BIODANÇA

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BIODANÇA

Profa Renata Pereira Lameira


[email protected]
Fadergs/ Grupo Anima
Porto Alegre/RS
Este material foi elaborado com muito carinho e
respeito aos meus alunos.
Assim, não autorizo o compartilhamento integral ou
parcial dele sem o meu consentimento formal.

Profa. Renata Pereira Lameira


CONCEITO
BIODANÇA E
SAÚDE
• a relação entre Biodança e Saúde, com
a possibilidade concreta de regulação
organísmica, a partir do movimento e
do encontro de vidas.
• Esta regulação se dá através da
conexão com a própria energia vital,
de forma harmônica e dinâmica,
considerando os aspectos físicos e
psíquicos, que leva a um bem-estar
que está relacionado com o estilo de
viver, de ‘conviver’ com os seres e de
se integrar ao universo.
O Sistema
Biodança
• A Biodança é uma
abordagem de
desenvolvimento humano,
cujo modelo se encontra
em construção.
ORIGEM

• Teve sua origem gestada durante meditações e


vivências pessoais de seu criador, psicólogo
chileno Rolando Toro, em situações de grupo e
em trabalhos com portadores de
transtorno mental, bem como em pesquisas no
Departamento de Antropologia Médica da Escola
de Medicina da Universidade do Chile, no
Instituto de Investigações Psiquiátricas do
Hospital Psiquiátrico de Santiago e no Instituto
de Estética da Pontifícia Universidade Católica,
em Santiago do Chile, especialmente durante a
década de 70.
• Hoje está difundido em países da América,
Europa, África e Ásia .
• Segundo Rolando Toro:
Rolando Toro
• A Biodança é “um sistema de integração humana, de
renovação orgânica, de reeducação afetiva e de
aprendizagem das funções originais da vida”.
• A sua metodologia consiste em induzir vivências
integradoras por meio da música, do canto, do
movimento e de situações de encontro em grupo.
• Avaliamos que estudar os grupos em que ela é
praticada se constitui como um caminho para o
aprofundamento do saber transdisciplinar, tendo como
foco o método Biodança e sua ação sobre a saúde.
• Ele desejava que seu sentido original apontasse para
a integração do ser humano e deste com uma
totalidade maior, definindo-o então como Biodança: a
dança da vida. “Queria encontrar a fonte do ‘Amor
Original”
• a Biodança define e articula conceitos
importantes para as suas consolidações
teóricas, metodológicas e técnica, tais
como as sistematizações sobre a
vivência, a identidade, a corporeidade,
o movimento, o instinto, a carícia, a
dança, a regressão, a progressividade, a
afetividade, dentre outras.
• Este sistema utiliza fundamentos da
Biologia, da Antropologia e da
Psicologia para a promoção da saúde,
da consciência ética e da alegria de
viver.
AUTOPOIESI
• O conceito de autopoiesi, desenvolvido pelos biólogos, significa a
capacidade de autoconstrução e autoregulação dos organismos vivos
através de um saber biologicamente posto nos seres.
• Este conceito parece apontar a Rolando Toro um caminho à
transformação social: a evolução dos indivíduos pelo resgate dos
potenciais biológicos.
• Assim, no contexto da Biodanza, o reaprendizado destas funções
originais da vida “consiste na sensibilização dos instintos básicos, que
constituem uma expressão da programação biológica”
• Em síntese, um retorno à natureza como caminho que conduz ao
vínculo com a espécie e com o universo
DEFINIÇÃO
• A Biodança não é um esporte, pois não envolve competição, e não é uma
dança com simples finalidade lúdica, nem tampouco arte com o
compromisso formal da dança socialmente reconhecida.
• E também não é uma terapia, menos ainda uma psicoterapia, pois sua
proposta não envolve psicodiagnóstico e tratamento psicológico.
• Apesar disso, produz efeitos terapêuticos, pois estimula os potenciais de
saúde do sujeito.
• Esta estimulação acontece por meio das vivências, ou seja, dos exercícios
propostos pelo facilitador do grupo.
• Neste contexto vivencial, a palavra, modo predominante de comunicação
social, cede lugar ao corpo e sua expressividade.
metodologia da Biodança
• consiste em induzir vivências integradoras por meio da
música, do canto, do movimento e de situações de
encontro em grupo.

• O grupo funciona como uma rede viva, onde a


comunicação acontece no nível sutil e no invisível,
formando uma unidade que tem a interferência de
todos os seus membros e propiciando uma
aprendizagem que faz parte do movimento existencial
do grupo e de cada um que dele participa.
VIVÊNCIAS

• As vivências, constituem-se como


o “objeto de estudo da Biodança e
são expressões do entrelaçamento
da vida instintiva com o mundo
valorativo-simbólico; são próprias
do humano e necessitam da
realidade histórico-social para
acontecer”.
• Elas são constituídas por
sensações intensas vividas
em determinado momento,
envolvendo, além de processos
subjetivos, a sinestesia, as funções
viscerais e emocionais.
VIVÊNCIAS
1. experiência original (de nós mesmos, de nossa identidade);
2. anterioridade à consciência;
3. espontaneidade;
4. subjetividade (se manifesta a partir da identidade, portanto as vivências de cada pessoa
são únicas);
5. intensidade variável (quanto menor a atividade consciente de controle e vigilância,
maior a intensidade da vivência);
6. temporalidade (se manifesta sempre no presente e é passageira);
7. emocionalidade (com freqüência origina emoções);
8. dimensão cenestésica (acompanhada de sensações cenestésicas que envolvem todo o
organismo);
9. dimensão ontológica (ligada ao ser e à percepção de estar vivo);
10. dimensão psicossomática (ponto de conjunção da unidade psicossomática).
5 LINHAS BÁSICAS DE
VIVÊNCIAS
• vitalidade, sexualidade, criatividade,
afetividade e transcendência,
• Para o autor elas são potenciais
genéticos, ou seja, aspectos da
vida humana que têm origem biológica.
• Acredita que elas podem levar
à expressão e fortalecimento de um
estilo de viver que obedeça mais ao ritmo
de cada um, fazendo, desta forma, com
que seja mantido ou recuperado o
equilíbrio psíquico e fisiológico,
propiciando aos indivíduos uma maior
conexão consigo mesmos e, também, com
a totalidade.
Princípio Biocêntrico

• A Biodança traz o princípio biocêntrico como paradigma, um estilo de


pensar e sentir que prioriza a vida e suas diversas manifestações.
• Tudo o que existe no universo, sejam elementos, astros, plantas ou
animais, incluindo o ser humano, são componentes de um sistema vivo
maior.
• O universo existe porque existe a vida e não o inverso.
• As relações de transformação matéria-energia são graus de integração
da vida.
• É um princípio que nos convida a reformular nossos valores culturais,
sociais, econômicos, políticos, éticos e morais; nossa conduta e nossa
forma de estar no mundo com os seres, tomando como referencial o
respeito à vida.
• Em torno deste princípio, organiza-se a formulação teórica da Biodança,
com a idéia de que o universo conspira em favor da vida.
Princípio Biocêntrico
• A percepção e os sentimentos, na perspectiva biocêntrica, avançam
com relação às visões teocêntrica (Deus como centro e princípio) e
antropocêntrica (ser humano como centro e princípio) e,
conseqüentemente, da ecologia rasa para a ecologia profunda.
• De acordo com Capra (1996), a ecologia rasa é antropocêntrica, ou
centralizada no ser humano. Ela vê os seres humanos como situados
acima ou fora da natureza, como a fonte de todos os valores, e atribui
apenas um valor instrumental, ou de ‘uso’, à natureza.
• Na visão biocêntrica, as relações interpessoais baseiam-se na confiança,
na amizade, na cooperação, na fraternidade e no amor. A vivência
biocêntrica requer o desenvolvimento equilibrado e a integração, a
radicalização das linhas de vivência, que para Lemos (1996), é um
estado pleno e inocente, é a vivência verdadeira do princípio
biocêntrico. É a expressão da “identidade-amor” e do “movimento-
amor”
Movimento Biodança

• Através do Movimento
Biodança acredita-se na possibilidade de
ressignificação de valores e de
transformação de estilos de vida, num
mundo mais amoroso.
• Há uma busca do reestabelecimento das
condições de nutrição da vida, com toda
sua consistência e potência afetiva.
Protovivências de Toro
• De acordo com Toro (1991), as protovivências de movimento,
contato, expressão, segurança e harmonia são as vivências que
envolvem os primeiros seis meses de vida, em que o bebê inicia a sua
experimentação no mundo.
Biodança e Saúde
A Biodança é considerada como um sistema com possibilidade de
eficaz aplicação em pelo menos três tipos de grupos humanos com
peculiaridades próprias:
❑Biodança para organizações,
❑Biodança em educação,
❑ Biodança para a saúde, como complementação terapêutica.
Biodança e Saúde
• A ação da Biodança é em relação à
parte saudável do indivíduo
• Ela trabalha com a parte sadia do
enfermo, com seus esboços de
criatividade, com seus restos de
entusiasmo, com sua oprimida, mas
viva necessidade de amor, com suas
ocultas capacidades de expressão, com
sua sinceridade
• Diferentemente do que se observa
em alguns grupos terapêuticos
tradicionais, ela não tem como base o
interesse exclusivo pelos sintomas
• mas sim pela totalidade da vida, em
seus aspectos sensoriais, orgânicos,
psíquicos, sociais, ecológicos e
“espirituais”, estes últimos vistos
como dimensão ética transcendente
do sujeito.
• Considera a existência de um
contínuo entre saúde e doença, em
que o fenômeno doença é
importante, mas é apenas uma parte.
• Para Campos (1991):
A DOENÇA • o importante é compreender que os
indivíduos não são saudáveis ou
doentes, mas apresentam diferentes
graus de saúde ou de doença nas suas
condições de vida.
• Além disso, os níveis de condição de
saúde podem variar dependendo da
quantidade, da combinação, da
importância e do significado de fatores
que o determinam (que é singular) e,
ainda, das condições dos indivíduos de
enfrentá-los.
Biodança e Saúde
• a Biodança como sistema que aponta a vivência como alternativa de
promoção de saúde, cura e prevenção de doenças.
• Nesta concepção, enfrentar a dificuldade, através da dança que
também pode trazer dor e sofrimento, é um caminho para o
fortalecimento da identidade e diminuição de sintomas.
• Com o fortalecimento da identidade, a Biodança facilita o
desenvolvimento da capacidade de autorregulação, que se constitui
como um processo de equilíbrio dinâmico voltado para a manutenção
da vida e para a autocriação existencial.
Biodança e transtornos frequentes:
ansiedade e estresse.
• A proposta de reeducação na Biodança é em relação à descoberta
individual do seu próprio ritmo, assegurando um estilo de vida que o
respeite mais e garanta-lhe mais qualidade de vida.
• É possível através da formação de vínculos, trabalhando o
desenvolvimento da consciência reflexiva-afetiva dos sujeitos. É
Ansiedade
• A ansiedade é uma experiência humana que preenche um papel funcional na
interaçäo com o meio ambiente, mas também pode ocorrer como sintoma de
várias doenças, sob a forma de estresse ou como distúrbio psíquico.
• É vista como uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do
Sistema Nervoso Central, devido à interpretação de uma situação perigosa.
• Tem características semelhantes ao medo, mas este tem um fator
desencadeante real e palpável, enquanto o fator de estímulo da ansiedade é
composto por características mais subjetivas.
• A ansiedade é um sintoma de características psicológicas que mostra a
interseção entre o físico e psíquico, uma vez que apresenta sinais como
taquicardia, sudorese, tremores, tensão muscular, aumento da motilidade
intestinal, além de sintomas como a cefaléia.
Ansiedade natural e patológica
• os sintomas de ansiedade estão relacionados a eventos que fazem
parte da vida cotidiana das pessoas, apresentando importância na
relação do indivíduo com os outros e com o meio.
• No entanto, dentro de uma compreensão de um organismo saudável, é
preciso que haja uma regulação entre tensão e relaxamento, este
último advindo de situações de conforto e de segurança que promovam
sensações de repouso e de bem-estar.
• Evolutivamente, o homem está preparado para entrar num estado de
ansiedade quando o corpo for estimulado para a luta ou para a fuga. No
entanto, na contemporaneidade, a interpretação do perigo transcende
o perigo de vida biológico. Vive-se com ênfase na individualização, em
que predomina o aspecto da competitividade, da desvalorização das
outras pessoas, da indiferença, da desmobilização no que concerne às
causas sociais.
• Para Dratcu e Lader (1993), uma importante característica
psíquica do estado ansioso é a excitação, uma aceleração do
pensamento.
• Ocorre uma elaboração, na perspectiva de planejar uma
maneira de eliminar o perigo no menor espaço de tempo
possível.
• Para eles, este movimento mental resulta numa ineficiência
da ação, que faz aumentar a sensação de perigo e de
incapacidade de eliminá-lo, o que configura um círculo
vicioso, pois esta sensação aumenta o estado ansioso.
BIODANÇA E ANSIEDADE

• Apontamos para as vivências nos


grupos de Biodança como elementos
importantes para o alcance desse
conforto e para o reestabelecimento da
segurança, fazendo com que seja
reduzido o efeito dos fatores
ansiogênicos sobre a vida das pessoas.
• Consideramos isso porque entendemos
a vivência como possuidora de um
poder reorganizador, a partir do grupo
como continente afetivo e originador
de um sentimento de segurança.
Estresse
• Para Hans Seley (1974), fisiologista reconhecido por seus
trabalhos e pesquisas sobre estresse desde 1930:
• estresse é uma resposta não específica do corpo a qualquer
exigência feita a ele, trazendo a distinção entre eustresse -
estresse agradável e desejado, como em exercícios físicos
moderados- e distresse - estresse desagradável, como em
doenças prolongadas.
• O corpo está, geralmente, em algum estado de estresse, seja
agradável ou desagradável, moderado ou intenso. Este estado é
uma reação corporal aos aspectos existentes no cotidiano, em
cada momento da vida, que pode ser bom, ruim, real ou até
imaginário.
Estresse
Ao ser submetido a situações geradoras de estresse, o corpo apresenta mudanças fisiológicas, mostrando a interação do organismo:
1) O sistema nervoso simpático (luta ou fuga) é ativado, aumentando a freqüência cardíaca e a pressão sanguínea. O contínuo
aumento da atividade simpática traz efeitos deletérios ao organismo, como hipertensão arterial sistêmica e aumento da
aterosclerose.
2) Estimula a hipófise liberando o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), o qual tem uma ação sobre as glândulas supra-renais,
fazendo com que elas aumentem a liberação de hormônios como a adrenalina e o cortisol.
3) O cortisol (hormônio do estresse), indispensável para o funcionamento normal do organismo, atuando na manutenção dos
níveis pressóricos na taxa de glicemia entre as refeições e no controle do sistema imunológico. Entretanto, sua produção
excessiva no estresse prejudica o processamento da função cognitiva e também da criatividade, interferindo junto aos
receptores que captam a memória, à medida que eles atravessam a sinapse. Em conseqüência, as pessoas com uma produção
excessiva de cortisol perdem a capacidade de assimilar as informações.
4) Outra conseqüência do aumento de cortisol é um aumento das necessidades nutricionais, podendo diminuir as quantidades de
magnésio, “um mineral calmante”. Assim, quanto mais o indivíduo for submetido ao estresse, maior perda ocorrerá deste
elemento.
5) O estresse acelera, via cortisol, o metabolismo de carboidratos e do neuropeptídeo Y, um neurotransmissor que estimula o
desejo de consumir carboidrato. Este mecanismo é a razão pela qual muitas pessoas excedem no ato de comer doce e
alimentos contendo amido, quando estão estressadas.
6) o estresse prolongado pode suprimir o sistema imunológico, o que pode tornar o corpo susceptível a muitas doenças, desde
resfriados e gripes a cânceres e doenças cardíacas.
Reações mais comuns ao estresse
• As reações emocionais incluem irritabilidade, raiva,
perda da paciência e da concentração, além do
nervosismo.
• Quando mantidas, podem acarretar nos seguintes
sintomas orgânicos: insônia; cefaléia; constipação
ou diarréia; síndrome do intestino irritável;
irritabilidade; astenia (falta de energia); déficit de
atenção; alterações no hábito alimentar e no peso;
maior incidência de crises de asma e artrite;
problemas de pele, como urticária; tensão
muscular; gastrite; hipertensão arterial sistêmica;
cardiopatias; diabetes; diminuição da libido;
alterações na fertilidade; depressão, ansiedade;
sentimentos como raiva e tristeza
A biodança
• facilitadora do processo de harmonização, trabalhando com os aspectos saudáveis do
indivíduo.
• A função terapêutica da Biodança consiste na consideração de um conjunto organizado,
no qual cada uma das partes é inseparável da função da totalidade.
• na Biodança, por meio das lentes da afetividade, o indivíduo poderá ser conduzido de
forma a se sentir amado e valorizado, cuidado e protegido, como membro de uma rede
de interações e comunicações que funcione de maneira franca e precisa.
• As cerimônias de encontro, por exemplo, tendem a despertar a sensibilidade, trazendo
melhorias para a saúde através do desenvolvimento de potenciais herdados
geneticamente e do restabelecimento do vínculo afetivo dos indivíduos com eles
mesmos, com o próximo e com a natureza.
• Para os autores mencionados acima, com a troca de calor e afeto, ao som da música, o
corpo passa por uma dança de hormônios e de neurotransmissores, de forma que o
centro regulador límbico-hipotalâmico (centro das emoções e instintos) pode gerar entre
outras coisas a resistência ao estresse e um melhor funcionamento dos órgãos internos.
• Nas sessões de Biodança, os indivíduos têm a oportunidade de
vivenciar momentos em que os movimentos são mais vigorosos,
durante o período denominado de ativação.
• Neles, os neurotransmissores, como a noradrelina e dopamina,
tem a sua produção estimulada, provocando uma reação
adrenérgica no organismo e, consequentemente, maior
disposição.
• Com movimentos mais lentos e suaves, vivenciados nos
momentos regressivos, o parasssimpático é estimulado.
• Há maior produção de outros neurotransmissores, a acetilcolina
e a seratonina, levando o indivíduo à tranqüilidade.
• Os hormônios também passam por alterações, como a
diminuição dos níveis de cortisol, proporcionando uma
sensação de conforto ao organismo.
SESSÃO DE BIODANÇA
• Geralmente, a sessão de Biodança, sempre
grupal, ocorre uma vez por semana, tendo
duração média entre 1h30min e 2h30min.
• Este tempo varia conforme o nível de
integração do grupo e é aumentado nas
maratonas de Biodança.
RODA VERBAL:

• um momento inicial, no qual as pessoas sentam quase sempre no chão,


sobre colchonetes ou almofadas, formando um círculo.
• Este é o momento em que elas podem compartilhar a experiência
vivida de modo singular na sessão da semana anterior, falando sobre
aspectos que lhes foram significativos.
• É uma forma de elaboração do vivido, na qual, embora seja utilizada a
palavra, é incentivada a fala que brota do sentimento, ou seja, a fala
expressiva que ultrapassa resistências muitas vezes sustentadas na
lógica racional para dar voz às emoções vivenciadas.
• Aqui cada um tem a possibilidade de dar um feedbak a alguma(s)
pessoa(s) com quem construiu alguma dança especialmente
significativa, comentando suas sensações em relação a si próprio e ao(s)
outro(s).
• A conversa é mediada pelo facilitador, que pode comentar,
esclarecendo a intenção dos exercícios que mobilizaram os sujeitos.
A realização das vivências

• No segundo momento, mais longo que o anterior, são realizadas as vivências


conforme as proposições do facilitador, sendo que os participantes agora não
falam, realizando os exercícios em um silêncio que conduz para mais perto de si
mesmo e do outro.
• A fala interior às vezes pode surgir. No entanto, considera-se que o pensamento
pode induzir um distanciamento do sujeito em relação ao momento vivido,
desconcentrando-o e sendo por isso indesejável.
• Mas o que é uma vivência?
• Trata-se de “uma experiência vivida com grande intensidade no aqui agora com
qualidade ontológica (se projeta sobre toda a existência)”
• As vivências são integradoras por possuírem um efeito harmonizador entre si
mesmas, aspecto que será melhor compreendido adiante.
• Por ora, basta dizer que as vivências são direcionadas para estimular os potenciais
de vitalidade, sexualidade, criatividade, afetividade e transcendência, em cujo
conjunto identificam-se as cinco Linhas de Vivência constitutivas do Sistema
Biodanza.
3 TIPOS DE VIVÊNCIAS
• vivência epistemológica - relaciona-se com as postulações dos autores
Husserl e Dilthey (1945) relativas à capacidade da vivência de levar ao
conhecimento e gerar os fatos da consciência.
• vivência ontológica - trazida por Merleau-Ponty (1945), apresenta as
noções de “corporeidade vivida” e “corpo sensível em um mundo sensível”,
acreditando que o Ser é a própria vivência e ambos não se dão a
conhecer, pois são irredutíveis.
• vivência biocêntrica - parte da ontologia proposta por Merleau-Ponty,
considerando também o seu caráter pré-reflexivo, corporal, sensível,
espontâneo e imediato. Apresenta uma visão que avança na direção da
integração, como fonte geradora de vínculo, de saúde e de evolução do
indivíduo.
REFERÊNCIAS
• https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/27608/1/2008_art_cwlgois.
pdf
• https://portalidea.com.br/cursos/noes-bsicas-em-biodanza-
apostila02.pdf

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