Tcc-II Regiane Almeida
Tcc-II Regiane Almeida
Tcc-II Regiane Almeida
Guanambi - BA
2021
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Guanambi - BA
2021
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 14
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Endereço para correspondência: – Guanambi,
Bahia. CEP: 46.430-000
Endereço eletrônico: [email protected]
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ABSTRACT: This article discusses the treatment given to psychopathy in the legal
context in the light of the Brazilian Penal Code. At first, we sought to present the
concept of psychopathy, to later analyze its treatment within the criminal law. Thus, it
was shown that psychopathy, under the psychiatry bias, is a kind of personality
disorder, in which individuals do not have sufficient cognitive capacity to avoid
committing socially disapproving behaviors, and in addition to demonstrating that
people with this personality disorder has deficiencies with the understanding and
experience of certain emotions, which can lead to the commission of new crimes.
Because of this, criminal law attributes to those who have this type of disorder the
character of non-imputable, that is, it exempts the individual with these characteristics
from culpability, which is one of the requirements present in the Theory of Crime. In
the end, it was shown that, although there is provision in the criminal legislation on the
subject, the law is silent on the treatment given to the agent who suffers from
personality disorders, the need for state support was also seen, promoting follow-up
with specialists in psychology forensics, thus preventing the agent from committing
crimes again. Thus, the study carried out an analysis of culpability and psychopathy,
the main positions on the impact of psychopathy on the declaration of liability, all in
light of the Penal Code, and that the absence of specific legislation brings harm to
victims and for the offending agent. Methodologically, a bibliographic research was
carried out, based on studies published in renowned magazines and books, as well as
the penal legislation itself.
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo tem por objetivo discutir acerca do que dispõe o Título III do
Código Penal Brasileiro, que trata sobre a Imputabilidade Penal, e conforme previsão
presente no art. 26 do mesmo diploma legal, é isento de pena aquele que era incapaz
de entender o caráter ilícito de sua conduta em decorrência de doença mental,
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, denominando indivíduos com essas
características como inimputáveis (BRASIL, 1940).
De acordo com a Teoria do Crime, muito embora não seja possível fragmentar
o crime conforme ensina Greco (2017), a análise do crime é feita através da presença
de três elementos fundamentais, quais sejam: tipicidade, antijuridicidade e
culpabilidade que são responsáveis pela conversão de uma ação em um delito
(GRECO, 2017).
A capacidade de culpa ou imputabilidade, é conceituada como a ausência de
um impedimento de natureza psíquica para a compreensão da ilegalidade e para a
adequação de comportamentos de acordo com esse entendimento, ou seja, como o
conjunto de faculdades psíquicas mínimas que um sujeito, autor de um crime, deve
possuir (SANTOS, 2018).
Consequentemente, se o sujeito carece dessas faculdades psíquicas mínimas,
considera-se que ele não é capaz de fazer uso do seu arbítrio e, portanto, não pode
ser responsabilizado por seus atos. A psiquiatria e a psicologia forense podem
promover mudanças no direito penal, especialmente no conceito de culpabilidade.
Quanto a psicopatia, o que se traduz em incerteza quanto à resposta criminosa
(aplicação de pena ou medida de segurança) que deve ser dada, caso seja
comprovado que o psicopata cometeu algum ilícito (SANTOS, 2018).
No que tange a capacidade cognitiva, esta compreende todas as habilidades
que o sujeito possui para incorporar as informações que o meio emite, como os
processos perceptivos sensoriais e a capacidade intelectual do sujeito. Aqui, é
determinado se o indivíduo está ciente do caráter ilícito e das consequências de sua
conduta. Por outro lado, a capacidade volitiva inclui todos os aspectos motivacionais
que estão por trás do comportamento de um indivíduo, as reações de adaptação às
demandas do ambiente, a possibilidade real de o indivíduo agir de acordo com o que
o sistema jurídico espera dele (CELANT, 2016).
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2 MATERIAL E MÉTODOS
desse objeto. Por fim, a pesquisa qualitativa, preocupa com aspectos da realidade que
não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica
das relações sociais.
Para Minayo (2008, p. 57), o método qualitativo é adequado aos estudos da
história, das representações e crenças, das relações, das percepções e opiniões, ou
seja, dos produtos das interpretações que os humanos fazem durante suas vidas, da
forma como constroem seus artefatos materiais e a si mesmos, sentem e pensam.
Deste modo, foram utilizados autores como Fernando Capez, renomado
doutrinador na área do direito penal, para fundamentar como funciona o direito penal
para que o Estado possa exercer o jus puniendi que lhe é conferido e quais critérios
utilizados. Da mesma forma, no tocante à analise da psicopatia no âmbito da
psiquiatria forense, foram utilizados autores como Ambiel (2006), como também
Davoglio (2012), para apresentar à pesquisa os critérios científicos, mas específicos
do transtorno de personalidade. Ademais, foram utilizados materiais dos anos entre
2006 à 2017 sobre o tema.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 PSICOPATIA
consciência de estar carregando cocaína para uso próprio, mas não tem comando
sobre essa vontade. Configura o dolo, mas não há imputabilidade (CAPEZ, 2017).
Em relação à responsabilidade do agente, isso é mais amplo e entende a
imputabilidade. Naturalmente, a responsabilidade está relacionada à capacidade do
agente em ser punido por suas ações, entretanto requer a presença de três requisitos,
quais sejam: a imputabilidade, a consciência potencial da ilicitude de um
comportamento diversificado. Desta forma, o sujeito pode ser atribuível, mas não
responsável pela infração praticada, quando não tem a possibilidade de conhecimento
dos injustos ou quando não pode executar vários (CAPEZ, 2017).
ressaltar a exceção adotada pelo ordenamento, que se refere aos casos dos menores
de 18 anos, que define o desenvolvimento incompleto, presumindo a incapacidade de
entendimento e vontade consoante ao art. 27 do CP (CAPEZ, 2017).
Também existe o critério psicológico e o biopsicológico, onde o primeiro se
preocupa com a existência, no momento da ação comissiva ou omissiva, de condições
de avaliação da natureza criminal do ato além de orientar-se de acordo com essa
compreensão. E o segundo combina os dois critérios de aferição de inimputabilidade
anteriormente citados, adotado pelo ordenamento pátrio conforme se extrai da leitura
do caput do art. 26 do CP (CAPEZ, 2017).
É importante salientar que, muito embora o ordenamento utilize critérios para
conferir se o sujeito é imputável, estes são considerados mediante um critério objetivo,
o que se contrapõe aos critérios utilizados na psiquiatria forense, que analisa os
parâmetros da subjetividade do agente, senão vejamos:
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por ser considerada pela psiquiatria, como uma espécie de transtorno sério de
personalidade, retirando dos indivíduos a capacidade cognitiva para que possam
evitar comportamentos socialmente reprováveis, como também a falta de
compreensão sobre as emoções sentidas, as pessoas que sofrem com esse tipo de
transtorno, obrigaram o legislador a dar-lhes um tratamento legal diferenciado, muito
embora ainda não haja uma lei específica que garanta um tratamento suficientemente
adequado. O Código Penal, por sua vez não permite que pessoas com transtornos de
personalidade, como a psicopatia, sejam responsabilizados pelos seus atos, já que
agem desprovidos de racionalidade.
Deste modo, o presente estudo verificou que a omissão legislativa, muito
embora isente o agente de determinado delito de penalização, não contribui de forma
significativa para o tratamento desse transtorno. Verificou-se também que há
possibilidade de ser proporcionado a estes indivíduos tratamento psicológico, mas por
se tratar de uma doença psicológica crônica, não permite a cura da psicopatia, razão
pela qual justifica o desamparo legislativo perante as autoridades competentes.
Assim, para conferir um amparo adequado aos indivíduos que sofrem com este
transtorno, é necessário que o legislador, como também as autoridades públicas se
aliem com a psicologia forense e invistam em acompanhamento psicológico para que
essas pessoas não voltem a delinquir, proporcionando, consequentemente uma
melhor condição de vida, atendendo aos objetivos presentes na Carta Magna.
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REFERÊNCIAS
GRECO, R. Curso de Direito Penal I. Rogério Greco. - 20. ed., rev., ampl. e atual.
Rio de Janeiro: Impetus, 2016.
MARTINS, G.A. & PINTO, R.L. Manual para elaboração de trabalhos acadêmicos.
São Paulo: Atlas, 2007.
MELO, Álisson José Maia; AGUIAR, Thaís Rodrigues Brito. Os Tribunais de Contas
à Luz da Separação de Poderes no Direito Brasileiro: Um Estudo Sobre A Natureza
Jurídica De Suas Decisões. RDFG – Revista de Direito da Faculdade Guanambi
v. 5, n. 2, julho-dezembro 2018. Disponível em:
http://revistas.faculdadeguanambi.edu.br/index.php/Revistadedireito/article/download
/229/113/. Acesso em: 28 de set. 2021.