Manual de Contabilidade - Versão Jul21 e Vigência Ago21
Manual de Contabilidade - Versão Jul21 e Vigência Ago21
Manual de Contabilidade - Versão Jul21 e Vigência Ago21
As Normas Básicas prevalecem sobre o Elenco de Contas, que prepondera em relação aos
Modelos de Publicação. Estes, por sua vez, predominam sobre as recepções dos padrões internacionais
de contabilidade emitidos pelo CPC e recepcionados pela Susep.
A escrituração contábil das supervisionadas pela Susep deve obedecer às normas estipuladas
pelo CPC, desde que não sejam contrárias ao estabelecido nas Normas Básicas, no Elenco de Contas e
nos Modelos de Publicação.
Importante destacar que a Resolução CFC n. 750/93, alterada pela Resolução CFC n. 1.282/10,
que versava sobre Princípios de Contabilidade foi revogada a partir de 1º/1/2017 pela Norma
Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (NBC TSP) – Estrutura Conceitual. Isso
significa que a partir daquela data, há no Brasil apenas um arcabouço com conceitos e princípios mais
gerais a serem seguidos, qual seja a Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório
Contábil-Financeiro (CPC 00) emitido pelo CPC. A seguir apresentamos um quadro com os Princípios
de Contabilidade da Resolução CFC n. 750/93 revogados e os conceitos equivalentes enunciados pelo
CPC 00. Observe que há certa similaridade entre os dois arcabouços conceituais, sendo o CPC 00 mais
abrangente em alguns casos.
Quadro 2 – Comparativo dos Princípios de Contabilidade com as Características da Informação
Contábil
PRINCÍPIO/
ORIGEM DESCRIÇÃO
CONCEITO
Reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no
universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma
Res. CFC
pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer
n. 750/93
natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. O patrimônio não se
confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade
ou instituição.
Entidade
Capítulo em construção pelo IASB. Atualmente há apenas menção à Entidade
CPC 00
que Reporta.
A contabilidade de uma supervisionada não deve ser afetada por fatos
contábeis de seus acionistas. Na contabilidade empresarial, somente devem
Aplicação
ser registrados os fatos que se refiram ao patrimônio da companhia. Por
Prática
exemplo, a despesa da conta de telefone particular do acionista não deve ser
registrada como despesa da supervisionada.
A entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a
Res. CFC
apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta essa
n. 750/93
circunstância.
4.1. As demonstrações contábeis normalmente são elaboradas tendo como
premissa que a entidade está em atividade (going concern assumption) e irá
manter-se em operação por um futuro previsível. Desse modo, parte-se do
pressuposto de que a entidade não tem a intenção, nem tampouco a
CPC 00
necessidade, de entrar em processo de liquidação ou de reduzir materialmente
a escala de suas operações. Por outro lado, se essa intenção ou necessidade
existir, as demonstrações contábeis podem ter que ser elaboradas em bases
Continuidade
diferentes e, nesse caso, a base de elaboração utilizada deve ser divulgada.
A premissa da continuidade operacional é a regra geral a ser adotada por todas
as supervisionadas. Somente nos casos de decretação de liquidação
extrajudicial ou de homologação pela Susep de ato societário que deliberou
pela liquidação ordinária da supervisionada é que as demonstrações contábeis
Aplicação
podem ser elaboradas em bases distintas.
Prática
Nem a decretação dos regimes especiais de direção fiscal ou intervenção, nem
a suspensão de autorização para funcionamento são suficientes para o
abandono da premissa da continuidade operacional, embora esses fatos devam
estar evidenciados em nota explicativa da demonstração contábil.
Refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes
Res. CFC
Oportunidade patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. A falta de
n. 750/93
integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação
contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário
ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.
QC29. Tempestividade significa ter informação disponível para tomadores de
decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Em geral, a
informação mais antiga é a que tem menos utilidade. Contudo, certa
CPC 00
informação pode ter o seu atributo tempestividade prolongado após o
encerramento do período contábil, em decorrência de alguns usuários, por
exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências.
Assim que uma supervisionada identificar falta de aderência das premissas
utilizadas na mensuração das provisões técnicas com a realidade, deve ser
Aplicação
providenciada a adequação das premissas para que as demonstrações
Prática
contábeis reflitam de forma mais fidedigna a situação econômica e financeira
da supervisionada.
Res. CFC Os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos
n. 750/93 valores originais das transações, expressos em moeda nacional.
Mensuração dos elementos das demonstrações contábeis
4.54. Mensuração é o processo que consiste em determinar os montantes
monetários por meio dos quais os elementos das demonstrações contábeis
devem ser reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial e na
demonstração do resultado. Esse processo envolve a seleção da base
específica de mensuração.
4.55. Um número variado de bases de mensuração é empregado em diferentes
graus e em variadas combinações nas demonstrações contábeis. Essas bases
incluem o que segue:
(a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos montantes pagos em caixa
ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos entregues para
adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos montantes
dos recursos recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias
(como, por exemplo, imposto de renda), pelos montantes em caixa ou
equivalentes de caixa se espera serão necessários para liquidar o passivo no
curso normal das operações.
(b) Custo corrente. Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou
equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses mesmos ativos ou
ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são
reconhecidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não
descontados, que se espera seriam necessários para liquidar a obrigação na
data do balanço.
Registro pelo CPC 00
(c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são
Valor Original
mantidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam
ser obtidos pela sua venda em forma ordenada. Os passivos são mantidos
pelos seus montantes de liquidação, isto é, pelos montantes em caixa ou
equivalentes de caixa, não descontados, que se espera serão pagos para
liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações.
(d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado,
dos fluxos futuros de entradas líquidas de caixa que se espera seja gerado pelo
item no curso normal das operações. Os passivos são mantidos pelo valor
presente, descontado, dos fluxos futuros de saídas líquidas de caixa que se
espera serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das
operações.
4.56. A base de mensuração mais comumente adotada pelas entidades na
elaboração de suas demonstrações contábeis é o custo histórico. Ele é
normalmente combinado com outras bases de mensuração. Por exemplo, os
estoques são geralmente mantidos pelo menor valor entre o custo e o valor
líquido de realização, os títulos e valores mobiliários negociáveis podem em
determinadas circunstâncias ser mantidos a valor de mercado e os passivos
decorrentes de pensões são mantidos pelo seu valor presente. Ademais, em
algumas circunstâncias, determinadas entidades usam a base de custo corrente
como resposta à incapacidade de o modelo contábil de custo histórico
enfrentar os efeitos das mudanças de preços dos ativos não monetários.
Visa a afirmar a prevalência da moeda do país e, consequentemente, o registro
Aplicação
somente nela. Quaisquer transações em moeda estrangeira devem ser
Prática
transformadas em moeda nacional no momento do seu registro.
Res. CFC Os efeitos das transações e outros eventos devem ser reconhecidos nos
Competência
n. 750/93 períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.
Pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas
correlatas.
Performance financeira refletida pelo regime de competência (accruals)
OB17. O regime de competência retrata com propriedade os efeitos de
transações e outros eventos e circunstâncias sobre os recursos econômicos e
reivindicações da entidade que reporta a informação nos períodos em que
ditos efeitos são produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em
caixa derivados ocorram em períodos distintos. Isso é importante em função
de a informação sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade
que reporta a informação, e sobre as mudanças nesses recursos econômicos e
reivindicações ao longo de um período, fornecer melhor base de avaliação da
performance passada e futura da entidade do que a informação puramente
baseada em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo
período.
OB18. Informações sobre a performance financeira da entidade que reporta a
informação durante um período que são reflexos de mudanças em seus
CPC 00
recursos econômicos e reivindicações, e não da obtenção adicional de
recursos diretamente de investidores e credores (ver item OB21), são úteis
para avaliar a capacidade passada e futura da entidade na geração de fluxos
de caixa líquidos. Essas informações servem de indicativos da extensão em
que a entidade que reporta a informação tenha aumentado seus recursos
econômicos disponíveis, e dessa forma sua capacidade de gerar fluxos de
caixa líquidos por meio de suas operações e não pela obtenção de recursos
adicionais diretamente de investidores e credores.
OB19. Informações sobre a performance financeira da entidade que reporta a
informação durante um período também podem ser indicativos da extensão
em que determinados eventos, tais como mudanças nos preços de mercado ou
nas taxas de juros, tenham provocado aumento ou diminuição nos recursos
econômicos e reivindicações da entidade, afetando por conseguinte a
capacidade de a entidade gerar a entrada de fluxos de caixa líquidos.
Aplicação Reconhecimento da receita de prêmio ou da cobertura de risco de produtos de
Prática previdência conforme a cobertura securitária oferecida pela supervisionada.
Determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do
maior valor para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que
Res. CFC alterem o patrimônio líquido.
n. 750/93 Pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos
necessários às estimativas em algumas condições de incerteza, no sentido de
que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não
sejam subestimados.
Prudência
Retirado estrutura conceitual atual.
O IASB está trabalhando em um novo conceito para prudência, o qual terá
CPC 00
uma interpretação associada à cautela (caution), ou seja, cuidado na aplicação
de julgamento em condições de incerteza.
A seguradora possui uma causa judicial que é ré (agente passivo) e outra que
Aplicação é autora (agente ativo). A seguradora não pode realizar o registro contábil da
Prática contingência ativa, porém, de forma obrigatória, deve avaliar a necessidade
de reconhecimento da contingência passiva.
Fonte: Atualizado de Caldas, Curvello e Rodrigues (2016).
Além das normas supracitadas, a técnica contábil da escrituração das operações de seguro deve
atender aos seguintes aspectos formais estabelecidos pela Circular Susep n. 517/15:
a) a escrituração deve ser completa, mantendo-se em registros permanentes todos os atos e fatos
administrativos que modifiquem ou venham a modificar, imediatamente ou não, sua
composição patrimonial;
b) o simples registro contábil não constitui elemento suficientemente comprobatório, de modo
que a escrituração deve ser fundamentada em documentos hábeis para a perfeita validade dos
atos e fatos administrativos;
c) a contabilização será centralizada na sede da seguradora, utilizando-se registros auxiliares de
contabilidade, com observância das disposições previstas em leis, regulamentos, resoluções
do CNSP e circulares da Susep; e
d) as conciliações das rubricas contábeis com os respectivos controles analíticos deverão ser
realizadas mensalmente e mantidas atualizadas.
A escrituração inadequada da contabilidade ou de seus respectivos registros auxiliares, o
fornecimento de informações inexatas, a falta ou atraso de conciliações contábeis e a escrituração
mantida em atraso por período superior a vinte dias subsequentes ao encerramento de cada mês são
infrações contábeis que sujeitam a seguradora, seus administradores, gerentes, membros do conselho
de administração e assemelhados a penalidades previstas na Resolução CNSP n. 243/11, conforme
segue:
Art. 19. Não escriturar as operações nos livros e registros da contabilidade, com atualidade ou
fidedignidade, nos termos da legislação.
Sanção: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).
Art. 20. Não manter na matriz e nas filiais, sucursais, agências e representações os registros
exigidos, com escrituração completa das operações realizadas, em conformidade com a
legislação.
Sanção: multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Parágrafo único. Incorre, também, na sanção aquele que:
I – não mantiver conta corrente exclusiva de intermediação de resseguro; ou
II – não mantiver conta em moeda estrangeira, quando obrigatória, ou utilizá-la em desacordo
com a legislação (CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, 2011).
Em consonância com a Lei das Sociedades Anônimas (Lei n. 6.404/76), a Circular Susep n.
517/15 estabelece que o exercício social das supervisionadas será de um ano e vai um pouco além da
primeira quando define que este coincidirá com o ano civil e terá data de encerramento em 31 de
dezembro.
O elenco de contas é composto por um conjunto de rubricas que receberão os registros dos fatos
administrativos, tendo como função principal servir de suporte para a construção das principais
demonstrações contábeis elaboradas pelas companhias.
O anexo X da Circular Susep n. 517/15, estabelece um elenco de contas específico para o registro
das operações das supervisionadas. Como forma de padronização, a codificação específica para as
rubricas estabelecidas deve atender aos seguintes requisitos:
I - o primeiro código, constituído de número de 10 (dez) algarismos, indica, da esquerda para a
direita:
a) o primeiro algarismo, a classe;
b) o segundo algarismo, o grupo;
c) o terceiro algarismo, o subgrupo;
d) o quarto algarismo, a conta;
e) o quinto algarismo, a subconta;
f) o sexto algarismo, o desdobramento da subconta, quando necessário;
g) o sétimo algarismo, o segundo desdobramento da subconta, quando necessário;
h) o oitavo algarismo, o terceiro desdobramento da subconta, quando necessário;
i) o nono algarismo, o quarto desdobramento da subconta, quando necessário; e
j) o décimo algarismo, o quinto desdobramento da subconta, quando necessário.
II - O segundo código, de uso facultativo, poderá ser utilizado para as indicações julgadas
necessárias às operações e aos relatórios contábeis, estatísticos ou de outra natureza
(SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS, 2015).
Somente a Susep poderá criar codificação contábil até o décimo algarismo do primeiro código,
sendo permitido que as supervisionadas, quando considerarem necessário, criem rubricas a partir do
segundo código, ou seja, do décimo primeiro algarismo.
As principais classificações e subdivisões do elenco de contas são as seguintes:
Quadro 5 – Classificação das Contas do Elenco de Contas
1 ATIVO
1.1 CIRCULANTE
1.2 NÃO CIRCULANTE
2 PASSIVO
2.1 CIRCULANTE:
2.2 NÃO CIRCULANTE
2.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ou PATRIMÔNIO SOCIAL
3 CONTAS DE RESULTADO
3.1 OPERAÇÕES DE SEGUROS
3.2 OPERAÇÕES DE RESSEGUROS
3.3 OPERAÇÕES DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA
3.4 OPERAÇÕES DE CAPITALIZAÇÃO
3.5 DESPESAS ADMINISTRATIVAS
3.6 RESULTADO FINANCEIRO
3.7 RESULTADO PATRIMONIAL
3.8 GANHOS OU PERDAS COM ATIVOS NÃO CORRENTES
3.9 IMPOSTOS E PARTICIPAÇÕES SOBRE O RESULTADO
Fonte: Caldas, Curvello e Rodrigues (2016).
Para melhor entendimento, observe o exemplo a seguir:
Quadro 6 – Exemplo de Elenco de Contas com Classificação por Nível
CÓDIGO DA
NOME NÍVEL
CONTA
1 ATIVO Classe
1.1 CIRCULANTE Grupo
1.1.2 APLICAÇÕES Subgrupo
1.1.2.6 QUOTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS Conta
VINCULADAS À COBERTURA DE PROVISÕES
1.1.2.6.1 Subconta
TÉCNICAS
QUOTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS Desdobramento da
1.1.2.6.1.1
ESPECIALMENTE CONSTITUÍDOS subconta
FUNDOS ESPECIALMENTE CONSTITUÍDOS - Segundo desdobramento
1.1.2.6.1.1.1
GARANTIDORAS DE PLANOS DE BENEFÍCIOS da subconta
Terceiro desdobramento
1.1.2.6.1.1.1.1 VALOR ORIGINAL
da subconta
Fonte: Caldas, Curvello e Rodrigues (2016).
