Lei Organica Municipio de Sao Ludgero Com Alteracao 11052018

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CÂMARA DE VEREADORES DE SÃO LUDGERO

LEI
ORGÂNICA

SÃO LUDGERO
2011
SUMÁRIO

1 LEI ORGÂNICA DO MUNICIPAL DE SÃO LUDGERO – S.C ............................... 4


1.1 DOS FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL ................................... 4
2 DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL .......................................................................... 5
2.1 DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA .......................................................................... 5
2.2 DA DIVISÃO ADMINISTRATIVA DO MUNICÍPIO .............................................................................. 5
2.3 DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO ................................................................................................. 6
2.3.1 Da Competência Privativa ............................................................................... 6
2.3.2 Da Competência Comum ................................................................................. 9
2.3.3 Da Competência Suplementar ........................................................................ 9
2.3.4 Da Intervenção Municipal .............................................................................. 10
2.4 DAS VEDAÇÕES ............................................................................................................................10
2.5 DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................................................................11
3 DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ................................................................. 13
3.1 DO PODER LEGISLATIVO ..............................................................................................................13
3.1.1 Da Câmara Municipal ..................................................................................... 13
3.1.2 Das Atribuições da Câmara Municipal ......................................................... 14
3.1.3 Dos Vereadores .............................................................................................. 17
3.1.4 Do Funcionamento da Câmara ..................................................................... 19
3.1.5 Do Processo Legislativo ................................................................................ 22
3.1.6 Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária, Operacional e
Patrimonial ................................................................................................................ 25
3.2 DO PODER EXECUTIVO .................................................................................................................27
3.2.1 Do Prefeito e do Vice-Prefeito ....................................................................... 27
3.2.2 Das Atribuições do Prefeito .......................................................................... 29
3.2.3 Da Perda e Extinção do Mandato ................................................................. 31
3.2.4 Dos Auxiliares Diretos do Prefeito ............................................................... 32
3.3 DA SEGURANÇA PÚBLICA .............................................................................................................33
3.4 DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA ...............................................................................................33
3.5 DOS ATOS MUNICIPAIS .................................................................................................................34
3.5.1 Da Publicidade dos Atos Municipais............................................................ 34
3.5.2 Dos Livros ....................................................................................................... 35
3.5.3 Dos Atos Administrativos ............................................................................. 36
3.5.4 Das Proibições ............................................................................................... 36
3.5.5 Das Certidões ................................................................................................. 37
3.6 DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS E DIREITOS MUNICIPAIS ........................................................37
3.7 DAS OBRAS E SERVIÇOS MUNICIPAIS........................................................................................39
4 DA TRIBUTAÇÃO MUNICIPAL, DA RECEITA E DESPESA E DO
ORÇAMENTO ............................................................................................................ 40
4.1 DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS .........................................................................................................40
4.2 DA RECEITA E DA DESPESA .........................................................................................................42
4.3 DO ORÇAMENTO ............................................................................................................................43
4.3.1 Das Vedações Orçamentárias ....................................................................... 46
4.3.2 Da Execução Orçamentária ........................................................................... 47
4.3.3 Da Gestão de Tesouraria ............................................................................... 47
4.3.4 Das Contas Municipais .................................................................................. 48
4.4 DO USO E DO PARCELAMENTO DO SOLO ..................................................................................48
4.4.1 Da Política Habitacional................................................................................. 48
5 DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL ................................................................. 49
5.1 DISPOSIÇÕES GERAIS ..................................................................................................................49
5.2 DA POLÍTICA URBANA E RURAL ...................................................................................................50
5.2.1 Da Política Urbana.......................................................................................... 50
5.2.2 Da Política Habitacional................................................................................. 51
5.2.3 Da Política Rural ............................................................................................. 51
5.3 DA ASSISTÊNCIA SOCIAL ..............................................................................................................53
5.3.1 Disposições Gerais ........................................................................................ 53
5.3.2 Da Saúde ......................................................................................................... 53
5.3.3 Da Previdência Social .................................................................................... 56
5.4 DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO IDOSO E DA PESSOA PORTADORA DE
DEFICIÊNCIA .............................................................................................................................................57
5.4.1 Da Família ....................................................................................................... 57
5.4.2 Da Criança e do Adolescente ........................................................................ 57
5.4.3 Do idoso .......................................................................................................... 58
5.4.4 Das Pessoas Portadoras de Deficiência ...................................................... 58
5.5 DA CULTURA, DA EDUCAÇÃO, DO DESPORTO E DO TURISMO ...............................................59
5.5.1 Da Cultura ....................................................................................................... 59
5.5.2 Da Educação ................................................................................................... 60
5.5.3 Do Lazer .......................................................................................................... 63
5.5.4 Do Turismo ..................................................................................................... 63
5.5.5 Do Desporto .................................................................................................... 63
5.6 DO MEIO AMBIENTE .......................................................................................................................64
6 DA COLABORAÇÃO POPULAR ......................................................................... 67
6.1 DISPOSIÇÕES GERAIS ..................................................................................................................67
6.2 DAS ASSOCIAÇÕES .......................................................................................................................67
6.3 DAS COOPERATIVAS .....................................................................................................................67
7 DISPOSIÇÕES GERAIS ....................................................................................... 68
8 DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS ......................................................................... 69
1 LEI ORGÂNICA DO MUNICIPAL DE SÃO LUDGERO – S.C

1.1 DOS FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL

Art. 1º - O Município de São Ludgero, pessoa jurídica de direito público


interno, parte integrante da República Federativa do Brasil, integra a união
indissolúvel do Estado Catarinense, exercendo a competência e a autonomia
política, legislativa, administrativa e financeira, asseguradas pela Constituição da
República Federativa do Brasil, organiza-se nos termos desta Lei e fundamenta sua
existência principalmente:
I - na autonomia;
II - na cidadania;
III - na dignidade da pessoa humana;
IV - nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - no pluralismo político;
VI - na igualdade perante a lei;
VII - no direito à vida em um ambiente ecologicamente equilibrado;
VIII - na soberania e participação popular.

Art. 2º - Todo o poder emana do povo que o exerce por meio de


representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição Federal, da
Constituição Estadual e desta Lei Orgânica, que o exercerá:
I - pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto;
II - pela iniciativa popular em projetos de lei ou de emenda à Lei Orgânica;
III - pelo plebiscito;
IV - pelo referendo.

Art. 3º - São objetivos fundamentais dos cidadãos deste Município e de seus


representantes:
I - assegurar a construção de uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento local e regional;
III - erradicar a pobreza, a marginalização e reduzir as desigualdades sociais
na área urbana e na área rural;
IV - promover o bem comum, sem preconceitos de origem, raça, crença, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação;
V - envidar esforços na manutenção e recuperação do meio-ambiente, de
forma individual ou mediante convênio com pessoas de direito público ou
privado.
2 DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL

2.1 DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 4º - O Município de São Ludgero, com sede na cidade que lhe dá o


nome, dotado de autonomia política, administrativa e financeira, rege-se por esta Lei
Orgânica.

Parágrafo Único - Poderá a sede ser fixada em outro ponto do município em


razão de evento de interesse público, pelo período que este durar, com autorização
do Poder Legislativo.

Art. 5º - São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o


Legislativo e o Executivo.

Art. 6º - São símbolos do Município a bandeira, seu hino, seu brasão e outros
nos termos da lei, representativos de sua gente, cultura e história.

Parágrafo Único - A lei poderá estabelecer outros símbolos, dispondo sobre o


seu uso no território.

Art. 7º - Constituem bens do Município todas as coisas móveis e imóveis,


direitos e ações que a qualquer titulo lhe pertençam ou venham a pertencer.

2.2 DA DIVISÃO ADMINISTRATIVA DO MUNICÍPIO

Art. 8º - O Município, segundo suas necessidades e no interesse de seus


habitantes, poderá dividir-se em Distritos, Bairros e Comunidades.

§ 1º - A criação, organização, supressão, fusão ou troca de Distritos


dependem de lei, de iniciativa dos poderes Executivo ou Legislativo após consulta
plebiscitária às populações diretamente interessadas, observadas a Legislação
Estadual.

§ 2º - É facultada a descentralização administrativa com a criação, nos


Distritos e Bairros, de subsedes da Prefeitura, na forma da lei.

Art. 9º - São requisitos para a criação de distritos:


I - População, eleitorado e arrecadação não inferiores a sexta parte exigida
para a criação de Município;
II - existência na sede do povoado, de pelo menos, escola pública, posto de
saúde, posto telefônico e trinta residências.
Parágrafo Único - Comprova-se o atendimento às exigências enumeradas
neste artigo mediante:
a) declaração, emitida pelo Instituto Brasileira de Geografia e Estatística -
IBGE, de estimativa de população;
b) certidão, emitida pelo Tribunal Regional Eleitoral - TRE, certificando o
número de eleitores;
c) certidão do órgão fazendário estadual e municipal, certificando a
arrecadação na respectiva área territorial;
d) certidão, emitida pela Prefeitura ou pelas Secretarias de Educação e Saúde
do Estado, certificando a existência de escola pública e posto de saúde, bem
como declaração emitida por empresa de telecomunicações comprovando a
existência de serviço telefônico na povoação sede.

Art. 10 - Na fixação das divisas distritais devem ser observadas as seguintes


normas:
I - sempre que possível, serão evitadas formas assimétricas,
estrangulamentos e alongamentos exagerados;
II - preferência para a delimitação, às linhas naturais, facilmente identificáveis;
III - na inexistência de linhas naturais, utilização de linha reta, cujos extremos,
pontos naturais ou não, sejam facilmente identificáveis;
IV - é vedada a interrupção da continuidade territorial do Município ou do
distrito de origem.

Parágrafo Único - As divisas distritais devem ser descritas trecho a trecho,


salvo, para evitar duplicidade, nos trechos que coincidirem com os limites
municipais.

2.3 DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO

2.3.1 Da Competência Privativa

Art. 11 - Compete ao Município:


I - Legislar sobre assuntos de interesse local
II - suplementar a legislação federal e a estadual, no que couber;
III - elaborar o plano plurianual, a lei de diretrizes e o orçamento anual;
IV - instituir e arrecadar os tributos municipais, bem como aplicar suas rendas,
sem prejuízo de obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos
prazos fixados em lei;
V - fixar, fiscalizar e cobrar tarifas ou preços públicos;
VI - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
VII - dispor sobre organização, administração e execução dos serviços
municipais;
VIII - dispor sobre administração, utilização e alienação dos bens públicos;
I - instituir o quadro, os planos de carreira e o regime único dos servidores
públicos;
IX - organizar e prestar, diretamente, ou sob regime de concessão, os
serviços públicos locais, inclusive o de transporte coletivo, que tem caráter
essencial;
X - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
programas de educação pré-escolar e ensino fundamental;
XI - instituir, executar e apoiar programas educacionais e culturais que
propiciem o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente;
XII - amparar, de modo especial, os idosos e os portadores de deficiência;
XIII - estimular a participação popular na formação de políticas públicas e sua
ação governamental, estabelecendo programas de incentivo a projetos de
organização comunitária, nos campos social e econômico, cooperativas de
produção e mutirões;
XIV - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
serviços de atendimento à saúde da população, inclusive assistência nas
emergências médico-hospitalares de pronto socorro com recursos próprios ou
mediante convênio com entidade especializada;
XV - planejar e controlar o uso, o parcelamento e a ocupação do solo em seu
território, especialmente o de sua zona urbana;
XVI - estabelecer normas de edificação, de loteamento, de arruamento e de
zoneamento urbano e rural, bem como as limitações urbanísticas
convenientes à ordenação do seu território, observadas as diretrizes de lei
federal;
XVII - instituir, planejar e fiscalizar programas de saneamento básico e
programas de desenvolvimento urbano nas áreas de habitação, de acordo
com as diretrizes estabelecidas na legislação federal, sem prejuízo do
exercício da competência comum correspondente;
XVIII - prover sobre a limpeza das vias e logradouros públicos, remoção e
destino do lixo domiciliar, bem como de outros detritos e resíduos de qualquer
natureza;
XIX - conceder e renovar licença para localização e funcionamento de
estabelecimentos industriais, comerciais, prestadores de serviços e quaisquer
outros;
XX - cassar a licença que houver concedido a estabelecimento cuja atividade
venha a se tornar prejudicial à saúde, à higiene, à segurança, ao sossego e
aos bons costumes;
XXI - ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horários para
funcionamento de estabelecimentos industriais, comerciais, de serviços e
outros, atendidas as normas da legislação federal aplicável;
XXII - organizar e manter os serviços de fiscalização necessários ao exercício
do poder de polícia administrativa;
XXIII - fiscalizar, nos locais de venda, peso, medidas e condições sanitárias
dos gêneros alimentícios, observada a legislação federal pertinente;
XXIV - dispor sobre o depósito e venda de animais e mercadorias
apreendidos em decorrência de transgressão da legislação municipal;
XXV - dispor sobre registro, guarda, vacinação e captura de animais, com a
finalidade precípua de controlar e erradicar moléstias de que possam ser
portadores ou transmissores;
XXVI - disciplinar os serviços de carga ou descarga, bem como fixar a
tonelagem máxima permitida a veículos que circulem em vias públicas
municipais, inclusive nas vicinais cuja conservação seja de sua competência;
XXVII - sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem como
regulamentar e fiscalizar sua utilização;
XXVIII - regulamentar a utilização dos logradouros públicos e, especialmente
no perímetro urbano, determinar o itinerário e os pontos de parada obrigatória
de veículos de transportes coletivo;
XXIX - fixar e sinalizar as zonas de silêncio, de trânsito e tráfego em
condições especiais;
XXX - regular as condições de utilização dos bens públicos de uso comum;
XXXI - regular, executar, licenciar, fiscalizar, conceder, permitir ou autorizar,
conforme o caso:
a) o serviço de carros de aluguel, inclusive o uso de taxímetro;
b) os serviços funerários e os cemitérios;
c) os serviços de mercados, feiras, matadouros públicos e comércio
ambulante;
d) os serviços de construção e conservação de estradas, ruas, vias ou
caminhos municipais;
e) os serviços de iluminação pública;
f) a afixação de cartazes e anúncios, bem como a utilização de quaisquer
outros meios de publicidade e propaganda, nos locais sujeitos ao poder de
polícia municipal;
XXXII - fixar os locais de estacionamento público de táxis e demais veículos;
XXXIII - estabelecer servidões administrativas necessárias à realização de
seus serviços, inclusive a de seus concessionários;
XXXIV - adquirir bens, inclusive por meio de desapropriação;
XXXV - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXVI - São a todos assegurados, independentemente do pagamento de
taxas:
a) O Direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra
a ilegalidade ou abuso de poder;
b) A obtenção de certidões, em repartições públicas, para a defesa de direitos
e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

§ 1º - As competências previstas neste artigo não esgotam o exercício


privativo de outras, na forma da lei, desde que atenda ao peculiar interesse do
Município e ao bem-estar de sua população e não conflite com a competência
federal e estadual.

§ 2º - As normas de edificação, de loteamento e arruamento a que se refere o


inciso XVI deste artigo deverão exigir reserva de áreas destinadas a:
a) zonas verdes e demais logradouros públicos;
b) vias de tráfego e de passagem de canalizações públicas, de esgotos e de
águas pluviais;
c) passagem de canalizações públicas de esgotos e de águas pluviais nos
fundos dos lotes, obedecidas as dimensões e demais condições estabelecidas
na legislação.

2.3.2 Da Competência Comum

Art. 12 - É da competência comum do Município, da União e do Estado:


I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas
e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e
de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência e a
tecnologia;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
VII- fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
VIII- promover programas de construção de moradias e a melhoria das
condições habitacionais e de saneamento básico;
IX - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
X - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e
exploração de recursos hídricos e minerais em seu território;
XI - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do
trânsito.
XII – promover, na forma da lei, a defesa do consumidor.

