Odis11 Ficha Avaliacao 3
Odis11 Ficha Avaliacao 3
Odis11 Ficha Avaliacao 3
Grupo I
Texto 1
A pele é um órgão de múltiplas camadas de tecido, muitas vezes apresentando estruturas asso-
ciadas, que estabelece uma interface protetora entre o organismo e o meio ambiente. Nos mamífe-
ros, a pele fornece uma barreira física e imunológica, contribuindo para a termorregulação e o
equilíbrio hídrico. Nos cetáceos, como as baleias, a pele típica dos mamíferos foi modificada, emer-
gindo como uma característica da sua adaptação a um estilo de vida totalmente aquático. De facto,
a sua epiderme é 50 vezes mais espessa do que a dos seus homólogos terrestres, apresentando
uma alta taxa de renovação celular. Além disso, a hipoderme é mais espessa e gordurosa, não pos-
suindo glândulas sebáceas e sudoríparas, nem pelagem. Estas alterações da pele dos cetáceos
resultaram da perda de genes que afetaram processos, como a queratinização da pele ou a sua
lubrificação.
A evolução por perda de genes não corresponde, necessariamente, à remoção completa de um
gene de um genoma, mas a qualquer alteração que leve à perda da sua função, passando pela
inativação de RNA, ou outros processos que interferem na síntese das proteínas.
Themudo, E. et al. (2020). Losing genes: The evolutionary remodeling of cetacea skin. Frontiers in Marine Science,
912. DOI: 10.3389/fmars.2020.592375
4. Na perspetiva darwinista, a alteração da espessura da pele dos cetáceos pode ser resultante
(A) da existência, nos cetáceos ancestrais, de genes selecionados pela adaptação ao
ambiente aquático.
(B) do aparecimento de mutações específicas, após a continuada adaptação ao ambiente
aquático.
(C) da necessidade de adaptação individual dos cetáceos, em resposta às exigências do
ambiente aquático.
(D) da sobrevivência diferencial dos cetáceos com a espessura de pele mais adaptada ao
ambiente aquático.
Texto 2
Nas regiões costeiras, o oceano é fonte de aerossóis salinos, que reagem com os materiais
geológicos usados no revestimento de habitações, deteriorando-os precocemente.
Com o objetivo de determinar a resistência de calcários, em construções perto da linha de
costa, várias amostras foram sujeitas a envelhecimento acelerado numa câmara de produção de
nevoeiro. Placas de 150 milímetros de lado e 25 milímetros de espessura foram expostas a uma
neblina salina durante 4 horas, seguidas de secagem durante 12 horas. O procedimento foi repe-
tido 60 vezes de forma automatizada. Após estes ciclos, as amostras foram mergulhadas em água
destilada, até se garantir que a maior parte dos precipitados salinos foram dissolvidos.
De seguida, determinou-se a perda de massa das amostras, a absorção de água e a resistência
à flexão. Foi calculada uma taxa de variação, por comparação com resultados obtidos em amostras
não sujeitas a envelhecimento. Os resultados obtidos encontram-se expressos na tabela I.
Tabela I • Parâmetros avaliados no ensaio de resistência do calcário ao envelhecimento por nevoeiro salino.
Variação de Variação da
Porosidade Perda de massa
Calcário absorção de água resistência à
aberta inicial (%) (%)
(%) flexão (%)
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Coluna I Coluna II
(a) Processo que ocorre nos minerais com ferro na sua (1) Hidrólise
composição. (2) Oxidação
(b) Processo responsável pela formação de caulinite a (3) Dissolução
partir do feldspato. (4) Hidratação
(c) Processo que permite a entrada de água na rede (5) Carbonatação
cristalina do mineral.
Texto 3
Os habitats marinhos rochosos de baixa profundidade das regiões temperadas e frias são domi-
nados por algas castanhas gigantes, vulgarmente denominadas por kelp.
As florestas de kelp distribuem-se pelos oceanos temperados e frios de todo o mundo. Entre os
géneros mais frequentes, destaca-se o Laminaria, que se distribui, principalmente, pelo oceano
Atlântico, pela China e Japão. O género Ecklonia distribui-se pela Austrália, Nova Zelândia e África
do Sul e o género Macrocystis ocorre no nordeste e sudeste do oceano Pacífico, na Austrália, Nova
Zelândia e África do Sul. Conhecem-se cerca de 13 espécies de kelp nas águas europeias. No dia-
grama da figura 1 apresentam-se as relações de parentesco evolutivo entre algumas destas algas,
baseadas na análise de genes plastidiais, mitocondriais e ribossomais.
No nosso país são frequentes as florestas de Laminaria hyperborea, Laminaria ochroleuca,
Saccorhiza polyschides, Saccharina latissima, Undaria pinnatifida, Phyllariopsis brevipes e Phylla-
riopsis purpurascens. Undaria pinnatifida é uma espécie exótica, de crescimento rápido, com a
capacidade de colonizar ambientes perturbados e com potencial de se tornar muito abundante. Por
ser uma espécie não nativa, poderá alterar o equilíbrio das comunidades marinhas.
Baseado em Starko, S. et al. (2019). A comprehensive kelp phylogeny sheds light on the evolution of an ecosystem.
Molecular Phylogenetics and Evolution, 136, 138-150.
14. A representação da filogenia das algas kelp, através da árvore filogenética apresentada,
baseou-se em estruturas moleculares
(A) homólogas apresentadas pelas espécies estudadas.
(B) homólogas que resultam de pressões seletivas semelhantes.
(C) análogas apresentadas pelas espécies estudadas.
(D) análogas que resultam de pressões seletivas semelhantes.
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16. Complete o texto seguinte com a opção adequada a cada espaço. A cada letra corresponde
um só número.
As algas kelp pertencem ao reino (a) , obtêm alimento por (b) e, apesar de serem
seres (c) , apresentam reduzida diferenciação celular. No seu processo de reprodução
sexuada têm meiose pré-espórica e, por isso, têm um ciclo de vida (d) ,representando
o (e) o indivíduo adulto.
17. Considere as afirmações seguintes, que dizem respeito à taxonomia das algas kelp do nosso
país, e selecione a opção que as avalia corretamente.
I. Laminaria hyperborea e Laminaria ochroleuca pertencem a classes diferentes.
II. Há cinco géneros diferentes de algas kelp no nosso país.
III. Undaria pinnatifida e Phyllariopsis brevipes têm menor número de taxa em comum do que
Phyllariopsis brevipes e Phyllariopsis purpurascens.
(A) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) I e III são verdadeiras; II é falsa.
(C) II é verdadeira; I e III são falsas.
(D) II e III são verdadeiras; I é falsa.
Grupo II
Num estudo foram avaliados os efeitos das baixas temperaturas nas sinapses cromossómicas
e na formação de cruzamentos entre cromossomas homólogos, na variedade de trigo Chinese
Spring. Esta variedade possui sete cromossomas repetidos seis vezes, ou seja, 6n = 42 cromosso-
mas no total. Esta repetição cromossómica do trigo moderno reflete a sua hibridização a partir de
três espécies ancestrais.
No presente estudo foram selecionadas duas variantes de Chinese Spring – a selvagem e a
mutante (ttmei1). As plantas das duas variantes, inicialmente, foram cultivadas a 20 °C (dia) e a
15 °C (noite), com fotoperíodo de 16 h e 70% de humidade, até ao início da formação da espiga.
Em seguida, vários grupos de plantas foram transferidos para estufas de crescimento sob luz con-
tínua, e expostos à temperatura de 13 °C durante 7 dias. Grupos de plantas idênticos foram trans-
feridos para estufas, sendo expostos a 30 °C durante 24 h. As diferenças na duração dos diferentes
tratamentos garantiram que as plantas fossem expostas aos tratamentos de temperatura durante o
período da interfase e na fase inicial da meiose I, quando as plantas são sensíveis à variação da
temperatura. Este tratamento assegurou, também, que as células-mães dos grãos de pólen se
encontravam na metáfase I, para que pudessem ser contadas as sinapses e os crossing-over nos
cromossomas. Esta contagem foi realizada pela análise de imagens de microscopia.
Fig. 2. Efeito da temperatura nos cromossomas em metáfase I das células-mães dos grãos de pólen de duas
linhagens da variedade de trigo Chinese Spring.
Baseado em Draeger, T., Martin, A., Alabdullah, A.K. et al. (2020). Dmc1 is a candidate for temperature tolerance during
wheat meiosis. Theor Appl Genet,133, 809–828. DOI: 10.1007/s00122-019-03508-9
Grupo III
As pedras boroas do Junqueiro encontram-se no planalto da serra da Freita, concelho de Arouca
(fig. 3). Aí, encontram-se blocos graníticos que, nas superfícies verticais, exibem fissuras poligonais
bem individualizadas. Estas formas apresentam, geralmente, cinco a seis lados não regulares e
apenas alguns centímetros de profundidade.
A sua génese e evolução envolveu a
associação de processos subsuperficiais
e subaéreos. Este tipo de modelado terá
tido início perto da superfície, através de
processos de fissuração. Esta rede de
fraturas/fissuras permite a circulação de
água, que propicia a ocorrência de pro-
cessos físico-químicos, e a progressão
da meteorização e da erosão, que se
mantém com a exposição subaérea dos
blocos.
Baseado em http://aroucageopark.pt/pt/conhecer/ Fig. 3. Pedras boroas do Junqueiro, no Geoparque de Arouca.
geodiversidade/geossitios/pedras-boroas-do-
junqueiro/ [consult. mar 2022]
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Coluna I Coluna II
(a) Meteorização (1) Responsável direto pela formação de caos de blocos nos
(b) Erosão maciços graníticos.
(c) Transporte (2) Pode levar à formação de novos minerais.
(d) Sedimentação (3) Devido a este processo ocorre a formação de estratos.
(4) Durante o processo ocorre granosseleção e calibragem.
(5) Ocorre por haloclastia, em regiões costeiras.
(6) Pode ocorrer como resultado do degelo de glaciares.
(7) Apresenta diferentes modos, de acordo com o tamanho dos
detritos.