Nesse exemplo, a codificação estabelecida pelo Elenco de Contas determina uma abertura até o
oitavo algarismo como forma de realizar o registro adequado desse instrumento financeiro específico.
No capítulo 3 serão expostos alguns lançamentos contábeis com base no elenco de contas
exigido. Assim, no caso de lançamento contábil no desdobramento de conta apresentado no Quadro 6,
este seria demonstrado da seguinte forma:
1
Neste manual entendido como a controladora e todas as suas controladas, conforme Pronunciamento Técnico CPC 36 –
Demonstrações Consolidadas.
consolidadas anuais elaboradas com base em pronunciamentos plenamente convergentes com as
normas internacionais, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e recepcionados
pela Susep.
A supervisionada que possuir controladas deverá elaborar as demonstrações consolidadas, não
sendo permitido encaminhar demonstrações consolidadas elaboradas por controladoras acima que não
sejam também uma supervisionada. Logo, é vedada a dispensa de que trata o inciso IV, item 4 do CPC
36 (R3). O formato das demonstrações financeiras consolidadas é livre não precisando seguir o modelo
de publicação utilizado nas demonstrações individuais. Entretanto, deve-se manter a utilização da
nomenclatura atualmente adotada no mercado de seguros.
O Quadro 7 apresenta a base conceitual sobre a qual devem ser elaboradas as demonstrações
contábeis, bem como os respectivos prazos de publicação e envio desses documentos à Susep.
Para Demonstrações Anuais (Data-Base Dez/XX), como ilustra a Figura 1 (acima), deverão ser
enviados:
• 1 (um) arquivo único contendo cópia do exemplar das demonstrações contábeis individuais
anuais publicadas em diário oficial;
• 1 (um) arquivo único contendo cópia do exemplar das demonstrações contábeis individuais
anuais publicadas em jornal de grande circulação;
• 1 (um) arquivo único contendo cópia do exemplar das demonstrações contábeis consolidadas.
Ressalte-se que a publicação das demonstrações consolidadas é facultativa, porém seu envio à Susep na
forma especificada nesta orientação é obrigatório.
Para Demonstrações Intermediárias (Data-Base Jun/XX), Como ilustra a Figura 1 (acima),
deverão ser enviados:
• 1 (um) arquivo único contendo cópia do exemplar das demonstrações contábeis intermediárias.
Ressalte-se que a publicação dessas demonstrações contábeis em jornal de grande circulação é
facultativa, porém seu envio à Susep na forma especificada nesta orientação é obrigatório.
Os arquivos enviados deverão, obrigatoriamente, conter:
• Relatório da Administração
• Balanço Patrimonial
• Demonstração do Resultado do Período
• Demonstração do Resultado Abrangente
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
• Demonstração dos Fluxos de Caixa
• Notas Explicativas
• Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis
• Nome dos Diretores
• Nome do Contador
• Nome do Atuário
A Lei das Sociedades por Ações estabelece, por meio do artigo 176, que as demonstrações
contábeis das companhias deverão ser complementadas por notas explicativas e outros quadros
analíticos necessários para a o esclarecimento da situação patrimonial e do resultado do exercício.
Além dos requisitos mínimos listados no § 5º do artigo 176 dessa lei, as companhias devem
observar as exigências de divulgação estabelecidas pelos normativos contábeis emitidos pelo CPC, em
plena convergência com os padrões internacionais de contabilidade.
As supervisionadas devem, ainda, divulgar notas explicativas obrigatórias estabelecidas pelo
artigo 156 da Circular Susep n. 517/15. Algumas dessas notas detalham aspectos já exigidos nos
pronunciamentos e outras são demandas específicas do supervisor.
As notas explicativas obrigatórias estabelecidas pela Circular Susep n. 517/15 são:
II - Políticas Contábeis
As supervisionadas devem divulgar, pelo menos, as políticas contábeis adotadas quanto ao
critério de reconhecimento das principais receitas e despesas, à redução ao valor recuperável de ativos,
à depreciação, o adicional de fracionamento, às provisões e à mensuração de ativos e passivos. Deve-
se destacar os aspectos relacionados com a mensuração dos contratos de seguro e instrumentos
financeiros, bem como com os critérios de reconhecimento de receitas e despesas em questão.
O CPC 26 (R1) – Apresentação das Demonstrações Contábeis requer a divulgação das políticas
contábeis mais importantes para o correto entendimento do processo de elaboração das demonstrações.
Essas políticas incluem a(s) base(s) de mensuração usada(s) na demonstração contábil, pois afetam
sobremaneira a análise dos usuários desse tipo de informação.
Em diversos pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC concede-se à Administração a
possibilidade de escolher entre alternativas permitidas. Nesses casos, a divulgação da escolha adotada
é especialmente útil para os usuários.
V - Prêmios a Receber
As supervisionadas devem elaborar notas explicativas com o detalhamento dos saldos dos
prêmios a receber, prazos de vencimentos (aging), redução ao valor recuperável, período médio de
parcelamento e, ainda, um quadro de movimentação de um período para outro, conforme mencionado
no item XII abaixo.
VIII - Divulgação das tábuas, taxas de carregamento e taxas de juros dos principais produtos
comercializados
A diversidade dos produtos do mercado supervisionado requer uma boa divulgação das
características destes, a fim de que o usuário externo conheça minimamente os motivos que levam a
companhia a alcançar a performance divulgada. Nesse sentido, é exigido como divulgações mínimas
necessárias sobre os principais produtos comercializados: as tábuas biométricas, as taxas de
carregamento e as taxas de juros.
XV - Transferências de Carteira
Critérios contábeis específicos, estabelecidos no art. 152 da Circular Susep n. 517/15, devem ser
adotados pelas partes envolvidas quando da ocorrência das operações de transferências de carteira. As
supervisionadas, quando cessionárias, devem elaborar notas explicativas com informações acerca da
cedente, dos resultados, dos ramos e da vigência média das carteiras transferidas. Todas as informações
relevantes relacionadas às operações de transferência de carteira realizadas no período devem ser
divulgadas pelas cessionárias, por meio de notas explicativas, devendo conter, no mínimo:
a) os motivos ou objetivos da transação e eventuais impactos nos negócios da supervisionada;
b) o valor da operação, por ramo;
c) o resultado apurado na transação;
d) a diferença entre o valor financeiro da operação e o saldo da PPNG das apólices recebidas e
seu tratamento contábil;
e) quaisquer responsabilidades e obrigações assumidas ou garantias recebidas em função da
transferência.
XVI - Solvência
As Supervisionadas devem divulgar em notas explicativas os seguintes itens relativos à
suficiência de capital e de ativos garantidores de provisões técnicas:
a) informações sobre a adequação de capital na data a que se refiram as demonstrações
financeiras com, no mínimo, os seguintes itens:
(i) demonstração do cálculo do PLA;
(ii) capital base e capital de risco, explicitando suas parcelas (subscrição, crédito,
operacional e mercado);
(iii) capital mínimo requerido (calculado conforme as disposições estabelecidas na
norma específica);
(iv) suficiência/insuficiência de capital;
b) eventuais insuficiências de ativos oferecidos em cobertura das provisões técnicas.
Por fim, as informações referentes a Fundos Exclusivos constarão de notas explicativas não
sendo necessária a sua consolidação.
2. Auditoria Independente
No mercado supervisionado, há duas atividades de auditoria independente que se
complementam, são elas: a auditoria contábil e a auditoria atuarial. Haja vista o escopo deste material,
a seguir são apresentadas algumas características da auditoria contábil. Mais detalhes sobre a auditoria
atuarial podem ser obtidos na Resolução CNSP n. 321/15 e nas orientações da área técnica disponível
do site do supervisor em http://www.susep.gov.br/setores-susep/cgsoa/regulamento-prudencial.
Cabe destacar as supervisionadas somente podem contratar auditores contábeis independentes,
pessoa física ou jurídica, registrados na CVM e observar os requisitos normativos específicos sobre o
tema, a inobservância destes regramentos implicam na responsabilização do administrador e tornam
nulos os serviços prestados de auditoria contábil independente, devendo a supervisionada submeter à
autorização da Susep proposta de substituição do auditor contábil independente.
2.1.1 Responsabilidades
O objetivo precípuo do trabalho realizado pelo auditor contábil independente é emitir uma
opinião sobre as demonstrações contábeis da supervisionada e, para isso, são realizados diversos
procedimentos de auditoria. Estes podem identificar, por exemplo, problemas de controle interno e
fraudes. Entretanto, a detecção de fraudes não é o objetivo principal do trabalho de auditoria.
As responsabilidades da Administração da supervisionada e do auditor contábil independente
são distintas:
• A Administração tem a responsabilidade, entre outras, de:
elaborar as demonstrações contábeis de acordo com práticas contábeis exigidas;
estabelecer e manter controles internos eficazes sobre a elaboração das
demonstrações contábeis livres de distorções relevantes, independentemente se causada
por fraude ou erro, e informar aos auditores independentes sobre todas as deficiências
identificadas no desenho ou operação dos controles internos sobre a elaboração de
relatórios financeiros;
elaborar e implantar programas e controles de prevenção e detecção de fraude e
erro e por informar aos auditores independentes sobre seu conhecimento de qualquer
fraude ou suspeita de fraude que afete a Entidade, envolvendo a Administração,
funcionários que desempenham papéis significativos nos controles internos e outros em
que a fraude poderia ter um efeito relevante sobre as demonstrações contábeis;
informar aos auditores independentes sobre seu conhecimento de qualquer fraude
ou suspeita de fraude que afete a Entidade, obtidos em comunicações efetuadas por
funcionários, ex-funcionários, analistas, órgãos reguladores ou outros;
identificar e assegurar o cumprimento por parte da Entidade das leis, normas e
regulamentos aplicáveis às suas atividades, informando aos auditores independentes
sobre quaisquer violações a tais leis e regulamentos;
salvaguardar os ativos da Entidade; e
ajustar as demonstrações contábeis para corrigir distorções relevantes.
Já o auditor, é responsável por emitir uma opinião sobre a adequação das demonstrações
contábeis elaboradas pela Administração da supervisionada às práticas contábeis exigidas, em
conformidade com as normas internacionais e brasileiras de auditoria.
O relatório produzido pelos auditores contábeis independentes aumenta o grau de confiança dos
usuários das informações contidas nas demonstrações elaboradas e publicadas pela Administração,
atestando que as demonstrações contábeis representam, em todos os aspectos relevantes, a posição
patrimonial e financeira, os resultados e os fluxos de caixa de acordo com as práticas contábeis adotadas
no Brasil aplicáveis a entidades autorizadas a operar pela SUSEP. A manifestação de opinião
modificada (adversa, com ressalvas ou com abstenção de opinião) pode gerar, entre outras
consequências, a rápida atuação do supervisor, permitindo que este identifique e atue rapidamente, nos
casos em que as demonstrações contábeis foram elaboradas em discordância com os normativos
vigentes.
Além disso, os auditores contábeis independentes testam os principais saldos contábeis, que
posteriormente são refletidos nas demonstrações contábeis publicadas. Ao entregar o Questionário
Prudencial do Formulário de Informações Periódicas (FIP/Susep) referentes aos segundo e quarto
trimestres, a supervisionada informa se os valores contidos no FIP/Susep de junho e dezembro estão em
conformidade com as informações divulgadas nas demonstrações contábeis e, ainda, o auditor
independente realiza procedimentos previamente acordados, a fim de confirmar a resposta dada pela
companhia. Com isso, a atuação do auditor contábil contribui para aumentar o grau de confiança nos
dados recebidos pelo supervisor por meio do FIP/Susep, podendo viabilizar uma atuação mais rápida e
efetiva do supervisor no caso de problemas identificados2.
2
Importa ressaltar que o auditor independente atuarial atua na validação dos dados usados pelas supervisionadas em
diversos cálculos que são refletidos nas demonstrações contábeis e no FIP/Susep, o que igualmente contribui para
aumentar a fidedignidade dos inputs usados na elaboração das informações enviadas ao supervisor.
Possibilita, ainda, que o supervisor tome conhecimento de falhas nos controles internos da
supervisionada que possam aumentar a exposição a riscos desta e/ou diminuir a confiabilidade dos
dados enviados à Susep.
O trabalho do auditor contábil independente, materializado na emissão de uma opinião sobre as
demonstrações, bem como na elaboração de relatórios específicos exigidos, torna-se, assim, uma das
principais ferramentas utilizadas pelo supervisor.
A fim de que o trabalho realizado pelo auditor espelhe a realidade sem viés ou parcialidade em
seus julgamentos, este deve ser e se manter independente, não podendo se deixar influenciar por fatores
estranhos, preconceitos ou quaisquer outros elementos materiais ou afetivos que resultem na perda,
efetiva ou aparente, de sua independência.
A Resolução CNSP n. 321/2015 define que as supervisionadas não podem contratar ou manter
auditor contábil independente, caso se configurem determinadas situações de impedimento ou
incompatibilidade para a prestação desse serviço previstas nas normas e regulamentos da CVM, do CFC
ou do Ibracon.
A CVM disciplina o exercício da atividade de auditoria independente no âmbito do mercado de
valores mobiliários por meio da Instrução CVM n. 308/99. As situações de impedimento e
incompatibilidade contidas nessa norma aplicam-se ao mercado supervisionado pela Susep. As
seguintes questões são consideradas como hipóteses de impedimento e incompatibilidade por este
normativo:
a) infringência às normas do CFC relativas à independência;
b) aquisição ou manutenção, por parte do auditor independente e pessoas físicas e jurídicas a
ele ligadas, de títulos ou valores mobiliários de emissão da entidade auditada, suas controladas,
controladoras ou integrantes de um mesmo grupo econômico; e
c) prestação de serviços de consultoria, por parte do auditor independente e pessoas físicas e
jurídicas a ele ligadas, que possa caracterizar a perda da sua objetividade e independência.
A norma da CVM lista os seguintes exemplos de serviços de consultoria previstos no item acima:
assessoria à reestruturação organizacional;
avaliação de empresas;
reavaliação de ativos;
determinação de valores para efeito de constituição de provisões ou reservas técnicas e de
provisões para contingências;
planejamento tributário;
remodelamento dos sistemas contábil, de informações e de controle interno; ou
qualquer outro produto ou serviço que influencie ou que possa vir a influenciar as decisões
tomadas pela administração da instituição auditada.
