara
um país na qual o nacionalismo era pregado com veemência, pois, as organizações
teriam de sobra para eliminar os líderes da Áustria (RODRIGUEZ, 1994).
Vários atentados foram cometidos com a finalidade de aniquilarem o Arquiduque,
mas somente um foi concretizado. Sabe-se que a Sérvia não participou desse atentado,
pois o país não estaria disposto no momento a gerar um conflito. E enquanto o
Arquiduque percorria as ruas da cidade, foi atingido juntamente com sua esposa por
tiros, exatamente ao meio-dia de 28 de junho, o casal austríaco foi executado a tiros de
revolver pelo estudante Gravilo Prinzip, um patriota sérvio, vindo a óbito no local do
crime (RODRIGUEZ, 1994).
A morte do Arquiduque Ferdinando e sua esposa não mudaram a vida da
população e o ritmo continua o mesmo, pois não acreditariam que um simples homicídio
ocasionaria o país a iniciar uma guerra tão violenta, na qual milhares de soldados
perderiam suas vidas e a população em geral, sofreria com os danos causados pelas
consequências do conflito. O assassinato de Ferdinando, não gerou muita polêmica
para alguns países, pois até mesmo a Áustria não demonstrou nenhuma comoção
diante da tragédia já que o mesmo não era muito amado por alguns, devido seu
pensamento e ideia que não agradavam ao país. Segundo Rodriguez (1994, p.53),
“somente os militares poderiam tirar proveito da tragédia, propondo uma guerra de
retaliação contra o governo Belgrado”.
Os partidos que pregavam a paz não queriam que se iniciasse uma guerra e não
estariam dispostos a sujeitarem-se às exigências feitas pelos militares. No entanto,
apesar das recusas dos partidos que pregavam a paz, os setores militares continuavam
tentando atiçá-los, afirmando que o atentado ao arquiduque teria sido planejado na
Sérvia, e levado o plano para ser executado pela mão negra (RODRIGUEZ, 1994).
Segundo Rodriguez (1994), o atentado ao Arquiduque foi planejado pela Bósnia
e não pelo Belgrado, como os militares imaginavam, o líder era Gravilo Prinzip e as
suas ideias foram executados pelo movimento que surgiram na Bósnia, cujo movimento
era denominado mão negra, alguns jovens bosnianos mantinham uma ligação com
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esse movimento. Os grupos desses jovens contavam com um suporte para dar esse
prosseguimento aos seus ideais, era oferecido um apoio sendo que estes era o
recebimento de armas, balas, na qual esses jovens também passariam por treinamento
militar. No entanto, alguns participantes da mão negra enxergavam as coisas de um
ângulo diferente do que era objetivado pela mão negra, suas ideologias iam além dos
ideais que esse movimento pregava, e com tal antagonismo em relação a esses
pensamentos seria inevitável controlá-los, pois estariam obcecados em executar seu
plano e ninguém teria a capacidade de detê-los.
Quando a Alemanha, cuja capital era Berlim, foi noticiada do episódio do
assassinato do arquiduque, na ocasião não pode tomar nenhuma decisão sobre o que
ocorrera, já que os principais líderes do país não se encontravam no momento, o
embaixador austríaco precisou viajar urgentemente para a capital da Alemanha na
qualbuscava uma resposta para solucionar o problema. Então, não restou outra
alternativa, senão o secretário do estado recebê-lo e encontrarem juntos uma solução
que viesse resolver o impasse em que os dois países se encontravam (RODRIGUEZ,
1994).
O secretário sabia da real situação política da Europa, e tentou amenizar os
ânimos causados pela tragédia, sendo sabedor que, se a Áustria partisse contra a
Sérvia, acabaria gerando uma guerra, já que diante de tal crise, a Rússia apoiaria os
sérvios. De acordo com o autor:
Nos sete dias seguintes, aliados se juntaram aos dois países. A Alemanha lutou
ao lado da Áustria, França, Rússia e Grã-Bretanha formaram outra aliança. Em
uma semana, cinco grandes potências e diversas outras menores estavam
prestes a lutar (BLAINEY; GEOFREY, 2011, p. 52).
poderiam tomar uma decisão de entrar no conflito, pois, ao tomar essa atitude, teriam
que ter ciência de que estariam tomando um bom posicionamento ao consolidar sua
escolha, pois, não teriam a convicção se era mais vantajoso fazer parte da disputa ou
seria melhor ficarem neutros em relação a guerra (BLAINEY, 2011).
Após o pronunciamento da guerra, um mês depois a Alemanha teve um inimigo
declarado, o Japão. Em 1914, a Alemanha teve o apoio dos turcos, e quando menos se
esperava a Itália acabou trocando de lado. Com toda essa situação, outros países
começaram a se organizar e aceitando a guerra, iniciando assim um conflito em alta
escala, na qual não teria a mínima ideia que seria totalmente longa e devastadora
(BLAINEY, 2011).
No início da guerra, o sentimento de nacionalismo estava à flor da pele, o conflito
era desejado, mas não saberiam da dimensão que a mesma poderia ter. “Esperava-se
que os sindicatos e partidos trabalhistas em alguns dos países em combate se
manifestassem contra a guerra”. No entanto, o que aconteceu foi que algumas etnias
acabaram aderindo um sentimento de patriotismo, o alistamento militar já não era mais
considerado uma obrigação, mas sim um desejo de ser participante num conflito,
acreditando que seriam vitoriosos e que a guerra não se estenderia por muito tempo
(BLAINEY, 2011).
Devido às disputas por conquistas de novos territórios e com receio de as
tensões entre as potências tornarem-se mais radicais, cada país tomou a decisão de
que precisariam fabricar mais armamentos e reforçar seu exército, pois a qualquer
momento as rivalidades viriam à tona e seria inevitável a eclosão de uma possível
guerra.
Como os países tinham o mesmo objetivo, tiveram a convicção de que se
fizessem uma aliança entre os países, formando assim um acordo cuja finalidade era
manter-se unidos, caso eclodisse algum conflito, diante disso, qualquer país que
entrasse em uma guerra os aliados tomavam-se as dores dando apoio ao país, os
pactos de aliança foram então firmados em dois blocos, denominadas Tríplice Entente,
a tríplice Aliança, na qual a Alemanha, Itália e Império Austro húngaro fariam parte do
bloco da Aliança e a Entente seria composta pelos países da França, Inglaterra e
Rússia e com a declaração da guerra, cada um deu seu apoio ao país ao entrar no
conflito. (MAGNOLI, 2006). A guerra foi dividida em duas fases, de acordo com o autor:
20
A guerra de movimento durou alguns meses até 1915, o que a caracterizava era
o deslocamento das tropas militares para o território inimigo, o que acabou não tendo
muito sucesso, pois, a estratégia deixava os soldados desprotegidos já que esses
teriam que avançar em áreas abertas, o que facilitou para os seus adversários contra
A segunda fase deu-se, com a guerra de trincheiras na qual os soldados
cavavam valas com uma profundidade de 2,5 metros com a finalidade de evitar que o
inimigo conseguisse se aproximar das tropas. As trincheiras eram protegidas com
arame farpado os soldados colocavam sacos de areia para a proteção e melhoria de
sua defesa contra os bombardeios das tropas adversárias. No entanto, as trincheiras
não contribuíram muito beneficamente para a proteção desses soldados, pois os
mesmos ficavam a mercê de alguns fatores que os levaram ao desgaste físico e
emocional (MAGNOLI, 2006).
