Bactérias Papel

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

JOSÉ MARIA PEREIRA DOS SANTOS

BACTÉRIAS PATOGÊNICAS NA FÁBRICAÇÃO DE PAPEL “TISSUE”


NO ESTADO DE SÃO PAULO E A POSSIBILIDADE DE INFECÇÃO
HUMANA

Mogi das Cruzes, SP


2016
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
JOSÉ MARIA PEREIRA DOS SANTOS

BACTÉRIAS PATOGÊNICAS NA FÁBRICAÇÃO DE PAPEL “TISSUE”


NO ESTADO DE SÃO PAULO E A POSSIBILIDADE DE INFECÇÃO
HUMANA

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-Graduação da Universidade de Mogi
das Cruzes como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre Profissional em
Ciência e Tecnologia em Saúde.

Área de concentração: Pesquisa,


desenvolvimento e inovação em saúde.

Orientador: Prof. Dr. Henrique Jesus Quintino de Oliveira


Co-orientadora: Profa. Dra. Katia Cristina Ugolini Mugnol

Mogi das Cruzes, SP


2016
FICHA CATALOGRÁFICA
Universidade de Mogi das Cruzes - Biblioteca Central

Santos, José Maria Pereira dos


Bactérias patogênicas na fabricação de papel ‘tissue” no
estado de São Paulo e a possibilidade de infecção humana /
José Maria Pereira dos Santos. – 2016.
153 f.

Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia em Saúde) -


Universidade de Mogi das Cruzes, 2016.
Área de concentração: Pesquisa, desenvolvimento e
inovação em saúde
Orientador: Prof. Dr. Henrique Quintino de Oliveira

1. Contaminação humana 2. Papeis “tissue” 3.


Microrganismo 4. Máquina de papel I. Oliveira, Henrique
Quintino de

CDD 579.3
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Plinio (em memória) e Maria, pelo amor,
ensinamentos e pelo incentivo constante à busca de novos conhecimentos.

Também dedico a minha esposa Mara Lúcia e minha filha Maria Carolina pelo apoio,
compreensão e pela doação de parte de nosso tempo de convívio familiar, para que
pudesse participar das aulas, desenvolver os trabalhos requeridos e por fim elaborar
esta monografia.
AGRADECIMENTOS

Agradeço inicialmente a DEUS por permitir a realização deste sonho, de concluir este
curso de Mestrado, o qual se completa nesta data.

Agradeço a Universidade de Mogi das Cruzes, pela manutenção deste programa de


desenvolvimento profissional que com certeza contribui para a formação de
profissionais mais dedicados e interessados na solução dos problemas de nossa
sociedade.

Ás empresas que nos apoiaram no desenvolvimento dos trabalhos. Ao Laboratório


BCQ Análises Biológicas pelo desenvolvimento das análises nas amostras de papel,
ao Laboratório BCQ Análises Biológicas e a DAG Química e a Solenis do Brasil
Química Ltda. por compartilharem seus resultados e análises.

Aos colegas de turma que enriqueceram e tornaram tão agradáveis as aulas,


compartilhando suas experiências profissionais e de vida.

Agradeço a paciência de todos Docentes do curso de mestrado que se empenharam


e se doaram integralmente durante todo o período, nos fornecendo todas as
informações, subsídios necessários e nos introduzirem no mundo da pesquisa e
abrirem nossos horizontes para uma nova visão da vida pessoal e profissional.

Por fim agradeço, em especial, ao meu Orientador Prof. Henrique e a Co-orientadora


Prof. Katia que tiveram muita paciência nas orientações para desenvolvimento dos
trabalhos, além de fornecerem todo o suporte necessário e me incentivarem durante
todo o período do mestrado.
RESUMO

Com a finalidade de verificar a presença de microrganismos patogênicos em papéis


“tissue” (higiênico, toalha, guardanapos, lenços) foram coletadas vinte e uma
amostras de papéis “tissue” (sanitários), no Estado de São Paulo, e analisadas a
contagem total de bactérias mesófilas aeróbicas, bolores e leveduras, pesquisadas as
bactérias Escherischia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococus aureus,
Clostridium sp e Clostridium sulfitorredutores, conforme recomendação da MS-1480.
Também foram coletadas quatro amostras de água de processo de máquina de papel
“tissue” e contadas as bactérias heterotróficas, bactérias Coliformes fecais e
Coliformes totais, conforme procedimento da farmacopéia brasileira (ANVISA). Os
resultados das análises microbiológicas, demonstrou que 19,0% das amostras de
papéis “tissue” estavam acima do limite de referência aceito pela MS-1480. Destas
amostras, não aceitáveis para comercialização, 75,2% apresentaram bactérias
patogênicas e 24,8% estavam acima do limite aceitável de contagem de bactérias
mesófilas aeróbicas. Os resultados das contagens nas amostras de águas de
processo da máquina “tissue” 100,0% apresentaram a presença de bactérias
patogênicas. Conclui-se que no processo de Fábricação de papel “tissue” existe a
presença de microrganismos patogênicos e que a elevada temperatura na máquina
para a secagem do papel não é capaz de esterilizar os papéis “tissue” (higiênico,
toalha, guardanapos, lenços) Fábricados. Reitera-se que as bactérias existentes no
processo de Fábricação e no papel “tissue” utilizados na higiene humana, em
ambientes de processamento de alimentos, bebidas ou hospitalares, manuseados
durante estes processos, podem causar infecções em seres humanos acarretando
danos à saúde.

Palavras Chave: contaminação microbiológia, papéis “tissue”, microrganismo,


máquina de papel.
ABSTRACT

In order to verify the presence of pathogenic microorganisms in tissue paper (toilet,


towel, napkins, tissues) were collected twenty one samples of tissue paper (toilets) in
the State of São Paulo, and analyzed the total count of bacteria aerobic mesophilic,
yeasts and molds, Escherischia coli, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus
aureus, Clostridium sp and Clostridium sulfur-reducing bacterias, as recommended by
the MS-1480. Were also collected four water samples from tissue paper machine
process, they were analyzed count of heterotrophic bacteria, Coliforms bacteria and
Fecal Coliforms bacterias as Brazilian Pharmacopoeia (ANVISA) procedure. The
results of the microbiological analyzes showed that 19.0% of the samples of tissue
paper were above the reference limit accepted by MS-1480. These not acceptable
samples to commercialization, 75.8% had pathogenic bacteria and 24.8% were above
the acceptable limit count of aerobic mesophilic bacteria. The analysis results showed
that 100% of the process water of the paper machine's process, the pathogenic
bacteria was present. We conclude that in the tissue papermaking process the
elevated temperature in the paper machine during the paper drying is not able to
sterilize the final tissue paper (toilet, towel, napkins, handkerchiefs), removing the
presence of pathogenic microorganisms. We reiterate that the existing bacteria in the
manufacturing process and in the tissue paper to human hygiene use, in food
processing environments, beverages or hospital, handled during these processes can
cause infections in humans causing damage to health.

Keywords: microbiological contamination, tissue paper, microorganism, machine


paper
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Visão Geral do Processo CTMP ............................................................... 17
Figura 2 - Visão Geral do Processo Kraft de Fábricação de Celulose ...................... 18
Figura 3 - Fluxograma da Fábrica Integrada de Celulose e Papel ............................ 20
Figura 4 - Fábrica de Papel - Celulose em Fardos .................................................... 21
Figura 5 - Fábrica Papel - Fardos de Aparas. ......................................................... 21
Figura 6 - Representação Esquemática da Fábricação de Papel ............................. 22
Figura 7 - Seções da Máquina Papel “Tissue” .......................................................... 23
Figura 8- Teor Seco nas Seções da Máquina Papel “Tissue” ................................... 23
Figura 9 - Principais Consumos e Geração de Águas Residuais – J1 ...................... 24
Figura 10- Fluxograma – “Aproach Flow” .................................................................. 25
Figura 11 - Diagrama Esquemático de Aplicação dos Aditivos ................................. 27
Figura 12- Fluxograma de Dosagem de Aditivos - Correia Pinto .............................. 29
Figura 13 - Depósitos no Recuperador de Fibras - Sistema de Água Branca ........... 30
Figura 14 - Depósitos nas Superfícies da Máquina de Papel .................................... 31
Figura 15 - Amostra de "Slime" Coletado na Máquina de Papel e no Papel ............. 32
Figura 16 - Caracterização do Mercado de Reciclagem de Papel ............................ 35
Figura 17- Taxa de Recuperação de Papéis Recicláveis ......................................... 37
Figura 18 – Processo de Reciclagem de Papel......................................................... 38
Figura 19 - Forma de armazenamento de aparas ..................................................... 40
Figura 20 - Deposito de Aparas................................................................................. 41
Figura 21- Desagregação de Aparas ........................................................................ 41
Figura 22 - Distribuição Taxonomica Operacional - Nível similaridade 97% ............. 43
Figura 23- Pátio de Aparas........................................................................................ 44
Figura 24 - Planta de Tratamento de Aparas ............................................................ 45
Figura 25 - Desagregador em Aço Inox – Alimentação Automática .......................... 46
Figura 26 - Máquina de Fábricação de Papel Tissue ................................................ 47
Figura 27- Seção Úmida da Máquina Tissue ............................................................ 47
Figura 28 - Sistema de Aquecimento a AR - Cilindro "Yankee" ................................ 48
Figura 29 - Fluxograma da Capota do Cilindro “Yankee” - Correia Pinto ................. 49
Figura 30 - Fluxograma de Vapor e Condensado do Cilindro ................................... 51
Figura 31 - Temperatura a Superfície Cilindro "Yankee" ........................................... 52
Figura 32 - Curva de Temperatura da Folha ............................................................. 53
Figura 33 - Linha de Acabamento - Totalmente Automática ..................................... 55
Figura 34 - Central de Aparas em Fábrica Artesanal ................................................ 56
Figura 35 - Máquina de Papel Higiênico em Fábrica Artesanal................................. 57
Figura 36 - Linha de Produção de Papel Higiênico em Fábrica Artesanal ................ 57
Figura 37 - Doenças Causadas por Bactérias ........................................................... 59
Figura 38- Distribuição das Amostras Insatisfatórias na AvaliaçãoMicrobiológica em
Função do Tipo de Papel. ........................................................................ 60
Figura 39 - Microrganismos Detectados nas Amostras de Papéis Analisados.......... 61
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Condições Gerais de Branqueamento. .................................................... 19


Tabela 2 - Distribuição em Consumo de Aparas por Estado 2004 ............................ 35
Tabela 3 - Composição RSD – Atibaia – SP ............................................................. 39
Tabela 4 - Composição RSDCI - Atibaia - SP ........................................................... 40
Tabela 5 - Parâmetros de Fábricação Cilindro "Yankee" .......................................... 50
Tabela 6 - Cálculo Tempo Estimado de Contato ....................................................... 50
Tabela 7 - Uso de Temperatura para Controle Microbiológico .................................. 54
Tabela 8 - Análise Microbiológica de Papel Toalha................................................... 62
Tabela 9 - Análise das luvas após contato com as amostras de papel toalha .......... 63
Tabela 10 - Agrupamento de bactérias anaeróbias estritas ...................................... 65
Tabela 11 - Relação Anual Pessoas Doentes, Hospitalizações e Óbitos.................. 68
Tabela 12 - Relação Anual Pessoas Doentes, Hospitalizações e Óbitos.................. 69
Tabela 13 - Classificação de papel reciclado do COE-Comite Saúde Publica .......... 71
Tabela 14 - Tratamento de papel recuperado. .......................................................... 72
Tabela 15 - Tipo de Aparas e Tratamento Recomendado......................................... 73
Tabela 16 - Orientações COE - Matérias Primas Fibrosas........................................ 74
Tabela 17 - Orientações COE - Matérias Primas Não Fibrosas ................................ 75
Tabela 18 - Cuidados no Processo de Fábricação.................................................... 76
Tabela 19 - Cuidados Relativos ás Áreas de Fábricação.......................................... 77
Tabela 20 - Identificação das Amostras .................................................................... 82
Tabela 21 - Composição Fibrosa das Amostras....................................................... 83
Tabela 22 - Tratamento Microbiológico nas Máquinas de Papel ............................... 84
Tabela 23 - Identificação das águas de processo e o tratamento microbiológico ..... 84
Tabela 24 - Distribuição de Qui-Quadrado ................................................................ 87
Tabela 25 - Resultado das Análises Microbiológicas dos Papéis.............................. 88
Tabela 26 - Resultado das Análise das Águas de Processo ..................................... 89
Tabela 27 – Níveis Aceitáveis de Contaminação – MS-1480 .................................... 89
Tabela 28 – Matriz dos Resultados das Análises por Estudo.................................... 90
Tabela 29 - Comparativo Estudos Miyamaru e Gendron........................................... 92
Tabela 30 - Agrupamento de bactérias aeróbicas mesófilas. .................................... 93
Tabela 31 - Normas citadas nas especificações das Prefeituras .............................. 97
LISTAS DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABTCP - Associação Brasileira de Celulose e Papel
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
BRACELPA - Associação Brasileira de Celulose e Papel.
BRE - Building Research Establishment.
BLAST – Basic Local Alignment Search Tool (Ferramenta de Análise
Básica de Sequência)
CTMP - Pasta Químico-Termo-Mecânica.
CMPC - Compañía Manufacturera de Papeles y Cartones.
CAS - Chemical Abstracts Service - divisão da Chemical American
Society.
DARACIDE - 5–oxo-3,4-dichloro-1,2-dithiol
DBNPA - 2,2-dibromo-3-nitrilopropionamide
DMTT - 3,5-Dimethyltetrahydro-1,3,5-thiadiazine-2-thione
DIPN - 2,6-Diisopropylnaphthalene
EC - Comissão Europeia.
ECF - Elemental Chlorine Free
EU-OSHA - Occupational Safety and Health Administration – Europe
(Administração de Saúde e Segurança Ocupacional).
GENBANK - Banco de Dados do National Center of Biotechnology Information
(NCBI) utilizando BLAST analysis.
KATHON WT - 5-Chloro-2-methyl-4-isothiazolin-3-one/2-Methyl-4-isothiazolin-3-
one.
MBT - Methylene bisthiocynate.
MP - Pasta Mecânica.
MS - Ministério da Saúde.
PCB - Polychlorinated biphenyls
PMCSMA - Plano Municipal de Coleta Seletiva do Município de Atibaia.
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos.
REACH - Registration, Evaluation, Authorization and Restriction of
Chemicals. (Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de
Químicos).
TCF - Totalmente Livre de Cloro.
TMP - Pasta Termomecânica.
THPS - Tetrakis (hydroxymethyl) Phosphonium Sulfate
TSA - Agar Triptona de Soja.
SCA - Svenska Cellulosa Aktiebolaget.
SIF - Sociedade Investigações Florestais.
REBLAS - Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13
1.1 OBJETIVO ......................................................................................................................... 14
1.1.1 OBJETIVO PRINCIPAL .................................................................................................. 14
1.1.2 OBJETIVO SECUNDÁRIO ............................................................................................ 14
2 REVISÃO DE LITERATURA. ........................................................................... 15
2.1 FÁBRICAÇÃO DE CELULOSE ..................................................................................... 15
2.2 FÁBRICAÇÃO DE PAPEL.............................................................................................. 19
2.3 CONSUMO DE ÁGUA NA MÁQUINA DE PAPEL.................................................... 24
2.4 MATÉRIAS PRIMAS NA FÁBRICAÇÃO DE PAPEL ............................................... 26
2.5 DEPÓSITOS MICROBIOLÓGICOS NA FÁBRICAÇÃO DE PAPEL .................... 30
2.6 REDUÇÃO DE CUSTOS NA FÁBRICAÇÃO DE PAPEL - APARAS................... 33
2.7 DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO NA FÁBRICAÇÃO DE PAPEL ............ 44
2.7.1 Central de Aparas – situação atual................................................................... 44
2.7.2 Máquinas de Fábricação de Papel “Tissue” – Estado da Arte.......................... 45
2.7.3 Instalações Artesanais ..................................................................................... 56
2.8 EFEITOS NOCIVOS Á SAÚDE CAUSADOS POR AGENTES BIOLÓGICOS. 58
2.9 RECOMENDAÇÕES INTERNACIONAIS................................................................... 70
3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 78
4 MÉTODO .......................................................................................................... 80
4.1 COLETA E PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS DE PAPEL E ÁGUA ................... 81
4.2 COLETA DAS AMOSTRAS ........................................................................................... 81
4.2.1 Amostras de Papel “Tissue” ............................................................................. 81
4.2.2 Amostras de Água de Processo ....................................................................... 82
4.3 APRESENTAÇÃO DAS AMOSTRAS .......................................................................... 82
4.4 ANÁLISE ESTATISTICA................................................................................................. 85
4.4.1 Definição .......................................................................................................... 85
4.4.2 Procedimento ................................................................................................... 86
5 RESULTADOS ................................................................................................. 88
6 DISCUSSÃO ..................................................................................................... 95
7 CONCLUSÕES ................................................................................................. 99
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 101
ANEXOS
13

1 INTRODUÇÃO

Segundo Santos (2001), a Fábricação de papel utiliza uma grande variedade de


matérias primas, dentre as quais a fibra de celulose branqueada, o papel reciclado,
aditivos orgânicos e inorgânicos, todos em meio aquoso, apresentando condições
adequadas de temperatura e pH, para o crescimento microbiológico.

Os microrganismos entram no processo em altas quantidades, por meio da água do


processo, matérias primas, aditivos, e também pelo ar. Material biologicamente
degradável e fontes de nutrientes estão disponíveis na água de processo, que está
na faixa de temperatura ideal, entre 30°C e 45°C. Estas são condições adequadas
para os organismos mesotróficos que encontram uma variedade de “habitats”, desde
totalmente aeróbico para totalmente anaeróbico, contribuindo assim para uma alta
biodiversidade (FLEMMING ,2013 apud LAHTINEN ,2006).

O crescimento de microrganismos nos processos de Fábricação de papel pode causar


grandes problemas técnicos, econômicos e problemas de higiene, principalmente
devido formação de lodo. As condições físico-químicas e as composições de
microrganismos podem variar largamente, num processo único ou entre processos.
Estirpes resistentes podem evoluir após repetido tratamento por certos biocidas. Os
biocidas são adicionados na parte úmida do processo para impedir a formação de
lodo. Bons procedimentos de higiene da planta e o uso adequado de biocidas são
fundamentais para manter a produção eficaz e de uma baixa população
microbiológica, a fim de reduzir os defeitos na folha de papel (ULLAH 2011).

Ullah (2011) sita em seus estudos vários microrganismos patogênicos que são
encontrados normalmente em máquinas de papel, tais como: Escherichia coli,
Pseudomonas, Flavobacter, Bacillus subtilis, Bacillus cereus, Bacillus megaterium,
Bacillus mycoides, Clostridium e Klebsiella spp.

Os microbicidas, utilizados na Fábricação de papel, visam unicamente o controle da


produção da máquina de papel e a qualidade física do produto final. Eles não
consideram complementarmente um tratamento sanitário com o objetivo de evitar a
proliferação de microrganismos patogênicos que sejam nocivos à saúde humana.
14

Comprovadamente a presença de microrganismos patogênicos já foi detectada em


máquinas de papel em vários estudos na Europa e USA, levando-nos a considerar
que no Brasil estes microrganismos também poderão ser encontrados no processo de
Fábricação de papel “tissue” e nos produtos produzidos por estas máquinas.

1.1 OBJETIVO

1.1.1 OBJETIVO PRINCIPAL

Identificar microrganismos patogênicos que estejam presentes na Fábricação de


papel “tissue” e nos produtos comercializados no estado de São Paulo, que possam
causar impacto à saúde humana.

1.1.2 OBJETIVO SECUNDÁRIO

Proporcionar dados que permitam a análise de novos parâmetros de controle e a


revisão das normas MS-1480, da ABNT-NBR 15134 e a criação de novas
recomendações para os processos de reciclagem e de produção de papel.

Promover reflexões sobre o impacto da presença de bactérias patogênicas na


produção de papel, com a possível exposição do ser humano a agentes patogênicos,
incluindo desde a coleta de aparas, o beneficiamento das matérias primas, a
Fábricação dos produtos, as águas industriais utilizadas, os resíduos gerados e a
utilização do produto final.

Criar critérios para controle e análise microbiológica das matérias primas utilizadas e
nas águas de processo de Fábricação de papel.
15

2 REVISÃO DE LITERATURA

Existe no mercado uma variedade de tipos de papéis, muitos para usos sanitários
(higiênico, toalha, guardanapos e lenços) e papéis para embalagens de alimentos
(Santos 2001). Observamos pelos resultados apresentados por Gendron et al. (2011)
e Ray (2013) que a presença de microrganismos patogênicos em amostras de papéis
ou mesmo na água de processo, mesmo em baixa contagem, até mesmo na forma de
esporos podem acarretar a infecção de seres humanos.

2.1 FÁBRICAÇÃO DE CELULOSE

Segundo artigo apresentado por Santos (2011), o papel é formado por fibras
celulósicas que se entrelaçam umas com as outras, garantindo a sua resistência. A
principal matéria-prima para a obtenção industrial dessas fibras é a madeira,
proveniente de tronco das árvores. Além das fibras da madeira, também podem ser
utilizadas as fibras de bambu, bagaço de cana, algodão, linho e sisal. Trapos de tecido
também chegaram a ser empregados pelos chineses na produção de seus primeiros
papéis.

Segundo artigo da Renova (2015), as fibras de celulose utilizadas na Fábricação de


papel são provenientes de madeiras oriundas de florestas plantadas, sustentáveis, de
eucaliptos e pinus.

Existem vários processos de obtenção de celulose:

 MP – Pasta Mecânica – Prensagem a úmido da madeira com desfibramento


mecânico com rolo abrasivo.

 TMP – Pasta Termomecânica – A madeira em forma de cavacos passa por


aquecimento a vapor a 140°C e posteriormente por um refinador de disco.

 CTMP – Pasta Químico-Termomecânica – No processo TMP acrescentam-se


químicos auxiliares (NaOH, Na2SO3) para a desfibragem – Mais conhecido
NSSC (Neutral Sulfite Semi Chemical).
16

 KRAFT – É um processo químico onde a madeira em forma de cavacos é


cozida em um vaso de pressão (digestor), na presença de soda cáustica e
sulfeto de sódio.

 SULFITO – Processo Químico, onde os cavacos são cozidos no digestor na


presença de licor ácido, preparado com composto de enxofre (SO2) e uma base
de Ca(OH)2, NaOH, NH4OH e etc.

 SULFATO – Similar a um processo Kraft, porém é mais agressivo e


dispendioso, pois exige maior quantidade de químicos, maior temperatura e
tempo de cozimento.

A Figura 1 apresenta a imagem de uma planta de CTMP. Neste método de produção,


as toras são cortadas em cavacos, pequenos pedaços de madeira. Os cavacos são
lavados para remover areias e brita fina que possam causar desgaste e rupturas no
equipamento de processamento. Os cavacos são aquecidos com vapor para amolecer
e são introduzidos no refinador por meio de água pressurizada. O refinador é
composto por dois discos contra-rotativos, cada um com canais que radiam do ponto
central para a extremidade exterior. Estes canais tornam-se mais estreitos à medida
que se aproximam da extremidade exterior do disco. Os cavacos amolecidos são
depois introduzidos no centro e por ação dos discos, são partidos em fibras individuais
assim que atingirem a extremidade dos discos. As fibras que não forem totalmente
separadas são rejeitadas na fase do peneiramento e enviadas para um refinador de
rejeição para tratamento posterior (SCA, 2015).
17

Figura 1 - Visão Geral do Processo CTMP

Fonte: SCA (2015)

A Figura 2 apresenta um fluxo geral do processo Kraft para Fábricação de celulose.


Neste processo, as toras descascadas são cortadas em cavacos, que por sua vez são
lavados antes de passar para a fase de produção de celulose. Os cavacos são
introduzidos num tanque de cozedura, denominado de digestor. São adicionados os
químicos, soda cáustica e sulfeto de sódio, que dissolvem a lignina, que liga as fibras,
libertando-as umas das outras. O processo é apoiado por meio do aumento da
temperatura no digestor cerca de 150-200ºC. A celulose é depois selecionada para
remover os feixes fibrosos que não foram separados, e posteriormente lavada para
retirar quaisquer vestígios de químicos, areia e brita fina. Os químicos utilizados no
processo são depois reciclados para posterior reutilização no processo (PIOTTO,
2003).
18

Figura 2 - Visão Geral do Processo Kraft de Fábricação de Celulose

Fonte: Piotto (2003)

A celulose é branqueada a partir de uma sequência de extração química, solubilização


ou oxidação, da lignina que é obtida com a utilização de altos níveis de oxidantes. Os
químicos mais empregados no branqueamento são: O cloro gasoso, soda cáustica,
dióxido de cloro, peróxido de hidrogênio e oxigênio. Estes produtos destroem muitos
microrganismos e reduzem consideravelmente sua contagem na polpa de celulose
(PIOTTO, 2003).
19

Costa (2005), apresenta na Tabela 1, as condições gerais de branqueamento, na qual


observa-se que a quantidade utilizada de oxidantes é bastante expressiva.

Tabela 1 - Condições Gerais de Branqueamento.

Fonte: SIF - COSTA (2005)

2.2 FÁBRICAÇÃO DE PAPEL

Existem fábricas integradas que produzem a celulose para consumo próprio e para
comercialização e empresas que adquirem a celulose no mercado, com custo
substancialmente mais elevado.

Na Fábricação de papel é feita uma suspensão fibrosa de celulose em meio aquoso,


esta mistura é chamada de polpa de celulose, que é tratada no processo de refinação
para aumentar as pontes de hidrogênio e as ligações entre fibras (SANTOS, 2001).

A Figura 3 apresenta um fluxograma simplificado de uma planta integrada de celulose


e papel.
20

Figura 3 - Fluxograma da Fábrica Integrada de Celulose e Papel

Fonte: Klock (2015)

Segundo Santos (2001), para fazer o papel, a celulose é misturada à água para
desagregação das fibras. Algumas vezes, as fibras são submetidas a tratamentos
mecânicos (chamados de refino) semelhantes a uma “moagem”, para torná-las mais
adequadas para a Fábricação do papel, tornando-o mais macio, liso, resistente ao
rasgo ou mais absorvente. Vários aditivos, como colas, cargas minerais, controladores
de pH e corantes, podem ser acrescentados. Além disso, fibras recicladas, obtidas de
papéis que já foram utilizados, também podem ser adicionadas. As quantidades de
aditivos ou de fibras recicladas empregadas dependem da finalidade do papel a ser
produzido e das exigências do mercado consumidor.

A Figura 4 apresenta um processo de Fábricação de papel que utiliza fardos de


celulose, onde o fardo de celulose é desagregado no pulper formando a polpa de
celulose.
21

Figura 4 - Fábrica de Papel - Celulose em Fardos

Fonte: Klock (2015)

A Figura 5 apresenta um processo de Fábricação de papel que utiliza fardos de


aparas, onde o fardo de celulose é desagregado no pulper formando a polpa de
celulose.

Figura 5 - Fábrica Papel - Fardos de Aparas.

Fonte: Klock (2015)


22

Na Figura 6 é apresentado o fluxo básico de Fábricação de papel desde a Fábricação


da polpa até o produto final.

Figura 6 - Representação Esquemática da Fábricação de Papel

Fonte: Piotto (2003).

Barros (2006) demonstra que a função da máquina de papel é remover a água (água
branca) da suspensão de fibras proveniente do circuito de preparação de massa e
formar a folha de papel. Basicamente, a máquina de papel é constituída de quatro
seções:

• Formação (I);
• Prensagem (II);
• Secagem (III) e
• Enroladora/rebobinadeira (IV)

Na Figura 7 apresentamos as seções da máquina de papel “tissue ”comentada por


Barros (2006).
23

Figura 7 - Seções da Máquina Papel “Tissue”

Fonte: Barros (2006)

Toda esta água utilizada no processo é recirculada para o processo de Fábricação,


passando por uma série de tanques e equipamentos. Da mesma forma toda a polpa
desviada no processo é reciclada. Todo e qualquer produto fora de qualidade ou
decorrente de interrupções ou desvios na Fábricação se torna produto reciclado, que
também é reprocessado por uma série de equipamentos e reincorporado na polpa.

Na Figura 8 apresentamos o teor seco da folha de papel durante a Fábricação, em


várias seções da máquina de papel.

Figura 8 - Teor Seco nas Seções da Máquina Papel “Tissue”

Fonte: Barros (2006)


24

2.3 CONSUMO DE ÁGUA NA MÁQUINA DE PAPEL

Piotto (2003) apresentou os principais pontos de consumos de água e os pontos


geradores de águas residuais, isto é a vazão de água recirculante, na Máquina de
Papel J1 – VCP. A Figura 9 apresenta os principais pontos de consumo e geração de
águas residuais em uma máquina de papel.

Figura 9 - Principais Consumos e Geração de Águas Residuais – J1

Fonte: Piotto (2003)

Piotto (2003) demonstrou que um grande volume de água fresca que é adicionada na
máquina, gerando uma vazão de efluente e de água de retorno para a celulose da
ordem de 10.620 l/min, em torno de 35 m3 de água por tonelada de papel.

A Figura 10 apresenta um fluxograma esquemático de uma máquina de papel “tissue”


para folha dupla, ou seja, com circuitos duplicados de preparação de massa e
“aproach-flow”.
25

Figura 10 - Fluxograma – “Aproach Flow”

Fonte: Canani (2013)


26

2.4 MATÉRIAS PRIMAS NA FÁBRICAÇÃO DE PAPEL

Segundo Silva (2010), além de fibras, o papel é constituído de fragmentos de fibras,


de finos, de carga mineral e de aditivos químicos. No processo de formação da folha,
o papel é o resultado destes constituintes distribuídos de forma aleatória e homogênea
na estrutura tridimensional da folha, tendo como veículo de homogeneização a água.

A etapa do preparo de massa é considerada uma das mais importantes, pois confere,
em grande parte, as características de qualidade do papel. Esta etapa compreende
basicamente o refino, adição de aditivos, ajuste de pH e de consistência e de remoção
de impurezas (SILVA, 2010).

Silva (2010), descreve que inicialmente a suspensão de fibras do tanque de massa


alimenta a etapa de refinação, após ter sua consistência e pH ajustados, para
aproximadamente de 4,5% e 8,0 respectivamente. A polpa refinada alimenta o tanque
de mistura onde normalmente é misturada com o refugo, o qual consiste de uma
suspensão reaproveitada contendo refilos e material originado de quebra de folha, ou
ainda fibra reciclada. Antes da mistura, normalmente é adicionado o primeiro reagente
químico, o qual tem a função de coagular substâncias dissolvidas e coloidais através
da reação de neutralização de cargas ou, também, como é conhecida reação de
coagulação. Após a mistura, a suspensão é conduzida para a caixa de nível onde é,
geralmente, adicionado o amido modificado com carga positiva. Neste ponto o amido
tem a função principal de adsorver à superfície da fibra, conferindo-lhe aumento das
ligações entre fibras e, portanto, da resistência a seco do papel e, ao mesmo tempo,
preparando a superfície para a retenção de carga. Outra parte do amido é adicionada
ao processo através da emulsificação da cola sintética. Após este ponto, a suspensão
tem a sua consistência corrigida com água branca reciclada da máquina e com água
do processo para, aproximadamente 1,0%, a depender da gramatura do papel a ser
produzido. Através de uma bomba de mistura, a suspensão alimenta o sistema de
limpeza (cleaners) que tem como função remover as impurezas.

A Figura 11 apresenta o Fluxograma das etapas da formação da folha de papel de


uma máquina genérica e os pontos de aplicação de aditivos.
27

Figura 11 - Diagrama Esquemático de Aplicação dos Aditivos

Fonte: Silva (2010)


28

Durante o processo de Fábricação de papel “tissue”, são dosados alguns aditivos para
se obter algumas propriedades físicas do papel, como alvura, tração longitudinal,
maciez, tonalidade etc. Junto à área do preparo de massa há uma área especifica
para se preparar os aditivos como: matizante (violeta cartazol), alvejante óptico,
amido, resina de resistência a úmido, extrato de algodão, agente de retenção etc. A
dosagem de aditivos é realizada conforme o fluxograma de dosagem de aditivos
apresentado na Figura 12 (CANANI, 2013).
29

Figura 12 - Fluxograma de Dosagem de Aditivos - Correia Pinto

Fonte: Canani (2013)


30

2.5 DEPÓSITOS MICROBIOLÓGICOS NA FÁBRICAÇÃO DE PAPEL

Conforme informou Fleming (2013), os microrganismos encontram “habitats” ideais


para crescimento no meio aquoso do processo de Fábricação de papel, com material
biologicamente degradável, fonte de nutrientes e na faixa ideal de temperatura, entre
30°C e 45°C.

Flemming (2013) cita que em função destas condições de processo, facilmente pode-
se obter um alto crescimento microbiano e que problemas microbiológicos no
processo de Fábricação de papel, foram investigados e documentados por décadas
(por exemplo, Beckwith 1931; Appling 1955).

A Figura 13 apresenta a formação e acúmulos de depósitos de limo no recuperador


de fibras, instalados no sistema de recuperação de água branca na máquina de papel.

Figura 13 - Depósitos no Recuperador de Fibras - Sistema de Água Branca

Fonte : Robertson (2015)


31

Os biocidas são aplicados no silo de água branca e mais alguns pontos dependendo
do layout do circuito da máquina. Também periodicamente é realizada uma limpeza
química, com a intenção de reduzir os depósitos indesejáveis na máquina de papel.
Nesta limpeza química são utilizadas soluções dispersantes e biocidas, em altas
concentrações, e com pH alcalino.

A Figura 14 apresenta limo depositado em superfícies da máquina, na parte úmida.

Figura 14 - Depósitos nas Superfícies da Máquina de Papel

Fonte: Robertson (2015)

No passado eram utilizados os biocidas mercuriais, que foram descontinuados pela


grande toxicidade causada ao meio e por acarretarem outros problemas à saúde
humana. Estes produtos foram substituídos por produtos oxidantes que acarretam
menores problemas de toxicidade.

Paralelamente ocorreu também o fechamento do circuito de água da máquina de


papel e de cartão acarretando uma redução no consumo de água fresca, de 100m³ de
água por tonelada métrica de papel para 10m³ de água por tonelada métrica de papel.
Este fechamento de circuito acarretou também uma concentração de cargas de
nutrientes, sais e microrganismos. Logo o problema de limo microbiológico ou “Slime”,
aumentou neste período e consequentemente os problemas na máquina de papel
(VAISANEN et al., 1994).
32

No mesmo período máquinas de Fábricação de papel branco, mais especificamente


o papel de imprimir e escrever “Offset”, substituíram a carga mineral de caulim por
carbonato de cálcio alterando também o pH de 6,0-7,0, com redução de aplicação de
amido na massa, com a necessidade da substituição dos microbicidas convencionais
com princípio ativo tipo DBNPA, MBT, DAZOMET, DARACIDE, KATHON WT e outros,
pela BROMINAÇÃO (bromination) mais eficientes neste novo pH mais alto
(VAISANEN et al. ,1994; ULLAH, 2011).

A Brominação consiste na adição de bromo ativo na água. O equilíbrio Br2/HBrO/BrO


-
é semelhante ao equilíbrio Cl2/HClO/ClO . Entretanto, a concentração máxima do

principal agente desinfetante, que é o ácido hipobromoso (HBrO), ocorre em pH igual


a 6,5. (PEREIRA, 2014).

Estudo realizado na Europa, para pesquisar a composição do “Slime” em Máquinas


de Papel, analisou amostras de “Slime”, sendo detectadas as seguintes cepas:
Enterobacter agglomerans, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa,
Pseudomonas cepacia, Pseudomonas paucimobilis, Pseudomonas caryophylli,
Flavobacterium sp., Clavibacter michiganense, Bacillus licheniformis, e Bacillus
Cereus (VAISANEN et al., 1994).

Na Figura 15 apresenta danos estruturais causados a folha de papel pelo limo “slime”
que se desprendeu na parte úmida da máquina.

Figura 15 - Amostra de "Slime" Coletado na Máquina de Papel e no Papel

Fonte: Robertson (2015)


33

Outros estudos também realizados na Europa demonstraram que microrganismos das


espécies de Bacillus, especialmente o Bacillus cereus, são frequentemente
encontrados no processo de Fábricação de papel. Esta espécie dominante e seus
esporos são resistentes e sobrevivem à temperatura da seção de secagem das
máquinas. A espécie Bacillus cereus é capaz de causar envenenamento alimentar e
está classificada na categoria de risco biológico. Por esta razão a sua presença na
Fábricação de produtos de papel é indesejável. As fábricas de papel utilizam biocidas
para controlar o crescimento microbiano nos circuitos de água, mas isto não tem
erradicado os bacilos do papel produzido, pois as espécies de Bacillus são resistentes
a vários biocidas industriais. A formação de biofilme também protege as bactérias
contra agentes microbicidas. (KOLARI et al., 2001).

Estudo realizado com produtos alternativos aos microbicidas apresentaram ótimos


resultados, ou seja, quase todas as bactérias vegetativas morrem na seção de
secagem da máquina de papel e não foram detectados no papel ou cartão. No entanto,
a maioria das bactérias Gram-positivas que podem formar os chamados endosporos,
sobreviveu à seção de secagem e estão encapsulados no papel ou na embalagem
(BJÖRKLUND, 2014).

Observa-se que vários estudos foram desenvolvidos na Europa e USA analisando a


microbiologia das máquinas de papel e que detectaram a presença de micro-
organismos patogênicos em máquinas de papel e cartão e nos produtos Fábricados.
Entretanto, nenhum estudo com este objetivo foi desenvolvido no Brasil, embora
Fábricantes de papel e cartão para alimentos e para higiene estejam preocupados
com o conteúdo microbiológico no produto final.

2.6 REDUÇÃO DE CUSTOS NA FÁBRICAÇÃO DE PAPEL - APARAS

Segundo César (2006), a reciclagem do papel consiste em produzir papel utilizando


como matéria-prima, papéis recicláveis provenientes de rebarbas ou de seus artefatos
pré e pós-consumo. Segundo a BRACELPA (2005, p. 8) apud César (2006), a matéria-
prima pré-consumo corresponde às aparas e materiais refugados e não utilizados,
resultantes de uma operação industrial que transforma os papéis cartões em uma
variada gama de artefatos. Já a matéria-prima pós-consumo corresponde á diferentes
34

tipos de papéis e artefatos de papel descartados pelos usuários finais, após sua
utilização.

César (2006), aponta que no Brasil, muitos são os papéis confeccionados total ou
parcialmente com fibras provenientes de aparas:

 Papéis de impressão e de escrever;


 Papéis de embalagens leves e embrulhos, como os denominados estiva,
maculatura, manilhinha, manilha, HD, hamburguês, havana, LD, macarrão,
tecido, “strong” de primeira e de segunda;
 Papéis de embalagens pesadas, como capa e miolo, usados na Fábricação de
papelão ondulado;
 Cartões, como o tríplex e o duplex, papelão;
 Papéis de fins sanitários, como papéis higiênicos populares ou, até mesmo,
certos tipos de toalhas, guardanapos e lenços de papel.

Segundo Miyamaru (2010), as indústrias, também visando a redução de custos, têm


utilizado fibras recicladas, que correspondem a 50% do volume usado durante a
Fábricação de papéis sanitários, cartões e papéis de embalagem.

A Figura 16 apresenta a estrutura operacional de coleta de aparas, no Brasil, tanto


para papéis recicláveis provenientes de rebarbas como de seus artefatos pré e pós-
consumo. Segundo César (2006), os aparistas constituem aproximadamente, 500
empresas de pequeno e médio porte atuando no mercado de fornecimento de aparas
para as indústrias de reciclagem, sendo também, muitas vezes proprietários dos
depósitos. Os catadores de lixo constituem uma importante parcela desta dinâmica,
uma vez que o trabalho da base da pirâmide, dos aparistas, é dependente do trabalho
dos primeiros. São os catadores que recolhem todo o material reciclável, desprezado
pela população, em lixos, possibilitando o retorno à cadeia de produção. Geralmente
esses materiais não são selecionados. Portanto, os catadores são protetores do meio
ambiente e da sociedade, já que contribuem na manutenção da cidade limpa,
preservando a Saúde Pública e melhorando a economia da coleta urbana. No entanto,
os materiais recolhidos por eles são invariavelmente contaminados.
35

Figura 16 - Caracterização do Mercado de Reciclagem de Papel

Fonte: Cesár (2006) apud Calderoni (2003, p. 218)

Observa-se, na Tabela 2, que o estado de São Paulo representa 43% do consumo de


aparas no Brasil.

Tabela 2 - Distribuição em Consumo de Aparas por Estado 2004


Processo de Reciclagem de Papel

FONTE: César (2006) apud BRACELPA (2005, p. 1.06)


36

Este material reciclado pós-consumo é mais suscetível à contaminação, do que o


papel reciclado pré-consumo, e que passa a ser um grande fornecedor de material
biológico na Fábricação de papel.

A nova classificação da ABNT contemplada na ABNT NBR 15483 que divide as aparas
em 29 tipos e que podem ser agrupados em cinco categorias, de acordo com o papel
que lhes dá origem. Alguns tipos de papéis não são passíveis de reciclagem em
função do tratamento que recebem, como por exemplo, os papéis betumados, ou em
função do destino para o qual são produzidos, como os papéis de fins sanitários
(BRACELPA, ABNT, ABTCP, 2007).

Segundo a BRACELPA, ABNT e ABTCP (2007), as cinco grandes categorias de tipos


de aparas são:

 Aparas de Papel Ondulado: Papelão Micronizado I, Papel Micronizado


II, Papelão Ondulado I, Papelão Ondulado II, Papelão Ondulado III,
Refile de Papel Ondulado.
 Aparas de Papel de Imprimir e Escrever sem P.A.R.: Papel Branco I,
Papel Branco II, Papel Branco III, Papel Branco IV, Papel Branco V,
Papel Branco Revestido E Papel Colorido.
 Aparas de Papel Kraft: Papel Kraft I, Papel Kraft II, Papel Kraft III, Refile
de Papel Kraft, Tubetes e Barricas e Cartão para Alimentos – Tipo
Longa Vida.
 Aparas de Cartão: Cartão Fibra Curta Não Revestido, Cartão Fibra
Curta Revestido, Cartão Fibra Longa Não Revestido, Cartão Fibra
Longa Revestido.
 Aparas de Papel de Imprimir com P.A.R.: Lista Telefônica, Papel
Jornal I, Papel Jornal II, Papel Jornal III, Revista I, Revista II.

A ABNT NBR 15483 define:

Materiais impróprios: materiais proibidos e/ou impurezas, cuja presença em


quantidade acima da especificada torna o lote em que estão contidos não utilizáveis
para a Fábricação de um determinado tipo de papel.
37

 Impurezas: Todo o material que não pode ser transformado em papéis


e que pode comprometer o processo de produção. É possível ser
retido no processo de Fábricação. Por exemplo: metal, plástico, vidro,
pedra, areia.

 Material Proibitivo: Todo material que compromete a qualidade do


papel produzido e não é possível de ser retirado no processo de
Fábricação específico de um determinado tipo de papel. Por exemplo:
papel parafinado, betuminado, papéis higiênicos usados e fitilhos
(internos ao fardo).

Na Figura 17 apresentamos a taxa de recuperação de papéis, frente ao consumo


aparente de papéis no Brasil.

Figura 17- Taxa de Recuperação de Papéis Recicláveis

Fonte: BRACELPA, (2014)

Existem muitos processos para o tratamento das aparas, os mais simples e mais
utilizados no mercado são apresentamos no fluxograma da Figura 18.
38

Figura 18 – Processo de Reciclagem de Papel

Fonte: Ambiente Brasil (2015)

A contaminação das aparas deve ser controlada deste a captação no ponto de origem
até a utilização na máquina de papel. De acordo com Ricchini (2015), é necessário
preservar a integridade do papel para facilitar a coleta. A coleta seletiva evita a
contaminação do papel, aumentando seu valor e diminuindo os custos da reciclagem.

Editoras e gráficas trabalham basicamente com papel e o material que descartam é


de boa qualidade, por apresentar pouca contaminação e ser enfardado corretamente.
Hipermercados, shoppings e comércios, em geral, descartam boas quantidades de
caixas de papelão (RICCHINI, 2015).
39

Ricchini (2015), complementa que o resto do papel apresenta problemas para


reciclagem. Geralmente por ter maior contaminação, devido à incorreta separação.

A Tabela 3 apresenta a distribuição gravimétrica do resíduo sólido domestico (RSD)


coletado no município de Atibaia, São Paulo.

Tabela 3 - Composição RSD – Atibaia – SP

Fonte: PMCSMA (2015)

No mesmo Relatório de Diagnóstico para a Coleta Seletiva, contido no PMCSMA


(Prefeitura Municipal Coleta Seletiva Mairiporã) de 2015, apresenta distribuição da
coleta dos resíduos domiciliares, comerciais e institucionais, conforme apresentado
na Tabela 4.
40

Tabela 4 - Composição RSDCI - Atibaia - SP

Fonte: PMCSMA (2015)

A Figura 19 apresenta a forma de estocagem de aparas brancas já separadas e


enfardadas, prontas para comercialização. Estão armazenadas a céu aberto sob
todas as condições climáticas e sujeitas a vários tipos de contaminação.

Figura 19 - Forma de armazenamento de aparas

Fonte: Aparas Carvalho (2015)


41

A Figura 20, apresenta as aparas estocadas no pátio de uma fábrica de papel. Elas
também estão armazenadas a céu aberto sob todas as condições climáticas e sujeitas
a vários tipos de contaminação.

Figura 20 - Deposito de Aparas

Fonte: TissueOnLine (2015)

Na Figura 21 é apresentado um exemplo da forma usual de alimentação e


desagregação de aparas em um “pulper” em uma fábrica de papel.

Figura 21- Desagregação de Aparas

Fonte: VALPASA (2015)


42

Lalande et al. (2014) desenvolveu um estudo com o objetivo de determinar a biota


microbiana em um fardo de aparas de papel recolhidos antes de entrar na fábrica de
papel. O fardo de aparas utilizado, no estudo, foi uma mistura de papéis e papelões
coletados de diferentes fontes.

A maioria dos papéis presentes no fardo de aparas já havia passado através do


processo de reciclagem várias vezes, pelo processo de reciclagem da fábrica de
papel, a produção de produtos finais reciclados e os seus vários usos. A empresa
recicladora também é uma importante fonte de contaminação microbiana. Ele recebe
papel, papelão, vidro, metal, plástico e material têxtil de fontes domésticas, industriais
e comerciais, algumas potencialmente sujas com alimentos, graxa e outros resíduos
orgânicos, todos os substratos para a proliferação microbiana e acumulação.
Seguindo a classificação, fardos na maioria das vezes, são armazenados ao ar livre,
em diferentes condições meteorológicas e ambientais (chuva, neve, vento,
temperatura e presença de pequenos roedores e pássaros, etc.) por períodos
prolongados. Este certamente irá levar à formação de uma flora microbiana muito mais
complexa e dinâmica (LALANDE et al., 2014).

Bactérias, principalmente Firmicutes e Proteobacteria, são introduzidos na máquina


de papel através de celulose contaminada, matéria-prima, a entrada de água fresca e
produtos químicos para Fábricação de papel (LALANDE et al., 2014, apud BLANCO
et al.,1996 e VÄISÄNEN et al.,1998).

Lalande et al. ( 2014), isolou e analisou o DNA genômico por dois métodos diferentes
para efeitos de comparação: 454 piro sequenciamento (pyrosequencing) e biblioteca
clone. Como mostrado na Figura 22, 97% destes OTUs(unidade taxonômica
operacional) pertencia ao filo Firmicutes. Os 3% restantes pertenciam ao filo
Proteobacteria. Todos os Firmicutes foram divididos em três famílias: Bacillaceae,
Planococcaceae, Paenibacillaceae com 76%, 14% e 7% do total OTUs,
respectivamente.
43

Figura 22 - Distribuição Taxonomica Operacional - Nível similaridade 97%


A (454 pyrosequencing) e B (Biblioteca clone)

Fonte: Lalande et al. (2014)

Concluiu Lalande et al. (2014), que esporos de bactérias, devido à sua resistência,
irão sobreviver a todas essas condições ambientais muito agressivas e seletivas. Isso
leva à acumulação e predominância das Firmicutes formadoras de esporos e da quase
ausência, da muito mais sensível não formador de esporos, Proteobacteria. Lalande
et al. (2014) cita que isto foi demonstrado por Öqvist et al. (2008), que encontrou
Bacillus e Enterococcus em águas brancas, Disnard et al. (2011) e Ratto et al. (2005)
tendo encontrado Bacillus Paenibacillus em biofilmes. Suihko e Stackebrandt (2003),
Suominen et al. (1997), e Väisänen et al. (1991), todos encontrando Bacillus e
Paenibacillus em papel reciclado final de embalagens de alimentos e alimentação.
Citou também Suihkoand Stackebrandt, que encontraram Bacillus silvestris, que
desde então foi renomeado Solibacillus silvestris, um gênero presente em nosso
estudo e Gendron et al. (2012) e Namjoshi et al. (2010) que encontraram Bacillus e
Paenibacillus, respectivamente, em papéis toalhas e papelão ondulado não utilizados.
44

2.7 DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO NA FÁBRICAÇÃO DE


PAPEL

2.7.1 Central de Aparas – situação atual

Como exemplo do estado da arte no tratamento de aparas é apresentada uma das


maiores plantas de tratamento de aparas instalada na Europa. A Aylesford Newsprint,
no Reino Unido, produz 400.000 toneladas por ano de papel 100% reciclado, esse
valor corresponde a 1% da produção mundial anual e 4% da produção Europeia anual.
No processo, são usadas, todos os anos, mais de 500 000 toneladas de jornais e
revistas recuperadas, conforme apresentado na Figura 23.

Figura 23- Pátio de Aparas

Fonte: SCA (2015)

A SCA (2015) descreve que a primeira fase da produção combina uma quantidade
mensurável de jornais e revistas, uma solução detergente, grande volume de água
quente, misturados num grande tanque de produção de celulose. Esta ação anula as
ligações entre as fibras e inicia o processo de remoção de tinta, libertando as ligações
de tinta das fibras. Esta fase também separa a maior parte de material “pesado”
indesejado que acompanha os jornais e as revistas. Estes incluem os grampos
metálicos, o material de publicidade que é colado em revistas, as caixas de CD, o
45

plástico de embrulho e outros objetos estranhos. Outros objetos estranhos são


retirados com equipamentos de limpeza centrífugos e por meio de peneiramento da
celulose.

Na Figura 24 é apresentada uma vista da unidade de destintamento, como parte da


unidade de tratamento de aparas, instalada na planta da Aleysford, unidade da SCA.

Figura 24 - Planta de Tratamento de Aparas

Fonte: SCA (2015)

2.7.2 Máquinas de Fábricação de Papel “Tissue” – Estado da Arte

Existem fábricas com níveis de desenvolvimento tecnológicos muito diferentes, ou


seja, há instalações muito modernas capazes de controlar todo o processo
automaticamente e há fábricas artesanais, que realizam a Fábricação por processos
manuais ou semi-automatizados e isso altera o nível de contaminação do produto
final. Fábricas novas com máquinas de última geração oferecem condições de
processo muito melhores, que reduzem o contato do ser humano com as matérias
primas, com as águas de processo e com o produto final. Elas utilizam tanques
revestidos com materiais que não contribuem com a contaminação, com processos
projetados com menor fluxo de águas, com tubulações projetadas para não contribuir
com a proliferação biológica, com maior eficiência operacional reduzindo inclusive as
perdas de matérias primas e aumentando a eficiência operacional.
46

Nas Figuras 25, 26, 27, 28, 29, 30 e 33 são apresentadas as partes de uma linha de
produção de papel “tissue”, com componentes e equipamentos de última geração. Na
Figura 25 ocorre o recebimento e desagregação de aparas. Nas Figuras 26 e 27 são
apresentadas as vistas laterais da máquina de papel, contendo a caixa de entrada,
prensas, secagem e a enroladeira. As Figuras 28, 29 e 30 apresentam detalhes do
sistema de secagem da máquina de papel e a Figura 33, apresenta o setor de
finalização ou conversão do produto de bobinas mãe (Rolo Jumbo) em produtos finais
rolos de papel higiênico.

O setor de recebimento de fibras de celulose, mostrado na Figura 25, pode trabalhar


com celulose branqueada ou aparas, constituída pelo desagregador de pasta celulose
em aço inox com alimentação automática.

Figura 25 - Desagregador em Aço Inox – Alimentação Automática

Fonte: TissueOnLine (2015)

A Figura 26 apresenta uma vista lateral de uma máquina de papel de última geração
com sistema de formação de folha, prensagem, secagem com cilindro “Yankee”,
capota de alta eficiência e enroladeira.
47

Figura 26 - Máquina de Fábricação de Papel Tissue

Fonte: Hergen (2015)

A Figura 27 apresenta um detalhe da seção úmida da máquina de papel “tissue”, com


detalhe da caixa de entrada, mesa plana e prensas.

Figura 27- Seção Úmida da Máquina Tissue

Fonte: Hergen (2015)

Na Figura 28 é apresentado um esquema de uma parte da capota de secagem, para


o cilindro “Yankee”, de alta eficiência.
48

Figura 28 - Sistema de Aquecimento a AR - Cilindro "Yankee"

Fonte: SENAI (2014).

SENAI (2014), informa que a faixa de temperatura usualmente entre 120°C e 230°C,
embora, em alguns casos possa atingir 315°C. Máquinas modernas para Fábricar
papéis crepados e absorventes, equipadas com cilindros “Yankee” atingem
velocidades de até 1500m/min. O cilindro “Yankee” tem diâmetro de 3,6 m á 5,4m e
tem superfície totalmente polida.

Na Figura 29 é apresentada a imagem da tela de controle do sistema supervisório de


uma capota de alta eficiência, para cilindro “Yankee” operando em uma máquina de
papel tissue, onde a temperatura da capota está em torno de 420°C.
49

Figura 29 - Fluxograma da Capota do Cilindro “Yankee” - Correia Pinto

Fonte: Canani (2013)


50

A Tabela 5, apresenta alguns parâmetros de construção dos cilindros secadores


“Yankee” de máquinas de Fábricação Metso Paper (JACKMAN 2009).

Tabela 5 - Parâmetros de Fábricação Cilindro "Yankee"

Fonte: Jackman (2009)

Levando em consideração as informações fornecidas por Jackman (2009) na


Tabela 5, podemos calcular o tempo estimado de contato da folha com o cilindro
secador e consequentemente o tempo de contato da folha com a alta temperatura
conforme apresentado na Tabela 6.

Tabela 6 - Cálculo Tempo Estimado de Contato


Folha/Temperatura

Jackman (2009), explica que o secador de “Yankee” é aquecido internamente por


meio de vapor saturado, com pressão do vapor varia entre 6-9 bar manométrico,
dependendo do processo, com uma temperatura superficial entre 160°C e 180°C. A
troca térmica se dá entre o papel e a superfície externa do secador, internamente faz
com que haja a condensação do vapor.

Na Figura 30 é apresentada a imagem da tela de controle do sistema supervisório do


sistema de vapor e condensado do cilindro “Yankee”
51

Figura 30 - Fluxograma de Vapor e Condensado do Cilindro

Fonte: Canani (2013)


52

Na Figura 31, são apresentados os gradientes de temperatura de operação no cilindro


“Yankee”, medida com termógrafo. Nesta imagem é possível observar que existem
temperaturas muito próximas a 100°C no centro da folha enquanto próximo as laterais
teremos temperaturas próximas a 160°C.

Figura 31 - Temperatura a Superfície Cilindro "Yankee"

Fonte: Jackman (2009)

Segundo estudo apresentado por Slätteke (2006), pelo que se observa na Figura 32,
a temperatura máxima obtida durante a secagem em uma máquina de papel multi-
cilindro, com prensa de colagem, é de aproximadamente 125°C. A temperatura média
é de aproximadamente 115°C, com uma amplitude de cerca de ± 10°C, provavelmente
em função de variações de temperatura na superfície dos cilindros secadores
ocasionada pelo perfil de condensado, conforme já demostrado por Jackman (2009).
53

Figura 32 - Curva de Temperatura da Folha

Fonte: Slätteke (2006)

Graf (1949) realizou estudo para determinar o ponto de ignição de vários tipos de
papéis e constatou que papéis “tissue” (sanitários) apresentam uma temperatura de
ignição em torno de 234°C (454 °F).

Na Tabela 7, observa-se que para a desinfecção do material são necessárias


temperaturas da ordem de 180°C e com tempo de exposição do microrganismo de 60
a 120 minutos.
54

Tabela 7 - Uso de Temperatura para Controle Microbiológico

Fonte: UFRJ – Microbiologia Industrial - EQB3 (2015)


55

As temperaturas extremas nos cilindros secadores provavelmente matam a maioria,


senão todas, as células microbianas, mas esporos resistentes ao calor provavelmente
sobrevivem e assim, contaminar as máquinas, bem como os produtos de papel
acabados (Gendron et al., 2011). Isto pode ser confirmado pelo informado na Figura
31 e 32, onde observamos que a temperatura da folha de papel não ultrapassa 120°C
e que o tempo de contato da folha nesta temperatura é inferior a 2,3 segundos,
conforme Tabela 6. A Tabela 7 indica que para uma esterilização com calor seco
necessitamos de 170°C-180°C por 1 a 2 horas para uma esterilização ou
descontaminação da folha de papel. Portanto, deve-se levar em consideração a
probabilidade de algumas bactérias sobreviverem ou esporularem nestas condições.

Na Figura 33 é apresentada a linha de acabamento, conversão da bobina de papel


“tissue” vindo da máquina, também conhecido como Rolo jumbo, em rolos de papel
totalmente embalados na forma de consumo.

Figura 33 - Linha de Acabamento - Totalmente Automática

Fonte: TissueOnLine (2015)


56

2.7.3 Instalações Artesanais

A situação se agrava em fábricas com baixo desenvolvimento tecnológico,


equipamentos ultrapassados e com condições de processo desfavoráveis, muito
manuais e artesanais, contribuem para a contaminação biológica. Nas Figuras 34, 35
e 36 são apresentados exemplos de uma fábrica artesanal, sem nenhum cuidado com
a contaminação do produto e dos funcionários. A Figura 34 apresenta o armazém de
papel reciclado, onde se observa papéis de distintas procedências e qualidades. A
Figura 35 apresenta a zona de secagem, com um cilindro secador de baixa pressão
de operação e sem capota de secagem, obtendo-se assim uma baixa temperatura de
secagem da folha. A Figura 36 apresenta uma vista de toda a Fábricação de papel
“tissue”, bastante artesanal e rudimentar, com muito manuseio manual e produtos
distribuídos pelo chão.

Figura 34 - Central de Aparas em Fábrica Artesanal

Fonte: SlidePlayer (2015)


57

Figura 35 - Máquina de Papel Higiênico em Fábrica Artesanal

Fonte: SlidePlayer (2015)

Figura 36 - Linha de Produção de Papel Higiênico em Fábrica Artesanal

Fonte: SlidePlayer (2015)


58

2.8 EFEITOS NOCIVOS Á SAÚDE CAUSADOS POR AGENTES


BIOLÓGICOS

“Os agentes biológicos podem ser encontrados em muitos setores. Como


raramente são visíveis, os riscos que representam nem sempre são
devidamente considerados. A expressão "agentes biológicos" se aplica
sobretudo a três grupos de microrganismo, as bactérias, os vírus, os fungos
(leveduras e bolores)” (EU-OSHA - Factsheet 41, 2003).

Segundo a EU-OSHA (Factsheet 41, 2003), os agentes biológicos são classificados


pela diretiva em quatro grupos de risco, conforme o nível de risco infeccioso que deles
emana e as possibilidades de prevenção e tratamento.

• Grupo de risco 1: agentes biológicos com baixa probabilidade de causar

doenças no homem.

• Grupo de risco 2: agentes biológicos que podem causar doenças no homem e

constituir um perigo para os trabalhadores; é escassa a probabilidade da sua


propagação na coletividade; regra geral, existem meios de profilaxia ou
tratamento eficazes.

• Grupo de risco 3: agentes biológicos que podem causar doenças graves no

homem e constituir um grave risco para os trabalhadores; são susceptíveis de


se propagar na coletividade, muito embora se disponha geralmente de meios
de profilaxia ou tratamento eficazes.

• Grupo de risco 4: agentes biológicos que causam doenças graves no homem e

constituem um grave risco para os trabalhadores; podem apresentar um risco


elevado de propagação na coletividade; regra geral, não existem meios de
profilaxia ou de tratamento eficazes.
59

O corpo humano é bastante suscetível a infecções causadas por agentes biológicos,


principalmente por bactérias anaeróbicas. A Figura 37 apresenta um quadro de
doenças causadas por bactérias patogênicas (Pinheiro, 2014).

Figura 37 - Doenças Causadas por Bactérias

Fonte: (Pinheiro, 2014)

No Brasil, os papéis para fins sanitários são dispensados de registro na Agência


Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), sendo que o controle fica sob a
responsabilidade do Fábricante, importador ou distribuidor, os quais, desde 2004,
devem seguir a Norma ABNT NBR 15134-2. Nela encontram-se definidos os ensaios
utilizados na avaliação da qualidade de papéis para fins sanitários e estes ensaios
60

devem estar em conformidade com a Portaria MS-1480/90 do Ministério da Saúde.


Mesmo atendendo a todos estes atributos, a questão da qualidade ainda não está
esclarecida, pois muitas causas de dermatites de contato na região perianal estão
relacionadas com o uso dos papéis higiênicos. As manifestações clínicas variam de
um simples eritema até fissuras e hemorroidas às quais podem associar-se a Candida
albicans e outros fungos (MIYAMARU, 2010).

Miyamaru (2010) realizou um estudo em papéis para fins sanitários onde foram
analisados 65 produtos de diferentes marcas de papéis comercializadas em São
Paulo, que em sua avaliação microbiológica, em 16 amostras analisadas (24,6%),
81,2% apresentaram resultados insatisfatórios devido à presença de população
bacteriana acima do limite máximo permitido de 1000 UFC/g. Foi evidenciada a
presença de bactérias clostrídios sulfito redutores em 6,2% das amostras e a presença
de população bacteriana acima do limite máximo, aliada à de bactérias clostrídios
sulfito redutores em 12,5% destas amostras. Considerando o tipo de papel avaliado,
estes resultados insatisfatórios foram verificados em papéis toalha, lençóis
hospitalares e papéis higiênicos conforme apresentado na Figura 38.

Figura 38- Distribuição das Amostras Insatisfatórias na Avaliação Microbiológica em


Função do Tipo de Papel.

Fonte: Miyamaru (2010)


61

Em complementação às análises microbiológicas definidas pela Norma ABNT NBR


15134/2004, verificou-se a presença de outros microrganismos, conforme
apresentado na Figura 39, em amostras de papel higiênico, papel toalha, lençol
hospitalar e guardanapos. Considerando o tipo de papel, além da presença de Cocos
Gram (+) em todas as amostras analisadas, verificou-se a presença de Citrobacter
spp em 66,7% das amostras de guardanapos; em amostras de papel higiênico,
verificou-se a presença de bactérias esporuladas (22,2%), Citrobacter spp (11,1%),
complexo Burkholderia cepacea (5%) e de Providencia spp (3,7%) e Klebsiella spp
(3,7%); em amostras de papel toalha, evidenciou-se a presença de bactérias
esporuladas (21,4%), Citrobacter spp (14,3%) e Enterobacter spp (3,6%); e em
amostras de lençol hospitalar, foram evidenciadas bactérias esporuladas (14,3%) e
complexo Burkholderia cepacea (14,3%) (MIYAMARU, 2010).

Figura 39 - Microrganismos Detectados nas Amostras de Papéis Analisados.

Fonte: Miyamaru (2010)

De um modo geral, estes microrganismos estão relacionados às infecções em


indivíduos com defesa comprometida, como por exemplo, infecções do aparelho
urinário relacionadas a Klebsiella spp, Providencia spp e cocos ou infecções da pele
associadas à presença de Klebsiella spp e Providencia spp (MIYAMARU, 2010).
62

Gendron et al. (2011), realizou um estudo com o objetivo de determinar a extensão da


contaminação bacteriana de várias marcas de toalha de papel, bem como a isolar e
identificar a comunidade bacteriana cultivável presente nestes produtos comerciais.
Também foi investigada a possível transmissão por contato direto e pelo ar por estas
bactérias contaminantes, durante a utilização de papel, após a lavagem das mãos.

A Tabela 8 apresenta os tipos de papel toalha utilizados, sua composição fibrosa e o


nível de contaminação encontrado.

Tabela 8 - Análise Microbiológica de Papel Toalha

Fonte: Gendron et al. (2011)

Gendron et al. (2011), constatou, em teste laboratorial, que as bactérias foram


facilmente transferidas para luvas de borracha nitrílica descartáveis quando as mãos
foram secas com toalhas de papel. No entanto, não foram encontradas evidências de
ter ocorrido transmissão aérea bacteriana durante a distribuição de toalha de papel.

Gendron et al. (2011), em seu estudo detectou entre 10² e 10⁵ unidades formadoras
de colônias por grama de toalhas de papel não utilizados, que foram isolados a partir
de diferentes tipos de toalhas de papel. As bactérias pertencentes ao gênero Bacillus
foram, de longe, os microrganismos mais abundantes encontrados com 83,0% do
total. Em seguida foram os Paenibacillus com 15,6%, os Exiguobacterium com 1,6%
e Clostridium com 0,01%. Toalhas de papel Fábricadas a partir de fibras recicladas
abrigavam entre 100 a 1000 vezes mais bactérias do que a amostra de pasta de
madeira virgem.
63

A Tabela 9 apresenta os microrganismos isolados de filiação mais próxima quando


comparada com a base de dados GenBank, com a quantidade de diferentes espécies
de bactérias encontradas em cada marca de papel toalha e sua porcentagem de
contaminação geral.

Tabela 9 - Análise das luvas após contato com as amostras de papel toalha

Fonte: Gendron et al. (2011)

Os principais contaminantes microbianos em produtos de papel pertencem aos


gêneros Bacillus, formador de esporos e Paenibacillus, devido à sua elevada
resistência a grande variedade de agentes químicos e físicos. Os esporos de Bacillus
podem sobreviver aos vários procedimentos encontrados na Fábricação do papel.
Vale ressaltar que as toxinas prejudiciais produzidas por algumas espécies de Bacillus
também foram detectados nas fábricas de papel (GENDRON et al, 2011).

As bactérias isoladas neste estudo provavelmente não são as únicas espécies


cultiváveis encontradas em toalhas de papel. Culturas em diferentes condições talvez
possam oferecer uma maior visão sobre a comunidade bacteriana existente nos
papéis toalha. Entretanto, as condições de cultura escolhida neste estudo são
64

amplamente usadas para estudar a maioria das bactérias cultiváveis em amostras


ambientais (GENDRON et al., 2011).

Algumas bactérias gram-positivas (como certos estreptococos) podem penetrar


profundamente nos tecidos, enquanto outras causam danos, produzindo substâncias
venenosas (por exemplo, as toxinas elaboradas pelo Clostridium botulinum). Três
infecções causadas por bactérias gram-positivas são o erisipelóide, a listeriose e o
carbúnculo (antraz) (MERCK, 2014).

A Enterobacteriaceae é um grupo de bactérias que podem causar infecções do


aparelho gastrointestinal e de outros órgãos do corpo. Muitos destes microrganismos
habitam normalmente no aparelho gastrointestinal. O grupo inclui as bactérias
Salmonella, Shigella, Escherichia, Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Proteus,
Morganella, Providencia e Yersinia (MERCK, 2014).

Apesar de a Escherichia coli (E.coli) habitar normalmente o aparelho gastrointestinal,


certas variedades de E. coli podem provocar uma diarréia com sangue, aquosa ou
inflamatória (diarreia do viajante). A bactéria E. coli é também causa frequente de
infecções das vias urinárias e pode infectar a corrente sanguínea, a vesícula biliar, os
pulmões e a pele. Entre os recém-nascidos, a E.coli causa bacteriemia e meningite,
em especial nos prematuros (MERCK, 2014).

As infecções por Pseudomonas são as causadas especialmente pelas Pseudomonas


aeruginosa, que podem infectar o sangue, a pele, os ossos, os ouvidos, os olhos, as
vias urinárias, as válvulas cardíacas e os pulmões. (MERCK, 2014).

O complexo Burkholderia cepacia (CBc) constitui um grupo de microrganismos Gram-


negativos não fermentadores da glicose amplamente encontrados no meio ambiente.
A principal patologia associada às infecções causadas por espécies do CBc é a
"síndrome cepacia", um quadro séptico muito frequente em pacientes com fibrose
cística, caracterizado por um declínio da função pulmonar, com posterior bacteremia
e, em muitos casos, o óbito. Atualmente, o CBc é formado por 17 espécies, as quais
apresentam aproximadamente 95% de similaridade genética, de acordo com estudos
realizados com o sequenciamento do gene recA. (GALES, 2015; LEITE, 2009).
65

O gênero Clostridium compreende várias espécies, algumas relacionadas com


doenças específicas e outras com infecção de diferentes órgãos e tecidos. São bacilos
formadores de esporos gram-positivos. Os clostrídios patogênicos são produtores de
doenças como tétano, botulismo, gangrena gasosa associada a feridas traumáticas e
intoxicação alimentar (RODRIGUES, 2011; CAMPOS, 2013).

Rodrigues (2011), descreve um agrupamento das bactérias anaeróbias estritas,


de importância em patologia humana de acordo com sua morfologia na coloração
de Gram, conforme apresentado na Tabela 10.

Tabela 10 - Agrupamento de bactérias anaeróbias estritas

Fonte: Rodrigues (2011)

Gopal et al. (2015), comentou em seu estudo que bactérias aeróbias formadoras de
esporos, aquelas compreendidas pelos gêneros, Sporosarcina Paenisporosarcina,
Brevibacillus, Paenibacillus, Geobacillus e Bacilos, são uma preocupação especial
quanto a causa de doenças e são capazes de sobreviver ao processo de
pasteurização industrial e formação de biofilmes em tubos e equipamento de aço
inoxidável. Este biofilme, espécie única ou múltipla, tornam-se um reservatório de
microrganismos e o início do cliclo de contaminação. Bactérias formadoras de esporos
são a principal causa de preocupação para os Fábricantes de ingredientes lácteos em
pó e pode ser sub categorizados como sendo termófilas, mesófilos ou psychro
66

tolerante, resistentes a baixa temperatura, em conjunto com as bactérias termófilas


formadoras de esporos tornam-se mais prevalentes no produto final. O Conselho
Americano de Exportação de Produtos Lácteos (Dairy US Export Council) estabeleceu
tolerâncias rígidas para mesófilos (<1000 cfu / g) e esporos termofilicos
(< 500 CFU / g) para lácteos em pó e, consequentemente, a compreensão dos fatores
que levam a sua proliferação e sobrevivência dentro de unidades de transformação e
o necessário controle e redução dos mesmos.

Bactérias formadoras de esporos são organismos gram-positivos que englobam mais


de 200 espécies que são capazes de formar endosporos tornando-os resistentes a
condições extremas, tais como pressão, calor ou frio extremos, secas, fome, biocidas,
e irradiação UV (GOPAL et. al., 2015, apud MOELLER et al., 2008). Bactérias
formadoras de esporos pertencem ao filo Firmicutes, que pode ainda ser divididas em
cinco classes distintas: Bacilo, Clostrídio, Erysipelotrichia, Negativicutes e
Thermolithobacteria (GOPAL et. al., 2015, apud GALPERIN, 2013; ZHANG e LU,
2015). Mesmo com a evolução constante e reclassificações, os Bacilos e o Clostridio
continuam a ser as classes mais dominantes dentro do filo Firmicutes, que
compreende de 16 a 21 famílias, respectivamente (GOPAL et. al., 2015, apud
Galperin, 2013).

Gopal et al. (2015) descreve que o gênero Bacilos é composto por mais de 280
espécies validamente publicados até à data (LPSN – List of prokaryotic names -
www.bacterio.net), a maioria dos membros deste gênero são considerados não-
patogênicos apenas com excessão definitivas para Bacilos anthracis e Bacilos cereus.
No entanto, um estudo mais profundo para o gênero Bacilos, por Jonghe et al. (2010),
demonstrou que, embora outras espécies de Bacillus cereus não têm sido implicados
em casos de envenenamento por alimentos, entretanto ensaios celulares confirmaram
a produção, e funcionalidade das toxinas lábeis ao calor de Bacillus circulans, Bacillus
lentus, Bacillus subtilis (Beattie e Williams, 1999), Bacillus licheniformis (Beattie e
Williams, 1999; Lindsay et al, 2000), Bacillus pumilus (Lindsay et al., 2000), e Bacillus
amyloliquefaciens (Phelps e McKillip, 2002) e toxinas que se assemelham a cereulide
por Bacillus licheniformis (Beattie e Williams, 1999; Salkinoja-Salonen et a.l, 1999;.
Mikkola et al., 2000;. From et al., 2005;. Taylor et al., 2005), Bacillus pumilus
(Suominen et al., 2001; From et al., 2005, 2007), Bacillus amyloliquefaciens (Mikkola
67

et al., 2004, 2007), Bacillus mojavensis (From et al., 2007), Bacillus subtilis (Beattie e
Williams, 1999; From et al., 2005), Bacillus simplex, Bacillus firmus, Bacillus
megaterium (Taylor et al., 2005), Bacillus circulans e Bacillus lentus ( Beattie e
Williams, 1999) .