O CFC, por meio da NBC PA 290 (R2) – Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão,
estabelece condições e procedimentos para cumprimento dos requisitos de independência profissional
que os auditores contábeis independentes devem observar em seus trabalhos. Esse normativo oferece
maior detalhamento sobre os requisitos de independência quando comparado com o da CVM, visto que
identifica diversas situações que podem configurar impedimento ou incompatibilidade para a prestação
do serviço de auditoria contábil, bem como sugere ações para eliminação da perda de independência,
caso esta ocorra. As seguintes situações que podem definir a perda da independência do auditor contábil
são tratadas nesse normativo:
a) interesses financeiros;
b) empréstimos e garantias;
c) relacionamentos comerciais;
d) relacionamentos familiares e pessoais;
e) emprego em cliente de auditoria;
f) designações temporárias de pessoal;
g) serviço recente em cliente de auditoria;
h) função de conselheiro ou diretor em cliente de auditoria;
i) associação de pessoal sênior (incluindo rotação de sócios) com cliente de auditoria;
j) prestação de serviços que não são de asseguração a clientes de auditoria;
k) honorários;
l) políticas de remuneração e avaliação;
m) presentes e afins;
n) litígio real ou ameaça de litígio.
Além do requerido nos normativos acima, a Resolução CNSP n. 321/15 estabelece, ainda, a
seguinte situação como passível de impedimento ou incompatibilidade para a prestação do serviço de
auditoria contábil: ocorrência de pagamentos pela supervisionada auditada (isoladamente ou em
conjunto com alguma de suas controladas, coligadas ou equiparadas à coligada) de honorários e
reembolsos de despesas do auditor contábil independente, relativos ao ano-base das demonstrações
financeiras objeto da auditoria contábil, com representatividade igual ou superior a 25% do faturamento
total do auditor contábil independente naquele ano.
É vedado, ainda, a contratação, pelas supervisionadas, de membro responsável que seja
integrante da equipe encarregada pelos trabalhos de auditoria contábil das demonstrações dos exercícios
corrente e anterior para cargo relacionado a atividades que configurem impedimento ou
incompatibilidade para a prestação do serviço de auditoria contábil independente ou que possam
influenciar na sua administração.
O auditor contábil independente, no momento da sua contratação, deve fornecer à
supervisionada auditada declaração formal, dizendo que os seus serviços não conflitarão com as
situações listadas, pelos normativos acima citados, como perda da independência, seja no momento da
contratação ou durante todo o tempo de prestação dos serviços. Além disso, o auditor contábil
independente deverá disponibilizar para a auditada, seu respectivo Comitê de Auditoria e para Susep,
quando solicitado, documento formal com a política de independência, evidenciando as situações que
possam afetar sua independência e conter os procedimentos de controles internos adotados, com vistas
a monitorar, identificar e evitar essas situações.
Além de ter que seguir os ditames da NBC TA 320 (R1) - Materialidade no Planejamento e na
Execução da Auditoria, o auditor contábil independente, por força da Circular Susep nº 616/20 que
alterou a Circular nº 517/15, passa a ser exigido quanto à elaboração e envio de relatório que reproduza
a documentação de auditoria utilizada para evidenciar a determinação da materialidade aplicável às
demonstrações financeiras individuais. O referido relatório deve apresentar, por exemplo:
Esta determinação encontra suporte na NBC CTA nº 31, de 17 de junho de 2021, emitida pelo
Conselho Federal de Contabilidade.
O relatório exigido pelo artigo 242-C da Circular Susep 517/15, deve ser encaminhado à Susep
diretamente pelos auditores via Sistema Eletrônico Integrado - SEI.
Conforme determina o referido dispositivo, o auditor contábil independente deverá elaborar
relatório, segregado por auditada, e encaminhar à Susep até 30 de setembro do mesmo exercício e até
31 de março do exercício subsequente, em decorrência do exame das demonstrações financeiras de 30
de junho e 31 de dezembro, respectivamente.
Após criado o processo, será informado um número de Processo SEI, o qual permitirá que a
firma de auditoria possa peticionar novos documentos diretamente neste processo (Peticionamento
Intercorrente).
Ainda, a referida norma, no inciso I do art. 242-A, reforçou a divulgação da descrição detalhada
da materialidade, visto que essa exigência já existe nas normas NBC TA aplicáveis ao relatório do
auditor sobre as demonstrações contábeis. Para tal, devem ser efetuados as seguintes divulgações, por
exemplo:
2.1.6 Relatórios Produzidos pelo Auditor Contábil Independente e Exigidos das Supervisionadas
A nomenclatura dos arquivos digitais e os formatos digitais dos mesmos deverão seguir os
exemplos que seguem no Quadro 9 a seguir:
Quadro 9 – Regras Formais para o Envio de Documentos
Art. 139, inciso I – Relatório do Envio em conjunto com o envio das demonstrações financeiras de
Auditor Independente sobre as 30 de junho e 31 de dezembro (Inciso I, art. 140 da Resolução
Demonstrações Financeiras CNSP nº 321/2015)
Art. 139, inciso II, alínea “a” – SeguradoraAbcSA-
Relatório Circunstanciado sobre a XXXX-2a-
Adequação dos Procedimentos aaaamm.pdf
Nome-XXXX 2a aaaa mm
Contábeis e das Práticas de Divulgação
de Informações nas Demonstrações
Financeiras
Art. 139, inciso II, alínea “b” – SeguradoraAbcSA-
Relatório Circunstanciado sobre a XXXX-2b-
Adequação dos Controles Internos aos aaaamm.pdf
Riscos Suportados pela Sociedade
Supervisionada, relatando as
Nome-XXXX 2b aaaa mm
deficiências identificadas no curso dos
trabalhos de auditoria contábil, bem
como, quando for o caso,
recomendações destinadas a sanar essas
deficiências
SeguradoraAbcSA-
Art. 139, inciso III – Outros XXXX-3-
Nome-XXXX 3 aaaa mm aaaamm.pdf
Documentos (caso solicitados)
Artigo 141, Inciso I Relatório de SeguradoraAbcSA-
Auditoria sobre o Questionário Nome-XXXX QPJ aaaa --- XXXX-QP1-aaaa.pdf
Prudencial – Junho
Os arquivos deverão ser enviados pelo Sistema de Envio de Documentos, disponível no sítio
eletrônico da Susep (https://www2.susep.gov.br/safe/menumercado/recarq/logon/logon), conforme o
modelo que segue:
A primeira coluna indica se a conta está sendo debitada (D) ou creditada (C).
A segunda e a terceira colunas apresentam respectivamente o código do desdobramento e a
sequência de subgrupo, conta, subconta e correspondentes desdobramentos da subconta, conforme
elenco de contas encontrado no anexo X da Circular Susep n. 517/15. São sublinhadas a conta contábil
e a subconta, a fim de facilitar uma visualização do evento em questão. Ao lado dessa sequência foi
utilizada uma legenda para os elementos das demonstrações contábeis (ativo, passivo ou resultado –
receita e despesa). Foram usados os códigos (A) para Ativo, (P) para Passivo e (R) para resultado, ou
seja, receitas ou despesas, a depender do lançamento (o asterisco “*” foi usado para contas
retificadoras).
Como exemplo, caso o lançamento contábil seja realizado no desdobramento de conta abaixo, a
sequência seria a que se encontra após o quadro:
CÓDIGO DA
NOME TIPO
CONTA
1 ATIVO Classe
1.1 CIRCULANTE Grupo
1.1.2 APLICAÇÕES Subgrupo
1.1.2.6 QUOTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS Conta
VINCULADAS À COBERTURA DE PROVISÕES
1.1.2.6.1 Subconta
TÉCNICAS
QUOTAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS
1.1.2.6.1.1 Desdobramento da subconta
ESPECIALMENTE CONSTITUÍDOS
FUNDOS ESPECIALMENTE CONSTITUÍDOS - Segundo desdobramento da
1.1.2.6.1.1.1
GARANTIDORAS DE PLANOS DE BENEFÍCIOS subconta
Terceiro desdobramento da
1.1.2.6.1.1.1.1 VALOR ORIGINAL
subconta
Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta
Aplicações/Quotas de Fundos de Investimentos/Vinculadas à Cobertura de Provisões
11261111 Técnicas/Quotas de Fundos de Investimentos Especialmente Constituídos/Fundos
Especialmente Constituídos - Garantidoras de Planos de Benefícios/Valor Original (A)
Para as contas das classes de Ativo e de Passivo que se repetem nos grupos do Circulante e do
Não Circulante, utilizamos as codificações apenas do circulante por simplificação, porém os
lançamentos devem ser segregados nesses dois grupos, sempre que necessário.
3.1 Escrituração Contábil das Principais Operações de Seguro e de Cobertura de Risco das
Operações de Previdência
Regime de Competência
As receitas e despesas devem ser registradas no período em que elas ocorrem em consonância
com o Princípio da Competência. Deste modo, os aspectos mais relevantes sobre a aplicação deste
princípio à contabilidade dos produtos de seguro dizem respeito aos seguintes itens:
a) Apropriação da receita de prêmios
No caso dos produtos de seguro estruturados nos regimes financeiros de repartição simples
e de repartição de capitais de cobertura, os prêmios comerciais serão apropriados ao
resultado linearmente, conforme a fluência do prazo de cobertura do risco.
O fato gerador da receita dos produtos de risco, para fins de reconhecimento inicial, é a emissão
do prêmio/contribuição ou o início da vigência do risco, o que ocorrer primeiro.
Quando o risco é assumido por meio de um representante de seguros, a emissão do prêmio será
considerada no momento em que o registro do prêmio for efetivado na seguradora ou entidade de
previdência. O período de tempo entre a data de assunção do risco pelo representante de seguros e a
data de registro do prêmio pela supervisionada não poderá ultrapassar o final do mês subsequente. Esse
prazo é adotado também nos casos de cosseguros aceitos, entre a data de emissão do prêmio na
seguradora líder e a data de registro do prêmio na cessionária.
Em alguns casos, a vigência do risco pode ser tão curta que as supervisionadas, por motivos
operacionais, somente tenham conhecimento do risco coberto após o decurso do período de cobertura.
Normalmente são seguros em que o controle dos componentes do grupo segurado é realizado por
estipulantes, e a seguradora toma conhecimento das entradas e saídas apenas posteriormente. Nesse
caso, esta deverá fazer o lançamento, ainda que por estimativa, no próprio mês de competência, das
receitas de prêmios e demais registros decorrentes em subcontas específicas. Posteriormente, os valores
estimados serão estornados quando do registro contábil dos valores efetivamente devidos.
3.1.1 Emissão de Prêmio/Contribuição e Vigência do Risco
A Provisão Técnica de Prêmios Não Ganhos (PPNG) é calculada pela seguinte fórmula:
Recebimentos das parcelas do prêmio de seguro (quando há convênio com instituição financeira
para recolhimento do IOF-Seguros)
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Disponível/Bancos Conta Depósitos/Bancos Conta Prêmio bruto recebido do
D 11131
Depósitos - Movimento - País (A) segurado (-) IOF
Contas a Pagar/Impostos e Encargos Sociais a IOF recolhido pela
D 21124
Recolher/Imposto Sobre Operações Financeiras (P) instituição financeira
Crédito das Operações/Prêmios a Receber/Direto/Prêmios - Prêmio bruto (comercial +
C 113111
Riscos Vigentes Emitidos (A) juros + IOF)
Recebimentos das parcelas do prêmio de seguro (quando não há convênio com instituição
financeira para recolhimento do IOF-Seguros)
Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da
D/C Código Valor
subconta
Prêmio recebido do
Disponível/Bancos Conta Depósitos/Bancos Conta
D 11131 segurado (prêmio bruto =
Depósitos - Movimento - País (A)
comercial + juros + IOF)
Prêmio recebido do
Crédito das Operações/Prêmios a Receber/Direto/Prêmios -
C 113111 segurado (prêmio bruto =
Riscos Vigentes Emitidos (A)
comercial + juros + IOF)
Em caso de não haver o convênio com a instituição financeira para recolhimento automático do
IOF-Seguros, a entidade supervisionada deverá providenciar o recolhimento do tributo, na forma de
legislação tributária. O recolhimento deverá ser registrado da seguinte forma:
Importa notar que, em caso de não identificação do valor recebido de prêmio, a companhia
deverá reconhecer temporariamente um passivo, conforme lançamento a seguir:
Identificados os recursos recebidos, o respectivo saldo deve ser transferido para as contas
específicas do evento de recebimento de prêmios.
Apropriação da receita financeira oriunda do parcelamento do prêmio (adicional de
fracionamento)
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Crédito das Operações/Prêmios a Receber/Direto/Juros a Apropriar
D 113113
(A*)
Receitas Financeiras/Receitas Financeiras com Operações de
C 361611 Juros do mês
Seguros/Receitas Financeiras – Seguros/Juros (R)
Custos de Aquisição
No caso dos custos de aquisição passíveis de diferimento, após o registro acima realiza-se o
registro do diferimento destes a fim de não haver impacto inicial no resultado líquido. Esse é o caso das
comissões sobre prêmios, conforme esquema de contabilização a seguir.
Por fim, importa lembrar que, no momento de elaboração das demonstrações contábeis, a
companhia deve divulgar em nota explicativa, no mínimo:
a) os custos de aquisição que estão sendo diferidos, ou seja, aqueles reconhecidos como
custos de aquisição diferidos; e
b) os prazos utilizados para a sua apropriação ao resultado.
O Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos serve como
uma diretriz para o registro contábil das perdas por irrecuperabilidade - Impairment - não esclarecidos
em pronunciamentos específicos. O ajuste para perdas por desvalorização estabelecido pelo CPC deve
ser realizado para todos os ativos, exceto:
2.
[...]
(e) ativos financeiros que estejam dentro do alcance dos Pronunciamentos Técnicos do CPC
que disciplinam instrumentos financeiros;
[...]
(h) custos de aquisição diferidos e ativos intangíveis advindos de direitos contratuais de
companhia de seguros contidos em contrato de seguro dentro do alcance do Pronunciamento
Técnico CPC 11 – Contratos de Seguro; e [...] (COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS
CONTÁBEIS, 2010, p. 2-3)
Deste modo, os padrões aplicáveis aos respectivos ativos principais de uma seguradora são:
Quadro 10 - Pronunciamentos Técnicos Aplicáveis para Redução ao Valor Recuperável dos
Principiais Ativos de uma Seguradora
Tipos de Ativo Regras aplicáveis
O CPC 38, em seus itens 58 a 70, define que o valor de um ativo financeiro em que houver
evidência objetiva de perda deve ser objeto de provisão para perda do valor recuperável até que ocorra
outro evento posterior que possa permitir a reversão desta perda.