Os combatentes tiveram que enfrentar o frio, durante os longos tempos de
batalha, em que muitos morriam por causa da frio, a chuva contribuía para que as valas
cavadas para a proteção dos soldados ficassem encharcadas, sem ter um escoamento
da água, gerada pela chuva, o que acabava dificultando a vida dos militares, viviam
sobre os outros corpos, pois os soldados mortos pelas tropas inimigas eram deixados
nas trincheiras, devido à impossibilidade de serem retirados das valas uma vez que a
qualquer tentativa de saída sem planejamento dos combatentes poderiam causar-lhe a
morte (CROUZET, 1996).
Então, não havendo alternativa senão a serem obrigados a ficarem dividindo o
espaço com os mortos, o que contribuía para o surgimento de doenças, devido à
decomposição dos corpos, fazendo assim com que insetos e animais que transmitiam
doenças, tornassem os soldado vulneráveis e o sistema imunológico também era
afetados, contribuindo para a morte desses e os que não vinham a óbito pela artilharia
21
Conforme Crouzet (1996), a vida nas trincheiras não era uma tarefa fácil, pois
viviam em constantes tensões, o contra-ataque dos adversários ficaram mais
agressivos, pois os bombardeios não eram mais apenas térreos, mas sim aéreos, o que
acabou contribuindo para a decadência das tropas opostas. Os soldados, cada dia mais
exaustivos por causa dos combates ficavam mais fragilizados, devido a uma
alimentação escassa, começavam a sentir a ausência de suas forças para lutar em uma
guerra que já teria se estendido mais tempo que se esperava.
Um dos momentos decisivos para o final do conflito foi a entrada dos Estados
Unidos na guerra e a saída da Rússia. Os Estados Unidos era um grande fornecedor de
produtos bélicos para os países em combate, até então se mantinha distantes dos
conflitos, porém, essa posição começa a mudar diante das circunstâncias de alguns
episódios acontecidos. A Alemanha como uma estratégia das disputas em fevereiro de
1915, a Inglaterra soube do anúncio na qual Alemanha declarava bloqueio,
interceptando todos os navios que levassem mercadorias para supri-los (CROUZET,
1996).
Conforme Rodriguez (1994), o bloqueio não atingiu somente os países
envolvidos nesse conflito, mas também os países neutros começaram a ser atacado
pelo governo alemão, o que viria a contribuir para que os Estados Unidos, dois anos
mais tarde, após o início do conflito, saísse da neutralidade, tendo motivos suficientes
para entrar na guerra.
A Alemanha agindo de uma forma impensada, não saberia e nem teria a mínima
ideia de que estaria travando sua derrota no combate, considerando que os Estados
Unidos era quem disponibilizava muitos recursos para suprir os países que estavam no
22
conflito, também teriam capacidade suficiente para enviar suas tropas para atacar os
países, sendo que dispunha de um grande poderio bélico e materiais utilizados na
guerra. De acordo com o autor:
Diante de tantos fatores, a Alemanha não deixou alternativa aos Estados Unidos
se não declarar guerra, o que contribuiu para o final dessa, apesar do governo
estadunidense querer manter-se neutro diante dos conflitos que assolavam os países
aliados, ela não mantinha nenhum interesse em fazer parte de tal combate, pois seria
mais vantajoso oferecer recursos que viabilizassem o abastecimento de produtos que
seriam utilizado durante a guerra, o que de certa forma contribuiu para a ascensão na
economia do país, mas apesar de tanta rejeição, o governo americano não conseguiu
manter sua neutralidade por muito tempo, em vista que o governo alemã já teria ido
longe demais, e que tinha a certeza de que era o momento de contra atacar Alemanha
e os países que eram aliados a eles (RODRIGUEZ 1994).
assim, com que novas ideologias surgissem, tais sentimento de revolta e vingança
dariam a Alemanha o desejo de uma revanche o que levaria a eclosão da Segunda
Guerra Mundial (VIZENTINI, 2002).
Por causa da alta indenização que a Alemanha teve que pagar aos países
vitoriosos ela ficou com a economia abalada, momentos de crises, deixando o país
instável, as oscilações constantes, devido aos altos e baixos da economia acabaram
afetando a política, o que contribuiu para a eclosão de revoltas e despertando a
esperança de que surgiriam tempos melhores, e além de tudo, esperavam
ansiosamente vingar-se por causa da humilhações que sofreram por terem saído da
Primeira Guerra como perdedores e totalmente destruído financeiramente (MAGNOLI,
2006).
O endividamento da Alemanha, o alto índice de desemprego e o seu orgulho
nacional saindo gravemente ferido, acabaram motivando o governo alemão a procurar
por soluções que viesse a tirar a Alemanha do caos em quase encontravam,
(MAGNOLI, 2006).
Segundo Maioli (2004), Hitler não aceitava as humilhações que seu país sofrera,
e as nações após 1918, buscavam por estabelecer a paz entre os países, porém Hitler
com seus ideais não simpatizava com tal ideia, na sua percepção para que a Alemanha
pudessem se recuperar, os tratados que poderiam estabelecer tal tranquilidade
deveriam ser quebrados, já que para alavancar a economia teria que investir nas
produções de materiais bélicos, e isso estava vetado devido uma das cláusulas que
estavam vinculadas ao tratado de Versalhes. De acordo com o autor:
O problema relevante, que as nações tiveram que enfrentar depois de 1918, foi
o da criação de um mundo pacífico [...]. A estabilidade da paz, somente poderia
ser assegurada pela eliminação da violência e a substituição dos métodos
legais nas questões internacionais [...]O espírito que Hitler representava
recusava-se a admitir que os desejos da Alemanha pudessem ficar
comprometidos por concessões feitas a outras nações. Esses desejos
tornaram-se "direitos" que não poderiam ser preteridos, que nem mesmo
ficariam sujeitos a negociações, mas teriam que ser concedidos à Alemanha -
ou a consequência seria a guerra (MAIOLI, 2004, p .4-5).
27
Adolf Hitler foi o líder da Alemanha Nazista de 1934 a 1945. Hitler deu início a
Segunda Guerra Mundial e, devido a suas práticas de políticas fascistas acabou
causando a morte de milhares de pessoas (HITLER, 1925).
