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CBI of Miami 2
Ensino de ecóico
Autoria: Iara Andriele Carvalho
Mestre em Teoria e Pesquisa do Comportamento

O ecóico é um dos operantes verbais primários que tem como


antecedente um estímulo verbal e como consequência, reforço generalizado.
Ecoar consiste em repetir sons ou palavras emitidos por outra pessoa e por isso
desempenha um papel fundamental na aquisição das demais funções verbais
como tato, mando e intraverbal, pois grande parte do ensino de novas palavras
ou frases parte da repetição da fala de outra pessoa. Aprender a ecoar, portanto,
é um dos principais objetivos de ensino para crianças não verbais.
No entanto, antes de conseguir efetivamente ecoar a criança emite alguns
sons de modo espontâneo como se estivesse fazendo uma brincadeira com a
voz. Essas vocalizações são reforçadas automaticamente, pois a criança as
emite porque elas correspondem a sons que estão presentes em seu ambiente.
Em outras palavras, significa que ela própria produz o reforçador. Em crianças
com autismo e outros atrasos de linguagem, as ocorrências das vocalizações
podem ser assistemáticas e escassas, sendo necessário aumentar a frequência
delas para, posteriormente, colocá-las sobre o controle do modelo ecóico
utilizando reforçamento positivo.
Uma primeira forma de fazer isso é reforçar qualquer som que a criança
emitir. Você deve estar atento para identificar sons que correspondem à fala e
fornecer reforçadores tangíveis, sociais e/ou contato físico contingentes à
emissão. Entretanto, enquanto algumas crianças apresentam uma ampla
variedade de sons, outras podem emitir apenas raramente. Desse nodo, quanto
menor o número de ocorrências, mais esse comportamento deve ser reforçado
para que aumente de frequência.
Outro modo de aumentar as vocalizações é pareando sons da fala com
reforçadores físicos como fazer cócegas, pular ou dançar. Esse procedimento é
chamado na literatura de pareamento estímulo-estímulo ou indução vocal e
consiste na apresentação de sons da fala pelo terapeuta, seguida de um
reforçador. No caso da indução, devem ser escolhidos sons que a criança ainda
não produz. Por exemplo, o terapeuta diz “baba” e faz cócegas na criança. Nesse
momento não é exigido que ela repita nenhuma palavra, inclusive, as

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vocalizações podem aumentar em outros momentos fora da terapia. No entanto,
uma vez que a frequência e variedade dos sons que ela emite tiverem
aumentado, chegou a hora de colocá-los sob controle ecóico, ou seja, agora a
resposta esperada da criança será repetir os sons modelados pelo terapeuta.
O procedimento para ensinar ecóico, portanto, consiste em apresentar um
modelo vocal (um fonema, sílaba ou palavra, a depender do repertório da
criança), esperar que ela repita o modelo e reforçar a ocorrência. Embora o
ecóico seja um operante verbal que tem como caraterística definidora a
correspondência ponto-a-ponto, no início do ensino é possível aceitar respostas
aproximadas da criança e exigir mais acurácia aos poucos.
Outra forma de estabelecer o ecóico é utilizar temporariamente operações
motivadoras. Desse modo, o treino inicia como uma mistura de mando com
ecóico. Por exemplo, se a criança demonstra ter uma operação motivadora por
carrinhos, você pode apresentar um para ela e falar a palavra “carro”. Se ela
repetir, você reforça entregando o carro. Assim, você adicionou duas fontes de
controle ao antecedente da resposta ecóica, a OM de privação do item e o
estímulo não verbal (o carro), que podem evocar a resposta desejada, bem
como, forneceu um reforçador específico. Feito isso, agora deve ser feito o
procedimento de transferência de função, que consiste no esvanecimento
desses antecedentes adicionais e a troca de reforçador específico para
generalizado. Uma forma de acelerar o processo é trocar o objeto por uma figura
dele e usar apenas reforço social caso a criança responda. A figura também deve
ser esvanecida, até que o único antecedente seja o modelo vocal.
Algumas crianças podem apresentar palavras soltas como mandos, por
exemplo, falar “suco” para pedir, mas não repetir a palavra quando solicitada.
Isso significa que ela ainda não tem a habilidade ecóica e que esta deve ser
ensinada, pois será importante para a aquisição de tatos, intraverbais e de
mandos mais complexos. Os procedimentos de transferência de função de
mando para ecóico e os demais apresentados podem ajudar no desenvolvimento
desse repertório.

Referências:

CBI of Miami 4
Greer, R. D., & Ross, D. E. (2008). Verbal behavior analysis: Inducing and
expanding complex communication in children with severe language delays.
Boston: Allyn & Bacon.

Sundberg, M. L., & Partington, J. W. (1998). Teaching language to children with


autism and other developmental disabilities. Pleasant Hill, CA: Behavior
Analysts

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