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Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

6. PROGNÓSTICOS E PROPOSIÇÃO DE CENÁRIOS

A
etapa de elaboração do diagnóstico da de Resíduos Sólidos (Lei Estadual n.º 9.264/2009),
gestão e do manejo das diversas tipologias as premissas assumidas em âmbito nacional são
de resíduos sólidos viabilizou a formulação importantes para proposição de cenários futuros,.
de estratégias de atuação para a melhoria Após o levantamento do panorama do
das condições dos serviços de gerenciamento integrado gerenciamento dos resíduos sólidos e do cenário
no Espírito Santo. Essas estratégias foram construídas econômico e institucional de implantação da Política
para que todos os objetivos, diretrizes e metas definidas em nível nacional, obteve-se o cenário econômico
neste Plano fossem adequadamente alcançadas. Deste voltado à implantação do PERS-ES. Tal análise
modo, o presente Prognóstico apresenta as projeções permitiu o apontamento de três cenários distintos
feitas para três cenários futuros, sendo estes propostos para a economia capixaba no período de 20 anos,
com base em distintas intensidades e probabilidades denominados Cenários Promissor, Conservador
de ocorrência dos fatores mais relevantes às suas e Pessimista. Salienta-se que, além das variáveis
configurações ao longo dos anos de implementação econômicas, a construção destes também envolveu:
deste Plano, sejam estes positivos e/ou negativos. a) valoração de variáveis consideradas essenciais; b)
Neste contexto, os Cenários Prospectivos extrapolação do comportamento futuro das variáveis
caracterizam-se como projeções futuras do encontradas; e c) comparação com padrões de referência
comportamento de importantes variáveis. Constituem- encontrados na literatura ou definidos legalmente.
se em um valioso instrumento avaliativo produzido a Assim, para cada uma das tipologias que organizam
partir de um processo de planejamento de longo prazo. a reflexão, foram selecionadas variáveis que, por um
Também visam à construção de visões de futuro que lado, refletem adequadamente o cenário atual e que,
permitam traçar as melhores estratégias e ações para por outro, são passíveis de parametrizações em termos
o alcance dos mais específicos objetivos almejados ao dos cenários traçados.
longo do tempo. Para orientar a escolha do cenário de
Inicialmente, é fundamental compreender a referência, também foram observadas as aspirações
situação atual do gerenciamento dos resíduos sólidos sociais, econômicas e técnicas (ambientais e sanitárias)
no Espírito Santo. Para tanto, precisa-se analisar que envolvem o processo de gerenciamento dos
o diagnóstico feito para cada tipologia, bem como resíduos sólidos. Esta análise foi construída de forma a
as capacidades administrativas de cada município contemplar os anseios e as lacunas identificadas pelos
e as principais tendências de desenvolvimento setores envolvidos em todas as etapas da construção
socioeconômico observadas no Estado no passado deste Plano. Seu resultado contribuiu com a escolha do
recente. cenário com requisitos que possivelmente minimizarão
Feito isso, é necessário compreender os as barreiras na implantação das diretrizes do PERS-ES.
elementos que nortearam a proposta de implantação Cada uma das etapas necessárias à escolha
da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal do cenário de referência são detalhadas nos tópicos
n.º 12.305/2010). Embora também tenham sido seguintes, de acordo com o fluxograma ilustrado pela
considerados os requisitos da própria Política Estadual Figura 6-1.

327
Figura 6-1 - Procedimentos para a escolha do cenário de referência de elaboração do PERS-ES

Fonte: Autoria própria

6.1 GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

N
esta seção foi sintetizado aquilo que pode ser entendido como o panorama atual do gerenciamento de
resíduos sólidos no Estado, conforme apresentado anteriormente no Diagnóstico Técnico. Esta discussão
estabelece um ponto de partida para o entendimento tanto da projeção de geração de resíduos quanto
das metas que serão propostas para as diretrizes deste Plano. Desta forma, o Quadro 6-1 adiante mostra
as principais constatações feitas para cada tipologia de resíduos, bem como as variáveis utilizadas na construção
dos Cenários Prospectivos.

328
Quadro 6-1 - Constatações do Diagnóstico Técnico e variáveis empregadas na construção dos Cenários Prospectivos
Variáveis Importantes à
Tipologia Principais Constatações do Diagnóstico Técnico
Construção dos Cenários
- Estimou-se a geração de 861.308 toneladas de RSU no ano de 2017;
- A titularidade pela gestão dos resíduos fica a cargo de Secretarias, como de Meio Ambiente, de Obras e de Serviços Urbanos, e
48 municípios declararam apresentar instrumentos legais específicos a essa formalização;
- Todos os 78 municípios apresentam Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB), embora 2 destes ainda não detenham
os itens obrigatórios referentes à gestão dos resíduos sólidos em seu conteúdo;
- 65 municípios terceirizam parte dos serviços de limpeza urbana, sobretudo as etapas de destinação, disposição final e - Cobertura da coleta convencional;
transporte; - Cobertura da coleta seletiva;
Resíduos Sólidos - 38 municípios, especialmente aqueles na faixa de até 30.000 habitantes, trabalham com soluções consorciadas; - Disposição adequada;
Urbanos (RSU) - 95% da população é abrangida pela coleta convencional; - Equilíbrio nos procedimentos
- 64 municípios realizam coleta seletiva; adotados entre os municípios/
- 41% das 41 Estações de Transbordo do Estado estão regularizadas; regiões.
- 58% das Organizações de Catadores de Materiais Recicláveis (OCMR) possuem contrato com as prefeituras, sendo que os
principais compradores dos materiais beneficiados nestes locais são intermediários/sucateiros (48%) e empresas de reciclagem
(35%);
- 87% dos municípios relataram encaminhar seus resíduos a aterros sanitários, enquanto o restante (13%) dispõe seus RSU de
forma inadequada (em lixões/aterros controlados).
- Estimou-se uma geração de 161.545 toneladas de RSPS no ano de 2017, sendo 74% desta proveniente de ETAs e 26% de ETEs;
- 71% dos responsáveis pelos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário possuem PGRS;
Resíduos dos - Existência de PGRS;
- 65% das instituições visitadas possuem programas internos voltados à redução de perdas, à não geração de resíduos e ao
Serviços Públicos - Registro de geração;
incentivo do reuso e reciclagem;
de Saneamento - Adequação e registro das formas
- Apenas 35% das concessionárias de serviços de saneamento realiza coleta seletiva;
(RSPS) de destinação.
- Principal destinação do lodo de ETAs é o lançamento no corpo d’água, enquanto o de ETEs é encaminhado para aterros
sanitários.
- Existência de PMGRCC;
- Existência de legislação
relacionada à gestão de RCC;
- Controle dos pontos de disposição
- Estimou-se uma geração de 2.819.510 toneladas de RCC no ano de 2017;
irregular;
- Ausência de legislação específica para classificar os geradores por porte;
- Existência de PGRCC pelos
- Grandes geradores evidenciaram deter um melhor registro quantitativo de seus resíduos em relação aos pequenos;
Resíduos da grandes geradores;
- Apenas 32% dos municípios declararam possuir legislação relacionada à gestão desta tipologia de resíduos;
Construção Civil - Fiscalização do atendimento ao
- Apenas 64% das prefeituras alegaram não fiscalizar a existência e o cumprimento dos Planos de Gerenciamento de Resíduos da
(RCC) PMGRCC;
Construção Civil (PGRCC) de grandes geradores;
- Registro de geração de RCC;
- Sobre a coleta municipal, 61 prefeituras afirmaram realizar o recolhimento dos RCC, encaminhando-os preferencialmente a
- Disposição adequada, de acordo
Prognósticos e Proposição de Cenários

aterros de RCC da Classe A (29%), reaproveitamento (23%) e áreas de transbordo e triagem (21%).
com as Resoluções Conama n.º
307/2002 e suas alterações;
- Determinação de índice de
reciclagem de RCC.

329
| PERS
Variáveis Importantes à
Tipologia Principais Constatações do Diagnóstico Técnico

330
Construção dos Cenários
- Estimou-se uma geração de 22.496 toneladas de RSS no ano de 2017, sendo 48% proveniente de hospitais e unidades básicas de
- Existência de legislação municipal
saúde;
acerca do gerenciamento de RSS;
- 30% das prefeituras apresentam Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS);
- Cobrança pela coleta, tratamento
- 40% dos estabelecimentos visitados possuem PGRSS, sendo que tais planos são controlados por apenas 29% das prefeituras;
e disposição realizada ou financiada
- 17 municípios confirmaram a existência de instrumentos legais voltados aos RSS, sendo a Secretaria de Saúde e a Vigilância
Resíduos de pelas prefeituras;
Sanitária os principais agentes responsáveis pela fiscalização dos empreendimentos geradores;
Serviços de Saúde - Existência de PGRSS nos
- 14 municípios declararam realizar a cobrança pelo serviço de coleta de RSS;
(RSS) estabelecimentos envolvidos e
- Incineração foi a destinação predominante dos RSS de consultórios médicos e odontológicos (22%), drogarias e farmácias
registro destes nas prefeituras;
(25%), laboratórios analíticos (33%), serviços de tatuagem e clínicas (ambos com 50%) e centros de controle de zoonoses
- Práticas de gerenciamento de
(100%);
RSS em acordo com as normas e
- Já a autoclave foi a alternativa exclusiva para os RSS de estabelecimentos de ensino e pesquisa (50%), embora ela também tenha
legislação vigente.
sido utilizada por consultórios (7%) e laboratórios (17%).
- As estimativas conduzidas resultaram na geração de 3.166.575, 1.399, 590 e 0,5 toneladas de RST no ano de 2017 em portos,
aeroportos, terminais rodoviários e terminais ferroviários, respectivamente;
- Existência de PGRS;
Resíduos de - Apenas 37% dos gestores entrevistados souberam informar a existência de licença ambiental para exercerem suas atividades;
- Adequação das formas de
Serviços de - 65% das empresas não possuem Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), sendo que 36% destes são portos e
destinação;
Transportes (RST) aeroportos;
- Ampliação da coleta seletiva.
- Somente 8% dos portos e 10% dos aeroportos realizam coleta seletiva e possuem parceria com OCMR;
- 36% dos terminais rodoviários realizam coleta seletiva , sendo que 31% tem parceria com OCMR.
- Estimou-se uma geração de 8.006.546 toneladas de RM no ano de 2017, sendo 71% proveniente das empresas de extração de
rochas ornamentais, cujo principal resíduo são os estéreis, que são subsequentemente reutilizados no preenchimento da cava
exaurida na ocasião de seu encerramento;
- Existência de PGRS;
- Empresas de desdobramentos, polimento, resinagem e corte/acabamento de rochas ornamentais foram responsáveis por 28%
Resíduos de - Registro de geração;
da geração de RM em 2017. Seu principal resíduo foi a Lama de Beneficiamento de Rochas Ornamentais (LBRO), que, mesmo
Mineração (RM) - Adequação das formas de
com um montante gerado menor que os estéreis, caracteriza-se como um resíduo significativamente mais preocupante;
destinação.
- 96% dos empreendimentos visitados neste diagnóstico declararam ser licenciados, embora apenas 29% deles declarou possuir
PGRS;
- 64% das empresas entrevistadas declararam que fazem coleta seletiva, embora apenas 10% contem com parcerias com OCMR.
- Estimou-se uma geração de 10.066.409 toneladas de RI no ano de 2017, sendo 43% proveniente de siderúrgicas e 40% de
indústrias do setor de metalmecânica;
- 94% das indústrias visitadas declararam ser contempladas por processo de licenciamento ambiental para exercerem suas - Existência de PGRS;
atividades. Entretanto, apenas 38% afirmaram possuir PGRS; - Registro de geração;
Resíduos - 71% das empresas relataram realizar a coleta seletiva, embora somente 20% delas afirmou contar com parceria com OCMR; - Percentual de coleta a partir do
Industriais (RI) - As alternativas preferenciais de destinação dos resíduos perigosos (Classe I) são a reutilização, recuperação e reciclagem (seja valor gerado;
na sinterização, coqueria e/ou briquetagem). Outros métodos indicados foram o coprocessamento, a blendagem e o rerrefino de - Adequação das formas de
óleo; destinação.
- Aterros industriais são a opção preferencial para a disposição dos resíduos da Classe I e II B. Os representantes da Classe II A
são encaminhados principalmente para aterros sanitários.
Variáveis Importantes à
Tipologia Principais Constatações do Diagnóstico Técnico
Construção dos Cenários
- Estimou-se uma geração de 5.701.958 toneladas de resíduos agrossilvopastoris no ano de 2017, sendo 69% relativo à
bovinocultura (pecuária intensiva), cujo principal resíduo é o próprio esterco do animal;
- Existência de PGRS;
- Para o caso das agroindústrias, estimou-se uma geração de 4.240.586 toneladas no ano de 2015, sendo 66% referente às
- Registro de geração;
indústrias de processamento e preservação de alimentos de origem vegetal;
Resíduos - Percentual de coleta a partir do
- 75% dos empreendimentos agroindustriais visitados declararam ser licenciados, enquanto apenas 30% do setor
Agrossilvopastoris valor gerado;
agrossilvopastoril relataram o mesmo;
e Agroindustriais - Registro do quantitativo dispostos
- 75% dos empreendimentos agroindustriais e 85% dos agrossilvopastoris não possuem PGRS;
(RAA) por cada forma utilizada;
- Dos empreendimentos agrossilvopastoris, 61% dos resíduos declarados são destinados internamente, sobretudo na
- Adequação das formas de
compostagem e incorporação no solo agrícola (47%), além da reutilização, reciclagem, recuperação e queima a céu aberto;
destinação.
- A maioria dos resíduos agroindustriais são dispostos em aterros sanitários (36%) e industriais (23%). No caso dos resíduos
agrossilvopastoris, estes são dispostos preferencialmente em aterros sanitários.
- 59% dos empreendimentos visitados (isto é, as instituições públicas e privadas) declararam gerar algum dos resíduos com - Inclusão destes resíduos no PGRS
logística reversa obrigatória; dos empreendimentos;
Resíduos com
- Médias de geração: 2,7 toneladas de pneus/empresa/ano, 0,94 toneladas de pilhas e baterias/empresa/ano; 7.391 L de óleo - Registro de geração;
Logística Reversa
lubrificante/empresa/ano; 2,2 toneladas de lâmpadas/empresa/ano, 0,90 toneladas de embalagens de agrotóxicos/empresa/ano e - Registro dos pontos de coleta
Obrigatória
4,9 toneladas de REEE/empresa/ano; para cada grupo, bem como de
(RLRO)
- Iniciativas: Reciclanip (pneus), Descarte Green (pilhas e baterias), Instituto Jogue Limpo e Abrafiltros (óleo lubrificante), sua cobertura, fiscalização da
Reciclus (lâmpadas), Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (agrotóxicos) e GREEN Eletron (REEE). implantação e monitoramento.
Fonte: Autoria própria
Prognósticos e Proposição de Cenários

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| PERS
6.2 CAPACIDADE DE GESTÃO MUNICIPAL

A
o longo das expedições de campo, buscou-se voltada às metrópoles nacionais.
obter informações referentes às capacidades Além disso, a avaliação das capacidades
administrativas de todos os 78 municípios administrativas das equipes seguiu a proposta
do Espírito Santo no que tange à gestão de metodológica de Marino, Chaves e Santos Junior (2016).
seus resíduos sólidos. No entanto, deve-se ressaltar que O que se buscou com tal metodologia e seus indicadores
a ausência de informações relevantes e organizadas foi avaliar se as equipes das prefeituras estão minimamente
sobre a gestão pública, por si só, já revela fragilidades. capacitadas para atender sua região e lidar com seus
Para proceder com a análise dos indicadores desafios, uma vez que a necessidade de um determinado
destas capacidades, inicialmente foi realizada a grupo de municípios não é a mesma que a de outro.
classificação dos municípios por porte, seguindo o método A Tabela 6-1 apresenta as informações referentes
proposto pelo Observatório das Metrópoles (2010). à disposição dos municípios capixabas por porte, bem
Neste, os municípios são categorizados pelo número de como o percentual de fornecimento de informações
habitantes que abrigam, sendo que Vitória, devido à sua consistentes acerca de suas capacidades administrativas
capacidade de polarizar parte da capacidade tecnológica para gerir políticas no âmbito dos resíduos sólidos.
nacional, regional e local, recebe a “Classificação A”,

Tabela 6-1 - Distribuição dos municípios capixabas por classe (total e número respondentes por completo)
Percentual de
Municípios que
Percentual de municípios com
Classificação Municípios forneceram respostas
municípios por Classe respostas completas
completas
por Classe
A 1 1% 1 100%

B 0 - - -

C 8 10% 5 63%

D 2 3% 1 50%

E 25 32% 15 60%

F 42 54% 20 48%

Total 78 100% 42 54%


Fonte: Autoria própria. *A: Metrópoles, incluindo Vitória; B: mais de 500 mil habitantes; C: entre 100 mil e 500 mil habitantes;
D: entre 50 mil e 100 mil habitantes; E: entre 20 mil e 50 mil habitantes; F: menos de 20 mil habitantes.

Como se pode ver, o percentual de municípios a existência de equipes por si só não garante efetividade e
que respondeu à pesquisa foi de apenas 54%. Em termos bons resultados na implantação da gestão adequada dos
espaciais, a Região do Doce foi a que apresentou maior resíduos sólidos, passou-se então à avaliação da forma
participação efetiva na pesquisa, enquanto as demais com que estão organizadas. Assim, a primeira análise se
tiveram participação de aproximadamente 50% dos deu a partir do número de profissionais que compõe as
municípios que as compõem. equipes, conforme exibe a Figura 6-2, construída com
Avaliando inicialmente a presença de equipes dados fornecidos por 76 municípios capixabas. Ressalta-
para lidar com as questões relacionadas aos RSU, foi se que as Classificações D e E não computam 100%, pois
constatado que todos os municípios dispõem de equipes nem todos os municípios que as compõem forneceram
destinadas a esta atividade. No entanto, considerando que dados à pesquisa.

332
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Figura 6-2 - Número de profissionais presentes nas equipes de RSU por percentual em cada Classe*

A 100%

25%
C 62%
13%
Classificação

D 50%

E 56%
40%

7%
F 29%
64%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Maior que 10 Entre 5 e 10 Menor que 5


Fonte: Autoria própria. *No Espírito Santo não existem municípios na Classificação B

O único representante da Classificação A conta O único representante da Classificação A conta


com uma equipe de 5 a 10 profissionais, embora fosse com uma equipe de 5 a 10 profissionais, embora fosse
esperado um número maior, por se tratar de um município esperado um número maior, por se tratar de um município
de maior porte e com um sistema de gestão mais complexo. de maior porte e com um sistema de gestão mais complexo.
O mesmo ocorre nas Classificações C, D e F, porém com O mesmo ocorre nas Classificações C, D e F, porém com
um percentual menor (com respectivamente 63%, 50% um percentual menor (com respectivamente 63%, 50%
e 56% de seus municípios), visto que apresentam menos e 56% de seus municípios), visto que apresentam menos
recursos quando comparados à Classificação A. recursos quando comparados à Classificação A.
Finalmente, verificou-se que a Classificação F é Finalmente, verificou-se que a Classificação F é
aquela em que se observa a maior disparidade em termos aquela em que se observa a maior disparidade em termos
de número de profissionais nas equipes. Tais resultados de número de profissionais nas equipes. Tais resultados
demonstram que, no Espírito Santo, a composição das demonstram que, no Espírito Santo, a composição das
equipes de RSU não é necessariamente proporcional ao equipes de RSU não é necessariamente proporcional ao
porte populacional dos municípios. porte populacional dos municípios.
Em seguida, para se ter uma informação mais Em seguida, para se ter uma informação mais
detalhada sobre sua formação acadêmica, foi analisada detalhada sobre sua formação acadêmica, foi analisada
a presença de profissionais com formações restritas a presença de profissionais com formações restritas
ao campo do meio ambiente (aqui representado pelas ao campo do meio ambiente (aqui representado pelas
diferentes Engenharias e a Biologia, conforme exposto diferentes Engenharias e a Biologia, conforme exposto
na Figura 6-3). Embora apenas 42 municípios tenham na Figura 6-3). Embora apenas 42 municípios tenham
declarado tais informações, percebe-se uma preferência declarado tais informações, percebe-se uma preferência
por profissionais da Engenharia Civil e Ambiental, por profissionais da Engenharia Civil e Ambiental,
assim como da Biologia. Verifica-se também uma maior assim como da Biologia. Verifica-se também uma maior
multidisciplinaridade destas equipes nos municípios multidisciplinaridade destas equipes nos municípios
menores (Classificação E e F). menores (Classificação E e F). Ainda no quesito da

333
Figura 6-3 - Percentual de presença de certos profissionais nas equipes de RSU de cada Classe*

100%

100%
60%
C 40%
Classificação

20%

53%
40%
E 40%
7%
7%

80%
60%
F 30%
10%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Eng. Civil Eng. Ambiental Biologia Eng. Florestal Eng. Produção

Fonte: Autoria própria. *No Espírito Santo não existem municípios na Classificação B e
os representantes da Classificação D não apresentam profissionais nestas áreas.

multidisciplinaridade das equipes, sua avaliação também miscigenada), todos os demais não dispõem de um grupo
pode ser feita mediante o emprego do Coeficiente de de trabalho miscigenado, fato que pode comprometer a
Miscigenação. Este baseia-se no fundamento de que tais visão sistêmica necessária ao gerenciamento eficaz das
equipes precisam contar com um quadro de profissionais políticas voltadas aos resíduos sólidos.
com formações complementares das áreas da engenharia, Além destas análises, também buscou-se
finanças, direito, meio ambiente e serviços sociais, estudar o Grau de Capacidade Técnica (GCT) dos
principalmente, tratando as particularidades do contexto municípios. Este varia de I a V, de modo que quanto maior
local com mais abrangência durante a implementação das for o grau encontrado, maior é a qualificação técnica. A
políticas municipais de resíduos sólidos. distribuição das municipalidades por Classe em relação ao
Sendo assim, notou-se que, com exceção da seu GCT pode ser vista na Tabela 6-2.
Classificação C (que possui 20% dos municípios com equipe

Tabela 6-2 - Percentual de municípios distribuídos de acordo com seu GCT por Classe*
Grau de Capacitação Técnica
Classificação
I II III IV V
A 100% 0% 0% 0% 0%
C 60% 40% 0% 0% 0%
D 100% 0% 0% 0% 0%
E 100% 0% 0% 0% 0%
F 95% 0% 5% 0% 0%
Fonte: Autoria própria. *No Espírito Santo não existem municípios na Classificação B

334
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Considerando as informações disponibilizadas que se apresenta como ponto de fragilidade, considerando


por 42 dos municípios capixabas, aqueles de menor porte que isso pode afetar negativamente a efetividade do
(Classificações D, E e F) apresentaram baixa capacidade PERS-ES. Apesar disso, cabe salientar que a CPL leva em
técnica, uma vez que possuem menos disponibilidade consideração apenas a capacitação em relação à técnica,
de profissionais e recursos. Para os municípios de maior não sendo o único fator determinante para se ter uma
porte (Classificações A e C), esperava-se que houvesse eficiência na coordenação e sincronia das funções. É
um maior GCT, dada a complexidade de seu sistema de preciso que o profissional se mostre realmente relevante e
limpeza urbana. Todavia, este não foi o cenário observado, influente para resolver, por exemplo, questões burocráticas
visto que ambos apresentaram altos percentuais para o e políticas dentro das municipalidades (MARINO et al,
nível I (100% e 60%, respetivamente). Curiosamente, os 2016).
municípios com menos de 20 mil habitantes (Classificação De forma geral, a análise dos indicadores das
F) foram os únicos a apresentar equipes com maior grau capacidades administrativas permitiu traçar o cenário
de capacidade técnica (nível III), embora isso tenha sido atual acerca do grau de preparação dos municípios para
verificado em apenas 5% destes. lidar com os desafios da implantação deste Plano. Apesar
Também foi examinada a capacidade de de todos contarem com uma equipe destinada a tratar da
planejamento das municipalidades pelo Coeficiente de gestão dos resíduos sólidos urbanos, percebe-se que sua
Planejamento de Lideranças (CPL), que conduz uma composição não é a mais indicada para lidar com tamanha
avaliação sistêmica das lideranças envolvidas na gestão dos complexidade, evidenciando uma fragilidade na adequada
RSU. Nesta inspeção, os dados declarados mostram que a implementação do gerenciamento. Os avanços a serem
Classificação A detém profissionais mais capacitados em buscados, portanto, abrangem diversos aspectos, como
suas equipes, enquanto os municípios das Classificações o número de profissionais que compõem as equipes, sua
C, E e F apresentam uma certa diversificação. Quanto multidisciplinaridade e seu grau de capacidade técnica e
aos representantes da Classificação D, observou-se uma de planejamento das lideranças, que também se revelarem
deficiência na formação acadêmica de suas lideranças, o frágeis.

6.3 PANORAMA ECONÔMICO CAPIXABA

C
onsiderando o período compreendido entre consequências do baixo dinamismo econômico, é
os anos de 2002 a 2016, a série descrita na possível dizer que a taxa média de crescimento do
Tabela 6-3 apresenta o Produto Interno Bruto PIB capixaba foi maior que a média brasileira, que
(PIB) do Espírito Santo calculado pelo IJSN, ficou em 2,23% ao ano neste mesmo período. Como
sua participação relativa no PIB brasileiro (calculado desdobramento disso, a participação do PIB capixaba
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e em relação ao nacional chegou a 2,34% no ano de 2015,
Estatística) e sua taxa de crescimento anual. seu maior resultado neste específico retrato temporal.
Pela série informada, calcula-se que o PIB Por outro lado, repetindo uma tendência que
capixaba cresceu em média 2,89% ao ano durante o é estrutural na relação entre o PIB do Espírito Santo
período descrito. Durante este intervalo, ele apresentou e o do Brasil, as variações da taxa de crescimento do
várias quedas expressivas, inclusive registrando cinco PIB capixaba são muito mais intensas do que as da
picos negativos (2009, 2012, 2013, 2015 e 2016). Tais economia brasileira. Isso faz com que os ciclos de
decréscimos são reflexos de sérias condições pelas crescimento e queda do PIB no Estado sejam mais
quais a economia capixaba passou nesse período, acentuados do que os do país, conforme demonstra a
como a severa crise mundial que se instalou a partir Figura 6-4.
de 2007 que, em seu arrasto, afetou tanto a economia Como se pode observar, existe uma
brasileira quanto a capixaba; a grave crise brasileira, intensificação no crescimento do PIB capixaba em
deflagrada em 2013, que levou o país a taxas negativas casos em que o PIB nacional está em alta, assim como o
de crescimento; a paralização da mineradora Samarco contrário, quando este está em queda. Essa constatação
em função do rompimento da barragem de resíduos em é de importante relevância à cenarização da dinâmica
Mariana/MG; e, por fim, a crise hídrica que marcou a capixaba para os próximos 20 anos, visto que as taxas
economia capixaba fortemente nos anos de 2014 a 2016. de crescimento esperadas para o Estado tendem a ser
Ainda que esses números reflitam as graves maiores do que aquelas projetadas para o Brasil.

335
Tabela 6-3 - PIB do Espírito Santo, sua relação com o PIB nacional e sua taxa de crescimento anual
Ano PIB ES PIB ES/PIB BR (%) Taxa Anual PIB ES
2002 92.398 2,01% -
2003 95.111 2,04% 2,90%
2004 99.170 2,02% 4,30%
2005 102.682 2,02% 3,50%
2006 111.438 2,11% 8,50%
2007 119.371 2,13% 7,10%
2008 129.664 2,20% 8,60%
2009 120.685 2,06% -6,90%
2010 139.065 2,20% 15,20%
2011 149.366 2,30% 7,40%
2012 148.276 2,26% -0,70%
2013 148.134 2,19% -0,10%
2014 153.043 2,26% 3,30%
2015 152.278 2,34% -0,50%
2016 133.700 2,13% -12,20%
Fonte: IJSN (2018)

Figura 6-4 - Taxas de crescimento dos PIBs capixaba e brasileiro entre 2002 e 2016
20

15

10
Taxa de crescimento (%)

0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

-5

-10

-15
Espírito Santo Brasil

Fonte: Adaptado de IJSN (2018) e IBGE (2018)

336
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

6.4 ELEMENTOS DO PLANARES

A
o apresentar suas perspectivas de futuro, investimentos estrangeiros diretos, a
a versão preliminar do Plano Nacional de combinação dos fatores positivos dos
Resíduos Sólidos (PLANARES) definiu ciclos do orçamento público com o
os seguintes elementos como “guias” do aprofundamento do ajuste fiscal e das
processo de cenarização para o Brasil em 2030: reformas microeconômicas também
deverá promover a reativação dos
• Até 2030, a economia apresentará um investimentos produtivos privados
período de crescimento razoável, durante (devendo a relação Investimentos
o qual serão implementadas as reformas Privado/PIB elevar-se de 16,67%, em 2011,
estruturais necessárias e eliminados os para 20,79%, em 2030);
principais gargalos existentes, sobretudo • Haverá uma ampla melhoria dos
na área de infraestrutura econômica; indicadores sociais, com redução das
• Tal desempenho possibilitará que os desigualdades urbanas e regionais;
investimentos em saneamento básico no • A economia mundial experimentará
país, a serem realizados entre 2010 e 2030, um momento bastante favorável, com
se estabilizem em um patamar elevado um crescimento de 3,5% a.a. e com
quando comparado aos recursos federais a inflação em torno de 2,5% a.a. Tal
historicamente aplicados no setor; cenário será guiado pela diminuição
• Neste sentido, os investimentos federais das barreiras comerciais, aumento da
anuais em saneamento básico se elevarão integração econômica e fortalecimento
a uma média anual de R$ 14,5 bilhões (de das instituições de desenvolvimento e
2012 a 2020), decaindo a uma média de R$ melhoria da regulação ambiental;
11 bilhões nos anos seguintes (até 2030); • A estabilidade da moeda será preservada
• O Brasil experimentará um crescimento (isto é, inflação controlada) e haverá
saudável e sustentável baseado em dois mais rigor na austeridade da gestão da
períodos: (a) de 2011 a 2020, com uma taxa macroeconomia. O tripé formado pelo
de crescimento do PIB de 4,5% a.a. e (b) regime de metas de inflação, taxa de
de 2020 a 2030, com crescimento de 5,5% câmbio flexível e superávit primário
a.a. Tal projeção é compatível com uma deverá permanecer como a principal
relação Dívida/PIB decrescente, além de orientação da política macroeconômica
que se dará fortemente em torno de uma brasileira até 2030;
intensa integração externa (com aumento • O arrefecimento da inflação deverá
das exportações) e com a expansão do permitir a queda da relação Dívida/
mercado interno; PIB do setor público, embora se projete
• O Brasil passará por um importante uma queda do superávit primário, entre
crescimento no patamar dos investimentos, 2011 e 2020, ficando abaixo de 3% do PIB.
tanto do setor público quanto do privado. Contudo, a relação Dívida/PIB ainda deve
O Governo Federal conseguirá aumentar decair de 37,8%, em 2009, para 23,2%,
o patamar de investimentos públicos em em 2020. Dessa forma, o equilíbrio das
relação ao PIB (de 3,26%, em 2011, para finanças públicas deverá ser alcançado
4,54%, em 2025, e 3,69%, em 2030) com sem que os investimentos estruturadores
recursos oriundos do Orçamento Geral da e estratégicos sejam estrangulados;
União, emendas parlamentares e outros • Entre 2009 e 2030, tanto a participação
programas governamentais, à medida do Governo quanto a do setor privado
que a economia registrar elevadas taxas nos gastos de consumo no PIB deverão se
de crescimento; reduzir, cedendo lugar ao crescimento do
• Além de permitir maior atração de investimento.

337
Outras premissas importantes para a construção de cenários futuros e que foram assumidas na versão
preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos encontram-se dispostas no Quadro 6-2.

Quadro 6-2 - Cenário econômico e institucional – Brasil em 2030

Item Cenário Projetado

Política Macroeconômica Elevado crescimento em relação à dívida/PIB

Estado provedor e condutor dos serviços públicos com forte


Papel do Estado / Marco Regulatório / Relação inter federativa.
cooperação entre os entes federativos.

Gestão, gerenciamento, estabilidade e continuidade de políticas Avanços na capacidade de gestão com continuidade entre
públicas / participação e controle social mandatos

Crescimento do patamar dos investimentos públicos submetidos


Investimentos no setor
ao controle social

Desenvolvimento de tecnologias apropriadas e ambientalmente


Matriz Tecnológica / disponibilidade de recursos hídricos
sustentáveis
Fonte: (MMA, 2011)

Tanto no aspecto econômico quanto no continuidade de ações entre mandatos governamentais


institucional, todos os levantamentos registrados nos diferentes níveis federativos. A efetivação desses
anteriormente exigirão estabilidade, aprimoramento cenários dependerá de uma forte cooperação e
e fortalecimento dos instrumentos institucionais, coordenação entre os entes federativos, com ênfase no
jurídicos e normativos que permeiam a gestão dos fortalecimento da participação social no planejamento
resíduos sólidos. Para que sejam alcançados, será e execução das políticas públicas voltadas à gestão e
necessário o estabelecimento de definições claras gerenciamento integrado dos resíduos sólidos.
nas responsabilidades dos atores envolvidos e o Finalmente, as visões de futuro assumidas
aprofundamento no entendimento das funções de qualificam o país a partir do seu papel de provedor e
gestão de cada ente federado e da sociedade civil. regulador dos serviços públicos, bem como de condutor
Os cenários perspectivos para o Brasil das políticas públicas de todos os eixos do saneamento
também apontam para o necessário aumento da básico. Essas mesmas premissas e ponderações vão
capacidade de planejamento integrado e para a permear a construção de cenários prospectivos para o
criação de instrumentos capazes de orientar políticas, Espírito Santo, como se verá adiante.
programas e projetos que sejam marcados pela

6.5 ESTRUTURAÇÃO DOS CENÁRIOS PROSPECTIVOS

C
onsiderando os aspectos tratados nos tópicos anteriores, aqui serão discutidos os elementos fundamentais
à estruturação dos Cenários Prospectivos elaborados para o Plano Estadual de Resíduos Sólidos do
Espírito Santo.

338
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

6.5.1 Cenários de Crescimento Econômico Capixaba

O processo de elaboração dos cenários no • Novos esforços de investimentos e


âmbito do Plano Estadual de Resíduos Sólidos mirou inovação serão necessários à economia
a visualização de possíveis configurações futuras capixaba, uma vez que deverão emergir
para a economia capixaba e alguns de seus setores e se consolidar novos padrões de
econômicos. Projetando a geração futura de resíduos, competitividade internacionais, incluindo
espera-se que já se possa tomar as melhores e mais novos saltos logísticos e de sofisticação
eficientes decisões para o seu gerenciamento. Deste dos negócios. A não observância
modo, os diferentes cenários econômicos aqui adotados desses esforços poderá comprometer
fornecem as previsões de taxas médias de crescimento o aproveitamento das oportunidades,
do PIB capixaba que deverão, junto de outras variáveis, diminuindo a competitividade externa
embasar as projeções de geração de resíduos sólidos. das empresas capixabas;
Assim, a hipótese que permeia este Plano é de que • Com a consolidação do paradigma
o maior crescimento do PIB implica em uma maior tecnológico da indústria 4.0, o setor
dinâmica econômica de produção, transporte e industrial poderá alcançar novos
consumo e, portanto, maior geração de resíduos. patamares de agregação de valor,
Para a definição dos possíveis cenários para mais alinhados com as atividades de
a economia capixaba, foram utilizadas informações pesquisa, ciência e tecnologia e com a
disponibilizadas pelo IBGE, pelo IJSN, por Agências sustentabilidade ambiental;
Reguladoras e pelas demais entidades responsáveis • Deverá haver um aumento da importância
por gerar indicadores que permitem inferências sobre das políticas públicas voltadas à questão
o comportamento futuro de um conjunto de variáveis ambiental e à sustentabilidade. A
importantes. Sendo assim, os elementos definidos ausência de ações proativas e de políticas
como norteadores e chave para o exercício de definição claras nesse sentido poderá comprometer
de cenários voltados ao crescimento do PIB capixaba a competitividade do agronegócio e da
nos próximos 20 anos são: indústria capixaba. Deste modo, políticas,
ações e instrumentos que levem em
• Com o aumento da expectativa de vida, consideração às mudanças climáticas e
haverá um importante incremento na a preservação de recursos, por exemplo,
demanda por serviços, além de uma serão absolutamente necessárias à
maior pressão sobre a infraestrutura, sobrevivência das atividades agrícolas e
principalmente no que se refere à industriais;
população mais idosa; • O Espírito Santo deverá se abrir mais e
• A economia deverá continuar com boa aproveitar de forma mais consistente as
parte de sua dinâmica pautada pela oportunidades de geração de energia
produção e exportação de commodities limpa, seja baseada na tecnologia
industriais. Logo, o crescimento fotovoltaica ou na biomassa.
industrial e a expansão econômica dos
países emergentes (grandes parceiros Com base nesses elementos, foram definidos
comerciais do Espírito Santo) deverão três cenários para a economia capixaba no período de 20
estimular ainda mais as atividades anos, denominados Cenário Promissor, Conservador e
internas, abrindo novas oportunidades de Pessimista, vide Quadro 6-3.
negócios para empresas locais;

339
Quadro 6-3 - Cenários para economia capixaba (2018 a 2040)
Cenário Característica Crescimento Econômico
O estado se pauta no desenvolvimento sustentável,
Alto crescimento econômico;
alinhado às tendências internacionais de
Promissor Economia diversificada;
competitividade, ciência e tecnologia, mantendo as
Crescimento superior ao brasileiro.
principais atividades baseadas nas vocações locais.
Marcado pela continuidade das características
Crescimento econômico moderado;
atuais: exportação de commodities baseada em
Concentração das atividades nos
logística dedicada (portos e aeroporto); indústria
Conservador padrões atuais e na faixa litorânea
de transformação e indústria extrativa sem grande
capixaba.
diversificação; economia fortemente dependente da
dinâmica internacional.
Baixo crescimento econômico;
Marcado pela desarticulação dos projetos de
Agravamento da concentração
desenvolvimento capixaba com agravamento dos
Pessimista econômica setorial e regional;
gargalos logísticos e pouca ênfase nas políticas
Agravamento dos impactos
ambientais e de sustentabilidade.
ambientais.
Fonte: Autoria própria

6.5.2 Sustentabilidade Orçamentária e Fiscal

A análise apresentada nesta seção aborda evidenciando o comportamento de dados básicos


o comportamento recente da situação fiscal do sobre a situação fiscal do Governo. Feito isso, conduz-
Governo do Espírito Santo, principalmente em face se um estudo das finanças por meio de indicadores que
de novas demandas de investimentos provenientes da apresentam o benefício da análise mais pormenorizada
responsabilidade em arcar com a implementação do da situação fiscal dos governos, buscando conclusões
Plano Estadual de Resíduos Sólidos. sobre a sustentabilidade orçamentária e fiscal do
Inicialmente, apresenta-se uma visão Governo do Estado.
geral da evolução das finanças no período recente,

6.5.2.1 Evolução das Receitas e Despesas Totais

Conforme disposto na Figura 6-5, a situação brasileira, ainda que não tenham sido registrados
fiscal do Governo do Espírito Santo no período de 2015 impactos importantes no crescimento do PIB; (b)
a 2017 foi agravada por uma queda das Receitas Totais. melhora na gestão fiscal; e (c) aumento da receita
O panorama parece ter melhorado nos anos recentes, oriunda de transferência da União ao Estado.
tanto pelo retorno das taxas positivas de crescimento Quanto ao último ponto, o gráfico adiante
da Receita quanto por certa folga fiscal. (Figura 6-6) revela um aumento dos repasses da União
Ainda que pequena, essa relativa folga ao Espírito Santo, fundamentalmente explicado pelo
fiscal é importante tanto em relação à possibilidade de incremento do repasse de royalties e a participação
amortização de dívidas quanto ao aumento do leque especial quanto à exploração de petróleo e gás natural.
de investimento público, necessário, por exemplo, para Quanto às transferências tradicionais e constitucionais,
manter as condições de crescimento e dinâmica da também fica evidente que estas permaneceram estáveis,
economia capixaba. Neste sentido, o enriquecimento e até mesmo reduzidas em alguns casos específicos.
das contas públicas estaduais pode ser explicado a Ainda que pequena, essa relativa folga
partir de: (a) certa retomada da estabilidade econômica fiscal é importante tanto em relação à possibilidade de

340
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

amortização de dívidas quanto ao aumento do leque Quanto às transferências tradicionais e constitucionais,


de investimento público, necessário, por exemplo, para também fica evidente que estas permaneceram estáveis,
manter as condições de crescimento e dinâmica da e até mesmo reduzidas em alguns casos específicos.
economia capixaba. Neste sentido, o enriquecimento Já em relação à Dívida Consolidada Líquida,
das contas públicas estaduais pode ser explicado a os dados mostram que há uma grande diferença
partir de: (a) certa retomada da estabilidade econômica quanto à situação de sustentabilidade fiscal dos
brasileira, ainda que não tenham sido registrados Estados e do cumprimento dos parâmetros da Lei
impactos importantes no crescimento do PIB; (b) de Responsabilidade Fiscal (LRF). Levando em
melhora na gestão fiscal; e (c) aumento da receita consideração os dados correntes para 2016, de acordo
oriunda de transferência da União ao Estado. com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a dívida
Quanto ao último ponto, o gráfico adiante se tornou um grave problema para os Estados em
(Figura 6-6) revela um aumento dos repasses da União que ultrapassou o limite de 200% da Receita Corrente
ao Espírito Santo, fundamentalmente explicado pelo Líquida. Esse foi o caso de Rio de Janeiro (232%), Rio
incremento do repasse de royalties e a participação Grande do Sul (213%) e Minas Gerais (203%), conforme
especial quanto à exploração de petróleo e gás natural. indica a Figura 6-7.

Figura 6-5 - Receitas e Despesas Totais do Governo do Estado – Valores constantes 2018 (IPCA)
17,50

17,00

16,50

16,00
Bilhões de Reais

15,50

15,00

14,50

14,00

13,50

13,00

12,50
2014 2015 2016 2017 2018

Receitas Totais Despesas Totais

Fonte: Adaptado do Balanço do Estado/Painel de Controle -TCE/ES

341
Figura 6-6 - Repasses da União ao Espírito Santo – Valores constantes 2018 (IPCA)
6

4
Bilhões de Reais

0
2016 2017 2018

FPE + IPI + CIDE Fundeb Royalties SUS Total

Fonte: Adaptado do Balanço do Estado/Painel de Controle - TCE/ES

Figura 6-7 - Despesas consolidadas dos Governos Estaduais em relação à Receita Corrente Líquida – 2016

250%
232%

213%
203%
200%

175%

150%

103%
100% 94%

78%
73%
60% 58%
56%
50% 50% 26%
50% 45% 44% 42%
41% 40% 39%
35% 33%
30% 30%

14%
9%
3%
0%
RJ RS MG SP AL GO MS AC SE PE BA SC RO PI CE MA AM MT PR RR TO PB DF ES AP PA RN

Fonte: Adaptado dos dados da STN

342
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Pela análise destes resultados, é evidente que a situação do Espírito Santo é bastante confortável em
relação aos demais por estar distante dos limites estabelecidos pela LRF. Não obstante, é importante ponderar que,
para o ano de 2018, em comparação com 2017, a Dívida Líquida Consolidada do Governo do Estado voltou a subir
(vide Figura 6-8). No entanto, ressalta-se que tal crescimento ainda não demonstra risco à sustentabilidade das
finanças estaduais.

Figura 6-8 - Dívida Líquida Consolidada do Espírito Santo – Valores constantes 2018 (IPCA)

4,00
3,75

3,50
3,18 3,14

3,00

2,57
2,50
Bilhões de Reais

2,11

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00
2014 2015 2016 2017 2018

Fonte: Adaptado do Balanço do Estado/Painel de Controle - TCE/ES

6.5.2.2 Análise da Situação Fiscal

Para se conduzir uma análise da situação fiscal do Governo do Estado, foram levantados cinco indicadores,
conforme exibem os Quadros 6-4 a 6-8. Seus dados foram obtidos no Balanço Geral do Estado do Espírito Santo,
publicado pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEFA/ES) e consolidado pelo Tribunal de Contas do Espírito Santo
(TCE-ES).

Quadro 6-4 - Resultado Orçamentário Fiscal


INDICADOR 01 Resultado Orçamentário Fiscal
Refere-se à diferença entre o total de receitas e despesas aferidas por determinado ente em um exercício financeiro.

Fórmula de cálculo: Receita Total – Despesa Total


Fonte: Autoria própria

343
De forma agregada, esse indicador Analisando-o, nota-se um cenário de clara
apresenta o total de receitas e despesas do Estado, melhoria, com um expressivo resultado orçamentário
indicando suas condições de equilíbrio fiscal. Nele, positivo em 2017, conforme demonstra a Figura 6-9.
resultados fiscais positivos demonstram que a gestão No entanto, o valor do ano seguinte aponta para
conseguiu atingir, dentro de um mesmo exercício uma queda, embora esta ainda esteja muito longe
financeiro, uma receita (em todas as suas formas de comprometer o equilíbrio fiscal. Diante destes
de entrada) superior ao valor total das despesas resultados, é possível inferir que a crise econômica à
efetuadas no mesmo período. Quando negativo, qual o Brasil e, consequentemente, o Espírito Santo
indica o valor da necessidade de financiamento do foram submetidos contribuiu fortemente para a
setor público (NFSP). queda dos resultados fiscais positivos.

Figura 6-9 - Resultado Orçamentário Fiscal do Espírito Santo – Valores constantes 2018 (IPCA)
1,20
1,13
1,08
1,05
1,01
1,00

0,80
Bilhões de Reais

0,60

0,40
0,30

0,20

0,00
2014 2015 2016 2017 2018

Fonte: Adaptado do Balanço do Estado/Painel de Controle - TCE/ES

Quadro 6-5 - Resultado Primário


INDICADOR 02 Resultado Primário
Refere-se à diferença obtida entre as Receitas Primárias, que seriam as receitas orçamentárias excluídas das operações
de crédito, rendimento de aplicações financeiras, juros e amortizações de crédito, recebimento de empréstimos
concedidos e privatizações, e as Despesas Primárias, que seriam o total das despesas orçamentárias, excluído os gastos
com juros e amortização da dívida, aquisição de títulos de capital integralizado e concessão de empréstimos com
retorno garantido.

Fórmula de cálculo: Receita Primária – Despesa Primária


Fonte: Autoria própria

344
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

De acordo com o Manual de Demonstrativos Fiscais do Governo Federal, esse indicador reflete o
impacto gerado pela política fiscal executada pelo Estado ao evidenciar o resultado fiscal do setor público livre
da “carga” dos déficits incorridos no passado. Sendo assim, a Figura 6-10 apresenta o Resultado Primário Fiscal
estadual atingido entre 2014 e 2018 (representado por uma linha) em comparação com a meta estabelecida
para o mesmo período (ilustrada pelas barras), constantes no anexo de Riscos Fiscais da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO).

Figura 6-10 - Resultado Primário Fiscal do Espírito Santo – Valores constantes 2018 (IPCA)
800,00

600,00 555,23
494,59 512,32

400,00 471,02
316,57

206,45
Milhões de Reais

200,00

0,00
2014 2015 2016 2017 2018

-200,00

-400,00

-600,00

-807,29 -831,46
-800,00

-973,83 -967,93
-1.000,00

Meta Resultado Primário

Fonte: Adaptado do Balanço do Estado/Painel de Controle-TCE/ES

Quando se observa o período, é notório que as metas foram fixadas no campo negativo, o que revela
a suposição, quando do planejamento, de que o Estado não conseguiria suprir as despesas financeiras com
os recursos próprios de cada exercício. Percebe-se, no entanto, que o valor atingido em termos de Resultado
Primário Fiscal foi positivo, inclusive se estabilizando em torno de R$ 500 milhões nos últimos anos. Sob a
ótica fiscal, valores positivos deste indicador revelam uma melhora na gestão das contas públicas no período
de análise.

Quadro 6-6 - Resultado Primário Marginal


INDICADOR 03 Resultado Primário Marginal
Demonstra a relação entre o resultado primário e as receitas primárias, que indica qual a dimensão do resultado obtido
diante da margem disponível para tal.

Fórmula de cálculo: Resultado Primário / Receitas Primárias


Fonte: Autoria própria

345
Buscando a melhor avaliação do resultado embora esta volte a decair em 2018. Entretanto, essa
deste indicador, é fundamental uma análise ligeira queda não foi o suficiente para comprometer
conjunta do resultado primário perante o valor das a qualidade da gestão fiscal do Estado no período,
receitas primárias no mesmo período, o que pode conforme exposto anteriormente.
ser mensurado pelo terceiro indicador em estudo, A análise do cenário macroeconômico
o Resultado Primário Marginal. Este apresenta a brasileiro e seus rebatimentos na economia capixaba
relação entre o que foi atingido pelo Estado frente apontam para uma necessidade de prudência na
sua possibilidade (Receita Primária), isto é, indica gestão fiscal do Governo, sobretudo em função
qual a dimensão do resultado obtido diante da das indicações de que o período de dificuldades
margem disponível total. econômicas deve se prolongar ainda nos próximos
Neste contexto, a Figura 6-11 apresenta o anos. Assim, embora se possa dizer que a ligeira
valor do Resultado Primário Marginal apurado no queda no indicador seja um reflexo da crise
período de 2016 a 2018. Sua análise evidencia que, econômica, e não queda na qualidade da gestão,
de 2016 para 2017, houve uma importante melhora,

Figura 6-11 - Resultado Primário Marginal do Espírito Santo – Valores constantes 2018 (IPCA)
4,00%

3,56%
3,46%
3,50%

3,00%

2,50%
2,30%

2,00%

1,50%

1,00%

0,50%

0,00%
2016 2017 2018

Fonte: Adaptado do Balanço do Estado/Painel de Controle-TCE/ES

Quadro 6-7 - Resultado Operacional Líquido


INDICADOR 04 Resultado Operacional Líquido
Este indicador apura o resultado orçamentário caso o Estado não recorra mais a Operações de Crédito e outras receitas
financeiras para arcar com suas despesas totais.

Fórmula de cálculo: Receita Primária – Despesa Total


Fonte: Autoria própria

346
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

uma tendência continuada da diminuição poderia aumentar a dificuldade do Governo Estadual em continuar
cumprindo com suas despesas fiscais e financeiras ao longo dos próximos anos.
Em termos do Resultado Operacional Líquido, sua importância está relacionada ao fato de que ele
apresenta uma situação simulada na qual o Estado, por ter atingido seu nível máximo de endividamento nos
termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, não poderia contrair novos empréstimos ou não poderia abrir mão
de outras receitas financeiras ou, para aumentar o rigor fiscal, partisse da decisão de não aumentar o seu nível
de endividamento. Deste modo, teríamos a situação demonstrada na Figura 6-12.
Conforme demonstrado pelo gráfico, caso o Estado optasse por arcar com suas despesas totais
(primárias e financeiras), bem como amortizar parte de sua dívida e recorrer a receitas financeiras durante
os exercícios analisados, não seria possível arcar com seus compromissos, já que os valores se expressam
negativos para o período. Cabe ressaltar, entretanto, que à medida que esse valor se aproxima do campo
positivo, indica que o Estado poderia cumprir com tal objetivo nos próximos anos, desde que essa tendência
continuasse e não houvesse grandes alterações em suas despesas.

Figura 6-12 - Resultado Operacional Líquido do Espírito Santo – Valores constantes 2018 (IPCA)
0,00
2016 2017 2018
-0,06
-0,20

-0,40
-0,43
-0,60
Bilhões de Reais

-0,80

-1,00

-1,20

-1,40

-1,60
-1,58

-1,80

Fonte: Adaptado do Balanço do Estado/Painel de Controle-TCE/ES

Quadro 6-8 - Resultado Nominal


INDICADOR 05 Resultado Nominal
Este indicador apresenta a variação do endividamento líquido, ou seja, a diferença entre o saldo da dívida fiscal
líquida em 31 de dezembro de determinado ano em relação ao apurado em 31 de dezembro do ano anterior.

Fórmula de cálculo: Dívida Fiscal Líquida (Ano n) – Dívida Fiscal Líquida (Ano n-1)
Fonte: Autoria própria

347
Finalmente, outro indicador de condição fiscal.
fundamental importância na análise da gestão Como se observa na Figura 6-13, o Espírito
fiscal das contas estaduais é o Resultado Nominal, Santo apresentou Resultados Nominais negativos
que mede a variação da dívida fiscal em cada ano. nos anos de 2016 e 2017. Isso significa que a dívida
Nele, a indicação de um resultado positivo retrata fiscal líquida capixaba diminuiu neste período,
o crescimento do endividamento, evidenciando um embora tenha sido registrado um aumento para o
agravamento das condições fiscais. Ao contrário, ano de 2018, demonstrando uma piora na situação
um valor negativo significa uma queda da Dívida fiscal.
Fiscal Líquida, resultando numa melhora na

Figura 6-13 - Resultado Nominal do Espírito Santo – Valores constantes 2018 (IPCA)
1,00

0,50 0,46

0,00
Bilhões de Reais

2016 2017 2018

-0,50

-1,00
-1,02

-1,50
-1,57

-2,00

Fonte: Adaptado do Balanço do Estado/Painel de Controle - TCE/ES

Mesmo com um incremento positivo da Dívida Fiscal Líquida no último ano de análise, vale
mencionar que o Estado ainda se encontra em situação muito confortável quando se analisa seu endividamento
sob as métricas da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece que a Dívida Fiscal Líquida não poderá
ultrapassar 200% da Receita Corrente Líquida. Sob tal ótica, a Tabela 6-4 mostra os valores registrados para o
Espírito Santo, deixando claro que não há, para o período analisado, nenhum risco de descumprimento dos
parâmetros da LRF.
Finalmente, conclui-se que as finanças públicas do Governo do Espírito Santo têm apresentado um
panorama de melhoria, demonstrando uma situação favorável. No entanto, embora esta seja assertiva por
uma situação favorável, não descuida em indicar a necessidade de monitoramento das condições fiscais do
Governo, uma vez que este apresentou, ainda que ligeiramente, uma deterioração de suas contas – mesmo
que isso ainda esteja longe de significar uma desestruturação das contas públicas. Deste modo, os dados
discutidos apontam para um processo em que há uma melhoria na capacidade de investimento, mas que se
consolidará apenas se a disciplina fiscal permanecer pelos próximos anos.

348
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Tabela 6-4 - Dívida Fiscal Líquida do Espírito Santo em relação ao limite da LRF
Ano Percentual ES / Limite LRF
2016 26,48% / 200%
2017 17,34% / 200%
2018 18,95% / 200%
Fonte: Adaptado do Balanço do Estado/Painel de Controle-TCE/ES

6.5.3 Descrição dos Cenários Prospectivos

O Cenário Promissor leva em consideração na versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos


o progresso e as principais tendências de crescimento Sólidos, consolidando a lógica de que, quando o país
observadas no Espírito Santo nos últimos anos. cresce, o Espírito Santo cresce a taxas superiores, como
Incorpora como elementos diretivos os principais visto anteriormente.
vetores estratégicos de desenvolvimento econômico, Tratando-se do Cenário Conservador, este se
social e ambiental, os associando à modernização e à caracteriza pela continuidade das principais tendências
expansão da estrutura produtiva capixaba. de desenvolvimento socioeconômico observadas no
Nele, o avanço e a modernização das Espírito Santo no passado recente. Considera apenas
atividades econômicas e do parque produtivo capixaba uma moderada influência de novos vetores estratégicos
resultará na melhoria das condições de produção de desenvolvimento e, mesmo que haja uma ampliação
e comercialização de bens e serviços. Tal condição da capacidade de modernização produtiva, seu ritmo
propiciará uma ampliação da renda da população é tido como lento. Logo, a economia tenderá a se
e, consequentemente, bem como um aumento do acomodar nas mesmas condicionantes históricas que
consumo e da geração de novos empregos. Todo o marcaram a economia capixaba até então.
conjunto de investimentos promoverá a ampliação Neste Cenário, há uma expectativa de
e manutenção da infraestrutura e das tecnologias manutenção dos níveis atuais de investimentos,
sustentáveis, de forma a atender os parâmetros da assim como da dinâmica e da participação relativa
legislação ambiental. dos setores econômicos na economia e na geração de
Mais do que isso, neste cenário o Estado emprego e renda. Além disso, espera-se a manutenção
assumirá um papel mais preponderante em relação das políticas de transferência de renda, garantidas
às políticas públicas voltadas à sustentabilidade. pelas políticas nacionais e estaduais de combate à
Ampliará, portanto, a prestação dos serviços públicos pobreza – o que permitirá uma sustentação dos atuais
(diretamente ou por concessão) em saneamento, de níveis de consumo da população.
modo a garantir sua equidade, universalização e A baixa reorientação e o reduzido impacto
sustentabilidade. de novos vetores estratégicos de desenvolvimento,
Levando-se em consideração os estudos do além da moderada capacidade de modernização,
IJSN (2018) e Espírito Santo (2013), no Cenário Promissor, também implicarão na manutenção dos principais
a taxa média de crescimento anual do PIB capixaba desafios ambientais já observados na economia
girará em torno de 6,0% ao ano de 2018 a 2040. Com isso capixaba. Deste modo, o Estado continuará assumindo
as tendências de melhoria nas condições de renda da um papel decisivo de provedor dos serviços públicos,
população serão mantidas em função da implantação implementando políticas regulatórias do setor de
de diversos empreendimentos econômicos, assim saneamento.
como o desempenho da produtividade da economia Por fim, levando-se em consideração os
capixaba e de sua capacidade de modernização serão estudos do IJSN (2018) e Espírito Santo (2013), as
aprimorados. taxas médias de crescimento anual do PIB capixaba
É importante ressaltar que o valor projetado deverão estar em torno de 4,5% ao ano no período
para a taxa média de crescimento econômico se justifica entre 2018 e 2040. Assim espera-se que sejam mantidos
por estar superior à taxa de 5% estimada para o Brasil os atuais níveis de melhoria nas condições de renda

349
da população, sobretudo devido à continuidade das interacionais, distanciando-se das posições de
principais características e vetores de crescimento que maior competitividade. Sem alinhamento com as
marcaram a economia capixaba nos últimos anos. transformações científicas e tecnológicas, os problemas
A pior situação para a economia capixaba de sustentabilidade e as consequências socioambientais
é concretizada no Cenário Pessimista. Neste, além que precisa enfrentar se intensificarão ainda mais.
da permanência de uma economia concentrada Levando-se em consideração os estudos do
(tanto setorial quanto geograficamente), o grau de IJSN (2018) e Espírito Santo (2013), as taxas médias de
concentração desta avançará ainda mais, intensificando crescimento anual do PIB capixaba deverão ficar em
a desigualdade econômica estrutural. Enquanto a torno de 2,5% ao ano de 2018 a 2040. Diante disto, o
Região Metropolitana consolidará seu protagonismo Espírito Santo não será capaz, de promover mudanças
(acompanhada pelos municípios litorâneos), as demais nos níveis e nas condições de renda da população,
Regiões passarão a enfrentar dificuldades ainda visto a perda de competitividade e os desalinhamentos
maiores para promover seu desenvolvimento, sem científicos e tecnológicos.
condições de sustentar sua infraestrutura de oferta de O Quadro 6-9 resume as principais
serviços sociais. características dos três Cenários Prospectivos
Nesse caso, a economia capixaba não delineados neste Plano Estadual de Resíduos Sólidos.
acompanhará as principais mudanças nos mercados

Quadro 6-9 - Características dos Cenários Prospectivos para a economia capixaba

Cenário Principais características

- Aumento da competitividade da economia;


- Diversificação das bases produtivas;
- A economia experimentará novos saltos de desenvolvimento socioeconômico;
- Avanços no ambiente institucional e na governança facilitarão o desenho e a implementação de
Promissor políticas públicas;
- A economia se alinhará cada vez mais progressivamente ao desenvolvimento científico e
tecnológico, se aproximando da fronteira global;
- Significativos avanços na institucionalidade, gestão e governança dos recursos naturais
aproximarão a economia capixaba de um crescimento e desenvolvimento sustentável.
- Continuidade da concentração e dependência econômica da produção de commodities minerais
e industriais produzidas por grandes plantas instaladas em torno da Região Metropolitana;
- Progressão moderada da competividade das empresas capixabas, com aumento moderado em
seu dinamismo e avanços tecnológicos;
Conservador
- Continuidade das principais características do sistema de inovação, sem grandes saltos ou
mudanças estruturais em sua relação com a economia;
- Continuidade dos desafios ambientais e de sustentabilidade que já caracterizam fortemente a
economia capixaba.
- Perda de competitividade da economia e baixo dinamismo econômico;
- Baixo desempenho institucional e de governança, não alinhando o Espírito Santo às principais
mudanças globais;
- Baixos e incipientes investimentos em P&D e inovação;
Pessimista
- Agravamento das desigualdades regionais;
- Aumento da dependência da produção de commodities industriais e minerais;
- Uso não sustentável dos recursos naturais e afastamento de posições de sustentabilidade
ambiental da economia capixaba.
Fonte: Autoria própria

350
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

6.6 ANÁLISE DOS CENÁRIOS PROSPECTIVOS

N
as seções anteriores foram elencadas as sistematizadas. O fato de algumas das variáveis
variáveis estratégicas que representam o do levantadas se apresentarem como “sem informação”
status quo da gestão dos resíduos sólidos no corresponde a um desafio em várias vertentes,
Espírito Santo. Foi apresentado um amplo tais como: gestão pública, legislação, fiscalização
conjunto de informações sistematizadas acerca do e adequação de conduta. Embora exista uma certa
diagnóstico técnico e de outros estudos, além de terem limitação, estes indicadores são o que há de mais atual
sido apontadas as tendências de desenvolvimento e confiável acerca do gerenciamento das referidas
socioeconômico observadas no passado recente, tipologias de resíduos no Estado.
com destaque à influência de estratégicos vetores de Para a construção dos três Cenários
desenvolvimento. Também foi elaborado um panorama Prospectivos no que se refere às tipologias de resíduos
das capacidades administrativas municipais para a sólidos, o comportamento futuro das variáveis
gestão dos resíduos sólidos urbanos, o que serve de levantadas foi extrapolado, de forma que os resultados
termômetro para a mensuração do grau de adequação alcançados foram comparados, quando possível, com
da gestão pública para lidar com os desafios a serem metas estipuladas legalmente ou com padrões de
impostos pelo PERS-ES. referência disponíveis na literatura. O conjunto de
Para cada tipologia de resíduo em estudo informações apuradas evidenciou que no espectro
foram então identificadas as variáveis passíveis de atual existem variáveis em diferentes estágios
parametrização em termos dos Cenários Prospectivos, de adequação, não representando, portanto, uma
conforme disposto no Quadro 6-10 adiante. Estas realidade homogênea dentro de cada Cenário.
correspondem aos resultados obtidos na etapa do É importante ressaltar que os valores
diagnóstico técnico e refletem todo o esforço de apresentados não se caracterizam como metas para
pesquisa voltado à consolidação do panorama estadual. ações que serão propostas neste Plano. Tratam-
Apesar disso, cabe ressaltar que em muitos se apenas de estimativas que possivelmente serão
casos as prefeituras, empresas, empreendimentos alcançadas pelas variáveis de referência, caso cada um
e/ou instituições entrevistadas não forneceram ou dos Cenários se estabeleça no futuro.
sequer possuíam as informações organizadas e

6.6.1 Aspirações Sociais, Econômicas e Técnicas

Além dos elementos já retratados, a análise Gerenciamento de Resíduos Sólidos


dos Cenários Prospectivos também levou em conta (PM – Planos Municipais);
uma gama de aspirações de cunho social, econômico • Pesquisa bibliográfica em documentos
e técnico (composto pelos eixos ambiental e sanitário). oficiais, planos, dentre outros (BB –
Estas envolvem um amplo conjunto de demandas, Pesquisa Bibliográfica);
requerimentos e expectativas em relação ao Plano para • Diagnóstico Técnico que precedeu a
as diferentes tipologias de resíduo em análise. Seu etapa do Prognóstico (T).
conteúdo é fruto de um levantamento de informações
em diversas fontes, a saber: Durante o levantamento destas aspirações,
diversos elementos convergentes foram identificados
• Respostas obtidas pela aplicação dos nas diferentes fontes consultadas. Percebeu-se também
questionários aos setores, bem como que alguns fatores apontam para necessidades não só
pelo preenchimento de formulários de individuais, mas regionais, como a demanda por um
contribuição distribuídos nas Oficinas aterro sanitário que atenda os municípios situados ao
Regionais de elaboração do diagnóstico norte do Estado.
(S – Mobilização Social); No que tange ao viés social, as demandas
• Informações de aspirações obtidas se organizaram em 14 aspirações. Alguns elementos
nos atuais Planos Municipais de foram apontados para todas as tipologias de resíduos,

351
Quadro 6-10 - Valoração das variáveis de referência para cada Cenário Prospectivo

352
Tipologia Variável Unidade Cenário Atual ES (2018) Cenário Promissor Cenário Conservador Cenário Pessimista

Cobertura da coleta convencional População 94,45% 100% Manter Menor que a atual
Menor ou igual ao
Cobertura da coleta seletiva População 28,18% 100% Crescimento (<100%)
atual
Disposição adequada Município 87,18% 100% Manter Menor que a atual
Existência de PMGIRS Município 97,44% 100% 100% Manter
Classificação PMGIRS Município 69,8% (43 municípios) 100% bom Crescimento (<100%) Manter
RSU A partir do nível Majoritariamente a
Grau de Capacidade Técnica Município Majoritariamente nível I Manter
IV partir do nível III
Majoritariamente não
Coeficiente de Miscigenação Município miscigenada (92,86% de 42 100% Miscigenada Crescimento (<100%) Manter
municípios)
Aumento no
Coeficiente de Planejamento de 31% adequada e 28,7% regular 100% no mínimo
Município Manter percentual de
Lideranças (42 municípios) regular
inadequação
Registro de geração de RSPS Massa 62% 100% Crescimento (<100%) Manter
Manejo adequado de RSPS Massa Sem informação 100% Avançar Manter
RSPS
Disposição adequada Massa 72% 100% Manter Menor que atual
Existência de PGRS Sistema 71% 100% Melhoria (<100%) Manter
Existência de PMGRCC Município Sem informação 100% 100% Manter
Legislação RCC Município 32% 100% Melhoria (<100%) Manter
Controle dos pontos de disposição
Municípios 31% 100% Melhoria (<100%) Manter
irregular
100% grandes
Existência de PGRCC Empreendimento 35% Melhoria (<100%) Manter
geradores
Fiscalização do atendimento ao
Município 36% 100% Melhoria (<100%) Manter
RCC PMGRCC
Registro de geração de RCC Empreendimento 22% 100% Melhoria (<100%) Manter
Disposição adequada Empreendimento 51% 100% Melhoria (<100%) Manter
Classe A (33%), Classe B (50%) e
Classe D (27%).
Reciclagem As obras não souberam Classe A (50%)
Massa Manter Manter
(grandes geradores) informar a destinação de classe B (80%)
seus RCC Classe C, além de
tratamento biológico (33%)
Tipologia Variável Unidade Cenário Atual ES (2018) Cenário Promissor Cenário Conservador Cenário Pessimista

Legislação municipal sobre


Município 29,50% 100% Melhoria (<100%) Manter
gerenciamento de RSS
Cobrança financeira pelas
Município 18% 100% Melhoria (<100%) Manter
RSS prefeituras
Existência de PGRSS Estabelecimento 40% 100% Melhoria (<100%) Manter
Registro de geração de RSS Estabelecimento 19% 100% Melhoria (<100%) Manter
Gerenciamento adequado de RSS Estabelecimento 36% 100% Melhoria (<100%) Manter
Existência de PGRS Empreendimento 29% 100% Melhoria (<100%) Manter
RM Registro de geração de RM Empreendimento 39% 100% Melhoria (<100%) Manter
Disposição adequada Empreendimento Sem informação 100% Melhoria (<100%) Manter
Existência de PGRS Empreendimento 38% 100% Melhoria (<100%) Manter
RI Registro de geração de RI Empreendimento 44% 100% Melhoria (<100%) Manter
Disposição adequada Empreendimento 75% 100% Melhoria (<100%) Manter
100% nos
empreendimentos
25% nos empreendimentos
agroindustriais
Existência de PGRS Empreendimento agroindustriais e 15% nos Melhoria (<100%) Manter
e grandes
RAA agrossilvopastoris
geradores de
agrossilvopastoris
Registro de geração de RAA Empreendimento 22% 100% Melhoria (<100%) Manter
Disposição adequada Empreendimento 67% 100% Melhoria (<100%) Manter
Existência de PGRS Empreendimento 35% 100% Melhoria (<100%) Manter
RST Ampliação da Coleta Seletiva Empreendimento Sem informação 100% Melhoria (<100%) Manter
Disposição adequada Empreendimento 66% 100% Melhoria (<100%) Manter
Inclusão nos PGRS Empreendimento Sem informação 100% Melhoria (<100%) Manter
Registro de geração de RLRO Empreendimento Sem informação 100% Melhoria (<100%) Manter
RLRO Coleta de RLRO Empreendimento Sem informação 100% Melhoria (<100%) Manter
Registro PEV Empreendimento Sem informação 100% Melhoria (<100%) Manter
Prognósticos e Proposição de Cenários

Fiscalização Município Sem informação 100% Melhoria (<100%) Manter


Fonte: Autoria própria

353
| PERS
como a implantação de um cadastro estadual digital Especificamente para o setor de saneamento,
georreferenciado e a desburocratização dos processos foi exposto a necessidade de capacitação continuada
de licenciamento de empreendimentos de destinação de agentes municipais para priorização na contratação
de resíduos e disposição de rejeitos. Verificou-se de tecnologias sustentáveis de tratamento de água e
também o desejo de uma ampliação de campanhas esgoto. Já na categoria de Transbordo, Armazenamento,
de conscientização e comunicação continuada dos Tratamento e Destinação (TATD), observou-se o
cidadãos, motivado principalmente pelos seguintes interesse na desoneração da carga tributária para
objetivos: redução e segregação correta dos resíduos; empresas que realizam o gerenciamento de resíduos.
informação sobre cronogramas de coleta convencional, Finalmente, no âmbito das aspirações
especial e seletiva; incentivo à adesão à rede de técnicas (tanto ambientais quanto sanitárias) também
esgotamento sanitário municipal; informação acerca houve bastante congruência entre o conteúdo dos
de cobertura de coleta de esgoto e da qualidade do planos municipais e o que foi averiguado durante
efluente tratado; e destinação adequada de resíduos, as Oficinas Regionais e as visitas realizadas para a
com destaque aos resíduos de saúde do tipo home care. elaboração do diagnóstico. No total, as demandas foram
O fomento à pesquisa para desenvolvimento reunidas em torno de 30 aspirações comuns. Estas
de ciência, tecnologia e inovação também foi identificado envolvem expectativas específicas à infraestrutura,
como aspiração comum aos representantes de quase como a implantação de um aterro sanitário na região
todas as tipologias em estudo. As Organizações de Norte, a reabilitação de áreas degradadas, a adequação
Catadores de Materiais Recicláveis (OCMR) também de Estações de Transbordo e a instalação de usinas
foram citadas no que diz respeito ao aprimoramento de regionais voltadas tanto ao aproveitamento energético
seu sistema de auto-gestão, à melhoria das condições de rejeitos quanto à compostagem de resíduos
de trabalho e ao firmamento de parcerias com a orgânicos.
iniciativa privada. Das aspirações gerais, destacam-se algumas
Além desta, outras aspirações particulares de cunho mais normativo, como o reforço nos
merecem destaque, como a implantação de um sistema processos de fiscalização e revisão das legislações que
de rastreamento de caixa estacionária de coleta tenham incompatibilidades com a atual política de
de resíduos de construção civil, a desmistificação gestão de resíduos, além da busca pela ratificação dos
do reaproveitamento dos resíduos industriais e acordos setoriais estaduais e a implantação de sistemas
de mineração em outros processos industriais e a de informação digital para o controle da geração.
designação de uma autarquia especial para regular Também foram verificadas demandas na capacitação
os serviços de limpeza urbana, saneamento e de de agentes municipais no quesito licenciamento
gerenciamento de resíduos de saúde, construção civil ambiental e aspectos gerais de legislações específicas,
e de serviços de transporte. na mensuração adequada da geração de resíduos nos
Quanto às aspirações econômicas, percebeu- municípios e na formalização de elementos de custos
se demandas organizadas em torno de 7 aspirações. e produtividade, de modo a facilitar e uniformizar o
De maneira geral, elas englobam a desoneração da processo de terceirização.
carga tributária da cadeia da reciclagem, o apoio Tratando-se dos resíduos sólidos urbanos,
técnico e jurídico à realização de cobrança por serviços foi verificada a expectativa de fomentar a ampliação da
e a cobrança ao poder público pela implementação e cobertura de coleta. Além disso, no âmbito do setores
operacionalização de etapas do gerenciamento dos minerário, industrial, agrossilvopastoril, transbordo,
resíduos de responsabilidade do gerador. O fomento armazenamento, tratamento, destinação e logística
e manutenção de consórcios públicos/soluções reversa, foi identificado o interesse na reestruturação
compartilhadas também foi uma aspiração levantada da Bolsa Capixaba de Resíduos.
pelos geradores de grande parte das tipologias de Os Quadros 6-11 a 6-13 mostram como as
resíduos em estudo, assim como o desejo pela criação aspirações vão se repetindo nas várias tipologias de
de linhas de crédito especiais para implantação e/ou resíduos. É interessante notar como as demandas
ampliação da infraestrutura de coleta e transporte e/ou aparecem de diversas formas, embora organizem-se
de unidades de beneficiamento e reciclagem. em um bloco comum de aspirações.

354
Quadro 6-11 - Aspirações Sociais para o gerenciamento de resíduos sólidos

Aspirações RSU RSPS RCC RSS RST RM RI RAA RLRO TATD

Ampliar programas continuados de conscientização e capacitação de cidadãos/


empreendimentos geradores (PM; T; S);

Reforçar/ampliar estrutura de programas de comunicação continuada de cidadãos sobre


cronograma e cobertura de serviços e destinação adequada de resíduos (PM; BB; T e S);

Reforçar estrutura de apoio e treinamento permanentes para utilização de EPI, carteira de vacina
em dia, pagamento de insalubridade e avaliação da saúde do trabalhador para servidores e
terceirizados dos serviços de coleta e triagem (S);
Implantar redes de OCMR para aprimoramento de sistema de auto-gestão e comercialização
centralizadas (S; T; PM);
Designar autarquia especial ou outro ente da administração indireta, para regular e/ou
fiscalizar o serviço de limpeza urbana e gerenciamento de resíduos sólidos (S; PM);

Implantar um cadastro estadual digital georreferenciado com a descrição das empresas com
licenças válidas para os serviços de destinação e disposição de resíduos sólidos (S; T);

Desburocratizar o processo de licenciamento de empreendimentos de destinação de resíduos e


disposição de rejeitos (S; T; PM).

Desburocratizar o processo de licenciamento de armazenamento temporário (bota-fora) para


resíduos sólidos de construção civil (S; T);

Fomentar pesquisa para desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação - CT&I (T, S).

Fomentar a implantação de sistema de rastreamento de caixas estacionárias de coleta de


resíduos sólidos (PM; T; S);

Fomentar a ampliação de parcerias de empresas privadas com OCMR para doação da fração
reciclável de resíduos sólidos (T);
Prognósticos e Proposição de Cenários

Ampliar parcerias com a iniciativa privada para discutir elementos das políticas de resíduo,
elaboração de projetos de gerenciamento de resíduos e seus efeitos no licenciamento de
atividades potencialmente poluidoras (T; S);
Desmistificar a aplicação de resíduos sólidos em processos industriais como matéria prima
secundária (S);

355
Fonte: Autoria própria
| PERS
Quadro 6-12 - Aspirações Econômicas para o gerenciamento de resíduos sólidos

356
Aspirações RSU RSPS RCC RSS RST RM RI RAA RLRO TATD

Contratar estudo de viabilidade econômica da desoneração da carga tributária da cadeia de


reciclagem de resíduos sólidos (S; T; PM);
Oferecer apoio técnico e jurídico na descrição e promulgação de legislação municipal para
cobrança pelos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, conforme
Art. 29º da Lei Federal n.º 11.445/2007 e Art. 80º do Decreto Federal n.º 7.404/2010 (PM; BB; T);
Oferecer apoio técnico e jurídico na promulgação de legislação municipal para realização de
cobrança ao poder público pela implementação e operacionalização de etapas do gerenciamento
dos resíduos de responsabilidade do gerador, conforme Art. 27º, § 2 e Art. 33º da Lei Federal n.º
12.305/2010 (S, PM);
Oferecer linhas de crédito especiais para a implantação e/ou ampliação de infraestrutura de
coleta e transporte e/ou de unidades de beneficiamento e reciclagem de resíduos sólidos (S; T).
Implantar programa de capacitação continuada de agentes municipais para priorização da
contratação de tecnologias sustentáveis de tratamento de água e de esgoto (S).
Fomentar o estabelecimento de soluções compartilhadas/manutenção de consórcios públicos
(PM; T).
Contratar estudo de viabilidade econômica da desoneração da carga tributária para empresas
que operam no gerenciamento de resíduos sólidos (T; S);
Fonte: Autoria própria
Quadro 6-13 - Aspirações Técnicas para o gerenciamento de resíduos sólidos

Aspirações RSU RSPS RCC RSS RST RM RI RAA RLRO TATD

Implantar aterros sanitários para atender a região Norte (S; PM; PB; T);
Contratar estudo de viabilidade econômica para a instalação de usinas regionais para
aproveitamento energético de lodos de estação de tratamento de esgoto e compostagem para
destinação de rejeitos (S; T; PM).

Implementar programa estadual para implantação, ampliação e/ou adequação de sistemas de


tratamento de lodos de estações de tratamento de água e de esgoto (S; T);

Implantar programa de adequação das Estações de Transbordo (T; PM);

Implantar/fomentar implantação de usinas de aproveitamento energético regionais para


rejeitos (S; T; PM);
Implantar/fomentar implantação de usinas de compostagem regionais para destinação da
fração orgânica dos resíduos sólidos (S; T; PM)
Reforçar a estrutura de fiscalização de lixões/aterros controlados, com apoio na implantação de
soluções temporárias e locais para disposição final adequada (T; S; PM);
Implantar programa de reabilitação de áreas degradadas pela disposição inadequada de
resíduos sólidos (S; T; PM);
Fomentar discussão e ratificar Acordos Setoriais Estaduais para os resíduos com logística
reversa obrigatória, conforme Art. 33º Lei Federal n.º 12.305/2010 (S; T; PM);
Contratar estudo de viabilidade técnica e econômica para a ampliação da cobertura das coletas
regular, especial e seletiva, aproveitando a estrutura existente dos consórcios públicos (T);
Fomentar a ampliação das coberturas das coletas regular, especial e seletiva, aproveitando a
estrutura existente dos consórcios públicos (T);
Reforçar estrutura de fiscalização da execução dos Planos de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos (T, S, BB);
Reforçar estrutura de apoio na elaboração de planos de recuperação de áreas degradadas pela
disposição inadequada de resíduos (S);
Contratar estudo de avaliação da viabilidade técnica, econômica e ambiental para a
Prognósticos e Proposição de Cenários

implementação de regras para contratação de serviços e obras públicas que incorporem o uso
de matérias primas recicladas (S; T);
Revisar/fomentar a revisão das legislações que tenham incompatibilidades com a atual política
de gestão de resíduos (T);
Implantar/ampliar programa de capacitação continuada de agentes municipais sobre

357
licenciamento ambiental e aspectos gerais da legislação específica de gestão de resíduos (S; BB);
| PERS
Aspirações RSU RSPS RCC RSS RST RM RI RAA RLRO TATD

358
Implantar programa de capacitação continuada de agentes municipais sobre operação
sustentável dos serviços públicos e PGRS (S; T);

Instalar ou cobrar a instalação de balanças para a quantificação dos resíduos sólidos (S; T);

Estabelecer/fomentar o estabelecimento de metodologia padrão para quantificação de resíduos


sólidos que não puderem ser pesados (S; T);
Fomentar a ampliação de um sistema municipal de fiscalização de uso inadequado do território
para a disposição inadequada de resíduos sólidos (S; T; PM);
Implantar sistema estadual digital auto declaratório integrado de gestão dos serviços limpeza
urbana e das etapas do gerenciamento de resíduos sólidos (S; T; PM);
Designar equipe para a descrição e atualização de lista com elementos mínimos de composição
de custos e produtividade, apontando valores de referência para licitação, regulação e controle
(S; T);
Fomentar a centralização das ações (planejamento, implementação e controle) voltadas aos
serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos nos municípios capixabas (T;
S);
Estabelecer sistema estadual integrado de gestão, fiscalização e controle dos serviços públicos
de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos (S; T).
Reforçar estrutura para a fiscalização do cumprimento do gerenciamento das embalagens de
agroquímicos (S; T);
Reforçar estrutura do programa estadual de proteção aos mananciais da captação de água
bruta para abastecimento humano (M; T; PM);

Fomentar a criação de instituição privada para gestão de resíduos sólidos (S; T);

Reestruturação da Bolsa Capixaba de Resíduos (T).

Reforçar estrutura para fiscalização do cumprimento de Atos Normativos editados pelo Poder
Executivo vigente (T; S);
Ampliar programa de capacitação continuada de geradores sobre licenciamento ambiental e
aspectos gerais da legislação específica de gestão de resíduos (S);
Fonte: Autoria própria
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

6.7 DEFINIÇÃO DO CENÁRIO DE REFERÊNCIA

A
dimensão estratégica de um processo de propostos, aquele que apresenta condições de fornecer
planejamento, especificamente a elaboração um avanço necessário e adequado ao panorama atual,
de cenários alternativos futuros, tem por considerando as capacidades administrativas atuais e
objetivo identificar, dimensionar, analisar as almejadas, é o Cenário Promissor. Este é o único
e prever a implementação de diferentes modos de que apresenta condições de fornecer um avanço no
intervenção (inclusive de emergências e contingências). gerenciamento dos resíduos sólidos no Espírito Santo,
Visa, portanto, ao atendimento das demandas e e, alinhando-o com grande parte das premissas
prioridades da sociedade. estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos,
Uma vez que as aspirações sociais, objetiva-se que ele oriente a definição de instrumentos
econômicas e técnicas são muitas, as expectativas de intervenção e os programas estratégicos que terão
a serem atendidas no período dimensionado são seus parâmetros de sustentabilidade avançando
elevadas e necessitarão de um avanço considerável das simultaneamente com a economia capixaba.
estratégias de gestão para cada tipologia de resíduo. Vale destacar a consonância desta escolha
Então, é necessário que se proceda com a seleção com outros documentos de planejamento elaborados
daquele que será o cenário de referência capaz de para o Estado, como o Plano de Desenvolvimento
melhor incorporar as demandas apontadas. Neste Espírito Santo 2030 (ES 2030), o Projeto Setores
sentido, dentre os três cenários propostos, aquele que Portadores de Futuro para o Estado do Espírito Santo
apresenta condições de fornecer um avanço necessário 2035 e o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado
e adequado ao panorama atual, considerando as da Região Metropolitana da Grande Vitória (PDUI).
capacidades administrativas atuais e as almejadas, é o Alguns dos elementos que merecem destaque nestes
Cenário Promissor. são:
Percebe-se que o cenário atual do
gerenciamento dos resíduos sólidos no Espírito Santo a) Em vista das possíveis perspectivas
configura-se como referência à construção do Cenário de desenvolvimento econômico e
Conservador, embora este ainda conte com inúmeros social, a recente dinâmica da economia
desafios a serem vencidos. No caso de sua manutenção, capixaba se mostrou apta à atração de
isso apenas demonstraria que o Estado seria incapaz novos empreendimentos, bem como à
de atender às aspirações levantadas, bem como falharia sua diversificação pela construção de
na produção de resultados satisfatórios às soluções já infraestruturas modernas que articulem,
modeladas. de forma integrativa, elementos
Já no caso do Cenário Pessimista, sua função estratégicos que sejam essenciais ao
é somente didática. Seus indicadores econômicos desenvolvimento capixaba;
apresentam tendências negativas, ou seja, não só b) Quando da elaboração do ES 2030, o
eles se mostram cada vez mais preocupantes, como Governo do Estado apresentou três
também as condições existentes de gestão. Trata- cenários prospectivos para o Espírito
se de uma situação com a qual se deseja romper Santo em 2030: (i) Avançar com Inovação
completamente, e por essa razão não deve ser o (otimista); (ii) Reproduzir com crescimento
principal parâmetro de planejamento. Apesar disso, (continuidade) e (iii) Retroceder com
quando se considera a verificação dos motivadores que desigualdade (pessimista). Em vista dos
podem culminar na situação pessimista, tem-se uma estudos e levantamentos efetuados na
referência para as intervenções necessárias à reversão ocasião, o Governo optou pelo primeiro,
do quadro negativo, servindo também como base uma vez que:
para a construção de programas, projetos e ações que “As características vinculadas ao cenário
visem ao rompimento de qualquer tendência negativa. “Avançar com Inovação” projetam o
Esse é o tipo de cenário que Franco (2007) caracteriza Estado à consolidação do seu novo ciclo
como “Projetivo”, em que haveria uma extrapolação de desenvolvimento: integração com
dos fatores negativos, que moldaram o passado, diversificação e sofisticação, pois as condições
influenciam o presente, e são determinantes para o do presente são amplamente favoráveis à
planejamento futuro. construção do futuro desejado; ademais, as
Neste sentido, dentre os três cenários bases para sua construção já foram lançadas

359
desde os primeiros anos do século XXI” paradigma vigente de crescimento, baseado no
(ESPÍRITO SANTO, 2013). volume de exportações de commodities. Esse
c) Já o PDUI também fez um exercício de cenário contempla uma sociedade com elevado
cenarização, empregando os mesmos padrão educacional, empreendedora, capaz de
cenários do ES 2030, porém de forma transformar a sua realidade a partir de suas
atualizada. Em sua análise, também potencialidades e de seus recursos naturais,
optou pelo cenário otimista, apontando de forma sustentável e diversificada, tendo
para isso a seguinte justificativa: a ciência e a tecnologia como instrumentos
para inovar e levar o desenvolvimento às
“O Cenário Avançar com Inovação suas regiões e, consequentemente, ao Estado”
representa o que chamamos de terceiro ciclo (IJSN, 2018).
de desenvolvimento do Espírito Santo. O
terceiro ciclo fundamenta-se na sociedade Por fim, tendo em vista a escolha do Cenário
do conhecimento na qual os capitais social e Promissor, o Quadro 6-14 apresenta uma caracterização
institucional são centrais para o alcance de das condicionantes voltadas à implementação do
melhores índices de desenvolvimento social, PERS-ES.
ambiental e econômico, rompendo com o

Quadro 6-14 - Parâmetros do Cenário Promissor norteador da elaboração do PERS-ES

Condicionantes Parâmetros do Cenário Promissor

- Ampliação dos níveis de crescimento econômico, permitindo o avanço de investimentos em


Política
consonância com a modernização tecnológica e sustentabilidade ambiental;
Macroeconômica
- Aumento no nível de emprego e renda.
- Compartilhamento eficiente dos investimentos e da manutenção dos serviços públicos entre
todos os entes federados (União, Estados e Municípios);
- Redução da participação do Estado com o desenvolvimento de novas formas de gestão dos
serviços e criação de oportunidades de negócios nas diversas tipologias de resíduos;
Papel do Estado
- Desenvolvimento de Programas de melhorias nas relações inter federativas que promovam o
aumento das capacidades administrativas;
- Inovações institucionais no marco regulatório e fiscal que incentivem a cooperação e
coordenação entre os setores institucionais (Governo, Empresas e Famílias).
Orientação - Ampliação do uso das energias renováveis;
Tecnológica - Ampliação do uso de tecnologias sustentáveis.
- Aumento da participação social e desenvolvimento de formas mais eficientes de efetivação do
Participação Social
controle social sobre os serviços de saneamento.
Direcionamento de - Ampliação dos esforços para a continuidade dos investimentos e financiamento de ações e
recursos financeiros projetos que objetivem aumentar o grau de sustentabilidade das atividades econômicas.
Fonte: Autoria própria

360
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

6.8 PROJEÇÕES FUTURAS DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

F
eita a escolha do cenário de referência, a foram então transformadas em taxas empregadas nos
etapa seguinte traduziu-se na projetação cálculos de geração até o ano de 2040.
dos quantitativos de geração das diferentes Neste contexto, o Quadro 6-15 apresenta os
tipologias de resíduos sólidos ao longo do principais elementos consideradas nas projeções de
horizonte de implementação deste Plano. Além das cada tipologia. Adicionalmente, os resultados obtidos
estimativas feitas para o ano de 2017, também foram encontram-se ilustrados nas Figuras 6-14 e 6-15, sendo
analisados os principais fatores julgados capazes de esta específica aos resíduos com logística reversa
influenciar o crescimento de cada setor. Tais elementos obrigatória (RLRO).

Quadro 6-15 - Elementos empregados nas projeções das tipologias de resíduos sólidos

Tipologia Elementos das projeções

- Crescimento da população no ES;


RSU
- Estimativa da geração de RSU para o ano de 2017 do diagnóstico.
- Crescimento da população no ES;
RSPS - Metas de expansão do atendimento (para ETAs e ETEs) e do tratamento (ETE);
- Estimativa da geração de RSPS para o ano de 2017 do diagnóstico.
- Crescimento econômico no ES (6% a.a.);
RCC
- Estimativa da geração de RCC para o ano de 2017 do diagnóstico.
- Crescimento da população no ES;
RSS
- Estimativa da geração de RSS para o ano de 2017 do diagnóstico.
- Crescimento do setor de mineração;
RM - Estimativas de geração do ano de 2017, calculada com base nos dados coletados no diagnóstico dos
segmentos que compõem o setor de mineração.
- Crescimento dos setores agrossilvopastoril e agroindustrial (5% a.a.);
RAA
- Estimativa da geração para o ano de 2017 do diagnóstico.
- Crescimento do setor industrial (3% a.a.);
RI
- Estimativas de geração, por subtipologia, para o ano de 2017, obtidas no diagnóstico.
- Portos: Crescimento da movimentação de cargas nos portos públicos e terminais de uso privativo
(3,5% a.a.);
- Aeroportos: Crescimento da demanda de passageiros;
RST
- Terminais Ferroviários: Crescimento econômico no ES (6% a.a.);
- Terminais Rodoviários: Crescimento da população no ES;
- Estimativa da geração de RST para o ano de 2017 do diagnóstico.
RLRO - Crescimento da economia no ES (6% a.a.).
Fonte: Autoria própria

Dentre as subtipologias que compõem os Tratando-se dos resíduos eletroeletrônicos,


resíduos com logística reversa obrigatória, ressalta-se o estes também demonstraram um crescimento
crescimento projetado dos resíduos de lâmpadas e óleo acentuado no período de implementação deste Plano.
lubrificante, que já possuem acordo setorial. Quanto Aliado ao complexo processo de gerenciamento deste
às lâmpadas, apesar de sua projeção ter registrado grupo (sobretudo devido à diversidade de produtos
um expressivo crescimento entre os anos de 2018 a envolvidos), destaca-se a inexistência de um acordo
2040, estas ainda têm um baixo percentual de coleta – setorial assinado.
embora seja esperado um avanço nos próximos anos.

361
Figura 6-14 - Projeção da geração das tipologias de resíduos sólidos em estudo (2018-2040)
Milhões de toneladas

35
30
25
20
15
10
5
0

2018 2020 2025 2030 2035 2040


RSS 23.212 24.694 28.558 32.700 37.072 41.640
RSPS 184.993 205.917 239.054 258.287 274.738 293.003
RLRO 190.428 213.965 286.333 383.178 512.779 686.214
RSU 1.015.684 1.040.566 1.094.740 1.139.501 1.173.608 1.196.961
RCC 1.812.677 2.036.724 2.725.596 3.647.462 4.881.127 6.532.049
RST 3.279.338 3.512.926 4.172.311 4.955.477 5.885.667 6.990.484
RI 10.368.401 10.999.837 12.751.825 14.782.860 17.137.387 19.866.928
RM 8.431.950 9.351.846 11.846.191 14.782.865 18.447.628 23.021.016
RAA 10.439.672 11.509.738 14.689.667 18.748.151 23.927.919 30.538.762
Fonte: Autoria própria

Figura 6-15 - Projeção da geração de RLRO


300

250

200
Mil toneladas

150

100

50

-
2017 2018 2019 2020 2025 2030 2035 2040

Lâmpadas Óleo lubrificante Eletroeletrônicos Pneus Pilhas e Baterias Agrotóxicos

Fonte: Autoria própria

362
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

6.9 DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS

F
eita a escolha do Cenário Promissor e o cálculo outros ainda em desenvolvimento. Dessa forma, não se
das projeções futuras de geração, busca-se trata de apenas propor novas diretrizes, mas de ajustar
agora elencar as diretrizes e estratégias que aquelas já existentes ao Plano, consolidando então as
representam as orientações fundamentais para políticas da área em questão.
o pleno atendimento das premissas de sustentabilidade Sendo assim, abaixo são detalhadas as
estabelecidas pelas Políticas Nacional e Estadual de quatorze diretrizes e suas respectivas estratégias
Resíduos Sólidos. construídas para a implementação deste Plano. Além
Considerando então a evolução na dos elementos supracitados, é importante ressaltar
implementação de políticas públicas no âmbito dos que sua concepção também contemplou as aspirações
resíduos, percebeu-se que no Estado já existem diversas sociais, econômicas e técnicas apontadas pelos diversos
diretrizes e estratégias incorporadas, especialmente setores que participaram ativamente na construção do
na esfera do programa Espírito Santo Sem Lixão e de PERS-ES.

Diretriz 1 - Erradicação dos lixões e aterros controlados e promoção da disposição final ambientalmente adequada
em aterros sanitários.
Estratégias:
E1.1. Reforçar estrutura de apoio do Programa “Espírito Santo Sem Lixão”, para assegurar a eliminação
das práticas inadequadas e proposição de solução compartilhada na forma dos Consórcios Públicos
já existentes;
E1.2. Apoiar o CONORTE na elaboração de projetos e implantação de unidades de disposição final de
rejeitos, erradicando as formas inadequadas de disposição (lixão/aterro controlado) na região deste
consórcio;
E1.3. Apoiar os Consórcios Públicos na elaboração de estudos para ampliação ou adequação dos aterros
sanitários existentes;
E1.4. Fomentar a utilização de procedimentos de controle e monitoramento ambiental das áreas licenciadas
de disposição final;
E1.5. Reforçar a fiscalização e tratamento ambientalmente adequado dos lixiviados gerados em áreas
licenciadas;
E1.6. Elaborar de um Índice de Qualidade dos Aterros Sanitários (IQAS) para orientar ações de melhoria
e acesso a linhas de financiamento.

Diretriz 2 - Promover a universalização da prestação dos serviços de limpeza pública, coleta e destinação final de
RSU em zona urbana e rural dos municípios.
Estratégias:
E2.1. Apoiar os municípios na busca de soluções para ampliação da cobertura dos serviços de coleta
convencional de resíduos sólidos, com priorização para aqueles municípios com cobertura inferior
a 70% população;
E2.2. Apoiar os municípios na busca de soluções para implantação e ampliação da cobertura dos serviços
de coleta seletiva de resíduos sólidos, com priorização para aqueles municípios que ainda não
implantaram ou tem cobertura inferior a 20% população;
E2.3. Incentivar a implantação e ampliação da cobertura dos serviços de coleta seletiva de resíduos sólidos
em comunidades tradicionais e indígenas de forma diferenciada, atendendo às peculiaridades
locais;
E2.4. Fomentar a universalização de serviços de coleta e destinação final em comunidades tradicionais e
indígenas de forma diferenciada, atendendo às peculiaridades locais;
E2.5. Apoiar a disseminação da informação e comunicação à população sobre as formas de coleta
convencional e seletiva, sua regularidade e procedimentos, para possibilitar que os resíduos sejam
destinados adequadamente.

363
Diretriz 3 - Redução dos resíduos sólidos dispostos em aterros sanitários.
Estratégias:
E3.1. Estimular a implementação da compostagem da parcela orgânica dos RSU e RAA;
E3.2. Realizar estudo para implantação de usinas de compostagem regionais, atendendo a regionalização
dos Consórcios Públicos, para destinação da fração orgânica dos resíduos sólidos;
E3.3. Fomentar a implantação de empreendimentos que utilizem os resíduos orgânicos como insumos;
E3.4. Ratificar Acordos Setoriais Estadual para os resíduos com logística reversa obrigatória;
E3.5. Reforçar a estrutura de fiscalização da execução dos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos;
E3.6. Desenvolver índices que permitam classificar os estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviços em função do volume de resíduos gerados, de forma que sejam estabelecidos procedimentos
diferenciados para aqueles estabelecimentos classificados como grandes geradores, conforme
preconiza a PNRS;
E3.7. Incentivar a adoção de tecnologias e processos que minimizem a quantidade de rejeitos destinados
à disposição final;
E3.8. Fomentar a pesquisa e o desenvolvimento, visando tecnológicas sustentáveis e econômicas para
reciclagem e aproveitamento energético dos resíduos sólidos, consideradas as especificidades
regionais;
E3.9. Promover a desburocratização dos procedimentos para reaproveitamento de resíduos sólidos como
insumos em outros processos;
E3.10. Estimular a adoção da agenda ambiental na administração pública implantada nas instituições
públicas do estado do Espírito Santo;
E3.11. Incentivar a compostagem domiciliar, quando de baixo volume gerado;
E3.12. Promover eventos e ações para a difusão tecnológica e de conhecimentos dos processos de
biodigestão e compostagem;
E3.13. Reforçar, nos programas permanentes de educação ambiental, a importância da redução da
geração, reutilização e reciclagem dos resíduos sólidos;
E3.14. Criar selo ambiental ou programa de certificação ambiental para as empresas que adotam medidas
para a redução da geração de resíduos sólidos.

Diretriz 4 - Recuperação das áreas de disposição inadequada de resíduos sólidos.


Estratégias:
E4.1. Reforçar estrutura de apoio nos estudos de avaliação ambiental das áreas degradadas/contaminadas
por disposição inadequada de RSU e projetos de uso futuro para as respectivas áreas;
E4.2. Fiscalizar os municípios, visando o encerramento e remediação das áreas de disposição inadequada
de resíduos sólidos, incluindo áreas degradadas em decorrência da disposição inadequada de RCC;
E4.3. Realizar estudos para verificar a necessidade de investimentos para o encerramento e remediação
destas áreas;
E4.4. Reforçar a fiscalização da atividade de catação de resíduos sólidos urbanos não segregados em áreas
de destinação e disposição de resíduos sólidos;
E4.5. Estabelecer um projeto de monitoramento do processo de reabilitação das áreas de disposição
inadequada de resíduos sólidos;
E4.6. Fomentar a ampliação de um sistema municipal georreferenciado de fiscalização de uso inadequado
do território para a disposição inadequada de resíduos sólidos.

Diretriz 5 - Promoção do aproveitamento energético dos gases gerados pelo tratamento e disposição final de
resíduos sólidos.
Estratégias:
E5.1. Fomentar a realização de estudos de viabilidade técnica e econômica para sistemas de captação e
utilização dos gases gerados nos aterros sanitários;
E5.2. Desenvolver mecanismos de incentivo à geração de energia por meio do aproveitamento dos gases
provenientes da disposição final, sempre que viável;
E5.3. Verificar a convergência dos mecanismos de incentivo com os instrumentos econômicos propostos na
Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC) ou outros como o Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL) que auxiliem projetos para o reaproveitamento energético dos gases gerados.

364
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Diretriz 6 - Incentivo à reutilização e reciclagem de resíduos sólidos.


Estratégias:
E6.1. Instituir legalmente a obrigatoriedade da segregação dos resíduos gerados em suas frações seca,
úmida e rejeitos, de forma a propiciar maior aproveitamento;
E6.2. Elaborar ou adequar normativas para qualificar os resíduos para reinserção na cadeia produtiva da
reciclagem, envolvendo a desmistificação da aplicação de resíduos sólidos em processos industriais
como matéria prima secundária, quando possível;
E6.3. Implantar um cadastro estadual digital georreferenciado com a descrição das empresas com licenças
válidas para os serviços de coleta, tratamento, destinação e reciclagem de resíduos sólidos;
E6.4. Desburocratizar o processo de licenciamento de empreendimentos destinados à reciclagem de
resíduos sólidos;
E6.5. Reestruturar a Bolsa Capixaba de Resíduos;
E6.6. Promover a inserção de critérios ambientais nas licitações públicas, com prioridade nas aquisições
de produtos que possam ser reutilizáveis ou que sejam reciclados;
E6.7. Implementar regras para contratação de serviços e obras públicas que incorporem o uso de matérias
primas recicladas;
E6.8. Fortalecer a iniciativa “Selo Verde” vinculada ao Programa Cidades + Sedurb para incentivar as
empresas e empreendimentos econômicos solidários, inclusive OCMR, a ampliarem sua gama de
produtos e serviços sustentáveis.

Diretriz 7 - Fortalecimento das Organizações de Catadores de Materiais Recicláveis (OCMR) e integração ao


sistema formal de gerenciamento de resíduos sólidos.
Estratégias:
E7.1. Reforçar ou promover a integração das OCMR nos processos de coleta seletiva nos municípios como
prestadores de serviços devidamente contratadas pelas administrações públicas municipais e
desenvolvidas em parceria com os atores da sociedade civil com o devido pagamento aos catadores
pela coleta, triagem e destino final adequado na cadeia de reciclagem;
E7.2. Incentivar a formalização da participação das OCMR nos sistemas de logística reversa obrigatória a
serem implantados nos Acordos Setoriais Estadual para os resíduos inerentes;
E7.3. Fomentar a ampliação de parcerias de empresas privadas com OCMR para doação da fração
reciclável de resíduos sólidos, por meio de incentivos;
E7.4. Implantar redes de OCMR para aprimoramento de sistema de auto-gestão e comercialização
centralizadas;
E7.5. Implantar um projeto permanente e continuado de capacitação técnica, gerencial e profissionalizante
das OCMR baseado nas prioridades apontadas para o Espírito Santo;
E7.6. Apoiar as OCMR para participação no Bolsa Capixaba de Resíduos, por meio da agregação de valor
e comercialização dos resíduos recicláveis;
E7.7. Incluir a segregação dos resíduos gerados como exigência no processo de licenciamento ambiental
municipal, buscando priorizar a destinação dos recicláveis para as OCMR no município;
E7.8. Articular com os agentes privados a capacitação das OCMR no sentido de adequação de processos
aos requisitos de qualidade requeridos para a entrada dos resíduos em seus processos de reciclagem;
E7.9. Prestar assistência técnica e apoio financeiro na realização de projetos, instalação e operação de
unidades de triagem e beneficiamento;
E7.10. Implantar, através do pró-catador ou outras fontes de financiamento, centros de formação,
profissionalização e qualificação para os catadores de materiais recicláveis.

Diretriz 8 - Fortalecimento da gestão de resíduos sólidos no Espírito Santo.


Estratégias:
E8.1. Reforçar os mecanismos de auxílio à gestão, a fiscalização e o gerenciamento dos resíduos sólidos no
Espírito Santo, fomentando a centralização das ações;
E8.2. Apoiar a implementação e revisão dos Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Municipais;
E8.3. Fomentar a revisão das legislações municipais que tenham incompatibilidades com a atual política
de gestão de resíduos;
E8.4. Reforçar as ações de gerenciamento de resíduos sólidos vinculadas ao PERS-ES nos apoios do

365
FUNDEMA e FUNDAGUA;
E8.5. Incentivar a melhoria das capacidades administrativas municipais e estaduais envolvidas na
implementação das políticas e planos de resíduos sólidos;
E8.6. Implantar programa de capacitação permanente e continuado de capacitação gerencial e técnica dos
gestores públicos envolvidos, inclusive licenciamento e aspectos gerais da legislação específica de
gestão de resíduos, levando em consideração as especificidades das comunidades locais;
E8.7. Desenvolver e implantar o Sistema de Informação e Inventário de Resíduos Sólidos do Estado do
Espírito Santo – Sinir/ES que forneça um banco de dados de rastreamento com informações sobre
cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos e os setores envolvidos;
E8.8. Implantar o Sistema Estadual digital auto declaratório integrado de gestão dos serviços limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos, com capacitação dos agentes para sua adequada utilização;
E8.9. Reforçar estrutura de fiscalização da execução dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos;
E8.10. Fortificar a estrutura de fiscalização e controle do órgão ambiental visando acompanhamento da
implementação das ações do PERS-ES;
E8.11. Assegurar a implementação do Plano Estadual de Resíduos Sólidos, bem como sua revisão, a cada
4 (quatro) anos.

Diretriz 9 - Fortalecimento da gestão consorciada de resíduos sólidos no Espírito Santo.


Estratégias:
E9.1. Reforçar os instrumentos de gestão dos resíduos sólidos nos consórcios e municípios do Estado de
acordo com as regiões estabelecidas no Programa “Espírito Santo Sem Lixão”, bem como para as
áreas de especial interesse turístico;
E9.2. Fomentar a gestão compartilhada entre os municípios para a implantação e operação dos pontos
de transbordo de resíduos, bem como para soluções conjuntas para o tratamento, destinação e
disposição final adequada dos resíduos sólidos e rejeitos;
E9.3. Orientar e auxiliar os consórcios públicos na elaboração e encaminhamento de projetos para
obtenção de recursos federais e estaduais para a gestão dos resíduos sólidos;
E9.4. Orientar e auxiliar os consórcios públicos na implementação dos sistemas de logística reversa no
Estado;
E9.5. Incentivar o aproveitamento da estrutura existente dos consórcios públicos na ampliação da
cobertura das coletas convencional, especial e seletiva;
E9.6. Incentivar a implementação da gestão compartilhada de RCC nos municípios regiões estabelecidas
no Programa “Espírito Santo Sem Lixão”,
E9.7. Capacitar os consórcios públicos para o desenvolvimento da compostagem, a partir dos estudos de
mercado para verificação da capacidade de absorção do composto.

Diretriz 10 - Regulação da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
Estratégias:
E10.1. Impulsionar a universalização dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos de forma a garantir a sua regularidade e qualidade;
E10.2. Apoiar os municípios no desenvolvimento de procedimentos contábeis que permitam a correta
identificação das despesas municipais com as diversas ações vinculadas ao gerenciamento dos
resíduos sólidos;
E10.3. Apoiar os municípios no desenvolvimento de metodologia para cálculo de prestação de serviços
ambientais realizados pelas OCMR;
E10.4. Apoiar os municípios e consórcios públicos no desenvolvimento e adoção de mecanismos de
cobrança que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados em nível municipal e
para a solução consorciada;
E10.5. Oferecer apoio técnico e jurídico na descrição e promulgação de legislação municipal para cobrança
pelos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;
E10.6. Oferecer apoio técnico e jurídico na promulgação de legislação municipal para realização de
cobrança ao poder público pela implementação e operacionalização de etapas do gerenciamento
dos resíduos de responsabilidade do gerador;
E10.7. Determinar elementos mínimos de composição de custos e produtividade para os serviços públicos

366
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos para serem utilizados como valores de referência
para licitação, regulação e controle;
E10.8. Designar autarquia especial ou outro ente da administração indireta, para regular e/ou fiscalizar o
serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
E10.9. Definir responsabilidades (inclusive financeira) pelo gerenciamento de resíduos de concessões e
Parcerias Público-Privadas (PPP) celebrados pelo Estado.

Diretriz 11 - Aperfeiçoamento dos instrumentos fiscais e financeiros para implantação do PERS-ES.


Estratégias:
E11.1. Instituir incentivos fiscais e financeiros para a segregação dos resíduos na fonte geradora e o
desenvolvimento da coleta das diferentes frações com priorização da participação das OCMR;
E11.2. Instituir o tratamento tributário diferenciado com redução, isenção e soluções para a bitributação
de matéria prima secundária ou subprodutos de processos de tratamento, reaproveitamento e
reciclagem de resíduos;
E11.3. Desenvolver uma política de incentivo fiscal e financeiro para as atividades de reaproveitamento
e reciclagem de resíduos sólidos no estado, bem como para aquelas que utilizam matéria prima
secundária no seu processo produtivo;
E11.4. Desenvolver uma política de incentivo fiscal e financeiro para as empresas que operam no
gerenciamento de resíduos sólidos no Estado;
E11.5. Oferecer linhas de crédito especiais para implantação e/ou ampliação de unidades de beneficiamento
e reciclagem de resíduos sólidos;
E11.6. Oferecer linhas de crédito especiais para implantação e/ou ampliação de infraestrutura de coleta e
transporte, bem como de unidades de destinação de resíduos sólidos e disposição final de rejeitos
que proponham solução consorciada;
E11.7. Oferecer linhas de crédito especiais para implantação e/ou ampliação de captação, tratamento e
geração de energia a partir de resíduos para empreendimentos que operem de forma consorciada;
E11.8. Ampliar o aporte de recursos do Fundo Estadual de Meio Ambiente – FUNDEMA, do Fundo
Estadual de Recursos Hídricos – FUNDAGUA e outros fundos com a mesma função para melhoria
nas ações de gestão dos resíduos sólidos nos municípios, envolvendo o suporte à inclusão de
catadores e desenvolvimento da cadeia produtiva de reciclagem.

Diretriz 12 - Estabelecimento de regras para o acesso a recursos do Estado destinados às ações e programas de
interesse na área de resíduos sólidos.
Estratégias:
E12.1. Aprimorar os mecanismos de acesso às verbas estaduais para a gestão de resíduos aos municípios
que possuam Planos Municipais de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos adequadamente
revisados;
E12.2. Priorizar propostas de soluções intermunicipais ou consorciadas;
E12.3. Priorizar propostas que incluam OCMR;
E12.4. Priorizar propostas de municípios que tenham fornecido as informações requeridas pelo Sistema
de Informação e Inventário de Resíduos Sólidos do Estado do Espírito Santo – Sinir/ES;
E12.5. Priorizar propostas de municípios que tenham instituído legalmente as medidas de cobrança pelos
serviços prestados;
E12.6. Priorizar propostas de municípios que tenham avançado na implementação da educação ambiental
conforme determinado em seus PMGIRS.

Diretriz 13 - Reforçar as ações de educação ambiental visando a não geração de resíduos sólidos, a produção e
consumo sustentáveis.
Estratégias:
E13.1. Reforçar as ações de educação ambiental vinculadas aos resíduos sólidos no Programa Estadual de
Educação Ambiental, adequando às necessidades do PERS-ES;
E13.2. Ampliar programas continuados de conscientização e capacitação de cidadãos para redução,
segregação e disponibilização adequada de resíduos secos e úmidos, incluindo resíduos sujeitos a
logística reversa obrigatória;

367
E13.3. Reforçar estrutura para ampliação de programas de comunicação continuada de cidadãos sobre
cronogramas de coleta convencional, especial e seletiva;
E13.4. Reforçar a importância da atuação das OCMR na coleta seletiva nos programas de educação
ambiental junto à população, empresas e setor público;
E13.5. Elaborar material de apoio que auxilie nas distintas ações de educação ambiental vinculadas aos
resíduos sólidos no Programa Estadual de Educação Ambiental;
E13.6. Verificar se os projetos de educação ambiental nas escolas rurais envolvem o aprendizado de
técnicas ambientalmente adequadas para destinação de resíduos agrossilvopastoris;
E13.7. Definir como os sistemas de logística reversa vão apoiar as ações do no Programa Estadual de
Educação Ambiental e dos projetos de educação ambiental dos municípios capixabas;
E13.8. Retomar/reativar o Programa Capixaba de Materiais Reaproveitáveis..

Diretriz 14 - Adequação do manejo das diferentes tipologias de resíduos sólidos e estratégias específicas visando
atendimento às políticas vigentes.
Estratégias por tipologia:

A. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)


E14.1.1. Otimizar fluxos de movimentação dos RSU por meio da implementação de centros de triagem e
transbordo, preferencialmente com soluções consorciadas, visando a minimização dos custos do
sistema;
E14.1.2. Otimizar fluxos de transporte dos RSU por meio da realização de estudos específicos de roteirização
para a coleta e transporte de cada município, visando a minimização dos custos do sistema;
E14.1.3. Instalar ou cobrar a instalação balanças em pontos estratégicos do Estado para quantificação dos
resíduos sólidos coletados nos municípios capixabas;
E14.1.4. Estabelecer metodologia padrão para quantificação de resíduos sólidos que não puderem ser
pesados;
E14.1.5. Adequar as capacidades dos pontos de tratamento, reciclagem e disposição final às projeções e
programas apontados no PERS-ES;
E14.1.6. Promover a criação, melhoria e qualificação de centros de triagem e de reciclagem,
preferencialmente com participação de OCMR, visando aumento da eficiência dos processos;
E14.1.7. Fomentar a realização de estudos que indiquem zonas favoráveis para localização de unidades
de tratamento de RSU ou disposição final de rejeitos em conformidade com os instrumentos de
planejamento territorial.

B. RESÍDUOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO (RSPS)


E14.2.1. Incentivar e fiscalizar a elaboração de planos de gerenciamento de resíduos sólidos pelas empresas
responsáveis pelo tratamento de água e esgoto;
E14.2.2. Estabelecer metodologia padrão para quantificação de lodos de estações de tratamento de água
e de esgoto sanitário;
E14.2.3. Implantar ação estadual para implantação, ampliação e/ou adequação de sistemas de tratamento
de lodos de estações de tratamento de água e de esgoto sanitário;
E14.2.4. Incentivar a revisão dos projetos técnicos das estações de tratamento de água e esgoto com vistas
a incorporar tecnologias sustentáveis de tratamento e destinação dos seus resíduos;
E14.2.5. Fomentar a participação das empresas geradoras de RSPS no sistema auto declaratório informando
a geração, coleta, tratamento e disposição final;
E14.2.6. Implantar programa de capacitação continuada de agentes municipais para priorização na
contratação de tecnologias sustentáveis de tratamentos de água e de esgoto sanitário;
E14.2.7. Ampliar programas continuados de conscientização para adesão à rede de esgotamento sanitário
municipal;
E14.2.8. Verificar a viabilidade econômica da instalação de usinas regionais para aproveitamento
energético de lodos de estação de tratamento de água e esgoto, bem como a compostagem para
destinação de rejeitos;
E14.2.9. Fomentar a realização de estudos que indiquem zonas favoráveis para localização de unidades
de tratamento de RSPS ou disposição final de rejeitos em conformidade com os instrumentos de

368
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

planejamento territorial;
E14.2.10. Fomentar pesquisa para desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) visando
tecnológicas sustentáveis e econômicas para reciclagem e aproveitamento energético dos RSPS.

C. RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (RCC)


E14.3.1.Fiscalizar a elaboração e a implantação de Planos Municipais de Gestão de Resíduos da Construção
Civil (PMGRCC);
E14.3.2.Erradicar áreas irregulares de disposição final de resíduos da construção civil;
E14.3.3.Intensificar a fiscalização para evitar o surgimento de novas áreas de “bota-fora”;
E14.3.4.Incentivar o estabelecimento de mecanismos de cobrança, quando o serviço de coleta e envio para
reciclagem e disposição final for realizado pelas prefeituras;
E14.3.5. Fomentar a implantação e ampliação de unidades de recebimento e disposição final de RCC;
E14.3.6.Fiscalizar a existência de Planos de Gerenciamento de RCC pelos grandes geradores;
E14.3.7.Fomentar incentivo para instalação de um maior número usinas beneficiadores de RCC para
atender o potencial do Estado;
E14.3.8.Apoiar a aquisição de equipamentos móveis para tratamento dos RCC visando minimizar os
custos de transporte de RCC e fomentar a descentralização do processamento dos RCC de forma
consorciada;
E14.3.9.Fomentar a doação da fração reciclável dos RCC às OCMR;
E14.3.10. Fomentar a participação das empresas transportadoras de RCC, grandes geradores e prefeituras
no sistema auto declaratório informando a geração, coleta, tratamento e disposição final;
E14.3.11. Implantar um cadastro estadual digital georreferenciado com a descrição das empresas com
licenças válidas para os serviços de destinação e disposição de resíduos sólidos;
E14.3.12. Incentivar a utilização de materiais reciclados e reutilizados de RCC nas obras públicas;
E14.3.13. Fomentar a realização de estudos que indiquem zonas favoráveis para localização de unidades
de tratamento de RCC ou disposição final de rejeitos em conformidade com os instrumentos de
planejamento territorial;
E14.3.14. Fomentar pesquisa para desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) visando
tecnológicas sustentáveis e econômicas para reciclagem dos RCC.

D. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS)


E14.4.1. Fomentar a destinação final ambientalmente adequada de RSS;
E14.4.2. Reforçar as estruturas de fiscalização nos estabelecimentos geradores de RSS, tanto para verificar
a existência do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) quanto para
verificar a aplicação das práticas adequadas;
E14.4.3. Fortalecer o órgão ambiental competente e apoio às Agências de Vigilância Sanitária com vistas
ao controle da coleta, transporte, tratamento e destinação final de RSS no Estado;
E14.4.4. Fomentar o registro da geração de RSS nos estabelecimentos envolvendo, quando necessário, a
instalação de balanças para quantificação ou estabelecendo metodologia padrão para quantificação
dos resíduos sólidos que não puderem ser pesados;
E14.4.5. Intensificar o apoio às ações de capacitação para o público envolvido com a segregação dos RSS
e seu gerenciamento;
E14.4.6. Fomentar soluções consorciadas para aqueles municípios com gestão inadequada de RSS;
E14.4.7. Auxiliar os municípios no desenvolvimento e adoção de um sistema de cálculo da prestação
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, para que os custos dos
serviços ofertados aos geradores de RSS sejam obrigatoriamente ressarcidos;
E14.4.8. Solicitar aos municípios informações sobre os geradores de RSS para cadastro no IEMA com a
finalidade de compor o inventário de resíduos sólidos gerados no Estado;
E14.4.9. Fomentar a participação das empresas transportadoras de RSS, geradores e prefeituras no sistema
auto declaratório informando a geração, coleta, tratamento e disposição final;
E14.4.10. Oferecer apoio técnico e jurídico na promulgação de legislação municipal para realização de
cobrança ao poder público pela implementação e operacionalização de etapas do gerenciamento
dos RSS;
E14.4.11. Fomentar a realização de estudos que indiquem zonas favoráveis para localização de unidades

369
de tratamento de RSS ou disposição final de rejeitos em conformidade com os instrumentos de
planejamento territorial;
E14.4.12. Fomentar pesquisa para desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) visando
tecnológicas sustentáveis e econômicas para tratamento dos RSS.

E. RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE (RST)


E14.5.1. Reforçar as estruturas de fiscalização nos estabelecimentos geradores de RST, tanto para verificar
a existência do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos quanto para verificar sua aplicação no
serviço de transporte no âmbito público e privado;
E14.5.2. Assegurar no licenciamento a implantação da coleta seletiva nos terminais de transporte com
priorização de parceria com OCMR, nos terminais cujo licenciamento é de responsabilidade do
Estado;
E14.5.3. Fomentar o registro da geração de RST nos estabelecimentos envolvendo, quando necessário, a
instalação de balanças para quantificação ou estabelecendo metodologia padrão para quantificação
dos resíduos sólidos que não puderem ser pesados;
E14.5.4. Fomentar a participação dos portos, aeroportos, rodoviárias e ferroviárias nos Sistemas de
Logística Reversa visando o adequado gerenciamento de resíduos específicos;
E14.5.5. Intensificar as ações de capacitação para os funcionários dos portos, aeroportos, rodoviárias e
ferroviárias;
E14.5.6. Desenvolver campanhas de educação ambiental nestes locais especificamente para promover a
separação dos resíduos recicláveis;
E14.5.7. Fomentar a realização de estudos que indiquem zonas favoráveis para localização de unidades
de tratamento de RST ou disposição final de rejeitos em conformidade com os instrumentos de
planejamento territorial;
E14.5.8. Fomentar a participação dos portos, aeroportos, rodoviárias e ferroviárias no sistema auto
declaratório informando a geração, coleta, tratamento e disposição final.

F. RESÍDUOS DE MINERAÇÃO (RM)


E14.6.1. Reforçar a estrutura de fiscalização da elaboração e implementação do plano de gerenciamento
de resíduos da mineração;
E14.6.2. Fomentar o registro da geração de RM nos estabelecimentos envolvendo, quando necessário, a
instalação de balanças para quantificação ou estabelecendo metodologia padrão para quantificação
dos resíduos sólidos que não puderem ser pesados;
E14.6.3. Fomentar a criação de instituição privada para gestão de resíduos sólidos da mineração;
E14.6.4. Fomentar a participação das empresas geradoras de RM, transportadoras, de tratamento,
disposição final e prefeituras no sistema auto declaratório informando a geração, coleta, tratamento
e disposição final;
E14.6.5. Fomentar a realização de estudos que indiquem zonas favoráveis para localização de unidades
de tratamento de RM ou disposição final de rejeitos em conformidade com os instrumentos de
planejamento territorial;
E14.6.6. Fomentar pesquisa para desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) visando
tecnológicas sustentáveis e econômicas para reaproveitamento e reciclagem de RM.

G. RESÍDUOS INDUSTRIAIS (RI)


E14.7.1. Assegurar que todas as indústrias geradoras de resíduos elaborem o Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos (PGRS);
E14.7.2. Fortalecer o órgão ambiental competente com vistas a fiscalizar a elaboração e implementação dos
PGRS nas indústrias;
E14.7.3. Desenvolver condições diferenciadas para a adequação das Pequenas e Médias Empresas (PME)
aos objetivos do PERS-ES;
E14.7.4. Desenvolver programas voltados para a minimização da geração de resíduos nos processos de
produção, tal como melhorias vinculadas à Produção mais Limpa, por meio de apoio de parcerias
entre o setor público e privado;
E14.7.5. Fomentar o registro de RI gerado nos estabelecimentos, estabelecendo metodologia padrão para

370
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

sua quantificação quando não puderem ser pesados;


E14.7.6. Avaliar a capacidade instalada no Estado para tratamento e destinação final dos RI, visando
adequá-las à implementação das metas do PERS-ES;
E14.7.7. Fomentar a participação das empresas geradoras de RI, transportadoras, de tratamento,
disposição final e prefeituras no sistema auto declaratório informando a geração, coleta, tratamento
e disposição final;
E14.7.8. Fomentar a realização de estudos que indiquem zonas favoráveis para localização de unidades
de tratamento de RI ou disposição final de rejeitos em conformidade com os instrumentos de
planejamento territorial;
E14.7.9. Fomentar pesquisa para desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) visando
tecnológicas sustentáveis e econômicas para minimização, reaproveitamento e reciclagem de RI;
E14.7.10. Apoiar a difusão de tecnologias visando à adequação dos micros e pequenos empreendedores.

H. RESÍDUOS AGROSSILVOPASTORIS E AGROINDUSTRIAIS (RAA)


E14.8.1. Fomentar o registro de RAA gerado nos estabelecimentos, estabelecendo metodologia padrão
para sua quantificação quando não puderem ser pesados;
E14.8.2. Desenvolver programas voltados para a minimização da geração de resíduos nos processos
agroindustriais, tal como melhorias vinculadas à Produção mais Limpa, por meio de apoio de
parcerias entre o setor público e privado;
E14.8.3. Assegurar que todas as agroindústrias elaborem o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
(PGRS);
E14.8.4. Incentivar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) para os
empreendimentos agrossilvopastoris, principalmente aqueles de maior porte;
E14.8.5. Compatibilizar as ações do PERS-ES com as políticas agrossilvopastoris, assegurando a integração
das informações sobre Planos de Manejo com as informações de geração de resíduos que devem ser
inseridas no Sinir/ES;
E14.8.6. Fomentar a participação das agroindústrias, grandes geradores de resíduos agrossilvopastoris,
transportadoras, de tratamento, disposição final e prefeituras no sistema auto declaratório
informando a geração, coleta, tratamento e disposição final;
E14.8.7. Fortalecer o órgão ambiental competente com vistas a fiscalizar a elaboração e implementação dos
PGRS nas agroindústrias e estabelecimentos agrossilvopastoris;
E14.8.8. Estabelecer projeto junto às cooperativas rurais para divulgação de ações relacionadas com a
adequada separação dos resíduos, de assistência técnica para compostagem no local, de coleta ou
da necessidade de entrega em Pontos de Entrega Voluntária (PEV);
E14.8.9.Fomentar a capacitação dos agentes municipais para o conhecimento das potencialidades dos
resíduos agrossilvopastoris e sua disseminação;
E14.8.10. Fomentar pesquisa para desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) visando
tecnológicas sustentáveis e econômicas para minimização, reaproveitamento e reciclagem de RAA;
E14.8.11. Fomentar estudos de aproveitamento energético dos RAA de grandes geradores agrossilvopastoris;
E14.8.12. Incentivar soluções consorciadas de reaproveitamento e reciclagem para os municípios com
maior volume de resíduos agrossilvopastoris;
E14.8.13. Fomentar a realização de estudos que indiquem zonas favoráveis para localização de unidades
de tratamento de RAA ou disposição final de rejeitos em conformidade com os instrumentos de
planejamento territorial;
E14.8.14. Fomentar a criação de instituição privada para apoio na gestão de resíduos sólidos agroindustriais
e agrossilvopastoris.

I. RESÍDUOS COM LOGÍSTICA REVERSA OBRIGATÓRIA (RLRO)


E14.9.1. Reforçar a estrutura de fiscalização da coleta e destinação final adequada dos resíduos sujeitos
à logística reversa, independentemente da existência de acordo setorial nacional ou estadual, em
atendimento ao Decreto Federal nº 9.177/2017;
E14.9.2. Reforçar a estrutura de fiscalização dos programas de comunicação das práticas adequadas de
descarte de resíduos sólidos sujeitos a logística reversa obrigatória;
E14.9.3. Verificar a implantação dos sistemas de logística reversa pelos fabricantes, importadores,

371
distribuidores e comerciantes, de forma independente dos serviços públicos de limpeza urbana;
E14.9.4. Verificar a cobertura dos sistemas de logística reversa nas áreas rurais;
E14.9.5. Fiscalizar o cumprimento das metas estabelecidas nos acordos setoriais nacional e estadual,
evitando o desequilíbrio de práticas de coleta e destinação adequada entre os municípios capixabas;
E14.9.6. Definir como os sistemas de logística reversa de embalagens em geral vão apoiar os sistemas
municipais de coleta seletiva e envolver as OCMR no Estado;
E14.9.7. Fomentar a criação de instituição privada para apoio na gestão de resíduos de logística reversa
obrigatória;
E14.9.8. Fomentar a participação dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de RLRO
no sistema auto declaratório informando a geração, coleta, tratamento e disposição final.

6.10 METAS

A
s diretrizes e estratégias detalhadas para garantir ou possibilitar o atendimento à meta no
na seção anterior possuem diferentes final do período de implantação do PERS-ES. Além
impactos. As implicações de algumas disso, também foi contemplada a versão preliminar
podem ser percebidas rapidamente ou do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que fornece
até mesmo exigem maior priorização, refletindo, um guia sobre a distribuição dessa evolução das
consequentemente, em resultados mais rápidos. metas ao longo dos anos. Neste, metas ambiciosas
Entretanto, outras envolvem ações continuadas, como foram distribuídas logo nos primeiros anos de
a educação ambiental, de modo que seus resultados implantação, como a total erradicação dos lixões em
sejam efetivamente percebidos apenas no longo prazo. todas as regiões do Brasil nos primeiros quatro anos
Portanto, considerando o horizonte de 20 anos para de implantação – o que já é sabido que não ocorreu.
implementação do PERS-ES (com suas revisões a cada Portanto, considerando a dificuldade na implantação
quatro anos), as metas definidas foram distribuídas de alguns projetos no Estado, verificou-se que propor
por quadriênio, da seguinte forma: metas muito ambiciosas para o primeiro e segundo
quadriênio não seria factível.
• 1º Quadriênio: até 4 anos; Dessa maneira, as metas foram propostas a
• 2º Quadriênio: entre 4 e 8 anos; partir da análise dos objetivos da implementação de
• 3º Quadriênio: entre 8 e 12 anos; cada diretriz, bem como da própria realidade do Estado.
• 4º Quadriênio: entre 12 e 16 anos; Optou-se então por seguir a mesma metodologia da
• 5º Quadriênio: entre 16 e 20 anos. versão preliminar do PLANARES, ou seja, as metas
se apresentam em valores percentuais que incidirão
Ao final do primeiro quadriênio será sobre os resíduos gerados nos anos de implantação do
possível visualizar o resultado das ações imediatas, PERS-ES, bem como na sua projeção até 2040. Dentre
e caso a meta não tenha sido alcançada, deverão ser as metas propostas, destacam-se:
promovidas ações mais efetivas no momento da
revisão do Plano. Já ao final do segundo, as ações de • Completa erradicação das formas de
curto prazo devem ser efetivadas para assegurar o disposição final inadequada de resíduos
atendimento das metas. sólidos urbanos;
Por sua vez, o terceiro quadriênio envolve • Aumento gradual da cobertura da
as metas de médio prazo, enquanto o quarto trata coleta convencional, contemplando os
daquelas com resultado de médio a longo prazo. municípios mais críticos;
Consequentemente, o quinto e último quadriênio • Início e aumento continuado da coleta
refere-se às ações cujos resultados são percebidos seletiva, de modo a garantir sua
apenas no longo prazo. universalização ao final do período de
Para se então distribuir as metas ao longo implantação do Plano;
destes intervalos, foram considerados como referência • Implantação dos projetos de aproveitamento
os valores identificados no atual panorama capixaba e energético que sejam considerados viáveis
o que deve ser alcançado ao final de cada quadriênio técnica e economicamente;

372
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

• Regulamentação de ações voltadas à a serem monitoradas na verificação do atendimento


reutilização e reciclagem de resíduos às diretrizes do PERS-ES no período de sua
sólidos, bem como o cadastro das implementação.
empresas que prestam este serviço; Considerando as especificidades de cada
• Integração das Organizações de Catadores tipologia de resíduos sólidos, o Quadro 6-17 apresenta
de Materiais Recicláveis no sistema formal as metas propostas para cada uma delas. Assim como
de gerenciamento de resíduos sólidos; as anteriores, estas também deverão ser monitoradas
• Desenvolvimento e adesão ao Sistema para a adequação do manejo e das estratégias
Declaratório Anual; específicas, visando, portanto, ao atendimento
• Aumento gradual das soluções integral das diretrizes do PERS-ES no período de sua
consorciadas ou compartilhadas para o implementação.
gerenciamento das diversas tipologias de Tais metas orientaram a proposição dos
resíduo ou para sua reciclagem ou outro Programas, Projetos e Ações, concebidos para
tratamento; que sejam alcançados os resultados propostos no
• Aumento das ações de educação ambiental Cenário Promissor ao final do horizonte de 20 anos
visando à não geração de resíduos sólidos. de implementação do Plano. Além disso, as metas
indicadas em cada quadriênio deverão ser avaliadas
Considerando o emprego do Cenário de acordo com as informações obtidas pelos sistemas
Promissor, o Quadro 6-16 apresenta todas as metas propostos nos tópicos adiante.

Quadro 6-16 - Metas propostas por diretriz no horizonte de implementação do Plano


Atual Quadriênio
Meta
(Dez/2018) 1º 2º 3º 4º 5º
Diretriz 1: Erradicação dos lixões e aterros controlados e promoção da disposição final ambientalmente adequada em
aterros sanitários
10 lixões/
Eliminação total das formas inadequadas de disposição
aterros 100% 100% 100% 100% 100%
final
controlados
Diretriz 2: Promover a universalização da prestação dos serviços de limpeza pública, coleta e destinação final de RSU
em zona urbana e rural dos municípios
Ampliação da cobertura da coleta convencional (% da
94,45% 97% 100% 100% 100% 100%
população)
Ampliação da cobertura da coleta convencional
77,3% 88% 100% 100% 100% 100%
(unidade territorial)
Ampliação da cobertura da coleta seletiva (% da
28,15% 40% 55% 70% 85% 100%
população)
Ampliação da cobertura da coleta seletiva (unidade
23,08% 38% 53% 68% 85% 100%
territorial)
Diretriz 3: Redução dos resíduos sólidos dispostos em aterros sanitários
Redução dos resíduos recicláveis secos dispostos em
- 10% 20% 30% 40% 50%
aterro
Redução dos resíduos úmidos dispostos em aterros - 5% 10% 20% 30% 40%
Redução da atual geração per capita de resíduos sólidos 0,21 toneladas/
0% 5% 10% 15% 20%
urbanos hab./ano
Diretriz 4: Recuperação das áreas de disposição inadequada de resíduos sólidos
Recuperação das áreas degradadas/contaminadas
por disposição inadequada de resíduos e mitigação/ 5%
20% 40% 70% 100% 100%
reabilitação das áreas e projetos de aplicações de uso recuperadas
futuro de acordo com a legislação

373
Atual Quadriênio
Meta
(Dez/2018) 1º 2º 3º 4º 5º
Diretriz 5: Promoção do aproveitamento energético dos gases gerados pelo tratamento e disposição final de resíduos
sólidos
Aproveitamento energético dos gases gerados em
aterros sanitários ou no tratamento de resíduos, sempre Protótipo 5% 15% 30% 60% 100%
que viável técnica e economicamente*
Diretriz 6: Incentivo à reutilização e reciclagem de resíduos sólidos
Legislação estadual determinando obrigatoriedade da
- 100% 100% 100% 100% 100%
segregação dos resíduos gerados
Reciclagem de papel e papelão - 30% 40% 50% 55% 60%

Reciclagem de plástico - 10% 15% 20% 25% 30%


Reciclagem de metal - 30% 35% 40% 45% 50%
Reciclagem de alumínio - 98% 99% 99% 99% 99%
Cadastro das empresas vinculadas ao gerenciamento de
- 20% 50% 100% 100% 100%
resíduos sólidos
Inserção de critérios ambientais nas licitações públicas,
com prioridade nas aquisições de produtos que possam
- 20% 60% 100% 100% 100%
ser reutilizáveis ou que sejam reciclados, quando
possível
Implantação da coleta seletiva em todos os
- 60% 100% 100% 100% 100%
estabelecimentos públicos estaduais
Diretriz 7: Fortalecimento das Organizações de Catadores de Materiais Recicláveis (OCMR) e integração ao sistema
formal de gerenciamento de resíduos sólidos
Municípios atendidos por OCMR 70% 85% 100% 100% 100% 100%
OCMR incorporada formalmente aos sistemas
municipais de coleta seletiva (para aqueles municípios 61% 70% 85% 100% 100% 100%
que já possuam OCMR)
Diretriz 8: Fortalecimento da gestão de resíduos sólidos no Espírito Santo
Elaboração e revisão dos PMGIRS 97,44% 100% 100% 100% 100% 100%
69,8% (43
Classificação dos PMGIRS 70% 100% 100% 100% 100%
municípios)
Instituir o Sistema Declaratório Anual de Resíduos
- 10% 35% 70% 100% 100%
Sólidos
Implementar o Inventário Estadual de Resíduos Sólidos - 10% 35% 70% 100% 100%
Compatibilização da legislação municipal para o
- 100% 100% 100% 100% 100%
PERS-ES
Capacitação agentes públicos - 50% 100% 100% 100% 100%
Ampliação das capacidades administrativas (Grau de ≥nível ≥nível ≥nível ≥nível ≥nível
Nível I
Capacidade Técnica) II III IV IV IV
Diretriz 9: Fortalecimento da gestão consorciada de resíduos sólidos no Espírito Santo
Consórcios públicos consolidados com soluções de
- 70% 100% 100% 100% 100%
disposição adequada
Aumento no número de soluções consorciadas e
- 0% 30% 50% 100% 100%
compartilhadas
Diretriz 10: Regulação da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos

374
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Atual Quadriênio
Meta
(Dez/2018) 1º 2º 3º 4º 5º
Elementos mínimos de custos e produtividade para os
- 100% 100% 100% 100% 100%
serviços públicos de limpeza urbana e manejo de RSU
Legislação municipal estabelecendo cobrança por
42% 50% 100% 100% 100% 100%
serviços prestados de limpeza urbana e manejo de RSU
Legislação municipal estabelecendo cobrança por
serviços prestados para grandes geradores do setor de - 50% 100% 100% 100% 100%
comércio e serviços, RCC e RSS
Definir responsabilidades (inclusive financeira) pelo
gerenciamento de resíduos de concessões e Parcerias - 100% 100% 100% 100% 100%
Público-Privadas (PPP) celebrados pelo Estado
Revisar os contratos de concessão e Parceria Público-
Privadas (PPP) celebrados pelo Estado para verificar
eventual recomposição de seu equilíbrio econômico- - 50% 100% 100% 100% 100%
financeiro, conforme normas aplicáveis a estes
contratos
Diretriz 11: Aperfeiçoamento dos instrumentos fiscais e financeiros para implantação do PERS-ES
Legislação definindo tratamento tributário diferenciado
para processos de tratamento, reaproveitamento e - 0% 50% 100% 100% 100%
reciclagem de resíduos
Legislação definindo política de incentivo fiscal e
financeiro para empresas de tratamento e reciclagem de - 20% 60% 100% 100% 100%
resíduos
Linhas de crédito específicas para implantação de
- 20% 50% 100% 100% 100%
projetos do PERS-ES
Diretriz 12: Estabelecimento de regras para o acesso a recursos do Estado destinados às ações e programas de interesse
na área de resíduos sólidos
Legislação instituindo mecanismo de acesso às verbas
- 0% 100% 100% 100% 100%
estaduais para a gestão de resíduos sólidos
Diretriz 13: Reforçar as ações de educação ambiental visando a não geração de resíduos sólidos, a produção e consumo
sustentáveis
Implantação das metas dos projetos de educação
- 10% 25% 50% 80% 100%
ambiental dos PMGIRS
Redução da taxa de geração per capita de RSU por
- 0% 5% 10% 15% 20%
porte de município
Implantação e ampliação dos projetos de educação
ambiental envolvendo a coleta seletiva nas escolas da - 50% 100% 100% 100% 100%
rede estadual
Fonte: Autoria própria. *A viabilidade deverá ser determinada por estudo a ser realizado, conforme ação proposta (Ação
1, Projeto 5, Programa 4 – tópico 6.11, Quadro 6-36).

375
Quadro 6-17 - Proposição de metas por tipologia para o horizonte de implantação do PERS-ES
Quadriênio
Meta Atual (Dez/2018)
1º 2º 3º 4º 5º
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
Fluxos otimizados de RSU - 10% 30% 50% 60% 70%
Inventário RSU coletado pela coleta
- 10% 35% 70% 100% 100%
convencional e seletiva
Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento (RSPS)
Inventário dos RSPS 62% 80% 100% 100% 100% 100%
Disposição adequada de RSPS 72% 80% 100% 100% 100% 100%
Existência de PGRS 71% 100% 100% 100% 100% 100%
Resíduos da Construção Civil (RCC)
Eliminar de disposição irregular de RCC - 30% 70%% 100% 100% 100%
Existência PMGRCC - 80% 100% 100% 100% 100%
Legislação RCC 32% 80% 100% 100% 100% 100%
Existência de PGRCC 35% 50% 80% 100% 100% 100%
Registro de geração de RCC 22% 50% 100% 100% 100% 100%
Disposição adequada RCC 51% 70% 90% 100% 100% 100%
Classe A (6%) Classe B
Reaproveitamento e reciclagem de RCC 10% 15% 20% 30% 40%
(13%)
Resíduos de Serviços de Saúde (RSS)
Legislação municipal sobre ge-renciamento
22% 50% 100% 100% 100% 100%
de RSS
Existência de PGRSS 40% 60% 100% 100% 100% 100%
Registro de geração PGRSS 19% 50% 100% 100% 100% 100%
Tratamento e disposição adequa-da RSS 36% 50% 80% 100% 100% 100%
Resíduos de Mineração (RM)
Existência de PGRS 29% 50% 100% 100% 100% 100%
Registro de geração de RM 39% 60% 80% 100% 100% 100%
Disposição adequada RM - 80% 90% 100% 100% 100%
Reaproveitamento/reciclagem RM - 0% 20% 30% 40% 50%
Resíduos Industriais (RI)
Existência de PGRS 38% 50% 100% 100% 100% 100%
Registro de geração de RI 44% 60% 80% 100% 100% 100%
Disposição adequada RI 75% 80% 100% 100% 100% 100%
Reaproveitamento/reciclagem RI - 0% 20% 30% 40% 50%
Resíduos Agrossilvopastoris e Agroindustriais (RAA)
25% agroindustri-ais e
Existência de PGRS 50% 100% 100% 100% 100%
15% agros-silvopastoris
Registro de geração de RAA 22% 50% 80% 100% 100% 100%
Disposição adequada RAA 67% 75% 90% 100% 100% 100%
Reaproveitamento/reciclagem RAA - 0% 20% 30% 40% 50%
Resíduos de Serviços de Transporte (RST)

376
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Quadriênio
Meta Atual (Dez/2018)
1º 2º 3º 4º 5º
Existência de PGRS 35% 0% 100% 100% 100% 100%
Ampliação da Coleta Seletiva - 20% 50% 80% 100% 100%
Disposição adequada 66% 75% 100% 100% 100% 100%
Resíduos com Logística Reversa Obrigatória (RLRO)
Registro de geração de RLRO - 100% 100% 100% 100% 100%
Acordos setoriais assinados * 100% 100% 100% 100% 100%
Inclusão nos PGRS - 50% 100% 100% 100% 100%
Coleta de RLRO - 30% 60% 80% 100% 100%
Registro PEV - 100% 100% 100% 100% 100%
Fonte: Autoria própria. *Atualmente já existe um acordo estadual assinado (Embalagens de Óleo Lubrificante – Instituto
Jogue Limpo, Termo de Compromisso Estadual assinado em 2014), no entanto, não é possível estimar a quantidade de
acordos setoriais estaduais passíveis de assinatura no Espírito Santo.

6.11 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES

N
essa etapa foram dimensionados os assim como foram estimados seus custos relativos –
recursos necessários aos investimentos e embora certas ações compreendam apenas iniciativas
avaliada a viabilidade das alternativas para a serem executadas pela própria instituição, não
a sustentação econômica da gestão e da dependendo, portanto, de novos gastos. Em todo o
prestação dos serviços, conforme os objetivos do PERS- caso, os custos apresentados são apenas valores de
ES. O entendimento a ser adotado é o de que “Projetos” referência, estimados a partir de publicações, como
necessariamente possuem início, meio e fim, enquanto as do Ministério das Cidades e da Fundação Nacional
“Programas” são caracterizados por intervenções de Saúde, bem como da experiência dos próprios
contínuas. consultores e dos municípios e prestadores de serviços.
Sendo assim, para que as diretrizes, Eles não foram detalhados em nível de projeto básico,
estratégias e metas propostas anteriormente sejam muito menos envolveram cronogramas de execução e
atendidas, os Programas aqui indicados estabelecem materiais a serem adotados. Sendo assim, é importante
o que efetivamente será realizado, quando deverá ser considerar que eles possam apresentar certas limitações,
feito e quais serão os agentes responsáveis pela sua relacionadas principalmente à complexidade que
execução. Sua construção envolveu a triangulação envolve a realização de obras públicas e a dificuldade
entre os principais aspectos que caracterizam a gestão de estimar extensões e unidades que requerem a
integrada dos resíduos sólidos, todos já identificados elaboração prévia de projetos técnicos de engenharia.
nos diagnósticos técnicos e participativos e nos cenários Neste contexto, também é importante que
delineados a partir dos direcionadores de futuro desta sejam agrupadas as possíveis fontes de financiamento
etapa de prognóstico. Seus objetivos são viabilizados e o tipo de ajuste necessário para que o Estado e
por um conjunto de Projetos, sendo que cada um destes os municípios tenham condições de acessá-las.
corresponde a uma demanda específica diagnosticada Diante disto, o Quadro 6-18 reproduz a instituição
ou prognosticada, apresentando soluções integrais ou concedente, o programa/subprograma e as restrições e
parciais (considerando que determinados Programas ajustes necessários aos requerentes de cada fonte. Estas
possuem mais de um Projeto). também foram classificadas em códigos para posterior
Já as ações descrevem uma atividade a correlação com os Programas, Projetos e Ações do
ser realizada dentro de cada Projeto. Para cada uma PERS-ES.
delas foi fixado um prazo para o início da execução,

377
Quadro 6-18 – Fontes de financiamento
Instituição Programa/
Restrições e ajustes necessários aos requerentes Códigos
Concedente Subprograma
Conforme disposições legais da PNRS serão
priorizados, para fins de seleção pública de
investimentos deste programa, os municípios que
optarem pela gestão associada/consorciada dos
Programa de Resíduos
resíduos sólidos e os que implantarem a coleta seletiva PRS
Sólidos
com a participação de cooperativas ou outras formas
Ministério da de associação de catadores de materiais reutilizáveis
Saúde; e recicláveis, formadas por pessoas físicas de baixa
Fundação renda.
Nacional de Saúde As ações devem contemplar a implantação ou
(FUNASA) adequação e equipagem de unidades licenciadas
para tratamento e disposição final, incluindo aterros
sanitários, que poderão envolver projeto adicional de
Programa de
instalações para coleta e tratamento do biogás com PSA
Saneamento Ambiental
vistas à redução de emissões de gases de efeito estufa
(GEE) e aterros sanitários de pequeno porte, bem como
unidades de triagem, compostagem e beneficiamento
de resíduos sólidos.
Programa de
Conservação e Traz a bacia hidrográfica, prioritaria-mente as áreas de
PCRR
Revitalização dos nascentes, como unidade de planejamento e trabalho.
Recursos Hídricos
Rede Brasileira de
Manejo Ambiental
- REB
de Resíduos Sólidos
(REBRAMAR)

Ministério do Edital de Chamada disponível anual-mente. É


Programa de
Meio Ambiente Obrigatória a Apresentação do Plano Municipal ou
Apoio a Projetos de PAPC
Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos
Compostagem
Sólidos.

Programa Lixo e
- PLC
Cidadania

Programa Nacional de
Educação Ambiental - PNEA
(PRONEA)

Ministério do
Meio Ambiente; Programa 2083 -
- PQA
Fundo Nacional Qualidade Ambiental
do Meio Ambiente

Programa de Pesquisa
em Saneamento Básico - PROSAB
Ministério do (PROSAB)
Meio Ambiente;
Ministério São fixadas as respectivas contrapartidas e
da Ciência, definidas a participação do MCTI de acordo com
Tecnologia, Programa 2021 - as disponibilidades financeiras. Além disso, o
Inovações e Ciência, Tecnologia e apoio poderá ser por meio de editais e/ou outros PCTI
Comunicações Inovação instrumentos via agências de fomento do MCTI,
incluindo-se a possibilidade de implementação pela via
de encomendas, conforme o caso.

378
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Instituição Programa/
Restrições e ajustes necessários aos requerentes Códigos
Concedente Subprograma
Programa Fundo Clima
Ministério do
e Seus Subprogramas:
Meio Ambiente; A taxa de juros depende da forma de apoio, do
Resíduos Sólidos,
Banco Nacional de porte do cliente e de cada item financiado. Consulta
Cidades Sustentáveis
Desenvolvimento customizada disponível no Manual do Produto PFC
e Mudança do Clima;
Econômico e BNDES Finem. Valor máximo de Financiamento por
Projetos Inovadores;
Social (BNDES); Beneficiário R$ 30 milhões a cada 12 meses.
Gestão e Serviço de
Fundo Clima
Carbono
Excepcionalmente, enquanto o consórcio não
Programa Resíduos
está constituído, o Estado deverá ser o tomador PRU
Sólidos Urbanos
(Informações disponíveis em: www.cidades.gov.br).
Há a necessidade de entes garantidores, quais sejam:
Programa Saneamento
os Estados, os municípios, o Distrito Federal e as PST
Para Todos
empresas públicas ou sociedades de economia mista.
Não são passíveis de repasse de recursos da União
operações para sistemas ou componentes de sistemas
com contrato de concessão para operação dos serviços
com empresa privada;
Em sistemas operados em regime de concessão pública,
o proponente deve comprovar que o instrumento legal
de concessão dos serviços foi formalizado e está em
vigor;
Não são admitidos projetos, em quaisquer
Ministério das modalidades que contemplem, exclusivamente,
Cidades atividades de melhoria da qualidade dos serviços
Programa Resíduos
ligados ao desenvolvimento operacional e gerencial PRSU
Sólidos Urbanos
das concessionárias, por caracterizarem atividade de
custeio;
Não são admitidos projetos, em quaisquer
modalidades que contemplem, exclusivamente, a
aquisição de materiais, equipamentos ou terrenos para
execução de instalações ou serviços futuros;
Em sistemas operados diretamente pelo ente
municipal, o proponente deve comprovar que a
prestação dos serviços está institucionalizada no
formato de autarquia, departamento ou empresa
municipal.
Contrato de Concessão ou de Programa assinado;
Existência de mecanismos de controle social realizado
Avançar Cidades -
por órgão colegiado; Informação acerca da existência ACS
Saneamento
de Plano Municipal de Saneamento, Regularidade
ambiental.
Ministério das
Cidades;
Banco Nacional de Projetos Multisetoriais
Desenvolvimento Integrados Urbanos - PMI
Econômico e (PMI)
Social (BNDES);
Banco do Brasil

379
Instituição Programa/
Restrições e ajustes necessários aos requerentes Códigos
Concedente Subprograma
Valor mínimo de financiamento: R$ 20 milhões. O valor
Leilões de Geração de do crédito será deter-minado conforme a capacidade
LGE
Energia de pa-gamento do projeto, expressa pelo Índice de
Cobertura do Serviço da Dí-vida (ICSD).
Banco Nacional de
Desenvolvimento Seleção Pública por meio de Edital. A pré-qualificação
Econômico e ao recebimento de apoio do BNDES e da FINEP a
Social (BNDES) projetos de inovação conforme o PSC será de até 90%
Plano Inova
do valor total de cada projeto, devendo o restante PIS
Sustentabili-dade
ser alocado pela empresa ou grupo de empresas por
ele responsável, a título de contrapartida financeira
mínima obrigatória.
Meio Ambiente;
Saneamento –
Tratamento de
Resíduos Sólidos; As condições financeiras dessa linha/programa podem
BNDES FINEM Desenvolvimento variar conforme o porte do cliente. Consultar manual FINEM
Integrado dos Finem.
Municípios;
Saneamento Ambiental
e Recursos Hídricos
Para o poder público federal, estadual e municipal não
Ministério da
há necessidade de chamamento público para que um
Justiça; Fundo de Defesa dos
projeto seja apreciado e aprovado pelo Conselho. Já
Fundo de Defesa Direitos Difusos/Banco FDD
para as Organizações da Sociedade Civil-OSC, como o
dos Direitos de Projetos
segmento depende de edital de chamamento público
Difusos (FDD)
específico para apresentação de projetos para o CFDD.
Pró-saneamento - PROSAN
Ministério do PROSANEAR - PROSANEAR
Planejamento,
Orçamento Programa de
e Gestão - Conservação e
Secretaria de Revitalização dos - PASS
Desenvolvimento Recursos Hídricos
Urbano (PASS)
PROGEST - PROGEST
Secretaria de Economia Verde Observar os requerimentos específicos do público alvo. ECOVERDE
Estado de
Desenvolvimento Resíduos Sólidos Observar os requerimentos específicos do público alvo. RESOL
Fonte: Autoria própria

Tratadas as fontes de financiamento, reitera-se que as iniciativas exibidas adiante são sugestivas, com custos
estimados de forma global. Além disso, ressalta-se que todos os Programas, Projetos e Ações são compatíveis com os
respectivos Planos Plurianuais e demais planos e políticas públicas correlatas. A apresentação dos cinco Programas
propostos, bem como seus respectivos Projetos sugeridos para o PERS-ES encontra-se disposta na Figura 6-16. O
detalhamento de suas ações, agentes promotores, custos, prazos e fontes de financiamento é apresentado a seguir.

380
Figura 6-16 – Estrutura dos Programas e Projetos elaborados para a implementação do PERS-ES

Fonte: Autoria própria


Prognósticos e Proposição de Cenários

381
| PERS
6.11.1 Programa Governança para o PERS-ES

Objetivo: compromisso das estruturas de fiscalização são


Viabilizar a governança para efetividade na essenciais para garantir o cumprimento da legislação.
implantação do PERS-ES; Assim, o desenvolvimento e a estruturação de um
sistema de informação possibilitará consolidar as
Descrição: informações em termos de diagnóstico, permitindo
Dada a complexidade e importância do avaliar a evolução do panorama de resíduos sólidos
PERS-ES e da expectativa perante seus resultados, é no Estado, além de permitir uma maior capacidade de
relevante prover o Estado dos mecanismos necessários fiscalização do órgão ambiental. Salienta-se que outro
à sua adequada implantação. Deste modo, este benefício deste é embasar estudos com dados mais
Programa busca assegurar a governança pública, ou acurados, além de dar transparência às informações
seja, sua capacidade de implementar de forma eficiente sobre os resíduos sólidos.
as ações apresentadas no Plano enquanto elemento do
processo de implementação de política pública. Projetos (Quadros 6-19 a 6-23):
Como o Estado ainda está se estruturando
no processo de implantação da Política Estadual 1. Planejamento integrado para implantação do
de Resíduos Sólidos, nem todas as estruturas de PERS-ES;
governança se fazem presentes. Logo, este Programa 2. Processos gerenciais para controle e
apresenta ações em nível estadual para planejamento do avaliação da implantação do PERS-ES;
processo de implementação do PERS-ES, viabilizando 3. Instrumentos econômicos para implantação
a interação entre as diferentes instâncias envolvidas. do PERS-ES;
Neste contexto, este Programa também 4. Fiscalização em Resíduos Sólidos;
envolve a adequação da legislação vigente, eliminando 5. Sistema Estadual de Informação para
as incompatibilidades jurídicas e propiciando Resíduos Sólidos (SEIRS).
a legalidade necessária, visto que o reforço e

Quadro 6-19 - Plano de Execução do Projeto 1 vinculado ao Programa 1


PROGRAMA 1
PROGRAMA GOVERNANÇA PARA O PERS-ES
PROJETO 1
Planejamento integrado para implantação do PERS-ES
OBJETIVO
Promover o planejamento integrado com as instâncias envolvidas na implementação e
readequação de atos normativos que viabilizem a execução do Plano
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Planejar de forma integrada a articulação das ações de
1 implementação em nível de Estado definindo qual instância SEAMA - Ano 1 -
ficará responsável por cada atividade dentro do Plano
Verificar a necessidade de replanejamento de recursos
2 SEAMA - Ano 1 -
humanos para execução das ações
Verificar/indicar a ordenação orçamentária para garantir a
3 SEAMA - Ano 1 -
execução dos projetos e ações
Identificar a necessidade de revisão ou adequação de atos
4 SEAMA - Até ano 2 -
normativos que viabilizem a implantação do Plano
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Documento de planejamento institucional e orçamentário;
- Relatório de análise da legislação vigente.
Fonte: Autoria própria

382
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Quadro 6-20 - Plano de Execução do Projeto 2 vinculado ao Programa 1


PROGRAMA 1
PROGRAMA GOVERNANÇA PARA O PERS-ES
PROJETO 2
Processos gerenciais para controle e avaliação da implantação do PERS-ES
OBJETIVO
Desenvolver e implementar processos que permitam a integração das atividades de planejamento,
implementação, controle e avaliação do Plano
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Realizar o monitoramento dos indicadores de
gestão dos resíduos defini-dos para o PERS-ES.
Estas informações devem estar descritas na forma
1 SEAMA; - Anual -
de um relatório, que será submetido ao COGERES/
CONSEMA. Deve ser dada publicidade ao conteúdo
do relatório
Elaborar relatório demonstrando a evolução da
implantação do PERS-ES baseado na comparação
2 IJSN - Quadrienal -
do relatório de monitoramento com as metas
estipuladas para cada quadriênio
Revisar o PERS-ES quadrienalmente com base no
relatório de avaliação, identificando os motivos para
3 atraso no atendimento a alguma meta e propondo SEAMA; - Quadrienal -
mecanismos para solução que reorientem as ações
para o atendimento futuro às metas
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Relatório anual de monitoramento;
- Relatório quadrienal de avaliação acompanhamento da evolução da implantação do PERS-ES;
- Revisão do PERS-ES.
Fonte: Autoria própria

Quadro 6-21 - Plano de Execução do Projeto 3 vinculado ao Programa 1


PROGRAMA 1
PROGRAMA GOVERNANÇA PARA O PERS-ES
PROJETO 3
Instrumentos econômicos para implantação do PERS-ES
OBJETIVO
Assegurar aporte de recursos para viabilizar as ações envolvidas na implantação do Plano
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Promulgar ato normativo estadual ampliando o
aporte de recursos do Fundo Estadual de Meio
Ambiente (FUNDEMA) e do Fundo Estadual dos
1 SEAMA - Até ano 2 -
Recursos Hídricos (FUNDAGUA) para custear as
ações de gestão dos resíduos sólidos nos municípios
(e outros fundos com a mesma finalidade)
Buscar aporte de recursos para o desenvolvimento
FDD;
e manutenção do Sistema Declaratório Anual de
2 SEAMA - Contínuo PROSAN;
Resíduos Sólidos vinculado ao Sistema Estadual de
PROGEST
Informação de Resíduos Sólidos

383
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Fomentar linhas de financiamento que privilegiem SEAMA;
ACS;
3 novos projetos visando à melhoria da gestão de SEDES; - Contínuo
PMI
resíduos sólidos BANDES
Estabelecer linha de financiamento e de transferência
SEAMA; ACS;
de recursos aos municípios para investimento na R$
4 SEDURB; Contínuo PMI
melhoria da prestação de serviços públicos em 19.194.429,96
BANDES
resíduos sólidos
Realizar um estudo sobre a viabilidade de Com revisão
financiamento por parte do Estado das ações após as
5 SEDURB - -
contidas nos PMGIRS ou dos Planos Municipais de revisões do
Gestão de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC) PMGIRS
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Ato normativo de adequação do FUNDEMA, FUNDAGUA e outros fundos com a mesma função;
- Relatório de priorização das proposições dos PMGIRS e PMRCC;
- Aportes financeiros;
- Recursos empenhados em relação ao total de recursos disponibilizados.
Fonte: Autoria própria

Quadro 6-22 - Plano de Execução do Projeto 4 vinculado ao Programa 1


PROGRAMA 1
PROGRAMA GOVERNANÇA PARA O PERS-ES
PROJETO 4
Fiscalização em Resíduos Sólidos
OBJETIVO
Reforçar as estruturas de fiscalização para todas as tipologias de resíduos sólidos
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
SEAMA;
IEMA;
Determinar por meio de ato normativo próprio as
SEAG;
1 responsabilidades pela fiscalização dos serviços de - Ano 1 -
IDAF;
gerenciamento de resíduos sólidos
SESA;
NEVS
Avaliar a capacidade técnica e operacional dos FDD;
SEAMA;
2 órgãos de fiscalização para cumprimento dos - Ano 2 PROSAN;
IJSN
objetivos propostos neste projeto PROGEST
SEAMA;
IEMA;
Definir atribuições das atividades de fiscalização SEAG;
3 das diferentes tipologias de resíduos sólidos entre as IDAF; - Ano 2 -
instituições estaduais em parceria com os municípios SEDURB;
SESA;
NEVS
Órgãos
Promover a adequação do efetivo para esta função
incumbidos
4 por meio de realocação de pessoas ou contratação de - Ano 3 -
pela
novos funcionários
fiscalização

384
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Agente Investimento Possíveis


# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Estabelecer cronograma anual de fiscalização
incluindo estabelecimentos geradores, unidades
SEAMA;
de destinação de resíduos e em áreas degradadas
5 Comissão - Contínuo -
por disposição de resíduos sólidos, a partir das
Tripartite
prioridades obtidas pelas informações do Sinir/ES,
Sistema Estadual de Informação ou outro Sistema
Ajustar o sistema de registro de licenças ambientais na IEMA;
6 área de resíduos sólidos a partir dos dados do Sistema IDAF; - Contínuo -
Estadual de Informação e das exigências do PERS-ES NEVS
Realizar anualmente a consolidação do resultado
das fiscalizações por todas as instituições estaduais
SEAMA;
e municipais, de forma a compor um relatório único
7 Comissão - Contínuo -
sobre a geração, destinação e recuperação de áreas
Tripartite
degradadas no Espírito Santo que será submetido ao
COGERES, que deve dar publicidade aos resultados
Monitorar o preenchimento (de forma adequada e
8 completa) do inventário de resíduos sólidos para SEAMA - Contínuo -
todas as tipologias envolvidas
Reavaliar anualmente as ações de fiscalização para
SEAMA;
ajustar procedimentos no sentido de garantir o
9 Comissão - Anual -
cumprimento do cronograma de fiscalização, dadas
Tripartite
as prioridades identificadas
Estabelecer condicionante obrigatória para todos
Órgãos
10 os empreendimentos para manterem inventário de - Contínuo -
licenciadores
resíduos sólidos ou preencher o Sinir/ES
Fiscalizar o atendimento aos valores de referência TC;
mínimos (definidos legalmente) para os elementos Controladorias;
11 de composição de custos e produtividade para os Agências - Contínuo -
serviços públicos de limpeza urbana e manejo de reguladoras
resíduos sólidos nos processos licitatórios
Desenvolver um sistema georreferenciado de FDD;
Ano 2 a
12 fiscalização de uso inadequado do território para a IEMA R$ 136.500,00 PROSAN;
ano 5
disposição inadequada de resíduos sólidos PROGEST
Fiscalizar a atividade de catação de materiais IEMA;
Ano 1 a
13 recicláveis em áreas de disposição inadequada de MPT; - -
ano 4
resíduos sólidos para promover a erradicação BPMA
Desenvolver o Índice de Qualidade dos Aterros
Sanitários (IQAS)*, calculando-o anualmente a partir
das ações de fiscalização das unidades de disposição
14 IEMA - Anual -
final. Os resultados deste relatório devem ser
amplamente divulgados e avaliados no COGERES
para orientar ações de adequação, caso necessário
Fiscalizar a coleta e destinação final adequada
dos resíduos sujeitos à logística reversa, Órgãos
15 - Contínuo -
independentemente da existência de acordo setorial licenciadores
nacional ou estadual
Fiscalizar a existência e efetividade dos programas de
Órgãos
16 comunicação para práticas adequadas de descarte de - Contínuo -
licenciadores
resíduos sólidos sujeitos a logística reversa obrigatória
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Percentual de fiscalizações a empreendimentos a partir do planejado;
- Disposição adequada de RSU, RSPS, RCC, RSS, RST, RM, RI, RAA e RLRO.
Fonte: Autoria própria. * Existe na literatura sugestão para cálculo, mas deve-se realizar um estudo de sua adequação para
utilização nos aterros do Estado

385
Quadro 6-23 - Plano de Execução do Projeto 5 vinculado ao Programa 1
PROGRAMA 1
PROGRAMA GOVERNANÇA PARA O PERS-ES
PROJETO 5
Sistema Estadual de Informação para Resíduos Sólidos (SEIRS)
OBJETIVO
Fomentar a estruturação de um sistema que relacione as informações de todas as tipologias e agentes envolvidos no
gerenciamento de resíduos sólidos, de forma a incorporar todas as necessidades especificadas no PERS-ES. Se possível,
verificar a integração do Sistema de Informação e Inventário de Resíduos Sólidos do Estado do Espírito Santo – Sinir/
ES que está sendo desenvolvido
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Estabelecer o Sistema Estadual de Informação para
Resíduos Sólidos (SEIRS) incorporando informações
de todas as tipologias e agentes envolvidos no FDD;
1 SEAMA R$ 128.000,00 Até ano 3
gerenciamento de resíduos sólidos no Estado PROGEST
e fomentar a incorporação do SEIRS em nível
municipal

Incorporar informações necessárias à gestão e


2 fiscalização no Sistema Estadual de Informação para SEAMA - Ano 3 -
Resíduos Sólidos (SEIRS)

Instituir o Sistema Declaratório Anual de Resíduos


Órgãos
3 Sólidos com obrigatoriedade para todas as tipologias - Até ano 3 -
licenciadores
e atores envolvidos no gerenciamento deste Plano

Integrar o Sistema Declaratório Anual ao SEIRS


gradualmente a partir de módulos (Módulos:
Resíduos Sólidos Urbanos; Resíduos de Serviços
de Saneamento; Resíduos da Construção Civil,
4 Resíduos de Serviços de Saúde; Resíduos de SEAMA - Ano 3 ao 5 -
Serviço de Transporte; Resíduos de Mineração,
Resíduos Industriais; Resíduos Agrossilvopastoris
e Agroindustriais; Resíduos sujeitos a Logística
Reversa Obrigatória)

Implementar o Inventário Estadual de Resíduos


5 Sólidos, a partir da consolidação das informações do SEAMA - Ano 3 ao 6 -
Sistema Declaratório Anual de Resíduos Sólidos
Capacitar os agentes públicos e privados para o
Órgãos
6 preenchimento adequado do SEIRS, Sinir/ES e do - Contínuo -
licenciadores
Snis nacional
Integrar o Sistema de Informação com o Inventário
7 de Resíduos Sólidos do Estado do Espírito Santo – SEAMA - Ano 5 ao 7 -
Sinir/ES
Assegurar recursos (humanos, financeiros e
8 materiais) necessários à implementação, manutenção SEAMA - Contínuo -
e acompanhamento do SEIRS
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Módulos implementados do Sistema Declaratório Anual de Resíduos Sólidos;
- Empreendimentos licenciados respondendo ao SEIRS;
- Consolidação do Inventário Estadual de Resíduos Sólidos no SEIRS.
Fonte: Autoria própria

386
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

6.11.2 Programa Capixaba de Resíduos Sólidos

Objetivo: a necessidade de apoiar os consórcios de forma


Propiciar a sustentabilidade do gerenciamento dos continuada, principalmente porque tais soluções
resíduos sólidos nos municípios e minimizar os favorecem a viabilização de sistemas de tratamento de
impactos negativos causados pela disposição final resíduos e de unidades de disposição final.
inadequada. Além do fortalecimento dos consórcios,
também é necessário apoiar e cobrar dos municípios
Descrição: a efetiva implementação de seus PMGIRS. Esta
Reforçar mecanismos que viabilizem a iniciativa se faz fundamental, visto que alguns planos
reabilitação de áreas degradadas pela disposição final não foram elaborados de forma a contemplar todos
inadequada de resíduos sólidos, bem como apresentar os elementos definidos pela PNRS como conteúdo
soluções permanentes que impeçam a continuidade dos mínimo necessário ao efetivo gerenciamento dos
processos de disposição final inadequada de resíduos resíduos sólidos em nível municipal. Além disso, sabe-
sólidos urbanos e da construção civil – questão ainda se da fragilidade das capacidades administrativas
latente ao sistema de gestão vigente. para efetivar as ações definidas nos planos, o que se
Com o intuito de minimizar os desafios reflete no desafio de ampliação da cobertura da coleta
especificados nos Planos Municipais de Saneamento convencional e seletiva, bem como na cobrança pelos
Básico no âmbito dos resíduos sólidos, este Programa serviços prestados pelo município.
também oferece mecanismos de apoio para propiciar Diante disto, os Projetos aqui apresentados
a efetiva implementação dos PMGIRS. Para tanto, ele buscam fomentar a qualificação da gestão municipal
envolve a integração e cooperação dos municípios na de modo a garantir o atendimento às metas não
gestão dos resíduos, priorizando, quando possível, só municipais, mas estaduais. Como consumidor
as soluções consorciadas. Desta forma, o Programa de recursos naturais e gerador de resíduos, além
almeja dar continuidade às ações do Espírito Santo de indutor de políticas públicas, o Estado também
Sem Lixão, propondo ações para a eliminação das áreas deve desenvolver ações internas que permitam sua
de disposição inadequada. Entretanto, sabe-se dos adequação aos objetivos do PERS-ES. Logo, faz-se
desafios para a articulação dos projetos em consórcios, necessário estabelecer o planejamento, execução,
tanto que, após mais de 10 anos da existência deste, monitoramento e avaliação do gerenciamento de
apenas uma unidade de disposição final consorciada resíduos sólidos gerados no setor público.
está sendo construída no município de Colatina,
enquanto outras unidades privadas de disposição final Projetos (Quadros 6-24 a 6-27):
têm suprido esta carência.
Dos municípios que destinam seus RSU a 1. Avaliação ambiental e reabilitação das áreas
aterros sanitários privados, a maioria possui contratos contaminadas/degradadas por disposição
específicos, no entanto, em muitos casos transportam inadequada de resíduos sólidos;
os resíduos coletados por longas distâncias, o que 2. Qualificação da gestão municipal de resíduos
compromete a viabilidade financeira do sistema. sólidos;
Isso apenas evidencia que os consórcios públicos 3. Regionalização da gestão de resíduos sólidos;
ainda não foram capazes de atender plenamente aos 4. Gerenciamento de Resíduos Sólidos no
seus objetivos. Por isso, o presente Programa reforça Governo do Espírito Santo.

387
Quadro 6-24 - Plano de Execução do Projeto 1 vinculado ao Programa 2
PROGRAMA 2
PROGRAMA CAPIXABA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 1
Avaliação ambiental e reabilitação das áreas contaminadas/degradadas por disposição inadequada de resíduos sólidos
OBJETIVO
Avançar nos projetos de reabilitação de áreas degradadas, bem como garantir a reabilitação
de novas áreas que venham a surgir
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Reforçar a estrutura de acompanhamento e controle
IEMA; Ano 1 a
1 da remediação das áreas de disposição inadequada - -
SEDURB ano 8
de resíduos sólidos
Apoiar os municípios de forma permanente na
elaboração estudos para o gerenciamento de
áreas degradadas/contaminadas pela disposição IEMA;
2 - Contínuo PCRR
inadequada de resíduos, incluindo áreas degradadas SEDURB
em decorrência da disposição inadequada de RCC ou
outros resíduos
Estabelecer projeto de monitoramento permanente
IEMA;
3 de reabilitação das áreas degradadas por disposição - Contínuo PCRR
SEDURB
inadequada de resíduos sólidos
Realizar estudos para o gerenciamento de áreas
degradadas/contaminadas pela disposição
inadequada de resíduos para dimensionar as ações R$
4 IEMA Ano 2 REB
de mitigação e estimar recursos financeiros para 9.600.000,00
garantir o encerramento e remediação das áreas de
disposição inadequada
Depende do
resultado
Fomentar o aporte de recursos para estudos e
5 SEDURB do estudo Contínuo PCRR
operacionalização das ações deste projeto
realizado na
Ação 4
Monitorar e dar publicidade ao andamento da
6 IEMA - Contínuo -
recuperação de áreas degradadas no Espírito Santo
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Reabilitação de áreas degradadas/contaminadas por disposição inadequada de resíduos sólidos;
- Evolução da execução dos planos de avaliação ambiental e reabilitação das áreas contaminadas/degradadas por
disposição inadequada de resíduos sóli-dos;
- Projeto de monitoramento permanente da reabilitação das áreas de disposição inadequada;
- Aporte de recursos para execução do projeto.
Fonte: Autoria própria

388
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Quadro 6-25 - Plano de Execução do Projeto 2 vinculado ao Programa 2


PROGRAMA 2
PROGRAMA CAPIXABA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 2
Qualificação da gestão municipal de resíduos sólidos
OBJETIVO
Fomentar a estruturação de um sistema que relacione as informações de todas as tipologias e agentes envolvidos no
gerenciamento de resíduos sólidos, de forma a incorporar todas as necessidades especificadas no PERS-ES. Se possível,
verificar a integração do Sistema de Informação e Inventário de Resíduos Sólidos do Estado do Espírito Santo – Sinir/
ES que está sendo desenvolvido
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Fornecer suporte aos municípios na mensuração do
atendimento às suas metas estabelecidas no PMGIRS. Estas
1 SEDURB - Contínuo PROSAN
informações devem ser enviadas por meio de relatório
encaminhado ao IEMA
Oferecer apoio técnico aos municípios no desenvolvimento
2 de metodologia para cálculo de prestação de serviços ADERES - Até ano 4 -
ambientais realizados pelas OCMR
Elaborar um termo de referência para contratação das OCMR
3 ADERES - Ano 4 -
pelos municípios
Fomentar otimização dos custos do gerenciamento pelo
município através de estudos de viabilidade, indicando áreas
4 SEDURB - Contínuo PROSAN
favoráveis para localização de unidades de tratamento de
RSU
Fomentar a realização do levantamento das despesas
5 municipais com as diversas ações vinculadas ao SEDURB - Até ano 4 -
gerenciamento dos resíduos sólidos
Oferecer apoio técnico aos municípios no desenvolvimento
6 e adoção de mecanismos de cobrança que assegurem a SEDURB - Contínuo -
recuperação dos custos dos serviços prestados
Elaborar uma minuta de legislação municipal instituindo ou
7 adequando a cobrança pelos serviços públicos de limpeza SEDURB - Ano 4 -
urbana e de manejo de resíduos sólidos
Elaborar uma minuta de legislação municipal instituindo
8 ou adequando a cobrança pelos serviços prestados no SEDURB - Ano 4 -
gerenciamento dos resíduos de responsabilidade do gerador
Oferecer apoio técnico aos municípios para elaboração
9 dos Planos Municipais de Gestão de RCC, esclarecendo as SEDURB - Contínuo -
responsabilidades da Prefeitura e dos demais atores
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Atendimento a metas do PMGIRS de cada município;
- Municípios com contratação de OCMR;
- Estudo específico para cada município no sentido de otimizar os custos do gerenciamento dos RSU e indicar zonas
favoráveis para localização de unida-des de tratamento de resíduos;
- Municípios com cálculo das despesas municipais com gerenciamento de resíduos;
- Municípios com legislação municipal instituindo ou adequando a cobrança pelos serviços públicos de limpeza urbana
e de manejo de resíduos sólidos;
- Municípios com legislação municipal instituindo ou adequando a cobrança pelos serviços prestados no
gerenciamento dos resíduos de responsabilidade do gerador;
- Municípios com arrecadação suficiente para cobertura das despesas com gerenciamento de resíduos sólidos;
- Municípios com Planos Municipais de Gestão de RCC.
Fonte: Autoria própria

389
Quadro 6-26 - Plano de Execução do Projeto 3 vinculado ao Programa 2
PROGRAMA 2
PROGRAMA CAPIXABA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 3
Regionalização da gestão de resíduos sólidos
OBJETIVO
Fomentar soluções consorciadas e compartilhadas de forma continuada para viabilização de sistemas de tratamento de
resíduos e de unidades de disposição final
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes

Reestruturar os instrumentos de gestão


dos consórcios públicos do Estado, dando
1 SEDURB - Até ano 4 PRU
prosseguimento ao Programa “Espírito Santo Sem
Lixão”

Desenvolver ação específica emergencial com Incluído no


SEDURB; PLC;
os municípios capixabas para encerramento e custo da Ação
2 IEMA Até ano 8 PRU;
remediação das formas inadequadas de disposição 2 (Prog. 1,
PASS
final Proj. 4)

Alocar linha de financiamento específica para


Ver Ação 4
projetos que envolvam solução compartilhada para
3 BANDES (Prog. 2, Proj. Contínuo -
o tratamento, destinação e disposição final adequada
5)
dos resíduos sólidos e rejeitos

Oferecer orientação técnica para auxiliar os


consórcios públicos na elaboração e encaminhamento
4 SEDURB - Contínuo -
de projetos para obtenção de recursos federais e
estaduais para a gestão dos resíduos sólidos

Garantir a priorização no acesso aos recursos


SEAMA;
5 estaduais para projetos que envolvam soluções - Contínuo -
SEDURB
intermunicipais, consorciadas ou compartilhadas

Oferecer capacitação para melhoria dos aterros


6 sanitários existentes visando à melhoria dos índices IEMA - Contínuo -
de qualidade dos aterros

Indicadores para o monitoramento e avaliação

- Aterro sanitário consorciado no CONORTE;


- Erradicação dos lixões/aterros controlados (formas inadequadas de disposição final);
- Soluções consorciadas ou compartilhadas;
- Linha de financiamento específica para soluções consorciadas ou compartilhadas;
- Resíduos Sólidos Urbanos dispostos por solução consorciada.
Fonte: Autoria própria

390
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Quadro 6-27 - Plano de Execução do Projeto 4 vinculado ao Programa 2


PROGRAMA 2
PROGRAMA CAPIXABA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 4
Gerenciamento de Resíduos Sólidos no Governo do Espírito Santo
OBJETIVO
Diminuir a geração de resíduos sólidos e fomentar o mercado de recicláveis pelas compras públicas do Governo do Estado
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Realizar/contratar estudo para determinar a forma
de utilização de agregados alternativos (de RCC, da
Siderurgia, dentre outros) em obras públicas estaduais
e municipais. Em função disso, verificar capacidade
SETOP;
instalada no Estado para fornecimento de agregados PST;
SECTI;
1 alternativos para obras públicas e licitações, bem como R$ 500.000,00 Ano 2 a 3 PROSAB;
SEAMA:
o seu potencial de expansão. O resultado deste estudo PROGEST
FAPES
deverá nortear estabelecimento de orientação legal para
sua inclusão obrigatória nas licitações e sua priorização
em obras públicas, após definidos os critérios para
inclusão
Determinar procedimentos para registro dos resíduos
Órgãos
2 gerados no caso de uma instituição pública se caracterizar - Ano 1 a 3 -
licenciadores
como grande gerador ou quando gerar RSS
Fomentar a implantação de agenda ambiental na
administração pública nas instituições do Governo
SEGER;
3 Estadual (A3P – Agenda Ambiental na Administração - Contínuo PRU
SEAMA
Pública), incluindo a implantação da coleta seletiva em
todos os estabelecimentos públicos estaduais
Indicar procedimentos para que as instituições estaduais
4 e municipais se adequem aos acordos setoriais nacional e SEAMA - Até ano 2 -
estadual de sistemas de logística reversa
Incluir nas licitações dos órgãos de governo elementos
vinculados ao uso de matérias primas secundárias e à Órgãos
5 - Contínuo -
aquisição de produtos que geram menos resíduos nas Estaduais
compras sustentáveis do Estado

Incluir nas licitações dos órgãos de governo elementos


vinculados ao cumprimento da responsabilidade
Órgãos
6 compartilhada dos fornecedores de produtos que, após o - Contínuo -
Estaduais
uso ou fim de vida útil, seus resíduos sejam passíveis de
logística reversa obrigatória

Realizar estudo para avaliação dos efeitos no incremento


de novas obrigações aos contratos vigentes de concessões
e Parcerias Público-Privadas (PPP) celebrados pelo SEP;
7 Estado no que diz respeito às responsabilidades pelo SEGER - Até ano 4 -
gerenciamento de resíduos e eventual cabimento de
recomposição de seu equilíbrio econômico-financeiro,
conforme as normas aplicáveis a estes contratos

Considerar as responsabilidades pelo gerenciamento


de resíduos e seus custos na formulação dos termos dos Órgão
8 - Até ano 5 -
editais para celebração de novas concessões e parcerias concessor
público privadas estaduais

391
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Atendimento a metas do PMGIRS de cada município;
- Municípios com contratação de OCMR;
- Estudo específico para cada município no sentido de otimizar os custos do gerenciamento dos RSU e indicar zonas
favoráveis para localização de unida-des de tratamento de resíduos;
- Municípios com cálculo das despesas municipais com gerenciamento de resíduos;
- Municípios com legislação municipal instituindo ou adequando a cobrança pelos serviços públicos de limpeza urbana
e de manejo de resíduos sólidos;
- Municípios com legislação municipal instituindo ou adequando a cobrança pelos serviços prestados no
gerenciamento dos resíduos de responsabilidade do gerador;
- Municípios com arrecadação suficiente para cobertura das despesas com gerenciamento de resíduos sólidos;
- Municípios com Planos Municipais de Gestão de RCC.
Fonte: Autoria própria

6.11.3 Programa para o Aperfeiçoamento da Gestão de Resíduos Sólidos no Espírito Santo

Objetivo: (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2015), mas também


Aprimorar a gestão dos resíduos sólidos no Estado e pelos setores privados geradores dos grupos de
buscar a garantia da adequada prestação dos serviços resíduos sólidos contemplados neste Plano. Para
públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos. atender a esse tipo de demanda, destaca-se que já foram
editadas diversas normas e regulamentos (algumas
Descrição: extremamente relevantes à organização do Sisnama,
Na etapa do diagnóstico deste Plano foi à diminuição da superposição de competências e à
evidenciada uma grande deficiência na posse de ampla discricionariedade administrativa presente,
informações relevantes e básicas ao gerenciamento como foi o caso da Lei Complementar n.º 140/2011) –
dos resíduos, como o próprio registro do quantitativo tudo isso, é claro, sem que sejam afastadas as críticas
do que foi gerado, coletado e destinado. Essa ausência que constituem a base dessa afirmação.
de informações nos setores público e privado torna-se Neste âmbito, a Confederação Nacional
um desafio à evolução do processo de gestão, uma vez das Indústrias (CNI) entende que o licenciamento
que compromete tanto seu planejamento e controle ambiental de qualidade é fundamental para o
quanto a avaliação de seu desempenho. Neste sentido, desenvolvimento da atividade econômica, mas que
o presente Programa busca assegurar a documentação precisa eliminar as disfunções que comprometam a
dos processos e sua transparência, conforme rege a qualidade do meio ambiente e que gerem obstáculos
própria Política Nacional de Resíduos Sólidos. desnecessários ao funcionamento pleno da economia
Como a gestão no Estado encontra-se em (CNI, 2018). Dentre os problemas que destaca,
fase de estruturação, ainda não foram amplamente estão: (i) o excesso de procedimentos burocráticos e
desenvolvidos os regulamentos necessários para superposição de competências; (ii) a falta de clareza
assegurar a efetividade das etapas do gerenciamento, de procedimentos e atuação discricionária dos
comprometendo as ações de fiscalização. Além disso, agentes; e (iii) insegurança jurídica, até mesmo após
foi apontado nas Oficinas Regionais de construção a obtenção da licença. Segundo a CNI, a combinação
deste Plano que os procedimentos de licenciamento desses problemas resulta na elevação de custos, das
ambiental têm afetado a implantação das estruturas incertezas e do tempo dos projetos, prejudicando a
necessárias a esta finalidade. Tal fato requer uma competitividade e a produtividade tanto das empresas
avaliação dos procedimentos necessários à obtenção quanto do setor público.
das licenças, de modo que os processos sejam mais No Espírito Santo, a Federação das Indústrias,
ágeis. cujas aspirações estão fortemente relacionadas às
O tema “desburocratização do procedimento Políticas de Gestão Integrada de Saneamento e
de licenciamento ambiental” foi recorrente na Resíduos Sólidos, canaliza essas recomendações no
aspiração apresentada não só pelo Legislativo Federal primeiro dos três pontos-chave apresentados pela

392
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

atual gestão: “agilizar e desburocratizar os processos diagnóstico conduzido tenha constatado deficiências
de licenciamento ambiental e descentralizar as que necessitam de ações específicas para sua melhoria.
decisões para esfera municipal. Deve ser priorizada
a integração de todos os órgãos responsáveis pela Projetos (Quadros 6-28 a 6-31):
autorização de funcionamento dos empreendimentos”
(FINDES, 2018). Entretanto, aprimorar o licenciamento 1. Regulamentação da Gestão de Resíduos
também está relacionado à implementação de medidas Sólidos;
eficazes de fiscalização (conforme proposto no Projeto 2. Documentação dos processos de Gestão de
4 do Programa 1). A partir disso, espera-se incentivar Resíduos Sólidos;
a regularização dos empreendimentos existentes e a 3. Aperfeiçoamento dos Processos de
abertura de novas instalações para o tratamento e a Licenciamento Ambiental envolvendo
destinação de resíduos sólidos. Tudo isso, no entanto, Resíduos Sólidos;
requer capacidades administrativas condizentes para 4. Capacidades Administrativas para a Gestão
lidar com o desafio da gestão adequada, embora o dos Resíduos Sólidos.

Quadro 6-28 - Plano de Execução do Projeto 1 vinculado ao Programa 3


PROGRAMA 3
PROGRAMA PARA O APERFEIÇOAMENTO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESPÍRITO SANTO
PROJETO 1
Regulamentação da Gestão de Resíduos Sólidos
OBJETIVO
Estabelecer marco legal para a gestão de resíduos sólidos no Estado, de acordo com as diretrizes do PERS-ES
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Revisão da legislação e atos normativos estaduais que
Órgãos
1 tenham incompatibilidades com a atual política de gestão - Até ano 3 -
licenciadores
de resíduos
Propor a criação de autarquia especial ou outro ente
SEAMA;
2 da administração indireta para regular o serviço de - Até ano 2 -
SEDURB
gerenciamento de resíduos sólidos
Promulgar decreto estadual instituindo o Sistema de
3 SEAMA - Ano 1 -
Informação Estadual de Resíduos Sólidos (SEIRS)
Determinar a obrigatoriedade de elaboração do
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos dos
empreendimentos do setor industrial, agroindustrial,
grandes geradores de agrossilvopastoris, geradores de Órgãos
4 - Ano 1 a 3 -
RST, geradores de RSPS, geradores de RSS, grandes licenciadores
geradores de RCC, grandes geradores do setor de
comércio e serviço, bem como sua apresentação vinculada
à emissão/renovação da licença de operação
Desenvolver um índice que permita classificar os SEAMA:
5 estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços em IJSN - Até ano 3 PROGEST
função do volume de resíduos gerados
Determinar a obrigatoriedade de segregação dos resíduos Órgãos
6 - Até ano 2 -
gerados em suas frações seca, úmida e rejeitos licenciadores
Determinar a obrigatoriedade de apresentação anual do
Órgãos
7 inventário de resíduos sólidos, bem como sua vinculação - Ano 4 -
licenciadores
à renovação da licença de operação
Determinar a obrigatoriedade de apresentação anual do
SEGER;
8 inventário de resíduos sólidos gerados por instituições - Ano 4 -
SEAMA
públicas localizadas no Estado

393
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Fomentar a apresentação anual do inventário de resíduos
SEGER;
9 sólidos coletados pelas prefeituras dos municípios - Ano 4 -
SEAMA
capixabas
Fomentar que os municípios mantenham banco de dados
SEGER;
10 de PGRS para geradores de RSS, RI, RST, RM, RSU e - Ano 4 -
SEAMA
grandes geradores de RCC
Fomentar os municípios a oferecerem coleta de RCC para
SEGER;
11 pequenos geradores e estabelecer mecanismo de cobrança - Ano 6 -
SEAMA
para o serviço prestado
Fomentar a adequação dos produtos adquiridos pelos
SEGER;
12 municípios sujeitos a logística reversa após sua utilização - Ano 4 -
SEAMA
ou fim de vida útil
Definir elementos mínimos para garantir o funcionamento
dos consórcios públicos que sejam regulados pela SEGER;
13 - Ano 1 a 5 -
autarquia especial ou outro ente da administração SEAMA
indireta designada
Fomentar a comprovação pelos municípios dos resultados
alcançados pelas ações visando a redução de resíduos
SEGER;
14 (fração seca e úmida) enviados aos aterros sanitários, - Ano 7 -
SEAMA
e vincular este documento comprobatório ao acesso a
recursos estaduais
Estabelecer regras para o acesso a recursos do Estado
SEGER;
15 destinados às ações e programas de interesse na área de - Ano 5 -
SEAMA
resíduos sólidos*
Realizar estudo para determinar elementos mínimos de
composição de custos e produtividade para os serviços SEDURB;
16 - Ano 2 a 4 PROGEST
públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, IJSN
estabelecendo valores de referência
Fomentar para que os municípios nos processos
licitatórios e de fiscalização/controle utilizem valores de
17 referência mínimos para os elementos de composição SEDURB - Ano 6 -
de custos e produtividade para os serviços públicos de
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos
Inserir agregados alternativos (de RCC, da Siderurgia,
dentre outros) nas licitações de obras públicas e licitações
Órgãos
18 do Estado, e sua priorização a partir de um percentual
Estaduais
- Ano 4 -
que deve evoluir gradativamente, considerando os
resultados do estudo obtido pela ação anterior
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Autarquia especial ou outro ente da administração indireta designada para regular o serviço de gerenciamento de
resíduos sólidos;
- Instrumentos legais referentes às ações do Projeto Regulamentação da Gestão de Resíduos Sólidos (Programa 3);
- Marco legal único para a gestão de resíduos sólidos no Estado elaborado na forma de minuta e encaminhado para
Assembleia Legislativa do Espírito Santo.
Fonte: Autoria própria. *Somente municípios que tenham fornecido as informações requeridas pelo Sistema Declaratório Anual
e que tenham instituído legalmente as medidas de cobrança pelos serviços prestados poderão pleitear recursos, após um período
para adequação. Além disso, as regras devem envolver priorização para municípios que possuam PMGIRS adequadamente
revisados; que estejam envolvidos em soluções intermunicipais ou consorciadas; que tenham formalmente incluído as OCMR
nos seus sistemas de coleta seletiva e que tenham avançado na implementação da educação ambiental conforme determinado
em seus PMGIRS. Estes mecanismos de acesso às verbas estaduais devem ser aprimorados periodicamente para incluir o
avanço na cobertura da coleta convencional e seletiva, ou seja, deve se ajustar para incluir revisões nos critérios de priorização
dos municípios que buscam a universalização dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

394
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Quadro 6-29 - Plano de Execução do Projeto 2 vinculado ao Programa 3


PROGRAMA 3
PROGRAMA PARA O APERFEIÇOAMENTO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESPÍRITO SANTO
PROJETO 2
Documentação dos processos de Gestão de Resíduos Sólidos
OBJETIVO
Proporcionar o registro e consolidação das informações sobre geração, manejo e disposição final de todas as tipologias e
agentes envolvidos com os resíduos sólidos do Estado, independentemente da implantação do SEIRS. Neste momento,
será importante desenvolver uma metodologia para cada tipologia visando quantificar os resíduos quando estes não
puderem ser pesados
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
SEDURB;
Fomentar estudo sobre proposição de metodologia para SECTI;
1 - Até ano 3 -
quantificação de resíduos que não puderem ser pesados SEAMA;
FAPES

Elaborar e dar publicidade ao Diagnóstico Anual sobre os


SEAMA;
2 Resíduos Sólidos Urbanos, envolvendo geração, manejo e - Contínuo -
IJSN
disposição final

Elaborar e dar publicidade ao Diagnóstico Anual sobre


SEAMA;
3 os Resíduos dos Serviços Públicos de Saneamento, - Contínuo -
IJSN
envolvendo geração, manejo e disposição final

Elaborar e dar publicidade ao Diagnóstico Anual sobre


SEAMA;
4 os Resíduos de Construção Civil, envolvendo geração, - Contínuo -
IJSN
manejo e disposição final

Elaborar e dar publicidade ao Diagnóstico Anual sobre SEAMA:


5 os Resíduos de Serviços de Saúde, envolvendo geração, IJSN - Contínuo -
manejo e disposição final

Elaborar e dar publicidade ao Diagnóstico Anual sobre os


SEAMA;
6 Resíduos de Serviços de Transporte, envolvendo geração, - Contínuo -
IJSN
manejo e disposição final

Elaborar e dar publicidade ao Diagnóstico Anual sobre


SEAMA;
7 os Resíduos de Mineração, envolvendo geração, manejo e - Contínuo -
IJSN
disposição final
Elaborar e dar publicidade ao Diagnóstico Anual sobre
SEAMA;
8 os Resíduos Industriais, envolvendo geração, manejo e - Contínuo -
IJSN
disposição final
Elaborar e dar publicidade ao Diagnóstico Anual sobre
SEAMA;
9 os Resíduos Agrossilvopastoris e Agroindustriais, - Contínuo -
IJSN
envolvendo geração, manejo e disposição final
Elaborar e dar publicidade ao Diagnóstico Anual sobre
SEAMA;
10 os Resíduos sujeitos à Logística Reversa Obrigatória, - Contínuo -
IJSN
envolvendo geração, manejo e disposição final
Elaborar e dar publicidade ao Diagnóstico Anual sobre a
SEAMA;
11 evolução do Índice de Qualidade dos Aterros Sanitários - Contínuo -
IJSN
(IQAS) das unidades de disposição final

Elaborar e dar publicidade ao Diagnóstico Anual sobre a SEAMA;


12 - Contínuo -
evolução da implantação dos PMGIRS IJSN

395
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Elaborar e dar publicidade ao Inventário Estadual de
Resíduos Sólidos consolidando as informações de todas SEAMA;
13 - Contínuo -
as tipologias e da evolução do Índice de Qualidade dos IJSN
Aterros Sanitários (IQAS) e de implantação dos PMGIRS
Integrar as informações dos Inventários Estaduais com os
SEAMA;
14 dados do Sistema Declaratório Anual, quando este estiver - Ano 5 a 8 -
IJSN
implantado
Implantar e atualizar anualmente um cadastro estadual
digital georreferenciado com a descrição das empresas Órgãos
15 R$ 75.000,00 Contínuo -
com licenças válidas para os serviços de coleta, licenciadores
tratamento, destinação e disposição de resíduos sólidos
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Número de relatórios publicados anualmente em relação ao planejado (12 relatórios anuais);
- Cadastro estadual de prestadores de serviço implantado e atualizado.
Fonte: Autoria própria

Quadro 6-30 - Plano de Execução do Projeto 3 vinculado ao Programa 3


PROGRAMA 3
PROGRAMA PARA O APERFEIÇOAMENTO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESPÍRITO SANTO
PROJETO 3
Aperfeiçoamento dos Processos de Licenciamento Ambiental envolvendo Resíduos Sólidos
OBJETIVO
Agilizar e desburocratizar, quando possível, os processos de licenciamento ambiental envolvendo resíduos sólidos
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Definir prioridade no licenciamento de unidades de
Órgãos Até
1 destinação e disposição final de resíduos sólidos públicas e - -
licenciadores ano 2
privadas
Estabelecer termos de referência definindo procedimentos
de licenciamento ambiental para empreendimentos
recicladores, de tratamento, de destinação final de resíduos
Órgãos Ano 3
2 sólidos e de pontos de entrega de resíduos sujeitos à logística - -
licenciadores a5
reversa, de forma a simplificar os procedimentos e fomentar
o aumento do reuso, reutilização e reciclagem dos resíduos
sólidos
Estabelecer normatização simplificada para licenciamento de
Órgãos Ano 4
3 áreas de transbordo, centros de triagem, pontos de entrega - -
licenciadores a6
voluntária e empreendimentos de reciclagem de RCC
Fomentar a segregação dos resíduos gerados como exigência
Órgãos
4 no processo de licenciamento ambiental, com priorização da - Ano 6 -
licenciadores
destinação dos recicláveis para as OCMR no município
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Redução do tempo de licenciamento ambiental;
- Termo de referência sobre procedimentos de licenciamento ambiental;
- Regulamentação simplificada para licenciamento ambiental.
Fonte: Autoria própria

396
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Quadro 6-31 - Plano de Execução do Projeto 4 vinculado ao Programa 3


PROGRAMA 3
PROGRAMA PARA O APERFEIÇOAMENTO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESPÍRITO SANTO
PROJETO 4
Capacidades Administrativas para a Gestão dos Resíduos Sólidos
OBJETIVO
Capacidades Administrativas para a Gestão dos Resíduos Sólidos
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Fomentar a melhoria do Grau de Capacidade Técnica
(GCT) das equipes municipais responsáveis pela gestão
SEDURB;
1 dos resíduos sólidos em relação ao número e formação dos - Contínuo PROSAN
IEMA
profissionais que compõem as equipes (metodologia em
Marino et al. 2016)
Oferecer capacitação para gestores e técnicos municipais
envolvidos com a gestão de resíduos sólidos, no início de SEDURB; Início
cada gestão municipal, envolvendo licenciamento e aspectos IEMA; de cada
2 R$ 86.491,24 PROSAN
gerais da legislação específica de gestão de resíduos, gestão IDAF; gestão
de RSU, RSPS, RCC e RSS, levando em consideração as NEVS municipal
especificidades das comunidades locais
SEDURB;
Fomentar a melhoria da capacidade de fiscalização das
IEMA;
3 prefeituras na gestão de resíduos sob responsabilidade do - Contínuo PROSAN
IDAF;
gerador
NEVS
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Grau de Capacidade Técnica (GCT) das equipes municipais;
- Coeficiente de Multidisciplinaridade (CM) das equipes municipais;
- Cursos de capacitação executados em relação ao previsto;
- Capacitação dos Agentes Públicos.
Fonte: Autoria própria

6.11.4 Programa de Valorização de Resíduos Sólidos

Objetivo: sua atividade. Também não se sabe exatamente quantos


Fomentar as atividades de coleta seletiva, tratamento, catadores estão formalizados, sendo estes excluídos de
reaproveitamento, reciclagem e aproveitamento projetos de capacitação e fortalecimento.
energético dos resíduos sólidos, considerando a Considerando então a potencialidade dos
participação das Organizações de Catadores de resíduos, percebe-se que os baixos percentuais de
Materiais Recicláveis (OCMR). tratamento, reaproveitamento e reciclagem indicam
que as cadeias produtivas de reciclagem e valorização
Descrição: dos resíduos ainda são incipientes e carecem de
Inicialmente, a valorização dos resíduos fortalecimento. Nem sempre há uma difusão da
sólidos envolve sua adequada segregação e coleta tecnologia existente ou adaptação de tecnologias
seletiva solidária, fomentando, portanto, a participação à realidade local, o que requer fortalecimento das
das OCMR, que não só se fortalecerão, mas atenderão pesquisas neste sentido. Da mesma forma, nem
os objetivos estabelecidos pela Política Nacional. todos os acordos setoriais foram assinados e não se
Apesar disso, cabe salientar que existem diversas tem informação relevante sobre a implantação da
organizações atualmente inoperantes, bem como responsabilidade compartilhada dos resíduos sujeitos
alguns municípios que ainda não são atendidos pela à logística reversa obrigatória. Em função disso,

397
verificam-se muitos desafios na participação dos 3. Cadeia produtiva da reciclagem;
agentes envolvidos ou até mesmo a falta de orientação 4. Sistemas de valorização e tratamento de
de como proceder adequadamente. resíduos sólidos;
5. Aproveitamento energético;
Projetos (Quadros 6-32 a 6-38): 6. Sistemas de Logística Reversa;
7. Pesquisas para desenvolvimento de
1. Coleta seletiva solidária; tecnologias e difusão tecnológica voltadas ao
2. Incentivos econômicos e fiscais para tratamento de resíduos sólidos.
valorização dos resíduos sólidos;

Quadro 6-32 - Plano de Execução do Projeto 1 vinculado ao Programa 4


PROGRAMA 4
PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 1
Coleta Seletiva Solidária
OBJETIVO
Fomentar a participação das OCMR nos sistemas de coleta seletiva municipais,
do setor privado e de instituições públicas
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Realizar o Cadastro de Catadores de Materiais Recicláveis
1 ADERES - Contínuo PQA
do Estado
Fomentar a ampliação da integração das OCMR no mercado
2 ADERES - Contínuo PQA
de recicláveis
Incentivar a valorização do serviço prestado pelas OCMR
por meio do Programa de Pagamento por Serviços R$
3 ADERES Contínuo PQA
Ambientais. Ações prioritárias com os municípios que ainda 175.296.380,45
não implementaram coleta seletiva e tem OCMR ativa
Realizar Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE)
4 ADERES R$ 500.000,00 Até ano 3 -
para implantação de rede capixaba de OCMR
Depende da
5 Implantar a rede capixaba de OCMR ADERES Ano 3 a 6 -
Ação 4
Implantar um projeto permanente e continuado de
PQA;
6 capacitação técnica, gerencial e profissionalizante das ADERES - Contínuo
PRU
OCMR
Incentivar parcerias de empresas privadas e instituições
SEAMA;
7 públicas com OCMR para doação da fração reciclável de - Contínuo -
ADERES
resíduos sólidos
Articular as ações do PERS-ES ao Programa Capixaba de
8 SEAMA - Contínuo -
Materiais Reaproveitáveis
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Formalização da integração dos sistemas de coleta seletiva com as OCMR;
- Cobertura da coleta seletiva;
- Implantação da rede capixaba de OCMR;
- Implantação do projeto permanente de capacitação das OCMR;
- Número de parcerias para doação da fração reciclável dos resíduos sólidos.
Fonte: Autoria própria

398
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Quadro 6-33 - Plano de Execução do Projeto 2 vinculado ao Programa 4


PROGRAMA 4
PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 2
Incentivos econômicos e fiscais para valorização dos resíduos sólidos
OBJETIVO

Garantir os incentivos econômicos e financeiros necessários à promoção do reaproveitamento


e valorização dos resíduos sólidos

Agente Investimento Possíveis


# Ações Prazo
promotor necessário Fontes

Realizar estudo para determinar incentivos fiscais


PST;
e financeiros para a segregação dos resíduos na SEDES;
1 - Ano 1 a 2 PRU;
fonte geradora e a coleta das diferentes frações com ADERES
PROGEST
priorização da participação das OCMR

Realizar estudo sobre a possibilidade de instituir


adequação da política tributária estadual visando
PST;
o tratamento tributário diferenciado com redução, SEDES; R$
2 Ano 1 a 4 FDD;
isenção e soluções para a bitributação de matéria prima SEFAZ 1.200.000,00
PROGEST
secundária ou subprodutos de processos de tratamento,
reaproveitamento e reciclagem de resíduos

Realizar estudo sobre a possibilidade de estabelecer


incentivos tributários para aquisição de equipamentos
3 SEDES - Ano 1 a 4 PROGEST
de captação, tratamento e geração de energia a partir de
resíduos

Elaborar instrumento normativo estabelecendo


incentivo fiscal e financeiro para as atividades de SEAMA;
4 reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos no SEDES; - Ano 5 -
Estado, bem como para aquelas que utilizam matéria SEFAZ
prima secundária no seu processo produtivo

Articular junto ao Bandes (Banco de Desenvolvimento


do Estado do Espírito Santo) um programa com linhas
SEAMA;
de crédito especiais para: implantação e/ou ampliação ECOVERDE;
SEDES; Depende da
5 de unidades de tratamento, beneficiamento e reciclagem Contínuo RESOL;
SEDURB; demanda
de resíduos sólidos, de infraestrutura de coleta e ACS
BANDES
transporte, bem como de unidades de destinação de
resíduos sólidos e disposição final de rejeitos

Estabelecer critério de acesso a linhas de financiamento


6 para empreendimentos que viabilizem a redução da BANDES - Contínuo -
geração de resíduos em seus processos produtivos

Indicadores para o monitoramento e avaliação

- Formalização da integração dos sistemas de coleta seletiva com as OCMR;


- Cobertura da coleta seletiva;
- Implantação da rede capixaba de OCMR;
- Implantação do projeto permanente de capacitação das OCMR;
- Número de parcerias para doação da fração reciclável dos resíduos sólidos.
Fonte: Autoria própria

399
Quadro 6-34 - Plano de Execução do Projeto 3 vinculado ao Programa 4
PROGRAMA 4
PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 3
Cadeia produtiva da reciclagem
OBJETIVO
Fomentar a expansão da cadeia produtiva da reciclagem no Estado
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Designar grupo de trabalho para elaborar um estudo
sobre a adequação ou elaboração de atos normativos para SEAMA;
qualificar os resíduos para reinserção na cadeia produtiva SEDES;
1 - Ano 3 a 5 -
da reciclagem, envolvendo a desmistificação da aplicação SECTI;
de resíduos sólidos em processos industriais como matéria FAPES
prima secundária

2 Incentivar a reestruturação da Bolsa Capixaba de Resíduos SEDES R$ 183.000,00 Contínuo -

Articular parceria com os agentes privados para capacitação


das OCMR para adequação de processos aos requisitos de
3 ADERES - Continuo -
qualidade requeridos para a entrada dos resíduos em seus
processos de reciclagem
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Número de empreendimentos recicladores de resíduos sólidos com licenciamento ambiental aprovado a partir do ano
base;
- Utilização do agregado de construção civil em obras públicas no Estado;
- Bolsa Capixaba de Resíduos em funcionamento.
Fonte: Autoria própria

Quadro 6-35 - Plano de Execução do Projeto 4 vinculado ao Programa 4


PROGRAMA 4
PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 4
Sistemas de valorização e tratamento de resíduos sólidos
OBJETIVO
Proporcionar maior valor aos resíduos por meio do tratamento ou reaproveitamento, minimizando seu envio para o aterro
sanitário
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
SECTI;
Criar grupo de trabalho para estudar as possibilidades de FAPES;
1 - Ano 6 a 8 -
reciclagem e reaproveitamento do lodo de ETE e ETA SEAMA;
IEMA
Criar grupo de trabalho para estudar e propor atos
SECTI;
normativos para redefinir o conceito de rejeito para
FAPES;
2 o setor de mineração, industrial e agroindustrial e - Ano 3 a 5 -
SEAMA;
minimizar obstáculos na reutilização de resíduos como
IEMA
matéria prima secundária

400
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Agente Investimento Possíveis


# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Realizar estudo de otimização dos fluxos de coleta e SECTI;
transporte, além de estudo de viabilidade técnica e FAPES; PROSAB;
3 R$ 500.000,00 Ano 3 a 6
econômica para aproveitamento da fração orgânica, SEAMA; PROGEST
priorizando soluções consorciadas ou compartilhadas IEMA
SECTI;
Realizar estudo para implantação de usinas de FAPES;
compostagem regionais, atendendo a regionalização dos SEAMA;
4 R$ 500.000,00 Ano 5 a 7 PROGEST
Consórcios Públicos, para destinação da fração orgânica IEMA;
dos RSU e aquela proveniente de grandes geradores SEDURB;
SEAG
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Estudo de otimização dos fluxos de coleta e transporte, e estudo de viabilidade técnica e econômica para
aproveitamento da fração orgânica, priorizando soluções consorciadas ou compartilhadas;
- Estudo para implantação de usinas de compostagem regionais, atendendo a regionalização dos Consórcios Públicos;
- Ato normativo para redefinir o conceito de rejeito para o setor de mineração, industrial e agroindustrial;
- Empreendimentos para tratamento de resíduos sólidos com licenciamento ambiental aprovado a partir da quantidade
existente no ano de implantação do PERS-ES;
- Empreendimentos para compostagem da fração úmida dos resíduos sólidos com licenciamento ambiental aprovado a
partir da quantidade existente no ano de implantação do PERS-ES.
Fonte: Autoria própria

Quadro 6-36 - Plano de Execução do Projeto 5 vinculado ao Programa 4


PROGRAMA 4
PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 5
Aproveitamento energético
OBJETIVO
Viabilizar a exploração do potencial de aproveitamento energético a partir de resíduos sólidos
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
PROSAB;
SECTI;
PFC;
Realizar estudo de viabilidade técnica e econômica para FAPES;
1 R$ 500.000,00 Ano 5 a 7 PCTI;
sistemas de geração de energia a partir de resíduos sólidos SEAMA;
PROGEST
IEMA

Desenvolver mecanismos de incentivo econômico para a


2 SEDES - Contínuo -
geração de energia a partir de resíduos sólidos
Indicadores para o monitoramento e avaliação

- Estudo realizado de viabilidade técnica e econômica para sistemas de geração de energia a partir de resíduos sólidos;
- Empreendimentos com aproveitamento energético dos resíduos sólidos com licenciamento ambiental aprovado.
Fonte: Autoria própria

401
Quadro 6-37 - Plano de Execução do Projeto 6 vinculado ao Programa 4
PROGRAMA 4
PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 6
Sistemas de Logística Reversa
OBJETIVO
Fomentar os Sistemas de Logística Reversa no Estado em acordo com os objetivos do PERS-ES
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes

Ratificar Acordos Setoriais Estaduais para os resíduos


com logística reversa obrigatória com os setores que
ainda não o fizeram e adequar os acordos existentes
1 SEAMA - Até ano 2 -
para que fabricantes e importadores adquiram
certificados de destinação adequada prioritariamente
nas indústrias de reciclagem situadas no Estado

Fomentar a implantação dos sistemas de logística


2 reversa acordados de forma de forma independente dos SEAMA - Contínuo -
serviços públicos de limpeza urbana
Fomentar a participação dos fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes de RLRO no sistema auto
3
declaratório informando a geração, coleta, tratamento e
SEAMA - Contínuo -
disposição final
Realizar estudo para verificar a possibilidade de
compatibilização das informações obtidas pelo sistema
auto declaratório e os dados de produtos fabricados
4 SEAMA Ano 3 -
e/ou comercializado vendidos no Estado e que
necessitam da logística reversa obrigatória visando sua
quantificação
Fiscalizar o cumprimento das metas estabelecidas
nos acordos setoriais nacional e estadual, evitando
o desequilíbrio de práticas de coleta e destinação
adequada entre os municípios capixabas. Incorporar Órgãos
5
uma verificação das informações obtidas pelo sistema licenciadores - Contínuo -
auto declaratório com os dados da compatibilização
obtida a partir da ação 4, para aqueles produtos em que
for identificada esta possibilidade
Priorizar a articulação com entidades gestoras dos
6
sistemas de logística reversa
SEAMA - Contínuo -

Definir como os sistemas de logística reversa vão apoiar


as ações do Programa Estadual de Educação Ambiental
7
e dos projetos de educação ambiental nos municípios
SEAMA - Ano 5 a 8 PNEA
capixabas
Indicadores para o monitoramento e avaliação

- Acordos setoriais implementados para logística reversa no Estado em relação ao esperado;


- Cumprimento das metas dos acordos setoriais específicos.
Fonte: Autoria própria

402
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Quadro 6-38 - Plano de Execução do Projeto 7 vinculado ao Programa 4


PROGRAMA 4
PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 7
Pesquisas para desenvolvimento de tecnologias e difusão tecnológica voltadas ao tratamento de resíduos sólidos
OBJETIVO
Fomentar o desenvolvimento de tecnologias e a difusão do conhecimento considerando as especificidades do Estado.
Vale ressaltar que muitas tecnologias já existem, mas nem sempre se aplicam à realidade do Espírito Santo. No sentido
de orientar essa difusão com alternativas já existentes, foi elaborado um compêndio de tecnologias existentes para
tratamento, reaproveitamento, reciclagem e disposição dos resíduos, conforme Apêndice B
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
SECTI; REB;
Fomentar a difusão tecnológica sobre técnicas e processos Dependente
FAPES; PCTI;
1 de aproveitamento de resíduos sólidos como matéria prima da capacidade Contínuo
SEAMA; PROGEST
secundária de fomento
IEMA
SECTI;
Promover eventos e ações para a difusão tecnológica e Dependente REB;
FAPES;
2 de conhecimentos dos processos de reaproveitamento de da capacidade Contínuo PCTI;
SEAMA;
resíduos sólidos como matéria prima secundária de fomento PROGEST
IEMA
SECTI;
Dependente REB;
Fomentar programas de minimização da geração de FAPES;
3 da capacidade Contínuo PCTI;
resíduos nos setores, tal como o Produção + Limpa SEAMA;
de fomento PROGEST
IEMA
Fomentar pesquisa para desenvolvimento de Ciência, SECTI; PROSAB;
Dependente
Tecnologia e Inovação (CT&I) visando tecnológicas FAPES; PCTI;
4 da capacidade Contínuo
sustentáveis e econômicas para reciclagem e aproveitamento SEAMA; FDD;
de fomento
energético dos resíduos sólidos IEMA PROGEST
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Recursos financeiros aplicados a pesquisas de desenvolvimento de tecnologias e difusão tecnológica voltadas ao
tratamento de resíduos sólidos;
- Patentes registradas relacionadas com produto de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia para tratamento,
reciclagem e aproveitamento energético de resíduos sólidos;
- Eventos de difusão tecnológica sobre tecnologias relacionadas a resíduos sólidos.
Fonte: Autoria própria

6.11.5 Programa de Conscientização e Responsabilidade em Resíduos Sólidos

Objetivo: Responsabilidade em Resíduos Sólidos busca, num


Reforçar, no âmbito do Programa Estadual de Educação primeiro momento, articular as ações de educação de
Ambiental (PEEA), as ações vinculadas aos resíduos ambiental propostas nesta temática. No sentido de
sólidos, visando à sua não geração e à produção e viabilizar as ações vinculadas à não geração, também
consumo sustentáveis, bem como se adequando às é apresentado um Projeto que visa à promoção do
necessidades do PERS-ES. consumo sustentável.
Finalmente, na tentativa de garantir a
Descrição: perenidade das ações de educação ambiental, este
Considerando a existência de uma Programa propõe reforçar a gestão de resíduos sólidos
vertente voltada aos resíduos sólidos no corpo do junto aos programas de ensino formais, de acordo com
PEEA, o presente Programa de Conscientização e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

403
Ambiental (vide Resolução n.º 2, de 15 de junho de do PERS-ES com o Programa Estadual de
2012, do Conselho Nacional de Educação). Educação Ambiental (PEEA);
2. Práticas de consumo sustentável;
Projetos (Quadros 6-39 a 6-41): 3. Reforçar a importância dos resíduos sólidos
na educação ambiental junto aos programas
1. Articulação das ações de educação ambiental de ensino formais da educação básica.

Quadro 6-39 - Plano de Execução do Projeto 1 vinculado ao Programa 5


PROGRAMA 5
PROGRAMA DE CONSCIENTIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE EM RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 1
Articulação das ações de educação ambiental do PERS-ES com o Programa Estadual de Educação Ambiental (PEEA)
OBJETIVO
Articular ações de educação ambiental vinculadas aos resíduos sólidos no Programa Estadual de Educação Ambiental,
adequando às necessidades do PERS-ES
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Ampliar projetos continuados de conscientização e
SEAMA;
capacitação de cidadãos para redução, segregação e R$
1 IEMA; Contínuo PNEA
disponibilização adequada de resíduos secos e úmidos, 6.293.816,51
SEDU
incluindo resíduos sujeitos a logística reversa obrigatória
Reforçar estrutura para ampliação de programas de SEAMA;
PNEA;
2 comunicação continuada de cidadãos sobre cronogramas de IEMA; R$ 223.798,11 Contínuo
PRSU
coleta convencional, especial e seletiva SEDU
SEAMA;
Incentivar a atuação das OCMR nos programas de educação
3 IEMA; - Contínuo -
ambiental junto à população, empresas e setor público
SEDU
Elaborar material de apoio que auxilie nas distintas ações SEAMA;
PNEA;
4 de educação ambiental vinculadas aos resíduos sólidos no IEMA; - Contínuo
PRSU
Programa Estadual de Educação Ambiental SEDU
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Resíduos coletados pela coleta seletiva;
- Projetos de educação ambiental;
- Comunicação sobre descarte adequado de resíduos sujeitos à logística reversa obrigatória.
Fonte: Autoria própria

Quadro 6-40 - Plano de Execução do Projeto 2 vinculado ao Programa 5


PROGRAMA 5
PROGRAMA DE CONSCIENTIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE EM RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 2
Práticas de consumo sustentável
OBJETIVO
Elaborar um projeto continuado visando atender ao objetivo de conscientizar para
a minimização da geração de resíduos sólidos

404
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Agente Investimento Possíveis


# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Elaborar um concurso anual de divulgação de práticas
SEAMA;
de consumo sustentável para a minimização de
1 IEMA; R$ 800.000,00 Contínuo PROGEST
resíduos sólidos, com ampla divulgação das propostas
SEDU
participantes e dos projetos ganhadores
Incentivar acordos voluntários para não geração e
minimização de resíduos sólidos com criação de uma
2 SEAMA - Contínuo -
certificação que proporcione ganho de imagem para o
empreendimento

Fomentar a compostagem domiciliar com campanhas, Foi contabilizado


manual para construção de composteira e sobre como junto aos
3 SEAG investimentos da Contínuo PAPC
cuidar, bem como distribuição de composteiras por meio Ação 1, Projeto 1
de parcerias com o setor privado do Programa 5
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Evolução da geração per capita de RSU;
- Fração úmida destinada a aterros sanitários;
- Concurso Consumo Consciente;
- Acordos voluntários para não geração e minimização de resíduos sólidos.
Fonte: Autoria própria

Quadro 6-41 - Plano de Execução do Projeto 3 vinculado ao Programa 5


PROGRAMA 5
PROGRAMA DE CONSCIENTIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE EM RESÍDUOS SÓLIDOS
PROJETO 3
Reforçar a importância dos resíduos sólidos na educação ambiental junto
aos programas de ensino formais da educação básica
OBJETIVO
Fomentar o elemento que envolve o manejo adequado dos resíduos sólidos na educação ambiental dos programas de
ensino formais da educação básica
Agente Investimento Possíveis
# Ações Prazo
promotor necessário Fontes
Elaborar um relatório identificando como o manejo de
resíduos sólidos, da coleta seletiva solidária, do manejo
diferenciado dos resíduos sujeitos a logística reversa
1 obrigatória está incluído no Projeto Político-Pedagógico SEDU - Contínuo -
(PPP) e dos Projetos e Planos de Cursos (PC) das instituições
de Educação Básica, em acordo às Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Ambiental
Desenvolver um projeto para reforçar a inclusão do manejo
SEAMA;
2 adequado dos resíduos sólidos na educação ambiental dos - Contínuo PNEA
SEDU
programas de ensino formais da educação básica
Desenvolver um projeto para escolas estaduais envolverem
SEAMA;
3 os estudantes na implantação e fomento da coleta seletiva na - Contínuo -
SEDU
escola e na comunidade
Indicadores para o monitoramento e avaliação
- Estudo de diagnóstico da inclusão do manejo de resíduos sólidos, da coleta seletiva solidária, do manejo diferenciado
dos resíduos sujeitos a logística reversa obrigatória nos cursos de Educação Básica, em acordo às Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental;
- Projeto para reforçar a inclusão do manejo adequado dos resíduos sólidos na educação ambiental dos programas de
ensino formais da educação básica.
Fonte: Autoria própria

405
6.11.6 Priorização dos Programas, Projetos e Ações

Embora os Programas, Projetos e Ações pontuação total entre 21 e 28;


apresentados sejam de fundamental relevância à • Alta Prioridade: Projetos com pontuação
promoção de um avanço no cenário da gestão de total entre 15 e 21;
resíduos sólidos, os diversos recursos – sejam estes • Média Prioridade: Projetos com pontuação
financeiros, físicos, humanos, temporais e outros – total entre 8 e 14;
são claramente limitados. Isso requer a adoção de • Baixa Prioridade: Projetos com pontuação
um cronograma no qual as ações sejam operadas de total igual a 7, isto é, aqueles em todos os
forma gradativa, e por essa razão faz-se necessária a critérios receberem nota 1.
condução de um processo de priorização do que foi
proposto. Este consiste no estabelecimento de níveis A atribuição de notas se deu por meio de
de impacto/necessidade, tendo em vista a situação dos três rodadas realizadas pela equipe de Especialistas
serviços e da gestão atual. do Lagesa. Nestas foi considerada a densa gama de
Neste Plano foi utilizada a metodologia de informações adquiridas no Diagnóstico, bem como as
priorização desenvolvida pelo próprio Lagesa. Esta informações organizadas no presente prognóstico. As
se trata de uma ferramenta empregada em outros etapas foram as seguintes:
trabalhos voltados ao saneamento básico, tendo
sido validada por um amplo grupo de especialistas, • 1ª Etapa: Adaptação da Matriz de
gestores e participantes da Sociedade Civil. No entanto, Priorização e discussão dos critérios e
a ela foram incorporados outros elementos presentes pontuação;
nos principais métodos de priorização da literatura • 2ª Etapa: Atribuição geral de notas por
especializada, tais como as matrizes GUT, Rice, parte dos Especialistas envolvidos com
BASICO, Custo e Benefício; Urgência X Importância e o PERS-ES em todas as suas áreas de
Esforço X Impacto. atuação;
Diante disto, o Quadro 6-42 apresenta não • 3ª Etapa: Apuração de notas e grupo
só os critérios empregados no processo de priorização focal para triangulação de notas,
do material proposto neste Plano, mas a devida questionamentos e ajustes.
justificativa que embasou a escolha de cada um deles
e a sua pontuação relativa. Além destas, uma quarta etapa foi
A partir da referência de pontuação, para incorporada ao processo. Esta contou com a
cada Projeto foram atribuídas notas para os sete validação da priorização e ordenamento dos
critérios de avaliação. Seu resultado corresponde ao Projetos, considerando também as contribuições
somatório das sete notas atribuídas, que podem variar advindas dos participantes das Oficinas Regionais
de 7 a 28, sendo os mais bem pontuados classificados conduzidas nas cinco regiões de mobilização deste
como os de maior prioridade, conforme a seguinte Plano. A partir desta metodologia, todos os 23
escala proposta: Projetos propostos foram priorizados conforme
indica o Quadro 6-43.
• Prioridade Absoluta: Projetos com

406
Quadro 6-42 – Critérios, justificativas e pontuação utilizado na elaboração da Matriz de Prioridades
Pontuação
Critério Justificativa
4 3 2 1
Análise do grau de relevância do Programa para a resolução dos
Atendimento ao problemas mais graves relativos aos Resíduos Sólidos Estaduais. Atende Atende Atende
Atende
objetivo principal Aqui, analisa-se a contribuição do programa para o atendimento completamente parcialmente indiretamente
do objetivo principal do PERS-ES.
Impacto da medida Análise do grau de relevância do Programa para o aumento
Grande impacto Impacto razoável Baixo impacto Impacto indireto
quanto ao grau global da salubridade ambiental. Como são programas
na salubridade na salubridade na salubridade na salubridade
de salubridade transversais, o foco da valoração está naqueles programas que
ambiental ambiental ambiental ambiental
ambiental afetam diretamente a salubridade.
Análise do grau de relevância global para a melhoria dos
indicadores de do PERS-ES. Aqui, o foco da valoração está Programa Programa com Programa com Programa
Grau de relevância
nos programas que apresentam maior grau de integração e sistêmico e alta integração média integração específico e com
global
transversalidade entre os vários programas, comprometendo ou sinérgico entre as áreas entre as áreas baixa integração
potencializando toda a execução do PERS-ES.

Análise da contribuição do programa para ampliação dos Ampliação Ampliação Ampliação Sem relações com
Ampliação dos
serviços globais na área de Resíduos Sólidos. Quanto maior a sua significativa dos moderada nos indireta nos a ampliação dos
serviços
contribuição para melhorar o cenário, maior será sua valoração. serviços serviços serviços serviços

Análise do grau de urgência do Programa considerando o


Merece atenção Merece atenção no Merece atenção no
Grau de urgência diagnóstico de cada área. Variáveis que apresentam indicadores Muito Urgente
no curto prazo médio prazo longo prazo
muito podem ser consideradas mais urgentes.

Relação de Análise da relação de precedência entre as atividades. Ou seja,


Alta Média Baixa Não existe
precedência indica uma relação de interdependência entre os projetos.

Análise da complexidade para se auferir financiamento para


o Programa. Programas mais onerosos e complexos e que
Fonte de Requer fontes Requer fontes Requer
demandem fontes federais requerem ações de planejamento Requer fontes não
financiamento onerosas onerosas apenas fontes
imediatas recebendo, portanto, uma pontuação maior. Quanto onerosas
requerida federais estaduais orçamentárias
mais complexa a fonte de obtenção de recurso, mais premente é o
início do programa.
Fonte: Autoria própria
Prognósticos e Proposição de Cenários

407
| PERS
Quadro 6-43 - Matriz de priorização dos Programas e Projetos propostos no PERS-ES

Critérios e sua Pontuação

Atendimento ao

Financiamento
Salubridade

Precedência
Relevância

Ampliação
Pontuação Grau de

Urgência
Objetivo
Programa/Projeto
total prioridade

1) PROGRAMA GOVERNANÇA PARA O PERS-ES

1.1. Planejamento integrado para implantação do


3 1 4 4 4 4 1 21 ABSOLUTA
PERS-ES
1.2. Processos gerenciais para controle e avaliação
3 1 4 4 4 4 1 21 ABSOLUTA
da implantação do PERS-ES
1.3. Instrumentos econômicos para implantação do
3 4 4 4 4 4 4 27 ABSOLUTA
PERS-ES

1.4. Fiscalização em Resíduos Sólidos 3 3 4 2 4 4 1 21 ABSOLUTA

1.5. Sistema Estadual de Informação para Resíduos


2 1 3 2 3 2 3 16 ALTA
Sólidos (SEIRS)

2) PROGRAMA CAPIXABA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

2.1. Avaliação ambiental e reabilitação das áreas


contaminadas/degradadas por disposição 4 4 2 3 4 1 1 19 ALTA
inadequada de resíduos sólidos
2.2. Qualificação da gestão municipal de resíduos
3 1 2 3 3 2 4 18 ALTA
sólidos

2.3. Regionalização da gestão de resíduos sólidos 2 4 2 3 4 1 3 19 ALTA

2.4. Gerenciamento de Resíduos Sólidos no


1 1 1 2 2 1 4 12 MÉDIA
Governo do Espírito Santo

3) PROGRAMA PARA O APERFEIÇOAMENTO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESPÍRITO SANTO

3.1. Regulamentação da Gestão de Resíduos Sólidos 3 1 4 2 3 3 4 20 ALTA

3.2. Documentação dos processos de Gestão de


4 2 4 3 4 4 1 22 ABSOLUTA
Resíduos Sólidos
3.3. Aperfeiçoamento dos Processos de
Licenciamento Ambiental envolvendo Resíduos 2 1 2 1 3 3 1 13 MÉDIA
Sólidos
3.4. Capacidades Administrativas para a Gestão
2 1 4 2 3 2 1 15 ALTA
dos Resíduos Sólidos

4) PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

4.1. Coleta seletiva solidária 2 2 2 2 2 2 2 14 MÉDIA

4.2. Incentivos econômicos e fiscais para


2 1 3 2 3 3 4 18 ALTA
valorização dos resíduos sólidos.

4.3. Cadeia produtiva da reciclagem 3 2 2 3 2 2 1 15 ALTA

408
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Critérios e sua Pontuação

Atendimento ao

Financiamento
Salubridade

Precedência
Relevância

Ampliação
Pontuação Grau de

Urgência
Objetivo
Programa/Projeto
total prioridade

4.4. Sistemas de valorização e tratamento de


2 2 2 3 2 2 1 14 MÉDIA
resíduos sólidos
4.5. Aproveitamento energético 2 1 1 1 2 2 4 13 MÉDIA

4.6. Sistemas de Logística Reversa 3 3 2 1 3 1 1 14 MÉDIA


4.7. Pesquisas para desenvolvimento de tecnologias
e difusão tecnológica voltadas ao tratamento de 1 1 2 1 2 3 4 14 MÉDIA
resíduos sólidos

5) PROGRAMA DE CONSCIENTIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE EM RESÍDUOS SÓLIDOS

5.1. Articulação das ações de educação ambiental


do PERS-ES com o Programa Estadual de 3 1 4 1 2 1 2 14 MÉDIA
Educação Ambiental (PEEA)

5.2. Práticas de consumo sustentável 2 1 1 1 2 1 2 10 MÉDIA

5.3. Reforçar a importância dos resíduos sólidos


na educação ambiental junto aos programas de 1 1 1 1 1 1 1 7 BAIXA
ensino formais da Educação Básica
Fonte: Autoria própria

Pela análise das informações dispostas, Estes receberam esta pontuação, pois o atraso
nota-se que a maioria dos Projetos vinculados em sua execução pode comprometer o alcance
ao Programa Governança para o PERS-ES tem das metas ao final do período de implantação do
prioridade Absoluta, assim como o Projeto que PERS. Portanto, devem ser iniciados logo, de modo
permite documentar e formalizar as informações que os resultados esperados ao final dos 20 anos
dos processos de gestão de resíduos sólidos, planejados sejam garantidos.
independentemente da existência do SEIRS. Adicionalmente, nove Projetos tiveram
Tal grau de prioridade reflete o papel essencial seu grau de prioridade considerado Médio, visto
destes instrumentos na estruturação de elementos que requerem menor esforço para sua execução
mínimos necessários ao funcionamento deste – embora seja importante ressaltar que isso não
Plano. implica que estes não devam ser executados. O
Também destaca-se a existência de oito mesmo vale para o único Projeto classificado como
Projetos considerados como de Alta prioridade. de Baixa prioridade.

409
6.12 MECANISMOS DE ACOMPANHAMENTO, CONTROLE E AVALIAÇÃO

O
emprego do processo de avaliação como das metas e prazos estabelecidos, aferindo,
prática voltada ao aprimoramento de consequentemente, a própria eficácia do Plano.
políticas públicas vem ganhando espaço Desta forma, apresentam-se adiante os mecanismos
nos debates da administração pública. que permitirão o acompanhamento, o controle e a
Tal comportamento ganhou força na década de 1990, fiscalização da implementação do PERS-ES.
quando em vários países emergiu a necessidade de Antes disso, é importante salientar a
melhorar a eficiência no gasto dos recursos públicos necessidade de se definir responsabilidades para tais
aplicados, assim como de promover a transparência atividades. Isso deve ocorrer na fase de execução do
da atuação governamental (SANTOS, 2012). Já no primeiro Projeto proposto neste Plano: “Planejamento
Brasil, a adoção das atividades de monitoramento e de integrado para implantação do PERS-ES” (vide
avaliação de programas do Governo Federal aconteceu Quadro 6-19). Em sua ação de planejamento integrado
a partir do Plano Plurianual 2000–2003, que introduziu visando à articulação das ações de implementação, ele
a cultura gerencial orientada para resultados no âmbito estabelece a definição de qual instância estadual ficará
da administração pública de forma mais sistemática responsável por cada atividade do PERS-ES, isto é, os
(CALMON; GUSSO, 2002). responsáveis por monitorar os indicadores, elaborar
Em termos do PERS-ES, seus elementos as análises de evolução da implantação, contribuir
propositivos envolvem diversas medidas relativas à com sua revisão, dar o suporte nas muitas atividades
dinâmica de gestão e manejo dos resíduos gerados no de fiscalização e articular a garantia dos recursos
Espírito Santo. Sua implementação deve ser seguida de humanos e financeiros para a execução das demais
uma sistemática de monitoramento do cumprimento ações propostas.

6.12.1 Acompanhamento

O Art. 17º da Política Nacional de Resíduos proposta neste Plano, indicando mecanismos para
Sólidos estabelece que os Planos Estaduais devem ser solucioná-los e reorientar o atendimento futuro das
elaborados com horizonte de atuação de 20 anos, com metas.
revisões a cada 4. Assim, as ações de acompanhamento Neste contexto, um Sistema Estadual de
do PERS-ES devem ser organizadas a partir de uma Informações sobre Resíduos Sólidos (SEIRS) é um
estrutura institucional que seja responsável por mecanismo importante na coleta de dados relevantes.
essa supervisão, garantindo não só o cumprimento Este pode ser entendido como uma plataforma de
das medidas propostas, como também eventuais recebimento das informações relativas os municípios
retificações necessárias ao cumprimento de metas e/ e aos demais geradores, garantindo a transparência do
ou procedimentos. Também destaca-se o conjunto de processo de implantação do PERS-ES pela divulgação
indicadores de desempenho previamente definidos no de relatórios de monitoramento. Entretanto, sabe-
PERS-ES para o controle destas ações. se da complexidade em seu desenvolvimento. Deste
O monitoramento dos Projetos é então uma modo, até que ele seja implantado, ferramentas como
importante etapa vinculada ao controle e avaliação das o Sistema Declaratório Anual de Resíduos Sólidos,
ações, tendo sido contemplado no âmbito do Projeto os Diagnósticos Anuais por tipologia e o Cadastro
Processos gerenciais para controle e avaliação da Estadual Digital Georreferenciado das empresas com
implantação do PERS-ES (vide Quadro 6-20). Neste, as licenças válidas para os serviços de coleta, tratamento,
informações obtidas pelo cumprimento de suas ações destinação e disposição final de resíduos sólidos podem
deverão ser descritas na forma de relatório, o qual garantir a obtenção das informações necessárias ao
deverá ser submetido ao COGERES/CONSEMA após acompanhamento e controle das ações.
ser dada a devida publicidade de seu conteúdo. Além Assim sendo, os primeiros quatro anos
disso, este Projeto deverá identificar os motivos para de implantação do PERS-ES serão cruciais, pois
eventuais atrasos no atendimento a qualquer meta envolverão esforços no desenvolvimento das

410
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

ferramentas gerenciais, na articulação com as pela coordenação das ações do Conselho Estadual de
atividades de fiscalização, na garantia dos recursos Meio Ambiente (CONSEMA), dos Conselhos Regionais
para sua execução e na obtenção das informações de Meio Ambiente (CONREMAS) e do Comitê Gestor
necessárias ao monitoramento e análise (inexistentes de Resíduos Sólidos (COGERES), dentre outras
até então). Portanto, a agenda de implementação do atribuições. Para garantir a participação social durante
Plano deverá seguir os prazos apontados para cada o processo de monitoramento do PERS-ES, a Seama
Projeto e privilegiar aqueles classificados como de poderá atribuir funções não somente aos Conselhos
Prioridade Absoluta, além de emitir relatórios anuais descritos acima, como também ao COGERES. Caberá
de monitoramento e um relatório quadrienal da então aos Conselhos apreciar e discutir as minutas
evolução da implantação do Plano. de legislação no âmbito dos resíduos sólidos que
Considerando que a Seama é a responsável venham a ser propostas pelo Estado, podendo emitir
pela coordenação das políticas estaduais nas áreas de as recomendações cabíveis.
meio ambiente e recursos hídricos, entende-se que esta Finalmente, sugere-se que sejam utilizadas
deverá ser a responsável pela coordenação das ações as estruturas funcionais do Sistema de Monitoramento
de acompanhamento da implementação do Plano. e Avaliação de Políticas Públicas do Espírito Santo
Entretanto, ressalta-se que tal atividade deverá ser (SIMAPP) para apoiar o processo de monitoramento
articulada com outros órgãos que também possuem das ações previstas no PERS-ES. Instituído pela
atribuições correlatas, como a Sedurb (quanto ao Lei Estadual n.º 10.744, de 05 de outubro de 2017, o
Saneamento), a Aderes (pela articulação com os SIMAPP já tem como competência operacionalizar o
catadores), e o Idaf (por sua relação com os Resíduos monitoramento e avaliação de Políticas Públicas. No
Agrossilvopastoris e Agroindustriais). caso deste Plano, além do que já é monitorado pelo
Criada em 1987 para orientar as ações da próprio Sistema, também deverão ser consideradas
sociedade para o uso sustentável dos recursos naturais e as metas e o conjunto de indicadores de desempenho
a melhoria da qualidade de vida, a Seama é responsável propostos para cada Projeto.

6.12.2 Fiscalização

A Constituição Federal de 1988, em seu legislação de proteção, conservação e melhoria do meio


Art. 30º, inciso V, estabelece que é competência dos ambiente e dos recursos hídricos”.
municípios “organizar e prestar, diretamente ou sob Desse modo, a competência fiscalizatória,
regime de concessão ou permissão, os serviços públicos sob o viés ambiental, dos serviços de gerenciamento
de interesse local, incluído o de transporte coletivo, integrado de resíduos sólidos prestados pelos
que tem caráter essencial”. Portanto, o gerenciamento municípios, direta ou indiretamente, caberá não só
integrado de resíduos sólidos é uma questão a ser ao Iema, mas ao Idaf, Vigilância Sanitária, Secretarias
tratada pelo município, seja para a prestação dos Municipais e demais órgãos. Esta competência
serviços ou para a fiscalização de forma direta, indireta deverá ser articulada com outras instituições a
ou por delegação. partir da execução da Ação 3, do Projeto 4/Programa
Por outro lado, a Lei Complementar n.º 1 (vide Quadro 6-22). Para isso, será importante o
248/2002 estabelece, em seu Art. 5º inciso I, que compete desenvolvimento de ferramentas que permitam o
ao Iema “implantar e executar as Políticas Estaduais de rastreamento da cadeia de negócios que envolva a
Meio Ambiente e de Recursos Hídricos, e os Projetos geração, destinação e disposição final de resíduos, bem
e Programas Estaduais referentes aos dois setores”. como a mensuração de indicadores de desempenho
Ainda em termos de competências, o inciso XVIII do para os serviços e um índice de qualidade de
mesmo artigo, estabelece que cabe a este Instituto destinação final de resíduos sólidos. Esses elementos
“exercer o poder de polícia administrativa e ainda possibilitarão a implantação do Inventário Estadual de
fiscalizar o cumprimento da legislação ambiental e Resíduos Sólidos e o Sistema Estadual de Informações
de proteção aos recursos hídricos vigentes, podendo, de Resíduos Sólidos, conforme previsto no Art. 5º
ainda, para tanto, celebrar convênios com órgãos da Lei Estadual n.º 9.264/2009. Dada a divisão das
federais, estaduais e municipais, civis ou militares, competências entre os diferentes órgãos, ressalta-
especialmente com a Polícia Ambiental do Estado do se a importância na padronização da obtenção e
Espírito Santo, tendo como objetivo a aplicação da consolidação das informações.

411
6.12.3 Regulação

Conforme apontado anteriormente, deve-se setor, fomentando a ampliação de seu papel regulador.
estabelecer um marco legal único elaborado na forma No entanto, cabe lembrar que será necessário um
de minuta e encaminhado à Assembleia Legislativa acordo de delegação dos municípios para com a
do Espírito Santo para a gestão estadual de resíduos ARSP, considerando a competência constitucional
sólidos, visto que a existência de instrumentos e institucional destes. Logo, ela deverá ampliar o
legais específicos forneceria o respaldo necessário à seu papel, caso escolhida como agência reguladora,
implantação deste Plano. Sendo assim, uma autarquia passando a ser também a entidade reguladora
especial ou outro ente da administração indireta dos serviços de resíduos sólidos. Caso isso ocorra,
deveria ser designado para regular o serviço de ela deverá adotar instrumentos e procedimentos
gerenciamento de resíduos sólidos, garantindo a regulatórios específicos para o setor, além de garantir
regulação dos serviços prestados. a qualificação tanto de seu pessoal quanto da sua
Neste contexto, sabe-se que a Agência infraestrutura, assegurando o equilíbrio de interesses
Regulatória dos Serviços Públicos do Espírito Santo entre usuário e prestador de serviços.
(ARSP), criada por meio da Lei Complementar n.º Esta autarquia terá a autonomia para
827/2016, tem a competência de regular, controlar e estabelecer meios para controle, monitoramento e
fiscalizar, no âmbito do Espírito Santo, os serviços fiscalização das atividades que garantirão a qualidade
públicos de saneamento básico, infraestrutura viária da gestão, incluindo requisitos mínimos para os planos
com pedágio, energia elétrica e gás natural, passíveis de gerenciamento obrigatórios e sistemas de logística
de concessão, permissão ou autorização. Entretanto, reversa. Também será de sua competência coordenar
esta não contempla os serviços públicos de manejo a discussão e a definição de atribuições entre poder
de resíduos sólidos, especialmente aqueles geridos na público, fabricantes, importadores, distribuidores
sede do consórcio. e comerciantes, com o intuito de delimitar a
Tendo em vista este cenário, considera-se responsabilidade compartilhada de cada parte da
apropriado delegar à ARSP o papel de regulação do cadeia.

6.12.4 Indicadores

A efetividade da implementação do PERS-ES Sistema Estadual de Informação sobre Resíduos Sólidos


deverá ser avaliada de forma sistemática e permanente estiver implantado e integrado às informações do
por meio dos indicadores de desempenho definidos Sistema Declaratório Anual de Resíduos Sólidos e do
anteriormente. Estes correspondem a relações Inventário Estadual de Resíduos Sólidos, consolidado a
matemáticas que medem, numericamente, atributos partir dos relatórios de diagnóstico setorial publicados
de um processo ou de seus resultados, comparando-os anualmente e do Cadastro Estadual de Prestadores de
a metas numéricas pré-estabelecidas. Dessa forma, os Serviço.
indicadores voltados à avaliação do atendimento dos Além disso, caso o Sistema Nacional de
Projetos possibilitarão a verificação do alcance integral Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos
ou parcial das metas nos prazos definidos. Para tanto, (SINIR) esteja implantado durante o processo de
eles deverão ser atualizados frequentemente junto ao construção dos indicadores, é importante que estes
Sistema Nacional e ao Estadual a ser criado, servindo sejam compatíveis. Ressalta-se também a possibilidade
como um importante parâmetro de planejamento e de que atualizações aconteçam durante o período
avaliação. de execução do PERS-ES, de modo que eventuais
Durante a execução do Projeto Planejamento ajustes poderão ser realizados a qualquer momento e
integrado para implantação do PERS-ES (vide formalizados na revisão quadrienal do Plano.
Quadro 6-19), deverá ser definido qual instituição No Quadro 6-44, cada indicador proposto
será responsável pelo levantamento das informações está relacionado ao seu respectivo Projeto, bem como
necessárias à obtenção destes indicadores. Espera- às devidas Diretrizes e Estratégias com as quais têm
se que seu monitoramento seja facilitado quando o envolvimento.

412
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Quadro 6-44 - Relação entre as Diretrizes, Estratégias, Programas, Projetos e Indicadores

Diretriz Estratégia Projeto Indicador

PROGRAMA GOVERNANÇA PARA O PERS-ES


8 E8.1, E8.10 1.1 Documento de planejamento institucional e orçamentário
8 E8.3, E8.10 1.1 Relatório de análise da legislação vigente
8 E8.1, E8.11 1.2 Relatório anual de monitoramento
Relatório quadrienal de avaliação acompanhamento da evolução da
8 E8.11 1.2
implantação do PERS-ES
8 E8.11 1.2 Revisão do PERS-ES
8, 11 E8.4, E11.8 1.3 Decreto de adequação do FUNDEMA e FUNDAGUA
1 E1.2 1.3 Relatório de priorização das proposições dos PMGIRS e PMRCC
8 E8.1, E8.4 1.3 Aportes financeiros (em valor monetário)
3, 4 E3.8, E4.3 1.3 Recursos empenhados em relação ao total de recursos disponibilizados
E1.4, E1.5, E1.6,
E3.5, E4.2, E4.4,
1, 3, 4, 8, E4.6, E8.9, E.14.1.3,
1.4 Percentual de fiscalizações a empreendimentos a partir do planejado
14 E.14.1.4, E.14.2.1,
E.14.4.3, E.14.7.2,
E.14.8.7
2 E2.3, E2.4 1.4 Disposição adequada de RSU
14 E14.2.2, E14.2.5, 1.4 Disposição adequada de RSPS
E14.3.2, E14.3.3,
14 1.4 Disposição adequada de RCC
E14.3.6
E.14.4.1, E.14.4.2,
14 1.4 Disposição adequada de RSS
E.14.4.4
14 E.14.5.1 1.4 Disposição adequada de RST
14 E.14.6.1 1.4 Disposição adequada de RM
14 E.14.7.1 1.4 Disposição adequada de RI

14 E.14.8.3, E.14.8.4 1.4 Disposição adequada de RAA


E3.4, E.14.9.1,
14 E.14.9.2, E.14.9.3, 1.4 Disposição adequada de RLRO
E.14.9.4
E8.7, E8.8, E8.9,
E8.10, E.14.3.10,
E.14.4.9, E.14.5.8, Módulos implementados do Sistema Declaratório Anual de Resíduos
8, 14 1.5
E.14.6.4, E.14.7.7, Sólidos
E.14.8.5, E.14.8.6,
E.14.9.8

8 E8.9, E8.10 1.5 Empreendimentos licenciados respondendo ao SEIRS

E8.1, E8.9, E8.10,


E.14.4.8, E.14.5.3,
8, 14 1.5 Consolidação do Inventário Estadual de Resíduos Sólidos no SEIRS
E.14.6.2, E.14.7.5,
E.14.8.1
PROGRAMA CAPIXABA DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Reabilitação de áreas degradadas/contaminadas por disposição
4 E4.1 2.1
inadequada de resíduos sólidos

413
Diretriz Estratégia Projeto Indicador

Evolução da execução dos planos de avaliação ambiental e reabilitação


4 E4.1 2.1 das áreas contaminadas/degradadas por disposição inadequada de
resíduos sólidos
Projeto de monitoramento permanente da reabilitação das áreas de
4 E4.5 2.1
disposição inadequada
E4.3, E12.1, E12.2,
4, 12 2.1 Aporte de recursos para execução do projeto
E12.6,
E2.1, E2.2, E8.2,
2, 8, 9, 10 2.2 Atendimento a metas do PMGIRS de cada município
E9.5, E10.1
7 E7.1 2.2 Municípios com contratação de OCMR
E14.1.1, E14.1.2,
E14.1.5, E14.1.7,
Estudo específico para cada município no sentido de otimizar os custos
E14.2.9, E14.3.13,
14 2.2 do gerenciamento dos RSU e indicar zonas favoráveis para localização de
E14.4.11, E14.5.7,
unidades de tratamento de resíduos
E14.6.5, E14.7.8,
E14.8.13
E8.2, E10.2, E10.3, Municípios com cálculo das despesas municipais com gerenciamento de
8, 10. 14 2.2
E10.4, E.14.4.7 resíduos
Municípios com legislação municipal instituindo ou adequando a
8, 10, 12 E8.2, E10.5, E12.5 2.2 cobrança pelos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos
Municípios com legislação municipal instituindo ou adequando a
8, 10, 12, E8.2, E10.6, E12.5,
2.2 cobrança pelos serviços prestados no gerenciamento dos resíduos de
14 E.14.3.4, E.14.4.10
responsabilidade do gerador
E2.1, E2.2, E2.3,
Municípios com arrecadação suficiente para cobertura das despesas com
2, 10 E2.4, E10.2, E10.3, 2.2
gerenciamento de resíduos sólidos
E10.4, E10.5, E10.6
E9.6, E14.3.1,
9, 14 2.2 Municípios com Planos Municipais de Gestão de RCC
E14.3.4
1 E1.2; 2.3 Aterro sanitário consorciado no CONORTE

1 E1.2; 2.3 Erradicação das áreas de disposição inadequada de resíduos sólidos

E1.1, E1.3, E9.2,


E9.3, E9.4, E9.5,
1, 9, 14 2.3 Soluções consorciadas ou compartilhadas
E9.6, E9.7, E.14.3.5,
E.14.4.6, E.14.8.12
E9.3, E.14.7.3, Linha de financiamento específica para soluções consorciadas ou
9, 14 2.3
E.14.7.6 compartilhadas

9 E9.1, E9.2 2.3 Resíduos Sólidos Urbanos dispostos por solução consorciada

6, 14 E6.7, E.14.3.12 2.4 Obras públicas com utilização de agregados da construção civil
Licitações com compras sustentáveis com elementos específicos para
6 E6.6 2.4
resíduos sólidos
Licitações com inclusão de elementos específicos para aquisição de
6 E6.6 2.4
produtos que se tornarão resíduos com logística reversa obrigatória
3 E3.10 2.4 Instituições com agenda ambiental na administração pública implantada
Manual com procedimentos para adequação aos Sistemas de Logística
6 E6.6 2.4
Reversa

414
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Diretriz Estratégia Projeto Indicador

Estudo para avaliação dos efeitos no incremento de novas obrigações


10 E10.9 2.4 aos contratos vigentes de concessões e Parcerias Público-Privadas (PPP)
celebrados pelo Estado
Revisão dos contratos vigentes de concessões e Parcerias Público-
10 E10.9 2.4
Privadas (PPP) celebrados pelo Estado

PROGRAMA PARA O APERFEIÇOAMENTO DA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO ESPÍRITO SANTO

E10.8, E.14.6.3, Autarquia especial ou outro ente da administração indireta designada


10, 14 3.1
E.14.9.7, E.14.8.14 para regular o serviço de gerenciamento de resíduos sólidos
E3.6, E3.9, E6.6,
3, 6, 7, 10, E6.7, E7.7, E10.7, Instrumentos legais referentes às ações do Projeto Regulamentação da
3.1
12 E12.1, E12.2, E12.4, Gestão de Resíduos Sólidos (Programa 3)
E12.5, E12.6
Marco legal único para a gestão de resíduos sólidos no Estado elaborado
E3.6, E3.9, E6.6,
3, 6, 7, 10 3.1 na forma de minuta e encaminhado para Assembleia Legislativa do
E6.7, E7.7, E10.7
Espírito Santo.
E1.4, E1.6, E8.1, Número de relatórios publicados anualmente em relação ao planejado
1, 8 3.2
E8.11 (12 relatórios anuais)
E6.3, E7.6, E8.10,
6, 7, 8, 14 3.2 Cadastro estadual de prestadores de serviço implantado e atualizado
E.14.3.11
6, 14 E6.4, E14.3.5 3.3 Redução do tempo de licenciamento ambiental

7 E7.7 3.3 Termo de referência sobre procedimentos de licenciamento ambiental

6 E6.4 3.3 Regulamentação simplificada para licenciamento ambiental

E2.1, E2.2, E2.3,


2, 8 3.4 Grau de Capacidade Técnica (GCT) das equipes municipais
E2.4, E8.5
E2.1, E2.2, E2.3,
2, 8 3.4 Coeficiente de Multidisciplinaridade (CM) das equipes municipais
E2.4, E8.5
E2.1, E2.2, E2.3,
E2.4, E4.1, E4.5,
2, 4, 8, 14 3.4 Cursos de capacitação executados em relação ao previsto
E8.6, E14.2.6,
E.14.4.5, E.14.8.9

E2.1, E2.2, E2.3,


2, 4, 8 3.4 Capacitação dos Agentes Públicos
E2.4, E4.1, E4.5, E8.6

PROGRAMA DE VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

7 E7.1, E7.2, E7.3 4.1 Formalização da integração dos sistemas de coleta seletiva com as OCMR
E2.2, E2.3, E.14.5.2,
2, 14 4.1 Cobertura da coleta seletiva
E.14.8.8
7 E7.4 4.1 Implantação da rede capixaba de OCMR
7 E7.5, E7.8, E7.10 4.1 Implantação do projeto permanente de capacitação das OCMR
Número de parcerias para doação da fração reciclável dos resíduos
7, 14 E7.3, E14.3.9 4.1
sólidos
E3.3, E3.7, E5.2,
3, 5, 11, E5.3, E11.1, E11.2,
4.2 Incentivos tributários oferecidos
12, 14 E11.3, E11.4, E12.3,
E14.3.7,

415
Diretriz Estratégia Projeto Indicador

E7.9, E11.5, E11.6,


7, 11, 14 E11.7, E.14.1.6, 4.2 Linhas de crédito oferecidas
E14.3.8
Número de empreendimentos recicladores de resíduos sólidos com
6 E6.2 4.3
licenciamento ambiental aprovado a partir do ano base

14 E.14.3.1 4.3 Utilização do agregado de construção civil em obras públicas no Estado

6, 7 E6.5, E7.6 4.3 Bolsa Capixaba de Resíduos em funcionamento

Estudo de otimização dos fluxos de coleta e transporte, e estudo de


3 E3.1 4.4 viabilidade técnica e econômica para aproveitamento da fração orgânica,
priorizando soluções consorciadas ou compartilhadas.
Estudo para implantação de usinas de compostagem regionais,
3, 14 E3.2, E14.1.1 4.4
atendendo a regionalização dos Consórcios Públicos
Ato normativo para redefinir o conceito de rejeito para o setor de
3, 6 E3.3, E6.2 4.4
mineração, industrial e agroindustrial
Empreendimentos para tratamento de resíduos sólidos com
6 E6.2 4.4 licenciamento ambiental aprovado a partir da quantidade existente no
ano de implantação do PERS
Empreendimentos para compostagem da fração úmida dos resíduos
3, 9, 14 E3.1, E9.7, E14.2.8 4.4 sólidos com licenciamento ambiental aprovado a partir da quantidade
existente no ano de implantação do PERS
E5.1, E14.2.8, Estudo realizado de viabilidade técnica e econômica para sistemas de
5, 14 4.5
E.14.8.11 geração de energia a partir de resíduos sólidos

E5.2, E14.2.8, Empreendimentos com aproveitamento energético dos resíduos sólidos


5, 14 4.5
E14.8.11 com licenciamento ambiental aprovado

Acordos setoriais implementados para logística reversa no Estado em


3, 14 E3.4, E.14.9.6 4.6
relação ao esperado

E.14.5.4, E.14.9.4,
14 4.6 Cumprimento das metas dos acordos setoriais específicos
E.14.9.5,

E3.8; E5.1, E14.3.14,


Recursos financeiros aplicados a pesquisas de desenvolvimento de
E14.4.12, E14.6.6,
3, 5, 14 4.7 tecnologias e difusão tecnológica voltadas ao tratamento de resíduos
E14.7.9, E14.7.10,
sólidos
E14.8.10

E3.8, E14.2.10,
Patentes registradas relacionadas com produto de pesquisa e
E14.3.14, E14.4.12,
3, 14 4.7 desenvolvimento de tecnologia para tratamento, reciclagem e
E14.6.6, E14.7.9,
aproveitamento energético de resíduos sólidos
E14.7.10, E14.8.10

E3.12, E5.1,
E14.3.14, E14.4.12,
Eventos de difusão tecnológica sobre tecnologias relacionadas a resíduos
3, 5, 14 E14.6.6, E14.7.9, 4.7
sólidos
E14.7.10, E14.8.10,
E.14.7.4, E.14.8.2

PROGRAMA DE CONSCIENTIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE EM RESÍDUOS SÓLIDOS

2 E2.2, E2.3 5.1 Resíduos coletados pela coleta seletiva

416
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

Diretriz Estratégia Projeto Indicador

E2.5, E3.12, E13.1,


E13.2, E13.3, E13.4,
2, 13, 14 5.1 Projetos de educação ambiental
E13.5, E13.8,
E14.2.7, E.14.5.6
E3.12, E13.2, E13.7, Comunicação sobre descarte adequado de resíduos sujeitos à logística
3, 13 5.1
E13.8 reversa obrigatória
3, 13 E3.12, E13.5 5.2 Evolução da geração per capita de RSU
3, 13 E3.11, E13.2 5.2 Fração úmida destinada a aterros sanitários
3, 13 E3.12, E13.1 5.2 Concurso Consumo Consciente
E6.1, E6.8, E.14.7.4,
6, 14 5.2 Acordos voluntários para não geração e minimização de resíduos sólidos
E.14.8.2
Estudo de diagnóstico da inclusão do manejo de resíduos sólidos, da
coleta seletiva solidária, do manejo diferenciado dos resíduos sujeitos a
3 E3.12 5.3
logística reversa obrigatória nos cursos de Educação Básica, em acordo às
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental
Projeto para reforçar a inclusão do manejo adequado dos resíduos
E3.12, E13.2, E13.3,
3, 13 5.3 sólidos na educação ambiental dos programas de ensino formais da
E13.6, E13.8
educação básica
Fonte: Autoria própria

6.13 INSTRUMENTOS ECONÔMICOS PARA VALORIZAÇÃO DA RECICLAGEM

Q
uando considerados eventos de degradação fiscais para a efetiva aplicação das Políticas Nacionais
ambiental, pode-se afirmar que as atividades de Saneamento Básico (Lei n.º 11.445/2007) e Resíduos
econômicas são capazes de provocar danos Sólidos (Lei n.º 12.305/2010), bem como da Política
ao bem-estar da população. Estadual de Resíduos Sólidos (Lei n.º 9.264/2009). O
Nestes casos, tais externalidades negativas preceito geral reside na necessidade de se avançar com
podem ser corrigidas pela utilização de Instrumentos incentivos e a desoneração das cadeias (ecotributos),
Econômicos (IEs), cuja principal finalidade é garantir de forma a permitir que inovações nesses tributos
que o poluidor internalize os custos sociais nas possam impulsionar ainda mais a reciclagem e o
estruturas de produção e consumo da economia. aproveitamento de resíduos no Espírito Santo.
Por outro lado, estes instrumentos também podem Neste sentido, destacam-se como principais
– e devem – ser utilizados como formas de incentivo objetivos dos chamados ecotributos:
econômico (financeiro ou tributário) às atividades que
empreguem práticas ambientais mais sustentáveis, de • Minimizar o dano ambiental,
modo que estas possam reduzir seus efeitos negativos internalizando seus custos e sem impedir
e até mesmo gerar alguma externalidade positiva. o desenvolvimento industrial;
Influenciando o comportamento dos agentes • Influenciar a conduta dos sujeitos
econômicos, os IEs representam, portanto, uma das passivos, de modo a reduzir suas
estratégias de intervenção pública ao aperfeiçoamento atividades poluidoras;
do desempenho da gestão e sustentabilidade ambiental. • Construir instrumentos de indenização
Assim, entendemos pertinente e necessária a proposta para a sociedade;
de criação de ferramentas e de incentives econômicos e • Criar incentivo para reduzir a quantidade

417
de produtos poluentes, cujo êxito O Quadro 6-45 apresenta os principais
depende de um alto nível de informação tributos na esfera federal, estadual e municipal
à população e à existência de um ente sobre os quais podem ser aplicados instrumentos de
arrecadador apto; desoneração. Ressalta-se que, uma vez que o PERS-
• Fonte de financiamento do custo ES tem abrangência apenas no Espírito Santo, serão
ambiental, utilizando a arrecadação para tratados neste documento apenas os IEs em nível
desenvolver dispositivos de segurança, estadual e municipal.
além de reduzir o custo do produto
reciclado (YOSHIDA, 2005).

Quadro 6-45 - Caracterização dos tributos federais, estaduais e municipais

FEDERAL

Incide sobre a receita bruta auferida nas operações de


venda de material reciclável ou prestação de serviços
Programa de Integração Social (PIS)
de coleta, transporte, triagem, descontaminação,
beneficiamento e incineração
Incide sobre a receita bruta auferida nas operações de
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social venda de material reciclável ou prestação de serviços
(COFINS) de coleta, transporte, triagem, descontaminação,
beneficiamento e incineração
Incide apenas nas saídas de empresas industriais, ou seja,
apenas na etapa final das cadeias de logística reversa –
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
seja na indústria de transformação ou nos recicladores de
plásticos

ESTADUAL

Incide sobre operações relativas à circulação de


mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre
e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
similares, e ainda nas prestações de serviços de transporte
Intermunicipal e de Comunicação (ICMS)
interestadual e intermunicipais e nos serviços de
telecomunicação

MUNICIPAL

De competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem


Imposto Sobre Serviços (ISS) como fato gerador a prestação de serviços de qualquer
natureza pelo contribuinte (pessoa física ou jurídica)
Fonte: Autoria própria

418
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

6.13.1 Imposto e Incentivos Estaduais

ICMS O diferimento se encerra quando da saída da sucata


As alíquotas do Imposto sobre Operações para outros Estados, usualmente exigindo-se o
relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de pagamento antecipado do imposto pela empresa que
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal está fazendo a operação interestadual.
e de Comunicação (ICMS) nas operações estaduais Neste contexto, o Convênio ICMS n.º 08/2003
podem variar de 17% a 19%. Já nos casos interestaduais, autorizou Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato
a alíquota é de 12% na saída do Estado de origem, Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará,
podendo ser reduzida para 7% nas saídas de Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa
mercadorias e serviços das Regiões Sul e Sudeste Catarina, São Paulo, Tocantins e o Distrito Federal
(exceto Espírito Santo) para os Estados do Norte, a concederem crédito presumido de 60% do valor
Nordeste e Centro-Oeste (além do Espírito Santo). do ICMS incidente nas saídas internas de adesivo
No caso da prestação de serviços de hidroxilado produzido com material resultante da
transporte exclusivamente dentro do município, moagem ou trituração de garrafa PET.
salienta-se a incidência do ISS. Já quando o transporte Já o Convênio ICMS n.º 99/2018 autorizou
é interestadual e intermunicipal ocorre a incidência Espírito Santo, Alagoas, Amazonas, Bahia, Paraná,
do ICMS, cuja base de cálculo é o preço do serviço. Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo a
Neste, a alíquota intermunicipal é de 12%, enquanto concederem a isenção do ICMS incidente nas operações
nas operações interestaduais, ela é de 12% ou 7%, a com produtos eletrônicos e seus componentes, no
depender dos Estados de origem e destino. âmbito do sistema de logística reversa, relativamente ao
Incentivos retorno dos produtos após o seu uso pelo consumidor,
A legislação que define os incentivos sobre enquadrados como rejeito destinado à disposição final
o ICMS nas operações com resíduos sólidos é definida ambientalmente adequada, nos termos da Lei Federal
por cada Estado. Geralmente adota-se o diferiment28 n.º 12.305/2010. Estão autorizados também a conceder
de sua incidência nas operações internas com sucata, isenção do ICMS incidente nas prestações internas do
quando o imposto diferido é cobrado em sua entrada serviço de transporte relativos às operações de que
na indústria recicladora ou apenas quando da saída do trata a cláusula primeira deste convênio.
produto final e já elaborado pela indústria recicladora.

6.13.2 Imposto e Incentivos Municipais

ISS isenção de ISS para os serviços envolvidos no uso de


O ISS incide em todas as etapas da cadeia da resíduos ou para os serviços prestados por terceiros
logística reversa em que ocorre a prestação de serviço, ao longo da cadeia de coleta, triagem, processamento
seja durante a logística (coleta e transporte dentro e transporte. No entanto, na maioria dos casos esta
do município), processamento ou destinação. Suas alíquota é reduzida, afetando principalmente as
alíquotas variam de 2% a 5%, a depender do município estruturas de logística reversa onerosa, nas quais é
onde a atividade foi realizada. comum haver a contratação de serviços de terceiros
Incentivos para o processamento ou destinação de resíduos, bem
Geralmente as Prefeituras não concedem como para o seu transporte.

28
O diferimento do ICMS refere-se a situações nas quais há a suspensão do pagamento na operação que está sendo realizada naquele
momento, sendo feito o recolhimento do tributo numa etapa futura, geralmente quando da saída da mercadoria.

419
6.13.3 Dinamização da Logística Reversa e Reciclagem

Este Plano assume que as medidas que visam federais, tais como PIS, COFINS e IPI;
à desoneração completa de tributos diretos e indiretos • Garantir medidas estruturantes voltadas
incidentes sobre os resíduos sólidos nas cadeias de à redução dos custos para os setores
logística reversa e reciclagem são absolutamente envolvidos na logística reversa onerosa;
necessárias para aumentar a dinâmica do uso de • Incentivar o investimento e financiamento
resíduos em processos industriais, bem como para do custeio da logística reversa;
estruturar as cadeias de logística reversa que ainda • Garantir a extensão da incidência do
se encontram em fase de estruturação. Nesse sentido, crédito presumido sobre uso de resíduos
as ações do poder público (em todas as suas esferas) sólidos como matéria-prima em processos
precisam ser orientadas na direção de: industriais;
• Reduzir ou eliminar a incidência do ISS
• Desoneração completa dos tributos, em serviços de separação e reciclagem
diretos e indiretos, estaduais e municipais, de resíduos e em todos os serviços
incidentes sobre os resíduos sólidos nas concernentes à preparação dos resíduos
cadeias de logística reversa, desde a coleta, para utilização em novos processos
recuperação e reciclagem, tais como ICMS produtivos, bem como na prestação de
e ISS; serviços de transporte de resíduos dentro
• Qualificar a mobilização junto ao governo do município e terceiros.
federal para desoneração dos impostos

6.14 PARTICULARIDADES DA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO

A
implementação do PERS-ES representa um responsável por consolidar o PERS-
avanço em termos da formulação de uma ES como uma forte ferramenta de
política pública estadual, mas enfrentará planejamento no campo dos resíduos
uma série de desafios no processo. sólidos gerados no Espírito Santo;
Descrevem-se, a seguir, os pontos considerados • Clara definição do nível de participação
como fortes e fracos deste Plano, além dos desafios e do Estado, que assume o papel de
oportunidades que virão com sua implantação.• fomentar políticas indutoras da não
Desoneração completa dos tributos, diretos e indiretos, geração, minimização, reaproveitamento
estaduais e municipais, incidentes sobre os resíduos e descarte adequado, garantindo suporte
sólidos nas cadeias de logística reversa, desde a coleta, técnico, financeiro e jurídico para os
recuperação e reciclagem, tais como ICMS e ISS; municípios e fiscalizando o cumprimento
Pontos Fortes das metas estabelecidas no PERS-ES e nos
PMGIRS;
• Visão sistêmica e objetiva de todos
os pontos relacionados à gestão e • Incentivo às soluções técnicas,
gerenciamento dos resíduos sólidos, individualizadas ou compartilhadas
possibilitando a definição de políticas e e às ações de interação entre os vários
ações (inclusive econômicas) para cada agentes públicos estaduais, e desses com
tipologia de gerador de resíduo; os agentes públicos de nível municipal,
• Inclusão formal da figura do Estado como harmonizando suas atuações em busca
agente indutor das soluções técnicas de resultados comuns, como a educação
definidas por meio de critérios técnico- ambiental, a fiscalização da destinação
econômicos; adequada dos resíduos sólidos e a
• Construção de um banco de dados instituição de incentivos fiscais e outros

420
Prognósticos e Proposição de Cenários | PERS

que estimulem o potencial de soluções fiscalizadores nos três níveis de governo.


sintonizadas com as diretrizes, estratégias
e metas deste Plano; Desafios
• Instrumento de trabalho que possibilita • Dificuldades de implantação devido às
aos órgãos ambientais melhorar o controle disparidades técnicas, socioeconômicas,
ambiental e a fiscalização das empresas/ políticas, institucionais e territoriais;
atividades geradoras de resíduos sólidos, • Ausência de órgão regulador para
bem como as que realizam o seu manejo; controle dos serviços de limpeza urbana
• Atendimento à Política Nacional e manejo de resíduos sólidos;
de Resíduos Sólidos, que prioriza a • Falta de registro de geração e de um
maximização da reciclagem com geração inventário de resíduos sólidos estadual;
de emprego e renda para os catadores • Falta de um cadastro de empresas
e destinação de recursos a consórcios geradoras e de empresas que atuam
públicos. na coleta, transporte, tratamento,
reaproveitamento e reciclagem de
Pontos Fracos resíduos sólidos;
• Falta de financiamento objetivo das ações;
• Falta de definição e garantias reais quanto • Falta de definição de metodologias para
às fontes de recursos financeiros a serem a implantação de modelos econômicos e
disponibilizadas pela União, Estado tarifários aplicados aos resíduos sólidos;
e Municípios, dificultando ações que • Falta de transparência no setor de resíduos
demandam maiores investimentos; sólidos;
• Dificuldade de articulação entre os • Descontinuidade das políticas pelos
programas estaduais de educação Governos.
ambiental, com foco na instrução/
capacitação de cidadão com relação ao uso Oportunidades
dos equipamentos públicos de limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos; • Definição de modelos econômicos
• Falta de metodologia para padronizar o que reduza significativamente a
registro daqueles resíduos sólidos que demanda de recursos públicos, seja por
não podem ser pesados; regulamentação de modelos tarifários ou
• Dificuldade na identificação de pela valorização da cadeia de resíduos;
interlocutor(es) na iniciativa privada para • Utilização em maior escala de concessões
a discussão, mediação, acompanhamento plenas após regulamentação da questão
e controle de metas estabelecidas para de remuneração pelos serviços;
a não geração, redução e reciclagem, • Implantação de uma cadeia da indústria
principalmente no que diz respeito de reciclagem, fomentando a implantação
àqueles geradores de resíduos com de entes privados com representatividade
logística reversa obrigatória; nos setores geradores de resíduos sólidos
• Dificuldade de estabelecer tempo para no Espírito Santo;
encerramento dos lixões e aterros • Utilização do potencial de geração de
controlados e sua remediação, de modo energia nos aterros, bem como em outras
que o acompanhamento desta meta unidades de destinação da fração orgânica
exigirá sensatez e harmonia na forma de resíduos sólidos.
de atuação a ser adotada pelos órgãos

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