Assim, a decretação de intervenção pelo Banco Central em uma instituição financeira, por
exemplo, deve ser tratada como uma evidência objetiva de perda no valor recuperável dos instrumentos
financeiros emitidos por tal instituição, de acordo com o item 59ª, transcrito a seguir
“59 (...) A evidência objetiva de que um ativo financeiro ou um grupo de ativos tem perda no
valor recuperável inclui dados observáveis que chamam a atenção do detentor do ativo a respeito dos
seguintes eventos de perda:
(a) significativa dificuldade financeira do emitente ou do obrigado;
(...)”
Aos ativos de prêmios a receber devem ser aplicados os preceitos do CPC 01 (R1) e as
determinações específicas contidas na Circular Susep n. 517/15, arts. 167 a 170.
O CPC 01 (R1) estabelece que, ao fim de cada período de reporte, a entidade deve avaliar se há
alguma indicação de que um ativo possa ter sofrido desvalorização. Se houver, deve estimar o valor
recuperável do ativo. Um ativo está desvalorizado quando seu valor contábil excede o recuperável.
O valor recuperável de um ativo é definido no item 18 como o maior valor entre o valor justo
(líquido de despesas de venda) de um ativo ou de unidade geradora de caixa (UGC) e o seu valor em
uso (fluxos de caixa futuros descontados por uma taxa apropriada).
Apenas no caso de o valor recuperável de um ativo ser inferior ao contábil, o valor contábil
desse ativo deve ser reduzido ao seu valor recuperável. Essa redução representa uma perda por
desvalorização do ativo (item 59) e deve ser reconhecida imediatamente na demonstração do resultado,
a menos que o ativo tenha sido reavaliado, caso em que deverá ser realizada a redução do saldo de
reavaliação (item 60).
Trata-se do conceito de perdas incorridas em que o ativo só será ajustado caso a perda já tenha
acontecido, sem levar em consideração expectativas futuras de irrecuperabilidade.
A Figura 1 relaciona e organiza os passos da aplicação do conceito de redução ao valor
recuperável.
Figura 1 – Esquema da Redução ao Valor Recuperável
O artigo 167 da Circular Susep n. 517/15 determina que a redução ao valor recuperável de ativos
de qualquer natureza e origem das seguradoras deve ser constituída com base em estudo técnico que
leve em consideração o histórico de perdas e os riscos de inadimplência, dentre outros fatores. Essa
determinação, portanto, deve ser aplicada também aos prêmios a receber dos segurados.
Apesar de o padrão internacional utilizar o modelo de perdas incorridas, ao prever que a
seguradora utilizará os riscos de inadimplência dos devedores como parâmetro para o reconhecimento
de perdas, a normativo vigente estabelece o modelo de perdas esperadas.
O modelo usado pela companhia deve ser formalizado em documento próprio, denominado de
Estudo sobre Redução ao Valor Recuperável, o qual deve conter e justificar os parâmetros usados, além
de ser mantido sempre atualizado (no mínimo, a cada data de reporte das demonstrações
financeiras) e à disposição da Susep a qualquer tempo.
Na análise dos estudos, a Autarquia verificará se os seguintes procedimentos mínimos adicionais
foram adotados e documentados na elaboração dos estudos técnicos de redução ao valor recuperável:
a) revisão da metodologia no mínimo a cada período de reporte ou quando houver indicação de
alteração nas características do negócio ou dos recebimentos;
b) utilização de base de dados histórica que permita a verificação do histórico de perdas e dos
riscos de inadimplência;
c) acompanhamento dos valores a receber por período suficiente para que haja estabilidade nos
recebimentos;
d) criação de grupamentos de análise que melhor reflitam a característica de negócios da
supervisionada;
e) tratamento adotado para as parcelas vincendas de um devedor em atraso;
f) tratamento adotado para os créditos de prêmios a receber vencidos relativos a riscos
decorridos.
Redução ao Redução
Valor
Recuperável Passivo
Ativo
Fonte: Caldas, Curvello e Rodrigues, 2016.
O registro contábil da redução ao valor recuperável dos prêmios a receber é realizado em conta
retificadora do ativo dentro de Créditos das Operações (113 ou 1212), Prêmios a Receber (1131 ou
12121), Redução ao Valor Recuperável (11319 ou 121219) com contrapartida em Outras Receitas e
Despesas Operacionais (315), Outras Despesas Operacionais (3152), Redução ao Valor Recuperável
para Recebíveis (31527), Prêmios a Receber (315271).
A Provisão de Sinistros a Liquidar (PSL) deve ser constituída mensalmente para a cobertura dos
valores esperados relativos a sinistros avisados e não pagos, incluindo os sinistros administrativos e
judiciais. A PSL abrange os valores relativos às indenizações e os pecúlios e rendas vencidas que antes
eram classificados na Provisão de Benefícios a Regularizar (PBR). Os valores de constituição incluem
os riscos assumidos em operações de cosseguro aceito e são líquidos das operações de cosseguro cedido.
As operações de resseguro não afetam os valores de constituição sendo, por isso, brutos dessas
operações.
A PSL inclui atualizações monetárias, juros, variações cambiais e multas contratuais. Esses
valores, apesar de integrarem a PSL, impactam diretamente as contas de resultado financeiro (não
influenciam o grupo de sinistros ocorridos da DRE). As despesas relacionadas com o pagamento de
sinistros e benefício são registradas na Provisão para Despesas Relacionadas (PDR).
A data do aviso do sinistro corresponde à data do registro do aviso nos sistemas da seguradora.
Eventual demora nesse registro, afetará os valores constituídos da IBNR.
O registro contábil de constituição da PSL se dá por meio do Passivo Circulante (21), contas
Provisões Técnicas – Danos (2161) ou Provisões Técnicas – Pessoas (2162), ambas do subgrupo
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros (216), e do Passivo Não Circulante (22), subgrupo
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros (223), contas Provisões Técnicas – Danos (2231) ou
Provisões Técnicas – Pessoas (2232).
Reconhecimento inicial de sinistros administrativos (ou judiciais) de contratos de emissão direta
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Sinistros Ocorridos/Sinistros/Indenizações Avisadas/Administrativas
D 3131111
(ou Judiciais)/Direto (R)
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
Estimativa da
C 2161511 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros a Liquidar/Administrativas
indenização
(ou Judiciais)/Direto (P)
Após o aviso do sinistro, a seguradora iniciará o processo de regulação do sinistro, de modo que
é comum que o valor final de liquidação do sinistro seja diferente do valor inicialmente registrado. Se
posteriormente a seguradora avaliar o sinistro em valor menor do que constituído a princípio, será
necessário reverter parte do valor inicialmente registrado, com um lançamento inverso daquele já
descrito. Ademais, a liquidação do sinistro pode se dar por valor superior ao inicialmente previsto, de
modo que seja necessário complementar o lançamento anterior. Em suma, o montante inicial é uma
previsão, uma estimativa, que pode sofrer alterações ao longo do período de regulação em decorrência
do chamado desenvolvimento do sinistro. A diferença entre o montante inicialmente previsto e o valor
de liquidação do sinistro é chamada, pela literatura acadêmica, de “erro da provisão de sinistro” (Loss
Reserve Error).
Em todo caso, a seguradora deve fazer ainda algumas estimativas com o objetivo de manter o
saldo contábil do passivo pela melhor estimativa de desembolso. Um desses ajustes realizados dentro
da PSL é o IBNER (Incurred But Not Enough Reported), ou seja, um ajuste agregado para sinistros que
foram avisados, mas de forma insuficiente, ou seja, o aviso não contemplou todas as informações
necessárias à mensuração do valor correto de liquidação futura. Trata-se de um ajuste agregado sobre a
massa de sinistros avisados e registrados, realizado apenas quando a seguradora não consegue ajustar o
sinistro individualmente. O esquema de contabilização para o caso de um ajuste de IBNER que
incrementa as despesas com sinistros ocorridos administrativos (ou judiciais) decorrente de contrato de
seguro com emissão direta (pode haver lançamento no sentido contrário de redução das despesas com
sinistros ocorridos) é o seguinte:
Por fim, o saldo do passivo relativo à PSL pode ainda ser ajustado por uma estimativa que
represente a expectativa de recuperação de salvados e ressarcimentos, desde que estes ainda não estejam
ativados, a fim de evitar duplicidade de registros (ajuste de passivo simultâneo ao reconhecimento de
ativo). O registro contábil da expectativa de recuperação de salvados e ressarcidos na PSL deve ser
realizado de forma destacada, conforme esquema de contabilização abaixo:
Por sua vez, ainda de acordo com a Susep, a IBNR deve ser constituída mensalmente para a
cobertura dos valores esperados relativos a sinistros ocorridos e não avisados, incluindo os sinistros
administrativos e judiciais.
Trata-se de uma estimativa que abrange valores relativos a indenizações, pecúlios e rendas,
novamente brutos das operações de resseguro e líquidos das operações de cosseguro cedido e incluídos
os riscos assumidos em operação de cosseguro aceito.
Cada seguradora desenvolve o método estatístico mais adequado às características de suas
operações, e a Susep analisa a consistência dos valores constituídos, podendo determinar os ajustes
necessários e aplicar as sanções em caso de inadequações.
A contabilização do IBNR segue o seguinte esquema:
Constituição da IBNR
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Sinistros Ocorridos/Variação da Provisão de Sinistros Ocorridos mas
D 313511 Não Avisados/Provisão de Sinistros Ocorridos mas Não
Avisados/Direto (R)
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
IBNR
C 2161611 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros Ocorridos mas Não
calculado
Avisados/Administrativo (ou Judicial)/Direto (P)
Assim como ocorre com a PSL, a IBNR deve ser constituída líquida das despesas relacionadas
aos pagamentos de sinistros e benefícios, as quais serão reconhecidas separadamente na PDR.
A parcela do ajuste de IBNER atribuída aos sinistros ocorridos, mas não avisados (IBNR) deverá
ser considerada conjuntamente com a própria IBNR, pois esta não é baseada em registros individuais,
de modo que não há registro destacado. Entretanto, as expectativas de recebimento de salvados e
ressarcidos não ativados relativas a sinistros ocorridos, mas não avisados devem ser contabilizadas de
forma destacada, como um ajuste da provisão de IBNR, conforme modelo a seguir:
Ajuste negativo pela expectativa de recuperação de salvados e ressarcidos
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas
D 216163 – Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros Ocorridos mas Não
Avisados/(-) Estimativa de Salvados e Ressarcidos (P*)
Ajuste calculado da
Sinistros Ocorridos/Variação da Provisão de Sinistros
expectativa de
C 313513 Ocorridos mas Não Avisados/Provisão de Sinistros Ocorridos
recebimento de
mas Não Avisados/Estimativa de Salvados e Ressarcidos (R)
salvados e ressarcidos
É importante destacar que apenas seguradoras que dispuserem de histórico de dados suficiente
para a análise da consistência dos valores registrados poderão utilizar esse ajuste na PSL ou na IBNR,
e que a metodologia deverá constar da nota técnica atuarial. A consistência dos valores constituídos é
testada pela Susep.
Tendo em vista previsão expressa no art. 786 do Código Civil brasileiro, uma vez paga a
indenização, o segurador se sub-roga nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor
do dano, nos limites do valor indenizado. Em outras palavras, após a indenização, o segurador adquire
o direito do segurado junto a terceiro responsável pelo dano sofrido e indenizado.
O Supremo Tribunal Federal (STF) inclusive sumulou o assunto, especificando que se trata de
ação regressiva:
Súmula 188
O segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até
ao limite previsto no contrato de seguro (STF, 1963).
Nesse sentido, até o momento da liquidação do sinistro, não há o que se falar em surgimento de
um direito capaz de gerar benefícios econômicos para a supervisionada, embora a supervisionada possa
estimar com razoável certeza o montante que conseguirá recuperar com salvados e ressarcimentos.
Assim, até o momento a liquidação financeira, os montantes estimados de recuperação de salvados e
ressarcimentos devem tão somente ajustar as provisões de sinistro (provisão de sinistros ocorridos e não
avisados e a provisão de sinistros a liquidar)3. Do ponto de vista estritamente contábil, há três
justificativas para esse tratamento: o objetivo das demonstrações contábeis de fornecer informações
3
Para mais orientações acerca dessas provisões e respectivos ajustes consulte o tópico 3.1.4 Ocorrência, Aviso e
Pagamento de Sinistros e as orientações da Coordenação de Monitoramento das Provisões Técnicas (COPRA) disponíveis
no site da Autarquia.
úteis aos usuários da contabilidade para tomada de decisões, uma vez que esses fluxos de entrada de
caixa futuros serão levados em consideração na determinação de um preço aceitável para uma transação
hipotética de venda do passivo (aquisição da carteira) da seguradora para um participante do mercado
(usuário externo); a existência de contrato único (apólice) sendo adequado que todos os fluxos de caixa
futuros de eventos passados e a ocorrer sejam apresentados conjuntamente (visão do IFRS 17), na
medida em que não possam ser reconhecidos como um ativo em separado; e a coincidência de
contrapartes envolvidas (seguradora e segurado) nas duas transações (indenização e sub-rogação de
direitos).
Após a liquidação do sinistro e consequente aquisição dos direitos em relação a salvados ou a
ressarcimentos, a supervisionada passa a ter um ativo controlado a ser reconhecido, desde que atenda
aos critérios estabelecidos pelos padrões internacionais de contabilidade referendados pela Susep, quais
sejam: possibilidade de conversão em caixa e capacidade de estimativa razoável desses elementos. A
possibilidade de conversão em caixa é intrínseca a qualquer direito conquistado, devendo as incertezas
serem tratadas separadamente, seja via redução ao valor recuperável, seja via mensuração. Importa
mencionar que caso a supervisionada entenda que sua estimativa não é razoável, nem mesmo o ajuste
ao passivo na fase pré-liquidação do sinistro seria possível, uma vez que estas igualmente requerem
confiabilidade em sua mensuração. Por isso, entende-se que apenas em casos remotos a companhia que
já se utiliza de ajustes de salvados e ressarcimentos nos passivos de sinistros não reconheceriam esses
ativos estimados.
A supervisionada deve mensurar esses ativos estimados a valor realizável líquido, com
metodologia especificada em nota técnica atuarial. Na mensuração dos salvados e ressarcimentos, deve-
se considerar todos os custos necessários para sua realização, como despesas de regularização de
documentos, estadias, honorários, etc.
Frise-se que essa contabilização requer que a supervisionada disponha de base de dados
suficiente para permitir a análise da consistência dessa estimativa. O reconhecimento apresentado a
seguir e a mensuração dos direitos aos salvados e ressarcimentos estimados não devem ser confundidos
com os salvados e ressarcimentos não estimados ativados contabilmente.
ou
D
D ou
A cada mês a supervisionada deve atualizar estimativa dos valores realizáveis líquidos e ajustar
a mensuração dos itens, sendo possível que os lançamentos acima descritos sejam invertidos para
reduzir o montante reconhecido nas contas de ativo.
Quando ocorre a recuperação dos bens ou a celebração de acordo judicial ou extrajudicial com
os responsáveis por danos indenizados, é possível a individualização de salvados e ressarcimentos.
Nesse momento, o registro deve não mais constar da conta agregada, em que esses valores são
estimados, mas sim das contas de salvados disponíveis para venda ou títulos e créditos a receber.
Segundo definição da Circular Susep n. 321/06, os salvados são “bens que se conseguem
resgatar de um sinistro e que ainda possuem valor comercial”. Podem ser bens em perfeito estado,
parcialmente danificados em decorrência do sinistro ou até mesmo o que restou de um veículo após
acidente indenizável pela seguradora. Nesse sentido, um automóvel pode ter sido recuperado em
perfeitas condições após um roubo indenizado pela seguradora ou ter sofrido dano decorrente de colisão,
mas ainda possuir algum valor econômico a ser recuperado pela seguradora.
De acordo com a Circular Susep n. 269/04, art. 12, o contrato de seguro deve prever
expressamente que, uma vez paga toda a indenização, os salvados passam a ser de inteira
responsabilidade da sociedade seguradora.
O ressarcimento, por sua vez, é definido pela Circular Susep n. 306/05 como um “reembolso
dos prejuízos suportados pela Seguradora ao indenizar dano causado por terceiros”.
Nesse sentido, a seguradora deve efetuar a contabilização dos salvados recuperados que estão
mantidos para venda4 em subgrupo do Ativo Circulante de Outros Valores e Bens (115), e aqueles que
4
Os critérios para qualificar um ativo não circulante (salvados, inclusive) como mantido para venda são estabelecidos no
Pronunciamento Técnico CPC 31 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada.
não atendam aos critérios necessários para qualificação como mantidos para venda em subgrupo do
Ativo Não Circulante de Realizável a Longo Prazo (121), conta Outros Valores e Bens (1214).
Ademais, a contabilização dos salvados que serão colocados à venda deve seguir os ditames do
CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada, pronunciamento
recepcionado pela Susep na Circular Susep n. 517/15.
O esquema de contabilização dos salvados recuperados e mantidos à venda em contrato de
seguro de emissão direta é o seguinte:
Reconhecimento dos salvados recuperados e mantidos à venda
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Outros Valores e Bens/Ativos Não Circulantes Mantidos para
D 11511
Venda/Salvados à Venda (A)
Valor Justo (-) custos
de vendas ou custo de
C 313311 Sinistros Ocorridos/Salvados/Salvados /Direto (R)
aquisição, dos dois o
menor
Na conta Salvados a Venda são registrados os ativos em posse da seguradora, que estejam
disponíveis para venda imediata em suas condições atuais, sujeitos apenas aos termos que sejam
habituais e costumeiros para venda de tais ativos, que a venda deve ser altamente provável e que a
gestão da empresa deva estar comprometida com o plano de venda dos ativos.
Já os ressarcimentos em contrato de seguro de emissão direta seguem o esquema abaixo:
D ou
Como para todas as contas do Ativo, pelo menos no momento da elaboração das demonstrações
financeiras, deve ser realizado o teste de redução ao valor recuperável na conta de ressarcimentos a
receber, com consideração ao histórico de recebimentos dos acordos celebrados.
Importante frisar que uma vez contabilizados os salvados e ressarcimentos no ativo da
seguradora, estes não devem mais fazer parte da estimativa calculada para os direitos a salvados e
ressarcidos esclarecidos acima. Na prática, passarão a compor o histórico de recuperação, que será
levado em conta na metodologia de cálculo da estimativa para esse fim de salvados e ressarcidos.
Já a seguradora líder, que está cedendo os riscos em cosseguro, deve efetuar lançamentos
semelhantes aos da emissão direta sem cessão, mas deve acrescentar aqueles que ajustam a posição
patrimonial e o desempenho em relação aos riscos cedidos. Ressalte-se que a base de cálculo da PPNG
deve ser líquida da parcela do prêmio cedido em cosseguro líquido da comissão de cosseguro.
Constituição da PPNG (pelo valor líquido da parcela do prêmio cedido em cosseguro, o qual deve
estar líquido da comissão de cosseguro)
Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos
D/C Código Valor
da subconta
Prêmios Ganhos/Variação das Provisões
D 3118111 Técnicas/Provisão de Prêmios Não
Ganhos/Prêmios Não Ganhos/Direto (R)
Provisões Técnicas – Seguros e
Prêmio comercial (-) [Parcela cedida
Resseguros/Provisões Técnicas – Danos (ou
C 2161111 em cosseguro (-) comissão de
Pessoas)/Provisão de Prêmios Não
cosseguro]
Ganhos/Direto/Riscos Emitidos (P)
No caso dos custos de aquisição passíveis de diferimento, após os registros acima, realiza-se o
registro do diferimento do montante total desses custos, pois a comissão de cosseguro sobre prêmio
cedido não é mais considerada uma recuperação dos custos de aquisição, mas sim um componente de
fechamento do preço. No caso das comissões sobre prêmios, o esquema de contabilização é o seguinte:
Igualmente à emissão direta sem cessão, com o decorrer da vigência do prazo de cobertura do
risco, pro rata die, a PPNG será revertida ao resultado. A diferença, nesse caso, é apenas relativa à base
de cálculo da PPNG que estará diminuída do prêmio cedido em cosseguro (líquido da comissão de
cosseguro). O esquema de contabilização é o mesmo visto anteriormente:
Importa notar que, em caso de não identificação do valor recebido, a companhia deverá
reconhecer temporariamente um passivo, conforme lançamento a seguir:
Recebimento de recursos não identificados
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Disponível/Bancos Conta Depósitos/Bancos Conta Depósitos valor recebido e não
D 11131
- Movimento - País (A) identificado
Depósitos de Terceiros/Prêmios e Emolumentos valor recebido e não
C 21541
Recebidos/Seguros (P) identificado
Identificados os recursos recebidos, o respectivo saldo deve ser transferido para as contas
específicas do evento de recebimento de prêmios.
Acerca dos eventuais sinistros ocorridos no contrato de seguro estruturado em cosseguro, devido
à repartição das responsabilidades entre as seguradoras da operação, quando a seguradora líder é avisada
sobre a ocorrência de um sinistro, esta realiza o lançamento da emissão direta sem cessão e, em seguida,
ajusta o passivo e o resultado.
Aviso de Sinistro
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Sinistros Ocorridos/Sinistros/Indenizações Avisadas/Administrativas
D 3131111
(ou Judiciais)/Direto (R)
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
Estimativa da
C 2161511 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros a Liquidar/Administrativas
indenização
(ou Judiciais)/Direto (P)
Pagamento da indenização
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
D 2161511 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros a Liquidar/Administrativas
(ou Judiciais)/Direto (P)
Disponível/Bancos Conta Depósitos/Bancos Conta Depósitos - Indenização
C 11131
Movimento - País (A) paga
Arrecadação
As receitas do DPVAT serão registradas conforme regime de competência, por meio da
constituição da PPNG na forma do art. 3º da Resolução CNSP nº 377/19.
Prêmios recebidos
O fato gerador para o registro dos prêmios do Consórcio DPVAT deve ser o efetivo recebimento
do prêmio, líquido dos repasses pela Seguradora Líder do Consórcio DPVAT. No primeiro momento,
todo o valor será debitado no ativo em conta referente a Bancos e, em contrapartida, provisões técnicas
no passivo até a identificação do proprietário do veículo, que demora cerca de três dias.
Prêmios identificados
O roteiro contábil quando há identificação do prêmio deve ser o seguinte:
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
PPNG
Por ocasião do run-off do consórcio, não haverá mais constituição de PPNG. A PPNG é formada
pela parcela dos prêmios tarifários destinadas a ”Sinistros + Despesas com sinistros”, multiplicado pela
razão entre os dias a decorrer no ano e o total de dias do ano, conforme registro contábil demonstrado
a seguir:
Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos
D/C Código Valor
da subconta
Prêmios Ganhos/Variação das Provisões
D 3118111 Técnicas/Provisão de Prêmios Não
Ganhos/Prêmios Não Ganhos/Direto (R)
Provisões Técnicas – Seguros e
Resseguros/Provisões Técnicas – Danos (ou
C 2161111
Pessoas)/Provisão de Prêmios Não
Ganhos/Direto/Riscos Emitidos (P)
A parcela dos prêmios tarifários destinadas a margem de resultado de 2% deverá ser diferida
utilizando a metodologia acima, sendo registrado em conta de passivo segregada.
A PPNG deve ser diferida, a partir de janeiro de 2020, da mesma forma que é realizado para os
demais ramos de seguros, não existindo mais diferenças em relação ao tratamento a ser dado, conforme
registro contábil demonstrado a seguir:
Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da
D/C Código Valor
subconta
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões
D 2161111 Técnicas – Danos (ou Pessoas)/Provisão de Prêmios
Não Ganhos/Direto/Riscos Emitidos (P)
Prêmios Ganhos/Variação das Provisões
C 3118111 Técnicas/Provisão de Prêmios Não Ganhos/Prêmios
Não Ganhos/Direto (R)
Sinistros
Os sinistros devem ser contabilizados a partir de janeiro de 2020 da mesma forma que é realizado
para os demais ramos de seguros, não existindo diferenças em relação ao tratamento a ser dado.
Provisão de Sinistros a Liquidar
A PSL deverá ser contabilizada da mesma forma que ocorre nos demais ramos levando-se em
consideração as disposições do Capítulo IV da Resolução CNSP nº 377/19.
IBNR
A IBNR deverá ser contabilizada da mesma forma que ocorre nos demais ramos levando-se em
consideração as disposições do Capítulo III da Resolução CNSP nº 377/19.
Constituição da PDA
Conforme art. 10, combinado com o art. 11, da Resolução CNSP n. 377/2019, em 1ª de janeiro
de cada exercício, a PDA deve ser constituída, com base no valor definido pelo CNSP (vide art. 51 da
Resolução CNSP n. 332/2015) para custear as despesas administrativas anuais do Consórcio DPVAT e
eventual déficit administrativo do exercício anterior coberto pelas sociedades seguradoras que
compõem o Consórcio DPVAT.
Reversão da PDA
O saldo da PDA deverá ser deduzido dos valores das despesas administrativas efetivamente
realizadas no mês pelo Consórcio DPVAT, observados os critérios de avaliação dessas despesas
definidas em regulação, e acrescido da parcela “Despesas Administrativas” dos prêmios tarifários
recebidos no mês, referentes a meses anteriores ao início de vigência desta Resolução, incluindo o valor
cobrado a título de custo de emissão e de cobrança do bilhete.
A PET deverá ser constituída/revertida em função dos resultados técnicos de cada mês,
conforme as disposições do inciso I do art. 7º da Resolução 377/19.
No caso de excedente técnico no mês, o saldo apurado deverá ser constituir a PET e, no caso de
déficit, deverá ser realizada a reversão.
Caso não haja saldo suficiente na PET, deverá ser constituído um crédito em Valores a
Compensar, o qual será revertido quando da ocorrência de superávits técnicos.
Os recursos das provisões técnicas PDA e PET deverão ser capitalizadas, mensalmente, na
forma dos incisos I e II do art. 13 da Resolução CNSP 377/19, respectivamente.
Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da
D/C Código Valor
subconta
Despesas Financeiras/Despesas Financeiras com
D 362315 Operações de Seguros - Ramos Elementares e Vida em
Grupo/Despesas Financeiras – Seguros
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões
C 216193/216161/216151/216152
Técnicas – Danos/
As provisões técnicas - que não a PDA e a PET - não deverão incorporar atualizações que reflitam a
rentabilidade das carteiras de investimentos que garantem as provisões técnicas.
Com a revogação dos artigos 153 e 154 da Circular SUSEP n° 517/2015, por força da Circular
SUSEP n° 595/19, para fins do registro contábil das operações do Consórcio DPVAT pelas
consorciadas, somente devem ser registrados os valores a receber referentes a apuração mensal da
margem de resultado e o devido recebimento destes, bem como as receitas de prestação de serviços de
recepção e regulação de sinistros.
Reconhecimento da Receita
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Créditos das Operações/Outros Créditos Operacionais/Consórcio
D 11384
DPVAT
Outras Receitas e Despesas Operacionais/Outras Receitas
C 315191 Operacionais/Outras Receitas - Consórcio DPVAT/Consórcio
DPVAT
Reconhecimento da despesa
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Outras Receitas e Despesas Operacionais/Outras Despesas
D 315294 Operacionais/Outras Despesas com Operações de Seguros/Consórcio
DPVAT
Débitos de Operações com Seguros e Resseguros/Outros Débitos
C 21287
Operacionais/Contas a Pagar - DPVAT
No mercado supervisionado pela Susep, existem produtos com naturezas jurídicas distintas,
porém com a mesma essência econômica: planos que garantem, ao final de um prazo, um determinado
capital que pode ser pago de uma só vez ou em forma de rendas. Por conta dessa segregação jurídica,
há termos diferentes para produtos regulamentados como previdência e produtos regulamentados como
seguro, mas que possuem a mesma essência na prática.
Para fins de simplificação deste manual, chamaremos de “entidades de previdência” as entidades
de previdência complementar aberta e sociedades seguradoras, bem como utilizaremos os termos
referentes aos produtos de previdência para os dois tipos de produtos. Utilizaremos, também, a
nomenclatura produtos de previdência complementar aberta para englobar os produtos regulamentados
como previdência e como seguro com cobertura de sobrevivência.
Os lançamentos apresentados a seguir consideram as contas adequadas para contabilização dos
produtos de PGBL e VGBL, podendo ter de ser adaptados aos demais produtos de acumulação da
previdência complementar aberta (planos tradicionais, PRGP, PRGP, PAGP, PRI, VAGP, VRGP,
VRSA e VRI).
As parcelas das contribuições destinadas às coberturas de risco dos produtos previdenciários
(risco por morte ou invalidez) não são tratados nesta parte do manual, sendo boa parte das suas
contabilizações similares às demonstradas para as operações de seguros, ainda que em contas distintas,
quando necessário.
Os principais eventos que irão gerar registros contábeis relacionados ao contrato de previdência
complementar aberta são:
a) reconhecimento das contribuições (aportes) do participante;
b) constituição da PMBAC;
c) reconhecimento do excedente financeiro;
d) reconhecimento da insuficiência de provisões técnicas apurada pelo teste de adequação
de passivos (TAP);
e) reconhecimento da taxa de gestão;
f) reconhecimento dos resgates;
g) liquidação do benefício em pagamento único ou sob forma de renda; e
h) portabilidades externas.
Caso haja imediata identificação de que se trata de aporte para plano de previdência, o trânsito
do saldo por depósito de terceiros não deve ser realizado.