2.3.3 Da Competência Suplementar

Art. 13 - Compete ao Município suplementar a legislação federal e estadual,


no que couber e naquilo que disser respeito ao seu peculiar interesse, visando adaptá-
la à realidade e às necessidades locais.
10

2.3.4 Da Intervenção Municipal

Art. 14 A intervenção no Município dar-se-á na forma prescrita na


Constituição do Estado, obedecidas as regras da Constituição da República
Federativa do Brasil e, especialmente, quando o Prefeito:
I - deixar de repassar os recursos necessários ao funcionamento do Poder
Legislativo na forma da Lei;
II - deixar de cumprir a legislação aprovada pela Câmara Municipal, na forma
desta Lei Orgânica.

Parágrafo Único. A intervenção de que trata o “caput” deste artigo só será


aplicado pelo quorum qualificado de dois terços da Câmara Municipal.

2.4 DAS VEDAÇÕES

Art. 15 - Além de outros casos previstos nesta Lei Orgânica, ao Município é


vedado:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhe o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de
interesse público;
II - recusar fé aos documentos públicos;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si;
IV - subvencionar ou auxiliar, de qualquer forma, com recursos públicos, quer
pela imprensa, rádio, televisão, serviço de alto-falante, cartazes, anúncios ou
outro meio de comunicação, propaganda político-partidária ou a que se
destinar a campanhas ou objetivos estranhos a administração e ao interesse
público;
V - cobrar pela emissão de certidões de qualquer natureza;
VI - manter a publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas
de órgãos públicos que não tenham caráter educativo, informativo ou de
orientação social, assim como a publicidade da qual constem nomes,
símbolos, imagens, slogans ou expressões que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos;
VII - outorgar isenções e anistias fiscais, ou permitir a remissão de dívidas,
sem interesse público justificado, sob pena de nulidade do ato;
VIII - exigir ou aumentar tributo sem Lei que o estabeleça;
IX - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
11

X - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer


natureza, em razão de sua procedência ou destino;
XI - cobrar tributos:
a. em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da Lei
que os houver instituído ou aumentado;
b. no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a Lei que os
instituiu ou aumentou;
XII - utilizar tributos com efeito de confisco;
XIII - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público;
XIV - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços da União, do Estado e de outros Municípios;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos
da Lei federal;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

§ 1o. A vedação do inciso XIV, “a”, é extensiva às autarquias e fundações


instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda, e
aos serviços, vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

§ 2o. As vedações do inciso XIV, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam


ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de atividades
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em
que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem
exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao
bem imóvel.

§ 3o. As vedações expressas no inciso XIV, “b” e “c” compreendem somente


o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das
entidades nelas mencionadas.

§ 4o. As vedações expressas nos incisos VIII a XIV, serão regulamentadas em


Lei complementar federal.

2.5 DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 16 - A administração pública direta e indireta do Município obedecerá aos


princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, aos demais princípios da Constituição Federal, sobre a administração
pública e a esta Lei Orgânica, considerando ainda que:
12

I - lei disporá sobre o regime jurídico dos servidores municipais, devendo


tratar das questões atinentes à carreira, sistema previdenciário, seguridade e
assistência, bem como percentual dos cargos e empregos do Município a
pessoas portadoras de deficiências e critérios de operacionalização de tal
reserva;
II - o Município adotará políticas de oportunidade de crescimento profissional
aos seus servidores, bem como proporcionará remuneração compatível com
o mercado de trabalho para a função respectiva, oportunidade de progresso
funcional e acesso a escalão superior;
III - O Município assegurará aos servidores efetivos pertencentes ao quadro de
carreira e de pessoal permanente da Prefeitura de São Ludgero, o percentual
mínimo de 10% (dez por cento) para o provimento dos cargos em comissão e
das funções de confiança.”
IV - o Município assegura o percentual não inferior a dois por cento dos
cargos e empregos do Município a pessoas portadoras de deficiências, cujos
critérios serão definidos em lei;
V - a remuneração dos servidores públicos e dos agentes políticos, sofrerá
revisão geral anual, mediante lei específica, observada a iniciativa privativa de
cada caso, sempre na mesma data e sem distinção de índices, assegurando-
se, no mínimo, a recomposição das perdas inflacionárias.

Art. 17 - A - É vedada a nomeação ou designação para o exercício de cargos


em comissão, bem como a contratação por tempo determinado para atender
necessidade temporária de excepcional interesse público, de cônjuge, companheiro
ou parente em linha reta ou colateral, ou por afinidade, até o segundo grau:
I - do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Secretários do Poder Executivo e dos
dirigentes dos órgãos da administração pública direta e indireta municipal;
II - dos Vereadores e dos titulares de cargos de direção no âmbito da Câmara
Municipal;

§ 1º - Igualmente é vedada a contratação, em casos excepcionais de


dispensa ou inexigibilidade de licitação, de pessoa jurídica da qual algum dos sócios
seja cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral, ou por afinidade,
até o segundo grau, das pessoas arroladas nos incisos I e II.

§ 2º - O nomeado, designado ou contratado, antes da posse, bem como os


sócios de pessoas jurídicas a serem contratados em casos excepcionais de
dispensa ou inexigibilidade de licitação, antes da contratação, declaração, por
escrito, não ter relação de matrimônio, união estável ou de parentesco que importe
em prática vedada por este artigo.
13

3 DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

3.1 DO PODER LEGISLATIVO

3.1.1 Da Câmara Municipal

Art. 18 - O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Municipal.

§ 1º - Cada legislatura tem a duração de quatro anos, correspondendo cada


ano a uma sessão legislativa.

§ 2º - O número de vereadores será fixado pela Justiça Eleitoral, tendo em


vista a população do Município, observados os limites estabelecidos no art. 29, IV,
da Constituição Federal.

DAS REUNIÕES

Art. 19 - A Câmara Municipal reunir-se-á, anual e ordinariamente, em sua


sede, de 01 de fevereiro a 15 de julho e de 01 de agosto a 20 de dezembro, ou em
período extraordinário, sempre que convocada na forma da lei.

§ 1º - Quando a reunião inaugural de cada sessão legislativa, assim como as


sessões ordinárias recair em dia não útil será transferida para o primeiro dia útil
subsequente.

§ 2º - A convocação extraordinária da Câmara, que ocorrerá em período


diverso do constante no "caput" do presente artigo, far-se-á:
I - pelo Prefeito, em casos de urgência ou interesse público relevante;
II - pelo Presidente da Câmara para o compromisso e a posse do Prefeito e do
Vice-Prefeito;
III - pelo Presidente da Câmara ou a requerimento de dois terços dos
membros desta, por solicitação dos líderes ou por requerimento de qualquer
Vereador com a deliberação do Plenário, em casos de urgência ou interesse
público relevante;

§ 3º - Na sessão extraordinária, a Câmara Municipal somente deliberará sobre


a matéria para a qual foi convocada.

Art. 20 - As deliberações da Câmara serão tomadas por maioria de votos,


presente a maioria de seus membros, ressalvadas as matérias que exijam quorum
diferenciado, na forma desta Lei Orgânica.
14

Art. 21- Todas as deliberações do Poder Legislativo serão realizadas através


de voto aberto, facultado ao vereador fazer a justificativa do voto, por escrito ou
oralmente, pelo prazo máximo de 05 (cinco) minutos, integrando esta a ata da
sessão.

Parágrafo Único - Outros procedimentos de votação, que não contrariem o


disposto no caput deste artigo, serão estabelecidos no regimento interno da Câmara
Municipal.

Art. 22 - A sessão legislativa ordinária não será interrompida sem a


deliberação sobre o projeto de lei orçamentária.

Art. 23 - As sessões da Câmara realizar-se-ão em recinto destinado ao seu


funcionamento, observado o disposto no art. 33, desta lei Orgânica.

§ 1º - O horário das sessões ordinárias e extraordinárias da Câmara Municipal


é o estabelecido em seu Regimento Interno.

§ 2º - Poderão ser realizadas sessões solenes fora do recinto da Câmara,


mediante resolução aprovada pelo plenário.

Art. 24 - As sessões serão públicas.

Parágrafo Único - Somente por deliberação de 2/3 (dois terços) dos membros
da Casa, por motivo relevante, poderão ser realizadas sessões fechadas.

Art. 25 - O quorum mínimo para a instalação da sessão é de um 1/3 (um


terço) dos membros da Câmara.

Parágrafo Único - Considerar-se-á presente na sessão o vereador que assinar


o livro de presença até o início da ordem do dia, participar dos trabalhos do plenário
e das votações.

3.1.2 Das Atribuições da Câmara Municipal

Art. 26 - É da competência exclusiva da Câmara Municipal:


I - eleger os membros de sua Mesa Diretora;
II - elaborar o Regimento Interno;
III - organizar os serviços administrativos internos e prover os cargos
respectivos;
IV - propor a criação ou a extinção dos cargos dos serviços administrativos
internos e a fixação dos respectivos vencimentos;
V - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Vereadores;
VI - autorizar o Prefeito a ausentar-se do Município quando a ausência
exceder a quinze dias;
15

VII - exercer a fiscalização contábil, financeira e orçamentária do Município


mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder
Executivo;
VIII - tomar e julgar as contas do Prefeito, deliberando sobre o parecer do
Tribunal de Contas do Estado no prazo máximo de sessenta dias de seu
recebimento, observados os seguintes preceitos:
a) o parecer do Tribunal de Contas somente deixará de prevalecer por
decisão de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara;
b) decorrido o prazo de sessenta dias, sem deliberação pela Câmara, as
contas serão consideradas aprovadas ou rejeitadas de acordo com a
conclusão do parecer do Tribunal de Contas;
c) no decurso do prazo previsto na alínea anterior, as contas do Prefeito
ficarão à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o
qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei;
d) rejeitadas as contas, serão estas, imediatamente, remetidas ao Ministério
Público para os fins de direito.
IX - declarar a extinção do mandato do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos
Vereadores, nos casos indicados na Constituição Federal, nesta Lei Orgânica
e na legislação federal aplicável;
X - autorizar a realização de empréstimo ou de crédito interno ou externo de
qualquer natureza de interesse do Município;
XI - proceder à tomada de contas do Prefeito, através de comissão especial
quando não apresentadas à Câmara, dentro de sessenta dias após a abertura
da sessão legislativa;
XII - aprovar convênio, acordo ou qualquer outro instrumento celebrado pelo
Município com as pessoas jurídicas de direito público interno, de direito
privado, instituições estrangeiras ou multinacionais, quando se tratar de
matéria assistencial, educacional, cultural ou técnica;
XIII - estabelecer e mudar temporariamente o local de suas reuniões;
XIV - convocar o Prefeito, Secretário do Município ou autoridade equivalente
para prestar esclarecimentos pessoais, sobre matéria de sua competência,
em data designada no expediente de convocação;
XV - encaminhar pedidos escritos de informação ao Prefeito, Secretário do
Município ou autoridade equivalente, no prazo de trinta dias, sobre matéria de
sua competência;
XVI - ouvir Secretários do Município, autoridade equivalente ou qualquer
cidadão, quando, por sua iniciativa e mediante entendimento prévio com a
Mesa Diretora, comparecerem à Câmara Municipal para expor assunto de
relevância ao município;
XVII - deliberar sobre o adiamento e a suspensão de suas reuniões;
XVIII - criar comissão parlamentar de inquérito, na forma do regimento interno,
para apuração de fato determinado e por prazo certo, mediante requerimento
de um terço de seus membros, sendo suas conclusões encaminhadas ao
Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores;
XIX - constituir comissões permanentes e especiais, assegurando, tanto
quanto possível a representação proporcional dos partidos e ou blocos
parlamentares;
XX - conceder título de cidadão honorário, conferir comenda ou homenagem a
pessoas que, reconhecidamente, tenham prestado relevantes serviços ao
16

Município ou nele tenham se destacado pela atuação exemplar na vida


pública e particular, mediante proposta de 1/3 dos edis, aprovado pelo voto de
2/3 (dois terços) dos membros da Câmara;
XXI - solicitar a intervenção do Estado no Município;
XXII - julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores, observado o devido
processo legal, nos casos previstos em lei;
XXIII – fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da
administração indireta;
XXIV – fixar, em acordo o que dispõe as Constituições Federal e Estadual e
legislação complementar, o subsídio ou remuneração do Prefeito, do Vice-
Prefeito e dos Vereadores, até seis meses antes do término da legislatura
para a subsequente, observando o seguinte:
a) O Presidente da Mesa fará jus a subsídio mensal fixado em parcela única
acrescido de verba de cinquenta por cento (50%) do valor do subsídio definido
para os demais Vereadores.
b) A remuneração total dos Vereadores não deverá ultrapassar cinco por
cento (5%) da receita ordinária do Município, relativa ao mês imediatamente
anterior.
c) A remuneração do Prefeito Municipal não deverá ser maior que dois por
cento (2%) da receita ordinária do Município relativa ao mês imediatamente
anterior.
XXV – deliberar sobre parecer emitido pela Comissão cuja atribuição seja a
estabelecida no Art. 36, VIII.

Art. 27 - Cabe à Câmara Municipal, observada a iniciativa legislativa do


Prefeito Municipal, deliberar sobre todas as matérias de competência do Município,
especialmente sobre:
I - tributos municipais, arrecadação e dispêndio de suas rendas;
II - isenção e anistia em matéria tributária, bem como remissão de dívidas;
III - plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e orçamento anual, e
autorização para abertura de créditos suplementares e especiais;
IV - operações de crédito, auxílios e subvenções;
V - concessão, permissão e autorização de serviços públicos;
VI - concessão administrativa de uso dos bens municipais;
VII - alienação de bens públicos;
VIII - organização administrativa municipal, criação, transformação e extinção
de cargos, empregos e funções públicas, bem como a fixação dos respectivos
vencimentos;
IX - criação e estruturação de secretarias municipais e demais órgãos da
administração pública, assim a definição das respectivas atribuições;
X - aprovação do plano diretor e outros planos e programas governamentais;
XI - autorização para assinatura de convênios e consórcios de qualquer
natureza com outros municípios ou com entidades públicas ou privadas;
XII - delimitação do perímetro urbano;
XIII - transferência temporária da sede do governo municipal;
XIV - autorização para mudança de denominação de ruas, vias e logradouros
públicos;
XV - normas urbanísticas, particularmente as relativas a zoneamento e
loteamento.
17

3.1.3 Dos Vereadores

Art. 28 - Os Vereadores são invioláveis, no exercício do mandato e na


circunscrição do Município, por suas opiniões, palavras e votos.

Art. 29 - É vedado ao Vereador:


I - Desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com o Município, com autarquias, fundações
mantidas pelo Município, empresas públicas, sociedades de economia mista
ou suas empresas concessionárias de serviço público, salvo quando o
contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, emprego ou função, no âmbito da administração
pública direta ou indireta municipal, salvo mediante aprovação em concurso
público.
II - desde a posse:
a) ocupar cargo, função ou emprego, na administração pública direta ou
indireta do Município, de que seja exonerável "ad nutum", salvo o cargo de
Secretário Municipal ou diretor equivalente, neste caso devendo licenciar-se
do exercício da vereança, optando pela remuneração.
b) exercer outro cargo eletivo federal, estadual ou municipal;
c) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público do Município, ou
nela exercer função remunerada;
d) patrocinar causa junto ao Município em que seja interessada qualquer das
entidades a que se refere a alínea "a" do inciso I deste artigo.

Art. 30 - Perderá o mandato o vereador quando, assegurado o devido


processo legal, na forma da lei, ficar provado:
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar
ou atentatório às instituições vigentes;
III - que deixar de comparecer em cada sessão legislativa anual, à terça parte
das sessões ordinárias da Câmara, salvo doença comprovada, licença ou
missão autorizada pela edilidade;
IV - que fixar domicílio fora do Município;
V - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
VI - quando a justiça o decretar, nos casos previstos em lei;
VII - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado, cuja
sentença estabeleça como efeitos a perda do exercício de cargo ou função
pública.