Mead et al. (1999), desenvolveu um estudo para quantificar o impacto das doenças
de origem alimentar para a saúde nos Estados Unidos, compilando e analisadas
informações de vários sistemas de vigilância e outras fontes. Estimou que doenças
transmitidas por alimentos causam aproximadamente 76 milhões de casos de
doenças, 325.000 internações e 5.000 mortes nos Estados Unidos a cada ano.
Patogénios conhecidos são responsáveis por cerca de 14 milhões de casos de
doenças, 60.000 hospitalizações e 1.800 mortes. Três agentes patogénicos,
Salmonella, Listeria e Toxoplasma, são responsáveis por mais de 1.500 mortes em
cada ano, mais de 75% dessas causadas por agentes patogénicos conhecidos,
enquanto que os agentes desconhecidos representam os restantes 62 milhões de
casos de doenças, 265.000 hospitalizações e 3.200 mortes. A Tabela 11 apresenta
os resultados compilados (MEAD et al., 1999).
68

Tabela 11 - Relação Anual Pessoas Doentes, Hospitalizações e Óbitos


Devido á Bactérias Patogênicas nos EUA

Fonte: Mead et al. (1999)

Na Tabela 12 apresentamos os resultados compilados por Mead et al. (1999), de


forma a apresentar a relação das doenças, hospitalizações e óbitos devido á bactérias
patogênicas nos EUA, entretanto não transmitida por alimentos.
69

Tabela 12 - Relação Anual Pessoas Doentes, Hospitalizações e Óbitos


Devido á Bactérias Patogênicas nos EUA – Não Transmitida por Alimentos

Fonte: Mead et al. (1999)


70

2.9 RECOMENDAÇÕES INTERNACIONAIS

O COE (Conselho Europeu), que através da Comissão de Saúde Pública, estabeleceu


a declaração de política relativa a toalhas e guardanapos de papel tissue para cozinha,
em uso na Europa.

Segundo o COE, alguns produtos de papel tissue, em particular toalhas de cozinha e


guardanapos, às vezes são postas em contato com os alimentos por usuários finais.
Estes produtos apresentam as características típicas de papel de tecido, tais como a
suavidade, a capacidade de absorção elevada e resistência mecânica. Tecidos
toalhas de cozinha e guardanapos de papel (doravante, toalhas de cozinha e
guardanapos) são produtos multifuncionais. Seu principal uso é para fins de higiene e
limpeza, e eles não são especificamente destinados ao contato com produtos
alimentares. O contato com alimentos deve ser limitado e ocasional.

O COE, também estabelece que os papéis toalhas de cozinha e guardanapos, não


devem liberar substâncias que têm um efeito anti-microbiano sobre os géneros
alimentícios e que devem ser de qualidade microbiológica adequada, tendo em conta
a sua utilização, conforme descrito nas orientações.

Papéis toalhas de cozinha e guardanapos podem ser feitos a partir de fibras virgens,
de fibras recicladas, ou a partir de uma mistura de ambos. Seleção de ingredientes
fibrosos devem ser realizadas em conformidade com os princípios enunciados no
capítulo relativo as matérias primas, fibras virgens, fibras recicladas e no capítulo de
boas práticas de Fábricação.

O COE apresenta recomendações específicas para os Fábricantes de toalhas de


cozinha e guardanapos feitos a partir de fibras recicladas, apresentando conselhos
práticos sobre os fatores relevantes para a segurança do produto final. Orienta os
Fábricantes de toalhas de cozinha e guardanapos em rever os seus próprios sistemas
de qualidade, e apresenta normas mínimas que os Fábricantes devem observar e
adaptar-se às suas próprias circunstâncias e necessidades particulares. O escopo é
geral e deve ser alterado, se necessário, para ter em conta os desenvolvimentos na
recolha, seleção e processamento de papel recuperado, melhorias nas técnicas de
análise e maior conhecimento da toxicologia de substâncias químicas.
71

A Tabela 13 apresenta a classificação dos papéis reciclados definida pelo COE.

Tabela 13 - Classificação de papel reciclado do COE-Comite Saúde Publica

Fonte: COE (2004).

As orientações contidas na Tabela 14 indicam alguns processos e procedimentos para


a utilização de aparas como matéria prima para Fábricação de papel, estas
orientações tem como objetivo reduzir ou eliminar a presença de contaminantes no
produto acabado (COE, 2014).
72

Tabela 14 - Tratamento de papel recuperado

Fonte: COE (2004)


73

O COE reconhece que os papéis Fábricados a partir de fibras dos grupos de papel
recuperados diferem no seu potencial de riscos químicos. Os tratamentos de
reciclagem devem ser adequados para combater esses perigos, sem impor restrições
desnecessárias. O uso de reagentes químicos, os efeitos de diluição, juntamente com
tratamentos de água de processo, e controles de temperatura proporcionam alguns
dos meios para alcançar descontaminação química das matérias primas.

A Tabela 15 consolida todas as orientações dirigidas aos produtores de papel de


cozinha e guardanapos, que usam as substâncias de papel recuperado do Grupo 2 e
Grupo 3, segundo a classificação de papel recuperado contida na declaração da
política para papel toalha para cozinha e guardanapos (COE, 2004).

Tabela 15 - Tipo de Aparas e Tratamento Recomendado

Fonte: COE (2004)

Na Declaração de Política relativa a “Toalhas e Guardanapos de Papel Tissue para


Cozinha” (COE, 2004), também apresenta os perigos relacionados com cada etapa
de Fábricação. Para cada etapa de Fábricação tabelas indicam quais riscos podem
ser encontrados, e os meios de prevenção. As tabelas ilustram as boas práticas a
serem implementadas no contexto geral das presentes orientações. Eles indicam
74

elementos típicos que precisam fazer parte de qualquer sistema de gestão de riscos.
Cabe aos Fábricantes analisar e incluir itens adicionais com base na sua própria
análise de risco.

A Tabela 16 apresenta algumas orientações do COE para compra, manuseio,


estocagem de materiais primas fibrosas.

Tabela 16 - Orientações COE - Matérias Primas Fibrosas

Fonte: COE (2004)

A Tabela 17 apresenta algumas orientações do COE para compra, manuseio,


estocagem de materiais primas não fibrosas.
75

Tabela 17 - Orientações COE - Matérias Primas Não Fibrosas

Fonte: COE (2004)

A Tabela 18 apresenta algumas orientações do COE relativos ao processo de


Fábricação.
76

Tabela 18 - Cuidados no Processo de Fábricação

Fonte: COE (2004)


77

A Tabela 19 apresenta algumas orientações do COE relativos as áreas de Fábricação.

Tabela 19 - Cuidados Relativos ás Áreas de Fábricação

Fonte: COE (2004).


78

3 JUSTIFICATIVA

Há muitos trabalhos e estudos relativos aos microrganismos patogênicos e a formação


de “Slime” em máquinas de Fábricação de papel na Europa e nos EUA. Entretanto,
não foram encontrados muitos estudos no Brasil com a mesma preocupação.

Segundo a reportagem da Revista Exame (17/09/2010), o principal órgão de


supervisão de qualidade da China detectou colônias de bactérias em parte do papel
higiênico reciclado, Fábricado no país asiático e destinado à exportação. A
Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena recolheu
amostras de 600 empresas que Fábricam papel higiênico em todas as províncias
chinesas e descobriu que 10% dos produtos não cumpriam os padrões de qualidade.
Concretamente, em 18 casos o problema foi a presença de bactérias nocivas.

Liang Jingyu, funcionário da Administração Geral de Supervisão de Qualidade - China


informa que entre as amostras coletadas não foi encontrado nenhum dos três tipos
mais letais de bactérias que podem estar presentes no papel reciclado, entre eles
E. coli, que causa diarreias com sangramento, e uma cadeia de microrganismos
chamados Estreptococos hemolíticos, que destrói as células brancas (Revista Exame,
2010).

No entanto, em uma segunda análise o órgão detectou quantidades suficientes de


outras bactérias que desqualificam o papel para consumo humano. "Não se pode dizer
que todas elas causem doenças, mas também não são boas", assegurou o funcionário
(Revista Exame, 2010).

Conforme apresentado por Miyamaru (2010) em sua avaliação microbiológica 24,6%


das amostras analisadas apresentaram resultados insatisfatórios, devido à presença
de população bacteriana acima do limite máximo permitido de 1000 UFC/g, e que
deste total aproximadamente 28,5% dos problemas eram em lençóis hospitalares,
25,0% em papéis toalha e aproximadamente 26% em papel higiênico.
79

No estudo piloto desenvolvido por Gendron et al. (2011) constatou-se que uma grande
comunidade de bactérias cultiváveis, incluindo produtores de toxinas, pode ser isolada
a partir de toalhas de papel novas e que podem ser transferidas para os indivíduos
durante a secagem das mãos. Isto pode ter implicações em alguns ambientes
industriais e clínicos, bem como em indivíduos imunocomprometidos.

Pelo apresentado por Miyamaru (2010), na Revista Exame (2010) e Gendron et al.
(2011) ficou claro que existe a exposição do ser humano a agentes patogênicos
durante a Fábricação e a utilização de papel “tissue”.

Foi constatado em todos os estudos realizados nas máquinas de Fábricação de papel,


que a presença de microrganismos patogênicos detectados na Europa e USA,
também foram detectados no Brasil. Ficou bem clararamente apresentado por
Miyamaru (2010) que existem microrganismos patogênicos nos papéis “tissue”
Fábricados no Brasil e Gendron et al. (2011) demonstrou em seu estudo que a
contaminação microbiológica presente no papel “tissue” pode ser transmitida para o
ser humano.

É necessário considerar que as Prefeituras e Orgãos Governamentais devem


estabelecer em seus pregões, que os papéis para uso sanitário, hospitares e
alimentícios devam apresentar laudos laboratoriais de análises microbiológicas dos
lotes de Fábricação do produto final.

Empresas que produzam produtos para sanitários, hospitalares e alimentícios devam


ser monitoradas periódicamente, não somente por meio de análises microbiológicas.
Mas, também controlando as matérias primas utilizadas que podem ser perigosas a
saúde humana, em toda a sua cadeia de produção, ou seja, desde a coleta de aparas,
o beneficiamento das matérias primas, Fábricação dos produtos, águas e resíduos
gerados e a utilização do produto final, pois existe uma exposição do ser humano á
agentes patogênicos.
80

4 MÉTODO

A parte experimental deste trabalho foi executada nos laboratórios de microbiologia


da empresa BCQ Análises Biológicas com Certificado de acreditação INMETRO,
Licença de funcionamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e
Habilitação no REBLAS.

As amostras de papel “tissue” foram coletadas diretamente em supermercados da


cidade de Mogi das Cruzes, em embalagens lacradas dos próprios Fábricantes. Por
uma questão de sigilo, para não expor os Fábricantes, as amostras foram identificadas
por siglas, sendo encaminhadas diretamente ao laboratório com fichas de controle,
conforme procedimento padrão do Laboratório BCQ.

Frente a dificuldade logística de coletar as amostras de águas do processo de


Fábricação de papel “tissue” dos mesmos Fábricantes das amostras de papel “tissue”
coletadas no mercado, decidimos obter amostras distintas de outros Fábricantes.
Dessa forma, poderíamos constatar a presença de bactérias patogênicas no processo
de Fábricação e no produto final, obtendo assim uma possível indicação da origem.

A maneira mais prática e menos onerosa de obter estas análises de água foi através
das empresas de tratamento microbiológico de máquinas de papel “tissue” ou dos
próprios Fábricantes que fazem rotineiramente estas análises. Foram estabelecidos
contatos com algumas dessas empresas, sendo que alguns laboratórios contatados
não dispunham desta análise ou não quiseram cede-las. Entretanto, uma empresa
Fábricante de papel “tissue” disponibilizou algumas análises de águas de processo de
Fábricação.

As análises foram realizadas, nas amostras de papéis “tissue”, conforme metodologia


MS-1480 do Ministério da Saúde e as águas de processo de papel “tissue” foram
analisadas de acordo com os procedimentos preconizados pela Farmacopéia
Brasileira (ANVISA, 5.ed.).
81

4.1 COLETA E PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS DE PAPEL E ÁGUA

A avaliação qualitativa e quantitativa dos microrganismos presentes no meio aquoso


das máquinas e no produto final produzido, especificamente em papel “tissue”, foi feita
por plaqueamento convencional. Os ensaios foram baseados na análise
Microbiológica Completa, conforme Portaria MS nº 1480 (1991) e conforme
procedimentos da Farmacopeia Brasileira (ANVISA, 5.ed.).

Foram coletadas nove amostras de papel “tissue”, sendo seis amostras de papel
higiênico e três de papel toalha. Algumas análises de papel “tissue” tipo papel
higiênico foram realizadas e disponibilizadas pela DAG Química e Solenis.

As amostras do circuito de água foram fornecidas por uma empresa de Fábricante


papel “tissue” do estado de São Paulo. Estas amostras foram coletadas em sacos
plásticos esterilizados com sistema de fecho hermético para evitar contaminação. Os
procedimentos de coleta, conservação e análise seguiram a padronização dos
laboratórios. As amostras foram enviadas no mesmo dia para o laboratório de análise
de microrganismos, onde as amostras foram homogeneizadas em água estéril e
difundidas em meio Agar de contagem em placa. Agar de amido-nutriente e TSA,
sendo obtidas culturas puras após repetidas estrias sobre a respectiva mídia, sendo
posteriormente quantificadas e identificadas.

4.2 COLETA DAS AMOSTRAS

4.2.1 Amostras de Papel “Tissue”

As amostras de papel “tissue” identificadas de P1 até P9, foram coletadas diretamente


em supermercados da cidade de Mogi das Cruzes, nas embalagens próprias dos
Fábricantes. Tomamos o cuidado de coletar amostras por Fábricantes e não por
marcas, pois os Fábricantes possuem muitos produtos e marcas. As amostras de
papel “tissue” identificadas de P10 até P21 foram fornecidas pela DAG Química e pela
Solenis. Por uma questão de sigilo para não expor os Fábricantes, as amostras foram
82

identificadas por siglas, sendo encaminhadas diretamente ao laboratório com fichas


de controle, conforme procedimento padrão do Laboratório BCQ.

Nas amostras de papéis “tissue” foram analisadas a contagem de bactérias Mesófilas,


S. aureus, P. aerruginosa, E. Coli e Clostrídios Sulfito Redutores, conforme Portaria
MS-1480 - ANEXO I.

4.2.2 Amostras de Água de Processo

Amostras de águas do processo de Fábricação de papel foram obtidas junto a uma


empresa Fábricante de papel “tissue”. Nas amostras de água foram analisadas a
contagem total, gênero e espécie de bactérias, total e gênero de bolores e leveduras,
conforme padronização ANVISA (Farmacopeia Brasileira – 5.ed.) - ANEXO II.

4.3 APRESENTAÇÃO DAS AMOSTRAS

A Tabela 20 apresenta as amostras coletadas de Papel “Tissue” (higiênico e toalha)


coletados em pontos de venda na cidade de Mogi das Cruzes, no Estado de São
Paulo.
Tabela 20 - Identificação das Amostras
83

Na Tabela 21 é apresentada a composição fibrosa de cada amostra coletada e


identificada na Tabela 20.

Tabela 21 - Composição Fibrosa das Amostras

N.E. – Não Especificado.

A Tabela 22 apresenta o tratamento microbiológico utilizado nas máquinas de papel


referente as amostras coletas na Tabela 20.
84

Tabela 22 - Tratamento Microbiológico nas Máquinas de Papel

N.E. – Não Especificado.

A Tabela 23 apresenta as amostras coletadas de Água de Processo coletadas nas


Máquinas de Fábricação de Papel “Tissue”, no Estado de São Paulo.

Tabela 23 - Identificação das águas de processo e o tratamento microbiológico


85

4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para analisar os resultados foi utilizado o método estatístico do Qui-Quadrado.

4.4.1 Definição

O método Qui-Quadrado, simbolizado por (Χ²) é um teste de hipóteses que se destina


a encontrar um valor da dispersão para duas variáveis nominais, avaliando a
associação existente entre variáveis qualitativas. É um teste não paramétrico, ou seja,
não depende dos parâmetros populacionais, como média e variância. O princípio
básico deste método é comparar proporções, isto é, as possíveis divergências entre
as frequências observadas e esperadas para um certo evento. Evidentemente, pode-
se dizer que dois grupos se comportam de forma semelhante se as diferenças entre
as frequências observadas e as esperadas em cada categoria forem muito pequenas,
próximas a zero (CONTI, 2009 e BALESTRASSI, 2007).

Hipóteses consideradas:

• H0 = (Χ²E < Χ²T) = Os resultados obtidos independem do estudo, ou seja, fonte


das amostras, quantidade das amostras, laboratório de análise e metodologia.

• H1 = (Χ²E > Χ²T) = Os resultados obtidos dependem do estudo realizado, ou seja,


fonte das amostras, quantidade das amostras, laboratório de análise e
metodologia.

Apresentamos a seguir a fórmula de cálculo do Qui-Quadrado.


86

4.4.2 Procedimento

É necessário obter duas estatísticas denominadas qui-quadrado Χ²E (calculado) e o


Χ²T (tabelado). Assim, o Χ²E é obtido a partir dos dados experimentais, levando-se em
consideração os valores observados e os esperados, tendo em vista a hipótese. Já o
Χ²T depende do número de graus de liberdade e do nível de significância adotado.

A tomada de decisão é feita comparando-se os dois valores de Χ²:

• Se Χ²E ≥ Χ²T: Rejeita-se Ho.


• Se Χ²E < Χ²T: Aceita-se Ho.

Quando se consulta a tabela de Χ² observa-se que é determinada uma probabilidade


de ocorrência daquele acontecimento.

O nível de significância (alfa) representa a máxima probabilidade de erro que se tem


ao rejeitar uma hipótese.

O número de graus de liberdade, nesse caso é assim calculado:

A Tabela 24 apresenta a distribuição do Qui-Quadrado.


87

Tabela 24 - Distribuição de Qui-Quadrado

Fonte: Velarde (2015)


88

5 RESULTADOS

Na Tabela 25 são apresentados os resultados das análises microbiológicas, conforme


MS-1480, realizadas nas amostras de papéis coletadas conforme a descrição na
Tabela 20.

