MRF 21424004 GoncaloMendes
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Caraterização de proveniências de
Pinus elliottii e Pinus taeda para
instalação de ensaios de proveniências
TRABALHO ELABORADO POR: Gonçalo Manuel Pereira Mendes – N.º Aluno: 21424004
Caraterização de proveniências de
Pinus elliottii e Pinus taeda para
instalação de ensaios de proveniências
I
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: Pinus elliottii, Pinus taeda, Pinus pinaster, Nematode da Madeira do Pinheiro.
II
ABSTRACT
Portugal has been facing a serious problem, which is the Pine Wood Nematode (PWN)
that affects Pinus pinaster and increases the need to seek different solutions and increase
the knowledge about it. Thus, this work intends to demonstrate the importance of
evaluation the tolerance/resistance to nematode by the establishment of trials of species
and provenances resistant to Pine Wood Nematode or even their hybridazation, with our
best individuals of Pinus pinaster.
Two species of Pinus (Pinus elliottii and Pinus taeda), both showing Nematode
resistance, as well as good wood and resin productivity, will be analyzed. These species
originate in North America (Canada and the United States) in regions where PWN is
endemic. The use of seed or genetically improved plants or pollen (for hybridization) and
subsequent installation of tests are altogether different approaches that allow us to improve
our knowledge on this subject.
The objective of this work is to identify the provenances of P. elliottii and P. taeda
and verify the viability of the seed importation, to constitute trials with these species and
provenances better adapted to our soil and climatic conditions. One of our concerns is that
they may be invasive species. However, different studies have shown that this behavior has
only been recorded in tropical countries, the probability of becoming invasive in Europe is
very low.
After this, it was verified that it would be interesting to identify the sites in Portugal
and then after to establish trials with selected provenances, where we could assay and evaluate
the behavior of P. pinaster, P. taeda, P. elliottii and later the respective hybrids, selecting the
best provenances and/or individuals, taking into account the objective of the final product
(resin/wood).
The seeds should be imported from North America (region of origin of these species)
and Brazil (important areas of wood and resin production of these species). In Portugal, the
trials should be installed in the Regions of Provenances of Pinus pinaster.
KEYWORDS: Pinus elliottii, Pinus taeda, Pinus pinaster, Pine Wood Nematode.
III
INDICE:
AGRADECIMENTOS .................................................................................................... I
RESUMO .................................................................................................................. II
ABSTRACT ............................................................................................................... III
1 – INTRODUÇÃO...................................................................................................... 1
2 – OBJETIVO ............................................................................................................ 3
3 – USO DO SOLO EM PORTUGAL .............................................................................. 4
3.1 – USO DO SOLO ................................................................................................... 4
5.2 – CLIMA.............................................................................................................. 27
Pág. IV
6 – Pinus taeda ....................................................................................................... 30
6.1 – AS REGIÕES NATURAIS ................................................................................... 30
6.2 – CLIMA.............................................................................................................. 31
Pág. V
13 – BREVE ANÁLISE SOBRE Pinus taeda E COMPARAÇÃO COM O CLIMA DE PORTUGAL
CONTINENTAL ........................................................................................................ 57
14 – PROCEDIMENTOS PARA IMPORTAÇÃO DA SEMENTE/PÓLEN E INSTALAÇÃO DE
ENSAIOS DE PROVENIÊNCIAS .................................................................................. 58
15 – POTENCIAIS EMPRESAS PARA IMPORTAÇÃO DE SEMENTE/PÓLEN ................... 59
15.1 – ARBORGEN.................................................................................................... 59
15.2 – TERRAPINUS.................................................................................................. 59
18 – CONCLUSÃO.................................................................................................... 71
19 – BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 73
20 – ANEXOS .......................................................................................................... 78
20.1 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ORIGEM DE Pinus elliottii e Pinus taeda ......... 79
Pág. VI
20.7 – pH Do SOLO EM PORTUGAL CONTINENTAL ................................................. 85
LISTA DE TABELAS.................................................................................................... IX
Pág. VII
LISTA DE FIGURAS
Pág. VIII
Figura 22 - Dados Climáticos em Telêmaco Borba (Paraná – Brasil). A - Diagrama
Ombrotérmico; B - Temperatura; C - Tabela Climática [10]. ................................................... 46
Figura 23 - Dados Climáticos em Charleston (Carolina do Sul - USA). A - Diagrama
Ombrotérmico; B - Temperatura; C - Tabela Climática [10]. ................................................... 47
Figura 24 - Região de Aquitaine (França). ................................................................................ 48
Figura 25 - Produtividade de Pinus taeda em Aquitaine de acordo com as várias
proveniências [17]. ................................................................................................................... 49
Figura 26 - Dados Climáticos em Waycross (Geórgia - USA). A - Diagrama Ombrotérmico; B -
Temperatura; C - Tabela Climática [10]. ................................................................................... 50
Figura 27 - Principais etapas de um processo de invasão biológica [30]. ................................ 52
Figura 28 - Dados Climáticos em Itapeva (SP – Brasil). A - Diagrama Ombrotérmico; B -
Temperatura; C - Tabela Climática [10]. ................................................................................... 54
Figura 29 - Temperatura e Precipitação no Rio Grande - RS, Brasil. ........................................ 55
Figura 30 - Temperatura e Precipitação no Porto, Portugal. ................................................... 56
Figura 31 - Distribuição da Precipitação Total (à esquerda) e nº de dias de Geada (à direita)
em Portugal [5]. ........................................................................................................................ 64
Figura 32 - Carta de solos e sua relação com o pH do solo [5]. ............................................... 65
Figura 33 – Identificação das áreas para instalação de ensaios de proveniências de P. elliottii
e P. taeda. ................................................................................................................................. 68
LISTA DE TABELAS
Tabela I - Distribuição de Pinheiro bravo (Pinus pinaster) por PROF (2005-2006). ................. 12
Tabela II – Volume de madeira de Pinheiro bravo (Pinus pinaster) por PROF (Povoamento
Puro - 2005-2006). .................................................................................................................... 13
Tabela III - Características Climáticas das Regiões de Proveniência do Pinheiro Bravo – Pinus
pinaster Aiton (RP I, RP II e RP III). ............................................................................................ 15
Tabela IV - Características Climáticas das Regiões de Proveniência do Pinheiro Bravo – Pinus
pinaster Aiton (RP IV, RP V e RP VI). ......................................................................................... 16
Pág. IX
Tabela V - Características Climáticas das Regiões de Proveniência do Pinheiro Bravo – Pinus
pinaster Aiton (RP VII). ............................................................................................................. 17
LISTA DE QUADROS
Pág. X
LISTA DE ABREVIATURAS
ha – Hectare
RP – Região de Proveniência
Pág. XI
1 – INTRODUÇÃO
O Pinheiro bravo (Pinus pinaster) é uma espécie bem adaptada às condições do nosso
país. Em 1988 foi desenvolvido um plano de melhoramento genético para o Pinheiro bravo
em Portugal e observou-se que apesar da espécie se desenvolver maioritariamente em solos
pobres, estações adversas e em áreas extensas de povoamentos regulares, não ocorriam
problemas sanitários graves. Nessa data, os principais agentes bióticos que provocavam
prejuízos económicos eram os escolitídeos (Ips sexdentatus, Orthotomicus erosus, Tomicus
piniperda e Tomicus destruens) e em menor grau o desfolhador conhecido vulgarmente por
processionária (Thaumetopoea pityocampa). No entanto, desde os anos 80, o declínio
provocado por estas pragas tem-se vindo a agravar, em resultado do aumento da ocorrência
de fogos florestais e devido a anos climáticos quentes e secos, assim como também ao
abandono do mundo rural e diminuição da gestão florestal ativa [40].
Nos últimos anos, além destes agentes bióticos, Portugal tem se deparado com um
grave problema que é o Nemátode da Madeira do Pinheiro (NMP), o que incrementa a
necessidade de procurar uma solução para a proteção das coníferas.
Assim, com este trabalho, pretende-se demonstrar a importância de instalação de
ensaios de espécies resistentes ao NMP ou até mesmo a criação de híbridos. Pretende-se
estudar duas espécies de Pinus (Pinus elliottii e Pinus taeda), que apresentam resistência ao
Nemátode da Madeira do Pinheiro, bem como, boa produtividade de madeira e de resina
[24].
Ambas as espécies são originárias da América do Norte (Canadá e Estados Unidos),
em regiões onde o NMP é endémico. Na América do Sul, em particular na região Sul e
Sudeste do Brasil, estas espécies foram introduzidas e têm sido utilizadas para produção de
madeira, com elevado sucesso [24].
Para ocorrer um sucesso no estudo e avaliação de espécies exóticas, é importante
que se realize, previamente, a seleção de espécies e proveniências, ou seja, numa primeira
fase devem ser estabelecidos ensaios/testes. Deve-se, contudo, ter em conta a minimização
do impacte ambiental, através da mobilização dos solos (área e intensidade) e também a
proteção das áreas mais frágeis (solos, água, diversidade biológica e paisagem) [19].
Pág. 1
Por vezes, o sucesso no estudo e avaliação das espécies exóticas é baixo, pois
algumas apresentam uma boa sobrevivência, mas sem crescimento, o que está relacionado
com a má proveniência, ou seja, semente de elevada altitude é plantada em baixa altitude,
tipo de solo e clima diferente da região de proveniência [19].
A utilização de “más” espécies e/ou proveniências, ocorre devido à falta de
conhecimento das diferenças geográficas nos locais de origem e/ou processo de colheita da
semente [19].
Para identificação das proveniências a testar, deve-se estudar as melhores relações
entre os ambientes de origem e os recetores, considerar os fatores mais limitantes e ainda
deve-se conhecer as características de crescimento ecofisiológico dos povoamentos nas
regiões de origem [19].
A alocação deve ser a mais adequada em etapas sucessivas em função de acordo com
as proveniências, famílias e clones (condições de crescimento, solo, profundidade e,
disponibilidade em nutrientes) [19].
Para o sucesso da introdução, em primeiro lugar, deve-se ter conhecimentos
detalhados sobre a espécie que se pretende introduzir, em relação à ecologia, qualidade da
madeira, suscetibilidade a pragas e doenças. Através do conhecimento detalhado da
espécie, pode-se avaliar se ela terá ou não condições de suprir as exigências de mercado e,
provavelmente, adaptar-se às condições ecológicas. Paralelamente, deve-se proceder a um
comparativo entre os fatores climáticos da região de origem e do local de introdução [1].
Pág. 2
2 – OBJETIVO
Pólen para posterior hibridação com o nosso material vegetal de pinheiro bravo
(Pinus pinaster), com o objetivo de obter híbridos com tolerância ao NMP.
Pág. 3
3 – USO DO SOLO EM PORTUGAL
Improdutivos
2%
Agricultura
24%
Floresta
35%
Matos e Pastagens
32%
Pág. 4
3.2 – ESPÉCIES FLORESTAIS
Carvalhos Castanheiro
Azinheira 2% 1%
11%
Eucaliptos
26%
Sobreiro
23%
Outras folhosas
6%
Outras resinosas
2%
Pinheiro-bravo
Pinheiro-manso 23%
6%
Pág. 5
está presente em todo o país, mas é uma espécie dominante no litoral sul e a azinheira
(Quercus ilex) é mais frequente no interior do país, espécie melhor adaptada a áreas de
maior influência ibérica.
Quanto ao pinheiro-manso é a espécie dominante e presente de forma mais
relevante na península de Setúbal.
O pinheiro-bravo é uma espécie de influência atlântica e por isso encontrada a norte
do Tejo, e mais raramente a sul (em pequenos núcleos) ou em subzonas do interior do país.
O eucalipto é uma espécie exótica, de influência atlântica e encontra-se em zonas
próximas das áreas de distribuição do pinheiro-bravo.
O pinheiro bravo (Pinus pinaster Aiton) é uma espécie resinosa de folha persistente
característica de zonas de influência atlântica. A área de distribuição atual do pinheiro bravo
em Portugal corresponde sensivelmente à faixa litoral que vai desde a bacia do Sado até ao
rio Minho, estendendo-se para o interior nas regiões Norte e, principalmente, no Centro,
onde cresce até altitudes entre os 700-900m [14].
O pinheiro bravo ocupa uma variedade de solos e continua a ter uma grande função
de fixação das dunas do litoral em areias pobres em matéria orgânica e nutrientes. Esta
espécie contribui como um importante fator de desenvolvimento económico dos espaços
rurais, quer pela comercialização da sua madeira, quer através de uma série de atividades
complementares, como a apicultura, a caça, a produção de cogumelos, a venda do ritidoma
ou a resinagem [14].
Esta espécie é sensível ao frio prolongado e à neve. As geadas de Primavera são
indesejáveis se as agulhas novas já estiverem formadas (abril/maio). Os melhores
povoamentos de pinheiro bravo estão situados em altitudes mais baixas (inferior a 600m). A
partir dos 800m de altitude nas situações de vento forte e neve, a espécie tem dificuldade
em vegetar [14].
Pág. 6
Prefere solos siliciosos ou silicoargilosos, no entanto, desenvolve-se e resiste bem em
solos pobres de texturas ligeiras. O pinheiro bravo mostra uma nítida preferência por solos
permeáveis, onde o sistema radicular superficial se desenvolve melhor. Tolera mal a
compactação do solo, solos hidromórficos1 e de texturas pesadas, bem como solos com
calcário ativo [14].
Propaga-se por semente, por regeneração natural, com muita facilidade, embora
uma parte importante dos povoamentos seja obtida por regeneração artificial (sementeira
ou plantação) [31].
1
Relativo a um solo que em condições naturais se encontra saturado por água, ou excesso de humidade,
permanentemente ou em determinado período do ano.
2
Características relativas ao solo e clima (Litologia, Tipo de solo, pH do solo, Relevo, Temperatura, Humidade
Relativa do ar, Precipitação.
Pág. 7
Figura 3 - Pinheiro Bravo - Pinus pinaster (à esquerda) e Pinheiro Manso - Pinus pinea (à direita) [31].
Pág. 8
Figura 4 - Regiões de Proveniência de Pinus pinaster Aiton (2003) [26].
Pág. 9
3.3.2 – DISTRIBUIÇÃO DE PINHEIRO BRAVO EM PORTUGAL
3
Alterados por consequência da atividade Humana.
Pág. 10
Figura 5 - Distribuição das espécies florestais em Portugal [Fonte: IFN].
Pág. 11
Tabela I - Distribuição de Pinheiro bravo (Pinus pinaster) por PROF (2005-2006).
Através da Tabela I, verifica-se que as maiores áreas de pinheiro bravo estão nos
PROF’s: Centro Litoral e Dão Lafões. Verifica-se também áreas consideráveis nos PROF’s de:
Pinhal Interior Norte, Beira Interior Norte, Pinhal Interior Sul, Douro e Beira Interior Sul.
Na Tabela II, é possível observar o volume (m3/ha) de madeira de pinheiro bravo por
PROF, sendo que é no Oeste (168,5m3/ha), Dão Lafões (154,7m3/ha) e Centro Litoral
(135,1m3/ha) as Zonas com maior produção.
Pág. 12
Tabela II – Volume de madeira de Pinheiro bravo (Pinus pinaster) por PROF (Povoamento Puro - 2005-2006).
Pág. 13
Figura 6 - Regiões de proveniência de Pinus pinaster Aiton por distrito.
Pág. 14
Tabela III - Características Climáticas das Regiões de Proveniência do Pinheiro Bravo – Pinus pinaster Aiton (RP I, RP II e RP III).
TEMP. Nº
REGIÕES DE PRECIPITAÇÃO
MÉDIA DIAS
PROVENIÊNCIA MÉDIA ANUAL DIAGRAMA OMBROTÉRMICO
ANUAL COM
(RP) (mm)
(C) GEADA
RP I
RP II
(Vila Real,
900mm 13C 60-80
Valpaços,
Vinhais)
RP III
(Viseu,
1200mm 13C 30-40
Moimenta
da Beira,
Arouca
Pág. 15
Tabela IV - Características Climáticas das Regiões de Proveniência do Pinheiro Bravo – Pinus pinaster Aiton (RP IV, RP V e RP VI).
PREC. TEMP.
REGIÕES DE DIAS
MÉDIA MÉDIA
PROVENIÊNCIA COM DIAGRAMA OMBROTÉRMICO
ANUAL ANUAL
(RP) GEADA
(mm) (C)
IV
V
900mm 15C 1-5
(Aveiro,
Coimbra, Leiria)
VI
Pág. 16
Tabela V - Características Climáticas das Regiões de Proveniência do Pinheiro Bravo – Pinus pinaster Aiton (RP VII).
PREC. TEMP.
REGIÕES DE DIAS
MÉDIA MÉDIA
PROVENIÊNCIA COM DIAGRAMA OMBROTÉRMICO
ANUAL ANUAL
(RP) GEADA
(mm) (C)
VII
Pág. 17
A partir da Figura 6, verifica-se que as Regiões de proveniência do pinheiro bravo
encontram-se acima do distrito de Santarém e na zona litoral e interior de Portugal
Continental. Observa-se, ainda, que a maior mancha está localizada na Região do Minho.
A partir da Tabela III, IV e V, verificou-se que a RP I e RP III são as regiões onde ocorre
maior precipitação. Relativamente à RP III apresenta um maior número de dias de geada
comparativamente com a RP I, isto deve-se, em parte, ao fato de se encontrar a altitudes
maiores.
A RP II, RP IV e RP V são as zonas onde ocorre menor precipitação média anual
(900mm). Verifica-se, ainda, que em todas as Regiões de Proveniência estão bem
demarcados pelo menos dois meses de estação seca, ou seja, em que a precipitação é
inferior à temperatura. No entanto, em toda a costa litoral (RP I, RP IV e RP V) o efeito do
stresse hídrico é minimizado devido à ocorrência de precipitações ocultas e à humidade
relativa elevada, observadas predominantemente durante o período da manhã.
O seu carácter iminentemente pioneiro é de resto patente no sucesso que teve a sua
utilização na fixação das dunas primárias do litoral (arenossolos ou regossolos psamíticos),
em que foi introduzido por sementeira em areias, pobres em matéria orgânica e nutrientes
[20].
Pág. 18
4 – DOENÇA DA MURCHIDÃO DO PINHEIRO
As pragas e doenças fazem parte dos ecossistemas florestais, tal como os restantes
elementos da fauna e flora que os constituem. A ação das pragas e outros fatores bióticos de
degradação pode ser e é cada vez mais responsável por grandes perdas de produtividade,
podendo mesmo pôr em causa a própria existência de alguns destes sistemas [3].
Em 1999 na Península de Setúbal aconteceu algo que provocou uma alteração
drástica no equilíbrio populacional do inseto de nome Longicórnio-do-pinheiro que,
consequentemente, teve impacto nos pinhais existentes na região. Apesar dos esforços para
conter a doença, esta disseminou-se por todo o território português [3].
O comércio internacional de bens, que teve como destino o porto de Setúbal,
difundiu a introdução do Nemátode da Madeira do Pinheiro (NMP). O NMP é um verme4
microscópico (Figura 7) que mede cerca de 1mm de comprimento e tem como nome
científico Bursaphelenchus xylophilus [3].
4
Invertebrado de corpo mole, semelhante à lombriga; Larva.
Pág. 19
Nos anos anteriores à deteção do NMP, ocorreram dois acontecimentos que levaram
ao acréscimo da chegada de material proveniente do Médio Oriente, designadamente a
passagem de Macau para a administração chinesa, que implicou o retorno de muitos
portugueses aí radicados, e a Expo 98. Coloca-se assim a hipótese de que o material lenhoso
infetado pelo NMP possa ter sido descarregado no porto de Setúbal [3].
O NMP é um agente nativo da América do Norte, ocorrendo designadamente nos
Estados Unidos da América e no Canadá, onde se encontra em equilíbrio com as árvores
hospedeiras autóctones [3].
A doença da murchidão do pinheiro é uma doença grave que afeta florestas de
coníferas com uma elevada taxa de mortalidade. A enfermidade é causada pelo nemátode
Bursaphelenchus xylophilus, conhecido como Nemátode da Madeira do Pinheiro (NMP). Este
organismo é originário da América do Norte, onde não está associado a uma elevada
prevalência da doença [29].
Nos países onde o NMP está associado a doença epidémica, os efeitos sociais e
económicos são elevados, uma vez que a indústria da madeira dá emprego a milhares de
pessoas. Apesar de décadas de investigação, ainda não foi possível encontrar um tratamento
eficaz para esta doença [29].
A árvore apresenta diminuição do fluxo de resina, algumas semanas após a infeção, o
que leva a uma descoloração da copa, com a secura e murchidão das agulhas [3].
A presença deste verme só pode ser detetada em laboratório após colheita de
material lenhoso, a qual pode ser identificada a partir de caracteres morfológicos ou
moleculares. No entanto, a complexidade da taxonomia do nemátode do género
Bursaphelenchus e a existência de espécies muito semelhantes ao NMP torna difícil a sua
identificação [3].
Sendo-lhe impossível migrar de uma árvore infetada para outra, por muito próximas
que se encontrem, o NMP necessita de um vetor para ser introduzido nos tecidos do
hospedeiro. Esse vetor é o inseto longicórnio-do-pinheiro − Monochamus galloprovincialis
(Figura 8) e trata-se de uma espécie secundária e autóctone em Portugal [3].
Pág. 20
Figura 8 - Longicórnio-do-pinheiro − Monochamus galloprovincialis [26].
Figura 9 - Interações entre os componentes principais (Nemátode da Madeira do Pinheiro - NMP, Inseto Vetor
e Árvore Hospedeira) [39].
Pág. 21
É possível observar através da figura anterior que a doença da murchidão é o
resultado da interação entre o Nemátode da Madeira do Pinheiro (NMP), Bursaphelenchus
xylophilus, o seu inseto vetor (Monochamus galloprovincialis, e a árvore hospedeira, Pinus
spp [39].
Aparentemente, qualquer árvore verde e sã poderá ser alvo do ataque do inseto, no
entanto, são as da bordadura e as de maior dimensão, aquelas que são mais propícias a que
tal ocorra. Contudo, o inseto vetor só coloniza as partes mais finas da árvore, ou seja, são os
raminhos mais finos que serão infetados. Estes deverão constituir o material vegetal a ser
colhido para posterior análise [49].
A doença da murchidão dos pinheiros ou também designada por Pine Wilt Disease
(PWD), é causada pelo Nemátode da Madeira do Pinheiro (NMP). Esta doença resulta de
uma interação complexa entre: o nemátode, o inseto vetor e a árvore hospedeira. Assim, é
necessário uma quebra neste circuito, para interromper o ciclo de infeção e controlar a
doença [33].
As estratégias a utilizar poderão ser [33]:
Pág. 22
Culturais - remoção de árvores mortas ou com sintomas antes da emergência do
vetor, abate e sua destruição e/ou queima;
Químicas - injeção de nematicidas em troncos e aplicação aérea de inseticidas;
Biotécnicas - armadilhas para captura do inseto vetor;
Biológicas - parasitoides, predadores, microrganismos entomopatogénicos e
nematodes não patogénicos;
Melhoramento genético da árvore hospedeira - aumento da resistência dos
hospedeiros à doença, plantação de árvores resistentes;
Até à data, o único método de controlo prático e com alguns resultados satisfatórios,
tem sido o método cultural. Há a registar ainda a instalação de armadilhas. Contudo, é
importante que a gestão se realize durante todas as fases do processo, tendo-se especial
cuidado com o transporte da madeira proveniente de pinheiros infetados. Relativamente ao
transporte, existe legislação específica para o transporte de madeira de coníferas, Decreto-
Lei nº 95/2011, de 8 de agosto e Decreto-Lei n.º 123/2015, de 3 de julho [33].
Pág. 23
esse hospedeiro consegue suportar, e pode ser avaliado em termos de diminuição do
rendimento. Tolerância e resistência são qualidades independentes de um hospedeiro, e a
seleção para ambas as características pode ser feita em conjunto ou em separado num
programa de melhoramento genético [33].
O melhoramento genético, para uma espécie florestal, consiste no desenvolvimento
de um conjunto de ações que visam analisar a variabilidade existente para uma determinada
característica, juntar a componente genética dessa variabilidade em indivíduos
superiores/selecionados, e reproduzi-los em massa de forma a obter o máximo de
ganho/rendimento, aliado a uma elevada base genética. O melhoramento genético
(florestal) baseia-se na teoria da genética quantitativa clássica, ou seja, as características são
herdadas através da ação de vários genes em diferentes locais, cada um produzindo um
pequeno efeito (efeitos genéticos “aditivos”). O fenótipo é determinado pela soma dos
efeitos genético e ambiental. Esta estratégia implica manipular a variabilidade das
características, com o intuito de a reduzir e simultaneamente a conservar, de forma a
assegurar a elasticidade de adaptação a diversas condições ambientais. Para isso, torna-se
necessário criar uma ampla base genética de plantas melhoradas. A avaliação do potencial
sucesso de uma seleção fenotípica é realizada através do conceito heritabilidade, que
corresponde à proporção da variância fenotípica total que é devida à variância genética [33].
Alguns programas de melhoramento genético no campo florestal desenvolveram-se
com o objetivo de produção de madeira, nomeadamente, o aumento em volume, a melhoria
da forma do tronco e das propriedades da madeira, especialmente da densidade. Contudo,
alguns programas também se focaram na resistência a doenças [7].
Um programa de melhoramento genético corresponde a um trabalho de décadas que
deve ser estabelecido cuidadosamente, pois a oportunidade de modificar características de
seleção ou outras circunstâncias é difícil [7].
Devido a ser um processo moroso, implicando não só as limitações de orçamento
como fatores biológicos, nomeadamente atingir as idades reprodutivas que permitam o
cruzamento entre indivíduos com características desejadas, a maioria dos programas de
melhoramento para a resistência encontra-se hoje em dia em fases iniciais [43].
Pág. 24
O início de um programa de melhoramento para a resistência envolve a seleção
fenotípica de árvores saudáveis em florestas naturais, plantações, ou parques urbanos, onde
a doença afetou um grande número de indivíduos [43].
A inoculação é um válido preditor de sensibilidade ou tolerância em espécies de
árvores e útil para descortinar patogenicidade ou ausência dela no NMP. Um aspeto
fundamental num programa de melhoramento para a resistência passa necessariamente
pelo estabelecimento de ensaios de campo, como forma de examinar a longevidade dessa
resistência/tolerância em diferentes condições ambientais [43].
Os programas de melhoramento contribuem para a seleção de árvores resistentes e,
para o estabelecimento de pomares clonais com vista à produção de semente [33].
Em 2009, Portugal iniciou um programa de melhoramento genético para a
resistência/tolerância ao NMP com a seleção de árvores adultas de pinheiro bravo, numa
área que apresentava alta incidência da doença em Portugal. O critério de seleção destas
árvores candidatas foi a dominância (árvores dominantes), idade (árvores adultas), diâmetro
à altura do peito (DAP) (maior que 20cm - 25cm) e ausência de sintomas externos. Durante
cerca de dois anos estas árvores têm sido monitorizadas como forma de obter informação
relevante quanto ao grau de tolerância e resistência à doença, ajudando na seleção das
melhores famílias [20].
A seleção de árvores aparentemente saudáveis em zonas altamente fustigadas pela
doença, mantê-las sob observação, cloná-las e analisar estes indivíduos e as suas
descendências para a tolerância e resistência à doença constitui a metodologia de ação do
programa de melhoramento para esta espécie [33].
A existência de um programa de melhoramento genético para o pinheiro bravo, que
visa o aumento do volume e a melhoria da forma do tronco, estabelecido desde 1988 e já
com resultados de avaliações genéticas, possibilita o estudo da hipótese de junção de
objetivos de melhoramento para a produção de madeira de qualidade e ainda, para a
resistência ao NMP [33].
Pág. 25
5 – Pinus elliottii
Pág. 26
A espécie P. elliottii é uma árvore de rápido crescimento e, apresenta uma elevada
rentabilidade e qualidade para extração de resina [24].
Na Figura 11 podemos observar o aspeto da árvore Pinus elliottii, assim como o
ritidoma da mesma.
5.2 – CLIMA
Pág. 27
5.3 – SOLO E TOPOGRAFIA
Os solos são de textura ligeira a pesada, geralmente com pH ácido e bem drenados. A
espécie suporta alagamentos periódicos curtos e tolera solos de profundidade reduzida
(40cm) e com a presença de fragmentos de material rochoso da rocha-mãe [13].
5
Pinha, cone, gomo floral.
Pág. 28
facilita o estabelecimento de P. elliottii em solos pobres, onde a micorriza auxilia a absorção
de água e nutrientes pela árvore, enquanto recebe hidratos de carbono da mesma [41].
P. elliottii é uma espécie de origem temperada na medida em que evidenciam no
crescimento da madeira, corte transversal uma nítida paragem de crescimento em diâmetro,
demonstrada pela formação nítida dos anéis de crescimento (Figura 12). Este fato mostra
que a espécie apresenta um crescimento fixo ou pré-determinado (com interrupção/entrada
em dormência no período de inverno), com a inerente formação de gomos dormentes que a
protegem da geada. A Figura 12 mostra ainda que a transição entre o lenho juvenil para o
lenho adulto, caracterizado por uma maior densidade, devido à maior proporção de lenho
de outono ou tardio, é uma transição abrupta e verifica-se a partir dos 7-8 anos.
Figura 12 - Disco do tronco de Pinus elliottii evidenciando anéis de crescimento, típicos de espécies de zonas
temperadas.
Pág. 29
6 – Pinus taeda
Pág. 30
Pinus taeda é conhecido como: o pinheiro-amarelo, pinheiro-rabo-de-raposa,
pinheiro-do-banhado, pinos, pinho-americano. Ocorre entre as latitudes de 28°N e 39°N, e
as longitudes de 75°W e 97°W, em altitudes compreendidas entre 0 e 2400 metros [13].
Na Figura seguinte (Figura 14) podemos observar o aspeto da árvore Pinus taeda,
assim como o ritidoma da mesma.
6.2 – CLIMA
Pág. 31
6.3 – SOLO E TOPOGRAFIA
Pinus taeda cresce numa grande variedade de solos, desde as áreas sem drenagem
externa e pouco drenadas da zona costeira até às zonas relativamente secas do interior e
nas terras altas de “Provinces” [8].
Esta espécie ocorre essencialmente em solos de textura ligeira a pesada, com pH
geralmente ácido e drenagem média. Ocasionalmente, a espécie pode ocorrer em solos
sujeitos a alagamento por um período curto de dias [13].
Pág. 32
uma nítida paragem de crescimento em diâmetro, evidenciada pela formação dos anéis de
crescimento (Figura 15).
A Figura 15 mostra que a transição do lenho juvenil para o lenho adulto é mais tardia
comparativamente ao P. elliottii, fato que vai afetar a densidade da madeira.
P. taeda tem sido plantado em regiões tropicais e subtropicais com altitudes entre 0
e 900m, precipitação média anual entre 900 e 2200mm, com uma estação seca de 0 a 6
meses, com a temperatura média anual entre 14C e 24C, temperatura média do mês mais
quente entre 20C e 35C e a temperatura média do mês mais frio entre 1C e 18C [23].
Esta espécie é tolerante a geadas e pode suportar períodos de alagamento do solo e
deficit hídrico. Embora apresente grande plasticidade, apresenta também grande variação
de produtividade em função das condições edafoclimáticas, assim, cresce em uma grande
variedade de solos, de diferentes texturas, capacidade de retenção de água e acidez, mas
apresenta baixa produtividade em solos de baixa fertilidade [23].
Segundo outros autores o P. taeda é tolerante a solos com teor médio de argila,
areia, ácidos e bem drenados. No que diz respeito à seca apresenta uma tolerância
moderada [21].
Pág. 33
7 – AS DIFERENÇAS ENTRE Pinus elliottii E Pinus taeda
Pág. 34
sementes melhoradas que permitem a formação de povoamentos comerciais de maior
produtividade e melhor qualidade da madeira [44].
No Brasil, esta espécie desenvolve-se bem nas regiões com clima fresco e inverno
frio, com disponibilidade constante de humidade durante o ano [44].
Esta condição é encontrada em todo o planalto das Regiões Sul e Sudeste, onde se
encontram as maiores áreas com Pinus taeda e na presença de solo com boas condições de
drenagem [44].
O Pinus elliottii necessita de invernos frios com temperaturas mínimas de 0C e não
suporta períodos secos com deficit hídrico [1]. Esta será provavelmente a principal restrição
para a identificação das regiões de proveniência de pinheiro bravo em Portugal para a
instalação de ensaios.
Pág. 35
8 – AS PLANTAÇÕES COMERCIAIS DE Pinus elliottii e Pinus taeda NO
BRASIL E REGIÕES DE PROVENIÊNCIA DE SEMENTE
Pág. 36
Unidos, 69,3 m3/ha só foi alcançado aos 15 anos de idade na realização do primeiro desbaste
[23].
P. elliottii apresenta muitas vantagens económicas, pelo rápido crescimento e alta
tolerância ao frio e a solos de baixa fertilidade, mas suporta menos o stresse hídrico no
Verão. Logo, os planos de incentivo florestal para a mesma, são bastante compreensíveis
considerando estas vantagens. Contudo, utilizações adequadas incluindo as de evitar sua
disseminação como planta invasora, em regiões tropicais e subtropicais, devem ser
incentivadas [16].
É importante salientar que não basta as características climáticas e do solo, para o
melhor desenvolvimento das espécies, é importante realizar práticas corretas de silvicultura,
nomeadamente: a preparação do solo, a adubação, o compasso e o regime de desbastes
para obter uma melhor produtividade da espécie [23].
O Pinus taeda, é plantado em várias zonas do sul do Brasil, nomeadamente em
altitudes superiores a 1200m, apresenta um bom crescimento e até superior ao do Pinus
elliottii [1].
O P. elliottii e o P. taeda introduzidos no Brasil tiveram origem no Sudeste dos
Estados Unidos [1].
A Região Sudeste dos Estados Unidos abrange os Estados de Alabama, Arkansas,
Carolina do Norte, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Kentucky, Mississippi, Tennessee,
Virgínia e Virgínia Ocidental [1].
Com base nos testes de proveniências, em várias regiões do Brasil, verificou-se que as
proveniências da planície costeira da Carolina do Sul são mais produtivas e com melhor
qualidade de fuste nas regiões Sul e Sudeste do País, nomeadamente nas partes serranas do
Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, bem como no sul do estados de São Paulo e
Minas Gerais (Figura 16). Já no que diz respeito à Serra Gaúcha e ao planalto Catarinense,
onde ocorrem invernos rigorosos, as proveniências da Carolina do Norte tendem a ser mais
produtivas (Figura 17) [1].
Pág. 37
Figura 16 - Região de Proveniência da Carolina do Sul.
Pág. 38
Figura 17 - Região de Proveniência da Carolina do Norte.
Pág. 39
8.1 – CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DA REGIÃO DE PROVENIÊNCIA -
CAROLINA DO SUL
A Carolina do Sul possui um clima subtropical, com invernos amenos e verões muito
quentes. A temperatura média desce em função da latitude e longitude, isto é, à medida que
se viaja em direção ao norte, e do litoral em direção ao interior. As temperaturas mais altas
são registadas no extremo sul da Carolina do Sul, e as temperaturas mais baixas, no extremo
noroeste [10].
No inverno, as temperaturas médias variam entre 11°C no sul e 5°C no noroeste. A
média das mínimas é de 8°C no sul e de 2°C no noroeste, e a média das máximas é de 16°C
no sul e 12°C no noroeste [10]. No verão, as temperaturas médias variam entre 27°C no sul e
22°C no noroeste. A média das mínimas é de 24°C no sul e de 19°C no noroeste, e a média
das máximas é de 32°C no sul e de 31°C no noroeste [10]. A taxa de precipitação média anual
de chuva é de 1140mm em todo o estado [10].
Neste caso, poderão ser mais interessantes para Portugal as proveniências de maior
latitude e longitude.
Pág. 40
Neste caso, poderão apresentar maior potencial, para estabelecer ensaios de
espécies e proveniências, as sementes/pólen de regiões naturais de maior longitude e maior
altitude e ainda da região central do estado, caracterizada por uma menor precipitação.
Figura 18 - Dados Climáticos em Porto Alegre (Rio Grande do Sul - Brasil). A - Diagrama Ombrotérmico; B -
Temperatura; C - Tabela Climática [10].
Pág. 41
A partir da Figura 15, verifica-se que o mês com menor precipitação é abril com cerca
de 101mm e o mês com maior precipitação é setembro com 137mm [10].
O mês de janeiro é o mais quente do ano, com 24,8°C e é no mês de junho que
ocorre a menor temperatura com 14,7°C, com precipitações superiores a 105mm e a
125mm, respetivamente [10].
Pág. 42
Figura 19 - Dados Climáticos em Florianópolis (Santa Catarina - Brasil). A - Diagrama Ombrotérmico; B -
Temperatura; C - Tabela Climática [10].
A partir da Figura 19, pode-se verificar que junho é o mês mais seco com 71mm e
janeiro é o mês com maior precipitação com 195mm. Observa-se, ainda, que o mês mais
quente é janeiro com 24,7°C e o mês mais frio é junho com 16,6°C [10].
Pág. 43
8.5 – CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DE PLANTAÇÕES COMERCIAIS NO
PARANÁ
Atendendo à Figura 20, verifica-se que o mês mais seco é agosto e apresenta 76mm
de precipitação, sendo que o mês com maior precipitação é janeiro com 184mm [10].
Observa-se, ainda, que o mês de janeiro é o mais quente do ano, com uma
temperatura média de 21,0°C, sendo que o mês mais frio é maio com 13,4°C [10].
Pág. 44
8.6 – ESTUDO DE CASO EM SANTA MARIA – RIO GRANDE DO SUL
Figura 21 - Dados Climáticos em Santa Maria (Rio Grande do Sul - Brasil). A - Diagrama Ombrotérmico; B -
Temperatura; C - Tabela Climática [10].
A partir da Figura anterior, verifica-se que Santa Maria está a uma altitude de 153m,
a Precipitação Média Anual é de 1688mm e a temperatura média anual é de 19,3C. Verifica-
se, ainda, que estamos perante um clima Cfa e, não há a ocorrência de meses secos, ou seja,
a precipitação em todos os meses é superior à Temperatura.
Pág. 45
Na Figura 22 estão registados os dados climáticos de Telêmaco Borga (Paraná – RS).
A partir da Figura 22, verifica-se que Telêmaco Borba (Paraná – Brasil) está a uma
altitude de 743m, a precipitação média anual é de 1378mm e a temperatura média anual é
de 18,4C. Observa-se, ainda, que estamos perante um clima Cfa e, não há a ocorrência de
meses secos, ou seja, a precipitação em todos os meses é superior à temperatura.
Na Figura 23 estão registados os dados climáticos de Charleston, de onde foi colhida
a proveniência de Pinus taeda para Santa Maria (Rio Grande do Sul – Brasil) e para Telêmaco
Borba (Paraná – Brasil).
Pág. 46
Figura 23 - Dados Climáticos em Charleston (Carolina do Sul - USA). A - Diagrama Ombrotérmico; B -
Temperatura; C - Tabela Climática [10].
A partir da Figura anterior, verifica-se que Charleston está a uma altitude de 9m, a
precipitação média anual é de 1232mm e a temperatura média anual é de 18,7C. Verifica-
se, ainda, que estamos perante um clima Cfa e não há a ocorrência de meses secos, ou seja,
a precipitação em todos os meses é superior à temperatura.
Relativamente ao fato de haver maior produtividade da espécie em Santa Maria,
comparado com Telêmaco Borga, deve-se possivelmente às diferenças de altitude, pois a
proveniência da semente vem de uma altitude de 9m e Telemaco Borga e Santa Maria estão
a 743m e 153m, respetivamente. Provavelmente, esta proveniência poderá não ser a melhor
adaptada para este local.
Pág. 47
9 – Pinus taeda EM FRANÇA
De acordo com Hervé Jactel (2014), em França foram realizadas plantações de Pinus
taeda na zona sudoeste, nomeadamente na região de Aquitane, pois é considerada a região
mais resistente a temporais e é também a região do Pinus pinaster. No entanto, estudos
mostram que esta espécie é sensível ao ataque da processionária e aos ataques de Ips
sexdentatus [28].
Aquitaine (Figura 24) é a região do sudoeste francês que compreende desde a
península de Pointe de Grave até à cadeia dos Pireneus, do Atlântico ao sopé das montanhas
do Massivo Central [18].
Pág. 48
A diversidade sempre foi uma das principais marcas em Aquitaine, contribuindo
consideravelmente para sua riqueza. A diversidade está presente em níveis étnicos e
culturais, mas o aspeto mais marcante é a variedade de suas paisagens, nomeadamente
vastas extensões de praias enfileiradas com dunas, vinhas, florestas, e lagos [18].
A principal característica do seu clima é a “amenidade”, devido à influência atlântica
acrescida pela corrente quente do Golfo. A temperatura média anual é de 13°C, aumentando
para 20°C no verão e a Precipitação Média Anual é de 931mm [18].
De meados de julho a meados de agosto, as temperaturas podem atingir 30°C, mas
mesmo os dias mais quentes nunca são abafados, graças à proximidade com o oceano
Atlântico e do vento de influência atlântica. No entanto, proveniências Portuguesas do
Pinhal de Leiria não resistiram a geadas fortes nesta região [18].
Na Figura seguinte pode-se observar os acréscimos de volume de Pinus taeda, de
acordo com as várias regiões de proveniência [17].
Figura 25 - Produtividade de Pinus taeda em Aquitaine de acordo com as várias proveniências [17].
Pág. 49
período de tempo (7 a 8 anos). A espécie de proveniência do Sul de África é a que apresenta
um maior acréscimo de volume, mas ao fim de 20 a 25 anos [17].
Em Waycross, GA o clima é quente e temperado e existe uma pluviosidade
significativa ao longo do ano. No mês mais seco ocorre também alguma pluviosidade.
Segundo Köppen e Geiger o clima é classificado como clima temperado húmido com verão
quente (Cfa). Waycross tem uma temperatura média de 19,3°C e a média anual de
pluviosidade é de 1265mm (Figura 26) [10].
A partir da Figura 26, verifica-se que novembro é o mês mais seco com cerca de
67mm e é em agosto que ocorre maior precipitação, cerca de 168mm. No que diz respeito à
temperatura, o mês mais quente é julho com uma temperatura média de 27,6°C e janeiro o
mês mais frio com uma temperatura média de 10,3°C [10].
Waycross está a uma altitude de 76m e verifica-se nestas condições também que não
há a ocorrência de meses secos.
Pág. 50
10 – PRAGAS E DOENÇAS QUE AFECTAM Pinus taeda E Pinus elliottii
Pág. 51
11 – Pinus taeda e Pinus elliottii EXÓTICAS E INVASORAS?
Pág. 52
Alerta-se, ainda, que o tamanho da população e a duração de cada etapa varia de
espécie para espécie. De todas as espécies exóticas que são introduzidas, apenas uma
pequena parte se naturaliza e só uma pequena percentagem dessas revela comportamento
invasor [30].
Segundo o website "The Global Invasive Species Team" o gênero Pinus foi classificado
pela “União Mundial para a Conservação da Natureza” (IUCN) como sendo uma das 100
espécies mais invasoras no planeta. Esta classificação ocorre, devido à fácil disseminação das
sementes que, por serem de tamanho reduzido e apresentarem estruturas adaptadas à
disseminação anemófila, podem-se dispersar a 100 metros ou mais da planta mãe [16].
As sementes do Pinus também podem ser disseminadas pelo solo, água ou através
dos animais como agentes dispersivos. Os Pinus possuem alta capacidade de produção a
partir da semente, o que aumenta ainda mais a probabilidade de suas sementes virem a
tornar-se árvores em outros locais que não sejam as áreas efetivamente plantadas. As
sementes possuem quiescência, isto é germinando apenas nas épocas em que as condições
ambientais lhes são favoráveis [16].
Nos locais onde P. elliottii tem um comportamento como planta invasora, as plantas
pequenas podem ser removidas à mão, puxando, particularmente em solo húmido, tendo o
cuidado de remover as raízes. As plantas maiores podem ser escavadas com uma enxada ou
uma ferramenta similar [9].
No website da CABI compêndio de Invasoras, onde se encontram identificados os
locais onde Pinus elliottii dá problemas como invasor, verifica-se que na América do Sul e na
Oceânia, Pinus elliottii é considerada uma espécie invasora, não havendo quaisquer
referências a regiões europeias, com climas temperados, verões quentes e secos e invernos
mais frios [9].
Em Espanha foi realizada uma análise do risco potencial de plantas invasoras para
esse País, onde se testou a espécie de Pinus elliottii e, verificou-se que a espécie tinha um
baixo risco de se tornar invasora [4].
Atendo ao que foi referido, verifica-se que P. elliottii dá problemas como invasor no
hemisfério Sul, com a exceção do Hawaii onde esta espécie é invasora mas em ambiente
tropical e subtropical.
Pág. 53
12 – BREVE ANÁLISE SOBRE Pinus elliottii NO BRASIL PARA
PRODUÇÃO DE RESINA
Figura 28 - Dados Climáticos em Itapeva (SP – Brasil). A - Diagrama Ombrotérmico; B - Temperatura; C - Tabela
Climática [10].
Pág. 54
stresse hídrico). A temperatura média anual é de 18,9°C e a média anual de pluviosidade é
de 1254mm [10].
As introduções de espécies de Pinus spp. que se adaptaram no Brasil, são justamente
as espécies em que nos países de origem têm uma distribuição de precipitação com o
mesmo padrão, nomeadamente a concentração de chuva no período mais quente.
É um facto que na tentativa de introduzir Pinus spp. no Brasil, algumas espécies como
Pinus radiata (origem Califórnia), Pinus pinaster (origem zona costeira atlântica da Europa)
não se adaptaram ao Brasil. A humidade mais intensa no Verão ocasiona stress, baixo
desenvolvimento, mau estado sanitário, e morte. Assim, à partida, a introdução em Portugal
de espécies que se adaptaram no Brasil, como o Pinus elliottii corre riscos. Haverá que
selecionar outras proveniências de semente (regiões naturais de maior latitude, altitude e
longitude).
No entanto, no Sul do Brasil, perto da cidade do Rio Grande, a baixa altitude e junto à
faixa costeira, existem povoamentos de Pinus elliottii que apresentam um bom
desenvolvimento da espécie. Nesta zona do Brasil o clima apresenta algumas semelhanças
com o clima de Portugal. Na Figura seguinte podemos observar os valores de temperatura e
precipitação para essas zonas.
A partir da Figura 29, verifica-se que no Rio Grande a máxima precipitação é nos
meses de julho, agosto, e setembro, o que no hemisfério Norte corresponde aos meses de
Inverno. Muito semelhante à distribuição em Portugal. Relativamente aos mínimos de
pluviometria, já é bem diferente, existem duas épocas (abril e dezembro), o que
corresponde a Outono e Primavera em Portugal.
Pág. 55
Em Portugal continental, o clima mais semelhante a este, observa-se na faixa
atlântica a norte do rio Douro até ao rio Minho.
Pág. 56
13 – BREVE ANÁLISE SOBRE Pinus taeda E COMPARAÇÃO COM O CLIMA
DE PORTUGAL CONTINENTAL
Pág. 57
14 – PROCEDIMENTOS PARA IMPORTAÇÃO DA SEMENTE/PÓLEN E
INSTALAÇÃO DE ENSAIOS DE PROVENIÊNCIAS
Foi contatado o ICNF, nomeadamente por e-mail e contato telefónico, para saber
quais os procedimentos a adotar, para a importação de pólen e semente para instalação de
ensaios de proveniências e hibridação (Anexo 20.9).
Considerando que as espécies Pinus elliottii e Pinus taeda são espécies não indígenas
e não constam nos anexos do Decreto-Lei n.º 565/99, de 21 de dezembro, deverão ser
cumpridas as instruções do respetivo Decreto-Lei. Para a instalação de um Ensaio
Controlado, é necessário tomar como ponto de partida uma autorização junto das entidades
competentes (ICNF e DGAV) e cumprimento do presente Decreto-Lei nomeadamente, o
Artigo 4º e 5º que se encontram de forma sucinta no anexo 20.10, deste trabalho.
Pág. 58
15 – POTENCIAIS EMPRESAS PARA IMPORTAÇÃO DE SEMENTE/PÓLEN
P. elliottii é nativo do sudeste EUA, e foi introduzido em outros estados dos EUA,
incluindo o Havaí, assim como outros países para a produção de madeira e resina.
Introduções em grande escala têm ocorrido no Brasil, Chile, Argentina, Venezuela, China
(região de Jiangxi), África do Sul, Nova Zelândia e Austrália [9].
P. taeda já foi introduzido em muitos países e é cultivada em plantações florestais em
grande escala, nomeadamente na África do Sul, Brasil, China, Austrália e Nova Zelândia [27].
No período de pesquisa para este trabalho realizou-se um levantamento de empresas
para importação de semente, tais como:
15.1 – ARBORGEN
15.2 – TERRAPINUS
Pág. 59
15.3 – KLABIN S.A.
A Resiflor Agroflorestal, Lda. está localizada no Complexo Florestal São Pedro, Guarei-
SP (Brasil) e tem um pomar de sementes clonais onde o objetivo de produção de plantas de
Pinus elliottii é para a produção de resina.
15.5 – ECOPLANT
Pág. 60
15.6 – EMPRESAS OU INSTITUIÇÕES DE I&D / UNIVERSIDADES NOS USA –
REGIÕES DE ORIGEM
Com o objetivo de selecionar os melhores indivíduos seria necessário importar semente dos
locais de origem destas espécies, nomeadamente da Carolina do Norte, Carolina do Sul e
Georgia. Assim, nos E.U.A. dever-se-ia entrar em contato com:
CAMCORE
É uma Cooperativa para conservação dos Recursos Genéticos de Coníferas do
México e América Central, está sediada em Raleigh, NC, EUA, na Universidade
Estadual da Carolina do Norte (NCSU) onde reúne empresas e instituições de
diversos países interessados na Conservação Genética e utilização de espécies de
coníferas do México e da América Central. A CAMCORE realiza a colheita de
sementes dessas espécies e distribui-as entre as empresas/instituições para a
instalação de testes de proveniências e bancos de conservação genética.
Pág. 61
16 – ANÁLISE SWOT
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
Melhoramento genético A não adaptabilidade às condições climáticas das
Pinheiro-bravo espécies;
Apoios económicos ao setor – A importação de semente de regiões de proveniência
PDR2020 não aconselhada e/ou adaptada aos locais de destino
e/ou teste com recurso à instalação de ensaios de
espécies e proveniências;
Pág. 62
17 – INSTALAÇÃO DE ENSAIOS DE ESPÉCIES E PROVENIÊNCIAS EM
PORTUGAL
Pág. 63
Inferior a 400 mm
Entre 1 e 5 dias
Entre 400 e 500 mm
Inferior a 1 dia
Entre 500 e 600 mm
Entre 600 e 700 mm Entre 5 e 10 dias
Figura 31 - Distribuição da Precipitação Total (à esquerda) e nº de dias de Geada (à direita) em Portugal [5].
Pág. 64
Inferior ou igual a 4.5
CAMBISSOLOS
Entre 4.6 e 5.5
FLUVISSOLOS Entre 4.6 e 5.5 + (5.6 a 6.5)
LITOSSOLOS Entre 4.6 e 5.5 + (7.4 a 8.5)
Entre 5.6 e 6.5
LUVISSOLOS
Entre 5.6 e 6.5 + (4.6 a 5.5)
PLANOSSOLOS
Entre 5.6 e 6.5 + (6.6 a 7.3)
PODZOIS Entre 5.6 e 6.5 + (7.4 a 8.5)
Pág. 65
17.2 – PROPOSTA PARA O DELINEAMENTO DOS ENSAIOS DE PROVENIÊNCIA
Crescimento/produção;
Tolerância à geada/bifurcação do fuste;
Tolerância ao stresse hídrico;
Presença de pragas e doenças.
A avaliação destes parametros seria realizada até ao corte final, pois assim poderá-se
identificar a idade para estabelecer uma boa coorrelação entre o estado juvenil e o adulto,
com o objetivo de antecipar a seleção do material vegetal, num estado mais jovem, mais
precoce. Esta informação é importante pois poderá ser aplicada posteriormente no
melhoramento desse material vegetal (obtenção de híbridos, com os nossos melhores
indivíduos),com o objetivo de ganhar tempo/produção.
A referir ainda que a médio e longo prazo será conveniente investir na produção de
híbridos entre as plantas destas espécies melhor adaptadas às nossas condições e às plantas
de Pinheiro bravo, boas produtoras de madeira e que têm demonstrado maior tolerância ao
NMP. A solução pela produção de híbridos a testar, poderá passar também pela hibridação
entre as melhores plantas de ambas espécies testadas.
Pág. 66
17.3 – AVALIAÇÃO GLOBAL
Pág. 67
ácidos. Posto isto, e com recurso ao Software ArcGis (sobreposição de temperatura média
anual, precipitação média anual, tipo de solo) foi possível obter o seguinte mapa (para
Portugal Continental), com as possíveis áreas para a instalação de ensaios de proveniências
(Figura 33).
VIANA DO CASTELO
PORTO
VISEU
AVEIRO
GUARDA
COIMBRA
CASTELO BRANCO
LEIRIA
SANTARÉM
PORTALEGRE
LISBOA
ÉVORA
SETÚBAL
BEJA
FARO
Figura 33 – Identificação das áreas para instalação de ensaios de proveniências de P. elliottii e P. taeda.
Observando a Figura 33, verifica-se que um pouco por todo o país poder-se-ia ter
condições para avaliar o comportamento destas espécies. No entanto, não se pode só ter
em consideração os valores médios anuais de temperatura e precipitação, assim como o tipo
de solo que a espécie necessita, devem também ser analisados os diagramas ombrotérmicos
das regiões e a altitude de origem da semente para cada região, de modo a selecionar a(s)
proveniência(s) com características similares aos da área em Portugal a testar.
Pág. 68
Ao longo deste trabalho verificou-se que em todas as zonas (relatadas neste
documento), em que existe Pinus elliottii e Pinus taeda a precipitação é sempre superior à
temperatura, ou seja, não há a ocorrência de meses secos.
Apesar de nas áreas, onde se encontram as espécies em exploração comercial, não
existir a ocorrência de meses secos (período de stresse hídrico associado ao Verão),
considera-se que, de acordo com a pesquisa efetuada, as espécies toleram condições
ambientais com 2 a 4 meses secos para Pinus elliottii e de 0 a 4 meses secos para Pinus
taeda.
Assim e atendendo aos dados climáticos de Portugal, será relevante a instalação de
ensaios de proveniência, em particular, na zona litoral (Pinhal de Leiria) e na zona do Minho,
considerando ainda que o P. elliottii poderá apresentar menor tolerância ao frio e ao stresse
hídrico.
De acordo com a Tabela III, IV, V e em função das Regiões Naturais e das áreas com
plantações, no Quadro II estão indicados os locais/Regiões de Proveniência do pinheiro
bravo (de acordo com o CNMB) para a instalação de ensaios de espécies e proveniências em
Portugal. A identificação destes locais foi efetuada considerando: a precipitação média anual
(PMA), a temperatura média anual (TMA), a altitude, latitude, longitude e também os
diagramas ombrotérmicos.
Seria importante importar também pólen de P. elliottii e P taeda das regiões de
proveniência e das regiões testadas para ensaios de hibridação com Pinus pinaster (Pinus
pinaster x P. elliottii e P. pinaster x P. taeda).
Saliento que no Quadro seguinte, encontram-se representadas as Regiões de
Proveniências e locais onde foram testadas e/ou estão presentes as duas espécies de Pinus,
de acordo com a pesquisa efetuada para a elaboração desta dissertação. Atendendo às
condições climáticas em Portugal, nas diferentes regiões de proveniências identificadas no
CNMB, poderá ser conveniente testar outras proveniências mais tolerantes ao stresse
hídrico e geada.
Pág. 69
Quadro II - Regiões de Proveniência e Região em Portugal para a instalação de ensaios de espécies e
proveniências.
Waycross GA
(Geórgia - EUA) Aquitaine (França)
RP I, III, IV, V
P. taeda Latitude: 4450’16’’ N P. taeda
Latitude: 3112’48.78’’ N Longitude: 034’45’’ W ou todas as RP
Longitude: 8221’14.46’’ W Altitude: 12m
Altitude: 44m
Aquitaine (França)
RP I, II, IV, V
P. taeda África do Sul Latitude: 4450’16’’ N P. taeda
Longitude: 034’45’’ W
ou todas as RP
Altitude: 12m
Alfredo Wagner
Santa Catarina (Brasil) RP I, II, IV, V
P. taeda África do Sul P. taeda
Latitude: 2742’01’’ S ou todas as RP
Longitude: 4920’01’’ W
Altitude: 480m
*Regiões de Proveniência de pinheiro bravo em Portugal, de acordo com o CNMB.
Pág. 70
18 – CONCLUSÃO
Pág. 71
adaptabilidade ao meio envolvente, às alterações climáticas globais e à procura de novos
produtos no mercado.
Após a germinação das sementes, as plantas deveriam ser colocadas nas respetivas
Zonas de Proveniência de Pinheiro Bravo de acordo com a Tabela VI deste trabalho, ou ainda
testando no total de 9 proveniências comparativamente com a proveniência de pinheiro
bravo melhor adaptada às referidas condições.
As espécies provenientes do Brasil deveriam ser testadas e avaliadas na zona centro e
litoral do país e, na região norte do Douro ao Minho.
Relativamente ao perigo de comportamento como espécies invasoras, isso não
parece constituir um risco, pois os estudos realizados indicam que estas espécies só se
comportam como invasoras em regiões com climas tropical e subtropical.
Pág. 72
19 – BIBLIOGRAFIA
[1] AGUIAR, Ananda V.; SOUSA, Valderês A.; SHIMIZU, Jarbas Y.. Espécies de Pinus mais
plantadas no Brasil. Revista da Madeira – Edição N.º 135. Maio 2013.
[2] ALVES, António Monteiro; PEREIRA, João Santos; CORREIA, Alexandre Vaz. Silvicultura - A
Gestão dos Ecossistemas Florestais. Fundação Calouste Gulbenkian, 2012.
[4] ANDREU, Jara; VILA, Montserrat. Risk analysis of potential invasive plants in Spain.
Fevereiro 2009.
[7] Carson, S. D.; Carson, M. J.,. Breeding for Resistance in Forest Trees – A Quantitative
Genetic Approach. 1989.
[8] CABRAL, Isabel Maria Resende de Oliveira Morais. Análise do Crescimento dos Híbridos
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20 – ANEXOS
Pág. 78
20.1 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DA ORIGEM DE Pinus elliottii e Pinus taeda
Pág. 79
20.2 – TABELA DAS REGIÕES DE PROVENIÊNCIA DE PINHEIRO BRAVO
Pág. 80
20.3 – TEMPERATURA MÉDIA EM PORTUGAL CONTINENTAL
Pág. 81
20.4 – PRECIPITAÇÃO MÉDIA EM PORTUGAL CONTINENTAL
Pág. 82
20.5 – GEADA EM PORTUGAL CONTINENTAL
Pág. 83
20.6 – TIPO DE SOLO EM PORTUGAL CONTINENTAL
Pág. 84
20.7 – pH Do SOLO EM PORTUGAL CONTINENTAL
Pág. 85
20.8 – POSSIBILIDADE DOS LOCAIS PARA INSTALAÇÃO DE ENSAIOS DE
PROVENIÊNCIA EM PORTUGAL
Pág. 86
20.9 – PEDIDO ESCLARECIMENTO ICNF
Pág. 87
20.10 – ESPÉCIES NÃO INDÍGENAS – DECRETO-LEI N.º 565/99 DE 21
DEZEMBRO
Artigo 4º
Exceções
Pág. 88
b) Não haja nenhuma espécie indígena apta para o fim pretendido;
2 - Sempre que esteja em causa a introdução de espécies para fins florestais, cinegéticos ou
aquícolas, a proposta referida no artigo anterior é da competência da DGF, ouvido o ICN,
com exceção das áreas referidas no n.º 4 do presente artigo
Pág. 89
Artigo 5º
Ensaio Controlado
1 - O despacho conjunto previsto no n.º 1 do artigo anterior pode fazer depender essa
autorização da realização de um ensaio controlado, com espécimes da espécie em causa, em
local confinado com características ecológicas idênticas às do território onde se pretende
efetuar a introdução
Pág. 90
20.11 – LOCALIZAÇÃO DE Pinus Elliottii E Pinus Taeda E POSSIBILIDADE DE INSTALAÇÃO DE ENSAIOS EM PORTUGAL
Pág. 91