TP o Regulamento Administrativo Ucm Seane 045936

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS E


MINERALOGIA
CURSO DE DIREITO
DIREITO ADMINISTRATIVO II

O REGULAMENTO ADMINISTRATIVO

ESTUDANTE:
FRANCISCO SEANE

DOCENTE:
DRA. ROSINA ZANDAMELA

TETE

2023
Índice
Introdução.........................................................................................................................................1
1. O Regulamento Administrativo................................................................................................2
1.1. As características do regulamento.....................................................................................2
2. O regulamento e outros actos...................................................................................................2
2.1. O regulamento e a lei.........................................................................................................2
2.2. Regulamento e acto administrativo....................................................................................3
3. O Fundamento dos Regulamentos............................................................................................3
4. Classificação do Regulamento.................................................................................................3
4.1. Classificação dos Regulamentos quanto à sua relação com a lei......................................3
4.2. Classificação dos Regulamentos quanto ao Objecto:........................................................4
4.3. Classificação dos Regulamentos quanto aos domínios da sua aplicação..........................4
4.4. Classificação dos Regulamentos quanto à projecção da sua eficácia................................5
5. Titulares do Poder Regulamentar.............................................................................................5
5.1. O presidente da República.................................................................................................5
5.2. O governo..........................................................................................................................5
5.3. Os Ministros.......................................................................................................................6
5.4. Os Governadores Provinciais.............................................................................................6
5.5. As Autarquias Locais.........................................................................................................6
5.6. Institutos Públicos e associações públicas.........................................................................6
5.7. Entidades privadas.............................................................................................................6
6. Limites do Poder Regulamentar...............................................................................................7
7. Sanções por violação dos regulamentos...................................................................................8
8. Vigência dos Regulamentos.....................................................................................................9
Conclusão.......................................................................................................................................11
Bibliografia.....................................................................................................................................12
Legislação.......................................................................................................................................12
Introdução

O presente trabalho em sede da Cadeira do Direito Administrativo, tem por escopo falar do
Regulamento Administrativo. O regulamento Administrativo é uma das fontes do direito
administrativo, que se manifesta de várias formas, quer de decretos regulamentares quer de
posturas municipais.

Em primeiro lugar, pretende-se neste trabalho fazer alusão ao regulamento detalhando segundo a
doutrina o que se entende por regulamento e apresentar, portanto, as suas características.

Desta feita, prosseguimos com uma abordagem distintiva entre o regulamento, a lei e o acto
administrativo de modo a clarificar uma e outra figura, e assim permitir assacar quando é que
estamos perante um regulamento administrativo, quando é que estamos perante uma lei e quando
se pode dizer que estamos perante um acto administrativo, de acordo com as características que
cada figura se apresenta.

Posto isto, estar-se-á em condições de abordar os fundamentos bem como os limites do


regulamento. Trar-se-á nesta abordagem a titularidade do poder regulamentar de modo a assacar
que órgãos estão habilitados por lei e pela Constituição da competência de emanar regulamentos.

Finalmente traremos as classificações dos regulamentos segundo vários critérios e as sanções


cominadas pela violação dos regulamentos olhando pela qualidade do agente em causa.

Para a elaboração do presente trabalho recorreu-se ao método da pesquisa bibliográfica que


consistiu na recolha de informação em material já publicado em sede do direito administrativo
como é o caso de livros, e recorreu-se também à legislação que versa sobre a matéria do
regulamento administrativo.

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1. O Regulamento Administrativo

Os regulamentos referem-se aos actos administrativos que se destinam a especificar os comandos


da lei ou fornecer situações que ainda não foram disciplinadas por lei. O regulamento não pode
modificar a lei, mas apenas explicá-la.

Quando o regulamento tem por objectivo explicar a lei (regulamento de execução) terá que se
ater ao que a lei contém; já quando o regulamento se destinar a prover situações que não foram
contempladas por lei (regulamento autónomo) não poderá invadir a lei.

1.1. As características do regulamento


Dada a noção de regulamento, pode-se extrair as seguintes características:

 O regulamento é antes de mais uma fonte secundária, contudo de vulto do direito


Administrativo;
 O regulamento subordina-se à lei, ou seja, em caso de conflito prevalecem as normas
legais sobre as normas regulamentares.
 O regulamento desenvolve minuciosamente a lei quando se tratar de um regulamento
executivo.
 O regulamento constitui uma auto-disciplina da própria Administração Pública.
 Se surge uma Lei nova, e o regulamento não condizer com o conteúdo desta lei, este será
automaticamente revogado.

2. O regulamento e outros actos

2.1. O regulamento e a lei


A distinção entre regulamento e lei tem por base o tipo de organização político-administrativa,
divergindo a doutrina no que concerne a esta distinção. Para o professor Marcelo Caetano a
diferença reside no facto de o regulamento não inovar, podendo a lei faze-lo.

O prof. Freitas do Amaral, vai mais longe, ensinando que a distinção entre a lei e o regulamento
pode ser feita sob o ponto de vista, orgânico-formal, na medida em que tanto a lei como o
regulamento são materialmente normas jurídicas, distinguindo-se assim segundo a posição
hierárquica dos órgãos onde emanam.
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2.2. Regulamento e acto administrativo
O regulamento e o acto administrativo são ambos actos jurídicos unilaterais emitidos por um
órgão competente no exercício de um poder publico de autoridade.

Contudo, há traços distintivos entre as duas figuras. O Regulamento qualifica-se como uma
norma jurídica, cuja regra é geral e abstracta. Já o acto administrativo é concebido como
individual, reportando-se a uma pessoa (ou a um conjunto de pessoas) identificadas.

3. O Fundamento dos Regulamentos


A doutrina do prof. Marcelo Caetano, ensina que o poder regulamentar pode fundar-se em três
vertentes:

 A vertente prática: que consubstancia no distanciamento do legislador face aos casos


concretos da vida social e na impossibilidade de previsão absoluta ou na inconveniência
de previsão completa por parte do legislador.
 A vertente histórica: segundo a qual o regulamento surge perante impossibilidade de
aplicação rigorosa do principio da separação de poderes.
 E uma vertente jurídica: o fundamento do poder regulamentar encontra-se na
constituição da República – nestes termos um fundamento geral – e na lei um fundamento
particular.

4. Classificação do Regulamento
Os regulamentos, sendo fonte secundária do Direito Administrativo, podem classificar-se de
várias maneiras. Para a classificação dos regulamentos observar-se-ão os seguintes critérios:

4.1. Classificação dos Regulamentos quanto à sua relação com a lei


4.1.1.1. Executivos: os que são elaborados e publicados em seguimento a uma lei e para
assegurar a respectiva execução pelo desenvolvimento dos seus preceitos basilares.
(CAETANO 1943:82). Assim, nesta óptica, estes regulamentos não podem dispor
para alem da lei ou ultrapassar os limites desta (não pode ser um regulamento
praecter legem), sob pena de ilegalidade. Desta forma os regulamentos desenvolvem
minuciosamente o conteúdo da Lei e adequando a sua aplicação a casos em concreto,
por essa razão, os regulamentos devem ser secundum legem. Os regulamentos
3
necessários à execução das leis em vigor não podem ser objecto de revogação global
sem que a matéria seja, simultaneamente, objecto de regulamentação, conforme n. 1
do art. 117 da LPA.
4.1.1.2. Independentes: os que são totalmente livres da subordinação a uma lei ordinária,
ou seja, os que não se baseiam em actos legislativos que definam competência
subjectiva ou objectiva para sua emissão.
4.1.1.3. Autónomos: são os regulamentos que estão ligados à instituição pela
Constituição, de matéria de reserva ao poder regulamentar da Administração Pública,
não podendo o legislador intervir em tais matérias. Isto pode-se ver no número 4 do
artigo 142 CRM onde se refere aos actos regulamentares do Governo (o Conselho de
Ministros).1
4.1.1.4. Delegados: são os que resultam de uma autorização para a Administração Pública
emanar normas gerais e abstractas, sem, contudo, se encontrarem subordinados à lei.
Esclarece o professor ALBANO MACIE que estes resultam de uma investidura
legislativa à Administração pública e não do poder regulamentar.

4.2. Classificação dos Regulamentos quanto ao Objecto:


4.2.1.1. Regulamentos de Organização: são os que procedem à distribuição das funções
pelos vários departamentos e unidades de uma pessoa colectiva pública, bem como a
repartição de tarefas pelos diversos agentes que ai trabalham.
4.2.1.2. Regulamentos de Funcionamento: são os que regem o dia-a-dia dos serviços
administrativos públicos.
4.2.1.3. Regulamentos de Polícia são os que visam evitar a produção de danos sociais
devido a comportamentos nocivos à sociedade.