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Após a morte de seu pai, abandonou a escola mudando-se para Viena, na qual
começou a trabalhar para poder se sustentar, como pintor, ao tentar entrar para
academia de artes visuais, pois tinha convicção de que seria aceito, porém acabou
sendo rejeitado pela instituição. O jovem austríaco não reagiu bem ao ser negada a sua
entrada para a universidade, pediu que o diretor da escola que explicasse porque ele
não teria sido admitido, os seus desenhos mostraram que não tinha nenhuma
habilidade com a arte.
No entanto, e que visivelmente se via era sua vocação para arquitetura, abatido
pela negação, e com o sonho frustrado de ser pintor, após algum tempo resolveu que
iria ser arquiteto, porém, seria uma tarefa difícil já que se negou em aprender na escola
profissional, e que, de certa forma, iria dificultar sua inserção na Escola de arquitetura.
Com a falta desse quesito, Hitler não teve outra alternativa a não ser desistir da carreira
de ser um grande profissional da pintura (HITLER, 1925).
A vida de Hitler em Viena não foi fácil, passou por muitas dificuldades, pois
perdera os recursos financeiros deixados pelo pai, conheceu a miséria, o contato com
pessoas miseráveis não deixou Hitler entusiasmado, devido sua situação financeira,
precisou fazer moradia em albergues e, mesmo dividindo o teto com pessoas
totalmente diferentes dele, nunca deixar de expor suas opiniões e não ocultou sua
29
frieza contra tudo e contra todos que tivesse uma visão contrária a ele. De acordo como
autor:
Apesar de ser austríaco, Hitler entrou para o exército alemão e acabou lutando
na Primeira Guerra Mundial na qual foi ferido em campo, Fe condecorado com bravura.
No entanto, a derrota da Alemanha o deixou muito amargurado, pois não aceitava que
seu país tinha saído aniquilado da guerra (HITLER, 1925).
Com a punição imposta à Alemanha pelo tratado, Hitler ficou profundamente
abalado, e com tal situação acabou cultivando um sentimento de vingança, pois não
aceitara a derrota da Alemanha (HILTER, 1925).
Conforme o episódio da Alemanha, ao sair derrotada do conflito contribuiu, para
reforçar o seu patriotismo, Hitler tinha o mesmo pensamento da maioria dos
nacionalistas, tinha a convicção de que os líderes civis e marxistas tinham traído o
exército alemão, achava inaceitável a cláusula do Tratado de Versalhes, que afirmava
que o início da guerra era de inteira responsabilidade da Alemanha.
Hitler ficou indignado, e tal indignação fez com que o mesmo despertasse o
desejo e vontade de fazer com que Alemanha voltasse a usufruir o prestígio que tinha
antes de perder a guerra, o que contribuiu para concretizar seus ideais, em que sua
ideologia nazista acabou se desenvolvendo e sendo uma das coisas mais importante
para Hitler, e que seria seu ponto principal para finalmente chegar ao poder (HITLER,
1925).
Com sua estadia em Viena, Hitler começou a perceber que a propaganda seria
uma arma eficaz para divulgar projetos políticos, e que, usando-a de maneira correta,
poderia atingir as massas e que estas poderiam ser favoráveis aos seus planos
políticos (OLIVEIRA, 2015). Segundo o autor:
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Para Oliveira (2015), Hitler era um jovem de temperamento forte, na qual sempre
preferiu manter-se distante dos colegas em que dividia o mesmo quarto, sonhava
tornar-se uma pessoa com uma posição importante, e que muitas vezes achava que
seria uma tarefa difícil. No entanto, seu sonho estava prestes a ser realizado, aos
poucos pode finalmente ter a esperança que seus dias estavam perto de mudar. Ao
frequentar uma cervejaria em Munique seu caminho cruzou com um homem que, de
certa forma, mudaria o rumo de sua vida, conheceu e se relacionou com Anton Drexler,
que lhe ofereceu um programa partidário. Ora, sem dúvida, nem um desses convites
seria a chance de Hitler começar a pôr em práticas seus planos políticos e firmar sua
ideologia. Segundo o autor:
Adolfo Hitler vinha de uma cidade à beira da Áustria, onde seu pai era um oficial
secundário da alfândega. Um suposto artista, ele assimilou parte do anti-
semitismo de Viena e parte do patriotismo que borbulhava em Munique quando
a deflagração da primeira guerra Mundial. Alistando-se no exército alemão,
ganhou a Cruz de Ferro por sua coragem na frente ocidental. Tendo sido um
entre os soldados alemães que, em 1918, ficaram atordoados com a perda
moral em casa, quando a moral ainda estava sólida em muitas partes do
exército sob forte pressão, Hitler deu vazão a seu senso de traição no regresso
à vida civil, infiltrando-se nas margens da política. Em 1919, com 30 anos de
idade, ele se tornou chefe de um pequeno partido político da Baviera, o Partido
Nacional-Socialista Alemão do Trabalho. Seu partido desenvolveu um exército
particular, que se sobressaia em lutas de rua contra os marxistas e outros
partidos de esquerda (BLAINEY, 2011, p. 169).
Hitler contava com um dom que poucos teriam, tinha uma habilidade para
oratória, no momento em que ele falava as pessoas que os escutavam ficavam
perplexas diante dele. Os alemães diante do sentimento de revolta pelo fato da nação
querida ter saído devastada por causa da guerra, sentiam-se confiante diante de seu
discurso, ele falava exatamente o que a plateia gostaria de ouvir, nas reuniões em que
se encontrava se sobressaia, pois com o amor que dedicara à Alemanha, e sua
indignação de vê-la totalmente prejudicada, após o término da guerra, ao falar contava
com uma forte energia e força era em suas palavras que os alemães encontravam a
esperança de que seu país poderia dar a volta por cima (BLAINEY, 2011).
Hitler percebeu que era o momento de tirar vantagens em benefício próprio,
devido ao caos que o governo alemão estava vivendo, ele soube aproveitar bem esse
momento de medo e angústia. Iniciou então um discurso na qual defendia que a nação
teria sido a mais prejudicada, soube despertar o orgulho alemão e alimentar um
sentimento de revolta e indignação, pois, enfatizava que a derrota da Alemanha teria
sido injusta (OLIVEIRA, 2015).
O povo alemão, buscando por soluções que viessem a dar um fim no período de
crise e estagnação que a Alemanha estaria passando, começou a ver em Hitler a
solução para esses problemas, então o grande ditador compreendeu que esse seria o
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grande momento para alavancar sua carreira na política e alcançar seus objetivos
traçados. O perfil de Hitler era de liderança, o que o levou rapidamente à liderança do
partido, o que deu–lhe a chance de colocar seu plano em prática (OLIVEIRA, 2015).
