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CONTRATO: O QUE É, SUAS FUNÇÕES E COMO ENTENDÊ-LO

CONTRACT: WHAT IT IS, ITS FUNCTIONS AND HOW TO UNDERSTAND IT

Felipe Bizinoto Soares de Pádua1

DATA DE RECEBIMENTO: 13/04/2020


DATA DE APROVAÇÃO: 08/07/2020

RESUMO: O contrato é figura jurídica levada para a economia com o intuito de


assegurar expectativas legítimas dos agentes econômicos. Como toda categoria do
Direito, deve haver uma terminologia que remeta à disciplina pertinente. Aqui, o
negócio contratual se reporta a uma parcela jurídica relacionada ao fluxo patrimonial
no mercado. Com o conceito jurídico estão conectadas as funções do contrato, que
se derivam em três e atendem o interesse dos contratantes, o mercado e a
sociedade. Por último, tanto a compreensão terminológica quanto as funcionalidades
contratuais têm certas balizas interpretativas, sendo uma ligada à noção de sistema
jurídico aberto e a outra, ao chamado efeito integrador.

ABSTRACT: The contract is a legal figure taken to the economy with the intente to
assecure legitimate expectations of the economics agentes. As all legal category, it
might have a terminology that refer the relevant discipline. Here, the contractual
transaction refers to a legal portion related with the patrimonial circulation. With the
legal concept are connected the contract functions, that are three and attend the
interest of the contractors, the market and the society. At last, both terminological
compreension and the contractual funcionalities have certain interpretative
guidelines, one linked to the notion of open legal system and the other, to the called
integrating effect.

PALAVRAS-CHAVE: Negócio jurídico. Contrato. Relação contratual. Patrimônio.

KEYWORDS: Legal transaction. Contract. Contractual relationship. Patrimony.

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nas diversas áreas ou subsistemas sociais, o fenômeno jurídico ganha suas


qualidades próprias por ser compreendido a partir de uma feição tríplice,
contrastando ordenamento, normas e relação intersubjetiva: trata-se, de acordo com

1
Pós-graduado em Direito Constitucional e Processo Constitucional. Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/4671403724849984. [email protected].

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Giuseppe Lumia (2003, p. 34-37), de um conjunto hierarquicamente disposto de
normas voltadas a disciplinar relações intersubjetivas.
Marcos Bernardes de Mello (2019b, p. 43-44) pontua duas características do
Direito, quais sejam, a sua dissociação da natureza humana (homo naturalis) em
razão do homo socialis ser produto da interação entre pessoas; e a sua necessidade
como meio de garantia do convívio e da adaptação social.
Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos e Manuel Enriquez Garcia (2011, p.
2, p. 36-39) relacionam o mercado com o quadro geral relacional em razão da base
da ciência econômica tratar, em síntese, do setor patrimonial da esfera jurídica. A
economia é definida como o segmento científico que estuda e desenvolve
mecanismos voltados a disciplinar o emprego de recursos produtivos finitos na
satisfação das necessidades de agrupamentos sociais. Dentro da ciência econômica
é que se desenvolve o mercado, figura que enlaça a relação entre oferta e demanda
de produtos e serviços, ou seja, a relação entre circulação patrimonial em prol da
produção, distribuição e obtenção dos recursos produtivos.
Na zona de convergência entre Direito e economia está a noção de
patrimônio, também denominado setor patrimonial da esfera jurídica. Trata-se o
setor patrimonial da esfera jurídica a universalidade de posições jurídicas subjetivas
ativas e passivas, elementares e complexas, que detêm valoração econômica e
consequente expressão pecuniária (MELLO, 2019a, p. 97; PONTES DE MIRANDA,
2012b, p. 435; PÁDUA, 2019a, p. 122).
F. C. Pontes de Miranda (2012c, p. 114) alia economia e ciência jurídica,
assim como mercado e patrimônio ao afirmar que há negócios voltados à satisfação
de funções de relação entre os seres humanos, declarando que os bens têm de
circular para implementar as funções das relações intersubjetivas, afirmando que
para isso se precisou da compra e venda, a troca, dentre outras figuras contratuais.
Volta-se, justamente, para o contrato, o negócio que permite a circulação de
riquezas no ambiente mercadológico, no fluxo patrimonial que ocorre do setor
patrimonial de um ou uns para outro ou outros. O contrato é a figura jurídica de
maior relevância no mercado, permitindo a que se estenda a roupagem jurídica – e,
portanto, a segurança do Direito – às operações econômicas que ocorrem entre os
agentes da economia.

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O intuito deste artigo é, então, se aprofundar na influente figura do contrato,
desenvolvendo três grandes blocos relacionados às indagações:
(i) O que é o contrato? Aqui haverá a adoção terminológica de contrato, sua
qualificação jurídica dentro da teoria ponteana e a sua distinção do que lhe
é íntimo, a relação jurídica contratual;
(ii) Quais as funções do contrato? Aqui serão analisadas as funções que o
contrato tem no contexto socioeconômico no qual inserido; e
(iii) Como deve ser interpretado o contrato? Aqui será analisada a
compreensão hermenêutica sobre as funções contratuais, valendo-se de
instrumento que, aparentemente, é do Direito Constitucional, qual seja, o
efeito integrador.

1 CONTRATO E RELAÇÃO CONTRATUAL

Enzo Roppo (2009, p. 7) destaca que contrato é uma categoria pertencente


ao fenômeno jurídico, um signo que remete a todo um regime normativo complexo e
voltado ao mercado.
Para auxílio léxico, o Codice Civile da Itália aponta que o contrato é o acordo
de duas ou mais partes para constituir, regular ou extinguir entre elas uma relação
jurídica patrimonial2. Em tal sentido, o Código Civil do Brasil (CCB/2002) não
contempla uma acepção de contrato, mas dispõe sobre questões relativas à sua
formação, desenvolvimento e extinção.
Uma breve digressão merece ser feita, para a precisão terminológica a ser
feita posteriormente sobre o negócio contratual. Como lecionam Giuseppe Lumia
(1999) e Wesley Newcomb Hohefeld (2008, p. 25-28), compreender direitos e
deveres devem ser compreendidos como espécies básicas a partir das quais
irradiam outras espécies de poderes e deveres. Como categoria mais geral estão as
posições jurídicas subjetivas, cujas espécies se baseiam em uma questão de
oposição-correlação: direitos ↔ deveres, pretensões ↔ deveres jurídicos,
faculdades ↔ ausência de pretensões, poderes formativos ↔ sujeições, imunidades
↔ ausência de poderes formativos.
2
Tradução livre de ‘’Art. 1321 Nozione. Il contratto è l'accordo di due o più parti per costituire, regolare o
estinguere tra loro un rapporto giuridico patrimoniale’’.

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A partir da abordagem acima sobre os direitos lato sensu e deveres lato
sensu, o contrato é o negócio jurídico bilateral ou plurilateral por meio do qual as
partes constituem, modificam ou extinguem posições jurídicas de essência ou
expressão patrimonial (PONTES DE MIRANDA, 2012d, p. 59-61; ROPPO, 2009, p.
7-10; PENTEADO, 2007, p. 40-41; LÔBO, 2014, p. 15).
Dentro do espectro terminológico desenvolvido depreende-se que o ato
contratual é um ato jurídico, especificamente da espécie negócio jurídico. Explica-se.
Marcos Bernardes de Mello (2019b, p. 256), F. C. Pontes de Miranda (2012ª,
p. 55-56) e Clóvis V. do Couto e Silva (2006, p. 72-73), negócio jurídico é a espécie
de ato jurídico em cujo cerne do suporte fáctico está a vontade com ampla escolha
de categoria jurídica, determinação do conteúdo negocial e com a possibilidade de
modulação eficacial (MELLO, 2019b, p. 256; PONTES DE MIRANDA, 2012ª, p. 55-
56).
Antônio Junqueira de Azevedo (2002, p. 15-25) explica que o negócio é
hipótese de fato jurídico que envolve declaração de vontade, o concebendo como a
declaração de vontade socialmente vista como voltada à produção de efeitos
jurídicos queridos pelas partes negociantes e atribuídos pelo ordenamento jurídico,
respeitados os elementos de existência, os requisitos de validade e os fatores de
eficácia contidos na norma que sobre ele incide.
Como constata a doutrina (AZEVEDO, 2002, p. 16; (MELLO, 2019b, p. 175;
PONTES DE MIRANDA, 2012ª, p. 55; COUTO E SILVA, 2006, p. 72; PENTEADO,
2007, p. 41), negócio jurídico e, portanto, contrato, é espécie de fato jurídico,
dizendo respeito ao plano ponteano da existência, o primeiro nível de ingresso de
um fato social no mundo jurídico.
E mais: ensinam Antônio Junqueira de Azevedo (2002, p. 23-30) e Marcos
Bernardes de Mello (2019c, p. 56-57) que o plano da validade diz respeito tão
somente às espécies de fatos jurídicos cuja vontade seja relevante, elemento
nuclear, correspondendo aos atos jurídicos lato sensu. É dizer: tão somente os fatos
nos quais a vontade exteriorizada seja relevante para os efeitos jurídicos que serão
constituídos passam pelo plano da validade, pelo filtro de conformidade jurídica com
os requisitos de validade.

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Volvendo-se ao contrato, este é considerado como o negócio jurídico por
excelência (MELLO, 2019b, p. 233; LÔBO, 2014, p. 16), distinguindo-se como
espécie pelo fato de que trata das posições jurídicas que têm essência ou se
expressam patrimonialmente.
Ademais, o conteúdo contratual envolve posições jurídicas de duas espécies.
A primeira diz respeito às posições jurídicas que estão no setor patrimonial da esfera
jurídica, os direitos lato sensu e deveres lato sensu com imediata valoração
econômica e expressão em pecúnia (MELLO, 2019ª, p. 96).
Exemplifica-se com o contrato de venda e compra de uma das muitas
canetas: o comprador tem direito de propriedade sobre os móveis, as canetas, e se
compromete a transmitir uma caneta a outrem mediante o pagamento de um valor, o
preço. No caso, a caneta tem preço, passível de ser valorada economicamente e
expressa pecuniariamente.
Por outro lado, a segunda espécie ganha distinção por tratar de posições
jurídicas subjetivas localizadas no setor extrapatrimonial, espaço da esfera jurídica
que constam os poderes e deveres lato sensu destituídas de imediata valoração
econômica e consequente expressão pecuniária (MELLO, 2019ª, p. 96; PÁDUA,
2019ª, p. 122).
Um exemplo é a imagem, um bem jurídico inscrito na Constituição do Brasil
(artigo 5º, inciso X) que está no setor não-patrimonial, mas que pode ter algum dos
seus aspectos expressos patrimonialmente. Mais concretude ao exemplo: atores e
atrizes de televisão que fazem uso da própria imagem para a venda de produtos
cosméticos ou vestuários.
Uma questão distintiva a ser pontuada é a diferença entre contrato e relação
contratual, constatando diferenças terminológicas e quanto ao plano no qual
constam cada uma das categorias.
De forma introdutória, F. C. Pontes de Miranda (2012ª, p. 61-62) é categórico
ao afirmar que todo ato negocial cria relação jurídica, constituindo, modificando ou
extinguindo posições jurídicas subjetivas. Na seara contratual, Luciano de Camargo
Penteado (2007, p. 41-43) aplica a lição ponteana ao afirmar que o contrato faz
nascer a relação jurídica, constituindo, alterando ou extinguindo posições jurídicas
subjetivas de caráter cuja essência ou certo aspecto é de cunho patrimonial.

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Logo, depreende-se das ilações doutrinárias que o negócio contratual é
antecedente, enquanto a relação contratual é consequente. O primeiro atua no plano
da existência, já o segundo, no plano da eficácia.
Além de situar as categorias nos planos a que pertencem, a relação jurídica
contratual tem seus elementos extraídos da teoria geral da relação jurídica,
elementos que são (SIMÕES, 2011, p. 66-69; PÁDUA, 2019ª, p. 119): (i) os polos
ativo e passivo, composto por sujeitos que titularizam posições jurídicas; (ii) o
objeto, o centro sobre o qual gravitam todos os elementos, compreendendo um
comportamento que pode incidir sobre bem material ou imaterial; (iii) o fato jurídico
constitutivo, o recorte fáctico contido em uma norma jurídica e que serve de base
para a incidência, fenômeno que constitui relações e posições jurídicas, e status;
e (iv) a garantia, adotando-se a terminologia de Judith Martins-Costa (2015, p. 136)
de que se trata dos mecanismos postos à disposição dos sujeitos da relação para
que tutelem suas posições jurídicas.
No caso, a figura do contrato é concebida como uma das fontes do Direito
das obrigações, o que faz com que seja uma espécie de fato jurídico constitutivo
das relações obrigacionais (PONTES DE MIRANDA, 2012c, p. 113-118; COUTO E
SILVA, 2007, p. 71).
Portanto, estruturalmente, o contrato não se confunde com a relação dele
dimanada, eis que o primeiro é um dos elementos que constituem a segunda
categoria jurídica.
Em questões práticas, destaca-se que algumas matérias arguíveis se
restringem ao interessado, o que leva à consideração de Luciano de Camargo
Penteado (2007, p. 126-290) que determinadas questões contidas no negócio não
podem ser opostas na relação jurídica, particularmente se houver algum terceiro
ingresso (no trato relacional), o qual se incompatibiliza como interessado arguinte de
matérias atinentes ao plano da existência.

2 FUNCIONALIDADES DO CONTRATO

Do Estado Liberal ao Estado Social, Clóvis Bevilaqua (2016; 1896, p. 165-


169) enfatiza a passagem de um total desprendimento com a liberdade contratual

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por uma sociedade política absentista para uma preocupação com tal aptidão
jurídica mediante o dirigismo estatal, a intervenção do Estado nos contratos.
Baseado na lei n. 13.874, de 2019, Marcel Edvar Simões (2020, p. 257) traça
o histórico da alteração do artigo 421 do CCB/2002, pontuando o caráter dirigista no
texto revogado na parte que enuncia que ‘’A liberdade de contratar será exercida em
razão e nos limites da função social do contrato’’ (destaque feito).
A crítica despendida pelo civilista paulista (SIMÕES, 2020, p. 257) é de que a
funcionalidade contratual tem causa em razão da função querida pelas partes, e não
por um interesse coletivo, aqui a chamada função social. Redundou na alteração
textual do artigo 421 CCB/2002, que passou a enunciar ‘’A liberdade contratual será
exercida nos limites da função social do contrato’’.
O texto constitucional brasileiro estabelece o comportamento estatal
mercadológico, estabelecendo bases econômicas capitalistas, visto que reconhece o
direito de propriedade ao ente particular e ao ente público (artigos 5º, caput, XXII,
170, inciso II, CRFB).
Apesar do cunho econômico, o modelo de Estado brasileiro é de Estado
Social (Welfare State), caracterizado pela ampla expansão nas atividades sociais
(PÁDUA, 2019ª) e, portanto, por sua intervenção na ordem econômica. Tal
qualidade da República brasileira está no artigo 170, incisos I e III, CRFB, que
coloca como princípios regedores da ordem econômica brasileira a soberania
nacional e a função social da propriedade.
No plano legal, o CCB/2002 dá traços de inspiração italiana intervencionista
ao estabelecer sobre a multa (= cláusula penal): ‘’A penalidade deve ser reduzida
equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se
o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a
natureza e a finalidade do negócio’’ (destaque feito).
Apesar de ainda estar no paradigma do juiz (AZEVEDO, 1999; PÁDUA,
2019b, p. 147-151), baseado em diplomas providos de signos mais vagos e que
permitem maior atuação judicial no caso concreto, traços da fuga do juiz e da busca
pelo paradigma brasileiro do caso começam a aparecer, particularmente na ênfase
dadas aos mecanismos de composição de conflitos alheios ao Judiciário –

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arbitragem, mediação, conciliação – e, também, a figura da assessoria jurídica na
realização dos atos jurídicos, em especial dos contratos.
Feito o panorama de que a peculiaridade brasileira é de um Estado
interventor, mas com sinais de um maior alargamento da liberdade contratual e da
liberdade de contratar3, o contrato é categoria com três funções, quais sejam, a
jurídica, a econômica e a social.
Com relação à função jurídica, Enzo Roppo (2009, p. 7) expõe o contrato é
uma categoria do Direito, um conceito jurídico que remete não apenas ao negócio
em si, mas ao regramento contratual, o Direito dos Contratos. A função jurídica do
que o autor italiano chama de ‘contrato-conceito jurídico’ está na segurança, que
permite ampla esfera de atuação da vontade dos negociantes na escolha do
contrato e na determinação do seu conteúdo, observadas as balizas, os limites que
o ordenamento jurídico estabelece e dos quais as partes não podem escapar.
Como aponta Clóvis Bevilaqua (1896, p. 169), o contrato é ato jurídico, um
comportamento social que está inserto no mundo jurídico. Se inserto no mundo
jurídico, o contrato consta no suporte fáctico normativo e, portanto, tem efeito
constitutivo jurídico, cria direitos ↔ deveres, pretensões ↔ deveres jurídicos,
faculdades ↔ ausência de pretensões, poderes formativos ↔ sujeições, imunidades
↔ ausência de poderes formativos.
Além do atributo específico de conferir ao contrato efeitos jurídicos
constitutivos, ressalta-se a questão da segurança no que diz respeito à
obrigatoriedade, que é para de Marcos Bernardes de Mello (2019b, p. 49-50) e Hans
Kelsen (1999, p. 81-84) a relação entre o incumprimento do que consta na norma
jurídica e o poder daquele que foi lesado ou ameaçado por tal inadimplemento
buscar, por meio do Estado, a conformação do fato à norma, isto é, compelir que o
fato social trazido se aproxime com o que consta no teor normativo.
Ana Paula de Barcellos (2011, p. 37-46) traz duas qualificações que merecem
destaque: as normas jurídicas – e, portanto, as posições delas emanadas – são
imperativas, pois os enunciados jurídicos, per si, devem ser cumpridos pela
sociedade, e também são sindicáveis, posto que o não atendimento voluntário do

3
Terminologicamente, Marcel Edvar Simões (2020, p. 259-260) clarifica ao distinguir as duas categorias:
liberdade contratual significa a aptidão para celebrar contratos, enquanto a liberdade de contratar é o poder de
determinação do conteúdo contratual dado às partes.

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preceito normativo permite a busca do Estado, titular do monopólio da força, para
cumprimento forçado.
A título de exemplo, imagine-se que A celebra um contrato de empreitada
com B, que, por sua vez, deixa de cumprir com a prestação que lhe cabia. Por haver
incidência normativa, a parte que viu seu direito à obra violado poderá buscar em
juízo a que B cumpra com seu dever de realizar a obra, ou, em situação excepcional
de impossibilidade, a que terceiro o faça às custas de B.
A função econômica do contrato está no que Enzo Roppo (2009, p. 8-10)
define como operação econômica, que significa que todo negócio contratual tem
como finalidade subjacente à estrutura jurídica a circulação patrimonial.
Em suma, o mercado é composto, essencialmente, por atos contratuais, que,
por conseguinte, fazem com que mercadorias e serviços saiam da esfera de um ou
uns para a de outro ou outros. Sobre a relação mercado-contrato, remete-se à ilação
de Marcel Edvar Simões (2020, p. 265) de que o negócio contratual é a base
mercadológica, afirmando suas subfunções, que são (i) proporcionar a troca
econômica, e (ii) por conseguinte, constituir o mercado.
E mais: além da compreensão mercadológica, a função econômica contratual
atende a interesses das partes, que buscam constituir, modificar ou extinguir
posições que são em essência ou em algum de seus aspectos de cunho patrimonial
por meio de um instituto jurídico, o contrato (SIMÕES, 2020, p. 257).
Tornam os olhares à função social, a última das três funcionalidades
contratuais, que, como já se viu, está positivada no ordenamento jurídico brasileiro
como uma norma-princípio que baliza a atuação contratual. O escólio desenvolvido
por Marcel Edvar Simões (2020, p. 263-264) e Enzo Roppo (2009, p. 10-15) é de
que a função social é enuncia um limite no sentido de que as operações econômicas
pretendidas pelos contratantes não devem contrariar os interesses sociais tutelados
pelo sistema jurídico.
Como apontam os juristas acima (SIMÕES, 2020, p. 263; ROPPO, 2009, p.
36-40), contratos que sejam inúteis aos interesses sociais ou que atendam tão
somente os interesses dos contratantes não ingressam no campo de violação da
função social, posto que não se colocam em posição antagônica ao que interessa à
coletividade.

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Na mesma seara de que a inutilidade e o ‘’egoísmo’’ de certos atos
contratuais escapam da zona de violação da funcionalidade social, Luciano de
Camargo Penteado (2014, p. 222-223) é categórico ao conceber a norma em
comento como produto da sociabilidade humana que permite o afastamento dos
efeitos jurídicos de certos contratos que ofendam os interesses sociais.

3 BREVES LINHAS SOBRE A INTERAÇÃO ENTRE AS FUNCIONALIDADES


CONTRATUAIS

Em crítica às estruturas científicas (nem tão) contemporâneas, Boaventura de


Sousa Santos (2002, p. 46-50) mostra uma grande tendência à especialização e ao
quase total desligamento ou desconhecimento do total. O cientista, aqui inserto o
operador do Direito, cada vez mais tende a se especializar no segmento a que
pertence e a ignorar outras áreas do saber, maturando um pensamento
extremamente molecularizado e isolado.
O raciocínio que acontece entre as ciências também ocorre dentro delas, nas
suas áreas, exemplificando-se com os estudos particularizados na ciência jurídica:
Fashion Law, Direito Digital, Direito Processual Constitucional, etc. A essas novas
raízes científicas cabe a consideração de Boaventura de Sousa Santos (2002, p. 48-
50) de que o pensamento contemporâneo tende a ser interativo entre o especial e o
geral, o que seria no Direito a interação entre o setor específico e a teoria geral.
O Direito Constitucional se vale de regras e princípios próprios e desenvolve
um complexo de aparatos hermenêuticos que diz como genuíno à própria seara
constitucionalista, o que é confirmado por Luiz Alberto David Araújo e Vidal Serrano
Nunes Júnior (2018, p. 138-150), por Ingo Wolfgang Sarlet (SARLET; MARINONI;
MITIDIERO, 2016, p. 216-217) e por Luís Roberto Barroso (2015, p. 332-341).
Em análise profunda, as concepções jurídicas desenvolvidas sob a alcunha
de neoconstitucionalismo tem grande fragilidade teorética, visto que as nominadas
técnicas interpretativas (= os modos de interpretação constitucional) e as normas
que norteiam tais a atividade cognitiva em questão são aplicadas desde sempre
pelos juristas, antes mesmo do ‘’paradigma’’ neoconstitucional (RAMOS, 2015, p.
294-303; HORBACH, 2007).

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Destacam Elival da Silva Ramos (2015, p. 294) e Carlos Bastide Horbach
(2007) que muitos dos instrumentais hermenêuticos do neoconstitucionalismo não
são nem originários nem genuínos ao Direito Constitucional, o que seria um
modismo intelectual fundado no retorno à interação entre Direito e Moral, ou, melhor
dizendo, na intensa moralização jurídica, desprovido de qualquer instrumental de
regras e princípios regedores da nova face constitucionalista.
A partir desse panorama crítico das novas vestes do rei constitucional é que
se deve ter a noção de que as funções jurídica, econômica e social do contrato não
são excludentes umas das outras, e sim diretivas harmônicas que delineadoras da
aplicação normativa jurídica.
Relacionando (i) a noção de que a ciência pós-moderna é um enlace entre o
local e o geral; à (ii) o Direito Constitucional contém uma estrutura científica basilar
(= neoconstitucionalismo) frágil, desbravam-se duas considerações: (i) a de abertura
do sistema jurídico; e (ii) a de efeito integrador na seara contratual.
Karl Larenz (1966, p. 194-208) traça o histórico do quão difícil é reconhecer o
Direito como um conjunto unitário de normas, desenvolvendo críticas às escolas
sistematizadoras, bem como suscita críticas à compreensão tópica de que a seara
jurídica não é uma unidade sistêmica, concluindo que os autores contemporâneos,
apesar da divergência metodológica, são enfáticos pela compreensão sistemática.
O próprio Karl Larenz (2019, p. 621-624) adere à corrente sistemática e
afirma que as normas jurídicas contêm ligações verticais (= para com as normas que
lhe são superiores) e horizontais (= para com normas de mesma hierarquia). No
mesmo sentido, Karl Engisch (2014, p. 118) firma que o ordenamento jurídico é um
composto por um complexo homogêneo e harmonicamente solidário de preceitos
jurídicos.
A noção estrutural ganha maior contraste com contributos de Hans Kelsen
(1999, p. 21-24), que compreende a ordem jurídica como um conjunto de normas
hierarquicamente dispostas, sendo aquelas de hierarquia superior o fundamento de
validade daquelas de grau inferior.
Em uma escala maior de refinamento acerca do sistema jurídico, os
jusfilósofos Ronald Dworkin (2010, p. 35-50) e Robert Alexy (2006, p. 543-544)

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desenvolvem uma noção de que tal ordenança normativa é composta por regras e
princípios.
O contributo de Marcel Edvar Simões (2019, p. 202-204) é lapidar para a
questão do sistema jurídico: trata-se da noção de abertura no sentido de que as
normas jurídicas não travam apenas um diálogo entre si, um diálogo intranormativo,
mas também se comunicam com outros campos do saber, destacando a economia
como exemplo.
A partir dessa compreensão de que o ordenamento jurídico é aberto ao
colóquio com outras ciências é que se conclui que alguns instrumentais destas
podem ser utilizados pelos operadores do Direito. Rodrigo Fernandes Rebouças
(2017, p. 103-111) chancela a tese em questão ao afirmar que a Análise Econômica
do Direito (AED) consiste na aplicação das regras e princípios analíticos e empíricos
da ciência econômica na seara jurídica, a fim de esclarecer e prever os efeitos
práticos causados pelas decisões pautadas no Direito.
A partir dessa noção de que o fenômeno jurídico não deve ser fechado em si
é que se desenvolve a categoria normativa chamada efeito integrador, que
determina ao intérprete/aplicador do Direito que realiza sua atribuição de forma a
integrar o seu sistema à política, à economia, à cultura e outros subsistemas sociais
(ARAÚJO; NUNES JÚNIOR, 2018, p. 146; SARLET; MARINONI; MITIDIERO, 2016,
p. 216-217).
Apesar de não tratar com a referida nomeação, Eros Roberto Grau (2018, p.
75-76) pontua que a decisão nascida no seio do Direito é influenciada por diversos
fatores de caráter político, econômico, social, cultural, o que torna a questão do
distanciamento entre o ser e o dever-ser menos intensa, mais palpável.
Quanto à natureza normativa do efeito integrador para a interpretação dos
contratos, deve-se reconhecer tal categoria como da espécie postulado normativo,
que é, de acordo com Humberto Ávila (2016, p. 176-179), espécie de norma que
institui metódica por meio da qual se desenvolvem critérios para a interpretação de
outras normas.
De todo o exposto, concebe-se o postulado do efeito integrador como a
norma que estabelece como critério para a aplicação do Direito a necessidade de
integração com os demais ramos do saber, p. ex., a economia, a política, a cultura.

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A partir das considerações acerca de abertura sistêmica e postulado do efeito
integrador, deve-se analisar as três funcionalidades do contrato como um todo
integrado, ou, melhor dizendo, de forma a integrá-las para que a decisão jurídica
atenda à segurança jurídica, à circulação de riquezas e não atente contra o interesse
social.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (Apelação n. 1102762-83.2014.8.26.0100)
apreciou caso no qual fica clara a aplicação do postulado do efeito integrador na
seara contratual, afastando-se ato constritivo judicial que inviabilizou a continuidade
da atividade empresária, que, por conseguinte, refletiu na inviabilidade de circulação
de riquezas e satisfação de interesses coletivos (trabalhistas, tributários, p. ex.).
Na decisão ficou estabelecido que o ato advindo do mundo jurídico deve
considerar os efeitos políticos, econômicos e sociais, reduzindo o montante
judicialmente bloqueado e permitindo que a entidade empresária pudesse retomar
sua atividade e, por conseguinte, cumprir com sua finalidade de gerar riquezas.
Por envolver patrimônio, um segundo caso apreciado pela Corte paulista
(Agravo de Instrumento n. 2033627-97.2019.8.26.0000) dizia respeito à penhora de
ativos financeiros em conta bancária destinada, simultaneamente, à manutenção da
atividade empresária e da vida das suas investidoras.
Ao julgar, o órgão judicial enfatizou a necessidade de haver uma reserva de
capital para que tanto a sociedade empresária quanto as suas sócias consigam
viver, custear com despesas essenciais (e, portanto, circular riquezas), assim como
manter o cumprimento da função social desempenhada pela pessoa jurídica no
ambiente que inserto (= função social da empresa).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Três grandes indagações sobre o contrato foram suscitadas: o que é, a que


atende e como deve ser compreendido. Com relação ao que é, definiu-se o contrato
como o negócio jurídico bilateral ou plurilateral por meio do qual as partes
constituem, modificam ou extinguem posições jurídicas de essência ou expressão
patrimonial.

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Qualificado como negócio jurídico, um ato jurídico cuja vontade tem poder de
estabelecer o conteúdo e modular os efeitos queridos pelos negociantes, distinguiu-
se o contrato, um negócio voltado à seara patrimonial, da relação jurídica: o primeiro
é espécie de fato jurídico e, portanto, está no plano da existência, sendo que
questões decorrentes do negócio só podem ser alegadas, em tese, por seus
negociantes; a segunda categoria é consequente do ato contratual e, portanto, está
no plano da eficácia, onde nascem as relações e posições jurídicas, e o status,
sendo que questões relacionadas a tal plano são arguíveis por quem nele consta.
A indagação relativa a que atende o contrato se desdobra em três
funcionalidades: a de cunho jurídico, a de cunho econômico e a de cunho social. A
primeira função diz respeito ao fato do contrato ser uma categoria jurídica que ao
negócio e ao seu regramento, o que concretiza a ideia de segurança trazida pelo
ordenamento jurídico, que, simultaneamente, confere amplo poder de atuação da
vontade e delimita tal campo mediante as balizas normativas, o que leva à
consequente questão de que as normas jurídicas são imperativas, pois devem ser
cumpridas pela sociedade, e sindicáveis, eis que o não atendimento voluntário
permite a busca do Estado para cumprimento forçado.
A função econômica do contrato está na figura da operação econômica, que
significa que todo negócio contratual tem como finalidade subjacente à estrutura
jurídica a circulação patrimonial, atendendo aos interesses das partes através da
constituição, modificação ou extinção de posições que são em essência ou em
algum de seus aspectos de cunho patrimonial.
Sobre a função social, estabelece que as operações econômicas pretendidas
pelos contratantes não devem contrariar os interesses sociais tutelados pelo sistema
jurídico, isto é, os contratos que sejam inúteis aos interesses sociais ou que
atendam tão somente os interesses dos contratantes não ingressam no campo de
violação ao interesse coletivo.
No tocante à indagação sobre como devem ser compreendidos o contrato e
suas funções, principiou-se a partir de duas figuras, que são a abertura sistêmica e o
efeito integrador. Sobre a primeira, concluiu-se que o ordenamento estabelece dois
diálogos (i) intrajurídico, no sentido de que há questões que o próprio Direito, por
meio das suas normas, soluciona; e (ii) extrajurídico, no sentido de que há questões

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que exigem diálogo entre as normas jurídicas e outras áreas do saber, com
destaque para a ciência econômica e a ciência política.
Diante dessa necessidade de conversa do sistema jurídico com outros
subsistemas sociais, chegou-se à noção de efeito integrador, que não é uma
vestimenta nova do Direito Constitucional, e sim um instrumento atinente a todos os
segmentos jurídicos e que se refere, justamente, à interação entre os diversos
subsistemas sociais com o Direito.
Tendo em vista o conteúdo acima, houve a qualificação do efeito integrador
como o postulado normativo que estabelece como critério para a aplicação do
Direito a necessidade de integração com os demais ramos do saber, p. ex., a
economia, a política, a cultura.

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