Uma vez identificado enquanto contribuição de participante de plano de previdência, faz-se o
lançamento inicial de transição desse valor pelas contas de resultado:
C ou
ou
D
ou
ou
Prêmios Ganhos/Variação das Provisões Técnicas/Provisão
Matemática de Benefícios a Conceder/Vida Individual e com
31183221* Cobertura de Sobrevivência/Pagamento por Sobrevivência -
Renda – Capitalização/Renda Vitalícia (R)*
2172181 Provisões Técnicas – Previdência Complementar/Planos Não Valor da
Bloqueados/Provisão Matemática de Benefícios a contribuição
Conceder/Planos de Contribuição Variável/P.G.B.L. (P) pura
ou
C
ou
Após a identificação do recurso como um aporte a ser destinado para fundo relativo a plano de
previdência e antes da necessária cotização, a companhia deverá manter o recurso em Provisão de Resgate e
Outros Valores a Regularizar (PVR).
D ou ou
D ou
ou
Se durante o período de diferimento, o saldo da PEF oriundo dos excedentes associados aos
recursos da PMBAC for revertido à própria PMBAC, deve ser realizado o seguinte registro contábil.
D ou
ou
ou
C
ou
Eventualmente o saldo da PEF oriundo dos excedentes associados aos recursos da PMBAC pode
ser utilizado para cobrir déficits.
Se a partir da data de concessão de benefício (capital segurado), o saldo da PEF for revertido à
PMBC, a fim de aumentar a renda mensal a ser calculada, o seguinte lançamento contábil será realizado
antes do cálculo da renda mensal conforme parâmetros técnicos do plano.
Reconhecimento da reversão do excedente financeiro para a PMBC.
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
217271 Provisões Técnicas – Previdência Complementar/Planos Não
Bloqueados/Provisão de Excedente Financeiro/Planos de
Previdência (P)
D ou
ou
C ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Provisão
2233261* Matemática de Benefícios Concedidos/Vida Gerador de
Benefícios/Vida Gerador de Benefícios (P)*
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros.
Em caso de o saldo da PEF ser usado para pagamento direto ao participante, o seguinte registro
deverá ser efetuado, a fim de transferir o respectivo montante da Provisão de Excedentes Financeiros
para Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar, antes de ser liquidado financeiramente.
D ou
ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Outras
216394* Provisões/Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar
(P)*
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros.
Uma vez transferido o saldo, a entidade de previdência realiza a liquidação financeira em favor
do participante.
Reconhecimento da liquidação financeira do excedente financeiro em favor do participante
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
217294 Provisões Técnicas – Previdência Complementar/Planos Não
Bloqueados/Outras Provisões Técnicas - Previdência
Complementar/Provisão de Resgates e Outros Valores a
Regularizar (P)
D ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Outras
216394* Provisões/Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar
(P)*
11131 Disponível/Bancos Conta Depósitos/Bancos Conta Depósitos - Montante do
Movimento - País (A) excedente
C
revertido à
PVR
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros.
O CPC 11 obriga as seguradoras avaliar, a cada data de balanço, se seu passivo por contrato de
seguro está adequado, utilizando estimativas correntes de fluxos de caixa futuros de seus contratos de
seguro. Se essa avaliação mostrar que o valor do passivo por contrato de seguro está inadequado à luz
dos fluxos de caixa futuros estimados, toda a deficiência deve ser reconhecida no resultado. Os arts. 45
a 57 da Circular Susep n. 517/15 e Orientação da Susep específica sobre o TAP regulam o tema e
estabelecem que se a insuficiência apurada for nas provisões PPNG, PMBAC ou PMBC, a contrapartida
do lançamento contábil do resultado deverá ser na Provisão Complementar de Cobertura (PCC). Em
caso de insuficiência apurada nas provisões relacionadas a sinistros o ajuste deverá ser realizado na
respectiva provisão.
A insuficiência apurada nas provisões técnicas deve ser registrada como uma despesa no
resultado (débito) e a sua contrapartida em provisão técnica específica.
ou
D
Prêmios Ganhos/Variação das Provisões Técnicas/Outras Provisões
ou Técnicas/Provisão Complementar de Cobertura (R)*
311885*
2163951 Provisões Técnicas – Previdência Complementar/Planos Não
Bloqueados/Outras Provisões Técnicas - Previdência
Complementar/Provisão Complementar de Cobertura/Teste de
Adequação de Passivo (P)
C ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Outras
2163951*
Provisões/Provisão Complementar de Cobertura/Teste de Adequação
de Passivo (P)*
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros.
O registro contábil do resgate é promovido por dois lançamentos. O primeiro diz respeito à
reversão do saldo de PMBAC constituído, até então, em nome do participante para a Provisão de
Resgates e Outros Valores a Regularizar.
D ou
ou
Montante
C ou
resgatado
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Outras
216394* Provisões/Provisão de Resgates e Outros Valores a Regularizar (P)*
Imposto de
Contas a Pagar/Impostos e Encargos Sociais a Recolher/Imposto de
C 21122 renda retido
Renda Retido de Terceiros
sobre resgate
Montante
Disponível/Bancos Conta Depósitos/Bancos Conta Depósitos - resgatado (-)
C 11131
Movimento - País (A) impostos
retidos
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros.
Quando o participante alcança o período de gozo de benefício e opta pelo pagamento único do
montante acumulado em sua PMBAC, a entidade de previdência privada deve realizar a transferência
desse montante para a Provisão de Sinistros a Liquidar.
ou
D
ou
Saldo da
C ou PMBAC do
ou participante
Uma vez transferido o saldo, a entidade de previdência realiza a liquidação financeira em favor
do participante.
D ou
ou
ou
D
ou
C ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Provisão
2233261* Matemática de Benefícios Concedidos/Vida Gerador de
Benefícios/Vida Gerador de Benefícios (P)*
*Utilizar esta conta contábil para os produtos classificados como seguros.
A opção por conversão em rendas caracteriza-se pelo pagamento mensal, por parte da entidade
de previdência privada em favor de participante que atinge a fase de gozo de benefício, de montante
apurado conforme parâmetros técnicos do plano contratado (taxa de juros e tábua de mortalidade). Para
fins de registro mensal do valor liquidado pela entidade de previdência privada em favor de participante,
deve-se realizar um registro à débito na PMBC e, em contrapartida, no Disponível (bancos).
D ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas -
Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Provisão
2233261* Matemática de Benefícios Concedidos/Vida Gerador de
Benefícios/Vida Gerador de Benefícios (P)*
11131 Disponível/Bancos Conta Depósitos/Bancos Conta Depósitos - Renda
Movimento - País (A) calculada
conforme
parâmetros
C técnicos do
plano
No caso de rendas vencidas, estas devem ser transferidas para Provisão de Sinistros a Liquidar,
conforme o lançamento a seguir:
D ou
ou
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas
- Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Provisão
2233261* Matemática de Benefícios Concedidos/Vida Gerador de
Benefícios/Vida Gerador de Benefícios (P)*
2172617* Provisões Técnicas – Previdência Complementar/Planos Não
Bloqueados/Provisão de Sinistros A Liquidar/Administrativos/
Plano De Renda - Aposentadoria - Capitalização (P)
Saldo da
C PMBAC do
ou participante
ou
2163811** Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas
- Vida Individual e com Cobertura de Sobrevivência/Provisão de
Sinistros a Liquidar/Administrativa/Seguros (P)*
* Este dígito varia conforme o tipo de Renda (1-Vitalícia, 2-Temporária ou 3-Por Prazo Certo).
No momento da liquidação financeira das rendas vencidas, realiza-se o registro a débito na PSL
tendo como contrapartida a conta do disponível (bancos).
D ou
ou
D
Débito de Operações com Previdência/ Operações de Resseguro
213227 e Repasses – Previdência Complementar / Operações de
Repasses de Previdência Complementar/ Transferência de
Carteira – Previdência Complementar (P)
21631 Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros / Provisões Técnicas
– Vida Individual e Com Cobertura de Sobrevivência / Provisão
Matemática de Benefícios a Conceder (P) Recurso
C Ou financeiro
recebido
21721 Provisões Técnicas - Previdência Complementar / Planos Não
Bloqueados/ Provisão Matemática de Benefícios a Conceder (P)
D
Débito de Operações com Previdência/ Operações de Resseguro
213227 e Repasses – Previdência Complementar / Operações de
Repasses de Previdência Complementar/ Transferência de
Carteira – Previdência Complementar (P)
216394 Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros / Provisões Técnicas
– Vida Individual e Com Cobertura de Sobrevivência / Outras
Provisões / Provisão para Resgate e/ou Outros Valores a
Ou Regularizar (P)
Valor a ser
C 217294 transferido
Provisões Técnicas - Previdência Complementar / Planos Não
Bloqueados/ Outras Provisões Técnicas – Previdência
Complementar / Provisão para Resgates e/ou Outros Valores a
Regularizar (P)
A Circular Susep n. 517/15, em seus artigos 226 a 232, define os princípios fundamentais para
o registro contábil das operações de resseguro, os quais podem ser aplicados, no que couber, ao registro
do contrato de retrocessão. São eles:
a) definições
aceitação do contrato: momento em que a cedente e o ressegurador, seja de forma direta
ou por meio de corretor de resseguro, responsabilizam-se, de maneira formalizada ou
não, pela existência do contrato de resseguro; e
acordo entre as partes: momento em que as partes concordam com as bases técnicas
envolvidas.
b) reconhecimento inicial
a seguradora, a EAPC e o ressegurador local deverão reconhecer contabilmente o prêmio
de resseguro de acordo com as características de cada tipo de contrato.
c) diferimento
os prêmios de resseguro/retrocessão deverão ser diferidos ao longo dos prazos a decorrer
do contrato.
as cedentes deverão diferir os prêmios dos contratos automáticos e facultativos
proporcionais pelo prazo de vigência do risco.
os prazos a decorrer dos contratos de resseguro poderão ser superiores à vigência
contratual estabelecida, de acordo com as características de cada tipo de contrato.
Início de Início de
Negociação Vigência Liquidação Liquidação Liquidação Fim de
1º Trim 2º Trim 3º Trim Vigência
Com base nesta dinâmica, o registro contábil dos prêmios de contratos proporcionais e seus
requisitos estariam uniformizados.
EPI
n
EPI EPI
sazonalidade
Onde:
EPI – Prêmio estimado a ser cedido ao ressegurador
n – Número de meses de vigência do contrato
sazonalidade – Sazonalidade aplicada ao EPI no respectivo mês
O EPI (Estimate Premium Income) corresponde a uma estimativa dos prêmios de seguros totais
que serão, em parte, cedidos pela cedente ao ressegurador. Durante a vigência do contrato, a cedente
cederá um conjunto de apólices. Entretanto, no início do contrato, a cedente não tem como assegurar o
montante exato a ser repassado. Desta forma, a cedente realiza uma estimativa da receita de prêmio de
seguro que, em parte, será repassada ao longo da vigência do contrato.
O ressegurador local poderá se utilizar de um fator de corte a ser aplicado no EPI. Este fator de
corte corresponde a uma ponderação estatística, geralmente menor do que 1 (um), utilizada pelos
resseguradores para ajustar o EPI informado pela cedente. Como o EPI é um montante estimado, este
valor pode não ser cumprido integralmente, assim, o fator de corte ajusta a estimativa de prêmio
informada pela cedente para um valor mais realista, de acordo com o estudo específico do ressegurador.
O fator de corte poderá ser utilizado na metodologia desde que o mesmo seja mensurado e
auditado pelo auditor independente, com a devida menção e divulgação nas Notas Explicativas às
Demonstrações Financeiras, sem o comprometimento de suas informações estratégicas.
A fim de proporcionar maior visibilidade aos usuários das demonstrações financeiras dos
resseguradores, o prêmio estimado será registrado em conta contábil específica e seu saldo será ajustado
à medida que as contas técnicas sejam recepcionadas, conforme exemplo de ajustamento do EPI
demonstrado mais adiante.
Assim, o prêmio de resseguro estimado deverá ser registrado na conta Prêmios a Receber -
Prêmio Estimado.
O ajustamento do EPI deve ser realizado posteriormente à emissão dos prêmios, com base no
prêmio efetivamente emitido pela cedente no período de referência. Sendo assim, uma vez recepcionada
a conta técnica do trimestre “x” com a informação do prêmio emitido no período “x”, o ressegurador
deverá realizar o ajuste. Para tanto, deve estornar o prêmio da conta de Prêmios a Receber - Prêmio
Estimado e registrar o prêmio efetivamente realizado e informado pela cedente na conta de Prêmios a
Receber - Prêmio Efetivo, não sendo permitido modificar as estimativas para os próximos meses.
Em regra, não será permitida a reavaliação das estimativas para os próximos meses,
exceto quando houver uma mudança contratual, devidamente formalizada, que altere as estimativas de
prêmio inicialmente previstas.