Segundo o autor:
Ao dispor do partido, isto é, ao ter à sua disposição pela primeira vez, uma
máquina partidária, com seu programa-o que menos lhe importava, aliás, seus
afiliados, correspondentes, caixa e panfletos, Hitler colocou em prática seu
talento simplificador, isto é, sua capacidade inegável, que atrai tantos os
historiadores, de apresentar de maneira cabal tudo aquilo que as massas
sentem, mas não conseguem exprimir por si só (OLIVEIRA, 2015, p.40).
Após o término da Primeira Guerra Hitler foi convidado por Drexler para fazer
parte de seu partido, na qual as ideais antissemitas e nacionalistas começaram a fazer
parte de sua vida, pois fazia parte de um partido pelo qual o presidente mantinha certa
paixão por tais sentimentos. O símbolo do partido fora desenhado por Hitler, e seu dom
oratório foi sendo notado e admirado, pois seus discursos eram extremamente aceitos
pelas massas que o ouviam. Hitler foi conquistando seu espaço e não demorou muito
para substituir Anto Drexler como presidente do partido (OLIVEIRA, 2015).
Os expectadores que frequentavam regularmente as reuniões organizadas por
Hitler, foram se enfeitiçando por seus discursos, um encontro foi realizado em uma
cervejaria de Munique, na qual Hitler afirmou que uma revolução havia iniciado e que
um novo governo teria sido formado (OLIVEIRA, 2015).
Depois do golpe declarado por Hitler, houve uma longa batalha que acarretou em
algumas mortes, porém o golpe não teve êxito acabou, sendo reprimida, a tentativa de
golpe liderada por Adolf Hitler ficou conhecida como Putsch da Cervejaria. Segundo o
autor:
Foi na cadeia que Hitler deu início ao seu livro “Minha Luta”, onde escreveria
uma parte de sua história e onde também seu ódio para com os judeus aparece de
modo bem claro, após ser preso tornou-se bem conhecido em todo o país, conseguiu
conquistar o apoio de muitas pessoas tornando-se seus seguidores, muitos deles iam-
lhe visitar na prisão. Seus projetos jamais foram abandonados, ou seja, com seu dom
oratório, Hitler conquistou as massas e com isso pode dar início à execução de seus
planos políticos e enraizar sua ideologia com o propósito de que a população por fim
acreditasse e defendesse a ideia de que somente os alemães poderiam ser
considerados puros (HITLER, 1925).
Ao ser liberto, Hitler acabou conquistando seu poder absoluto, tendo a
oportunidade de colocar em prática todos os seus planos. Seu objetivo maior era fazer
com que a Alemanha voltasse ao topo, e que o país reconquistasse tudo o que perdera
devido à derrota da Primeira Guerra Mundial (HITLER, 1925).
Em seu livro “Minha Luta”, escrito no período que estiver preso Hitler deixou claro
seu antissemitismo e seu ódio pela raça judia, relata ainda que foi em Viena que
começou a se interessar pelo movimento antissemita e percebera que os judeus
estavam em todos os lugares, o que o deixava ainda mais furioso, Hitler comparava a
raça judaica como se fosse uma praga que acabaria contaminando o povo alemão, e
seu sentimento de raiva e ódio que Hitler despertou pelos judeus, culminou em uma das
mais atrocidades cometida contra a humanidade (HITLER, 1925). De acordo com Hitler:
Ele acreditava que o povo alemão era superior as demais raças e que para
manter a pureza da raça, era necessário que todos lutassem em prol dessa causa. Ele
relata ainda que essa pureza devesse estar em risco, pois o país contava com muito
judeus e que estes deveriam ser eliminados, pois eram raças inferiores e que se não
fosse tirado de circulação acabariam contaminando a raça ariana (HITLER, 1925).
A população ficou atraída com as ideias antissemitas e racialistas de Hitler, com
isso, ele conseguiu que o país quase todo o apoiasse. O desejo de toda a população
era que a Alemanha se levantasse e saísse da crise em que vivia, e Hitler conseguia se
encaixar no perfil de liderança que ela almejava, pois ele seria o homem ideal que
poderia conseguir com que Alemanha se reerguesse novamente. Ao sair da prisão
conseguiu aderir mais adeptos para o seu partido ganhando força no âmbito político
(COGGIOLA, 2015).
No ano de 1929, houve um acontecimento catastrófico, que ficou conhecido
como Crack da Bolsa de Nova Iorque, o que fez com que a população alemã ficasse
temerosa, pois essa crise de 29 afetaria a economia alemã, e diante tal situação as
ideologias nazistas caíram no gosto da população (COGGIOLA, 2015). De acordo com
o autor:
Hitler então, começou a dar continuidade aos seus planos monstruosos, os quais
teve tempo de organizá-los enquanto esteve preso. Logo em seus discursos, deixava
claro que a Alemanha estava infectada de pessoas que ele julgava serem inferiores as
suas raças, ou seja, os judeus que se encontravam dispersos pelo continente europeu
deveriam ser exterminados. Finalmente, com o poder nas mãos, Adolfo Hitler deu vida
aos seus sonhos de conseguir que Alemanha fosse uma nação totalmente pura, e isso
só seriam possíveis com a destruição de outras raças consideradas inferiores pelo
ditador (OLIVEIRA, 2015).
Em 1935, após Hitler se autoproclamar Fuhrer-chanceler (chefe ou guia) o que
lhe permite ter todo o poder concentrado sobre si, ele se reúne com seu partido, na
cidade de Nuremberg, onde ele propõe a criação de novas leis que viessem proteger o
povo alemão da contaminação por povos de outras raças subjugados inferiores. As leis
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criadas pelo chanceler eram nocivas demais ao povo judeu, uma vez que tinha como
finalidade privar a raça judia de uma vida comum, sendo que até os judeus que haviam
se batizado em outra religião também foram incluídas na lei de Nuremberg (OLIVEIRA,
2015).
Segundo essa lei, denominada de Proteção do Sangue Alemão e Cidadania do
Reich, acabou dificultando a vida do povo judeu, os quais foram proibidos de se
envolver em questões políticas, seus direitos foram violados e de maneira alguma
poderiam ter contatos íntimos com uma pessoa considerada alemã (OLIVEIRA, 2015).
O autor declara ainda:
Figura 2 – Entrada do campo principal de Auschwitz, com uma tabuleta sobre o portão que dizia: O
TRABALHO LIBERTA. Fonte: https://www.tudosobrecracovia.com/campo-concentracao-auschwitz
Após Hitler chegar ao poder, ele iniciou uma terrível perseguição ao povo de raça
judia, pôs em prática a limpeza racial, que seria o extermínio de raças inferiores à raça
alemã. Milhares de pessoas foram mortas para satisfazer os desejos do ditador e para
dar continuidade ao seu plano de eliminar todo ser que ele considerasse inferior a raça
ariana (OLIVEIRA, 2015).
Milhares de mortes aconteceram, e o povo judeu era quem ficava no topo, com
número 1º da lista de Hitler, mas cidades foram dizimadas devido à mortandade
acometida pelas tropas nazistas (OLIVEIRA, 2015). De acordo com o autor:
As futuras vítimas eram bem recebidas por um gentil oficial das SS que lhes
dava a seguinte exolicação: estavam sendo enviadas para campos de trabalho
na Alemanha; para viagem, entretanto, necessitavam com urgência de um
banho de desinfecção e higiene. Depois de deixar seus pertences depositados
em cestas identificadas, os prisioneiros eram introduzidos em furgões
adaptados como uma espécie de ambulância, um ambiente hermeticamente
fechado, no interior do qual desembocava um cano de escapamento,
diretamente ligado ao motor a fim de eliminar o monóxido de carbono; durante a
operação, que durava de vinte a trinta minutos com a morte de todos os
ocupantes da cabina (OLIVEIRA, 2015, p.79).
Figura 3 – Imagens das esposas dos oficiais Erna Petri (esquerda), Liesel Wilhaus (centro) e Vera
Wohloauf (direita). Fonte: Mulheres do Nazismo.
Quando Hitler assumiu o poder ele sabia exatamente o que iria fazer para
conseguir realizar seu plano mirabolante de recriar uma Alemanha sem contaminação,
nesse contexto ela buscava exterminar todos os que não estavam em sua concepção,
aptos para fazerem parte de um país superior aos demais. Deu-se início a uma política
de extermínio, com a finalidade de fazer com que todos que fossem contrários ao
projeto de Hitler para constituir uma nação pura, fossem eliminados (LOWER, 2014).
Cabe destacar que as mulheres que tiveram muita importância dentro do regime
nazista foram às mulheres que casaram com os oficiais que faziam parte das SS ou da
polícia que servia a Hitler, ou seja, as esposas. Algumas que começaram como
secretárias acabavam se tornando companheira legitima dos que estavam na frente dos
comandos de assassinatos nem todas exerciam tal função dentro do escritório, na qual
eram organizadas as listas das pessoas que iriam morrer.
No entanto, se envolveram diretamente nos crimes, foram nesse momento que
deixaram claro que concordavam com o nazismo e com tudo que estava acontecendo.
Ao conseguir o matrimônio, e com a guerra em andamento e a política de limpeza racial
que Hitler implantou durante seu governo, seus maridos necessitavam se ausentar para
executarem as ordens do Reich (LOWER, 2014).
Algumas preferiam acompanhar seus maridos nas viagens, e de certa forma
acabaram despertando em si o desejo de terem um papel ativo nas mortes de pessoas
43
judias. Apesar do período em que estavam vivendo houvesse aceitação das mulheres
exercendo alguma atividade que para os homens era função do sexo masculino, muitas
ainda mantinham viva a ideologia em relação ao casamento, que o papel da mulher
enquanto esposa era servir o marido, sendo uma boa mãe e cuidadosa do ambiente
familiar. Mas não se resumia somente a isso, deveriam ser parceiras de seus
companheiros em qualquer ocasião ou atividade ilegais, mesmo que para isso tivessem
que compactuar com atrocidades cometidas pelos seus esposos, e que tal apoio dado
aos maridos acarretasse nas mortes de milhares de pessoas inocentes (LOWER,
2014). De acordo com a autora:
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
Para Burke (1992), com as novas mudanças feitas pelos novos historiadores que
surgiram na terceira geração, a historiografia passa a ser vista de uma forma diferente
em relação a história tradicional, onde apenas era embasada na visão positivista onde
apenas se importavam com o feito do sujeito considerado importantes.
Com a história tradicional, os historiadores não encaravam o papel da mulher
com um fator importante dentro da história. Os que seguiam a linha positivista se
preocupavam-se apenas em estudar e inserir questões que tivesse envolvimento
político e militar, na qual o homem era o único sujeito a ser considerado importante
dentro da história, e devido a esse fator, a mulheres não poderia fazer parte desse
mundo, ficando assim esquecida, o que foi conveniente para que não as inserisse e
nem fosse consideradas a hipótese de ser um elemento que deveria ser estudado e
incluído dentro dos acontecimentos históricos, essa visão positivista em que as
mulheres eram excluídas e discriminadas (BURKE, 1992).
É contra essa visão de que a história não deve ser constituída somente de
pessoas que fazem parte de um status elevado, que surge uma nova história. Ela
começa a ser vista por um ângulo diferente, percebendo que os fatos históricos nação
se restringiram apenas nas pessoas que fazem parte da elite, mas toda os que
constituem a sociedade, a história nova faz assim uma definição mais detalhada e
abrangente do acontecimento. Ela começa a dar a importância nos elementos da
sociedade como um todo.
Segundo o autor: “Os historiadores tradicionais pensam na história como
essencialmente uma narrativa dos acontecimentos, enquanto a nova história está mais
preocupada com a análise das estruturas” (BURKE, 1992, p.12).
A história nova surge para quebrar os conceitos que a história tradicional
defendia, de acordo com a nova visão de estudar detalhadamente os fatos históricos,
dava-se a oportunidade de novas histórias serem incluídas dentro desse contexto.
A história das mulheres era deixada de lado pelos historiadores tradicionalistas, a
história dos homens era a única a ser estudada, a mulher como sujeitos históricos eram
subordinados aos demais. De acordo com Burke:
46
A maior parte da história das mulheres tem buscado de alguma forma incluir as
mulheres como objetos de estudo, sujeitos da história. Tem tomado como
axiomática ideia de que o ser humano universal poderia incluir as mulheres e
proporcionar evidencia e interpretações sobre as várias ações e experiências
das mulheres do passado (BURKE, 1992, p. 77).
Foi com o surgimento da nova história, com novos historiadores puderam criar
uma forma diferenciada de ver e de mostrar como a história deveria ser feita através
dessa nova maneira de pensar que permitiu e abriu as portas para que a mulheres
também fizessem parte e pudesse ter participação ativa dentro da historiografia, pois na
história tradicional ela não era considerada importante tornando se um objeto
secundário dentro da sociedade, onde prevalecia a ideia e era executada de que
somente os homens poderiam fazer parte dos estudos e que o papel de historiador
caberia exclusivamente a eles (BURKE, 1992).
Ao ser explorado e possibilitar a inserção da história da mulher como elemento
importante a ser estudada, a historiografia adquire novos elementos para desenvolver
os estudos aprimorados sobre os acontecimentos históricos permitindo que a classe
feminina desempenhe o papel ativo ao se tornar sujeito da história.
implacável contra os judeus. Porém, a Alemanha mais uma vez saiu da guerra como
um a perdedora.
Ao termino da segunda guerra o país alemão foi dividido em Alemanha oriental e
ocidental, um país em dois, os capitalistas e os socialistas. De acordo com a autora:
4 RESULTADO DA PESQUISA
Figura 5 – Oficiais nazistas brincam com as tigelas vazias em Auschwitz. Fonte: www.dw.com.pt-br.
que exerciam atividade de secretária tinha uma faixa etária de 18 a 25 anos, foram
também responsáveis pela organização dos assassinatos em campo. Para ser uma
guarda no campo, precisava que atendesse a idade desejada pelo regime. As
enfermeiras que exerciam sua função nas zonas de guerra, no qual por muitas vezes
acabavam assistindo a experimento médico, e que de vez enquanto fazia aplicação de
injeções letais fazia parte de um grupo de profissionais muito jovens que se formaram
para salvar vida e ao adentrar para atender aos objetivos de Hitler, acabaram
contribuindo para abreviar a morte de muitos (LOWER, 2014).
As mulheres que se alistavam para fazerem parte do movimento e exercerem a
função de guarda ou supervisora da SS, a SS eram uma tropa constituída por homens
de elite, todos selecionados pela considerada “pureza” racial e pela fidelidade
incondicional ao Partido Nazista a maioria eram jovens que não contava com algum tipo
de formação profissional e devido a busca por oportunidades melhores foram alvos
fáceis de serem convencidas de que as políticas nazista de Hitler seriam a melhor
alternativa para transformar Alemanha no país em que todos desejavam que fossem.
Foram manipuladas pelo regime de terror que cobria a Alemanha, o sistema soube
trabalhar muito bem as convicções ideológicas, fazendo com que essas jovens
despertassem o sentimento nacionalista e assim fossem usadas pelo nazismo(LOWER,
2014).
Algumas até se interessaram em trabalhar para o movimento apenas para
poderem ter um trabalho e ganhar algum dinheiro, porém, as ideias nazistas foram aos
poucos atraindo essas mulheres, aos poucos foi se deixando envolver com o partido
nazista, e acabaram aderindo os planos de Hitler, ajudando-o no escritório do partido
onde pôde de certa forma ser útil para o movimento (LOWER, 2014).
Quando Hitler assumiu o poder ele pode então dá início a execução de seus
planos que eram voltados para uma Alemanha puramente ariana, deu-se início a uma
ditadura, onde enfatizaram claramente que a exclusão racial seria a saída para tirarem
do mapa às pessoas que não eram dignas de continuarem vivas, na visão de Hitler. Foi
de acordo com sua ideologia que começaram então as perseguições, as mulheres que
faziam parte de outro sistema condenado por Hitler e as que se recusavam em aceitar o
mesmo como governante também estavam inseridas nessas perseguições. Com o
aumento de mulheres capturadas pelo regime houve a grande necessidade de
53
outras mulheres. Não tiveram a capacidade de pelo menos levantar a hipótese que os
guardas que ficariam com a função de monitorá-las e até castigá-las seriam do mesmo
gênero. E que seriam capazes de cometer as mais duras e que seria incapaz de sentir
remorso por tal atitude, causando o sofrimento de várias mulheres, saciando um desejo
de ódio e poder ao ver tanta vulnerabilidade diante delas (LOWER, 2014).
Por causa da guerra a mulheres começaram a ter o seu espaço, podendo assim
buscar uma formação profissional para dar início a um a participação maior na
sociedade, apesar da Alemanha necessitar da mão de obra feminina, por causa da
saída dos homens de alguns setores de trabalho para irem para frente de batalha,
ainda prevalecia à ideia de que para a mulher caberia apenas função de esposa e
procriadora, pois caberia a ela colocar filhos saudáveis e com o sangue puramente
alemão no mundo, para assim poderem construir uma Alemanha composta apenas por
pessoas totalmente arianas (LOWER, 2014).
E foi com o a ascensão do nazismo que muitas dessas mulheres tiveram a
oportunidade de serem inserida ao mercado de trabalho e poderão demonstrar que não
tinha nada de sexo frágil, como era de costumes os homens comentarem, e para
enfraquecer essa ideia tiveram a oportunidade de demonstrar que poderiam até serem
melhores do que os homens, exercendo assim funções que eram destinadas a eles, e
que dependendo da ordem que recebiam para executar dentro do campo não
hesitariam em obedecê-las. Foi nesse período onde elas buscavam encontra o seu
lugar no seio da sociedade que poderiam trazer à tona seu lado mais sombrio e
desumano. Sendo capazes de realizarem os piores crimes torturas contra outras
pessoas do mesmo sexo (LOWER, 2014).
Para Saidel (2009), os sofrimentos das mulheres prisioneiras que eram enviadas
a Ravensbruck, pelos oficiais nazistas foram de extrema brutalidade, sem nenhuma
piedade as guardas praticavam todos os castigos que poderiam ser aplicados contra
uma pessoa. Não somente as guardas que eram escolhidas para observar e comandar
o campo, com o objetivo de fazer cumprir todas as ordens de seus superiores, como
55
também as esposas dos homens de confiança de Hitler, faziam uso de tais punições
contra as prisioneiras, quando iam junto com seus maridos nas visitas ao campo
Ravensbruck. De acordo com a autora:
Figura 6 – Imagem das secretárias Gertrude Segel (esquerda) e Lisellote Meier (direita).
Fonte: As mulheres do Nazismo.
Para Saidel (2015) já não bastava sentir a sensação de terror ao ser levada para
o campo de concentração ainda eram submetidas a viver constantemente humilhadas
dentro dele, ao ser diferenciado por cores que a designavam o que eram ou deixava de
ser, com essas identificações estavam sujeitas a terem que conviver diariamente com
humilhações por causa de sua etnia ou opção sexual. Era grande número de mulheres
aprisionadas, sendo obrigada a usar tal identificação se tornariam alvos mais fáceis
para possíveis humilhações das guardas femininas (SAIDEL,2009).
Para Saidel (2009), ao serem enviadas para o campo, as mulheres eram
destinadas ao trabalho escravo, a alimentação era precária o que contribuía para que a
mesmas ficassem com o organismo debilitado, ficando vulneráveis a certos tipos de
doenças, as punições eram constantes e severas, milhares delas morreram na câmara
de gás. Segundo a autora:
crueldade, eram sujeitas a conviver com o cansaço físico e psicológico, pois as mesmas
andavam lado a lado com a morte, pois, sabiam que a qualquer momento poderiam ser
selecionadas para entra na lista dos quês estavam marcadas para morrer.
As mulheres que se interessavam em trabalhar no período da guerra deveriam
passar por vários treinamentos, com os homens partindo para o conflito, houve a
necessidade da mão-de-obra feminina foi nessa carência, que algumas mulheres viram
a oportunidade de poderem exercer tal atividade (LOWER, 2014).