§ 1º - Além de outros casos definidos no Regimento Interno da Câmara


Municipal, considerar-se-á incompatível com o decoro parlamentar o abuso das
prerrogativas asseguradas ao Vereador ou a percepção de vantagens ilícitas ou
imorais para si ou para terceiros.
18

§ 2º - No caso dos incisos I, II e IV, a perda do mandato será declarada pela


Câmara pelo voto secreto de 2/3 (dois terços) de seus membros, mediante
provocação da Mesa ou de Partido Político representado na Câmara, assegurada
ampla defesa.

§ 3º - Nos demais casos, a perda será declarada pela Mesa da Câmara, de


ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de Partido Político
representado na Casa, assegurada ampla defesa.

Art. 31 - O Vereador poderá licenciar-se:


I - por motivo de doença ou licença de gestação;
II - para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que o
afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa;
III - para desempenhar missões temporárias, de caráter cultural ou de
interesse do Município.

§ 1º - Não perderá o mandato, considerando-se automaticamente licenciado,


o Vereador investido no cargo de Secretário Municipal, Estadual ou Federal, ou
Diretor de órgão da administração pública direta ou indireta do Município, do Estado
ou da União, conforme previsto no art. 29, inciso II, alínea "a", desta Lei Orgânica.

§ 2º - A licença para tratar de interesse particular não será inferior a trinta dias
e o Vereador não poderá reassumir o exercício do mandato antes do término da
licença.

§ 3º - Independentemente de requerimento, considerar-se-á como licença o


não comparecimento às reuniões de Vereador, privado temporariamente de sua
liberdade, em virtude de processo criminal em curso.

§ 4º - Na hipótese do § 1º, o Vereador poderá optar pela remuneração do


mandato.

Art. 32 - Dar-se-á a convocação do suplente de Vereador nos casos de vaga


ou de licença, disciplinado pelo Regimento Interno da Câmara.

§ 1º - O suplente convocado deverá tomar posse no prazo máximo de quinze


dias, contados da data de convocação, salvo justo motivo aceito pela Câmara,
quando se prorrogará o prazo.

§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, o Presidente da Câmara


comunicará o fato, dentro de 48 horas ao Juiz Eleitoral da Comarca, para as
providências cabíveis.

§ 3º - Enquanto a vaga a que se refere o parágrafo anterior não for


preenchida, calcular-se-á o quorum em função dos vereadores remanescentes.
19

3.1.4 Do Funcionamento da Câmara

Art. 33 - A Câmara reunir-se-á em sessões preparatórias, em 01 de primeiro


de janeiro, do primeiro ano da legislatura, às 10:00 horas, para a posse de seus
membros e eleição da Mesa Diretora, independente de convocação.

§ 1º - A posse ocorrerá em sessão solene, que se realizará independente de


número, sob a Presidência do Vereador mais votado dentre os presentes.

§ 2º - O Vereador que não tomar posse na sessão prevista no parágrafo


anterior deverá fazê-lo dentro do prazo de quinze (15) dias, a contar da Reunião
Solene de Posse e Instalação da Legislatura, sob pena de perda do mandato, salvo
motivo de força maior, enfermidade comprovada ou por motivo aceito pela maioria
absoluta dos membros da Câmara Municipal..

§ 3º - Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se-ão sob a


Presidência do mais votado dentre os presentes e, havendo maioria absoluta dos
membros da Câmara, elegerão os componentes da Mesa, que serão
automaticamente empossados.

§ 4º - Inexistindo número legal, o Vereador mais votado dentre os presentes


permanecerá na Presidência e convocará sessões diárias, até que seja eleita a
Mesa.

Art. 34 - O mandato da Mesa Diretora será de um ano, sendo permitida uma


reeleição para o mesmo cargo.

§ 1º - Considera-se reeleição, para os fins deste artigo, a condução para o


mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.

§ 2º - A eleição da Mesa da Câmara para o 2o (segundo), 3o (terceiro) e 4o


(quarto) ano, far-se-á na última sessão ordinária, elegendo a próxima Mesa Diretora
para o ano subsequente, sendo que os eleitos considerar-se-ão empossados a partir
do dia 1º de janeiro do ano seguinte à eleição.

Art. 35 - A Mesa da Câmara se compõe do Presidente, do Vice-Presidente,


do Primeiro Secretário e Segundo Secretário, os quais se substituirão nessa ordem.

§ 1º - Na constituição da Mesa é assegurada, tanto quanto possível, a


representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que
participam da Casa.

§ 2º - Na ausência dos membros da Mesa, o Vereador mais votado entre os


presentes assumirá a Presidência.

§ 3º - Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído de sua função,


pelo voto de 2/3 (dois terços) dos membros da Câmara, quando faltoso, omisso ou
20

ineficiente no desempenho de suas atribuições regimentais, elegendo-se outro


Vereador para a complementação do mandato.

Art. 36 - As Comissões Permanentes, em razão da matéria de sua


competência, e as demais comissões, no que lhes for aplicável, cabe:
I – discutir e votar as proposições que lhes forem distribuídas, sujeitas à
deliberação do Plenário;
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;
III – convocar Secretários Municipais para prestar informações sobre assuntos
inerentes e suas atribuições;
IV – fiscalizar os atos que envolvam gastos públicos de quaisquer órgãos da
administração direta ou entidades da administração indireta;
V – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer
pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas ou
prestadoras de serviços públicos;
VI – encaminhar, através da Mesa, pedidos escritos de informação ao
Prefeito;
VII – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VIII – acompanhar e apreciar programas de obras, planos municipais de
desenvolvimento e sobre eles emitir parecer;
IX – determinar a realização, com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado,
de diligências, perícias, inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo e Executivo da administração direta e
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo
Poder Público Municipal;
X – propor a sustentação dos atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem o Poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa,
elaborando o respectivo Decreto Legislativo;
XI – estudar qualquer assunto compreendido no respectivo campo temático
ou área de atividade, podendo promover, em seu âmbito, conferências,
exposições, palestras ou seminários;
XII – solicitar audiência ou colaboração de órgãos ou entidades da
administração pública direta, indireta e fundacional, e da sociedade civil, para
elucidação de matéria sujeita a seu pronunciamento.

§ 2º - As comissões especiais, criadas por deliberação do Plenário, serão


destinadas ao estudo de assuntos específicos e a representação da Câmara em
congresso, solenidades ou outros atos públicos.

§ 3º - Na formação das comissões, assegurar-se-á, tanto quanto possível, a


representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que
participam da Câmara.

§ 4º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de


investigação próprios de autoridades judiciais, além dos poderes previstos no
regimento interno da Casa, serão criadas pela Câmara Municipal, mediante
requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e
por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
21

Art. 37 - A maioria, a minoria, as representações partidárias, mesmo com


apenas um membro, e os blocos parlamentares terão líder e, quando for o caso, vice-
líder.

§ 1º - A indicação dos líderes será feita em documento pelos membros das


representações majoritárias, minoritárias, blocos parlamentares ou partidos políticos
à Mesa, nas vinte e quatro horas que se seguirem à instalação do primeiro período
legislativo anual.

§ 2º - Os líderes indicarão os respectivos vice-líderes, se for o caso, dando


conhecimento à Mesa da Câmara dessa designação.

Art. 38 - Além de outras atribuições previstas no regimento interno, os líderes


indicarão os representantes partidários nas comissões da Câmara.

Parágrafo Único - Ausente ou impedido o líder, suas atribuições serão


exercidas pelo vice-líder.

Art. 39 - À Câmara Municipal, observado o disposto nesta Lei Orgânica,


compete elaborar seu regimento interno, dispondo sobre sua organização, política e
provimento de cargos de seus serviços e, especialmente, sobre:
I - sua instalação e funcionamento;
II - posse de seus membros;
III - o procedimento de eleição da Mesa Diretora, das Comissões e suas
respectivas atribuições;
IV - periodicidade das reuniões;
V - comissões;
VI - sessões;
VII - deliberações;
VIII - todo e qualquer assunto de sua administração interna.

Art. 40 - À Mesa, dentre outras atribuições, compete:


I - tomar todas as medidas necessárias à regularidade dos trabalhos
legislativos;
II - propor projetos que criem ou extingam cargos dos serviços da Câmara e
fixem os respectivos vencimentos;
III - apresentar projetos de lei dispondo sobre abertura de créditos
suplementares ou especiais, através do aproveitamento total ou parcial das
consignações orçamentárias da Câmara;
IV - promulgar a Lei Orgânica e suas emendas;
V - representar, junto ao Executivo, sobre necessidades de economia interna;
VI - contratar, na forma da lei, por tempo determinado, para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público.

Art. 41- Dentre outras atribuições, compete ao Presidente da Câmara:


I - representar a Câmara em juízo e fora dele;
II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e administrativos da
Câmara;
III - interpretar e fazer cumprir o regimento interno;
IV - promulgar as resoluções e decretos legislativos;
22

V - promulgar as leis com sanção tácita ou cujo veto tenha sido rejeitado pelo
Plenário, desde que não aceita esta decisão, em tempo hábil, pelo Prefeito;
VI - fazer publicar os atos da Mesa, as resoluções, decretos legislativos e as
leis que vier a promulgar;
VII - autorizar as despesas da Câmara;
VIII - representar, por decisão da Câmara, sobre a inconstitucionalidade de lei
ou ato municipal,
IX - solicitar, por decisão da maioria absoluta da Câmara, a intervenção no
Município nos casos admitidos pela Constituição Federal e pela Constituição
Estadual;
X – manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar a força
necessária para este fim;
XI – substituir o Prefeito nos casos previstos nesta Lei Orgânica 002E.

3.1.5 Do Processo Legislativo

Art. 42 - O processo legislativo municipal compreende a elaboração de:


I - emendas à Lei Orgânica Municipal;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - resoluções;
VI - decretos legislativos.

Art. 43 - Todas as deliberações do Poder Legislativo serão realizadas através


de voto aberto, facultado ao vereador fazer a justificativa do voto, por escrito ou
oralmente, integrando esta à ata da sessão.

Art. 44 - A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Municipal;
II - do Prefeito Municipal;
III – de, no mínimo, cinco por cento dos eleitores do município.

§ 1º - A proposta será votada em dois turnos, com interstício mínimo de dez


dias, e aprovada por no mínimo dois terços dos membros da Câmara Municipal, em
cada turno de votação.

§ 2º - A emenda à Lei Orgânica Municipal será promulgada pela Mesa da


Câmara com o respectivo número de ordem.

§ 3º - A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de estado de


sítio, estado de defesa ou de intervenção no Município.
23

Art. 45 - As leis complementares somente serão aprovadas se obtiverem o


voto favorável da maioria absoluta dos votos dos membros da Câmara Municipal, em
dois turnos de votação.

Art. 46 - As leis ordinárias, leis delegadas, resoluções e decretos legislativos


serão aprovadas por maioria simples, em dois turnos de votação,

Art. 47 - As votações, nos dois turnos, serão pelo voto aberto, na forma
prevista nesta Lei Orgânica.

Art. 48 - Os demais expedientes previstos no regimento interno da Casa


serão aprovados por maioria simples, em turno único de votação, com voto aberto,
na forma prevista nesta Lei Orgânica.

Art. 49 - O projeto de lei será considerado rejeitado, se não obtiver a


aprovação no 2º turno de votação.

Art. 50 - A matéria constante de projeto de lei rejeitado, somente poderá


constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da
maioria absoluta dos membros da Câmara.

Art. 51 - A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer


Vereador, Comissão Permanente da Câmara, ao Prefeito e aos cidadãos que a
exercerão sob a forma de moção articulada, subscrita, no mínimo, por cinco por
cento do total do número de eleitores do Município.

Art. 52 - Serão leis complementares dentre outras previstas nesta Lei


Orgânica:
I - Código Tributário do Município;
II - Código de Obras e Edificações;
III - Código de Postura;
IV - Lei instituidora do regime jurídico único dos servidores municipais;
V - Lei orgânica instituidora da guarda municipal;
VI -Lei de criação de cargos, funções ou empregos públicos;
VII – Lei instituidora do estatuto dos servidores públicos;
VIII – Lei que institui o plano diretor do Município;
IX – Concessão de serviço público;
X – Concessão de direito real de uso;
XI – Alienação de bens imóveis;
XII – Lei de zoneamento, uso, parcelamento e ocupação do solo urbano.

Art. 53 - São de iniciativa exclusiva do Prefeito as leis que disponham sobre:


I - criação, transformação ou extinção de cargos, funções ou empregos
públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
II - servidores públicos do Poder Executivo, da administração indireta, seu
regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
III - criação, estruturação e atribuições das Secretarias, departamento ou
diretores equivalentes e órgão da administração pública direta e indireta;
24

IV - matéria orçamentária, e a que autorize a abertura de créditos ou conceda


auxílios e subvenções.
Parágrafo Único - não será admitido aumento da despesa prevista nos
projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito Municipal, ressalvado o disposto no inciso
IV, primeira parte, deste artigo.

Art. 54 - É da competência exclusiva da Mesa da Câmara a iniciativa das leis


que disponham sobre:
I - autorização para abertura de créditos suplementares ou especiais, através do
aproveitamento total ou parcial das consignações orçamentárias da Câmara;
II - organização dos serviços administrativos da Câmara, criação, transformação ou
extinção de seus cargos, empregos e funções e fixação da respectiva remuneração.

Parágrafo Único - Nos projetos de competência exclusiva da Mesa da


Câmara não serão admitidas emendas que aumentem a despesa prevista,
ressalvando o disposto na parte final do inciso II deste artigo, se assinada pela
metade dos Vereadores.

Art. 55 - O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de


sua iniciativa.

§ 1º - Solicitada a urgência, a Câmara deverá se manifestar em até quarenta


e cinco dias sobre a proposição, contados da data em que for feita a solicitação.

§ 2º - Esgotado o prazo previsto no parágrafo anterior, sem deliberação pela


Câmara, será a proposição incluída na ordem do dia, sobrestando-se as mais
proposições, para que se ultime a votação.

§ 3º - O prazo do § 1º não corre no período de recesso da Câmara nem se


aplica aos projetos de lei complementar.

Art. 56 - Aprovado o projeto de lei, será este enviado ao Prefeito, que,


aquiescendo, o sancionará.

§ 1º - O Prefeito, considerando o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional


ou contrário ao interesse público, veta-lo-á, total ou parcialmente, no prazo de
quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de
quarenta e oito horas, ao Presidente da Câmara os motivos do veto.

§ 2º - Decorrido o prazo do parágrafo anterior, o silêncio do Prefeito importará


sanção.

§ 3º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo,


de inciso ou de alínea.

§ 4º - A apreciação do veto, pelo Plenário da Câmara, será feita dentro de


trinta dias a contar do seu recebimento, em uma só discussão e votação com
parecer ou sem ele, considerando-se rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
Vereadores, em escrutínio secreto.
25

§ 5º - Rejeitado o veto, será o projeto enviado ao Prefeito para promulgação.

§ 6º - Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será


colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições,
até a sua votação final.

§ 7º - A não promulgação da lei no prazo de quarenta e oito horas pelo


Prefeito, nos casos dos § § 2º e 5º, autoriza o Presidente da Câmara a fazê-lo em
igual prazo, e se esta não o fazer, caberá ao Vice-Presidente a promulgação.

Art. 57 - As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito que deverá solicitar
a delegação à Câmara Municipal.

§ 1º - Os atos de competência privativa da Câmara, a matéria reservada à lei


complementar, os planos plurianuais, diretrizes orçamentária e orçamentos não
serão objeto de delegação.

§ 2º - A delegação ao Prefeito será efetuada sob a forma de resolução, que


especificará o seu conteúdo e os termos de seu exercício.

§ 3º - A resolução poderá determinar a apreciação do projeto pela Câmara,


vedada a apresentação de emenda.

3.1.6 Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária, Operacional e


Patrimonial

Art. 58 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial do Município e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de
receitas, será exercida pela Câmara Municipal, mediante controle externo, e pelos
sistemas de controle interno do Executivo, instituídos em Lei.

§ 1o. O controle externo da Câmara será exercido com o auxílio do Tribunal


de Contas do Estado ou órgão equivalente a que for atribuída essa incumbência, e
compreenderá a apreciação das contas do Prefeito e da Mesa da Câmara, e
acompanhamento das atividades financeiras e orçamentárias, bem como o
julgamento das contas dos administradores e demais responsáveis por bens e
valores públicos, observados os seguintes prazos:
I – até trinta dias subsequentes ao período a que se referir, as demonstrações
mencionadas nos incisos I a III do Art. 87;
II – até vinte e oito de fevereiro do ano subsequente as demonstrações
mencionadas nos incisos IV e V do Art. 87, em forma sintética.
26

§ 2o. As contas do Prefeito e da Câmara Municipal, prestadas anualmente,


serão julgadas pela Câmara dentro de sessenta dias após o recebimento do parecer
prévio do Tribunal de Contas ou órgãos equivalente a que for atribuída essa
incumbência, considerando julgados nos termos das conclusões desse parecer, se
não houver deliberação desse prazo.

§ 3o. Somente por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal
deixará de prevalecer o parecer emitido pelo Tribunal de Contas do Estado ou órgão
equivalente incumbido dessa missão.

§ 4o. A partir de vinte e oito de fevereiro do ano subsequente e por sessenta


dias, as contas do Município ficarão à disposição de qualquer contribuinte para
exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade nos termos da Lei.

§ 5o. As contas relativas à aplicação dos recursos transferidos pela União e


Estado serão prestadas na forma da legislação federal e estadual, podendo o
Município suplementá-las sem prejuízo de sua inclusão na prestação anual das
contas.

§ 6o. Prestará contas qualquer pessoa física, entidade pública ou privada que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou
pelos quais o Município responda ou que em nome deste assuma obrigações de
natureza pecuniária, dentro de sessenta dias após o recebimento dos recursos.

§ 7O. A contabilidade do Município obedecerá, na organização do seu


sistema administrativo e informativo, em seus procedimentos, aos princípios
fundamentais de contabilidade e as normas estabelecidas na legislação pertinente.

Art. 59 - A Comissão permanente encarregada da competência prevista no §


o
1 ., VIII do Art. 36, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a
forma de investimentos não programados, subsídios não aprovados ou quaisquer
outras irregularidades, poderá solicitar à autoridade responsável que, no prazo de
cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

Parágrafo Único. Prestados ou não, ou julgados os esclarecimentos


insuficientes, a Comissão encaminhará seu parecer relatando minuciosamente os
fatos à Câmara que tomará providências sobre a matéria no prazo de trinta dias.

Art. 60 - O Executivo e o Legislativo manterão sistema de controle interno, a


fim de:
I – criar condições indispensáveis para assegurar a eficácia ao controle
externo e regularidade à realização da receita e da despesa;
II – acompanhar as execuções e avaliações de programas de trabalho e dos
orçamentos anual e plurianual;
III – avaliar os resultados alcançados pelos administradores;
IV – verificar a execução dos contratos, convênios ou acordos firmados com
órgãos da administração direta ou indireta;
V – comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto a eficácia da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nas entidades da administração
27

municipal, bem como da aplicação de recursos públicos municipais por


entidades de direito privado;
VI – exercer o controle dos empréstimos e dos financiamentos, avais e
garantias, bem como dos direitos e haveres do Município.

§ 1o. Os responsáveis pelo sistema de controle interno, ao tomarem


conhecimento, por quaisquer meios ou formas, de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado ou órgão
equivalente e à Câmara Municipal, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2o. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte


legítima para, na forma da Lei, denunciar irregularidade ou ilegalidade, pleitear
declaração de nulidade ou anulação de atos lesivos ao patrimônio público municipal,
perante o Tribunal de Contas do Estado ou órgão equivalente e à Câmara Municipal.

3.2 DO PODER EXECUTIVO

3.2.1 Do Prefeito e do Vice-Prefeito

Art. 61 - O Poder Executivo Municipal é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelos


Secretários Municipais ou diretores com atribuições equivalentes ou assemelhadas.

Art. 62 - A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizar-se-á


simultaneamente com a de Vereadores, nos termos estabelecidos pela Constituição
Federal.

§ 1º - A eleição do Prefeito importará a do Vice-Prefeito com ele registrado.

§ 2º - Será considerado eleito Prefeito o candidato que, registrado por partido


político, obtiver a maioria dos votos, não computados os em branco e os nulos.

§ 3o. Na hipótese do parágrafo anterior remanescendo, em primeiro lugar,


mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

§ 4o. O Prefeito e Vice-Prefeito, quando a legislação exigir, deverão


desincompatibilizar-se.

Art. 63 - O Prefeito e Vice-Prefeito tomarão posse no dia primeiro de janeiro


do ano subsequente à eleição em sessões da Câmara Municipal, prestando o
compromisso de manter, defender e cumprir a Lei Orgânica, observar as leis da
União, do Estado e do Município, promover o bem geral do Município e exercer o
28

cargo sob a inspiração da democracia, da legitimidade e da legalidade.

Parágrafo Único - Decorridos dez dias da data fixada para a posse, se o


Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo,
este será declarado vago.

Art. 64 - Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento e suceder-lhe-á, no


caso de vacância, o Vice-Prefeito.

§ 1º - O Vice-Prefeito não poderá recusar-se a substituir o Prefeito, sob pena


de extinção do mandato, salvo para tratar de interesse particular devidamente
justificado através de ofício ao presidente da Câmara Municipal.

§ 2º - O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por


lei complementar, auxiliará o Prefeito sempre que ele for convocado para missões
especiais.

Art. 65 - Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, vacância do


cargo e pedido de licença assumirá a administração municipal o Presidente da
Câmara, e na falta deste, assumirá o Vice-Presidente ou o Secretário da Mesa
Diretora.

Art. 66 - Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, far-se-á eleição


noventa dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período do mandato,


assumirá o presidente da Câmara, que completará o mandato.

§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus


antecessores.

Art. 67 - O mandato do Prefeito é de quatro anos, permitida uma reeleição


para um único período subsequente, e terá início em primeiro de janeiro do ano
seguinte ao de sua eleição.

Art. 68 - O Prefeito e o Vice-Prefeito, quando no exercício do cargo não


poderão, sem licença da Câmara Municipal, ausentar-se do Município por período
superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo ou de mandato.

Parágrafo Único - O Prefeito regularmente licenciado terá direito a perceber a


parte fixa da remuneração quando:
I - impossibilitado de exercer o cargo, por motivo de doença, devidamente
comprovada;
II - em gozo de férias;
III - a serviço ou em missão de representação do Município.

Art. 69 O prefeito poderá licenciar-se para tratar, sem remuneração, de


interesse particular, desde que o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias
consecutivos;
29

Art. 70 - O Prefeito gozará férias anuais de 30 (trinta) dias, sem prejuízo da


remuneração, ficando ao seu critério a época para usufruir descanso, nos termos do
artigo 65.

Art. 71 - A remuneração do Prefeito será estipulada na forma do art. 26 desta


Lei Orgânica.

3.2.2 Das Atribuições do Prefeito

Art. 72 - Compete ao Prefeito, entre outras atribuições:


I - iniciar o processo legislativo, na forma e casos previstos nesta Lei
Orgânica;
II - representar o Município em juízo e fora dele;
III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela Câmara e
expedir os regulamentos para sua fiel execução;
IV - vetar, no todo ou em parte, os projetos de lei aprovados pela Câmara,
exceto as emendas à Lei Orgânica;
V - nomear e exonerar os Secretários Municipais e os diretores dos órgãos da
administração pública direta e indireta;
VI - decretar, nos termos da lei, a desapropriação por necessidade ou
utilidade pública, ou por interesse social;
VII - expedir decretos, portarias e outros atos administrativos;
VIII - permitir ou autorizar o uso de bens municipais, por terceiros, com
autorização do Poder Legislativo;
IX - prover os cargos públicos e expedir os demais atos referentes à situação
funcional dos servidores;
X - enviar à Câmara os projetos de lei relativos ao orçamento anual, a lei de
diretrizes orçamentárias e ao plano plurianual do Município e das suas
autarquias;
XI - encaminhar à Câmara, até quinze de abril, a prestação de contas, bem
como os balanços do exercício findo;
XII - encaminhar aos órgãos competentes os planos de aplicação e as
prestações de contas exigidas em lei;
XIII - fazer publicar os atos oficiais;
XIV - prestar à Câmara dentro de quinze dias, as informações pela mesma
solicitadas, salvo prorrogação, a seu pedido e por prazo determinado, em face
da complexidade da matéria ou da dificuldade de obtenção, nas respectivas
fontes de dados necessários ao atendimento do pedido;
XV - prover os serviços e obras da administração pública;
XVI - superintender a arrecadação dos tributos, bem como a guarda e
aplicação da receita, autorizando as despesas e pagamentos dentro das
disponibilidades orçamentárias ou dos créditos votados pela Câmara;
XVII - colocar à disposição da Câmara, dentro de dez dias de sua requisição,
as quantias que devam ser despendidas, de uma só vez e, até o dia vinte de
30

cada mês, os recursos correspondentes às suas dotações orçamentárias,


compreendendo os créditos suplementares e especiais;
XVIII - aplicar multas previstas em leis e contratos, bem como revê-las quando
impostas irregularmente;
XIX - resolver sobre os requerimentos, reclamações ou representações que
lhe forem dirigidas, no prazo máximo de quinze dias;
XX - oficializar, obedecidas as normas urbanísticas aplicáveis, às vias e
logradouros, mediante denominação aprovada pela Câmara;
XXI - convocar extraordinariamente a Câmara quando o interesse da
administração o exigir;
XXII - aprovar projetos de edificação e planos de loteamento, arruamento e
zoneamento urbano ou para fins urbanos, bem como, após deliberação da
Câmara, os planos de desmembramento e loteamentos;
XXIII - apresentar, anualmente, à Câmara, relatório circunstanciado sobre o
estado das obras e dos serviços municipais, bem como o programa da
administração para o ano seguinte;
XXIV - organizar os serviços internos das repartições criadas por lei, com
observância do limite das dotações a elas destinadas;
XXV - contrair empréstimos e realizar operações de crédito, mediante prévia
autorização da Câmara;
XXVI - providenciar sobre a administração dos bens do Município e sua
alienação, na forma da lei;
XXVII - organizar e dirigir, nos termos da lei, os serviços relativos às terras do
Município;
XXVIII – manter e desenvolver o sistema viário do Município;
XXIX - conceder auxílios, prêmios e subvenções, nos limites das respectivas
verbas orçamentárias e do plano de distribuição, prévia e anualmente
aprovado pela Câmara;
XXX - providenciar sobre o incremento do ensino;
XXXI - estabelecer a divisão administrativa do Município de acordo com a lei;
XXXII - solicitar o auxílio das autoridades policiais do Estado para garantia do
cumprimento de seus atos;
XXXIII - solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara para ausentar-se do
Município por tempo superior a quinze dias;
XXXIV - adotar providências para a conservação e salvaguarda do patrimônio
municipal;
XXXV - publicar, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária;
XXXVI - estimular a participação popular e estabelecer programa de incentivo
para os fins previstos no art. 11, XIII, observado o disposto nesta Lei
Orgânica.

Art. 73 O Prefeito poderá delegar, por decreto, a seus auxiliares, as funções


administrativas que não sejam de sua exclusiva competência.
31

3.2.3 Da Perda e Extinção do Mandato

Art. 74 - É vedado ao Prefeito assumir outro cargo ou função na


administração pública direta ou Indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso
público e observado o disposto no art. 38, II, IV e V da Constituição Federal.

§ 1º - Ao Prefeito é vedado desempenhar função, a qualquer título, em


empresa privada.

§ 2º - A infringência ao disposto neste artigo e em seu § 1º implicará na perda


do mandato.

Art. 75 - As incompatibilidades declaradas no art. 29, seus incisos e alíneas


desta Lei Orgânica, estendem-se, no que for aplicável, ao Prefeito e aos Secretários
Municipais ou autoridades equivalentes e os mencionados no art. 79, II.

Art. 76 - São crimes de responsabilidade do Prefeito os previstos em lei


federal.

Parágrafo Único - O Prefeito será julgado, pela prática de crime de


responsabilidade perante o Tribunal de Justiça do Estado.

Art. 77 - São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais


sujeitas ao julgamento pela Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação
do mandato:
I - Impedir o funcionamento regular da Câmara;
II - Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que
devam constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e
serviços municipais, por comissão de investigação da Câmara ou auditoria,
regularmente instituída;
III - Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de
informações da Câmara, quando feitos a tempo e em forma regular;
IV - Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa
formalidade;
V - Deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo, e em forma regular, a
proposta orçamentária;
VI - Descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro;
VII - Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou
omitir-se da sua prática;
VIII - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou
interesses do Município sujeitos à administração da Prefeitura;
IX - Ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido em lei, ou
afastar-se da Prefeitura sem autorização da Câmara dos Vereadores;
X - Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.
32

Parágrafo Único. As infrações político administrativas do Prefeito Municipal,


sujeitas com a cassação do mandato, serão processadas na forma prevista no
Decreto Lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967.

Art. 78 - Extingue-se o mandato de Prefeito, e, assim, deve ser declarado


pelo Presidente da Câmara de Vereadores, quando:
I - Ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políticos,
ou condenação por crime funcional ou eleitoral.
II - Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câmara, dentro do
prazo estabelecido em lei.
III - Incidir nos impedimentos para o exercício do cargo, estabelecidos em lei,
e não se desincompatibilizar até a posse, e, nos casos supervenientes, no
prazo que a lei ou a Câmara fixar.
Parágrafo Único - A extinção do mandato, independe de deliberação do
plenário, se tornará efetiva desde a declaração do fato ou ato extintivo pelo
Presidente e sua inserção em ata.

3.2.4 Dos Auxiliares Diretos do Prefeito

Art. 79 - São auxiliares diretos do Prefeito:


I – os Secretários Municipais ou Diretores Equivalentes;
II – os Diretores de Órgãos da administração pública direta.

§ 1o. Os casos são de livre nomeação e exoneração do Prefeito.

§ 2o. É vedado aos auxiliares enumerados neste artigo, quando nos cargos
em comissão perceberem gratificação por função.

Art. 80 - A Lei estabelecerá as atribuições dos auxiliares diretos do prefeito,


definindo-lhes a competência, deveres e responsabilidades.

Art. 81 - São condições essenciais para a investidura no cargo de Secretário


ou Diretor Equivalente:
I – ser brasileiro;
II – estar no exercício dos direitos políticos;
III – ser maior de vinte e um anos.

Art. 82 Além das atribuições fixadas em Lei, compete aos Secretários ou


Diretores Equivalentes:
I – subscrever atos e regulamentos referentes aos seus órgãos;
II – expedir instruções para boa execução das Leis, decretos e regulamentos;
III – apresentar ao Prefeito relatório anual dos serviços realizados por suas
Secretarias ou Órgãos;
IV – comparecer à Câmara Municipal, sempre que convocados pela mesma
para prestar esclarecimentos;
33

V – referendar aos atos e decretos assinados pelo Prefeito, pertinentes a sua


área de competência.

Parágrafo Único. A infringência ao inciso IV, sem justificação, importa em


crime de responsabilidade nos termos da Lei federal.

Art. 83 - Os Secretários ou Diretores Equivalentes são solidariamente


responsáveis com o Prefeito pelos atos que assinarem, ordenarem ou praticarem.

Art. 84 - Os auxiliares diretos do Prefeito apresentarão declaração de bens e


direitos no ato da posse e no término do exercício do cargo, que constará dos
arquivos da Prefeitura.

3.3 DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 85 - O Município poderá constituir guarda municipal, força auxiliar


destinada à proteção de seus bens, serviços e instalações, através de lei
complementar, que disporá sobre acesso, direitos, deveres, vantagens e regime de
trabalho, com base na hierarquia e disciplina.

Parágrafo Único - A investidura nos cargos da guarda municipal far-se-á


mediante concurso público que avaliará o candidato através de provas teóricas e
práticas, títulos, testes de aptidão, experiência, sindicância da vida pregressa e
entrevista oral com profissionais especializados.

3.4 DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

Art. 86 - A Administração Municipal é constituída dos órgãos integrados na


estrutura administrativa da Prefeitura, conselhos e entidades dotadas de
personalidade jurídica própria.

§ 1º - Os órgãos da administração direta que compõem a estrutura


administrativa da Prefeitura se organizam e se coordenam, atendendo aos princípios
técnicos recomendáveis ao bom desempenho de suas atribuições.

§ 2º - As entidades dotadas de personalidade jurídica própria que compõem a


administração indireta do Município se classificam em:
I - AUTARQUIA - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da
34

administração pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão


administrativa e financeira descentralizadas;
II - EMPRESA PÚBLICA - a entidade dotada de personalidade jurídica de
direito privado, com patrimônio e capital exclusivo do Município, criada por lei,
para exploração de atividades econômicas que o governo municipal seja
levado a exercer, por força de contingência ou conveniência administrativa,
podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito;
III - SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - a entidade dotada de
personalidade jurídica de direito privado, criada por lei, para exploração de
atividades econômicas, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com
direito a voto pertençam, em sua maioria, ao Município ou a entidade da
administração indireta.
IV - FUNDAÇÃO PÚBLICA - a entidade dotada de personalidade jurídica de
direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização
legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução
por órgão ou entidades de direito público, com autonomia administrativa,
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção e
funcionamento custeado por recursos do Município e de outras fontes.

3.5 DOS ATOS MUNICIPAIS

3.5.1 Da Publicidade dos Atos Municipais

Art. 87 - A publicação das Leis e Atos municipais poderá ser feita, através de
jornal de circulação local ou regional, por afixação na sede da Prefeitura Municipal e
Câmara Municipal de São Ludgero, e/ou por meio eletrônico digital de acesso
público no site oficial da Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores suprindo a
exigência legal de publicidade, bem como através do Diário Oficial do Estado ou da
União, nos casos em que assim exigir a Lei Federal ou Estadual.

§ 1o. A escolha do órgão de imprensa para a divulgação das Leis e atos


administrativos far-se-á através de licitação, em que se levarão em conta não só as
condições de preço, como as circunstâncias de frequência, horário, triagem e
distribuição.

§ 2o. Nenhum ato produzirá efeito antes de sua publicação.

§ 3o. A publicação dos atos não normativos, pela imprensa, poderá ser
resumida.

§ 4º. O Prefeito fará publicar, observado o Art. 58:


I – mensalmente:
35

a) o balancete resumido da receita e da despesa;


b) os montantes de cada um dos tributos arrecadados e os recursos
recebidos;
c) demonstrativo de movimentação de pessoal e o percentual aplicado,
observado o Art. 127;
II – bimestralmente, resumo da execução orçamentária, evidenciando as
fontes e as aplicações dos recursos financeiros;
III – trimestralmente, a relação nominal da dívida ativa, por origem, atualizada
monetariamente;
IV – anualmente, em forma sintética, o Balanço Geral constituído das contas
da administração, dos balanços financeiro, patrimonial, orçamentário e
demonstração das variações patrimoniais;
V – anualmente, em forma analítica, entre outras, as seguintes:
a) demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras da Administração
direta e indireta, inclusive dos fundos especiais e das fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público Municipal;
b) demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras consolidadas dos
órgãos da administração direta com as dos fundos especiais, das fundações e
das autarquias, instituídas e mantidas pelo poder público municipal;
c) demonstrações contábeis, orçamentárias e financeiras das empresas
municipais;
d) relatório circunstanciado da gestão dos recursos públicos municipais no
exercício demonstrado;
e) notas explicativas às demonstrações de que trata este inciso.

Parágrafo Único. O cumprimento do disposto no Art. 137 dispensa de


publicação, as demonstrações específicas do inciso V.

3.5.2 Dos Livros

Art. 88 - O Município manterá os livros que forem necessários ao registro de


suas atividades e de seus serviços.

§ 1º - Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo Prefeito ou pelo


Presidente da Câmara, conforme o caso.

§ 2º - Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos por fichas ou


outros sistemas convenientemente autenticados.
36

3.5.3 Dos Atos Administrativos

Art. 89 - Os atos administrativos de competência do Prefeito devem ser


expedidos com obediência às seguintes normas:
I - Decreto numerado em ordem cronológica, nos seguintes casos:
a) regulamentação de lei;
b) instituição, modificação ou extinção de atribuições não constantes de lei;
c) regulamentação interna dos órgãos que forem criados na administração
municipal;
d) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite autorizado por
lei, assim como de créditos extraordinários;
e) declaração de utilidade pública ou necessidade social para fins de
desapropriação ou de servidão administrativa;
f) permissão de uso dos bens municipais;
g) medidas executoras do Plano Diretor do Município;
h) normas de efeitos externos, não privativos da lei;
i) fixação e alteração de preços.
II - Portaria, numerada em ordem cronológica, nos seguintes casos:
a) provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos de efeitos
individuais;
b) lotação e relotação nos quadros de pessoal;
c) abertura de sindicância e processos administrativos, aplicação de
penalidades e demais atos individuais de efeitos internos;
d) outros casos determinados em lei ou decreto.
III - Contrato, nos seguintes casos:
a) admissão de servidores para serviços de caráter temporário, nos termos do
Art. 37, IX da Constituição Federal.
b) execução de obras, compras e serviços municipais, nos termos da lei.

§ 1º - Os atos constantes dos itens II e III deste artigo poderão ser delegados.

§ 2º Os casos não previstos neste artigo obedecerão a forma de atos,


instruções ou avisos da autoridade responsável.

3.5.4 Das Proibições

Art. 90 - O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores e os Secretários


Municipais, bem como as pessoas ligadas a qualquer deles por matrimônio ou
parentesco, afins ou consanguíneo de primeiro grau, não poderão contratar com o
Município, subsistindo a proibição até seis meses após findas as respectivas
funções.
37

Parágrafo Único - Não se incluem nesta proibição os contratos cujas as


cláusulas e condições sejam uniformes para todos os interessados.

Art. 91 - As pessoas jurídica e física somente poderão contratar com o poder


público municipal, ou dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios,
desde que atendam as exigências legais pertinentes ao ato.

3.5.5 Das Certidões

Art. 92 - A Prefeitura e a Câmara são obrigadas a fornecer a qualquer


interessado, gratuitamente, no prazo máximo de quinze dias, certidões dos atos,
contratos e decisões, desde que requeridas para fim de direito determinado, sob
pena de responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou retardar a sua
expedição. No mesmo prazo deverão atender às requisições judiciais se outro não
for fixado pelo juiz".

Parágrafo Único - As certidões relativas ao Poder Executivo serão fornecidas


pelo Secretário ou Diretor da Administração da Prefeitura, exceto as declaratórias de
efetivo exercício do Prefeito que serão fornecidas pelo Presidente da Câmara.

3.6 DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS E DIREITOS MUNICIPAIS

Art. 93 - Cabe ao Prefeito a administração dos bens e direitos municipais,


respeitada a competência da Câmara quanto àqueles utilizados em seus serviços.

Art. 94 - Todos os bens e direitos municipais deverão ser cadastrados com a


identificação respectiva, numerando-se os móveis segundo o que for estabelecido
em regulamento, os quais ficarão sob a responsabilidade do chefe da Secretaria ou
Diretoria Equivalente a que forem distribuídos.

Art. 95 - A alienação de bens e direitos municipais, subordinada à existência


de interesse público devidamente justificado, será sempre precedida de avaliação e
obedecerá as seguintes normas:
I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e concorrência
pública, dispensada esta nos casos de doação e permuta;
II – quando móveis, dependerá apenas de concorrência pública, dispensada
esta nos casos de doação, que será permitida exclusivamente para fins
assistências ou quando houver interesse público relevante, justificado pelo
Executivo.
38

Art. 96 - O Município, preferentemente à alienação de seus bens imóveis,


outorgará concessão de direito real de uso, mediante prévia autorização legislativa e
licitação pública.

§ 1o. A licitação poderá ser dispensada e por Lei, quando o uso se destinar a
concessionária de serviço público, a entidades assistenciais, ou quando houver
relevante interesse público, devidamente justificado.

§ 2o. A venda aos proprietários de imóveis lindeiros de áreas urbanas


remanescentes e inaproveitáveis para edificações, resultantes de obras públicas,
dependerá apenas de prévia avaliação e autorização legislativa, dispensada a
licitação e as áreas resultantes de modificações de alinhamento serão alienadas nas
mesmas condições, quer sejam aproveitáveis ou não.

Art. 97 - A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, dependerá de


prévia avaliação e autorização legislativa.

Art. 98 - É proibida a doação e a venda de quaisquer frações dos parques,


praças, jardins ou largos públicos, inclusive a concessão de direito real de uso,
destinados à venda ou demonstração de jornais e revistas ou refrigerantes.

Art. 99 - O uso de bens municipais, por terceiros, só poderá ser feito


mediante concessão, ou permissão a título precário e por tempo determinado,
conforme o interesse público o exigir.

§ 1o. A concessão de uso dos bens públicos de uso especial e dominicais


dependerá de Lei de licitação e será feita mediante contrato, sob pena de nulidade
do ato, ressalvada a hipótese do § 1o. do Art. 96.

§ 2o. A concessão administrativa de bens públicos de uso comum somente


poderá ser outorgada para finalidades educacionais, de assistência social ou
turística, mediante autorização legislativa.

§ 3o. A permissão de uso, que poderá incidir sobre qualquer bem público, será
feita, a título precário, por ato unilateral do Prefeito, através de decreto.

Art. 100 - Poderão ser cedidos a particulares, para serviços transitórios,


máquinas e operadores da Prefeitura, desde que não haja prejuízos para os
trabalhos do Município e o interessado recolha, previamente, a remuneração
arbitrada e assine termo de responsabilidade pela conservação e devolução dos
bens cedidos.

Art. 101 - A utilização e administração dos bens públicos de uso especial


como mercados, matadouros, estações, recintos de espetáculos e campos de
esporte, serão feitas na forma da Lei e regulamentos respectivos.
39

3.7 DAS OBRAS E SERVIÇOS MUNICIPAIS

Art. 102 - Nenhum empreendimento de obras e serviços do Município poderá


ter início sem prévia elaboração do plano respectivo, no qual, obrigatoriamente,
conste:
I – a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e oportunidade para o
interesse comum;
II – os pormenores para a sua execução;
III – os recursos para o atendimento das respectivas despesas;
IV – os prazos para o seu início e conclusão, acompanhados da respectiva
justificação;

§ 1o. Nenhuma obra, serviço ou melhoramento, salvo casos de extrema


urgência, será executada sem prévio orçamento de custo.

§ 2o. As obras públicas poderão ser executadas pela Prefeitura, por suas
autarquias e demais entidades da administração indireta, e, por terceiros, mediante
licitação pública.

Art. 103 - A permissão de serviço público, a título precário, será outorgada


por decreto do Prefeito, após edital de chamamento de interessados para escolha do
melhor pretendente, sendo que a concessão só será feita com autorização
legislativa, mediante contrato, precedido de licitação pública.

§ 1o. Serão nulas de pleno direito as permissões, as concessões, bem como


quaisquer outros ajustes feitos em desacordo com o estabelecido neste artigo.

§ 2o. Os serviços permitidos ou concedidos ficarão sempre sujeitos à


regulamentação e fiscalização do Município, incumbindo, aos que os executam, sua
permanente atualização e adequação às necessidades dos usuários.

§ 3o. O Município poderá retomar, sem indenização, e a qualquer tempo os


serviços permitidos ou concedidos, desde que executados em desconformidade com
o ato ou contrato, bem como aqueles que se revelarem insuficientes para o
atendimento dos usuários.

§ 4o. As licitações para a concessão de serviço público deverão ser


precedidas de ampla publicidade, em jornais e rádios locais, inclusive em órgãos da
imprensa local e regional, mediante edital ou comunicado resumido.

Art. 104 - As tarifas dos serviços públicos deverão ser fixadas pelo Executivo,
tendo-se em vista a justa remuneração.

Art. 105 - Nos serviços, obras e concessões do Município, bem como nas
alienações e compras, será adotada a licitação pública, nos termos da Lei.
40

4 DA TRIBUTAÇÃO MUNICIPAL, DA RECEITA E DESPESA E DO


ORÇAMENTO

4.1 DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS

Art. 106 - São tributos municipais os impostos, as taxas e a contribuição de


melhoria decorrentes de obras públicas, instituídos por lei municipal, atendidos os
princípios estabelecidos na Constituição Federal e nas normas gerais de direito
tributário.

Art. 107 - Compete ao Município instituir tributos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão, "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis, por natureza ou acessão física, e direitos reais sobre imóveis, exceto
os de garantia, bem como cessão de direitos à sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos na competência do
Estado, definidos no art.155, II, da Constituição Federal definidos em lei
complementar.
IV - venda a varejo de combustível líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;
a – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva
ou potencial, de serviços públicos específicos ou divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos à sua disposição;
b – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;
c – contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência
social.

§ 1o. O imposto territorial urbano, previsto na letra “a” do inciso I será


progressivo na forma estabelecida em Lei, de modo a assegurar o cumprimento da
função social da propriedade.

§ 2o. A contribuição prevista na alínea “c” será cobrada dos servidores


municipais em benefício destes.

§ 3o. Compete à Lei complementar federal fixar a alíquota máxima do imposto


referido no inciso IV.

§ 4o. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Art. 108 - A administração tributária é atividade vinculada, essencial ao


Município e deverá estar dotada de recursos humanos e materiais necessários ao
fiel exercício de suas atribuições, principalmente no que se refere a:
I – cadastramento dos contribuintes e das atividades econômicas;
II – lançamentos dos tributos;
III – fiscalização do cumprimento das obrigações tributárias.
41

Art. 109 - O município poderá criar o Colegiado para Assuntos Tributários,


com as atribuições de sugerir, opinar e decidir, em grau de recurso ou não, sobre a
atualização da base de cálculo prevista no artigo seguinte, reclamações de
lançamentos e demais questões tributárias, com prazo de funcionamento não
superior a uma sessão legislativa e terá a seguinte composição paritária:
I – três membros, indicados pela Câmara de Vereadores, a quem caberá a
presidência;
II – três servidores, indicados pelo Prefeito Municipal, aquém caberá a vice-
presidência;
III – três contribuintes, indicados por entidades representativas de categoria
econômica e profissionais, a quem caberá a secretaria geral.

Parágrafo Único. O ato de indicação dos membros mencionados neste artigo,


deverá constar o nome do ocupante da função especificada nestes incisos.

Art. 110 - O Prefeito Municipal promoverá, periodicamente, a atualização das


bases de cálculo dos tributos municipais.

§ 1o. A base de cálculo do imposto predial e territorial urbano será atualizada


anualmente, antes do térmico do exercício.

§ 2o. A atualização da base de cálculo do imposto municipal sobre serviços de


qualquer natureza e a da taxa decorrente do exercício do poder de polícia municipal,
obedecerão aos índices oficiais de atualização monetária e poderá ser realizada
mensalmente.

§ 3o. A atualização da base de cálculo das taxas de serviços levará em


consideração a variação de custos de serviços prestados aos contribuintes ou
colocados a sua disposição, observados os seguintes critérios:
I – quando a variação de custos for inferior ou igual aos índices oficiais de
atualização monetária, poderá ser realizada mensalmente;
II – quando a variação de custos for superior àqueles índices, a atualização
poderá ser feita mensalmente até esse limite, ficando o percentual restante
para ser atualizado por meio de Lei que deverá estar em vigor antes do início
do exercício subsequente.

Art. 111 - A concessão de isenção e da anistia de tributos municipais


dependerá de autorização legislativa, aprovada por maioria de dois terços dos
membros da Câmara Municipal.

Art. 112 - A remissão de créditos tributários somente poderá ocorrer nos


casos de calamidade pública ou notória pobreza do contribuinte, devendo a Lei que
a autoriza ser aprovada por maioria de dois terços dos membros da Câmara
Municipal.

Art. 113 - A concessão de isenção, anistia ou moratória não gera direito


adquirido e será revogada de ofício sempre que se apure que o beneficiário não
satisfazia ou deixou de satisfazer as condições, ou não cumpria ou deixou de
cumprir os requisitos para sua concessão.
42

Art. 114 - É de responsabilidade do órgão competente da Prefeitura Municipal


a inscrição em dívida ativa dos créditos provenientes dos tributos municipais,
decorrentes de infrações à Legislação Tributária.

Art. 115 - Ocorrendo a decadência do direito de constituir o crédito tributário


ou a prescrição da ação de cobrá-lo, abrir-se-á inquérito administrativo para apurar
as responsabilidades na forma da Lei.

Parágrafo Único. A autoridade municipal responsável pelos serviços


fazendários, juntamente com o Prefeito, responderá civil, criminal e
administrativamente pela prescrição ou decadência ocorrida sob sua
responsabilidade, cumprindo-lhe indenizar o Município do valor dos créditos
prescritos ou não lançados.

4.2 DA RECEITA E DA DESPESA

Art. 116 - A receita municipal constituir-se-á da arrecadação dos tributos


municipais, da participação em impostos da União e do Estado, dos recursos
resultantes do Fundo de Participação dos Municípios e da utilização de seus bens,
serviços, atividades e de outros ingressos.

Art. 117 - Pertencem ao Município:


I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre rendas e proventos
de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a
qualquer título, pelo Município, suas autarquias e fundações por ele mantidas;
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre
a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis situados no
Município;
III - setenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários, incidente sobre o ouro, observado o disposto no art. 153, § 5º, da
Constituição Federal;
IV - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado
sobre a propriedade de veículos automotores licenciados no território
municipal;
V - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado
sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal de comunicação.

Art. 118 - A fixação dos preços públicos, devidos pela utilização de bens,
serviços e atividades municipais, será feita mediante decreto do Executivo.

Parágrafo Único - As tarifas dos serviços públicos deverão cobrir os seus


custos, sendo reajustáveis quando se tornarem deficientes ou excedentes.
43

Art. 119 - Nenhum contribuinte será obrigado ao pagamento de qualquer


tributo lançado pelo Município, sem prévia notificação.

§ 1º - Considera-se notificação a entrega do aviso de lançamento no domicílio


fiscal do contribuinte, nos termos da lei complementar prevista no art. 146 da
Constituição Federal.

§ 2º - Do lançamento do tributo cabe recurso ao Executivo, assegurado para


sua interposição o prazo de 15 (quinze) dias, contados da notificação.

Art. 120 - A despesa pública atenderá aos princípios estabelecidos da


Constituição Federal e as normas de direito financeiro.

Art. 121 - Nenhuma despesa será ordenada ou satisfeita sem que exista
recurso disponível e crédito votado pela Câmara Municipal, salvo a que correr por
conta de crédito extraordinário.

Art. 122 - Nenhuma lei que crie ou aumente despesa será executada sem
que dela conste a indicação do recurso para atendimento do correspondente
encargo.

Art. 123 - As disponibilidades de caixa do Município, de suas autarquias,


fundações e das empresas por ele controladas serão depositadas em instituições
financeiras oficiais, salvo os casos previstos em lei.

4.3 DO ORÇAMENTO

Art. 124 - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.

§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, ouvida a comunidade


através de audiências públicas, as diretrizes, objetivos e metas da administração
pública municipal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada.

§ 2o. A Lei de diretrizes orçamentárias:


I – arrolará as metas e as prioridades da administração pública, incluindo as
despesas de capital para o exercício financeiro subsequente;
II – orientará a elaboração da Lei orçamentária anual;
III – disporá sobre alterações na legislação tributária.

§ 3º - O Poder Executivo publicará, bimestralmente, relatório resumido da


execução orçamentária.
44

§ 4º - Os planos e programas municipais previstos nesta Lei Orgânica serão


elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pela Câmara
Municipal.

§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:


I - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Município, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações mantidas
pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que o Município, direta ou
indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.

§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo do


efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões,
subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados


com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades entre a
população.

§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da


receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para
abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda
que por antecipação de receita, nos termos da lei.

§ 9º - Na elaboração das leis de que trata o caput deste artigo, será


obedecido o que estabelece a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a
legislação federal aplicável à espécie.

Art. 125 - As disponibilidades financeiras dos órgãos e entidades da


administração pública direta e indireta, inclusive fundos especiais, serão depositadas
em instituições financeiras oficiais e somente através delas poderão ser aplicadas.

Art. 126 - As dívidas dos órgãos e entidades da administração pública serão,


independentemente de sua natureza, quando inadimplidas, monetariamente
atualizadas, a partir do dia de seu vencimento e até o de sua liquidação, segundo os
mesmos critérios adotados para a atualização de obrigações tributárias.

Parágrafo Único. Essa disposição não se aplica a operações de crédito


contratadas com instituições financeiras.

Art. 127 - A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá
exceder os limites estabelecidos em Lei complementar federal.

Parágrafo Único. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de


remuneração, a criação de cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem como
a admissão de pessoal a qualquer título, pelos órgãos ou entidades da
administração pública, somente poderão ser feitas se houver:
45

I – prévia dotação orçamentária suficiente para atender as projeções de


despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;
II – autorização específica na Lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de economia mista ou suas subsidiárias.

Art. 128 - O exercício financeiro, a vigência, os prazos, e elaboração e a


organização do plano plurianual, da Lei orçamentária anual, assim como a
normatização da gestão financeira e patrimonial da administração pública, e as
condições para a instituição e funcionamento de fundos, serão dispostos em Lei
complementar, respeitada a Lei complementar federal.

§ 1o. O projeto de Lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo do


efeito de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia sobre receitas e despesas.

§ 2o. Os projetos de Lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do


orçamento anual serão enviados pelo Prefeito à Câmara Municipal, nos termos das
Leis complementares mencionadas no “caput” deste artigo.

Art. 129 - Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes


orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pela
Câmara Municipal, com parecer prévio da comissão permanente de constituição e
finanças.

§ 1º - Caberá à comissão permanente de constituição e finanças:


I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre
as contas apresentadas anualmente pelo Prefeito Municipal:
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas de investimentos e
exercer o acompanhamento e fiscalização orçamentária, sem prejuízo da
atuação das demais comissões da Câmara.

§ 2º - As emendas serão apresentadas na comissão permanente de


orçamento e finanças, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas na forma
regimental, pelo Plenário da Câmara Municipal.

§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o


modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de
anulação de despesa, excluídas as que incidem sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos:
b) serviço de dívida;
III - sejam relacionados:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º - Os recursos que, em decorrência do veto, emenda ou rejeição do


projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão
46

ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com


prévia e específica autorização legislativa.

§ 5º - As emendas ao projeto de Lei Orçamentária não poderão ser aprovadas


quando incompatíveis com o plano plurianual.

§ 6º - O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara para propor a


modificação do projeto de lei orçamentária, enquanto não emitido o parecer da
comissão de orçamento e finanças.

§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não


contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo
legislativo.

4.3.1 Das Vedações Orçamentárias

Art. 130 - É vedado:


I – a inclusão de dispositivos estranhos à previsão da receita e à fixação da
despesa, excluindo-se as autorizações para abertura de créditos adicionais
suplementares até o limite de vinte e cinco por cento e contratações de
operações de créditos por antecipação da receita;
II – o início de programas ou projetos não incluídos no orçamento anual;
III – realizar despesas ou assumir obrigações diretas que excedam os critérios
orçamentários originais ou adicionais;
IV – realizar operações de créditos que excedam o montante das despesas de
capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou
especiais, aprovados pela Câmara Municipal por maioria absoluta;
V – vincular receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas as
parcelas pertencentes a manutenção e desenvolvimento do ensino e
apresentação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita;
VI – a abertura de créditos adicionais suplementares ou especiais sem prévia
autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VII – a concessão ou utilização de créditos limitados;
VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do
orçamento fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir
déficit de empresa, fundações e fundos especiais;
IX – a instituição de fundos especiais de qualquer natureza, sem prévia
autorização legislativa.

Art. 131 - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias,


compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados ao Poder
Legislativo, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, da Constituição Federal.
47

§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro


poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize
a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício


financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado
nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reaberto nos limites dos
seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.

§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender


a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção
interna ou calamidade pública.

4.3.2 Da Execução Orçamentária

Art. 132 - A execução do orçamento do Município se refletirá na obtenção das


suas receitas próprias, transferidas e outras, bem como na utilização das dotações
consignadas às despesas para a execução dos programas nele determinados,
observado sempre o princípio do equilíbrio.

Art. 133 - As alterações orçamentárias durante o exercício se representarão:


I – pelos créditos adicionais, suplementares, especiais e extraordinários;
II – pelos remanejamentos, transferências e transposição de uma categoria de
programação para outra.

Parágrafo Único. O remanejamento, a transferência e a transposição somente


se realizarão quando autorizadas em Lei específica que contenha a justificativa.

Art. 134 - Na efetivação dos empenhos sobre as dotações fixadas para cada
despesa será admitido de Direito Financeiro.

4.3.3 Da Gestão de Tesouraria

Art. 135 - As receitas e as despesas orçamentárias e extra orçamentárias


serão movimentadas através de caixa único, regulamento instituído.

Parágrafo Único. A Câmara Municipal poderá ter a sua própria tesouraria, por
onde movimentará os recursos que lhe forem liberados.
48

Art. 136 – Poderá ser constituído regime de adiantamento em cada uma das
unidades da administração direta, nas autarquias, nas fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público Municipal e na Câmara Municipal para custear as
despesas miúdas de pronto pagamento, observado o § 6º do Art. 58.

4.3.4 Das Contas Municipais

Art. 137 - Observado o prazo e as demonstrações do inciso §4 do Art. 87, o


Prefeito Municipal encaminhará ao Tribunal de Contas do Estado ou órgão
equivalente as contas do Município.

4.4 DO USO E DO PARCELAMENTO DO SOLO

4.4.1 Da Política Habitacional

Art. 138 - A política habitacional do Município atenderá as diretrizes dos


planos de desenvolvimento para garantir, gradativamente, habitação às famílias.

Parágrafo Único. Terão tratamento prioritário as famílias de baixa renda e os


problemas da sub-habitação, dando-se ênfase a programas de loteamento
urbanizados.

Art. 139 - Na elaboração dos planos plurianual e orçamento anual, o


Município estabelecerá as dotações necessárias à efetividade e eficácia da política
habitacional.

Parágrafo Único. O Município apoiará e estimulará a pesquisa que vise a


melhoria das condições habitacionais.
49

5 DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL

5.1 DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 140 - O Município, dentro de sua competência, organizará a ordem


econômica e social, conciliando a liberdade de iniciativa com os superiores
interesses da coletividade.

Art. 141 - A intervenção do Município, no domínio econômico, terá por


objetivo estimular e orientar a produção, defender os interesses do povo e promover
a justiça e solidariedade sociais.

Art. 142 - O trabalho é obrigação social, garantindo a todos o direito ao


emprego e a justa remuneração que proporcione existência digna na família e na
sociedade.

Art. 143 - O Município considera o capital não apenas como instrumento


produtivo de lucro, mas também como meio de expansão econômica e do bem-estar
coletivo.

Art. 144 - O Município assistirá os trabalhadores rurais e suas organizações


legais, objetivando proporcionar a eles, entre outros benefícios, meios de produção e
de trabalho, crédito facilitado, preço justo, saúde e bem-estar social.

Parágrafo Único - São isentas de impostos Municipais as respectivas


cooperativas, quando comprovadas suas finalidades e atendidos os requisitos
exigidos por lei.

Art. 145 - Incube ao Poder Público, na forma de lei, diretamente ou sob


regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de
serviços públicos.

Parágrafo Único - A lei disporá sobre:


I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços
públicos, o caráter especial de seu contato e de sua prorrogação, bem como
as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou
permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - a política tarifária;
IV - a obrigação de manter o serviço adequado.

Art. 146 - O transporte coletivo, urbano e rural do Município, será


regulamentado através de lei.
50

Art. 147 - O Município promoverá e incentivará o turismo como fator de


desenvolvimento social e econômico.

Art. 148 - O Município manterá órgãos especializados, incumbidos de exercer


ampla fiscalização dos serviços por ele concedidos e da revisão de suas tarifas.

Parágrafo Único - A fiscalização de que trata este artigo compreende o exame


contábil e as perícias necessárias à apuração das inversões de capital e dos lucros
auferidos pelas empresas concessionárias.

Art. 149 - O Município, através de estudo de retorno de tributos e empregos a


serem gerados, poderá incentivar a implantação de empresas através de
concessões autorizadas por lei.

5.2 DA POLÍTICA URBANA E RURAL

5.2.1 Da Política Urbana

Art. 150 - A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder


Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em Lei, tem por objetivo
ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem
estar de seus habitantes.

§ 1o. O plano diretor, elaborado com participação dos segmentos sociais e


aprovado pela Câmara Municipal, é o instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.

§ 2o. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às


exigências fundamentais de ordenação da cidade, expressas na legislação ou plano
diretor.

§ 3o. A desapropriação de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa


indenização em dinheiro.

§ 4o. Elaboração e execução do plano e da política de urbanismo.

Art. 151 - O Poder Público Municipal deverá estabelecer:


I – imposto territorial urbano progressivo para as propriedades não utilizadas
ou sub-utilizadas;
II – Desapropriação das áreas de comprovada especulação imobiliária.
51

Art. 152 - Os proprietários de terrenos baldios que, após serem informados da


necessidade de limpeza, não tomarem as medidas cabíveis, serão advertidos e
multados, na forma da Lei.

Art. 153 - Caberá ao Poder Público Municipal, a responsabilidade da


execução e manutenção de praças e jardins públicos.
Parágrafo Único. Mediante convênio, ou termo de adoção, o Município poderá
delegar esta atribuição à iniciativa privada.

Art. 154 - Aos detentores de imóveis urbanos caberá a responsabilidade da


arborização e manutenção dos passeios públicos em suas propriedades.

Art. 155 - A legislação da política de desenvolvimento urbano compreenderá:


I – plano diretor de desenvolvimento urbano;
II – Lei de uso, parcelamento e ocupação do solo urbano;
III – código de obras e edificações;
IV – código de posturas.

5.2.2 Da Política Habitacional

Art. 156 - A política habitacional do Município atenderá as diretrizes dos


planos de desenvolvimento para garantir, gradativamente, habitação às famílias.

Parágrafo Único. Terão tratamento prioritário as famílias de baixa renda e os


problemas da sub-habitação, dando-se ênfase a programas de loteamento
urbanizados.

Art. 157 - Na elaboração dos planos plurianual e orçamento anual, o


Município estabelecerá as dotações necessárias à efetividade e eficácia da política
habitacional.

Parágrafo Único. O Município apoiará e estimulará a pesquisa que vise a


melhoria das condições habitacionais.

5.2.3 Da Política Rural

Art. 158 - O Município desenvolverá a política rural baseada nos seguintes


princípios de:
52

I – prestar assistência aos trabalhadores rurais, aos pequenos agricultores e à


sua organização;
II – criar a Patrulha Agrícola para apoiar e facilitar a melhoria da infraestrutura
das pequenas propriedades;
III – criar e implantar a feira livre com produtos agrícolas, objetivando o
atendimento à população urbana e melhoria da alimentação.

Art. 159 - A política de desenvolvimento rural será planejada, executada e


avaliada na forma da Lei, observada a legislação federal, com a participação efetiva
das classes produtoras, trabalhadores rurais, técnicos e profissionais da área e dos
setores de comercialização, armazenamento e transportes, levando em conta,
especialmente:
I – as condições de produção, comercialização e armazenamento, prestigiada
a comercialização direta entre produtor e consumidor;
II – o desenvolvimento das propriedade em todas as suas potencialidades, a
partir da vocação local e da capacidade de uso e conservação do solo;
III – a habitação, educação e saúde para o produtor rural;
IV – a execução de programas de recuperação e conservação do solo, de
reflorestamento e aproveitamento dos recursos naturais;
V – a proteção do meio ambiente;
VI – a assistência técnica e extensão rural;
VII – o incentivo ao cooperativismo, ao sindicalismo e ao associativismo;
VIII – a eletrificação, telefonia e irrigação.

§ 1o. O planejamento agrícola abrange as atividades agropecuárias,


agroindustriais e florestais.

§ 2o. A preservação e a recuperação ambiental no meio rural obedecerá as


seguintes diretrizes:
I – realização de zoneamento agroecológico que permita estabelecer critérios
para o disciplinamento e ordenamento da ocupação espacial pelas diversas
atividades produtivas, quando da instalação de hidroelétricas e processos de
urbanização;
II – as bacias hidrográficas constituem unidades básicas de planejamento do
uso, conservação e recuperação dos recursos naturais;
III – manutenção dos recursos naturais;
IV – esclarecimento, manipulação, armazenamento e uso de agrotóxicos e
seus componentes.
53

5.3 DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

5.3.1 Disposições Gerais

Art. 160 O Município prestará, em cooperação com a União e o Estado,


assistência social a quem dela necessitar, objetivando:
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II – o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV – a habitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária;
V – permitir e viabilizar o acesso dos idosos e deficientes sobre os direitos
sociais previstos na legislação estadual e federal.

Parágrafo Único. As ações governamentais na área da assistência social


serão organizadas com base nas seguintes diretrizes:
a) descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e
execução de programas ao Município e a entidades beneficientes de
assistência social;
b) participação da população, por meio de organizações representativas, na
formulação das políticas e no controle das ações.

5.3.2 Da Saúde

Art. 161 - A saúde é direito de todos e dever do Município, garantida


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção e recuperação.

Art. 162 - O Município integra o sistema único de saúde, organizado de


acordo com as seguintes diretrizes:
I – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas e
coletivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais e individuais;
II – participação da comunidade;
III – criação do Conselho Municipal de Saúde, com as atribuições de formular,
executar e fiscalizar a política municipal de saúde;
IV – participação paritária de entidades representativas de usuários e
profissionais da saúde no Conselho Municipal de Saúde.
54

Art. 163 - O direito à saúde implica nos seguintes princípios fundamentais:


I – condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimentação,
educação, transporte e lazer;
II – respeito ao meio ambiente e controle da poluição ambiental;
III – opção quanto ao tamanho da prole;
IV – acesso universal e igualitário de todos os habitantes do Município às
ações e serviços de prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde;
V – proibição de cobrança ao usuário pela prestação de serviços de
assistência à saúde pública;
VI – inspeção e fiscalização médico-sanitária, na forma da Lei, nos
estabelecimentos comerciais, industriais, agroindustriais, bares, restaurantes
e similares;
VII – assistência e acompanhamento médico junto aos estabelecimentos de
ensino.

Art. 164 - O Sistema Municipal de Saúde será financiado com recursos do


orçamento do Município, do Estado, de seguridade social, da União além de outras
fontes.

§ 1o. Os recursos financeiros do sistema municipal de saúde serão


administrados por meio de um Fundo Municipal de Saúde, vinculado à Secretaria de
Saúde e subordinados ao planejamento do Conselho Municipal da Saúde.

§ 2o. É vedado a destinação de recursos públicos para auxílios e subvenções


a instituições privadas com fins lucrativos.

§ 3o. As instituições privadas poderão participar de forma suplementar do


Sistema Municipal de Saúde, mediante contrato público ou convênio, tendo
preferência as entidades sem fins lucrativos.

Art. 165 - O dever do Município de garantir a saúde consiste na formulação e


execução de políticas econômicas e sociais que visem à eliminação dos riscos de
doenças e outros agravos, e no estabelecimento de condições específicas que
assegurem acesso universal às ações e serviços de saúde.

§ 1º - O dever do Município não exclui o inerente a cada pessoa, à família e à


sociedade, bem como às instituições e empresas, especialmente as que possam
criar riscos e danos à saúde do indivíduo e da coletividade.

Art. 166 - As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados


contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde são
desenvolvidos de acordo com os seguintes princípios e diretrizes:
I - universalidade e equidade no acesso aos serviços de saúde, respeitada a
autonomia das pessoas e excluídos preconceitos e privilégios de qualquer
espécie;
II - integralidade na prestação das ações preventivas, curativas e
reabilitadoras, adequadas às diversas realidades epidemiológicas;
III - integração das ações de saúde individuais, coletivas e de saúde do
trabalhador;
55

IV - direito do indivíduo de obter informações e esclarecimentos sobre


assuntos pertinentes à promoção, proteção e recuperação de sua saúde e da
coletividade;
V - utilização de método epidemiológico como parâmetro no estabelecimento
de prioridades, na orientação programática e na alocação de recursos;
VI - integração, em nível executivo, das ações de saúde, meio ambiente e
saneamento básico;
VII - descentralização político-administrativa da gestão dos serviços,
assegurada ampla participação da população;
VIII - fomento à pesquisa, ao ensino e ao aprimoramento científico,
tecnológico e de recursos humanos no desenvolvimento da área de saúde.

Art. 167 - As ações e serviços de saúde são de relevância pública, cabendo


ao Município sua normatização e controle, devendo a execução ser feita,
preferencialmente, através de serviços públicos e, suplementarmente, através de
serviços de terceiros.

§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma suplementar do


Sistema Único de Saúde, no âmbito do Município, mediante contrato de direito
público, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º - É vedada a cobrança ao usuário pela prestação de serviços de


assistência à saúde mantidos pelo Município ou de serviços contratados ou
conveniados pelo Sistema Único de Saúde.

§ 3º - As instituições privadas de saúde ficarão sob controle do Poder Público,


nas questões de controle de qualidade e de informação, e de registros de
atendimento, conforme os códigos sanitários nacional, estadual e municipal, e as
normas do Sistema Único de Saúde.

§ 4º - A instalação de quaisquer novos serviços públicos de saúde deve ser


discutida e aprovada no âmbito do Sistema Único de Saúde e do Conselho
Municipal de Saúde, levando-se em consideração a demanda, cobertura,
distribuição geográfica, grau de complexidade e articulação do sistema.

Art. 168 - O Município manterá o Conselho Municipal de Saúde, com todas as


prerrogativas que lhe são concedidas por lei.

Art. 169 - Fica expressamente vedada, nos serviços de saúde, no âmbito do


Município, qualquer experimentação de substâncias, drogas ou meios
anticoncepcionais que atentem contra a saúde, não sejam de pleno conhecimento
dos usuários, nem sofram a fiscalização do Poder Executivo e dos órgãos
representativos da população.

Art. 170 - Será garantido pelo Município, através de sua rede de saúde
pública ou em convênio com o Estado e a União, o atendimento à prática de
abortamento legalmente previsto pela legislação federal.
56

Parágrafo Único - O atendimento será realizado de acordo com os


procedimentos médico-hospitalares exigidos para o caso, sem qualquer tipo de
discriminação.

Art. 171 - O Município deverá solidariamente com a União e o Estado manter


medicamentos para serem distribuídos gratuitamente à população
comprovadamente carente, conforme recomendação médica.

Art. 172 - O Município poderá realizar convênios com instituições de ensino,


para participação dos alunos destas instituições, em atividades curriculares e
extracurriculares, visando à prestação de assistência preventiva e curativa à
população, conforme dispuser a lei.

Art. 173 - O órgão que integrar o Sistema Único de Saúde em nível municipal
deverá criar setor específico para tratar da saúde ocupacional dos trabalhadores,
responsável pelo cadastramento e fiscalização de instalações comerciais, industriais
e de serviços que envolvam risco à saúde ocupacional do trabalhador, conforme
regulamentação da lei municipal.

Art. 174 - Ao Município, na forma da lei, compete supletivamente estabelecer


condições que estimulem a doação de órgãos, tecidos e substâncias humanas para
fins de transplante, pesquisa e tratamento, vedada sua comercialização.

5.3.3 Da Previdência Social

Art. 175 - O Município poderá possuir ou participar de sistema específico de


previdência social para seus servidores, mediante contribuições.

§ 1o. Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do


tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e
urbana, hipótese em que os diversos sistemas de previdência social se
compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em Lei.

§ 2o. Aos dependentes dos servidores públicos municipais da administração


direta, autárquica e fundacional é assegurada pensão por morte, atualizada de
acordo com as mesmas vantagens da função do servidor segurado, que
corresponderá à totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o
limite estabelecido em Lei.

§ 3o. A previdência social municipal poderá manter seguro coletivo, de caráter


complementar e facultativo, custeado por contribuição adicional, nos termos da Lei.
57

5.4 DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO IDOSO E DA PESSOA


PORTADORA DE DEFICIÊNCIA

5.4.1 Da Família

Art. 176 - A família, base da sociedade, tem especial proteção do Município,


observados os princípios e normas da Constituição Federal.

Parágrafo Único. Cabe ao Município promover:


I – programas de planejamento familiar, fundados na dignidade da pessoa
humana, na paternidade responsável e na livre decisão do casal, através de
recursos educacionais e científicos, proporcionados gratuitamente, vedada
qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais e privadas;
II – assistência educativa e social à família em estado de privação;
III – criação de serviços de prevenção, orientação, recebimento e
encaminhamento de denúncias referentes à violência no seio das relações
familiares, bem como locais adequados ao acolhimento provisório das vítimas
de violência familiar.

5.4.2 Da Criança e do Adolescente

Art. 177 - O Município assegurará os direitos da criança e do adolescente


previstos nas Constituições Federal e Estadual.

Parágrafo Único. O Município, isoladamente ou em cooperação, manterá


programas destinados à assistência à criança e ao adolescente com o objetivo de
assegurar, nos termos da Lei:
I – respeito aos direitos humanos;
II – preservação da vida privada na família, no domicílio e na ocorrência de
intromissões arbitrárias e ilegais;
III – expressão livre de opinião;
IV – atendimento médico e psicológico em caso de exploração sexual, tortura,
pressão psicológica ou intoxicação por efeito de entorpecentes e drogas;
V – acesso do menor trabalhador à escola em turno compatível com seu
interesse, atendidas as peculiaridades locais;
VI – assistência jurídica gratuita, a quem acolher, sob sua guarda, órfão ou
abandonado;
VII – alternativas educacionais para crianças e adolescentes carentes;
58

VIII – programas de prevenção e atendimento especializado ao adolescente


dependente de entorpecentes e drogas.

Art. 178 - O Município criará e manterá organismos estruturados para dar


cumprimento às ações de atendimento à criança e ao adolescente.

Art. 179 - O Município manterá programas de atendimento às creches e pré-


escolas através de cooperação técnica, pedagógica e financeira com a iniciativa
privada.

5.4.3 Do idoso

Art. 180 - O Município implementará política destinada a amparar as pessoas


idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e
bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida, nos termos da Lei, observando o
seguinte:
I – os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente
em seus lares;
II – aos maiores de sessenta e cinco anos é garantido a gratuidade dos
transportes coletivos em linhas urbanas e intermunicipais de características
urbanas, assim classificadas pelos poderes concedentes;
III – definição das condições para a criação e funcionamento de asilos e
instituições similares, cabendo ao Poder Público acompanhar e fiscalizar as
condições de vida e o tratamento dispensado aos idosos.

§ 1o. O Município prestará apoio técnico e financeiro às iniciativas


comunitárias de estudo, pesquisa e divulgação da causa do idoso, bem como às
instituições beneficentes e executoras de programas de atendimento, oferecendo
prioridade no treinamento de seus recursos humanos.

§ 2o. Para e eliminação do quadro de marginalização social, o Município


facilitará os procedimentos fiscais, legais e burocráticos em favor do associativismo
de trabalho das pessoas idosas que visem ao aproveitamento de suas habilidades
profissionais e complementação de renda para sua sobrevivência.

5.4.4 Das Pessoas Portadoras de Deficiência

Art. 181 - O Município colaborará para que sejam assegurados às pessoas


portadoras de deficiência os direitos previstos nas Constituições Federal e Estadual.
59

Parágrafo Único. O Município, isoladamente ou em cooperação, manterá


programas destinados à assistência à pessoa portadora de deficiência, com o
objetivo de assegurar:
I – respeito aos direitos humanos;
II – tendo discernimento, ser ouvida sempre que esteja em causa o seu
direito;
III – não ser submetida a intromissão arbitrária e ilegais na vida privada, na
família, no domicílio ou correspondência;
IV – exprimir livremente sua opinião sobre todas as questões, consoante a
idade e maturidade;
V – atendimento médico e psicológico em caso de exploração sexual, tortura,
pressão psicológica ou intoxicação por efeito de entorpecentes e drogas.

5.5 DA CULTURA, DA EDUCAÇÃO, DO DESPORTO E DO TURISMO

Art. 182 - O Município poderá, através de convênio, delegar os serviços


prestados nesse capítulo a entidades sem fins lucrativos, com finalidade compatível,
mediante transferência de valores pré-definidos no orçamento

5.5.1 Da Cultura

Art. 183 - O Município proporcionará a todos o pleno exercício dos direitos


culturais e o acesso às fontes da cultura municipal, estadual e nacional.

Parágrafo Único. A política cultural de São Ludgero será definida com ampla
participação popular, baseadas nos seguintes princípios:
I – integração com as políticas de comunicação ecológica, educacional e de
lazer;
II – integração das obras, objetos, documentos, monumentos naturais e
outros bens de valor histórico, artístico, científico e cultural;
III – incentivo e valorização de todas as formas de expressão cultural;
IV – criação de espaços e equipamentos públicos e privados, destinados a
manifestações artístico-culturais;
V – preservação da identidade e da memória local e catarinense;
VI – concessão de incentivos, nos termos da Lei, para a produção e difusão
de bens e valores culturais, como forma de garantir a preservação das
tradições e costumes das etnias formadoras da sociedade São-Ludgerense;
VII – concessão de apoio administrativo, técnico e financeiro às entidades
culturais públicas e privadas;
60

VIII – integração das ações governamentais no âmbito da educação, cultura e


esporte;
IX – criação e abertura dos locais e equipamentos públicos para as
expressões e atividades artístico-culturais;
X – atualização constante dos acervos da Biblioteca Pública Municipal.

5.5.2 Da Educação

Art. 184 - A educação, direito de todos e dever do Estado, da família e da


sociedade, terá por base os princípios da democracia e da justiça social, da
liberdade de expressão, da solidariedade e do respeito aos direitos humanos e ao
meio ambiente, pautar-se-á no trabalho como fundamento da existência social,
dignidade e bem-estar universais, e visará aos seguintes fins:
I - o exercício de uma cidadania comprometida com a transformação social
livre de qualquer preconceito e discriminação, contrária a todas as formas de
exploração, opressão e desrespeito aos outros homens, à natureza e ao
patrimônio cultural da humanidade;
II - o preparo do cidadão para a reflexão, a compreensão e a crítica da
realidade social, tendo o trabalho como princípio educativo, mediante o
acesso à cultura e aos conhecimentos científicos, tecnológicos e artísticos
historicamente acumulados.

Art. 185 - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte
e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
V - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VI - gestão democrática do ensino público;
VII - garantia do padrão de qualidade;
VIII - valorização dos profissionais de ensino, garantidos, na forma da lei,
planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e
ingresso, exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
IX - promoção da integração escola-comunidade.

Parágrafo Único. A gestão democrática do ensino concretizar-se-á do


desenvolvimento de atividades que visem o envolvimento ativo dos pais,
professores, administradores e alunos, no planejamento, na execução e na
avaliação das atividades curriculares de cada unidade escolar.

Art. 186 - O ensino oficial do Município será gratuito e atuará prioritariamente


no pré-escolar e ensino fundamental.
61

Art. 187 - O dever do Município com a educação será efetivado com a


garantia de:
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiverem acesso na idade própria;
II – oferta de ensino regular, adequado às condições do educando;
III – atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas
suplementares de alimentação, material didático-escolar transporte e
assistência à saúde;
IV – quadro de profissionais da educação, habilitados e especializados em
número suficiente à demanda escolar;
V – condições físicas para o funcionamento das escolas;
VI – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente, na rede regular de ensino;
VII – oferta de creches a crianças de zero a cinco anos, garantindo, em
condições permanentes e regulares;
a) alimentação;
b) educação;
c) assistência médica e odontológica;
d) assistência e acompanhamento por profissionais capacitados;
e) lazer e ambiente adequado;
VIII – recenseamento periódico dos educandos, em conjunto com o Estado,
promovendo sua chamada e zelando pela frequência à escola, na forma da
Lei.

§ 1o. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo,


acionáveis mediante mandato de injunção.

§ 2o. O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Município, ou sua oferta


irregular, importa responsabilidade à autoridade competente.

§ 3o. Promover através do Conselho Municipal de Educação junto a iniciativa


privada campanhas de esclarecimento, no sentido da elaboração e adoção de
critérios, quando da admissão e existência de pessoa em idade escolar,
incentivando sua permanência na escola.

Art. 188 - O Município criará o Conselho Municipal de Educação, incumbido


de normatizar e fiscalizar o Sistema Municipal de Ensino, cuja composição paritária e
atribuições serão definidas em Lei.

Art. 189 - O plano plurianual de educação, aprovado por Lei estará articulado
com os planos nacional e estadual de educação e tem como objetivos básicos a:
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – melhoria da qualidade de ensino;
IV – formação de consciência social, política, tecnológica e econômica de
acordo com a realidade;
V – adoção de uma pedagogia crítica, onde a conscientização e a
problematização curricular sejam desenvolvidos de formas a valorizar a
cultura local e as experiências dos alunos;
VI – acesso e permanência na escola;
62

VII – garantia de reciclagem periódica dos profissionais da educação;


VIII – currículo escolar que contemple programas contendo conteúdos de:
a) saúde preventiva;
b) educação ecológica;
c) participação comunitária;
d) educação para o trânsito;
e) direitos humanos;
f) educação alimentar;
g) uso de Leitura crítica dos meios de comunicação social;
h) criação dos meios alternativos de comunicação local;
i) boas maneiras;
IX – incentivo a novas experiências pedagógicas.

Art. 190 O estatuto e o plano de carreira do magistério e do pessoal técnico-


administrativo da rede municipal de ensino serão elaborados através de Lei
complementar, obedecidos os termos do Art. 206 da Constituição Federal.

Art. 191 - O Município, além da manutenção de seu sistema de ensino,


poderá atuar mediante convênio em colaboração com o poder público estadual e
iniciativa privada, visando a melhoria de qualidade do ensino e de acesso e
permanência à escola através de:
I – programas de transporte escolar para alunos da área rural e urbana;
II – manutenção e expansão da rede física escolar estadual e municipal;
III – atendimento médico e dentário ao educando através do sistema único de
saúde;
IV – manutenção de profissionais para o desempenho de atividades do ensino
especial.

Art. 192 - O Município aplicará anualmente, nunca menos que vinte e cinco
por cento da receita resultante de impostos compreendida e proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

Art. 193 - A Lei que organizar o Sistema Municipal de Educação observará a


Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional e as Leis do Sistema Estadual de
Educação, no que se refere aos conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de
maneira a assegurar além da formação básica:
I – as promoções dos valores culturais nacionais, regionais e locais;
II – programas visando à análise e reflexão crítica sobre a comunicação
social;
III – currículos escolares adaptados as realidades do Município;
IV – programas de orientação técnica e científica sobre a prevenção de uso
indevido de drogas, proteção do meio ambiente e orientação sexual;
V – conteúdos programáticos voltados para a formação associativa,
cooperativista, política e sindicalista desenvolvidos a partir da realidade;
VI – incentivo ao bom desenvolvimento das aulas de educação religiosa
escolar de matrícula facultativa, constituindo-se em disciplina obrigatória nos
horários das escolas públicas de ensino fundamental e médio.

Parágrafo Único. O custeio do ensino especial, médio e superior, junto à rede


privada terá a participação do Poder Público, através de convênio, auxílio e bolsa de
63

estudo a alunos do Município regularmente matriculados, mediante critérios


estabelecidos pelo Conselho Municipal de Educação.

Art. 194 - Os planos e projetos necessários à obtenção de auxílio financeiro,


aos programas de educação do Município, serão elaborados pela administração do
ensino municipal, com assistência técnica de órgãos competentes da administração
pública e do Conselho Municipal de Educação.

5.5.3 Do Lazer

Art. 195 - O Município incentivará o lazer como forma de promoção social e


para isso deverá investir na criação de parques, calçadões, praças e ambientes para
a prática esportiva.

5.5.4 Do Turismo

Art. 196 - O Município criará estrutura que favoreça o turismo local,


aproveitando todos os ambientes pitorescos.

Art. 197 - É dever do Município, sinalizar os pontos estratégicos e os limites


geográficos com placas informativas, bem como embelezar as margens das
rodovias, ruas, praças e os pontos turísticos.

Art. 198 - O poder público realizará estudo dos potenciais turísticos em seus
limites e dos potencias da região ao seu redor e desenvolverá projeto turístico com
base nessas informações, formando comissão própria para essa finalidade, com
destinação de recursos.

5.5.5 Do Desporto

Art. 199 - É dever do Município fomentar práticas desportivas, como direito de


todos, observadas as seguintes condições:
I - a autonomia das entidades desportivas e associações quanto a sua
organização e funcionamento;
64

II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto


educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
III - tratamento prioritário para o desporto não profissional, podendo, através
de autorização legislativa, cooperar para o desporto profissional;
IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas e de criação
nacional;
V - a educação física como disciplina de matrícula obrigatória, o fomento e o
incentivo à pesquisa no campo da educação física.

Parágrafo Único - Observadas essas diretrizes, o Município promoverá:


I - o incentivo às competições desportivas estaduais, regionais e locais;
II - a prática de atividades desportivas pelas comunidades, facilitando o
acesso às áreas públicas destinadas à prática do esporte;
III - o desenvolvimento de práticas desportivas para pessoas portadoras de
deficiência, em condições especiais;
IV - a organização, o incentivo e avaliação dos trabalhos relacionados com
desenvolvimento da comunidade, na área do lazer comunitário;
V - meios de recreação sadia e construtiva, inclusive programas especiais
para pessoas idosas.

Art. 200 - A Fundação Municipal de Esportes é a entidade administradora,


gestora dos recursos coordenadora e centralizadora do desporto amador do
Município e responsável pela implantação, desenvolvimento e execução da política
desportiva.

5.6 DO MEIO AMBIENTE

Art. 201 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida impondo-se ao
Poder Público o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.

§ 1o. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:


I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II – preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do país e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
genético;
III – definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente
protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de
Lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos
que justifiquem sua proteção;
IV – exigir, na forma da Lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental a que se dará publicidade;
65

V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,


métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e o meio ambiente;
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII – proteger a fauna e a flora, vedadas na forma da Lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica e provoquem a extinção de espécies
ou submetam os animais a crueldade;
VIII – implementar programas municipais, visando o florestamento e o
reflorestamento;
IX – viabilizar projetos que transformem as fontes poluidoras em insumos de
utilidade, com assistência e orientação técnica adequada;
X – conscientizar a comunidade sobre:
a) a necessidade de se evitar agressões contra o meio ambiente;
b) o combate ao uso indiscriminado dos agrotóxicos;
c) a adoção de práticas de controle integrado de pragas, visando a redução
do uso de agrotóxicos;
d) a necessidade de utilizar filtro nas chaminés das indústrias que poluem o
ar;
XI – implementar legislação municipal sobre instalação de novas granjas,
agroindústrias e atividades comerciais, versando sobre o destino adequado
dos resíduos a agentes poluentes;
XII – controlar, fiscalizar e orientar a implantação de sistemas de tratamento
de efluentes industriais, domésticos, hospitalar, de oficinas, de postos de
combustíveis, com objetivo de preservar os recursos hídricos superficiais e
subterrâneos do Município, em especial, o rio Braço do Norte e seus
afluentes.

§ 2o. O Município, em articulação com a União e o Estado, observadas as


disposições do Art. 23 da Constituição Federal, desenvolverá as ações necessárias
para o atendimento do previsto neste capítulo.

§ 3o. Aquele que explorar recursos minerais e florestais fica obrigado a


recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida
pelo órgão público competente, na forma da Lei.

§ 4o. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente


sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, às sanções penais
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Art. 202 - O Município estimulará a formação de clubes e grupos zoos-


botânicos nas comunidades rurais, parques e reservas florestais, objetivando o
respeito à natureza, ao meio ambiente, à flora, à fauna e como área de lazer.

Art. 203 - São áreas de interesse ecológicos, cuja utilização dependerá de


autorização dos órgãos competentes e homologadas pela Câmara Municipal,
preservados seus atributos naturais e especiais:
I – as bacias hidrográficas do rio Braço do Norte e suas nascentes;
II – as faixas de proteção de águas superficiais, incluindo-se as margens do
rio Braço do Norte;
66

III – as encostas passíveis de deslizamentos;


IV – as matas nativas e florestas, inclusive a vegetação existente, declaradas
em legislação especial ou não, compreendidas nos incisos anteriores.

Parágrafo Único. Aos proprietários e ao Poder Público aplica-se, no que


couber, o disposto nos § 2o., 3o e 4o. do Art. seguinte.

Art. 204 - Fica proibido no Município:


I – caça definitivamente;
II – a pesca predatória, temporariamente, compreendendo o período de
primeiro de Outubro a Trinta e um de janeiro do ano subsequente.

§ 1o. No período não incluso no inciso II, somente será permitida a utilização
de tarrafas com a malha mínima de cinquenta milímetros, entre nós opostos
esticados.

§ 2o. Fica atribuído aos proprietários o poder de proibir, fiscalizar e denunciar


às autoridades competentes e exigir o cumprimento do disposto neste “caput”.

§ 3o. Ficam, também, os munícipes, e especialmente os servidores públicos,


no Município investidos do poder de fiscais municipais para cumprir e fazer cumprir o
disposto neste “caput”.

§ 4o. A inobservância dos incisos I e II por servidores públicos, implicará em


anotação em sua ficha funcional constituindo-se em falta administrativa.

§ 5o. Sem prejuízo da competência federal e estadual, o Município fiscalizará


o estabelecido no disposto neste artigo, observado a legislação pertinente.

§ 6o. Por meio de Decreto Legislativo, será fixado normas para a fiscalização
e punição aos infratores, sendo os materiais de pesca confiscados, avaliados pelo
órgão fiscalizador, onde o proprietário poderá retirá-lo, após o período proibido para
a pesca, pagando como multa, uma taxa de cinquenta por cento(50%) do valor dos
materiais apreendidos.

§ 7o. Os objetos apreendidos que não vierem a ser resgatados serão


leiloados, e o produto do leilão doado a uma entidade filantrópica ou assistencial.
67

6 DA COLABORAÇÃO POPULAR

6.1 DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 205 - Além da participação dos cidadãos, nos casos previstos nesta Lei
Orgânica, será admitida e estimulada a colaboração popular, através de suas
representações, em todos os campos de atuação do Poder Público.

6.2 DAS ASSOCIAÇÕES

Art. 206 - A população do Município poderá organizar-se em associações


para fins lícitos, independente de autorização, sendo vedada a interferência estatal
em seu funcionamento.

Parágrafo Único - O Poder Público de acordo com as políticas públicas


adotadas, poderá, através de lei, incentivar a criação de associações.

6.3 DAS COOPERATIVAS

Art. 207 - O Poder Público incentivará a criação de cooperativas que atendam


aos interesses públicos municipais, e de acordo com a lei que as regula.

Art. 208 - O Poder Público estabelecerá programas especiais de apoio à


iniciativa popular que objetive implementar a organização da comunidade local e a
melhoria da qualidade de vida.
68

7 DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 209 - Incumbe ao Município:


I - escutar, permanentemente, a opinião pública, e para isso, sempre que o
interesse público aconselhar, os Poderes Executivo e Legislativo, divulgarão,
com a devida antecedência, os projetos de lei para o recebimento de
sugestões;
II - adotar medidas para assegurar a celeridade na tramitação e solução dos
expedientes administrativos, punido, disciplinarmente, nos termos da lei, os
servidores faltosos;
III - facilitar a difusão, através de jornais e outras publicações periódicas,
assim como transmissões pelo rádio e pela televisão, dos atos e ações do
Poder Público Municipal;
IV - publicar os balancetes mensais da Prefeitura, em local, ou veículo em que
a população tenha acesso.

Art. 210 - O Município não poderá dar nome de pessoas vivas a bens e
serviços públicos de qualquer natureza.

Art. 211 - Os cemitérios, no Município, terão sempre caráter secular, e serão


administrados pela autoridade municipal, ou mediante concessão pública, sendo
permitido a todas as confissões religiosas praticar neles os seus ritos.

§ 1º - As associações religiosas e os particulares poderão, na forma da lei,


manter cemitérios próprios, fiscalizados pelo Município.

§ 2º - Sendo necessário a transferência do cemitério público, por motivos de


saúde pública ou poluição ao meio ambiente, após devidamente comprovado
através de estudos, o Poder Público poderá realizar a sua transferência mediante lei
que o autorize e as suas expensas.
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8 DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 212 - A Câmara Municipal deverá distribuir cópia da Lei Orgânica


consolidada do município, em todas as repartições públicas municipais, estaduais e
federais, bem como ao Governo do Estado de Santa Catarina, Assembleia
Legislativa, Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina e demais municípios
da região.

Art. 213 - Fica estabelecido como feriado municipal comemorativo da


fundação do município de São Ludgero, o dia 12 do mês de junho, de todos os anos.

Art. 214 - O município de São Ludgero deverá estabelecer incentivos


tributários às propriedades urbanas e rurais que optarem nas suas benfeitorias,
casas, edifícios e cercados pelo estilo arquitetônico bávaro.

Art. 215 - No prazo de doze meses, contados a partir da promulgação desta,


os Poderes do Município, na área de suas competências, providenciarão a
elaboração de Legislação exigida por esta lei Orgânica.

Parágrafo Único. Serão prioridades, as Leis que tratarem:


I – do Conselho Municipal de Saúde;
II – do Conselho Municipal de Educação;
III – da Fundação Municipal de Esportes;
IV – do Conselho Municipal do Meio Ambiente;
V – do Conselho de Desenvolvimento do Município;
VI – da Patrulha Agrícola;
VII – da Feira Livre.

Art. 216 - Completada a elaboração da legislação a que se refere os incisos II


a IV do Art. 155, a partir do ano seguinte, será elaborado o plano diretor.

Art. 217 - Após a promulgação da Lei Orgânica as granjas, agroindústrias e


atividades comerciais existentes no Município terão o prazo de doze meses para
viabilizarem projetos que transformem as fontes poluidoras, em insumos de utilidade
e ou eliminação dos agentes poluidores.

§ 1o. Nos próximos sessenta dias, o Poder Executivo elaborará o cadastro


geral dos estabelecimentos especificados neste artigo.

§ 2O. A inobservância deste artigo, implicará no cancelamento de


funcionamento e no fechamento do estabelecimento, mediante notificação.

Art. 219 - A Câmara Municipal criará uma Comissão Especial para, nos seis
meses seguintes a promulgação, divulgar e auxiliar os munícipes, na aplicação e
execução desta Lei Orgânica.
70

Art. 220 – Esta Lei é promulgada pela Mesa da Câmara e entra em vigor na
data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

São Ludgero, SC, 23 de dezembro de 2010.

_
EDEMILSON DAUFEMBACH
PRESIDENTE

_
JOSÉ ALLEIN
VICE PRESIDENTE

_
VOLNEI WEBER
SECRETÁRIO

_
PEDRO JOAO DA SILVA
VICE SECRETÁRIO

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