4.3. Classificação dos Regulamentos quanto aos domínios da sua aplicação


4.3.1.1. Regulamentos Gerais são os que abrangem a todo o território nacional, nesse
caso Moçambique.
4.3.1.2. Regulamentos Locais: aplicam-se a determinada circunscrição territorial, fala-se
aqui dos Municípios, vilas.

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Os actos regulamentares do Governos revestem a forma de decreto, quer quando determinados por lei regulamentar,
quer no caso de regulamentos autónomos.
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4.3.1.3. Regulamentos Institucionais: ao contrário dos regulamentos locais e gerais,
estes são emanados pelos institutos públicos ou associações públicas, tendo efeitos
produzidos no âmbito da jurisdição dessas mesmas instituições.

4.4. Classificação dos Regulamentos quanto à projecção da sua eficácia


Regulamentos internos são aqueles cujos efeitos se repercutem na esfera da pessoa jurídica
da pessoa colectiva que os emanou, de outro modo, os efeitos irão se produzir dentro da
pessoa jurídica que o emanou. Tem-se por exemplo o regulamento interno de uma
Universidade, de uma Escola, ou mesmo até de um sector de trabalho.

Regulamentos externos são aqueles que se enquadram no âmbito das normas relacionais,
produzindo efeitos jurídicos na esfera de outros sujeitos de direito, fora daquele que os
emanou.

5. Titulares do Poder Regulamentar


Quando falamos da titularidade do poder regulamentar, queremos saber quem competências para
estatuir de forma geral e abstracta a nível central local na Administração pública.

Deste modo tem competência para emitir regulamentos:

5.1. O presidente da República


Conforme o número 1 do artigo 145 da Constituição da República cabe o presidente zelar pelo
funcionamento correcto dos órgãos do Estado.

Também pode-se ver que pode criar regulamentos no âmbito da manutenção da ordem pública,
tomando medidas de polícia Administrativa necessárias à manutenção da ordem pública.

Constata-se que nos termos do artigo 158 da Constituição da República que todos os actos
normativos do Presidente da República assumirão a forma de decreto presidencial e despacho
presidencial.

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5.2. O governo
O Governo pode emitir normas regulamentares quer para execução de leis quer nos casos de
regulamentos autónomos nos termos do número 1 do artigo 142 da Constituição.

No caso de Regulamentos independentes o Governo pode emanar nos termos do n. 1 do artigo


203 da Constituição. A lei também pode conferir o poder regulamentar ao Governo.

5.3. Os Ministros
Os Ministros sendo chefes de serviços podem emitir regulamentos no âmbito da organização e
funcionamento dos seus ministérios. Os seus regulamentos tomam a forma de diploma
Ministerial.

O professor Albano Macie, esclarece que a nível da Constituição pode-se concluir que em
princípio, os Ministros não têm o poder regulamentar. Porem este poder pode-lhes ser conferido
pelas leis ou pelo decreto presidencial ou pelo decreto do conselho de Ministros.

5.4. Os Governadores Provinciais


No âmbito de organização e funcionamento dos seus serviços, os Governadores provinciais
podem emitir normas regulamentares e no âmbito da garantia da ordem pública.

5.5. As Autarquias Locais


As Autarquias Locais são pessoas colectivas públicas do tipo população e território. O poder
regulamentar das autarquias locais é delimitado pela Constituição nos termos do artigo 271, onde
se estatui que As autarquias Locais dispõem de poder regulamentar próprio no limite da
Constituição, das leis e dos regulamentos emanados da autoridade com poder tutelar. Os
regulamentos quando provindos de um órgão colegial dizem-se posturas municipais.

5.6. Institutos Públicos e associações públicas


Normalmente o poder regulamentar é atribuído pelo diploma legal que cria este tipo de pessoa
colectiva de direito público, quer por leis, decretos ou Estatutos.

5.7. Entidades privadas


Estas entidades privadas podem dispor de poder regulamentar especial, quando no exercício de
um poder público, outorgado por título adequado, como por exemplo contrato de concessão de
serviço público.

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6. Limites do Poder Regulamentar
Já vista a titularidade do poder regulamentar importa referir como é que deve ser exercido este
mesmo poder regulamentar.

Se fala dos limites, está-se a falar de como deve ser exercido pelos titulares. A doutrina avança
que os limites são colocados de acordo com à Constituição.