Conforme Lower (2014) as professoras e enfermeira começaram a trabalharem
para o regime nazista essas profissões eram valorizadas já que o primeiro serviria bem
ao propósito de Hitler, pois educaria os jovens alemães para o florescimento do
sentimento nacionalista. As mulheres que exerciam a profissão de enfermeira foram
bastante requisitadas no período da guerra, algumas tiveram participação e
presenciaram os assassinatos, trabalhavam nas enfermarias dos campos. Além de
suas funções de cuidar dos enfermos que vinha ferido por causa da guerra, visitava os
hospitais com a finalidade de selecionar pessoas que eram consideradas indignas de
viver, os doentes mentais e físicos faziam parte desse quadro, e após a seleção os
levavam para morrerem na câmara de gás. A autora comenta:
Num período na qual a guerra existia e prevalecia foi fácil transformar uma bela
profissão em uma atividade cruel, o nacionalismo e ideologia foram transformando a
vida das enfermeiras que era formada para salvar a vida ou aliviar a dor de alguém,
porém isso foi ficando cada vez mais distante de ser exercida. Muitas das enfermeiras
se transformaram em assassinas contribuindo assim para a realização dos objetivos de
Hitler, pois além de fazerem parte de um regime onde pregava superioridade do povo
alemão e mortes em massa como uma solução para a limpeza de uma Alemanha
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contaminada por raças sujas, elas acabaram contribuindo e facilitando assim a morte de
milhares de pessoas (LOWER, 2014).
Algumas das enfermeiras que ficou mais conhecida por se utilizarem de sua
profissão para causar assassinato em massa, foram Pauline Kneissler, tinha a
responsabilidade de fazer a lista onde continha os nomes dos pacientes que faziam
parte de um grupo que não poderiam continuar vivendo, doentes mentais e físicos, e
até aqueles que não tinham uma enfermidade seria, para serem mortos na câmara de
gás. Além de participar da seleção de pessoas que eram levadas para serem mortas,
teve seu envolvimento direto nos assassinatos, abreviando a morte de milhares de
seres humanos e causando–lhe dor, sem nenhuma piedade (LOWER, 2014). De
acordo com a autora:
Diante de tal crueldade com os pacientes, Kneissler foi considerada umas das
melhores matadoras do regime Nazista, o que acabou tendo a aprovação de Hitler para
ser transferida para outro local, onde havia um grupo especial de pessoas treinadas e
capacitadas para matar (LOWER, 2014).
Apesar de muitas enfermeiras participarem indiretamente e diretamente dos
crimes dentro dos campos e até fora deles, o mérito não ficaria com elas. Dentro do
regime nazista, as secretárias não ficariam de fora de oportunidade de demonstram sua
eficiência para Hitler. Outra categoria que teve grande influência nas mortes de pessoas
e que muitas não tinham nenhuma profissão especifica, eram as esposas dos oficiais
de Hitler (LOWER, 2014).
Muitas saíram de suas casas para conseguirem trabalho dentro do movimento
onde exerceriam atividade de arquivistas, telefonista. Muitas buscavam uma ascensão
profissional e a carência da mão de obra feminina nos escritórios alemãs, seria ideal
para as mesmas realizarem seus sonhos profissionais. Algumas viram no partindo
nazista a porta de entrada para conseguirem uma promoção onde trabalhavam muitas
delas se filiaram ao partido (LOWER, 2014).
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dentro desse cenário de terror e que fizeram parte da matança, eram funcionárias que
atendiam ao regime com secretárias, algumas não tinha função alguma eram apenas
esposas dos oficiais de Hitler, as funções eram variadas e cada uma agia com sua
particularidade, mas isso não foram suficientes para impedi-las de demonstrar uma
aptidão voltada para a perversidade. De acordo com a autora:
Conforme Lower (2014) todas as mulheres que fizeram parte do nazismo foram
de extrema crueldade e contribuíram para que o plano de eliminarem os judeus fosse
executado, todas compactuaram com a ideia da superioridade alemã e aceitaram
veemente a usar de violência contra outros povos que não eram considerados alemães
puros, alegando que seria necessário usar de tais ferramentas para que o plano de ter
um país totalmente ariano fosse concluído.
Em dezembro de 1982, Zelle[...] foi absolvida pela segunda vez. Houve outro
protesto, seguido por uma enxurrada de críticas da imprensa na Alemanha e
em outros países. Zelle morreu em Detmuld em 2003, uma semana antes de
seu aniversário de 85 anos. No caso de Johanna Altvater Zelle, a falta de
evidencias escritas nos tempos da guerra levou à sua absolvição, apesar de o
promotor acreditar que ela brutalmente crianças judias num gueto na Ucrânia
(LOWER, 2014, p.146).
63
As mulheres como Gertrude Segel, Liesel Willhaus, Josefine Block, Vera Wohlauf
e Erna Petri também participara dos crimes nazistas, eram esposas dos oficiais de
Hitler, porém os promotores tiveram dificuldades em encontrar dados consistentes que
comprovassem que as esposas dos homens da SS, tivessem tido algum envolvimento
com os assassinatos. E as mesmas só tiveram atenção a promotoria, devido ao fato
dos seus esposos terem participado dos crimes, na qual os testemunhos das pessoas
que sobreviveram a esses massacres, davam seus depoimentos que as mulheres
desses oficiais também teriam sua culpabilidade nas mortes de outros judeus (LOWER,
2014).
No ano de 1947 a 1948, Gertrude Segel Landau foi detida, ao ser interrogada a
mesma negou todas as acusações. Ao ser pressionado, ela argumentou que muito
tempo havia se passado e que se lembrava de pouca coisa. E que ainda não era
casada Com Felix, era apenas uma namorada e que pelo fato de ser apenas uma
simples secretaria, não teria como ter participado de tais crimes. Alegou ser inocente e
que jamais tivera envolvimento nos assassinatos e que seu marido fora o único
responsável pelas mortes dos judeus.
Segundo (LOWER, 2014, p.147) “Gertrude bancava a submissa com as
autoridades do pós-guerra como uma demonstração de sua inocência nos tempos de
guerra”. Usou os argumentos de que não era criminosa, e que após ser intimada não se
recusou a comparecer no Tribunal e que respondera todas as perguntas da promotoria,
e que o único culpado teria sido seu ex-marido e era este quem deveria estar sendo
perseguido já que se encontrava foragido, diante de tais argumentos não tiveram como
acusá-la Gertrude pelos crimes de guerra (LOWER, 2014).
As investigações para capturarem as criminosas de guerra continuaram, e
chegou até Josefine Block outra mulher acusada de ter participado de crimes contra os
judeus. De acordo com a autora:
Após a interrogação Block falou que em algumas ocasiões estivera presente nos
momentos que aconteceu tais crimes, mas que em nenhum momento confessou sua
participação nos assassinatos, e tão pouco alguém foi machucado ou espancado por
ela. Josefine Block alegou tentou de todas as formas parecer inocente e que o
responsável pelas mortes dos judeus era seu marido que já havia falecido e que por
causa dele as vítimas a perseguiam.
