Ficha de Exercícios - Aula 12

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QUINHENTISMO

EXERCÍCIOS
ARTES 1
3. (UFSM) Sobre a literatura produzida no primeiro século
Exercícios da vida colonial brasileira, é correto afirmar que:
a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos
dramáticos que visavam à catequese.
1. (PUC-CAMPINAS) Em 1499 retornavam a Lisboa, em b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.
momentos diferentes, as duas naus restantes da armada c) É constituída por documentos que informam acerca da
que, dois anos antes, partira rumo ao Índico em viagem de terra brasileira e pela literatura jesuítica.
descoberta do caminho que levasse à Índia, local desejado d) Os textos que a constituem apresentam evidente
por Portugal há quase meio século. (...) Definitivamente, preocupação artística e pedagógica.
as coisas nunca mais foram as mesmas, tanto para aquele e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o
pequeno reino português, na franja atlântica da Europa, homem, ao relatar as condições encontradas no Novo
quanto, em outras medidas, para o resto do continente Mundo.
europeu. Desta viagem, mas sobretudo do que se esperou
dela e do que efetivamente se encontrou, restaram-nos 4. (ENEM)
alguns documentos epistolares, mas restou-nos também o TEXTO I
Roteiro de uma viagem que levou os sonhos portugueses
por “mares nunca dantes navegados”, e complementando o Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a
poeta Camões, “por terras nunca dantes palmilhadas”. pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este
dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta.
(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem. Expectativas, projeções e
Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram
descobertas portuguesas no Índico (1498-1554). São Paulo: Annablume,
2010. p. 27)
por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam.
[…] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e
Os documentos epistolares são os primeiros sinais, entre galantes com suas tinturas que muito agradavam.
nós, de uma literatura ainda incipiente, voltados, muitos CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996
deles, para (fragmento).
a) As confissões íntimas da condição de penúria dos
primeiros colonos portugueses. TEXTO II
b) O relato da conversão do gentio, que deveria adotar a
religião de seus conquistadores.
c) O estabelecimento de contato dos viajantes com outros
colonizadores europeus.
d) A descrição das riquezas de que poderá tirar proveito o
colonizador lusitano.
e) A expansão das ideias da Contra-Reforma, na radical
reação da Igreja a Lutero.

2. (UPE) Escrita por Pero Vaz de Caminha, a Carta do


Achamento do Brasil
a) Descreve a terra descoberta, supostamente as Índias, cuja
cultura dos habitantes era completamente conhecida por
parte dos portugueses que atracaram nas praias.
b) Denuncia as mazelas da terra, a pobreza e a inviabilidade
de colonizá-la por ser um território inóspito, pobre e
muito quente.
c) Atrai a curiosidade e a ambição dos habitantes do velho PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169
mundo, para que eles, movidos pelo desejo de conhecer cm Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 2013.
a nova terra, enfrentassem os perigos da viagem e (Foto: Reprodução)
viessem a habitá-la e colonizá-la.
d) É um texto literário, tendo em vista que a imaginação Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta
fértil de seu autor não lhe confere a menor credibilidade de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a
histórica. chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos,
e) É o primeiro documento histórico produzido em terras constata-se que
brasileiras, construído por uma linguagem técnica, a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das
científica, cujo significado só pode ser captado por primeiras manifestações artísticas dos portugueses em
intelectuais. terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética
literária.

2 ARTES
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos 6. (ENEM)
pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte
acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem
moderna.
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o
olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura
destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes
– verbal e não verbal –, cumprem a mesma função social
e artística.
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de
grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo
momentos histórico, retratando a colonização.

5. (ENEM)

Texto I
XLI
Ouvia:
Que não podia odiar E nem temer
Porque tu eras eu.
E como seria A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados,
Odiar a mim mesma de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem
E a mim mesma temer. nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir,
nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com
HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004 (fragmento).
tanta inocência como têm em mostrar o rosto.
CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso
Texto II em: 12 ago. 2009.
Transforma–se o amador na cousa amada
Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o
Transforma–se o amador na cousa amada,
trecho do texto de Caminha, conclui-se que
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar, a) ambos se identificam pelas características estéticas
pois em mim tenho a parte desejada. marcantes, como tristeza e melancolia, do movimento
Camões. Sonetos. Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br.
romântico das artes plásticas.
Acesso em: 03 set. 2010 (fragmento). b) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o
de maneira realista, ao passo que o texto é apenas
Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de Camões, fantasioso.
a temática comum é c) a pintura e o texto têm uma característica em comum,
que é representar o habitante das terras que sofreriam
a) o “outro” transformado no próprio eu lírico, o que se
processo colonizador.
realiza por meio de uma espécie de fusão de dois seres
d) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a
em um só.
cultura europeia e a cultura indígena.
b) a fusão do “outro” com o eu lírico, havendo, nos versos
e) há forte direcionamento religioso no texto e na
de Hilda Hilst, a afirmação do eu lírico de que odeia a si
pintura, uma vez que o índio representado é objeto da
mesmo.
catequização jesuítica.
c) o “outro” que se confunde com o eu lírico, verificando-
se, porém, nos versos de Camões, certa resistência do
7. (ENEM)
ser amado.
d) a dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque o ódio
LXXVIII (Camões, 1525?-1580)
ou o amor se produzem no imaginário, sem a realização
concreta. Leda serenidade deleitosa,
e) o “outro” que se associa ao eu lírico, sendo tratados, nos Que representa em terra um paraíso;
Textos I e II, respectivamente, o ódio e o amor Entre rubis e perlas doce riso;
Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;
Presença moderada e graciosa,
Onde ensinando estão despejo e siso
Que se pode por arte e por aviso,
Como por natureza, ser fermosa;
Fala de quem a morte e a vida pende,

ARTES 3
Rara, suave; enfim, Senhora, vossa; Assinale a alternativa CORRETA acerca do texto.
Repouso nela alegre e comedido:
a) Exemplifica o padrão poético do Classicismo
Estas as armas são com que me rende
renascentista, na medida em que tematiza o amor,
E me cativa Amor; mas não que possa
utilizando-se da chamada “medida nova”.
Despojar-me da glória de rendido.
b) Embora apresente versos redondilhos, de tradição
CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008. medieval, a linguagem dos versos revela contenção
emotiva, traço estilístico valorizado na Renascença.
c) Revela influência das cantigas medievais, pela
sonoridade das rimas e linguagem emotiva própria da
“coita de amor”.
d) E um texto do Humanismo, pois traz uma reflexão
filosófica sobre o sentimento amoroso, afastando-se,
assim, da influência greco-romana.
e) Antecipa o estilo barroco do século XVII devido à sua
linguagem prolixa, em que se notam ousadas inversões
sintéticas e metáforas obscuras.

9. (IFSP) A feição deles é serem pardos, um tanto


avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos.
Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso
de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que
de mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência.
Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele um
osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e
SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria
da grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como
Borghese. Disponível em: www.arquipelagos.pt. Acesso em: 29 fev. 2012.
um furador.
A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas (Carta de Pero Vaz de Caminha. www.dominiopublico.com.br. Acesso em:
linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo 04.12. 2012.)
contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos
O trecho acima pertence a um dos primeiros escritos
a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo considerados como pertencentes à literatura brasileira. Do
unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados ponto de vista da evolução histórica, trata-se de literatura
no poema.
b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação a) de informação. d) ambientalista.
pessoal e na variação de atitudes da mulher, evidenciadas b) de cordel. e) árcade.
pelos adjetivos do poema. c) naturalista.
c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela
sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, 10. (UFRGS) Leia o soneto de Luís de Camões e Soneto do
expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados amor total, de Vinícius de Moraes, abaixo.
no poema.
Luís de Camões
d) desprezarem o conceito medieval da idealização da
mulher como base da produção artística, evidenciado Amor é fogo que arde sem se ver;
pelos adjetivos usados no poema. É ferida que dói e não se sente;
e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela É um contentamento descontente;
emotividade e o conflito interior, evidenciados pela É dor que desatina sem doer;
expressão da moça e pelos adjetivos do poema.
É um não querer mais que bem querer;
8. (MACKENZIE) É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
Reinando Amor em dois peitos, É cuidar que se ganha em se perder;
tece tantas falsidades,
que, de conformes vontades, É querer estar preso por vontade;
faz desconformes efeitos. É servir a quem vence, o vencedor;
Igualmente vive em nós; É ter com quem nos mata lealdade.
mas, por desconcerto seu,
vos leva, se venho eu, Mas como causar pode seu favor
me leva, se vindes vós. Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Camões

4 ARTES
14. (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: a) O título do poema “Erro de Português” faz alusão tanto a
questões linguísticas como socioculturais, preocupações
Dos vícios já desligados típicas da segunda fase modernista, também conhecida
nos pajés não crendo mais, como regionalista, de que esse poema é um importante
nem suas danças rituais, representante.
nem seus mágicos cuidados. b) O texto é um exemplo modernista do “poema piada”,
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de
caracterizado pela brevidade formal e pelo conteúdo
Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110) crítico mordaz, cuja intenção, por meio do humor
anedótico, era dissociar a literatura das questões sociais,
Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe aproximando-a do entretenimento.
acima, pronunciada pelos meninos índios em procissão: c) O poema é um exemplo da fase heroica do Modernismo
brasileiro, uma estética ligada à construção identitária
a) Os meninos índios representam o processo de
nacional e bastante apegada aos procedimentos poéticos
aculturação em sua concretude mais visível, como
do Classicismo.
produto final de todo um empreendimento do qual
d) A imagem do índio despindo o português ligase ao
participaram com igual empenho a Coroa Portuguesa e
canibalismo, um tema recorrente na literatura de
a Companhia de Jesus.
informação, que, durante o século XVI, foi muito
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese
praticada no Brasil.
perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar
e) Há ironia na forma como o eu-lírico atribui a colonização
de literatura informativa.
do português a uma questão circunstancial atmosférica,
c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua
sugerindo que esse fator natural foi determinante para
própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as
a construção da história brasileira.
magias praticadas pelos pajés.
d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção
Gabarito:
como personagens atende a todos os requintes da

15. E 10. E 5. A
dramaturgia renascentista.

14. A 9. A 4. C
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos

13. C 8. B 3. C
contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem

12. A 7. C 2. C
querem libertar-se tão logo seja possível.

15. (UNIVESP) Leia o poema “Erro de Português”, de 11. E 6. C 1. D


Oswald de Andrade, e assinale a alternativa correta.

Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

Anotações

6 ARTES

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