Exemplo1.:
- Premissas
Jan/20X1 Fev/20X1 Mar/20X1 Abr/20X1 Mai/20X1 Jun/20X1 Jul/20X1 Ago/20X1 Set/20X1 Out/20X1 Nov/20X1 Dez/20X1 Jan/20X2 Fev/20X2 Mar/20X2 Abr/20X2 Mai/20X2
1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000
Premio Estimado
-3.000 -3.000 -3.000 -3.000
Contas de Ativo 1.500 1.500 4.000 1.000
Premios Efetivo
-900 -1.600 -2.700 -700 -2.100
Premios a Receber 1.000 1.000 1.000 -500 100 1.000 -500 -600 1.000 2.000 -1.700 1.000 -2.000 -700 0 0 -2.100
Caixa 900 1.600 2.700 700 2.100
Prêmio Emitido Efetivo 0 0 0 1.500 0 0 1.500 0 0 4.000 0 0 1.000
Contas de Resultado
Prêmio Emitido Estimado 1.000 1.000 1.000 -2.000 1.000 1.000 -2.000 1.000 1.000 -2.000 1.000 1.000 -3.000 0 0 0 0
Prêmio Emitido Total 1.000 1.000 1.000 -500 1.000 1.000 -500 1.000 1.000 2.000 1.000 1.000 -2.000 0 0 0 0
ACUMULADO
Jan/20X1 Fev/20X1 Mar/20X1 Abr/20X1 Mai/20X1 Jun/20X1 Jul/20X1 Ago/20X1 Set/20X1 Out/20X1 Nov/20X1 Dez/20X1 Jan/20X2 Fev/20X2 Mar/20X2 Abr/20X2 Mai/20X2
1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 8.000 9.000 10.000 11.000 12.000 12.000 12.000 12.000 12.000 12.000
Premio Estimado
0 0 0 -3.000 -3.000 -3.000 -6.000 -6.000 -6.000 -9.000 -9.000 -9.000 -12.000 -12.000 -12.000 -12.000 -12.000
Contas de Ativo 0 0 0 1.500 1.500 1.500 3.000 3.000 3.000 7.000 7.000 7.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000
Premios Efetivo
0 0 0 0 -900 -900 -900 -2.500 -2.500 -2.500 -5.200 -5.200 -5.200 -5.900 -5.900 -5.900 -8.000
Premios a Receber 1.000 2.000 3.000 2.500 2.600 3.600 3.100 2.500 3.500 5.500 3.800 4.800 2.800 2.100 2.100 2.100 0
Caixa 0 0 0 0 900 900 900 2.500 2.500 2.500 5.200 5.200 5.200 5.900 5.900 5.900 8.000
Prêmio Emitido Efetivo 0 0 0 1.500 1.500 1.500 3.000 3.000 3.000 7.000 7.000 7.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000
Contas de Resultado
Prêmio Emitido Estimado 1.000 2.000 3.000 1.000 2.000 3.000 1.000 2.000 3.000 1.000 2.000 3.000 0 0 0 0 0
Prêmio Emitido Total 1.000 2.000 3.000 2.500 3.500 4.500 4.000 5.000 6.000 8.000 9.000 10.000 8.000 8.000 8.000 8.000 8.000
Este exemplo foi utilizado apenas para ilustrar a operacionalização do contrato proporcional,
não sendo obrigatórios os prazos mencionados. Assim, o contrato poderá possuir prazos diferentes
e pagamentos em períodos posteriores ao demonstrado acima.
b) Prêmio Emitido Pago: prêmio de resseguro a ser recebido pelo ressegurador, para o qual o
respectivo prêmio de seguro já foi pago pelo segurado e que será repassado ao ressegurador em contrato
proporcional com a aplicação das respectivas taxas e percentuais de resseguro.
c) Prêmio a ser Pago: prêmio de resseguro a ser recebido pelo ressegurador para o qual o prêmio
de seguro ainda não foi pago pelo segurado e que será repassado ao ressegurador em contrato
proporcional com a aplicação das respectivas taxas e percentuais de resseguro, em prestação de conta
posterior.
Observações:
O EPI é registrado pró-rata nas contas de Prêmios Estimados de acordo com a
vigência do contrato. Nesse exemplo, como temos 12 meses de vigência, consideramos
R$12.000,00/12, o que resulta em R$1.000,00 por mês de vigência de Prêmio Estimado.
Note que, neste exemplo, o fator de corte é 1(um), ou seja, o EPI é contabilizado
integralmente.
Para os casos em que o Ressegurador obtém de modo mensal a informação dos Prêmios Efetivos
Emitidos pela cedente, como acontece em quando cedente e ressegurador fazem parte de um mesmo
grupo econômico, o registro contábil pode ser realizado somente pelo prêmio efetivo, sem a necessidade
de haver o registro inicial prêmio estimado e seu posterior estorno.
Nos casos em que ocorrer adiantamento de comissão de resseguro sem que haja a emissão do
prêmio correspondente, o ressegurador deverá, quando do efetivo pagamento desse valor, realizar o
registro contábil na conta Créditos das Operações com Seguros e Resseguro e, em contrapartida, na
conta Caixa. No momento da prestação de contas, deverá ser reconhecida a comissão efetiva -
relacionada com os prêmios efetivamente emitidos – na conta Comissão Efetiva (Redutora de Prêmio
de Resseguro Efetivo e, em contrapartida, na conta Créditos das Operações com Seguros e Resseguro.
Os resseguradores recebem, por meio das prestações de contas, as informações relativas aos
sinistros ocorridos no período que estão cobertos pelo contrato de resseguro proporcional. O
recebimento da prestação de contas pode ser considerado como fato gerador para o registro dos sinistros.
Deste modo, o ressegurador poderá realizar a constituição da Provisão de Sinistros a Liquidar quando
receber a prestação de contas da cedente, mesmo que antes disto receba da cedente informações com
avisos individuais de sinistros. Em regra, não é obrigatório para o ressegurador o registro de sinistros
antes da recepção da prestação de contas.
Para os casos em que ocorrer aviso de sinistro que se configure como solicitação de
adiantamento da recuperação de sinistros específicos e identificáveis, antes da cedente efetivar a
liquidação junto ao segurado, o ressegurador deverá considerar a data desse aviso como fato gerador
para realizar o registro contábil do aviso do sinistro (constituição da PSL); e, quando do efetivo
pagamento desse valor, deverá considerar este como fato gerador para realizar o registro contábil da
liquidação do sinistro (baixa da PSL).
Para os casos em que ocorrer adiantamento não diretamente relacionado a sinistros específicos
e identificáveis, o ressegurador deverá, quando do efetivo pagamento desse valor, realizar o registro
contábil na conta Créditos das Operações com Seguros e Resseguro em contrapartida da conta Caixa.
3.3.1.1.1.2 Cedentes
Assim, o prêmio a ser cedido em resseguro/retrocessão pelas cedentes deve ser registrado no
valor integral da cessão (para as seguradoras, no valor integral da emissão da apólice e/ou endosso). A
comissão de resseguro deve ser contabilizada de forma análoga ao prêmio.
Nos casos em que ocorrer adiantamento de comissão de resseguro sem que haja a emissão do
prêmio correspondente, a cedente deverá, quando do efetivo recebimento desse valor, realizar o registro
contábil na conta Caixa e, em contrapartida, na conta Débito das Operações com Seguros e Resseguro.
Com a ocorrência da emissão dos prêmios cobertos pelo contrato de resseguro, a cedente deverá realizar
a apropriação da comissão aos prêmios cedidos em resseguro correspondentes.
Para os casos em que ocorrer adiantamento não diretamente relacionado a sinistros específicos
e identificáveis, a cedente deve, quando do efetivo pagamento desse valor, realizar o registro contábil
na conta Caixa e, em contrapartida, na conta Débitos das Operações com Seguros e Resseguros.
O preço do contrato e o prêmio mínimo são estabelecidos no seu início. Mesmo que a exposição
esperada não seja cumprida, a cedente paga o prêmio mínimo ao ressegurador.
Definições Importantes:
Prêmio Mínimo (PM) – prêmio a ser pago pela cedente ao ressegurador, independente do
cumprimento da exposição prevista.
Prêmio Depósito (PD) – prêmio geralmente menor ou igual ao prêmio mínimo. Tem como
objetivo principal promover um desembolso de caixa menor para a cedente durante a vigência do
contrato. Desta forma, os resseguradores proporcionam um alívio de caixa para a cedente.
Prêmio de Ajuste (PA) – prêmio a ser pago, geralmente ao final do contrato, aplicando-se uma
taxa de ajuste, previamente estabelecida, ao volume de exposição efetivamente realizado pela cedente
(a medida de exposição será definida no contrato, geralmente é a receita de prêmio), deduzindo-se o
Prêmio Depósito e observando-se o Prêmio Mínimo.
Prêmio de Reintegração (PR) – prêmio a ser pago para que a cobertura do contrato não-
proporcional volte a ser estabelecida após a ocorrência de um sinistro. Geralmente é liquidado de forma
simultânea à recuperação do sinistro.
O Prêmio Mínimo deve ser registrado na conta de Prêmios a Receber - Prêmios Efetivos, se este
for maior ou igual que o Prêmio Depósito. Caso o PD seja superior ao PM, o valor registrado deverá
ser o do PM e, ajustado conforme acordado em contrato e, quando omisso, ao final do contrato, este
valor será acrescido da conta de Prêmios a Receber - Prêmios Efetivos.
Exemplo2.:
- Premissas
ACUMULADO
Jan/20X1 Fev/20X1 Mar/20X1 Abr/20X1 Mai/20X1 Jun/20X1 Jul/20X1 Ago/20X1 Set/20X1 Out/20X1 Nov/20X1 Dez/20X1
Premios a Receber 12,000 9,000 9,000 9,000 6,000 6,000 6,000 3,000 3,000 3,000 0 0
Contas de Ativo
Caixa 0 3,000 3,000 3,000 6,000 6,000 6,000 9,000 9,000 9,000 12,000 12,000
Contas de Resultado Prêmio Emitido 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000 12,000
O Prêmio de Ajuste deverá ser registrado na conta de Prêmio de Resseguro - Prêmios Efetivos
no momento em que o ressegurador que tomar conhecimento de que a exposição ao risco excedeu o
patamar inicialmente estipulado, conforme estabelecido no contrato.
Os ajustes negativos como, por exemplo, os causados por cancelamentos, depois de superado o
Prêmio Mínimo, deverão ser registrados no momento em que são reconhecidos pelo ressegurador.
3.3.1.1.2.2 Cedentes
Caso haja contratos intitulados de contratos automáticos não-proporcionais que possuem uma
vinculação e cessão risco a risco, tais contratos devem seguir o processo de contabilização dos contratos
proporcionais.
O Prêmio de Ajuste deverá ser registrado pela cedente quando esta apurar que a exposição ao
risco coberto pelo contrato de resseguro excede o patamar inicialmente estipulado, conforme definido
contratualmente. A cedente deve informar ao ressegurador o saldo do Prêmio de Ajuste apurado.
Os ajustes negativos como, por exemplo, os causados por cancelamento de apólices de seguros,
depois de superado o Prêmio Mínimo, deverão ser registrados no momento em que são reconhecidos
pela cedente.
Os contratos facultativos funcionam de forma muito similar à emissão das apólices pelas
cedentes, isto é, no início do contrato o ressegurador conhece o prêmio a ser recebido e a vigência do
risco, podendo assim registrar o prêmio efetivo a ser recebido. Assim, o prêmio do contrato facultativo
deve ser registrado pelo valor pactuado no contrato no momento da aceitação do risco, na conta Prêmios
a Receber - Prêmios Efetivos.
Caso haja algum endosso com alteração de prêmio e/ou alteração de vigência, o mesmo deve
ser considerado utilizando-se a mesma metodologia do risco original.
3.3.1.2 Diferimento
O diferimento dos prêmios de contratos proporcionais tem como objetivo realizar a apropriação
das receitas em consonância com o regime de competência e, assim, resguardar a exposição à qual o
ressegurador está submetido, utilizando-se as melhores informações que este possui.
O diferimento do prêmio deve ser realizado pelo período estimado de risco a decorrer das
apólices inseridas no contrato, isto é, o ressegurador deve estimar uma vigência padrão dessas apólices
para utilizar como fator de prazo dos riscos inseridos no contrato.
O método apresentado a seguir não tem como objetivo determinar regra específica a ser utilizada
por todo ressegurador local para diferimento dos prêmios de contratos proporcionais, mas sim
demonstrar o conceito mínimo de diferimento do prêmio a ser utilizado pelo ressegurador.
Exemplo3.:
- Premissas
Vigência padrão das apólices aceitas pela cedente que serão cedidas no contrato de
resseguro: 12 meses
Vigência do Contrato: 12 meses
Emissão da cedente é realizada em média no meio do mês
Base de Cessão: Risk Attaching
Observação: De acordo com a base de cessão adotada, é possível que uma apólice com vigência
de 12 meses seja aceita no último mês de cobertura do contrato de resseguro. Sendo assim, pelas
características da base de cessão, esta apólice está coberta durante toda a sua vigência pelo contrato de
resseguro firmado. Isso justifica a utilização do prazo padrão de vigência das apólices para diferimento
do prêmio, ainda que o contrato de resseguro tenha sua vigência encerrada.
O exemplo acima tem como premissa o exato cumprimento do valor inicialmente previsto no
EPI. Caso haja alguma diferenciação no cumprimento do EPI e/ou sazonalidade na emissão dos
prêmios, o comportamento seria distinto conforme Gráfico2 baseado no exemplo1.
O exemplo acima utiliza os ajustes de EPI demonstrados no exemplo1.
Caso algumas das premissas utilizadas sejam modificadas como, por exemplo, a vigência padrão
das apólices e/ou o cumprimento do EPI, o gráfico terá um comportamento diferente dos modelos
apresentados.
Assim como descrito no item 2.1.2, a cedente possui exatamente as informações de cada apólice
cedida pelo contrato de resseguro. O diferimento do prêmio dessas apólices pode ser executado na
mesma proporção do diferimento do prêmio de seguro.
Os valores de diferimento de comissão de resseguro devem seguir os mesmos critérios de
diferimento dos prêmios.
O diferimento do prêmio deve ser realizado pelo período estimado de risco a decorrer das
apólices inseridas no contrato, isto é, a vigência padrão estimada das apólices, com base nas
informações fornecidas pela cedente.
O exemplo de diferimento apresentado abaixo não tem como objetivo determinar uma regra especifica a
ser utilizada por todo ressegurador local para diferimento dos prêmios de contratos não-proporcionais, mas sim
demonstrar o conceito mínimo de diferimento do prêmio a ser utilizado pelo ressegurador.
Exemplo4.:
- Premissas
Vigência padrão das apólices aceitas pela cedente que serão cedidas no contrato de resseguro:
12 meses
Vigência do Contrato: 12 meses
Base de cessão: Risk Attaching
Emissão da cedente é realizada em média no meio do mês
Caso algumas das premissas utilizadas no exemplo3 sejam modificadas, tais como a vigência
padrão das apólices, lançamento dos prêmios de ajustes e reintegração ou a expectativa de exposição
da cedente, as curvas de prêmio emitido e prêmio ganho também serão modificadas.
Exemplo5:
- Premissas
Vigência padrão das apólices aceitas pela cedente que serão cedidas no contrato de resseguro:
12 meses
Vigência do Contrato: 12 meses
Base de cessão: Loss Ocurring
Emissão da cedente é realizada em média no meio do mês
O diferimento do prêmio deve ser realizado pelo período estimado de risco a decorrer, tendo
em vista que o contrato não-proporcional protege uma carteira de riscos, não sendo possível atrelar o
prêmio do contrato não-proporcional a uma apólice ou conjunto de apólices.
O diferimento dos prêmios de contratos não-proporcionais das cedentes deve ser efetuado de
acordo com a Orientações da Susep ao Mercado - Provisões Técnicas.
Cabe destacar que a parcela redutora da necessidade de cobertura de provisões técnicas da
cedente é tratada em normativo específico.
Assim como descrito no método de contabilização dos prêmios, em que o ressegurador conhece,
no momento da aceitação do contrato facultativo, as informações de vigência e valor do prêmio, é
possível realizar o diferimento dos mesmos exatamente pelo prazo a decorrer do risco.
3.3.1.2.3.2 Cedentes
Assim como descrito na contabilização dos prêmios em que a cedente possui exatamente as
informações da(s) apólice(s) cedida(s) pelo contrato de resseguro facultativo, o diferimento do prêmio
dessas apólices pode ser executado na mesma proporção do diferimento do prêmio de seguro.
O contrato de resseguro pode prever uma bonificação de comissão escalonada (sliding scale)
que varia de acordo com o resultado do contrato. No início do contrato é determinada uma comissão
provisória que será utilizada como base do contrato e, de acordo com o desenvolvimento do mesmo, o
resultado é apurado. De modo geral, a apuração do resultado do contrato ocorre após sua vigência
podendo, assim, resultar em valores a pagar de comissão do ressegurador para a cedente ou em valores
a devolver de comissão da cedente para o ressegurador.
3.3.1.2.4.2 Cedente
A cedente deverá, caso apure déficit no contrato e seja obrigada a devolver determinado
montante de comissão, ajustar a provisão técnica específica – Provisão de Excedente Técnico (PET).
O valor dessa bonificação é apurado ao fim do contrato e deverá ser registrado na conta de
participação nos lucros. Atendendo ao princípio contábil da prudência, o ressegurador deve realizar o
registro deste valor em provisão técnica específica – Provisão de Excedente Técnico (PET).
Os valores provisionados de participação nos lucros que foram objeto de cessão proporcional de
retrocessão poderão ser contabilizados como um ativo de retrocessão, na proporção em que forem
cedidos.
3.3.1.2.5.2 Cedente
De modo geral, a companhia cedente não tem passivos a serem quitados sob a ótica de
participação nos lucros, uma vez que, caso o contrato apresente prejuízo, ela não deve devolver valores
ao ressegurador.
Há, geralmente, nos contratos de resseguro, cláusula de compensação de déficit (deficit carried),
em que, para efeitos contratuais, o prejuízo de um período pode ser compensado em períodos futuros.
Desta forma, a cedente geralmente não paga valores de participação nos lucros e, portanto, deve
registrar estes valores no momento da apuração, na conta de receitas com participações em lucros.
3.3.2 Escrituração do Resseguro na Ótica da Seguradora
Os direitos advindos dos contratos de resseguro são registrados em contas do ativo da cedente,
não podendo ser compensados com as obrigações dos contratos de seguro emitidos pela mesma,
conforme determina o CPC 11. As provisões técnicas de seguro (obrigações da seguradora junto ao
segurado) são brutas das operações de resseguro, ou seja, não sofrem qualquer redução pelo fato de o
risco ter sido transferido ao ressegurador.
Transferência de saldo devedor (prêmio cedido) pela aceitação da prestação de conta técnica pelo
ressegurador
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Débitos de Operações com Seguros e
D 21231*11 Resseguros/Resseguradoras/Resseguro Cedido – Resseguradora
Local*/Prêmios/Riscos Emitidos (P)
Débitos de Operações com Seguros e
C 21232**11 Resseguros/Resseguradoras/Resseguro a Liquidar – Resseguradora
Local**/Prêmios/Riscos Emitidos (P)
* Este(a) dígito (subconta) varia conforme o tipo do ressegurador com o qual está sendo realizada a operação, sendo
utilizado no passivo “1” para ressegurador local, “3” para ressegurador admitido e “5” para ressegurador eventual.
** Este(a) dígito (subconta) varia conforme o tipo do ressegurador com o qual está sendo realizada a operação, sendo
utilizado no passivo “2” para ressegurador local, “4” para ressegurador admitido e “6” para ressegurador eventual.
Transferência de saldo devedor (comissão de resseguro) pela aceitação da prestação de conta técnica
pelo ressegurador
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
D 21232*12 Débitos de Operações com Seguros e
Resseguros/Resseguradoras/Resseguro a Liquidar – Resseguradora
Local*/Prêmios/(-) Comissões sobre Seguro Cedido em Resseguro (P (-))
C 21231**13 Débitos de Operações com Seguros e
Resseguros/Resseguradoras/Resseguro Cedido – Resseguradora
Local*/Prêmios/(-) Comissões sobre Seguro Cedido em Resseguro (P (-))
* Este(a) dígito (subconta) varia conforme o tipo do ressegurador com o qual está sendo realizada a operação, sendo
utilizado no passivo “2” para ressegurador local, “4” para ressegurador admitido e “6” para ressegurador eventual.
** Este(a) dígito (subconta) varia conforme o tipo do ressegurador com o qual está sendo realizada a operação, sendo
utilizado no passivo “1” para ressegurador local, “3” para ressegurador admitido e “5” para ressegurador eventual.
O contrato de resseguro pode prever uma bonificação de comissão escalonada (sliding scale)
que varia de acordo com o resultado do contrato. No início do contrato é determinada uma comissão
provisória que será utilizada como base do contrato e, de acordo com o desenvolvimento do mesmo, o
resultado é apurado. De modo geral, a apuração do resultado do contrato ocorre após sua vigência
podendo, assim, resultar em valores a pagar de comissão do ressegurador para a cedente ou em valores
a devolver de comissão da cedente para o ressegurador.
De acordo com orientação da Susep sobre ativos redutores, a partir de seu reconhecimento
inicial, o prêmio de ajuste deverá ser diferido até o final da vigência do contrato de resseguro. O período
de diferimento do prêmio de ajuste não poderá ultrapassar o término do diferimento do prêmio mínimo
do contrato correspondente, encerrando-se os dois no mesmo intervalo de tempo.
Os registros contábeis ligados ao reconhecimento do ativo de resseguro oriundo do prêmio de
ajuste e ao seu diferimento são operacionalizados de modo idêntico ao demonstrado no item 3.3.1.2.2.
Ajuste da PSL por expectativa de recuperação de salvados e ressarcidos (ajuste negativo de salvados e
ressarcidos)
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
D 216156 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros a Liquidar/ (-) Estimativa
de Salvados e Ressarcidos (P(-))
Sinistros Ocorridos/Sinistros/Indenizações Avisadas/ Variação da
C 313114
Estimativa de Salvados e Ressarcidos - PSL (R)
Como é decorrente da variação de uma estimativa em função de novas informações disponíveis para a seguradora, esse
lançamento pode ser invertido, até o limite do saldo da conta, caso a variação na expectativa de recuperação de salvado e
ressarcidos aumente a provisão de PSL.
Constituição da IBNR
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Sinistros Ocorridos/Variação da Provisão de Sinistros Ocorridos
D 313511 mas Não Avisados/Provisão de Sinistros Ocorridos mas Não
Avisados/Direto (R)
Provisões Técnicas – Seguros e Resseguros/Provisões Técnicas –
C 2161611 Danos (ou Pessoas)/Provisão de Sinistros Ocorridos mas Não
Avisados/Administrativo (ou Judicial)/Direto (P)
Como é decorrente da variação de uma estimativa em função de novas informações disponíveis para a seguradora, esse
lançamento pode ser invertido, caso a variação na provisão de IBNR seja negativa (redução do passivo).
Considerando que a seguradora possua contrato de resseguro que ceda parte dos riscos relativos
ao ramo para o qual constituiu o IBNR, pode novamente fazer os lançamentos desse evento econômico.
Suponhamos mais uma vez a cessão de 40% em resseguro proporcional em todos os riscos do ramo. Os
lançamentos seriam:
Transferência do saldo de ativos de resseguro para créditos das operações de sinistros pagos
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Crédito das Operações/Resseguradoras/Resseguradora
D 11341*42
Local/Sinistros /Sinistros Pagos (A)
Ativo de Resseguro e Retrocessões Diferidos/Sinistros -
C 119311 Resseguro/Sinistros - Pendentes de Pagamento/Sinistros - Pendentes
de Pagamento (A)
* Este dígito (desdobramento) varia de acordo com o tipo do ressegurador com o qual está sendo realizada a operação,
sendo utilizado “1” para ressegurador local, “2” para ressegurador admitido e “3” para ressegurador eventual.
** Este dígito (desdobramento) varia de acordo com o tipo do ressegurador com o qual está sendo realizada a operação,
sendo utilizado “1” para ressegurador local, “3” para ressegurador admitido e “5” para ressegurador eventual.
Cabe ressaltar que os valores registrados como comissão escalonada derivada de contrato resseguro que foi
objeto de retrocessão proporcional poderão ser contabilizados como ativo de retrocessão, na proporção em que
forem cedidos.
Título de capitalização
É um produto em que parte dos pagamentos realizados pelo subscritor é usado para formar um
capital, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas no próprio título (Condições Gerais do
Título) e que será pago em moeda corrente num prazo máximo estabelecido. O restante dos valores dos
pagamentos é usado para custear os sorteios, quase sempre previstos neste tipo de produto e as despesas
administrativas das sociedades de capitalização.
Pagamento Mensal (PM): É um título que prevê um pagamento a cada mês de vigência do título;
Pagamento Único (PU): É um título em que o pagamento é único (realizado uma única vez),
tendo sua vigência estipulada na proposta.
Cotas de capitalização
Cotas de sorteio: tem como finalidade custear os prêmios que são distribuídos em cada série;
Não identificamos diferenças relevantes entres os títulos no que tange a contabilização pela
sociedade de capitalização, portanto, o manual será, neste momento, baseado na modalidade
tradicional e as sociedades de capitalização devem usar como referência este manual.
3.4.2 Reconhecimento Inicial dos Títulos de Capitalização, dos Demais Pagamentos e dos
Recebimentos dos Recursos Financeiros
3.4.2.1 Reconhecimento Inicial dos Títulos de Capitalização Quando do Recebimento (Pagamento
Único (PU), Pagamento Mensal (PM) e Pagamento Períodico (PP))
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
Constituição das Provisões Técnicas pela Emissão dos Títulos, Apropriação de Parcela.
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
D 34122 Receita Líquida com Títulos de Capitalização /Variação da provisão para
Resgate /Constituição Da Provisão Para Resgate
C 21811/22511 Provisões Técnicas – Capitalização/Provisões para Resgate/Provisão
Matemática para Capitalização Circulante/Não Circulante
A Provisão para Sorteios a Realizar (PSR) deve ser constituída para a cobertura dos valores
relativos aos sorteios ainda não realizados, devendo ser constituída para cada título cujos sorteios
tenham sido custeados, mas que, na data da constituição, ainda não tenham sido realizados,
observadas as regulamentações específicas vigentes.
A PSR deve ser atualizada de acordo com os critérios definidos em contrato, observadas as
regulamentações específicas vigentes.
O evento gerador da reversão da provisão é a efetiva realização do sorteio.
Eventuais devoluções de custos de sorteios futuros já pagos devem ser baixadas da PSR e
transferidas para a PR.
A parcela da cota de sorteio relativa à premiação instantânea, tanto para as séries fechadas
quanto para as séries abertas, apenas transitará pela PSR.
A Provisão para Despesas Administrativas (PDA) deve ser constituída para a cobertura dos
valores esperados das despesas administrativas dos planos de capitalização, observadas as
regulamentações específicas vigentes.
Com base no seu histórico de informações, a sociedade de capitalização deverá projetar o
valor presente esperado das despesas administrativas futuras e compará-lo com a projeção do valor
presente esperado das parcelas referentes ao carregamento dos pagamentos futuros dos títulos. O
carregamento deve ser considerado líquido das parcelas utilizadas para o pagamento de despesas
de comercialização. As projeções podem ser efetuadas considerando um cenário de run-off ou de
continuidade da companhia, e devem abranger, pelo menos, todos os títulos vigentes.
Qualquer diferimento de receita relativo a títulos contratados por meio de pagamento único,
conforme previsto na norma contábil (§ 3º do art. 121 da Circular Susep nº 517/15), deverá ser
incluído na própria PDA. Ressalte-se que a utilização do diferimento em questão não exime a
sociedade de capitalização da obrigação de efetuar as projeções dos fluxos de caixa das despesas
administrativas, a fim de que seja avaliada a suficiência da provisão constituída.
A sociedade de capitalização deve manter nota técnica atuarial, conforme disposto no art.
3º da Circular Susep nº 517/15, contendo o detalhamento da metodologia e das premissas
consideradas no cálculo da provisão, assim como o seu resultado final. Ainda que a sociedade de
capitalização comprove não haver a necessidade de constituição da PDA, o cálculo deve ser
apresentado.
Constituição das Provisões Técnicas pela Emissão dos Títulos, Apropriação de Parcela.
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
34212 Variação das Provisões Técnicas/Variação de provisões para Despesa
Administrativas/Constituição De Provisão para Despesa Administrativa
C 2183/2254 Provisões Técnicas – Capitalização/Provisão para Despesas Administrativas
Circulante/Não Circulante
Constituição das Provisões Técnicas pela Emissão dos Títulos, Apropriação de Parcela.
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
D 34222 Variação das Provisões Técnicas/Variação de provisões para Complementação de
Sorteios /Constituição de Provisão para Complementação de Sorteios
C 2184/2255 Provisões Técnicas - Capitalização/Provisão para complementação de Sorteio
Circulante/Não Circulante
A Provisão para Distribuição de Bônus (PDB) deve ser constituída para a cobertura dos
valores relativos ao pagamento de bônus previstos em contrato, devendo ser calculada para cada
título (cujo plano estabeleça a distribuição de bônus) que estiver em vigor ou suspenso, de acordo
com os critérios previstos em nota técnica atuarial, observadas as regulamentações específicas
vigentes.
O fato gerador da constituição da provisão é o mesmo fato gerador da contabilização das
receitas das operações de capitalização definido pelas normas contábeis.
Quando não conhecida a data de aquisição ou do pagamento inicial, a provisão deverá ser
constituída, considerando a remuneração do bônus definida na nota técnica atuarial, tomando por
base a data média estabelecida entre as datas de início e término de comercialização ou o 15o
(décimo quinto) dia da data de início de comercialização da série, o que for menor.
Quando não ocorrido o evento gerador de distribuição de bônus e for constatada a extinção
definitiva da obrigação de pagamento de bônus, os valores correspondentes deverão ser revertidos
da provisão.
Quando ocorrer o evento gerador da distribuição de bônus, a sociedade de capitalização
deverá baixar o valor constituído na PDB - relativo ao título gerador do pagamento de bônus - e
constituir o montante referente ao valor do bônus a pagar na Provisão para Resgates (PR), a qual
será atualizada conforme previsão contratual.
Constituição das Provisões Técnicas pela Emissão dos Títulos, Apropriação de Parcela.
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
D 34232 Variação das Provisões Técnicas/ Variação de Provisão para distribuição de
Bônus/Constituição Provisão para Distribuição de Bônus
C 2185/2256 Provisões Técnicas - Capitalização/Provisão para Distribuição de Bônus
Circulante/Não Circulante
“Título IV – do resgate
Transferência das Cotas Futuras de Sorteio Caso Resgate Seja por Sorteio.
D/C Código Subgrupo/Conta/Subconta/Desdobramentos da subconta Valor
D 21821/22521 Provisões Técnicas Capitalização/Provisão para Sorteio/Provisão para
Sorteios a Realizar Circulante Não Circulante
C 21812 Provisões Técnicas – Capitalização/Provisão para resgates/Provisão para
Resgate Antecipado de Títulos
Deságio da Operação