Curso Exposição Bíblica
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Capacitação em Exposição Bíblia – Gospel Trends
INTRODUÇÃO
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AULA 01:
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Pessoal. Porque muitos anos temos nos esforçado para aprender e praticar
a exposição bíblica de tal forma a atrair e convencer os ouvintes a respeito
da verdade das Escrituras quanto à salvação e quanto a obediência que
agrada a Deus. Falhamos muitas vezes nesse intento. Certamente a culpa
não é do método em si, mas de nossa mediocridade pessoal e pecaminosa.
Pastoral. Porque somente a exposição clara e eficaz das Escrituras pode dar
à igreja de Cristo crescimento saudável e em profundidade. Sem a
ministração do conteúdo das Escrituras as igrejas morrem, não florescem.
1. Os Profetas:
Deus falou por meio dos profetas e interpretou para eles o significado de
suas ações na história de Israel. Eles pregavam e escreviam as palavras de
Deus conclamando o povo ao arrependimento e o retorno à guarda da
aliança. Sua obrigação era transmitir o que Deus tinha falado.
2. Jesus e os Apóstolos.
Jesus Cristo era acima de tudo um pregador itinerante da Palavra de Deus.
Mais do que isso, ele é a própria palavra de Deus (o Verbo – Jo 1.1) revelada
em pessoa, ou seja, na sua encarnação (Hb 1.2). Nele habita corporalmente
a plenitude da divindade (Cl 1.15,19), a expressão exata do Ser de Deus (Hb
1.3). Como pregador, era fiel à palavra de Deus já revelada e o cumprimento
real de todas as promessas messiânicas do Antigo Testamento.
Ele veio, enviado por Deus, para proclamar as boas novas do Reino (Lc
4.18,43; Mc 1.38) e testemunhar a verdade (Jo 13.13; 18.20,37). Quando
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ressuscitou expôs tudo que a palavra dizia a seu respeito na Lei, nos
profetas e nos salmos aos discípulos na estrada de Emaús (Lc 24).
Os apóstolos priorizavam o ministério da pregação (Atos 6.4). O primeiro
sermão de Pedro no dia de Pentecostes foi uma breve exposição da razão
da encarnação de Cristo e um convite ao arrependimento dos pecados. Eles
tinham sido treinados por Cristo para serem enviados a pregar (Mc 3.14) e
levar o Evangelho a todas as nações (Mt 28.18-20). As pessoas deveriam
ouvir o evangelho, mas como ouviriam se não houvesse quem o pregasse a
eles? (Rm 10.14,15).
3. Os Pais da Igreja.
A Didaqué, um dos Pais Apostólicos, reproduzira instruções básicas de
como se deveriam tratar os pregadores itinerantes do evangelho e como
descobrir e disciplinar os falsos pregadores do Evangelho já no início do
segundo século. Justino Mártir, descreveu o culto cristão por volta do ano
150 ressaltando o papel central da leitura da palavra, da pregação e da
ministração dos sacramentos. As pessoas presentes ouviam a leitura e
depois a “instrução” na Palavra. Tertuliano, logo depois, explicava que o
objetivo da leitura e explicação da Palavra era nutrir a fé, animar a
esperança e tornar mais firme a confiança em Deus. Irineu, por volta de 180,
diz explicitamente que os presbíteros de cada igreja local expunham as
escrituras fielmente a fim de preservar a fé no único Deus.
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(4º) Destemido em suas condenações. Sua pregação provocou seu exílio por
duas vezes e a sua morte no terceiro exílio.
4. Os Reformadores.
Em função da polêmica com o catolicismo em torno da autoridade das
escrituras (Sola Scriptura) todos os reformadores eram expositores bíblicos.
Lutero afirmava: “A igreja deve a sua vida à Palavra da promessa, e é nutrida
e preservada por essa mesma Palavra” (O Cativeiro Babilônico da Igreja).
5. Os Puritanos e os Evangélicos.
A melhor designação que pode ser dada aos puritanos do século XVI e XVII
é que eram pregadores piedosos. Seu método era a exposição bíblica.
Richard Baxter se notabilizou-se por uma ênfase ministerial dupla: O
discipulado pessoal das famílias e a pregação da Palavra. Para eles, o púlpito
era para um pastor sua alegria e seu trono. Nenhum puritano, no entanto,
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foi mais eficaz que Johnatan Edwards. Sua pregação era profundamente
bíblica. Para ele, o ofício pastoral da pregação deveria ser desempenhado
com seriedade e alegria. Nesse período, destaca-se também a pregação
evangelística de George Whitefield, um dos principais líderes do
movimento evangélico metodista.
6. O Século XIX.
Charles Simeon, contemporâneo de Whitefield e Wesley, expôs as
escrituras sistematicamente, por 54 anos, do púlpito da Igreja da Santíssima
Trindade no campus da Universidade de Oxford, Inglaterra, combatendo a
soberba da sociedade inglesa desse período com a simplicidade da palavra.
Ele é modelo pastoral para todas as gerações de pastores posteriores.
Apesar do avanço do secularismo por meio das ideias de Darwin e da alta
crítica na Escola de Tubigen (Alemanha), houveram muitos expositores
bíblicos importantes nesse século: John Henry Newman (1801-1890); H. P.
Liddon (1829-1890); F. W. Robertson (1816-1853) e o príncipe dos
pregadores: Charles Haddon Spurgeon (1834-1892). Nessa época, o
historiador não cristão Thomas Carlyle apontou os pregadores como a
quarta liderança mais importante na sociedade britânica, destacando sua
“coragem solitária”7 diante da comunidade.
7. O Século XX.
O otimismo e a respeitabilidade da pregação no início do século XX foram
tragicamente rivalizados pelo desespero de duas grandes guerras mundiais
no continente europeu. As duas, entremeadas pela grande Depressão de
1929. Mas nem mesmo essas crises mundiais conseguiram abafar a
pregação. Foi o escocês James Black, o pregador usado por Deus para
desafiar os novos pregadores a levarem a sério o seu ministério. Ele
desafiava aos novos pastores a desde cedo fazerem da pregação a grande
ocupação de suas vidas.
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Além disso, A Escritura nos oferece uma gama enorme de subsídios para
que um texto seja interpretado por outro, princípio que os reformadores
chamavam de “analogia da fé”. O texto tem unidade e integridade, e o
papel do pregador é ressaltar o que já está ali.
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CONCLUSÃO
Dissemos no início desse curso que ao falarmos em exposição bíblica,
tratamos de nossas convicções, nossas obrigações e nossas expectativas
acerca das Escrituras:
1. Convicções têm a ver com a nossa fé, com aquilo em que cremos. O que
cremos e crermos acerca das Escrituras determinarão nossa postura na
pregação da palavra.
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AULA 02
“Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua
própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da
pregação” (1 Co 1.21).
1. Textual
2. Tópico
3. Expositivo
1) MÉTODO TEXTUAL
A sua forma segue as partes de um texto pequeno. Toma-se um ou no
máximo três versos, usando suas frases literalmente como títulos principais
do sermão.
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Exemplo de alegorização:
Jó 28.7-11 - A Vereda da Oração:
1) Essa vereda - o caminho da oração
2) A ave de rapina a ignora - o diabo não pode penetrar.
3) Revolve os montes desde as suas raízes - realiza a cura total.
4) Traz à luz o que estava escondido - é fonte de revelação de Deus.
2) MÉTODO DE TÓPICOS:
A sua forma resulta de palavras ou ideias contidas no assunto do texto. Eles
não resultam de um versículo (textual) ou de uma passagem (expositivo),
mas de um assunto ou tema (tópico), abordando-o “a partir de um dentre
vários pontos de vista”. Os argumentos não procedem da passagem em si,
mas das considerações do tópico escolhido em várias passagens bíblicas. É
muito útil para palestras e estudos doutrinários.
Exemplos
João 3.16 – 21 Gálatas 5.25
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Exemplo de espiritualização:
Lucas 19.5 - Zaqueu, Desce Lucas 22.54 - Pedro Seguia de
Depressa: Longe.
1) Desce do orgulho. 1) Longe da sua presença.
2) Desce da arrogância. 2) Longe do seu amor.
3) Desce da altivez. 3) Longe da sua proteção.
1) DEFINIÇÃO:
Walter Liefield define a exposição bíblica (método expositivo) assim:
“É pregação que explica a passagem (bíblica) de uma maneira que leve a
Igreja a uma aplicação verdadeira e prática da passagem”.
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AULA 03:
“Se alguém quiser fazer a vontade Dele, conhecerá a respeito dá doutrina,
se ela é de Deus ou se falo por mim mesmo.” JOÃO 7.17
A ESCOLHA DO TEXTO:
A escolha do texto é definida pela abrangência do ministério do pregador.
Alguns chegam a pregar até oito vezes por semana, outros, no entanto,
apenas duas ou três vezes. No primeiro caso, indica-se a leitura da seção
sobre a preparação de exposições bíblicas em série no final da apostila. Aos
demais se podem apontar os seguintes critérios:
a) Antecedência, não deixe para a última hora.
b) Procure seguir o planejamento pastoral da igreja.
c) Levando em conta as necessidades espirituais dos ouvintes.
d) Conformidade com a ocasião da apresentação da exposição
(aniversários, casamentos, congressos, retiros etc).
e) A extensão do texto; a extensão do sermão e os interesses dos ouvintes.
f) Tendo escolhido, não mude mais.
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A PESQUISA
A pesquisa se divide em quatro passos básicos:
1) FAMILIARIZAÇÃO:
O Tema. Leia o texto todo e procure certificar-se de que há um tema
dominante no parágrafo. Tente resumir em uma palavra o assunto do texto;
depois faça a seguinte pergunta: O que este texto diz sobre este assunto?
Uma forma de destacar o tema é observar a repetição de palavras, frases
ou ideias. Exemplo:
2) LIMITES DO TEXTO
Você deve observar se o seu texto tem uma idéia completa. Um parágrafo
inteiro facilita essa sondagem. No entanto, não é necessário ser um
parágrafo, desde que o texto tenha uma idéia completa (início,
desenvolvimento e fim).
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4) ESBOÇO ANALÍTICO
O esboço analítico é o esqueleto da passagem, é a estrutura de sustentação
do texto, que guarda em si o movimento das idéias do texto e sua
distribuição harmônica. O Esboço analítico deve:
adornos homiléticos.
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ESBOÇO ANALÍTICO
FASE 1: Destacar as classes gramaticais (verbos principais, substantivos e
adjetivos, preposições e conjunções).
Salmo 100 - Salmo de ações de graças
(1) Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras.
(2) Servi ao SENHOR com alegria, apresentai-vos diante dele com cântico.
(3) Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele quem nos fez, e dele somos;
somos o seu povo e rebanho do seu pastoreio.
(4) Entrai por suas portas com ações de graças e nos seus átrios, com hinos
de louvor;
rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome.
(5) Porque o SENHOR é bom, a sua misericórdia dura para sempre,
e, de geração em geração, a sua fidelidade.
FASE 2: Separar as frases.
(2) Servi
ao SENHOR
com alegria,
apresentai-vos diante dele
com cântico.
(3) Sabei
que o SENHOR
é Deus;
foi ele quem nos fez,
e dele somos;
somos o seu povo
e rebanho do seu pastoreio.
(4) Entrai
por suas portas
com ações de graças
e nos seus átrios,
com hinos de louvor;
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rendei-lhe graças
e bendizei-lhe o nome.
(5) Porque
o SENHOR
é bom,
a sua misericórdia dura para sempre,
e, de geração em geração, a sua fidelidade.
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CONCLUSÃO
Temos certeza de que todas as instruções apresentadas neste e-book
sob ricas orientações e material bíblico farto – se seguidas o tornarão num
excelente comunicador da Palavra de Deus.
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