T. Esquizoafetivo

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Qual o prognóstico no TAB?

Fatores de mau prognóstico:


Sexo masculino, ciclagem rápida, comorbidades psiquiátricas ou clínicas, episódios mistos
Situação ocupacional pré-mórbida insatisfatória, uso de substâncias, sintomas psicóticos,
episódios depressivos entre manias
Um terço desenvolve sintomas crônicos e declínio social significativo.
Déficit cognitivo: 1/3 leve, 1/3 moderado e 1/3 severo
Qual o tratamento do TAB?
Farmacológico: tipo de epiódio? Agudo ou manutenção?
•Mania aguda: antipsicóticos atípicos (risperidona, olanzapina, clozapina, quetiapina, aripiprazol)
Valproato: 750 a 2500mg/dia
Carbamazepina: 600 a 1800mg/dia
Oxcarbazepina: 1500mg ~ 1000mg carbamazepina
Benzodiazepínicos: adjuvante
Qual o tratamento do TAB?
•Mania manutenção: lítio (0,6 a 1,2 ug/mL)
Valproato, carbamazepina e antipsicóticos atípicos
•Depressão: lamotrigina, lítio e antipsicóticos atípicos
ISRS, Bupropiona, IRSN, ADT (utilidade relativa)
Olanzapina + fluoxetina
•ECT em casos refratários
•Avaliar adesão
Transtorno Esquizoafetivo
M AT H E U S D E C A R VA L H O A LV E S

C U R S O D E P S I CO PATO L O G I A - I P S EM G
O que é Transtorno Esquizoafetivo?
Jacob Kasanin em 1933 cunhou o termo psicose esquizoafetiva
Início agudo, sintomatologia de humor proeminente, personalidade pré-mórbida e períodos de
psicose relativamente breves.

Introduzido com categoria nosológica no DSM III (1980).


Critérios diagnósticos formulados no DSM III – R (1987).

Ainda hoje é um diagnóstico controverso.


O que é Transtorno Esquizoafetivo?
◦ Classificado no espectro esquizofrênico (F25)
◦ DSM V: Preenche critério A para esquizofrenia simultaneamente a um episódio de humor
Pelo menos 2 semanas de sintomas psicóticos sem alteração de humor proeminente
Episódio de humor ocupa maior parte do tempo da sintomatologia
Subtipos depressivo (F25.1) ou bipolar ( ep. maníaco ou misto) (F25.0)

◦ CID10: Preenche critérios para episódio de humor moderado ou grave


Pelo menos um sintoma psicótico por pelo menos 2 semanas*
Ocorrem concomitantemente boa parte do episódio e são proeminentes
Não causado por alteração orgânica ou substâncias
O que é sintoma psicótico no CID 10?
O que é
Transtorno
Esquizoafetivo?

Fonte: www.frontiersin.org
Reducing the Diagnostic Heterogeneity of
Schizoaffective Disorder
Qual a validade do diagnóstico?
Santelmann, 2016:
36% mudaram de diagnóstico após esquizoafetivo
55% receberam outro diagnóstico antes e mudaram para esquizoafetivo
Cheniaux, 2008:
Morbidade familiar indica grupo heterogêneo de F31 e F20
T. humor com sintomas psicóticos incongruentes com humor: mais HF de F20
Quais as características do transtorno?
Não há diferença entre gênero
Casamento: F20 > F25 > F31
Probabilidade intermediária para sintomas psicóticos e de humor
Taxa de desemprego e déficit cognitivo: F20 > F25 > F31
Uso de substâncias e adaptação pré-mórbida: F31 > F25 > F20
Número de episódios: F31 > F25 > F20
Evolução clínica melhor ou igual a F20 e pior ou igual a F31
Quais os fatores genéticos envolvidos?

Fonte:
bipolarsymptoms.com/bipolar
-disorder-vs-schizophrenia/
Quais os fatores genéticos envolvidos?
Genes 1q42, 22q11 e 19p13 (Kantrowitz, 2011)
Gene da calreticulina (crom. 19): mecanismo de ação do lítio e valproato
16p13.3 associado também a autismo, deficit intelectivo e epilepsia
BDNF – Brain Derived Neurotrophic Factor (associado a humor)
DISC 1 e NRG1 comuns em F20, F25 e F31 (Jager, 2010)
Avaliação genética não é útil na prática clínica
Como afeta a cognição?
Estudos de grande escala mostram pouca diferença (heterogeneidade?)
Performance reduzida em todos os domínios cognitivos (Madre, 2016)
Déficit marcante em função executiva, memória de longo-prazo e atenção sustentada
Esquizoafetivos de início precoce ~ esquizofrênicos
Estudos mostram melhor desempenho que F20 em tarefas visuoespaciais e visuomotoras
Memória de trabalho verbal normal (prejudicada nos esquizofrênicos)
2005: WASI --> 35% neurocognição normal vs. 25% esquizofrenia paranoide
Como avaliar o paciente?
Humor/afeto
Pensamento
Sensopercepção
Linguagem
Atenção
Psicomotricidade
Crítica da morbidade
Qual o prognóstico do transtorno?
➢Pior prognóstico se: ➢Prognóstico relativamente bom:
HF de esquizofrenia História pregressa de mania
Sintomas de esquizofrenia sem depressão
Primeiro episódio como exacerbação de
episódios prévios
Funcionamento pré-mórbido pobre
Ausência de fator precipitante
Predominância de sintoma picóticos
Início precoce e recuperação insatisfatória
Kantrowitz, 2011
Como é o tratamento?
Resposta a tratamento: F31 > F25 > F20
•Antipsicóticos: 2a geração (1a geração testados antes da formulação)
Paliperidona (2 estudos com conflitos de interesses)
Haloperidol + amitriptilina > risperidona
Olanzapina e flufenazina foram superiores a haloperidol e lítio, respectivamente
•Lítio, carbamazepina e valproato: manutenção
•Antidepressivos
Pouca base de dados envolvendo tratamento específico
Referências bibliográficas
Madre M et al. Neuropsychological and neuroimaging underpinnings of schizoaffective disorder: a systematic
review. Acta Psychiatrica Scandinavica. 2016; 134: 16–30.
Cheniaux E et al. Does schizoaffective disorder really exist? A systematic review of the studies that compared
schizoaffective disorder with schizophrenia or mood disorders. Journal of Affective Disorders. 2008; 106: 209–
217.
Jager M, Haack S, Becker T, Frasch K. SchizoaffectiveSchizoaffective disorder – an ongoing challenge for psychiatric
nosology. European Psychiatry. 2011; 26: 159–165.
Kantrowitz JT, Citrome L. Schizoaffective Disorder. A Review of Current Research Themes and
Pharmacological Management. Drugs. 2011; 25 (4): 317-331.
Santelmann H, Franklin J, Bußhoff J, Baethge C. Diagnostic shift in patients diagnosed with schizoaffective
disorder: a systematic review and meta-analysis of rediagnosis studies. Bipolar Disorder. 2016; 18: 233–246.

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