 Nenhum regulamento pode ser elaborado violando as normas e princípios estabelecidos


na Constituição da República sob pena de invalidade.
 Constitui também um limite ao poder regulamentar da administração a
posição hierárquica dos órgãos emissores. Isto significa que um regulamento tem de ser
limitado se a disciplina jurídica que regula, foi anteriormente regulada por um outro
regulamento de um órgão hierarquicamente superior. Como sabemos, o poder
regulamentar no nosso ordenamento jurídico está repartido entre o Governo e os vários
órgãos que compõem o sector administrativo. Assim sendo, os regulamentos do
Governo prevalecem sobre todos os outros regulamentos, mesmo que estas sejam
posteriores. Cabe ainda referir que no tocante ao poder regulamentar autárquico, os
regulamentos emanados das autarquias de grau superior prevalecem sobre os
regulamentos das autarquias de grau inferior.
 Por fim, constitui um limite ao exercício do poder regulamentar da Administração as
regras relativas à sua forma e competência, prescritas pela Constituição. Desta feita, um
regulamento será inconstitucional (ou ilegal do ponto de vista orgânico) se for emitido
por um órgão que não tenha competência para tal. Por outro lado, sendo competente, o
órgão está vinculado às formas e formalidades prescritas pela actividade regulamentar,
independentemente de terem sido constitucional ou legalmente consagradas.

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7. Sanções por violação dos regulamentos
Sabe-se que nem sempre as normas jurídicas contêm o elemento sanção na sua estrutura. Porém,
pode ser o caso deste ou daquele regulamento o que nos leva a seguir a regra geral de que sendo
os regulamentos regras de direito, hão de estar providas de sanção.

Refere o prof. Albano Macie que as sanções administrativas são executórias, regra geral não
havendo necessidade de recurso ao tribunal competente, salvo as sanções penais. São de três tipos
as sanções, quando o infractor for agente administrativo que deveria aplicar o regulamento:

a) Sanção administrativa: consiste na nulidade absoluta ou anulabilidade dos actos


administrativos praticados em contrário das regras regulamentares. É uma sanção que
incide sobre os actos jurídicos da administração;
b) Sanção disciplinar: incide sobre os agentes administrativos que tem obrigação de acatar
a norma regulamentar aplicável aos respectivos serviços. O Agente infractor incorre nas
penas de advertência, repreensão pública, multa, despromoção, demissão e expulsão como
se refere no artigo 112 do EGFAE.
 As sanções disciplinares consistem no seguinte:
Advertência - crítica formalmente feita ao infractor pelo respectivo superior hierárquico;
Repreensão pública - crítica feita ao infractor pelo respectivo superior hierárquico, na
presença dos funcionários ou agentes do Estado do serviço onde o infractor esteja
afectado;
Multa - desconto de uma importância correspondente ao vencimento do funcionário ou
agente do Estado pelo mínimo de cinco e máximo de 90 dias, graduada conforme a
gravidade da infracção, que reverte para os cofres do Estado. O desconto em cada mês é
efectuado nos vencimentos do infractor, não podendo exceder um terço do seu
vencimento;
Despromoção - descida para a classe ou categoria inferior no primeiro escalão da faixa
salarial pelo período de seis meses a dois anos;
Demissão - afastamento do infractor do aparelho do Estado, podendo ser readmitido
decorridos oito anos sobre a data do despacho punitivo, desde que cumulativamente:
i. haja vaga no quadro de pessoal;
ii. ii. haja disponibilidade orçamental;
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iii. iii. seja aprovado em concurso;
iv. e iv. se prove que através do seu comportamento se encontra reabilitado.

Expulsão – afastamento do infractor do aparelho do Estado, podendo ser readmitido


decorridos doze anos sobre a data do despacho punitivo, desde cumulativamente: i. haja
vaga no quadro de pessoal; ii. haja disponibilidade financeira; e iii. se prove que através
do seu comportamento se encontra reabilitado.

c) Sanção Penal: consiste na aplicação ao infractor, pela entidade competente de penas


curtas de prisão, multas, apreensão de instrumentos de contravenção ou transgressões.

Podemos ter infractores que não sejam agentes administrativos. Para estes casos adverte o
prof. Albano Macie que as sanções serão as penais e administrativas. Neste ultimo caso pode
ocorrer por exemplo o pagamento de uma multa, que é calculada consoante o critério do
salário mínimo nacional, suspensão da actividade em causa, encerramento do
estabelecimento, suspensão ou cancelamento de alvará, embargos administrativos, demolição
da obra.

8. Vigência dos Regulamentos

A publicação dos regulamentos depende do órgão ou pessoa colectiva que os emanou. Podem
cessar a sua vigência por caducidade, pela revogação ou ainda pela anulação contenciosa ou pela
declaração da sua ilegalidade.
Caducidade: são casos de em que o regulamento caduca, isto é, cessa automaticamente a sua
vigência, por ocorrerem determinados factos que ope legis produzem esse efeito jurídico. Os
principais casos de caducidade são:
a) Se o regulamento for feito para vigorar durante certo período, decorrido esse período
o regulamento caduca;
b) O regulamento caduca se forem transferidas as atribuições de pessoa colectiva para
outra autoridade administrativa, ou se cessar a competência regulamentar do órgão que
fez o regulamento;

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c) O regulamento caduca se for revogada a lei que ele veio executar, caso esta não seja
substituída por outra.
Revogação: o regulamento também deixa de vigorar noutro tipo de casos, em que um acto
voluntário dos poderes públicos impõe a cessação dos efeitos do regulamento. São eles:
a) Revogação, expressa ou tácita, operada por outro regulamento, de grau hierárquico e
forma idênticos;
b) Revogação, expressa ou tácita, por regulamento de autoridade hierarquicamente
superior de autoridade ou de forma legal mais solene;
c) Revogação, expressa ou tácita, por lei.
Acresce-se que essa revogação pode ser a pedido dos interessados conforme se assaca do n.
1 do art. 113 da Lei do Procedimento Administrativo aprovado pela Lei n. 14/2011 de
10 de Agosto segundo a qual Os interessados podem apresentar aos órgãos
competentes pedidos em que solicitem a elaboração, modificação ou revogação de
regulamentos, os quais devem ser devidamente fundamentados.

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Conclusão

Falando do Regulamento Administrativo, conclui-se que estes referem-se aos actos


administrativos que se destinam a desenvolver os comandos estabelecidos pela lei.

Constata-se também que os Regulamentos devem estar subordinados à lei não devendo extrapolar
aquilo que é o conteúdo da mesma e nem a contradizer. Neste contexto, fala-se aqui de como se
apresenta um regulamento, ou seja, quais são os caracteres essenciais desta fonte de Direito
Administrativo.

Da abordagem, falou-se aqui de alguns critérios da classificação dos regulamentos, resultando


deste modo em regulamentos executivos, independentes, autónomos e delegados, locais, gerais e
institucionais, internos e externos, de organização, de funcionamento e de polícia.

Contudo constatou-se também que detêm o poder regulamentar, o presidente da República,


referindo-se a um poder implícito devido aos seus actos normativos; o Governo, Os Ministros, os
Governadores Provinciais, As autarquias locais dispondo de um regulamento local e as
instituições e associações públicas, dispondo de um regulamento de funcionamento.

Contudo verifica-se que a Publicidade dos regulamentos varia de acordo com o órgão ou pessoa
colectiva proveniente.

Como pode-se observar os regulamentos emanados pelo presidente da República são publicados
no Boletim da República que é o Jornal Oficial.

Finalmente, a cessação de vigência dos regulamentos dá-se por caducidade e revogação.

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Bibliografia

CAETANO, Marcelo. Manual de Direito Administrativo. Vol. I, 1ª ed. Coimbra: livraria


Almedina, 1997.

MACIE, Albano. Liçoes de Direito Administrativo Moçambicano, Maputo: Escolar Editores,


2015.

Legislação
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, In Constituição da República de Moçambique, publicada no
Boletim da República, n.º 51, I Série, de 22 de Dezembro de 2004, pontualmente revista pela Lei
n. 1/2018 de 12 de Junho, Publicada no BR. N. 115, I Série, 2º Suplemento, de 12 Junho de 2018.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. Lei n. 4/2022 de 11 de Fevereiro, Aprova o Estatuto Geral


dos Funcionários e Agentes do Estado, abreviadamente designado por EGFAE e revoga a Lei n.º
10/2017, de 1 de Agosto. Publicada na I Série do Boletim da República n. 29, aos 11 de Fevereiro
de 2022.

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE. Lei n. 14/2011 de 10 de Agosto, Regula a formação da


vontade da Administração Pública, estabelece as normas de defesa dos direitos e interesses dos
particulares, e revoga a reforma Administrativa Ultramarina (RAU) e o Decreto-Lei n.º 23229, de
15 de Novembro de 1933. Publicado na I Série do BR n. 32, aos 10 de Agosto de 2011.

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