Aula 4 - PATOLOGIA DOS EQUINOS
Aula 4 - PATOLOGIA DOS EQUINOS
Aula 4 - PATOLOGIA DOS EQUINOS
HERMAFRODITISMO
Transtorno onde há presença dos dois sexos em um equino, podendo ocorrer por duas
maneiras distintas:
- Hermafroditismo Verdadeiro: animal possui anormalidade no sexo gonadal, pela
presença de ovotestis (presença de tecido característico dos dois sexos, mudando o
sexo gonadal, e sem desenvolvimento dos gametas)
- Pseudohermafrodita: animal possui anormalidade no sexo fenotípico (mudança somete no trato reprodutor externo,
sem promover alteração na produção dos gametas, como clitóris desenvolvido e pênis hipoplásico)
ALTERAÇÕES DA VAGINA
- Pneumovagina e Urovagina: acúmulo de ar ou urina na vagina, devido incompetência no fechamento anatômico e
mal posicionamento de vulva e vagina (acomete mais os animais velhos, por flacidez dos ligamentos e vagina ser mais
pendulosa)
Diagnóstico: através da presença de ar ou urina na vagina
Tratamento cirúrgico: vulvoplastia (captação dos lábios vulvares e correção da angulação vaginal através de
aumento da alimentação ou incisão horizontal e sutura vertical no períneo)
- Lacerações retrovaginais: devido trauma sofrido pelo animal (parto distócito, por exemplo)
Cuidado: em casos de trauma onde a laceração entra em contato com o peritônio, resulta em quadro de
peritonite e possível sepse no animal
Tratamento cirúrgico: sutura tipo Caslick modificada (realizar incisão das bordas da vulva, e coaptam-se os
flaps formados, preservando a rafe vulvar)
ALTERAÇÕES DO ÚTERO
- Cistos endometriais: dilatação das glândulas endometriais produtoras de muco, que impedem a implantação do
embrião, reduzindo a taxa de prenhez do animal (comum em éguas mais velhas). Ocorre em maior número durante o
período de transição de um ciclo reprodutivo, pela diminuição de estrógeno e aumento de progesterona. Alguns
animais tem o epitélio glandular endometrial que persiste na produção excessiva de muco.
Tratamento cirúrgico: retirada dos cistos
- Mucometra e Hidrometra: ocorre por consequência de cistos formados, que produzem alta quantidade de conteúdo
no lúmen uterino, levando o animal à um estado de anestro patológico
Diagnóstico: ultrassonografia (presença de conteúdo anecóico)
Tratamento cirúrgico: retirada dos cistos que são a causa base
ENDOMETRITE
Endometrite é uma patologia comum nas éguas, que é a inflamação do endométrio, por diversas causas, como
infecciosas (bacteriana ou fúngica) e não infecciosas (pós-cobertura, urina, medicamentos).
Ocorre, principalmente, por falhas nos mecanismos naturais de defesa uterina:
- Falhas nas barreiras físicas: conformação perineal inadequada (trauma), incompetência da prega vaginovestibular,
incompetência da cérvix, útero penduloso, alteração degenerativa no endométrio
- Falhas no mecanismo natural: alteração na produção, viscosidade e elasticidade do muco (alterando a limpeza,
facilita a colonização de bactérias e dificulta a penetração de antibióticos), inadequada função cervical, levando a
acúmulo de líquido
- Classificação: suscetíveis (são incompetentes em debelar a inflamação pós cobertura e incompetentes na produção de
progesterona, tendo relaxamento uterino e líquido persistentes) e resistentes (debelam a inflamação e possuem
motilidade uterina mais eficiente)
Biópsia: confere prognóstico e verificação da fase de fibrose (possibilidade do animal emprenhar)
ENDOMETRITE PÓS-COBERTURA
Após a cobertura ou IA, todas as éguas desenvolvem uma resposta inflamatória transitória pela presença do
espermatozoide e plasma seminal. As éguas suscetíveis (incompetentes em controlar a infecção) desenvolvem uma
infecção persistente. Normalmente, ocorre quimiotaxia de neutrófilos (após 30 min. da cobertura), que serão
responsáveis por eliminar o sêmen remanescente, tendo picos de inflamação após 8 a 12 horas da cobertura, sendo que
a resolução ocorre em 24 a 36 horas depois da cobertura.
Plasma seminal: atua como modulador da resposta inflamatória (impede que o neutrófilo ataque os espermatozoides viáveis)
Sêmen congelado: desenvolve maior resposta inflamatória (sem plasma seminal, pois as proteínas presentes no plasma
interferem na congelação)
ENDOMETRITE MICÓTICA
- Fatores predisponentes: idade (mais comum em éguas mais velhas), alterações anatômicas do trato reprodutivo,
terapias repetidas de antibiótico intrauterino (diminui o equilíbrio da flora local, possibilitando infecção fúngica
oportunista), histórico prévio de endometrite bacteriana, imunossupressão
- Não é tão comum, porém de grande importância, pela dificuldade em diagnosticar e em tratar
- Fungos: Candida (mais comuns), Aspergillus, Mucor
- Diagnóstico:
cultura fúngica (difícil de encontrar os fungos, podendo ser feito por swab ou lavagem uterina)
citologia vaginal (swab, escova citológica, lavagem uterina em pequeno volume)
PCR
- Tratamento:
lavagem uterina e infusão uterina (com solução salina, vinagre para repor a acidez local e com iodo diluído,
mesmo que não seja recomendado, porém é uma das poucas soluções para agentes fúngicos)
antimicóticos sistêmicos (fluconazol) e intrauterinos (nistatina)
limpeza da fossa clitoriana e técnica de Caslick, se necessário
ALTERAÇÕES DE OVÁRIOS
- Tumor de Célula da Granulosa: na maior parte, são unilaterais e não produzem metástase (benignos), sendo
hormônio-dependente, devido a alta produção de estrógeno e testosterona
Sinais Clínicos: ninfomania evoluindo para virilismo