Direito Das Coisas
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Direito Civil
Direito das Coisas
2ª Edição
Categoria:
Produção Editorial
Livraria e Editora Lumen Juris Ltda.
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
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Apresentação
1. Introdução ............................................................................................................. 1
1.6.5 Exclusividade...................................................................................... 19
12.5 Desapropriação........................................................................................202
13. Direitos de Vizinhança: Parte Geral ...........................................................209
13.5.1 Espécies de atos nocivos: atos ilegais, abusivos e lesivos .......... 216
22.5 Classificação.............................................................................................366
29.3 Objeto........................................................................................................432
Bibliografia ............................................................................................................455
1. Introdução
1 MOTA PINTO, Carlos Alberto da. Teoria Geral do Direito Civil, p. 144-145.
2 WOLF, Manfred; WELLENHOFER, Marina. Sachenrecht, p. 1.
3 GOMES, Orlando. Direitos Reais, p. 7.
4 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, v. 5, p. 21.
5 BESSONE, Darcy. Direitos reais, p. 8.
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A matéria cuida somente das coisas corpóreas (res corporales), que são
aquelas que se revelam aos sentidos6, correspondendo à categoria célebre da
res quae tangi possunt do direito romano7. Além de ser uma coisa corpórea, é
necessário que tenha conteúdo econômico, o que é apurado em função da sua
raridade e utilidade. Assim, as coisas que não são úteis e raras não interessam
à matéria em estudo. Coisas extremamente abundantes, como é o caso do ar
atmosférico ou da água do mar, não despertam cupidez no espírito humano,
não havendo que se falar na necessária apreciação econômica, requisito exigí-
vel pelo direito das coisas. Também estão fora do seu âmbito todas as normas
que cuidam da apropriação de coisas na perspectiva do direito público8.
As coisas incorpóreas (res incorporales) igualmente não são objeto de
estudo do direito das coisas, que alcança, conforme foi mencionado, somen-
te os objetos corpóreos9. No entanto, admitiu-se, no passado, que o direito
das coisas compreendia tanto objetos corpóreos como incorpóreos10. A partir
do desenvolvimento da teoria dos direitos intelectuais, os objetos incorpóre-
os foram paulatinamente sendo retirados do contexto do direito das coisas,
passando a integrar disciplinas autônomas. Desse modo, os direitos autorais
e a propriedade industrial, que disciplinam as relações jurídicas envolvendo
criações intelectuais, estão sujeitos à legislação especial11.
Pode-se então afirmar que as coisas incorpóreas não integram o direito
das coisas. E nesse contexto, a expressão “propriedade literária, científica e ar-
tística”, encontrada no Código Civil de 1916, não deve ser utilizada, uma vez que
não atende a técnica jurídica, já que não existe a propriedade de uma criação
intelectual12. Todavia, é imprescindível compreender que o suporte material da
criação intelectual é uma coisa, mas a criação intelectual não o é13. É dizer: uma
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Direito Civil – Direito das Coisas
música é uma criação intelectual, mas o suporte material onde ela é armazena-
da, que pode ser um DVD, é uma coisa na acepção da disciplina aqui estudada.
O núcleo do direito das coisas é o direito de propriedade, que é o mais am-
plo e completo direito subjetivo sobre uma coisa corpórea, significando que essa
coisa é atribuída ao seu titular de forma imediata, o que lhe permite o exercício
desse direito sem necessitar da prévia permissão de qualquer outra pessoa14.
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Leonardo Estevam de Assis Zanini