Tabela 25 - Resultados das Análises Microbiológicas dos Papéis


89

Na Tabela 26 são apresentados os resultados das análises microbiológicas das


amostras de água descritas na Tabela 23, conforme Farmacopéia Brasileira.

Tabela 26 - Resultado das Análise das Águas de Processo

A Tabela 27 apresenta os parâmetros de controle para níveis aceitáveis de


contaminação para papéis “tissue”.

Tabela 27 – Níveis Aceitáveis de Contaminação – MS-1480


90

O estudo desenvolvido por Miyamaru (2010) em sua avaliação microbiológica


observou que 16 amostras das 65 analisadas apresentaram resultados insatisfatórios.
Considerando apenas os resultados obtidos para os papéis toalha e higiênico,
excluindo-se as amostras de lenços hospitalares, deste total aproximadamente 25,0%
eram relativas as amostras de papéis toalha e 26% de papel higiênico, ou seja, 8
amostras coletadas. Os dados de Miyamaru (2010) estão identificados como Estudo
A e os dados coletados neste estudo estão identificados como Estudo B.

A Tabela 28 apresenta os resultados obtidos entre as análises dos estudos A e B,


desconsideramos as amostras de papel hospitalar, excluindo as 8 amostras no total
de amostras analisadas.

Tabela 28 – Matriz dos Resultados das Análises por Estudo

Apresentamos a seguir a Fórmula de Cálculo do Qui-Quadrado.

Substituindo-se os valores temos as seguintes frequências esperadas:


91

Calculando-se os valores de Qui-Quadrado temos:

Tomando-se o Valor de Qui-Quadrado na Tabela, temos:

Conclui-se que como Χ²E< Χ²T, ou seja, o valor de Qui-Quadrado Experimental é


inferior ao Teórico, logo a Ho é válida, ou seja:

H0 = Os resultados obtidos independem do estudo, ou seja, fonte das


amostras, quantidade das amostras, laboratório de análise e metodologia.

Os resultados obtidos neste estudo indicam que as amostras de papel higiênico e


toalha apresentam contaminação microbiológica, e estão compatíveis aos resultados
apresentados pelos estudos de Miyamaru (2010) e por Gendron et al. (2011),
evidenciando que as amostras de papel higiênico e toalha apresentam contaminação
microbiológica acima dos parâmetros de controle estabelecidos pela Norma e podem
acarretar contaminação de seres humanos, conforme apresentado Tabela 29.
92

Tabela 29 - Comparativo Estudos Miyamaru e Gendron

Os resultados e conclusões obtidas por Miyamaru (2010) e por Gendron et al. (2011)
constataram a presença de bactérias patogênicas Gram-Positivas (forma genérica),
Bacillus, Clostridium e outras bactérias, que teoricamente não seriam resistentes ao
processo de Fábricação de papel.

Ficou claro também nos resultados das análises de papéis “tissue” apresentados na
Tabela 25, onde se observa a presença de patogênicas, Clostridium sp e na
Tabela 26 onde são apresentados os resultados das análises de água de processo de
máquinas “tissue”, observamos a presença se Coliformes Fecais e Coliformes Totais.

Observa-se também na Tabela 21, que a maioria dos papéis coletados embora
utilizem fibras recicladas, os mesmos devem ser Fábricados a partir de aparas
brancas de boa qualidade de pré-consumo, pois os papéis são da cor branca. Caso
utilizem aparas de pior qualidade, as mesmas devem ser tratadas em uma central de
aparas com sistema de destintamento. Apenas as amostras P6 apresenta cor creme
e a mostra P9 apresenta a cor cinza, indicando que utilizam uma apara de pior
qualidade. Inclusive a amostra P9 apresentou a maior contagem de bactérias
aeróbicas mesófilas, com um total de 2080 u.f.c/g, acima do permitido pela MS-1480.
93

Observando os resultados das análises laboratoriais efetuadas nas amostras de papel


“tissue”, apresentadas na Tabela 25, se constata a presença de bactérias
patogênicas, Clostridium sp e Clostridios sulfitoredutores, nas amostras P19, P20 e
P21, mesmo com a dosagem de 30 Kg de peróxido de hidrogênio por tonelada de
papel Fábricado. Este nível de dosagem de peróxido de hidrogênio é bastante alto,
capaz de reduzir substancialmente o nível de contagem de micro-organismos na
máquina de papel.

A amostra P9 da Tabela 25 tem alta contagem de bactérias aeróbicas mesófilas 2080


u.f.c/g enquanto o aceito é 1000 u.f.c/g. Observa-se também que existem valores de
contagem de bactérias aeróbicas mesófilas variando de 10 u.f.c/g até 510 u.f.c/g.
Segundo Smith (1946) as bactérias aeróbicas mesófilas são formadoras de esporos
resistentes à temperatura, os quais podem causar a deterioração dos alimentos e
outros materiais e podem ser encontrados no ambiente clínico hospitalar, onde se
suspeita estarem associados a determinadas condições patológicas. Smith (1946)
menciona ter estudado mais de 621 culturas de bactérias aeróbicas mesófilas, das
quais 363 tem nomes específicos e 258 não tem nomes definidos. Smith (1946)
classificou as bactérias aeróbicas mesófilas, formadoras de esporos, em 3 grupos
apresentados na Tabela 30.

Tabela 30 - Agrupamento de bactérias aeróbicas mesófilas.

Fonte: Smith (1946)


94

As amostras P14, P15, P16 e P17 na Tabela 25 possuem contagem de bactérias


aeróbicas mesófilas inferiores a 10 u.f.c/g, pois utilizam 100% de celulose branqueada
virgem. Enquanto que as demais amostras apresentam maiores contagem e são
Fábricadas a partir de aparas recicladas, inclusive as amostras P18, P19 e P20, onde
foram detectadas bactérias patogênicas são utilizadas aparas recicladas brancas tipo
I, II e III.

Os resultados das análises efetuadas nas amostras de águas, apresentadas na


Tabela 26, apontam claramente o aparecimento de alta contagem de bactérias
patogênicas, bactérias coliformes fecais e totais, em amostras coletadas em períodos
distintos, como pode ser observado nas datas de coleta das amostras. O tratamento
com cloro líquido e a manutenção de cloro residual não foi suficiente para eliminar
estas bactérias patogênicas. Também devemos considerar que neste processo
estavam sendo utilizadas aparas provavelmente contaminadas, conforme detectado
pelo Fábricante.

Embora estas amostras estejam limitadas a uma pequena população de produtos e


Fábricantes, foi constatado que 19% das 21 amostras de papéis analisadas,
apresentavam níveis de contaminação superiores aos preconizados pela portaria MS-
1480.
95

6 DISCUSSÃO

Confirmando todos os resultados de estudos e pesquisas desenvolvidas nos USA e


Europa, em máquinas de papéis, os estudos realizados em papéis “tissue” por
Miyamaru (2010), por Gendron et al. (2011) e neste trabalho foi constatada a presença
de bactérias patogênicas Gram-Positivas (forma genérica), Bacillus, Clostridium e
outras bactérias, que teoricamente não seriam resistentes ao processo de Fábricação
de papel.

Lalande et al. (2014) constatou a existência de bactérias patogênicas nos fardos de


aparas coletados no mercado e para reciclagem em processo de Fábricação de papel.

Gendron et al. (2011), também demonstrou em seu estudo, que a as bactérias


patogênicas existentes nas toalhas de papel são transmitidas para as mãos das
pessoas.

Gopal et al. (2015), demonstrou que outras espécies de Bacilos, consideradas não
patogênicas, produzem toxinas, que podem ocasionar doenças aos seres humanos.
A eliminação destas bactérias durante a Fábricação do papel não elimina a presença
das toxinas, devendo, portanto, ser controlada a introdução destes microrganismos
no processo da Fábricação de papel.

Foi constatado que os papéis “tissue” Fábricados a partir de celulose branqueada,


pasta virgem, apresentam baixos índices de bactérias Aeróbicas Mesófilas e não
acusam a presença de bactérias patogênicas Escherichia coli, Pseudomonas
aeruginosa, Staphylococcus aureus, Clostridium sp e Clostridios sulfitorredutores,
conforme procedimento recomendado pela MS-1480.

Neste trabalho foi observado, pelas análises realizadas, que 19% das amostras
coletadas estavam acima dos parâmetros estabelecidos pela MS-1480. Isto é,
insatisfatórias para comercialização devido à presença de Bactérias mesófilas acima
de 1000 UFC/ml e de Clostridium sp e Clostrídios sulfitorredutoras.
96

Os resultados obtidos neste trabalho indicaram a presença de Coliformes Fecais e


Coliformes Totais em águas de processo da máquina de papel “tissue”, gerando uma
grande preocupação na gerência de Fábricação, a qual passou a analisar as possíveis
causas da contaminação. Foi detectado que a contaminação era proveniente de
aparas de papel ondulado marrom coletadas junto a supermercados, que eram
originárias de embalagens de carnes, que se apresentavam cheias de suco de carne.

Ficou comprovado que existe a exposição do ser humano á agentes patogênicos


durante a Fábricação e a utilização de papel “tissue”. Portanto, as empresas devem
monitorar-se periodicamente, por meio de análises microbiológicas, toda sua cadeia
de produção, ou seja, desde a coleta de aparas, o beneficiamento das matérias
primas, a Fábricação dos produtos, as águas, os resíduos gerados e principalmente o
produto final.

Um Fábricante de papel cartão, com foco no mercado de embalagens para alimentos,


desativou a linha de tratamento de aparas, para garantir a qualidade final do produto,
eliminando assim a contaminação microbiológica proveniente das aparas.

Que o manuseio e estocagem das aparas devem ser melhor controlado, inclusive
protegendo-os de agentes contaminantes, evitando que estas aparas sejam
contaminadas por animais terrestres e voadores, sendo que o mesmo cuidado deve
ser tomado com celulose virgem.

É esperado que as empresas com grande desenvolvimento tecnológico e em grandes


centros populacionais, com maiores investimentos financeiros que podem garantir a
aquisição de melhores matérias primas, melhores tratamentos microbiológicos,
podem ter melhores condições de tratar estas aparas e consequentemente reduzir o
nível de contaminação tanto química como biológica. Entretanto, estes produtos
também devem ter uma destinação específica que não venha a prejudicar a saúde
humana. Em contrapartida, estados e indústrias desprovidos de recursos suficientes,
promovem a contaminação, que terá um maior impacto a saúde humana, tanto na
linha de frente de coleta das aparas, como de funcionários das associações, de
aparistas, de funcionários nas fábricas de papel e nos consumidores finais.
97

Em licitações de muitas prefeituras no estado de São Paulo, que adquirem papéis


sanitários para postos de saúde, creches, escolas e escritórios, não solicitam uma
análise mais profunda da qualidade dos papéis sanitários a serem adquiridos. São
mencionadas algumas normas, apresentadas na Tabela 31, e alguns padrões.
Entretanto, nenhuma delas solicita ou especifica claramente análises para verificação
do grau de contaminação. (P.M. BOITUVA, 2014; P.M. LEME, 2014; P.M. IBIRITÉ,
2012; P.M. ITATIBA,2013; P.M. SÃO CARLOS, 2012; P.M. SÃO PAULO, 2012;
P.M. VALINHOS, 2013).

Tabela 31 - Normas citadas nas especificações das


Prefeituras Municipais.

As empresas que produzem produtos para higiene hospitalar e alimentícios devem


ser monitoradas periodicamente. Devem possuir uma certificação independente para
assegurar a qualidade, garantindo assim, que em sua cadeia de produção, desde a
98

coleta de aparas, o beneficiamento das matérias primas, a Fábricação dos produtos,


as águas e resíduos gerados até a utilização do produto final não exista uma
exposição do ser humano aos agentes patogênicos e aos produtos químicos
prejudiciais à saúde e também ao meio ambiente.

Para tal, os relatórios das Comissões Europeias do COE pode ser referência para
início da elaboração de um documento mais completo e que estabeleça critérios de
boas práticas e recomendações para preservação do meio ambiente e da saúde
humana.
99

7 CONCLUSÕES

Na análise de papéis “tissue” (higiênico, toalha e guardanapos), em amostras


coletadas no Estado de São Paulo, Fábricadas tanto dentro como de fora do estado,
foi encontrada a presença de bactérias patogênicas, de acordo com procedimento da
MS-1480. Algumas destas amostras foram Fábricadas em máquinas que possuem
monitoramento e tratamento microbiológico.

Pode-se concluir que as altas temperaturas de secagem na máquina de papel e o


rápido tempo de contato da folha com os cilindros secadores são insuficientes para
promover a descontaminação do papel, inviabilizando uma possível esterilização da
folha de papel.

De acordo com os estudos realizados e resultados apresentados, conclui-se que deva


ser feita uma análise dos parâmetros de controle e que há a necessidade de revisão
das normas MS-1480, da ABNT-NBR 15134 e de novas recomendações para os
processos de reciclagem e de produção de papel, os quais não conseguem detectar,
caracterizar e estabelecer procedimentos de controle para evitar a possível
contaminação humana. Pois os microrganismos aceitos dentro dos parâmetros
estabelecidos pela MS-1480, podem produzir toxinas que podem causar problemas a
saúde humana.

A ABNT NBR 15483 e a MS-1480 não mencionam ou estabelecem critérios para o


controle da contaminação química ou microbiológica, tanto para matérias primas
utilizadas, águas e no processo de Fábricação. Também não informa que
determinados tipos de papéis, como os utilizados em usos sanitários, hospitalares e
alimentícios, somente podem utilizar determinados tipos de aparas ou determinados
processos para o beneficiamento destas aparas. Por exemplo, o COE possuiu uma
política específica para papéis toalha para utilização em cozinhas e guardanapos.
100

Não existe uma recomendação que a embalagem do produto especifique claramente


a composição fibrosa do produto e os químicos principais utilizados na Fábricação. O
COE possuiu uma política específica para papéis toalha para utilização em cozinhas
e guardanapos.

As Prefeituras e órgãos governamentais deveriam estabelecer critérios melhor


definidos em seus padrões para aquisição de papéis para uso sanitário e hospitalar.
De modo que esses produtos sejam adquiridos de empresas que possuam um
controle apurado do processo de Fábricação, desde a compra das matérias primas
até a entrega do produto final.

Dessa forma, acredita-se que deva ser concebida uma estratégia para coleta,
armazenamento e reutilização de aparas de papéis, com a meta de reduzir o impacto
ao meio ambiente. E, também atuando de forma que não acarrete problemas à saúde
humana.

Portanto, reitera-se que um estudo com maior profundidade e abrangência deva ser
feito, para realmente identificar a melhor forma de utilização de materiais reciclados,
bem como controlar e obter produtos para utilização humana, nas mais variadas
atividades diárias, que sejam mais seguros para a saúde humana.

Pelo apresentado neste estudo ficou claro que existe a exposição do ser humano á
agentes patogênicos durante a Fábricação e a utilização de papel “tissue” e que as
empresas devem monitorar-se periodicamente, por meio de análises microbiológicas,
em sua cadeia de produção, ou seja, desde a coleta de aparas, o beneficiamento das
matérias primas, a Fábricação dos produtos, a águas e resíduos gerados e
principalmente o produto final.
101

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109

ANEXO A - AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA


Portaria MS- 1480
110

1.0 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA – Portaria MS- 1480 .

As amostras colhidas de papel serão homogeneizados


em água estéril (1g/5 ml) e difundidas em placas de encubação em meio agar,
agar de amido-nutriente e meio TSA (Agar Tripnona de Soja). O meio TSA é
um meio de cultura, não seletivo onde crescem diversas bactérias, rico em
triptona e peptona, fonte de carboidratos, proteínas e lipídios para o
desenvolvimento dos microorganismos.

1.1 CAPACIDADE DE GERMINAÇÃO DOS MEIOS DE CULTURA

Incubar os seguintes microrganismos, em tubos contendo caldo de caseína so-


ja: Staphylococcus aureus ATCC 6538 P ou ATCC 6538, Bacillus subitilis ATCC
6633, Escherichia coli ATCC 8739, por 18 h a 24 h, a 30º-35ºC e Candida albi-
cans ATCC 10231 ou 2091, por 48 h, a 20ºC-25ºC.

Diluir cada cultura em tampão fosfato pH 7,2, de modo a obter 100 células/ml e
empregar o inoculo dos microrganismos separadamente, como controle dos
meios de cultura utilizados.
1.2 MATERIAL E APARELHAGEM.

• Pipetas graduadas de 1 ml, 2 ml, 10 ml e 20 ml, estéreis


• Erlenmeyers, balões de vidro e beckers, estéreis.
• Placas de petri de 20 mm x 100 mm, estéreis.
• Bastões de vidro, estéreis.
• Tubos de ensaio, estéreis.
• Panos de gaze, estéreis.
• Pinças, tesouras, bisturis, lâminas e espátulas, estéreis.
• Balança analítica, com sensibilidade para 0,01 g
• Estufas reguladas a 20ºc-25ºc e a 30ºc-35ºc.
111

• Jarras para anaerobiose, envelopes geradores de atmosfera anaeróbica,


e indicadores.
• Sistema de vela para microerofilia ou envelopes geradores de atmosfera
microerófila.

1.3 MEIOS DE CULTURA E SOLUÇÕES.

• Caldo Sabouraud-dexirose.
• Caldo de caseína-soja.
• Caldo lactosado.
• Caldo tioglicolato 135 C ou Meio “Cooked Meat”, fervido por 10 min
antes de sua utilização e esfriado imediatamente ou caldo de infusão de
cérebro e coração pré-reduzido (BHI).
• Ágar batata-dextrose ou Ágar Sabouraud-dextrose.
• Ágar sultito-polimixina-sulfadiazina (Ágar de Angelotti).
• Ágar macconkey.
• Ágar manitol-sal ou Ágar Vogel-Johnson ou Ágar Baird-Parker.
• Ágar cetrimida.
• Ágar de caseína-soja.
• Meio de cultura para provas de identificação microbiana.
• Tampão fosfato de sódio, pH 7,2.

1.4 REAGENTES

• Tween 80 (Polisorbato 80)


• Álcool etílico a 70º
• Plasma liofilizado de coelho com EDTA, para prova de coagulase.
• Soluções para coloração pelo método de Gram
• Soluções necessárias, segundo os meios de cultura utilizados nas
provas bioquímicas.
• Solução de cloridrato de tetrametil-p-fenilenodiamino a 0,5%, para teste
da oxidase.
• Parafina estéril
112

1.5 MANIPULAÇÃO DA AMOSTRA

A manipulação das amostras, para análise microbiológica, deverá seguir ás


seguintes recomendações:

• Analisar as amostras o mais cedo possível, após a chegada ao laboratório;


se for necessário estocá-las, é recomendada a temperatura ambiente;
• Inspecionar as amostras cuidadosamente, antes de abri-las, verificando
irregularidades em suas embalagens;
• Desinfetar a embalagem individual da amostra, com gaze estéril embe-
bida em um desinfetante que não ataque o material de embalagem;
• Para a análise microbiológica, é preciso utilizar uma porção
representativa da amostra, não inferior a 10 g;
• Se houver necessidade de análises múltiplas, isto é, microbiana, toxi-
cológica e química, a sub amostra para o exame microbiológico deverá
ser retirada em primeiro lugar.

1.6 PREPARAÇÃO DA AMOSTRA

No preparo da amostra a ser ensaiada, não deverá ocorrer alteração do


número e tipo de microrganismos originalmente presentes.

A amostra deverá ser removida assepticamente, pesando-se 10 g num becker


estéril, para cada um dos ensaios descritos a seguir.

Pode-se utilizar um pequeno volume de um agente emulsificante estéril,


como o polisorbato 80, no preparo da suspensão.
113

1.7 CONTAGEM TOTAL DE MICRORGANISMOS AERÓBIOS

Utilizar o método de contagem em placa. Suspender 10 g da amostra em


tampão fosfato pH 7,2 ou caldo de caseína-soja de modo a obter um volume
final de 100 ml.

1.7.1 Método de Contagem em Placa

Diluir a suspensão, de modo a obter uma contagem entre 30 colônias e 300


colônias. Pipetar 1 ml de cada diluição em placas de Petri, em duplicata.
Acrescentar 15 ml a 20 ml de ágar de caseína-soja, previamente fundidos e
esfriados à aproximadamente 45ºC. Misturar a amostra com o meio de cultura,
com movimentos rotatórios. Deixar solidificar a temperatura ambiente e incubar
a 30ºC-35ºC, por 48 h a 72 h. Se não forem observadas colônias microbianas a
partir das placas representativas da diluição de 1:10, expressar os resultados
como “menor que 10 ufc/g de amostra”.

1.8 IDENTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS.

1.8.1 Teste para “Staphylococcus Aureus” e “Pseudômonas Aeruginosa”

Acrescentar, à amostra, caldo de caseína-soja, para completar o volume de 100


ml. Incubar por 24 h a 48 h, a 30ºC-35ºC. Se houver evidência de crescimento,
com o auxílio de uma alça bacteriológica, semear a superfície de uma placa
com ágar Vogel-Johnson e de uma placa com ágar cetrimida. Incubar as placas
a 30ºC-35ºC, por 24 h a 48 h. Se, ao final do período de incubação, não forem
observadas colônias típicas de “Staphylococcus aureus” e “Pseudômonas
aeruginosas” a amostra deve ser considerada isenta de contaminação por ess-
es microrganismos. Veja características das colônias no Quadro II.
114

1.8.2 Teste da Coagulase para “Staphylococcus Aureus”

Inocular pequena quantidade, do crescimento em ágar, em 0,2 ml de caldo BHI.


Incubar por 18 h a 24 h, a 35ºC. Acrescentar 0,5 ml de coagulase plasmática de
coelho reconstituída (com EDTA) e homogeneizar. Incubar a 35ºC e observar.
As cepas que produzem coagulase, fracamente, podem requerer mais 24 h de
incubação, para que a formação do coágulo se torne evidente. Controles posi-
tivos e negativos deverão ser utilizados. Se não for observado nenhum grau de
coagulação, a amostra satisfaz as exigências do teste para ausência de
“Staphylococuus aureus”. Veja características das colônias no Quadro III.
115

1.8.3 Teste da Oxidase de Pigmentos Para “Pseudômonas Aeruginosas”

Com o auxílio de uma alça bacteriológica, inocular colônias suspeitas, a partir


de ágar cetrimida, na superfície de placas com os meios ágar para detecção de
fluoresceína, e ágar para Pseudômonas, para detecção de piocianina. Incubar
a 35ºC, por um período de tempo não inferior a 3 (três) dias.

Examinar as estrias de crescimento à luz ultravioleta, observando as caracterís-


ticas descritas no Quadro III. Submeter o crescimento suspeito ao teste da oxi-
dase. Se o teste for negativo, a amostra satisfaz as exigências para ausência
de “Pseudômonas aeruginosa”.

Se necessário, e para as cepas de “Pseudômonas aeruginosa”


apiocianogênicas, outros testes serão necessários para a sua caractrerização.

1.8.4 Testes Para “Escherichia Coli”

Acrescentar, à amostra, caldo lactosado, de modo a obter um volume final de


100 ml. Incubar por 24 h a 48 h, a 30ºC-35ºC. Se houver evidência de
crescimento, com o auxílio de uma alça bacteriológica, inocular uma placa de
ágar MacConkey. Incubar por 24 h a 48 H, a 30ºC-35ºC. Se houver colônias
sugestivas da presença de “Escherichia coli”, semear uma placa com ágar
levine – Eosina-Azul de Metileno. Se não houver colônias com o brilho metálico
característico e um aspecto negro-azulado, a amostra satisfaz as exigências
para ausência de “Escherichia coli”.

A presença de “Escherichia Coli” poderá ser confirmada por testes bioquímicos


adicionais. Para características de “Escherichia Coli”, em Ágar MacConkey, ve-
ja Quadro IV.
116

1.8.5 Clostrídios sp

Transferir 1 ml da preparação da amostra para 90 ml de caldo tioglicolato 135C


ou caldo BHI com extrato de levedura pré-reduzido, em caldo “cooked meat”.
Incubar por 48 h a 30ºC-35ºC, em ambiente de anaerobiose, exceto o caldo
BHI pré-reduzido.

Semear com alça bacteriológica, a partir dos caldos que se mostrarem turvos,
placas de ágar para anaeróbios e incubar por 48 h, a 35ºC, em ambiente de
anaerobiose. Isolar as colônias diferentes para tubos contendo BHI pré-
reduzido ou caldo tioglicolato 135 C, ou caldo “cooked meat”. Incubar, conforme
recomendado acima. Todos os caldos que apresentarem crescimento, deverão
ser submetidos aos seguintes testes:

• Coloração de Gram (evidência de pureza de cultivo e morfologia


compatível com o gênero “Clostrídium”);
• Tipo de respiração;
• Termo resistência

O tipo de respiração será determinado semeando-se o crescimento de cada


tubo BHI em 3 placas, contendo ágar para anaeróbios. Incubar uma placa em
anaerobiose, por 48 h, a 35ºC, uma placa em microaerofilia por 48 h, a 35ºC,
e uma placa em aerobiose, por 24 h, a 35ºC.

A termo resistência será estabelecida semeando-se 0,1 ml dos crescimentos


em BHI, em tubos contendo caldo BHI pré-reduzido ou tioglicolato 135 C, ou
117

caldo “cooked meat” e submetendo-se à temperatura de 80ºC, durante 15min.


Em seguida, incubá-los, conforme recomendação descrita anteriormente.
Paralelamente, incubar um controle positivo não submetido à prova de
resistência.

Findo o período de incubação, observar o crescimento de cada placa nos


diferentes sistemas e caracterizar a presença, ou não, de microrganismos
anaeróbios, no produto.

Se positivo, proceder à coloração pelo Gram e ao teste da catalase. Da mesma


forma, observar os tubos de BHI, submetidos a termo-resistência. Se houver
evidência de crescimento, pesquisar a presença de esporos, pelo método de
coloração de Gram.

1.8.6 Clostrídios sulfito redutores

Suspender 10 g da amostra em tampão fosfato (pH 7,2) ou caldo caseína soja,


de modo a obter um volume final de 100 ml. Inocular 50 ml da diluição em 50ml
de caldo tioglicolato de dupla concentração, com 0,02% de azida sódica,
previamente aquecido por 10 min em banho-maria a 100ºC e resfriar. Cobrir
com parafina estéril e incubar durante 48 h a 35ºC.

Colocar alíquotas de 0,1ml desses cultivos em tubos estéreis, cobrir com ágar
SPS fundido e resfriado a 40ºC. Cobrir com parafina estéril e incubar durante
72 h, a 37ºC.

O desenvolvimento de colônias de cor preta indica a presença de Clostrí-


dios Sulfito redutores.
118

ANEXO B - AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA


Farmacopéia Brasileira (5° Edição)
119

1.0 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA – Farmacopéia Brasileira (5° Edição)

1.1 ISOLAMENTO DOS MICRO-ORGANISMOS:

As amostras colhidas de água coletadas das máquinas de papel, serão


enviadas á um laboratório especializado que promoverá todos os testes e iden-
tificação de micro-organismos. As amostras serão homogeneizados em água
estéril (1g/5 ml) e difundidas em placas de encubação em meio agar, agar de
amido-nutriente e meio TSA (Agar Tripnona de Soja). O meio TSA é um meio
de cultura, não seletivo onde crescem diversas bactérias, rico em triptona e
peptona, fonte de carboidratos, proteínas e lipídios para o desenvolvimento dos
microorganismos.

1.2 PREPARAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE MEIO DE CULTURA.

Material

• Preparados comerciais de meios de cultura;


• Água destilada;
• Provetas;
• Balões Erlenmeyer com tampas de algodão e papel Kraft/papel de
alumínio ou frascos de vidro com tampa resistente ao calor;
• Balança;
• Caixas para pesar;
• Colher ou espátula; magnetes;
• Placa magnética de aquecimento;
• Autoclave;
• Caixas de Petri estéreis;
• Tubos de ensaio com tampa.
120

Procedimento

• Seguindo as instruções da embalagem, pesar a quantidade de pó


necessária para preparar o volume indicado pelo docente;
• Medir o volume necessário de água destilada numa proveta e transferir
para um Erlenmeyer (ou para um frasco próprio com tampa de
enroscar) o pó pesado e a água destilada;
• Colocar um magnete dentro do Erlenmeyer/frasco e agitar numa placa
de aquecimento até obter uma solução límpida;
• Ajustar o pH de acordo com as instruções da embalagem, adicionando
gota a gota as soluções ácida ou alcalina;
• Tapar o Erlenmeyer com a rolha de algodão e papel de alumínio (ou
enroscar parcialmente a tampa do frasco);
• Se for um meio de cultura líquido, em vez de executar o ponto 5,
distribuir por tubos de ensaio (10 ml/tubo) e colocar a tampa;
• Colocar o Erlenmeyer/frasco ou os tubos de ensaio com o meio de
cultura a esterilizar na autoclave (121ºC durante 15- 20 minutos);
• Esperar que a temperatura e a pressão dentro da autoclave diminuam
retirar o Erlenmeyer/frasco ou os tubos de ensaio da autoclave;
• Se for um meio de cultura líquido, deixar arrefecer e utilizar ou guardar a
4ºC até à sua utilização;
• Se for um meio sólido, deixar arrefecer até atingir uma temperatura que
permita o seu manuseamento, mas superior a 42ºC (a esta temperatura
o agar solidifica);
• Desembrulhar as caixas de Petri esterilizadas e identificar com o nome
do meio de cultura e a data da sua elaboração;
• Verter o meio de cultura nas caixas de Petri em condições de assepsia,
fazendo uma camada de aproximadamente 5 mm;
• Deixar solidificar e utilizar ou inverter e guardar a 4ºC até à sua
utilização.
121

1.3 ELABORAÇÃO DE ESFREGAÇO FRESCO.

Material necessário

• Bico de Bunsen, ansa;


• Lâminas de vidro, lamelas;
• Microscópio.

Procedimento

• Retirar com a pinça uma lâmina de vidro do recipiente e inflamar a


chama;
• Colocar uma gota de água destilada esterilizada na lâmina;
• Esterilizar uma ansa à chama e deixar arrefecer;
• Tocar na colónia com a ansa e suspender o material na gota de água;
• Espalhar o líquido numa área de aproximadamente 1 cm2, esfregando
bem de forma a separar a massa de células;
• Colocar uma lamela, pressionar ligeiramente e observar ao microscópio.

1.4 COLORAÇÃO DE GRAM.

Material

• Bico de Bunsen, ansa;


• Lâminas de vidro, lamelas;
• Pinças,
• Corante cristal de violeta;
• Corante safranina;
• Soluto de lugol;
• Álcool iodado;
• Água corrente;
• Microscópio.
122

Procedimento

• Depositar a amostra sobre uma lâmina de vidro, fazer um esfregaço e


fixar pelo calor da seguinte forma:
• Retirar com a pinça uma lâmina de vidro do recipiente e inflamar a
chama;
• Colocar uma gota de água destilada esterilizada na lâmina;
• Esterilizar uma ansa à chama e deixar arrefecer;
• Tocar na colónia com a ansa e suspender o material na gota de água;
• Espalhar o líquido numa área de aproximadamente 1 cm2, esfregando
bem de forma a separar a massa de células;
• Segurar a lâmina com uma pinça e passar rapidamente sobre a chama
até toda a água evaporar para fixar o material;
• Realizar uma coloração de Gram das diferentes colónias (Figura 2), da
seguinte forma:
• Inundar o esfregaço fixado com cristal de violeta (corante primário)
agitando suavemente durante 60 segundos;
• Lavar com água corrente, começando na extremidade da lâmina e
deixando escorrer por cima do material fixado;
• Inundar o esfregaço com solução de Lugol, deixando atuar durante 60
segundos (vai formar um complexo com o cristal de violeta);
• Manuela Abelho
• Lavar com água corrente e secar com papel de filtro, pressionando
suavemente o papel contra a preparação;
• Inundar o esfregaço com álcool iodado (agente descolorante), agitando
suavemente durante 60 segundos;
• Inundar com corante vermelho safranina durante 30 segundos, lavar e
secar com papel de filtro;
• Observar ao microscópio, verificando se as células são Gram-positivas
ou Gram-negativas e registando a sua forma e a sua dimensão.
123

Figura 2. A coloração de Gram. Nas bactérias Gram-negativas, o álcool


remove os lípidos da membrana externa da parede celular, aumentando a sua
permeabilidade; o complexo violeta de cristal-iodo pode assim ser extraído,
descorando as bactérias. Nas bactérias Gram-positivas, o tratamento com
álcool resulta na sua desidratação, com redução da permeabilidade da parede
e consequente retenção do complexo violeta de cristal-iodo. Fonte:
Microbiologia Online (2011).

1.5 DILUIÇÕES DECIMAIS SUCESSIVAS

Material

• Bico de Bunsen;
• Suspensão de microrganismos;
• Pipetas estéreis de 1 ml;
124

• Tubos de ensaio com 9 ml de soluto de Ringer estéril;


• Vórtex;
• Caixas de Petri estéreis e meio se cultura liquefeito (para sementeira
por incorporação, ver item 1.6) ou caixas de Petri com meio de cultura
sólido e espalhador (para sementeira por espalhamento, ver item 1.7).

Procedimento

• Identificar os tubos de ensaio, com as referências 10-1, 10-2, 10-3, 10-4


e etc;
• Com uma pipeta esterilizada retirar em assepsia 1 ml da amostra da
população fornecida;
• Introduzir a alíquota de 1 ml no primeiro tubo de diluição (tubo com soro
fisiológico);
• Homogeneizar a suspensão por agitação (vórtex), segurando a rolha
para que não salte;
• Com outra pipeta esterilizada retirar 1 ml da diluição do primeiro tubo
(diluição 10-1) e introduzir num segundo tubo de diluição, para obtenção
da diluição 10-2;
• Proceder de igual modo até à última diluição, seguindo o esquema da
Figura 3;
• Semear imediatamente, de acordo com os métodos indicados nos
pontos seguintes, seguindo a ordem decrescente das diluições e
utilizando uma só pipeta para todas as sementeiras da mesma amostra.
125

Figura -3 – Apresenta o Método das Diluições Decimais Sucessivas.

1.6 SEMENTEIRA POR INCORPORAÇÃO.

Material

• Meio de cultura sólido mantido a 45ºc;


• Caixas de Petri estéreis;
• Suspensão de microrganismos;
• Pipetas estéreis de 1 ml;
• Bico de Bunsen.
126

Procedimento

• Manter um meio de cultura (sólido) liquefeito num banho a 45ºC (o agar


começa a solidificar a 42ºC);
• Identificar 5 caixas de Petri esterilizadas com a data, turma e nº de aluno
e diluição respetiva e marcar uma caixa de Petri extra com a letra C
(controlo);
• Seguindo a ordem decrescente das diluições, retirar 1 ml de cada uma
das diluições com uma pipeta esterilizada, depois de tê-la enchido e
esvaziado pelo menos 6 vezes na suspensão de microrganismos;
• Entreabrindo apenas o suficiente a tampa da caixa de Petri, colocar o
conteúdo da pipeta no fundo da caixa;
• Tirar a rolha do tubo de meio sólido liquefeito, passar a boca do tubo
pela chama e verter, de uma só vez, o seu conteúdo na caixa de Petri;
• Incorporar o inoculo no meio de cultura: mantendo a caixa assente sobre
o tampo na bancada, agite-a (descrever cinco círculos no sentido dos
ponteiros do relógio, cinco outros em sentido contrário e movimentos
retilíneos segundo duas direções cruzadas, cinco vezes cada também)
evitando que o agar toque a tampa da placa e deixe repousar até
solidificar;
• Na caixa controlo não se deposita inoculo: verter o conteúdo de um tubo
de meio da mesma maneira que anteriormente;
• Após solidificação do meio, identificar as caixas com a data de
inoculação, diluição e microrganismo inoculados, inverter e incubar a
25ºC durante dois dias.

1.7 SEMENTEIRA POR ESPALHAMENTO EM PLACA.

Material

• Caixas de Petri estéreis com meio de cultura sólido;


• Espalhador; copo de vidro;
• Álcool etílico a 96%;
127

• Suspensão de microrganismos;
• Pipetas estéreis de 1 ml;
• Bico de Bunsen.

Procedimento

• Identificar convenientemente o material a inocular;


• A partir de cada uma das diluições pipetar 0.1 ml para a superfície do
meio de cultura solidificado;
• Com um espalhador de vidro estéril espalhar o inoculo por toda a
superfície da caixa semeada, rodando-a simultaneamente;
• Identificar as caixas, colocar em posição invertida e incubar a 25ºC
durante dois dias.
128

ANEXO C - Resultados das Análises de Papeis “Tissue” e


Resultados das Análises de Água de Processo de
Máquinas de Papeis “Tissue”
BCQ Consultoria e Qualidade S/S Ltda. 129
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Laudo Analítico
DATA DE ENTRADA: 25/03/2015 No. Amostra: 395602
Caracterização da Amostra Recebida
Amostra . . ...................: P1 – PAPEL HIGIÊNICO – 100% FIBRA DE CELULOSE BRANCA RECICLADA
(COR BRANCA, PINTAS PRETAS PRESENTES)
Lote. .............................: 7898910365257
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra (01 pacote com 04 rolos 30 m x 10 cm cada)
Data de Fabricação ....: Não informado Validade . ............: Indeterminado
Requerente da Análise : José Maria Pereira dos Santos
Endereço . : Rua Lázaro Pinto de Souza,140–Pq.Santana–Mogi das Cruzes-SP–CEP 08730-790
Responsável . : José Maria Pereira dos Santos Página nº 01 de 01

Data da Análise: 25/03/2015

Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas 280 UFC/g Máximo aceitável até 1.000 UFC/ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 UFC/g Máximo aceitável até 100 UFC/ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: UFC – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


BCQ – Consultoria e Qualidade
 Licença de Funcionamento da VISA – GVS 001-0101-23.163
 CRF SP – Certificado de Responsabilidade Técnica n.º 37720
 Prefeitura do Município de São Paulo – Auto de localização e funcionamento n.º 03894-00
 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Licença SIPE nº SP-080658-7
 Laboratório Analítico Habilitado pela ANVISA – REBLAS028
BCQ Consultoria e Qualidade S/S Ltda. 130
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Laudo Analítico
o.
DATA DE ENTRADA: 25/03/2015 N Amostra: 395603
Caracterização da Amostra Recebida
Amostra . . ...................: P2 – PAPEL HIGIÊNICO – 100% FIBRA DE CELULOSE BRANCA RECICLADA
(COR BRANCA, PINTAS PRETAS PRESENTES)
Lote. .............................: 7897217200032
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra (01 pacote com 04 rolos 30 m x 10 cm cada)
Data de Fabricação ....: Não informado Validade . ........: Indeterminado
Requerente da Análise : José Maria Pereira dos Santos
Endereço . : Rua Lázaro Pinto de Souza,140–Pq.Santana–Mogi das Cruzes-SP–CEP 08730-790
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Data da Análise: 25/03/2015

Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas 100 UFC/g Máximo aceitável até 1.000 UFC/ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 UFC/g Máximo aceitável até 100 UFC/ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: UFC – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


BCQ – Consultoria e Qualidade
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Laudo Analítico
o.
DATA DE ENTRADA: 25/03/2015 N Amostra: 395604
Caracterização da Amostra Recebida
Amostra . . ...................: P3 – PAPEL HIGIÊNICO – 100% FIBRA DE CELULOSE BRANCA RECICLADA
(COR BRANCA, PINTAS PRETAS PRESENTES)
Lote. .............................: 7898910365028
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra (01 pacote com 04 rolos 30 m x 10 cm cada)
Data de Fabricação ....: Não informado Validade . ........: Indeterminado
Requerente da Análise : José Maria Pereira dos Santos
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Responsável . : José Maria Pereira dos Santos Página nº 01 de 01

Data da Análise: 25/03/2015

Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas 210 UFC/g Máximo aceitável até 1.000 UFC/ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 UFC/g Máximo aceitável até 100 UFC/ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: UFC – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


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Laudo Analítico
o.
DATA DE ENTRADA: 25/03/2015 N Amostra: 395605
Caracterização da Amostra Recebida
Amostra . . ...................: P4 – PAPEL HIGIÊNICO – 100% FIBRA DE CELULOSE BRANCA
(COR BRANCA)
Lote. .............................: 7896061915109
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra (01 pacote com 04 rolos 30 m x 10 cm cada)
Data de Fabricação ....: Não informado Validade . .........: Indeterminado
Requerente da Análise : José Maria Pereira dos Santos
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Responsável . : José Maria Pereira dos Santos Página nº 01 de 01

Data da Análise: 25/03/2015

Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas 30 UFC/g Máximo aceitável até 1.000 UFC/ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 UFC/g Máximo aceitável até 100 UFC/ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: UFC – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


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Laudo Analítico
o.
DATA DE ENTRADA: 25/03/2015 N Amostra: 395606
Caracterização da Amostra Recebida
Amostra . . ...................: P5 – PAPEL HIGIÊNICO – 100% FIBRA DE CELULOSE BRANCA RECICLADA
(COR BRANCA, PINTAS PRETAS PRESENTES)
Lote. .............................: 7896220400238
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra (01 pacote com 04 rolos 30 m x 10 cm cada)
Data de Fabricação ....: Não informado Validade . ...........: Indeterminado
Requerente da Análise : José Maria Pereira dos Santos
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Responsável . : José Maria Pereira dos Santos Página nº 01 de 01

Data da Análise: 25/03/2015

Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas 70 UFC/g Máximo aceitável até 1.000 UFC/ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 UFC/g Máximo aceitável até 100 UFC/ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: UFC – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


BCQ – Consultoria e Qualidade
 Licença de Funcionamento da VISA – GVS 001-0101-23.163
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Laudo Analítico
o.
DATA DE ENTRADA: 25/03/2015 N Amostra: 395607
Caracterização da Amostra Recebida
Amostra . . ...................: P6 – PAPEL TOALHA – 100% FIBRA DE CELULOSE RECICLADA
(COR BRANCO/CREME)
Lote. .............................: Não informado
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra (01 pacote com 1000 toalhas 23 cm x 21 cm)
Data de Fabricação ....: Não informado Validade . ............: Indeterminado
Requerente da Análise : José Maria Pereira dos Santos
Endereço . : Rua Lázaro Pinto de Souza,140–Pq.Santana–Mogi das Cruzes-SP–CEP 08730-790
Responsável . : José Maria Pereira dos Santos Página nº 01 de 01

Data da Análise: 25/03/2015

Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas 20 UFC/g Máximo aceitável até 1.000 UFC/ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 UFC/g Máximo aceitável até 100 UFC/ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: UFC – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


BCQ – Consultoria e Qualidade
 Licença de Funcionamento da VISA – GVS 001-0101-23.163
 CRF SP – Certificado de Responsabilidade Técnica n.º 37720
 Prefeitura do Município de São Paulo – Auto de localização e funcionamento n.º 03894-00
 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Licença SIPE nº SP-080658-7
 Laboratório Analítico Habilitado pela ANVISA – REBLAS028
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Laudo Analítico
o.
DATA DE ENTRADA: 25/03/2015 N Amostra: 395608
Caracterização da Amostra Recebida
Amostra . . ...................: P7 – PAPEL TOALHA – 100% FIBRA DE CELULOSE RECICLADA
(COR BRANCO/CREME)
Lote. .............................: 7898934477011
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra (01 pacote com 1000 toalhas 23 cm x 21 cm)
Data de Fabricação ....: Não informado Validade . ...........: Indeterminado
Requerente da Análise : José Maria Pereira dos Santos
Endereço . : Rua Lázaro Pinto de Souza,140–Pq.Santana–Mogi das Cruzes-SP–CEP 08730-790
Responsável . : José Maria Pereira dos Santos Página nº 01 de 01

Data da Análise: 25/03/2015

Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas 320 UFC/g Máximo aceitável até 1.000 UFC/ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 UFC/g Máximo aceitável até 100 UFC/ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: UFC – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


BCQ – Consultoria e Qualidade
 Licença de Funcionamento da VISA – GVS 001-0101-23.163
 CRF SP – Certificado de Responsabilidade Técnica n.º 37720
 Prefeitura do Município de São Paulo – Auto de localização e funcionamento n.º 03894-00
 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Licença SIPE nº SP-080658-7
 Laboratório Analítico Habilitado pela ANVISA – REBLAS028
BCQ Consultoria e Qualidade S/S Ltda. 136
R. Conde Moreira Lima, 589 – Jardim Jabaquara - São Paulo - SP - Brasil – 04384-032
FONE. (PABX): (11) 5579-5043 / 5579-7130 - FAX: (11) 5579-5043
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Laudo Analítico
o.
DATA DE ENTRADA: 25/03/2015 N Amostra: 395609
Caracterização da Amostra Recebida
Amostra . . ...................: P8 – PAPEL HIGIÊNICO – 100% FIBRA DE CELULOSE RECICLADA
(COR BRANCA)
Lote. .............................: 7896076000548
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra (01 pacote com 04 rolos 30 m x 10 cm cada)
Data de Fabricação ....: Não informado Validade . ..........: Indeterminado
Requerente da Análise : José Maria Pereira dos Santos
Endereço . : Rua Lázaro Pinto de Souza,140–Pq.Santana–Mogi das Cruzes-SP–CEP 08730-790
Responsável . : José Maria Pereira dos Santos Página nº 01 de 01

Data da Análise: 25/03/2015

Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas 130 UFC/g Máximo aceitável até 1.000 UFC/ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 UFC/g Máximo aceitável até 100 UFC/ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: UFC – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


BCQ – Consultoria e Qualidade
 Licença de Funcionamento da VISA – GVS 001-0101-23.163
 CRF SP – Certificado de Responsabilidade Técnica n.º 37720
 Prefeitura do Município de São Paulo – Auto de localização e funcionamento n.º 03894-00
 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Licença SIPE nº SP-080658-7
 Laboratório Analítico Habilitado pela ANVISA – REBLAS028
BCQ Consultoria e Qualidade S/S Ltda. 137
R. Conde Moreira Lima, 589 – Jardim Jabaquara - São Paulo - SP - Brasil – 04384-032
FONE. (PABX): (11) 5579-5043 / 5579-7130 - FAX: (11) 5579-5043
e-mail: [email protected] / [email protected] / [email protected]
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Laudo Analítico
o.
DATA DE ENTRADA: 25/03/2015 N Amostra: 395610
Caracterização da Amostra Recebida
Amostra . . ...................: P9 – PAPEL TOALHA – 100% FIBRA DE CELULOSE RECICLADA
(COR CINZA CLARO)
Lote. .............................: 7898098830622
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra (01 pacote com 1000 folhas 20 cm x 21 cm)
Data de Fabricação ....: Não informado Validade . ...........: Indeterminado
Requerente da Análise : José Maria Pereira dos Santos
Endereço . : Rua Lázaro Pinto de Souza,140–Pq.Santana–Mogi das Cruzes-SP–CEP 08730-790
Responsável . : José Maria Pereira dos Santos Página nº 01 de 01

Data da Análise: 25/03/2015

Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas 2.080 UFC/g Máximo aceitável até 1.000 UFC/ g

Contagem de Bolores e Leveduras 20 UFC/g Máximo aceitável até 100 UFC/ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: UFC – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada não está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


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 Laboratório Analítico Habilitado pela ANVISA – REBLAS028
138
139
140
141
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R. Conde Moreira Lima, 589 – Jardim Jabaquara - São Paulo - SP - Brasil – 04384-032
FONE. (PABX): (11) 5579-5043 / 5579-7130 - FAX: (11) 5579-5043
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Laudo Analítico
o.
DATA: 08/04/2014 N Amostra: 353365
Caracterização da Amostra Recebida AMOSTRA: P14
Amostra . . . .................: PAPEL GUARDANAPO
OBSERVAÇÃO: PAPEL 33 cm x 32 cm C/ 50 UNID.
CLIENTE:
Lote. .............................: NÃO INFORMADO – AMOSTRA Nº 01
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra
Data de Fabricação ....: Não Informado Data de Coleta: Não Informado
Validade . . . .................: Indeterminado
Requerente da Análise : Dag Química Indústria e Comércio Representações Ltda.
o – CEP: 08653-005
Endereço . . . ...............: Rua Giovani Baptista Raffo, 210 – Suzano – SP
Responsável . . . ..........: Dr. Ângelo Carlos Manrique Página nº 01 de 01

1) Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas Menor que 10 u.f.c./g Máximo aceitável até 1.000 u.f.c./ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 u.f.c./g Máximo aceitável até 100 u.f.c./ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: U.F.C. – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

2) Pesquisa de Candida albicans


Análise Resultado Limite de Referência
Pesquisa de Candida albicans Ausente em 10 g Ausente em 10 g

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


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Laudo Analítico
o.
DATA: 08/04/2014 N Amostra: 353369
Caracterização da Amostra Recebida AMOSTRA: P15
Amostra . .....................: PAPEL TOALHA - SCALA
OBSERVAÇÃO: BRANCA 21,0 cm x 20 cm C/ 02 ROLOS (60 TOALHAS)
CLIENTE: FACEPA
Lote. .............................: NÃO INFORMADO – AMOSTRA Nº 05
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra
Data de Fabricação ....: Não Informado Data de Coleta: Não Informado
Validade . .....................: Indeterminado
Requerente da Análise : Dag Química Indústria e Comércio Representações Ltda.
Endereço . ...................: Rua Giovani Baptista Raffo, 210 – Suzano – SP – CEP: 08653-005
Responsável . ..............: Dr. Ângelo Carlos Manrique Página nº 01 de 01

1) Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas 10 u.f.c./g Máximo aceitável até 1.000 u.f.c./ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 u.f.c./g Máximo aceitável até 100 u.f.c./ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: U.F.C. – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

2) Pesquisa de Candida albicans


Análise Resultado Limite de Referência
Pesquisa de Candida albicans Ausente em 10 g Ausente em 10 g

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


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FONE. (PABX): (11) 5579-5043 / 5579-7130 - FAX: (11) 5579-5043
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Laudo Analítico
o.
DATA: 08/04/2014 N Amostra: 353375
Caracterização da Amostra Recebida AMOSTRA: P16
Amostra . . ...................: PAPEL HIGIÊNICO
OBSERVAÇÃO: FOLHA DUPLA 200 m x 10 cm C/ 08 (CELULOSE VIRGEM)
CLIENTE:
Lote. .............................: NÃO INFORMADO – AMOSTRA Nº 14
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra
Data de Fabricação ....: Não Informado Data de Coleta: Não Informado
Validade . .....................: Indeterminado
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Endereço . . .................: Rua Giovani Baptista Raffo, 210 – Suzano – SP – CEP: 08653-005
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1) Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas Menor que 10 u.f.c./g Máximo aceitável até 1.000 u.f.c./ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 u.f.c./g Máximo aceitável até 100 u.f.c./ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: U.F.C. – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

2) Pesquisa de Candida albicans


Análise Resultado Limite de Referência
Pesquisa de Candida albicans Ausente em 10 g Ausente em 10 g

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


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 Licença de Funcionamento da VISA – GVS 001-0101-23.163
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 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Licença SIPE nº SP-080658-7
 Laboratório Analítico Habilitado pela ANVISA – http://www.anvisa.gov.br/reblas/bio/anali/analitico_098.htm
BCQ Consultoria e Qualidade S/S Ltda. 145
R. Conde Moreira Lima, 589 – Jardim Jabaquara - São Paulo - SP - Brasil – 04384-032
FONE. (PABX): (11) 5579-5043 / 5579-7130 - FAX: (11) 5579-5043
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Laudo Analítico
o.
DATA: 08/04/2014 N Amostra: 353377
Caracterização da Amostra Recebida AMOSTRA: P17
Amostra . . ...................: PAPEL TOALHA
OBS.: INTERFOLHADAS PRIME 2400 TOALHAS 22 x 21 (CELULOSE VIRGEM)
CLIENTE:
Lote. .............................: NÃO INFORMADO – AMOSTRA Nº 16
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra
Data de Fabricação ....: Não Informado Data de Coleta: Não Informado
Validade . .....................: Indeterminado
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Endereço . . .................: Rua Giovani Baptista Raffo, 210 – Suzano – SP – CEP: 08653-005
Responsável . . ............: Dr. Ângelo Carlos Manrique Página nº 01 de 01

1) Análise de produtos absorventes descartáveis de uso externo


Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas Menor que 10 u.f.c./g Máximo aceitável até 1.000 u.f.c./ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 u.f.c./g Máximo aceitável até 100 u.f.c./ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: U.F.C. – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

2) Pesquisa de Candida albicans


Análise Resultado Limite de Referência
Pesquisa de Candida albicans Ausente em 10 g Ausente em 10 g

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


BCQ – Consultoria e Qualidade
 Licença de Funcionamento da VISA – GVS 001-0101-23.163
 CRF SP – Certificado de Responsabilidade Técnica n.º 37720
 Prefeitura do Município de São Paulo – Auto de localização e funcionamento n.º 03894-00
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 Laboratório Analítico Habilitado pela ANVISA – http://www.anvisa.gov.br/reblas/bio/anali/analitico_098.htm
BCQ Consultoria e Qualidade S/S Ltda. 146
R. Conde Moreira Lima, 589 – Jardim Jabaquara - São Paulo - SP - Brasil – 04384-032
FONE. (PABX): (11) 5579-5043 / 5579-7130 - FAX: (11) 5579-5043
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DATA: 08/04/2014 N Amostra: 353378
Caracterização da Amostra Recebida AMOSTRA: P18
Amostra . . . .................: PAPEL HIGIÊNICO
OBSERVAÇÃO: RECICLADO C/ 08 ROLOS 800 m x 10 cm
CLIENTE:
Lote. .............................: NÃO INFORMADO – AMOSTRA Nº 17
Qtde.Amostra recebida: 01 Amostra
Data de Fabricação ....: Não Informado Data de Coleta: Não Informado
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Segundo a Portaria MS Nº 1480 de 31/12/1990

Análises Resultados Limites de Referência


Contagem de Bactérias Aeróbias Mesófilas 80 u.f.c./g Máximo aceitável até 1.000 u.f.c./ g

Contagem de Bolores e Leveduras Menor que 10 u.f.c./g Máximo aceitável até 100 u.f.c./ g

Pesquisa de Escherichia coli Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Staphylococcus aureus Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridium sp Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Pesquisa de Clostridios sulfitorredutores Ausente em 5 g Ausente em 5 g

Observação: U.F.C. – Unidades Formadoras de Colônias

Conclusão: A amostra analisada está de acordo com a Portaria No. 1480 de 31/12/1990.

2) Pesquisa de Candida albicans


Análise Resultado Limite de Referência
Pesquisa de Candida albicans Ausente em 10 g Ausente em 10 g

Obs: Este resultado refere-se exclusivamente à amostra recebida


BCQ – Consultoria e Qualidade
 Licença de Funcionamento da VISA – GVS 001-0101-23.163
 CRF SP – Certificado de Responsabilidade Técnica n.º 37720
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 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Licença SIPE nº SP-080658-7
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