Em seu depoimento declarou que teria salvado a vida de alguns sobreviventes, e
a acusou um judia de que para salvar sua própria vida abandonou a filha, que tinha
apenas um ano de idade. Diante de tais argumentos o Tribunal acabou absolvendo
Bloch das acusações (LOWER, 2014).
Segundo a autora supracitada depois de uma década após a absolvição de
Block, no ano de 1960, finalmente Vera Wohlauf foi interrogada sobre as atividades de
seu esposo no período que acontecia a guerra Wohlauf quis testemunhar apesar de
não ser obrigada a fazer isso. No dia 19 de novembro de 1964 a mesma e os
investigadores se encontraram pela parte da manhã onde foi questionada a sua estadia
na Polônia, na qual havia ocorrido um massacre contra os judeus, Wohlauf afirmou que
não estivera em tal local, evitando assim que provassem sua participação nos
assassinatos. Segundo a autora.
Elisabeth “Liesel” Willhaus também foi uma das mulheres que foi indiciada por
assassinato em massa, seus crimes não ficaram escondidos como a mesma queria.
Liesel era casada e seu esposo tinha sido enviado para lutar na guerra onde acabou
sendo morto em ação, em marco de 1945 Liesel ficou viúva e com um filho ainda
pequeno para criar, sem condições financeiras voltou a morar com a família e após
algum tempo conheceu um advogado no qual acabou contraindo o matrimonio
(LOWER, 2014).
Em 1964 foi investigado, porém apesar de alguns relatos sobre sua atividade nos
tempos de guerra, não havia documentos que comprovassem que os depoimentos das
testemunhas que deporão contra ela, eram verdadeiros, mesmo que Liesel tivessem
presente nas cenas dos crimes e tivesse participado dos assassinatos, não poderiam
responsabilizá-la. E diante de faltas de provas, os investigadores não tinham
argumentos suficientes para acusá-la e conseguirem uma condenação (LOWER, 2014).
De acordo com a autora:
somente aos homens cabia o direito de exercer certas funções (LOWER, 2014). De
acordo com a autora:
Erna relatou que antes de assassinar as crianças alimentou-as, achava que com
esse argumento poderia acabar deixando o tribunal comovido por suas ações de
bondade antes de matar crianças inocentes a sangue frio. Diante das confissões de
Petri, o tribunal deu o veredicto condenando Erna a prisão perpetua. Porém, quando foi
levada para prisão para cumpri sua pena, a mesma deu início a longas apelações,
tentou argumentar que era inocente, retirando assim todas as confissões.
No dia 18 de setembro de 1963, Petri entrou com uma apelação insistentemente
afirmou que jamais teria assassinado alguém e que em nenhum momento de sua vida
teve a chance de segurar uma arma. Por mais de duas décadas Erna tentou apelar por
sua liberdade, apesar de ter seu pedido negado constantemente, ela tentou fazer com
que seu caso fosse reaberto (LOWER, 2014).
O caso de Erna Petri foi revisto pelos juristas alemães, da Alemanha Ocidental e
diante da revisão do mesmo, muitos políticos que estavam presos conseguiram serem
libertados e ouros tiveram a oportunidade de ter sua pena reduzida. Erna contava com
o apoio dos filhos que buscavam incansavelmente a libertação da mãe, que estava
cumprindo prisão perpetua. Apesar de tantas apelações feitas com a alegação de que
Erna já teria passado mais de duas décadas aprisionadas, Petri continuava presa,
mantendo assim a sentença dada pelos tribunais (LOWER, 2014). De acordo com a
autora:
Erna Petri, apesar de não ter obtido perdão nem reabilitação, acabou sendo
libertada. Voltou para casa em 1992, por motivo de saúde[..]. Erna morreu em
julho de 2000.Havia comemorado seu aniversário de 80 anos poucos meses
antes (LOWER, 2014, p. 156).
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Para Lower (2014) a quantidade condenação das pessoas que eram acusadas
de crimes nazistas eram muito pequenas, e seria bem provável que se Erna morasse
na Alemanha ocidental, a mesma poderia até ir a julgamento, mas dificilmente seria
condenada a ter que passar o resto de sua vida na prisão, provavelmente voltaria a
fazer parte da sociedade, como se não tivesse cometido nenhum crime de assassinato.
Para Lower (2014) muitas mulheres foram acusadas por crimes de guerra, mas
nem todas foram condenadas apesar de muitos relatos dos testemunhos, na qual
declaravam que muitas agiam com uma frieza incompreensível. O regime nazista foi
uma porta aberta para que algumas tivessem a chance de provarem que eram tão
capazes quanto aos homens de serem perversas e que poderiam realizar tais tarefas,
nos qual eram designados somente ao sexo masculino.
Porém, os que as uniam para participarem de tantos assassinatos era o
antissemitismo. O movimento nazista cada vez mais alimentava seu ódio pelos judeus,
que eram considerados inimigos do Reich. E o único sentimento que as moviam eram
justamente essa aversão a essa raça, e as demais que não se enquadravam como
pessoas consideradas puras pelo regime nazista, tinham a sensação de que estavam
cumprindo o seu dever o que contribuiu para cometer inúmeros assassinatos (LOWER,
2014). De acordo com a autora:
criminosa, não teve tanta seriedade como imaginavam. O que de certa forma acabou
sendo conveniente para as mulheres que estavam sendo acusadas (LOWER, 2014).
Para Lower (2014) os homicídios e tortura praticados por essas mulheres
aconteceram e houve testemunhas isso é fato, porém não foi dada a devida importância
para a causa, justamente porque eram mulheres e muitas foram influenciadas por seus
companheiros o que foi muito conveniente para elas, sem provas contundentes para
condená-las e assim saíram impunes e livre para viverem sua vida tranquilamente como
se nada tivesse acontecido.
Enquanto as vítimas que sobreviveram a esse período de terror, teriam que
conviver com o sentimento de injustiça, ao saber que nenhuma dessas mulheres que
cometeram tais brutalidades foi condenada e saíram impunes, cabendo somente a elas
carregar para sempre consigo as marcas e os traumas da dor de um sofrimento até os
finais de seus dias.
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5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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2008.
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OLIVEIRA, Dimas da Cruz. II Guerra Mundial: Holocausto. São Paulo: Hunter books,
2015.
RODRIGUES, Luiz Cezar B. A Primeira Guerra Mundial. 13. ed. Ver. Atual. São
Paulo: Atual, 1994. Disponível em: <www.textosdehistória.xpg.uol.com.br/unidade-I-
texto-2-rodrigues-a-primeira-guera-mundial>. Acesso em: 01 jan. 2016.