Resumo de Biologia - