AASI - O Manual Definitivo e Completo para Fazer Uma Perfeita Adaptação
AASI - O Manual Definitivo e Completo para Fazer Uma Perfeita Adaptação
AASI - O Manual Definitivo e Completo para Fazer Uma Perfeita Adaptação
Desde os primórdios a audição tem papel fundamental na nossa sobrevivência, quando nos
alertava sobre um perigo iminente.
Além da importância para a sobrevivência, a audição é um dos sentidos mais importantes para
os ser humano. É através dela que nos inserimos na sociedade e pela qual a criança aprende a
falar e se comunicar.
INTRODUÇÃO
E como curiosidade: a cóclea é o único órgão do corpo humano que ao bebê nascer já possui o
tamanho de um adulto (comparada ao tamanho de uma ervilha).
E a partir dos 8 meses a criança já consegue identificar sons do ambiente e as vozes das
pessoas. Isso é um forte fator primordial para o vínculo de relacionamento entre a mãe e o
bebê.
INTRODUÇÃO
ESTE MANUAL TEM COMO OBJETIVO PRINCIPAL SER UM GUIA TEÓRICO PARA A PRÁTICA DA
ADAPTAÇÃO DE APARELHOS AUDITIVOS.
O AASI possui o objetivo de amplificar os sons da forma mais adequada possível. Estes sons
devem abranger tanto os sons da fala e do ambiente , quanto os sons para lazer.
Contudo, além de possibilitar essa amplificação sonora, o aparelho auditivo precisa atender
as necessidades básicas de comunicação social do indivíduo como prioridade.
AASI
O CAMINHO DA PROTETIZAÇÃO
COMO REABILITAR
O PACIENTE COM AASI?
O CAMINHO DA PROTETIZAÇÃO
Ambas as atuações devem ocorrer pré e pós adaptação, uma vez que esse acompanhamento
ocorrerá enquanto houver o uso do aparelho auditivo. Portanto, sempre que precisar de
auxílio, encaminhe o seu paciente para este profissional.
O CAMINHO DA PROTETIZAÇÃO
Na primeira sessão do paciente, o Fonoaudiólogo deve estudar a função social da audição deste
paciente por meio da anamnese e realizar todos os exames que comprovem a deficiência auditiva
e suas especificidades.
Outra atuação muitas vezes necessária é a realização treinamento auditivo e de leitura orofacial
para alguns protetizados.
IMPORTANTE
Toda criança com perda de audição permanente é candidata ao uso de AASI e deve ser
protetizada o mais cedo possível.
Mesmo em perdas unilaterais, quando o outro lado apresenta audição normal, o lado pior deve
usar aparelho. Isso deve ocorrer pois a criança está em fase de aprendizado, e a audição
unilateral faz com ela perca algumas pistas auditivas e não desenvolva algumas funções auditivas
como a lateralização.
CANDIDATO AO USO DO AASI
No caso de adultos, deve-se avaliar o grau de sofrimento com a perda auditiva, principalmente
nos casos de perdas auditivas muito leves ou unilaterais.
Outra indicação a ser analisada cuidadosamente são os casos de perdas unilaterais profundas ou
muito assimétricas. Muitas vezes a protetização só é valida com o uso do sistema CROSS/
BICROSS (veremos mais a frente).
CANDIDATO AO USO DO AASI
Mesmo que só existam resíduos auditivos as próteses deverão ser sempre testadas, pois muitas
vezes conseguem ao menos restabelecer a função de sons de alerta.
CANDIDATO AO USO DO AASI
Qualquer melhora na comunicação do paciente com perda auditiva é sempre bem vinda e trás
benefícios para a melhora da sua qualidade de vida!
Além disso, é importante a avaliação da motivação do paciente em usar um AASI. Caso seja
observada grande resistência, é necessária uma abordagem de convencimento, trazendo
argumentos que mostre todos os benefícios do seu uso.
Os exames audiológicos são fundamentais para a escolha do aparelho auditivo, porém diversos
outros aspectos devem ser considerados.
Esses diversos aspectos devem ser investigados na Anamnese Inicial, que deve ser detalhada e
clara para o paciente. Nesse momento inicia-se o processo de criação de vínculo, onde será
fundamental a confiança do paciente no trabalho a ser realizado.
ESCOLHA DO AASI
1
Os principais componentes são:
1. Microfone
2
2. Amplificador
3 4 3. Receptor
4. Pilha/bateria
COMPONENTES DO AASI
1 2 3 4
MICROFONE: AMPLIFICADOR: RECEPTOR: PILHAS:
Capta o som do Som (sinal Transforma o É a responsável
ambiente e elétrico) é sinal elétrico em pela
transforma em amplificado e acústico e o transformação da
sinal elétrico modificado fornece ao energia química
conforme usuário em energia
necessário elétrica no uso do
aparelho.
COMPONENTES DO AASI
COMPONENTES DO AASI
MICROFONE
É um transdutor mecâno–elétrico, transformando as ondas sonoras em sinal elétrico equivalente
que será analisando dentro do aparelho.
• Omnidirecionais: são aqueles que captam de forma idêntica sinais vindos de todos os
ângulos (360°). Esse tipo de microfone não consegue priorizar uma fonte sonora, porém
proporciona a audição de todos os sons do ambiente.
• Direcionais: são aqueles que capta de forma variável sons vindos de diferentes
ângulos. Neste tipo de microfone pode mudar a direção da captação (frente, trás,
direita e esquerda) a depender de onde vem a fonte sonora.
COMPONENTES DO AASI
MICROFONE
Os aparelhos podem ter apenas um tipo de microfone ou os dois. Para a escolha, o profissional
deverá levar em consideração o ambiente habitual do paciente.
Os aparelhos que possuem mais tecnologia chegam a ter dois microfones (um para fala e um
para o ambiente). Isso faz com o que indivíduo possa ter a fala priorizada, mas ainda possa ouvir
com clareza os sons do ambientes. Muitos aparelhos com apenas um microfone, para
conseguirem focar na fala, tornam os sons ambientais confusos, muitas vezes semelhantes a
ruído. Porém os AASIs com dois microfones são também os aparelhos que apresentam maior
custo financeiro.
COMPONENTES DO AASI
AMPLIFICADOR
É o processador do aparelho e tem a função de aumentar a amplitude do sinal elétrico, sendo
responsável pelas características de ganho da prótese auditiva.
Esse ganho pode ser alterado por sistemas específicos, que podem ser ajustados durante a
adaptação do paciente. Cada caso irá apresentar diferentes ganhos, podendo ser maior ou
menor este ganho, em cada frequência, de acordo com a deficiência auditiva apresentada e
também pelo nível de conforto ou desconforto de cada paciente.
COMPONENTES DO AASI
RECEPTOR
É um transdutor eletro-mecano acústico (fazendo uma transformação contrária a realizada pelo
microfone). Transforma a energia elétrica já amplificada e modificada em onda sonora e a
transmite à orelha do indivíduo.
A saída máxima gerada por cada receptor é em função de seu tamanho: quanto maior um
receptor, normalmente maior é a saída possível. Por esse motivo, perdas auditivas maiores
necessitam de receptores maiores e consequentemente o tamanho do aparelho auditivo
também aumenta. Uma saída para criação de aparelhos menores foi a invenção de aparelhos
que contenham o Receptor no Canal (vamos comentar mais a frente) pois com essa retirada o
tamanho do aparelho não estará mais condicionado ao tamanho do receptor.
COMPONENTES DO AASI
PILHAS
São fontes de energia para a prótese auditiva. Hoje são utilizadas pilhas confeccionas
especificamente com a finalidade de serem usadas em aparelhos auditivos. Isso é de grande
vantagem, uma vez que elas mantém uma tensão praticamente constante durante sua vida útil.
Ela é do tipo zinco-ar, o que significa que só funciona quando sua superfície entra em contato
com o ar, por isso, as mesmas são armazenadas com um lacre (que só deve ser retirada no
momento do uso) sendo possível armazená-las por mais tempo sem desgaste.
A escolha do tamanho da pilha irá depender do tamanho do aparelho e quanto de potência ele
possui. São divididas em quatros tamanhos: 10, 312, 13 e 675 (ordem crescente de tamanho).
Quanto menos a pilha, menor sua capacidade.
AASI
CARACTERÍSTICAS
ELETROACÚSTICAS
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA
GANHO ACÚSTICO
O ganho acústico pode ser definido com a quantidade de
amplificação fornecida por uma prótese auditiva. O
mesmo também tem como definição, a diferença de
intensidade em decibéis (dB), entre o som que sai e o
som que entra na prótese auditiva. Por este motivo,
apresenta relação direta com o grau da perda auditiva
(quanto maior a perda auditiva, maior será a amplificação
(ganho).
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA
GANHO ACÚSTICO
O ganho acústico pode ser definido com a quantidade de amplificação fornecida por uma prótese
auditiva. O mesmo também tem como definição, a diferença de intensidade em decibéis (dB), entre
o som que sai e o som que entra na prótese auditiva. Por este motivo, apresenta relação direta com
o grau da perda auditiva (quanto maior a perda auditiva, maior será a amplificação (ganho). Veja um
exemplo de ganho acústico:
Neste exemplo, conseguimos calcular quanto de intensidade o aparelho auditivo aumentou no som captado. O
som ambiente de 60dB teve o acréscimo de 40 dB (ganho), sendo fornecido ao paciente na intensidade de 100dB.
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA
GANHO ACÚSTICO
Algumas queixas relatadas durante o processo de adaptação estão relacionados ao ganho regulado
no aparelho. É por isso que o Fonoaudiólogo precisa conhecer bem as funcionalidades do ajuste,
para que o paciente se sinta confortável utilizando a prótese auditiva em todos os seus momentos
de vida.
Exemplos:
“Parece que tudo está estrondando” –> Ganho alto
“Está a mesma coisa ouvir com e sem AASI” –> Ganho baixo
“O shopping mais parece um campo de guerra” –> Ganho alto nas frequências graves
“Tira isso do meu ouvido que eu não vou aguentar” –> Ganho alto
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA
RESPOSTA DE FREQUÊNCIA
Resposta de frequência pode ser definida com a resposta do sistema de amplificação para cada
frequência de amplificação do aparelho.
Aparelhos auditivos que possuem esse recurso possuem um ganho específico para cada frequência
ao invés de apenas um ganho para qualquer frequência captada. Essa característica possui relação
direta com a configuração do audiograma, permitindo um ajuste mais detalhado, levando em conta
cada limiar pesquisada na audiometria.
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA
RESPOSTA DE FREQUÊNCIA
As principais queixas relacionadas a resposta de frequência são:
“A voz da minha mãe está parecendo voz de homem” –> ganho alto nas frequências graves
“Como o barulho do papel está forte! Está tudo estalando” –> ganho alto nas frequências agudas
Se o fonoaudiólogo não se atentar a estes tipos de reclamações do paciente, será bem possível o
mesmo não apreciar o uso da nova prótese.
CARACTERÍSTICA ELETROACÚSTICA
SAÍDA MÁXIMA
A saída máxima pode ser definida como o maior nível de pressão sonora que a prótese deve ou é
capaz de produzir. Está relacionado ao quanto de amplificação é necessária para o caso. O
amplificador e o receptor que são os responsáveis por ela.
Além disso, a Saída Máxima possui relação direta com o nível de desconforto do paciente (limite a
partir do qual qualquer som mais forte se torna desconfortável).
O paciente sempre espera o melhor e o mais confortável som com o uso da prótese auditiva e é com
a saída máxima que o Fonoaudiólogo irá propiciar essa boa qualidade.
ATENÇÃO
SAÍDA MÁXIMA
As principais queixas relacionadas à saída máxima são:
• Localização aparelhos
• Tipo de transmissão
• Modo de transmissão
• Processamento do sinal
• Tipo de amplificação
CLASSIFICAÇÃO DO AASI
1 2 3
CONVENCIONAIS: RETROAURICULARES: INTRA-AURAIS:
Também conhecidos (BTE)
como caixa Retroauriculares Intra-auriculares
(Miniretroauriculares Intracanal
ou Microcanal
Microretroauriculares)
1 AASI CONVENCIONAL
1 AASI CONVENCIONAL (tipo caixa)
Observações:
É importante lembrar que nesses tipos de aparelhos auditivos
convencionais, o microfone que capta o som, estará localizado
1
junto a caixa, normalmente presa a cintura do usuário. Desta
forma, a localização sonora e a audição (semelhante a normal)
ficam bastante comprometidas. Esteticamente, assemelhasse ao
uso de um walkman.
2 AASI RETROAURICULAR
2 AASI RETROAURICULAR (BTE)
Observações:
Todos os componentes (microfone, amplificador e
receptor) estão dentro do corpo do equipamento, com
exceção dos receptores de canal. Conforme o tamanho
2
do AASI BTE são referidos como:
• Retroauriculares
• Minirretroauriculares
• Microrretroauriculares
2 AASI RETROAURICULAR (BTE)
TIPOS DE VOZ
Estratégias para soltar o pescoço
A B C
TIPOS DE VOZ
Estratégias para soltar o pescoço
Intra-auricular (ITE):
Na sua confecção, irão ocupar parte do meato acústico externo e
do pavilhão auricular (concha).
A
São indicadas para perdas de leve à moderadamente severa
(maior espaço para colocação dos dispositivos)
3 AASI INTRA-AURAL - Intra-auricular (ITE)
Intra-canal (ITC):
Este tipo, localiza-se inteiramente no MAE, mas sua superfície
externa fica aparente na concha.
B
3 AASI INTRA-AURAL - Intra-canal (ITC)
Microcanal (CIC):
Este tipo localiza-se inteiramente no Meato Acústico Externo
(MAE), com uma colocação mais profunda.
C
prótese para facilitar a sua retirada.
3 AASI INTRA-AURAL - Microcanal (CIC)
Os aparelhos auditivos podem transmitir o som amplificado de duas formas: por via aérea ou por
via óssea. O por via aérea é o mais utilizado e é o mais próximo a nossa audição normal. Já o por
via óssea, transmite o som direto a cóclea do paciente, através de um vibrador ósseo. Ele é
indicado em casos específicos de má formações de pavilhão auricular e do contudo auditivo.
TIPO DE ADAPTAÇÃO
A adaptação de um aparelho auditivo pode ser binaural (nas duas orelhas) ou unilateral (em
uma orelha apenas). A adaptação binaural é a desejada em todos os casos de perda auditiva nas
duas orelhas. Ela possibilita a reabilitação de funções auditivas, como por exemplo a somação
binaural (a sensação de se ouvir mais alto quando se está ouvindo pelas 2 orelhas) e a localização
sonora.
Já usar apenas um aparelho, é indicado em casos de um lado normal e o outro com perda
auditiva ou um lado com perda auditiva e outro com uma perda auditiva não amplificável (que
não obtém melhora com o uso do AASI). Nesses casos o indicado é o uso do sistemas CROSS/
BICROSS.
TIPO DE ADAPTAÇÃO
HÍBRIDO DIGITAL
* PROCESSAMENTO DE SINAL
1 2 3
TIPOS DE VOZ
Estratégias para soltar o pescoço
Analógico
Os aparelhos auditivos analógicos utilizam forma analógica (mais
básica) de processamento. Ou seja, o onda sonora é convertida
em sinal elétrico e amplificada apenas em intensidade, não sendo
1
possível nenhuma outra regulagem/alteração.
TRIMMER
Semelhantes
1 PROCESSAMENTO ANALÓGICO
Híbrido
Aparelhos com processamento híbrido utilizam amplificação
analógica e programação digital. O processamento ocorre de
forma analógica e um componente digital realiza a programação
2
de suas características eletroacústicas.
Este tipo de tecnologia pode ser utilizada em qualquer tipo de perda, uma vez que possui mais
possibilidade de programação.
Digital:
No processamento digital, depois que o som é transformado em sinal digital,
processado e reconvertido em sonoro, ele é fornecido ao paciente.
3
que ele seja modificado, transformado e ajustado a necessidade do paciente.
Código Binário
Aumento da complexidade de
processamento do sinal
PROCESSAMENTO DIGITAL
Com essa tecnologia é possível realizar uma configuração mais precisa, sendo a
tecnologia mais indicada nos casos de Recrutamento Objetivo de Metz, perdas
auditivas de configurações descendentes ou com baixo índice de reconhecimento de
fala.
a. Amplificação linear
b. Amplificação não linear.
Cada tipo interfere direto no modo como o som é amplificado, sendo a não linear a mais
indicado na maioria dos casos (pois fornece um maior conforto auditivo, principalmente para
quem possui Recrutamento Objetivo de Metz).
TIPOS DE AMPLIFICAÇÃO
Linear:
Neste tipo de amplificação, não importa a intensidade em que o som
for captado, a amplificação será a mesma ( com o mesmo ganho).
Isso acontecerá até que a saída máxima seja atingida.
a
É dito que nestes casos o ganho é fixo. Veja alguns exemplos:
• Som 10 dB + ganho de 40 dB= 50dB de som amplificado.
• Som 50 dB + ganho de 40 dB= 90dB de som amplificado.
• Som 80 dB + ganho de 40 dB= 120dB de som amplificado.
Não Linear:
Neste tipo de amplificação, a amplificação (ganho) irá variar de
acordo com a intensidade do som captado. Isso acontecerá até que a
saída máxima seja atingida.
b
É dito que nestes casos o ganho é variável. Veja alguns exemplos:
• Som 10 dB + ganho de 40 dB= 50dB de som amplificado.
• Som 50 dB + ganho de 30 dB= 80dB de som amplificado.
• Som 80 dB + ganho de 20 dB= 100dB de som amplificado.
Os moldes auriculares são confeccionados para fazer ligação do aparelho auditivo com o ouvido
do paciente. Ele tem a função de levar o som amplificado até o conduto auditivo externo.
O segredo de um molde bem feito está na realização de uma boa pré moldagem, uma vez que
são também confeccionadas no formato exato do ouvido do paciente.
Além dos moldes, as cápsulas confeccionadas para os aparelhos intra-aurais também necessitam
de pré-moldagem, pois elas devem ser do tamanho e formato exato do ouvido do paciente.
MOLDES AURICULARES
OTOSCÓPIO
Materiais necessários para
o procedimento:
LANTERNA MASSA DE
OTOSCÓPICA PRÉ-MOLDE
OTOBLOK SERINGA
PRÉ-MOLDAGEM
Otoscópio
Inspeção do meato acústico externo com um otoscópio. Esta inspeção tem como objetivo
verificar o tamanho da impressão a ser realizada e se há algum problema que impeça ou dificulte
a realização da pré-moldagem (presença de cerume, infecções, corpo estranho).
Atenção especial deve ser dada para o diâmetro e comprimento do canal da impressão, de
acordo com o grau da perda auditiva do paciente:
• Para perdas leves – o canal deve ser curto e alcançar a primeira curva do MAE;
• Para perdas moderadas – o canal deve ir além da primeira curva e o diâmetro deve ser
capaz de acomodar opções acústicas que poderão ser necessárias;
• Para perdas severas e profundas – o canal pode precisar ser alongado e ampliado além
da segunda curva e o diâmetro deve sempre estar completo.
MEATOSCOPIA
PRÉ-MOLDAGEM
Massa de Pré-Molde
Para a realização do pré-molde, dois tipos de material podem ser utilizados: um à base de acrílico
e outro à base de silicone. O primeiro consiste de um pó (polímero) e um líquido (monômero), e
o segundo de duas pastas, uma contendo material-base e a outra o catalisador.
A primeira mistura encontra-se em desuso, tendo em vista que o pré-molde final pode sofrer
deformações advindas do calor excessivo ou durante o seu transporte até o laboratório, além do
inconveniente fenômeno de liberar energia térmica dentro do meato acústico externo durante o
seu endurecimento que, em casos extremos, pode causar uma leve queimadura da pele.
MASSA DE PRÉ-MOLDE
É importante tomar todos os cuidados necessários neste momento para refletir em uma boa
adaptação do aparelho.
Os moldes devem ser transportados em local adequado – não podem ser pressionados para
que não amassem e deformem
MOLDE
MOLDE
Os moldes podem ser confeccionados com diferentes tipos de materiais, vejam eles:
O acrílico rígido ou metacrilato de metil tem formato definitivo e permite qualquer modificação estética ou
acústica, é de fácil limpeza e tem maior durabilidade. Existe o risco de ocorrerem lesões no pavilhão auricular
ou meato acústico externo quando, sob ação de impactos, eles se quebrarem.
O silicone é macio, hipoalergênico, proporciona maior vedação e maior conforto, mas tem a desvantagem de
ser poroso e de difícil polimento. Os maiores problemas desse material estão relacionados à colocação e
fixação do tubo plástico (no molde invisível) e da arruela (no molde direto), além de ser um material difícil de
ser perfurado. Por essa razão, não é possível realizar neles muitas das modificações estéticas e em especial as
acústicas. Por ser menos rígido e vedar mais o conduto auditivo é o mais utilizado. Mas atenção aos alérgicos!
* MATERIAIS PARA MOLDE
TIPOS DE VOZ
Estratégias para soltar o pescoço
Nos últimos anos, a perda auditiva específica em alta frequência tem aumentado muito em
decorrência da exposição ao ruído, presbiacusia, ototoxicidade, ou a combinação desses fatores.
Neste caso, os indivíduos apresentam audição normal nas frequências baixas (250, 500, 1000 Hz)
e perda auditiva somente nas frequências altas (3000 – 8000 Hz).
A adaptação do AASI em perdas auditivas com esta configuração audiométrica, ou seja, com
frequências baixas preservadas pode ser problemática. Em geral, os indivíduos adaptados com
AASI retroauricular convencional (BTE) referem dificuldade de inteligibilidade de fala em
situações de ruído, autofonia e efeito de oclusão.
ADAPTAÇÃO ABERTA
Os usuários de AASI OTE geralmente referem alto nível de benefício e satisfação, correlacionado
ao fato deste sistema de amplificação apresentar mínimo ou ausente efeito de oclusão, sistemas
de cancelamento de feedback acústico e microfones direcionais para melhora da compreensão
de fala em situação de ruído.
ADAPTAÇÃO ABERTA
Uma vez que o receptor não fica mais dentro do aparelho, este tipo de aparelho é
particularmente menor e mais discreto
São indicados para atender pacientes de perda leve a profunda, e visualmente são parecidos
com os modelos BTE (Retroauricular). É um modelo de grande aceitação dentre todas as opções
existentes, justamente por causa do menor tamanho e pela maior potência.
RECEPTOR DE CANAL
São indicados para atender pacientes de perda leve a profunda, e visualmente são parecidos
com os modelos BTE (Retroauricular). É um modelo de grande aceitação dentre todas as opções
existentes, justamente por causa do menor tamanho e pela maior potência.
Próteses auditivas atuais são computadores em miniatura e constantemente ajustam seus parâmetros com
base nos algoritmos programados em sua memória. Um algoritmo é, na prática, uma formula matemática que
controla as operações realizadas pelos computadores. Os diferentes nomes comerciais divulgados pelos
fabricantes de próteses auditivas sobre suas soluções para os problemas de microfonia, ruído ou outros são,
na verdade, nomes comerciais dados às soluções matemáticas usadas por aquele fabricante para resolver o
problema.
Os algoritmos nas próteses auditivas determinam o ajuste das características de amplificação, em todos os
âmbitos possíveis. São fórmulas, baseadas em cálculos, utilizada pelo software para determinar a amplificação
sonora ao qual o paciente usará no aparelho auditivo.
Esse ajuste pode ser constante ou, em aparelhos com maior capacidade de processamento, ativo ou
adaptativo, ou seja, variável de acordo com as características do sinal sonoro no ambiente.
REGRAS PRESCRITIVAS
Praticamente tudo o que fazíamos manualmente no passado pode ser atualmente implementado de forma
automática por meio desses algoritmos, com maior ou menor eficiência, dependendo da qualidade da solução
matemática proposta e da capacidade de processamento do aparelho. Essas operações também são limitadas
por certas barreiras, como as que dizem respeito à manutenção da sincronia entre som e movimento labial na
fala e à duração mínima das baterias dos aparelhos. Não é viável uma solução matemática, por exemplo para
extração da fala do meio do ruído, que demande um processamento tão longo que impeça a manutenção da
leitura orofacial, ou que faça com que a pilha dure menos de 24h.
Os profissionais da área sabem que tudo o que puder ser feito para melhorar a relação sinal/ruído e o conforto
do paciente contribui para o sucesso no uso da amplificação e consequente melhora na comunicação. Várias
estratégias têm sido propostas nesse sentido ao longo do tempo, e os algoritmos atuais têm um papel muito
significativo nesse processo.
REGRAS PRESCRITIVAS
Cada marca de aparelho auditivo possui sua própria regra que possui um algorítmo fechado, ou seja essa regra
não é de conhecimento de todos. Porém, estudos já realizados também criaram regras prescritas de algorítmo
aberto, onde se encaixam em qualquer marca de AASI.
Muitos softwares, além da sua própria regra, também possuem a possibilidade de escolha de uma regra de
algorítmo aberto. Na maioria dos casos, a regra da própria marca é a mais indicada, mas pacientes que já
usavam aparelhos de outra marca ou analógicos, as vezes se adaptam melhor com o uso de uma regra de
algorítimo aberto, baseada na utilização habitual.
AASI
REDUTORES DE RUÍDO
REDUTORES DE RUÍDO
Redutores de ruído também são utilizados para melhora do conforto dos pacientes. Há muitos tipos de
redutor de ruído e dizer que uma prótese auditiva tem essa característica não revela muita coisa além do fato
de que algum tipo de estratégia vai ser utilizado para tentar reduzir a influência do ruído. Pouco é divulgado
pelos fabricantes sobre as estratégias realmente empregadas em seus aparelhos, então sempre permanecem
muitas interrogações sobre o que esses algoritmos estão fazendo na prática.
A maior parte dos redutores de ruído busca detectar se existe provavelmente mais fala ou mais ruído em cada
canal de processamento. Não existe um método de detecção perfeito, mas uma estratégia muito usada é a
verificação da modulação, já que a fala tende a ser mais modulada do que o ruído. Assim, o canal com maior
modulação provavelmente tem mais fala do que ruído (o que não necessariamente é verdade) e, nos canais
onde a (provável) presença de ruído é maior, o ganho é reduzido.
REDUTORES DE RUÍDO
Certos aparelhos com comunicação bilateral podem detectar o lado onde há uma relação sinal/ruído pior e
reduzir o ganho desse lado como um todo, ressaltando o lado com a melhor relação sinal/ruído (IMAGEM).
Outros aparelhos, com transmissão de som bilateral, podem permitir que as informações que chegam a uma
orelha sejam compartilhadas nas duas. Obviamente isso tem consequências na localização do som, pois sem
uma pista visual o usuário não sabe de onde o som vem, mas o paciente pode registrar benefícios em situações
de ruído.
As estratégias de redução de ruído permitem várias reflexões clínicas. Em primeiro lugar, a maioria delas
funciona tanto melhor quanto maior o número de canais da prótese auditiva, pois isso permite uma seleção
mais precisa das regiões de frequência com mais ruído. Além disso, vale ressaltar que nos canais “com mais
fala”, esta não é separada do ruído, mas a diminuição do ganho nos canais “com mais ruído” acaba reduzindo
o aporte de ruído ao usuário, diminuindo a quantidade de informação que precisa ser processada pelo sistema
auditivo e reduzindo o “cansaço” do indivíduo.
REDUTORES DE RUÍDO
Legenda da Imagem:
R = Ruído
F = Frequência
AASI
AVALIAÇÃO DO
DESEMPENHO
1 VALIDAÇÃO DO
DESEMPENHO
VALIDAÇÃO DO DESEMPENHO
Após o período de adaptação, é possível avaliar se o aparelho está bem adaptado. Para isso,
pode-se usar a validação e a verificação. A validação ocorrer por meio de questionários de auto
avaliação e de anamnese. São avaliados aspectos psicossociais, situações de vida diária,
habilidade de comunicação. É um procedimento rápido, simples, eficiente e sem necessidade de
equipamentos específicos. Avalia a adaptação do indivíduo ao uso da prótese.
1 A dificuldade em ouvir faz você utilizar o telefone menos vezes do que gostaria?
2 A dificuldade em ouvir faz você se sentir constrangido ou sem jeito quando apresentado para pessoas desconhecidas?
3 A dificuldade em ouvir faz você evitar grupos de pessoas?
4 A dificuldade em ouvir deixa você irritado?
Cada paciente deverá escolher 5 A dificuldade em ouvir faz você se sentir frustrado ou insatisfeito quando conversa com pessoas de sua família?
apenas uma resposta de cada 6 A diminuição da audição causa dificuldade quando você vai a uma festa ou reunião social?
pergunta, colocando um (x) naquela 7 A dificuldade em ouvir faz você se sentir “tolo” ou inferiorizado diante de outras pessoas?
8 Você sente dificuldade em ouvir quando alguém fala cochichando?
que julgar adequada entre: 9 Você se sente prejudicado ou diminuído devido a sua dificuldade em ouvir?
( ) sim ( ) às vezes ( ) não 10 A diminuição da audição causa-lhe dificuldades quando visita amigos, parentes ou vizinhos?
11 A dificuldade em ouvir faz com que você vá a serviços religiosos menos vezes do que gostaria?
12 A dificuldade em ouvir faz você ficar nervoso?
Algumas perguntas são parecidas, 13 A dificuldade em ouvir faz você visitar amigos, parentes ou vizinhos menos vezes do que gostaria?
mas na realidade têm pequenas 14 A dificuldade em ouvir faz você ter discussões ou brigas com sua família?
diferenças que permitem uma 15 A diminuição da audição causa-lhe dificuldades para assistir TV ou ouvir rádio?
melhor avaliação das respostas. 16 A dificuldade em ouvir faz com que você saia para fazer compras menos vezes que gostaria?
17 A dificuldade em ouvir deixa você de alguma maneira chateado ou aborrecido?
18 A dificuldade em ouvir faz você preferir ficar sozinho?
19 A dificuldade em ouvir faz você querer conversar menos com as pessoas de sua família?
20 Você acha que a dificuldade em ouvir limita de alguma forma sua vida pessoal ou social?
21 A diminuição da audição causa-lhe dificuldades quando você está num restaurante com familiares ou amigos?
22 A dificuldade em ouvir faz você se sentir triste ou deprimido?
23 A dificuldade em ouvir faz você assistir TV ou ouvir rádio menos vezes do que gostaria?
24 A dificuldade em ouvir faz você se sentir constrangido ou menos à vontade quando conversa com amigos?
25 A dificuldade em ouvir faz você se sentir isolado ou “deixado de lado” num grupo de pessoas?
2 VERIFICAÇÃO DO
DESEMPENHO
VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO
A verificação deve ser realizada após as etapas de avaliação do cliente e seleção das características
eletroacústicas da prótese auditiva. Podem ser comportamentais ou eletroacústicos, tais como:
Os dois métodos se completam e devem ser utilizados em conjunto para uma boa avaliação.
VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO
GANHO FUNCIONAL: é uma verificação comportamental (realizada pela audiometria), pois avalia o
desempenho do usuário com os AASI e consiste na diferença em decibels entre os limiares obtidos em campo
livre com e sem AASI com o tom Warble , sob as mesmas condições de testagem, onde deve-se assinalar as
respostas e comparar a diferença.
A faixa faixa de frequência deve ser de 250 a 4000 Hz, que são as faixas mais efetivas na amplificação do
aparelho. Os dois resultados devem ser marcados no mesmo campo com a seguinte simbologia:
Neste teste serão ditas uma série de palavras balanceadas com e sem aparelho e será analisada a
melhora com o uso do AASI. Todas as palavras são ditas com o cuidado de não serem fornecidas
pistas visuais.
VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO
PERCEPÇÃO DE FALA
Na imagem observamos uma lista de palavras monossílabas
utilizadas para o teste de reconhecimento de fala. Essa lista
poderá conter também palavras trissílabas e polissílabas, caso o
reconhecimento esteja comprometido com as monossílabas.
VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO
MENSURAÇÃO IN SITU:
O transmissão captará o sons ambientais do lado que está colocado e enviará para o aparelho
contralateral a informação. O aparelho receberá essa informação, processará do lado captado e
transmitirá para o paciente (conjuntamente) de modo que ele tenha a percepção de audição
binaural.
O sistema Cross/Bicross surgiu como uma alternativa de reabilitação auditiva para os pacientes
que apresentam uma perda auditiva não amplificável unilateralmente. O intuito dessa
protetização é fazer com que se tenha de volta as habilidades auditivas perdidas com um lado
não amplificável.
SISTEMA CROSS/BICROSS
A tecnologia wireless, ou sem fio, oferece diversas vantagens à sociedade, pois permite maior flexibilidade nas
formas de comunicação, facilita o cotidiano de seus usuários, proporciona a interligação de equipamentos e,
ainda, amplia as possibilidades de uso e interação. Assim como na comunicação em geral, esse avanço
tecnológico está tomando conta também dos aparelhos auditivos, que, hoje, é considerado pelos portadores
de perda auditiva como um equipamento que facilita o dia-a-dia, assim como celulares e tocadores de MP3,
entre outros.
Atualmente, é possível conectar um aparelho auditivo a outros equipamentos, como os telefones celulares.
Com os aparelhos na orelha e um discreto acessório parecido com um colar, posicionado no pescoço, o usuário
pode escutar músicas de seu tocador de MP3 ou até mesmo falar ao celular sem precisar estar com o
equipamento próximo da orelha. Isso porque o som que sai do equipamento portátil é enviado via bluetooth
para este acessório no pescoço e convertido para outra tecnologia, que transmite as informações para o
aparelho auditivo.
CONECTIVIDADE
Os acessórios são dispositivos que não estão inclusos no aparelho auditivo, porém podem ser
adicionados, de forma a melhorar seu uso.
Muitos destes dispositivos necessitam do uso de conectividade (bluetooth) e por isso, só são
compatível com aparelho que apresentem a conectividade.
• Botão de programação
• Controle remoto
• Celular e Televisão
• Sistema FM
BOTÃO DE
PROGRAMA
BOTÃO DE PROGRAMA
O botão de programa é um dispositivo que vem nos aparelhos auditivos ao qual permite ao
paciente realizar pequenas modificações nos ajustes em seus aparelhos ao apertar-los.
O botão de programa está presente na maioria dos retroauriculares e não pode ser adicionado
em aparelhos CIC (pois este modelo é muito pequeno e não apresenta espaço para ter o botão).
Durante a regulagem ele pode ser inativado (em pacientes que não desejam ter a possibilidade
de mexer). Apenas utilizando o botão LIGA/DESLIGA. Também durante a regulagem, pode se
atribuir diversas funções ao botão, através da seleção de multiprogramas tais como: ruído, festa,
telefone acústico e silêncio.
BOTÃO DE PROGRAMA
O Controle Remoto é um dispositivo, que quando pareado com o aparelho, pode ser utilizado para alternar
entre os programas, aumentar ou abaixar o volume ou até ligar e desligar o aparelho. Da mesma forma que o
controle de televisão nos permite mudar parâmetros do que vemos como por exemplo o canal ou a altura do
som, o controle remoto do AASI permitirá que o paciente realize alterações(já pré-autorizadas na hora na
regulagem). Pacientes que apresentam dificuldade na destreza manual para apertar o botão de programa no
aparelho são ótimos candidatos ao uso do controle remoto.
Dependendo da tecnologia utilizada, não é necessária a presença de bluetooth. Existem tecnologias onde o
comando de modificação do aparelho é dado através de um som de alta frequência, muitas vezes inaudíveis ao
ser humano.
CONTROLE REMOTO
O celular pode ser utilizado como acessório de um aparelho auditivo de algumas formas: em primeiro lugar, o
aparelho tendo a tecnologia, e com o uso de um aplicado, ele pode ser utilizado como controle remoto (em
aparelhos com ou sem conectividade).
Além disso, alguns aparelhos auditivos podem ser conectados via Bluetooth com o celular e então fazer com
que os áudios do celular sejam transmitidos diretos aos aparelhos. Porém, essa tecnologia de conectividade
direta só é possível, atualmente, com o sistema operacional de celulares Iphone (devido a opção de
acessibilidade existente). Demais celulares exigem um dispositivo que faça a comunicação celular e aparelho.
CELULAR
O sistema FM é um acessório que utiliza Um dispositivo (receptor) deve ser acoplado ao AASI e outro
ondas de rádio para propagação do sinal dispositivo funciona como um microfone e deve ser
sonoro. Sua função principal é melhorar a colocado ao falante ou ao ambiente . O som captado pelo
recepção da mensagem, principalmente em microfone será enviado diretamente ao aparelho auditivo
ambientes ruidosos. (transmissor) sem interferência de todos os sons ambientais,
que eu muitas vezes dificultam o entendimento do que é
O sistema FM compreende: dito.
• Um microfone
• Um transmissor
• Um receptor
SISTEMA FM
O principal uso do Sistema FM é educacional, auxiliando o aluno com perda auditiva e que na maioria das
vezes está em uma sala com condições acústicas ruins. Existe a limitação de que esse sistema só pode ser feito
para sala de aulas pois ele não funciona muito bem em outros locais.
Hoje, com a evolução tecnológica, já existem dispositivos que fazem o mesmo papel do Sistema FM, só que ao
invés de fazer a transmissão sonora via ondas de FM, realiza via bluetooth através da colocação de um
microfone no ambiente. Esses dispositivos podem ser usados além da sala de aula, em reuniões ou até mesmo
junto ao som ou a televisão auxiliando na transmissão do som.
AASI
E O ZUMBIDO
ZUMBIDO
Zumbido é um barulho constante, similar ao som de um apito, chiado, grilo ou panela de pressão. Conhecido
na comunidade científica como tinnitus, o zumbido é um barulho percebido nos ouvidos ou no meio da cabeça
que aparece quando as vias auditivas responsáveis por captar a vibração dos sons gerados em determinado
ambiente e enviá-los, como impulsos elétricos ao cérebro, passam a mandar os mesmos impulsos, sem que
uma fonte sonora seja gerada.
Esta atividade anormal do sistema auditivo afligem milhões de pessoas e pode ser originada por diversos
fatores, como diabetes, pressão alta, hipertireoidismo, colesterol e alteração de musculatura da cabeça,
pescoço e ATM (Articulação Temporomandibular), o que torna o diagnóstico mais difícil. Em cerca de 80% dos
casos, o tinnitus está relacionado às perdas auditivas, incluindo aquelas que ocorrem devido à exposição
prolongada a ruídos intensos.
ZUMBIDO
Com frequência, o zumbido é acompanhado de outros sintomas, como perda auditiva, tontura e intolerância a
sons altos, que também refletem o estado dos ouvidos e prejudicam a vida de quem convive com o zumbido.
É importante estar ciente que não existe um tratamento único para todo mundo. Cada caso precisa ser
avaliado individualmente. Quem tem perda auditiva e sofre com um forte zumbido (superior à sua audição)
precisa adotar o método TRT (Tinnitus Retrainning Therapy) e o aparelho auditivo, com a terapia do
mascaramento. Já as pessoas com audição normal dispensam o uso da amplificação sonora e são tratadas
apenas com o TRT.
Ambas terapias se baseiam na colocação de um ruído específico no ouvido do paciente, através do uso do
aparelho auditivo para redirecionar a atenção do paciente ao novo som oferecendo uma melhora significativa
em relação ao problema.
TRT – TINNITUS
RETRAINNING
THERAPY
TRT – TINNITUS RETRAINNING THERAPY
A TRT é um modelo de tratamento para zumbido baseado no modelo neurofisiológico que visa eliminar a
percepção do zumbido, através do uso da plasticidade do sistema nervoso central. Neste modelo entram em
cena o sistema límbico e o sistema nervoso autônomo como determinantes do incômodo relacionado ao
zumbido. A Terapia de Retreinamento do Zumbido e Hipersensibilidade (TRT) baseia-se na habituação:
capacidade do cérebro ignorar estímulos neutros, sem significado. Segundo o modelo neurofisiológico, as
conexões entre sistema auditivo e o sistema límbico são responsáveis pela reação emocional ao zumbido,
afetando o sistema nervoso autônomo provocando ansiedade, depressão e desordens do son.5
A terapia de TRT acontece através de encontros onde há orientações e conversa sobre o que é o zumbido,
buscando desmistificar conceitos já pré estabelecidos e quebrar o círculo de retroalimentação negativa, onde
quanto mais importância se der ao zumbido, mas ele se torna presente e incômodo.
Junto com essas orientações, é realizada a utilização de um ruído com o intuído de mascarar o zumbido
existente e dessensibilizar o sistema auditivo.
A cada encontro o som utilizado para terapia tem sua intensidade diminuída, com o intuíto de retirá-lo até o
ponto do zumbido não ser mais percebido pelo paciente.
Existe um protocolo para sua realização que determina os assuntos a serem tratados no encontro e quais os
parâmetros utilizados para o a geração do som.
TRT – TINNITUS RETRAINNING THERAPY
Alguns aparelhos auditivos possuem a opção de gerador de ruído. Com esta opção é possível através da
escolha de um tipo de ruído que será fornecido ao ouvido do paciente (ruído branco, ruído rosa, ondas do mar
e sons modulados como o sons de baleias) mascarando o zumbido original.
O objetivo do uso de mascaramento é colocar uma fonte de energia acústica semelhante à do zumbido, de
modo que deixe de ser percebido pelo sistema nervoso central.
Os aparelhos podem ser adaptados uni ou bilateralmente, de acordo com o caso e devem ser usados quando o
paciente quiser aliviar o seu zumbido. O som gerado pelo aparelho deve encobrir totalmente o zumbido e ser
ajustado toda vez que houver uma modificação no som, relatado pelo paciente.
MASCARAMENTO
Muitos pacientes, quando chegam para adaptação não possuem conhecimento do problema que possuem e
da importância da sua reabilitação. Ter esse conhecimento ajuda bastante na motivação e aderência do
paciente ao uso do aparelho e sua adaptação.
A adaptação inicia-se na escolha do aparelho. Essa escolha não pode ser feita apenas levando em conta a
audiometria. Uma anamnese detalha é fundamental para o entendimento da demanda auditiva. Além disso,
fatores a serem considerados, também, são: a questão estética, a motivação do uso, destreza manual e
capacidade de entendimento.
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO
Enfim, toda pessoa com perda auditiva precisa de um trabalho de orientação. Este não inclui somente
orientações quanto ao uso, manuseio e cuidados com o aparelho. Inclui principalmente orientações para que o
mesmo se ajuste à nova situação, melhorando os aspectos comunicativos, psicológicos e outros oriundos das
deficiências auditivas.
Todos esses aspectos devem estar relacionados também à questão financeira, buscando sempre o melhor
custo benefício para o novo usuário de AASI.
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO
O processo de adaptação dura no mínimo 03 meses e pode aumentar com o baixo uso e com a idade do
usuário. É necessário o fonoaudiólogo prestar bastante atenção durante esse acompanhamento para escolhe a
melhor orientação e número de retornos.
Lembrando que alguns passos da seleção e adaptação de AASI devem ser considerados:
• Assessoramento: determinação da causa e extensão da perda auditiva, bem como a necessidade de uso da
amplificação com base na história audiológica.
• Planejamento: análise dos resultados da avaliação audiológica e identificação das áreas de dificuldades
auditivas e necessidades específicas.
• Seleção: decisão quanto ao tipo de adaptação (monoaural ou binaural), tipo de aparelho auditivo e suas
características eletroacústicas.
PROCESSO DE ADAPTAÇÃO
Por fim, outro ponto muito importante são as orientações a respeito do manuseio e da higienização. O
paciente tem que ter confiança no manuseio e saber fazer a higiene para que não venham ocorrer problemas.
Todos esses pontos são de responsabilidade do fonoaudiólogo. A adaptação de um aparelho auditivo vai muito
mais além do que apenas a escolha e a regulagem.
AS PRINCIPAIS
DIFICULDADES
PRINCIPAIS DIFICULDADES
A adaptação é um processo difícil, que piora com a privação da estimulação sonora e com o envelhecimento.
As principais dificuldades da adaptação estão relacionadas aos itens já citados. Entretanto, observamos que os
pacientes com perda auditiva estão mais acostumados a viver no silêncio e a não ouvirem os sons ambientais;
e junta-se a isso, um sistema auditivo que não processa mais os sons de forma adequada devido ao período de
privação; todas essas características podem dificultar o processo de adaptação.
Outra queixa bem comum é de que mesmo com a utilização do aparelho, o usuário não entende os sons. Essa
dificuldade também ocorre devido a uma privação sensorial que tenha sido estabelecida por tanto tempo sem
ouvir e precisa serem feitos estímulos auditivos para que melhore.
PRINCIPAIS DIFICULDADES
Em todos esses casos a orientação é de extrema importância. Só é possível uma boa adaptação com o uso
constante do aparelho auditivo. Neste sentido, os retornos para revisão e novas regulagens são fundamentais.
Em contrapartida, o paciente precisa ir para ambientes sonoros habituais para avaliar quais serão suas
dificuldades apresentadas. Compreendendo isso, os novos ajustes serão adaptados para esta realidade para
que a pessoa tenha melhor proveito sonoro nas situações.
Vale lembrar que: grande parte dos pacientes que não conseguiram uma boa adaptação não fizeram o uso e o
acompanhamento constante.
AASI
CUIDADOS E
HIGIENIZAÇÃO
CUIDADOS E HIGIENIZAÇÃO
Segure sempre o aparelho auditivo com cuidado. Evite que ele caia.
Troque as pilhas do aparelho auditivo com frequência para eles não ficarem sem
carga de repente.
Desligue os aparelhos auditivos quando não estiver usando eles. E se não estiver
utilizando os aparelhos por longos períodos de tempo, remova a pilha e deixe a
gaveta de pilha aberta.
CUIDADOS E HIGIENIZAÇÃO
A gaveta de pilha deve ser limpa regularmente. Use um cotonete, tomando cuidado
para não quebrar. Contatos sujos (entre pilha e AASI) podem causar funcionamento
inapropriado do aparelho.
Remova a cera do aparelho auditivo para prevenir mau funcionamento temporário
ou danos permanentes.
Limpe o AASI usando uma pequena escova ou um pano macio. Nunca insira
ferramentas dentro da saída de som para não danificar o receptor.
Não use o aparelho auditivo para tomar banho, nadar ou quando usar secador de
cabelo, ou qualquer outro spray de cabelo ou face.
CUIDADOS E HIGIENIZAÇÃO
Os aparelhos Intra-aurais e Retroauriculares (exceto moldes e tubos finos) devem ser limpos
todos os dias com um pano seco, não podendo ter contato com água.
Caso seja necessária uma limpeza mais específica, o Fonoaudiólogo deve realizá-la no consultório
com álcool isopropílico (que não tenha água em sua composição).
Já os moldes e os tubos finos devem ser lavados uma vez por semana com sabonete neutro.
Após a lavagem deve-se esperar secar bem antes de colocar no aparelho.
CUIDADOS E HIGIENIZAÇÃO
No molde, após a lavagem, deve-se usar uma bombinha sugadora para retirar água da
mangueira.
Já no tubo fino, o fio de nylon deve ser passado para assegurar que não terá água impedindo a
passagem do som.
No caso de adaptação bilateral, é indicado lavar um aparelho, e só após a secagem, lavar o outro.
Isso evita a confusão de usar o molde trocado, ou seja, colocar o molde direito no aparelho
esquerdo e outros.
Trabalhar com adaptação de aparelhos auditivos é possibilitar à um paciente retomar o prazer da comunicação
e todas as práticas relacionadas a ela. Desde a ida à festas, cinema, convívio com amigos, bem como
participação em eventos sociais que envolvam o ato de conversar, sem medo e vergonha devido suas
dificuldades.
É ajudar ao paciente experimentar um tremendo bem estar ao voltar a desfrutar de uma audição eficiente,
com condições positivas, acarretando com isso, melhora da autoestima e da sua independência.
Ao realizar a adaptação de um aparelho auditivo, devemos sempre levar em conta o paciente no seu amplo
contexto, suas necessidades de vida e seus desejos. Poder devolver a comunicação ao indivíduo faz toda a
diferença em sua vida e, nesse contexto, o fonoaudiólogo desempenha um papel fundamental.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
Almeida K, Iório MCM. Próteses auditivas: fundamentos teóricos e aplicações clinicas. 2.ed
São Paulo: Lovise; 2003.
Bevilacqua MC, Ferrari DV. Comparação entre aparelhos auditivos digitais e híbridos – arte
I: medidas do crescimento da loudness. Pró-fono R Atual Cient. 2003; 15(1):75-84.
Goffi- Gomez MVS; Magalhães, ATM. Ativação e Programação do Implante Coclear. In:
Bento RF (ed). Tratado de Implante Coclear e Próteses Implantáveis. Rio de Janeiro:
Thieme; 2014. Cap. 52, p. 335 – 44.
Um pouco
sobre a autora: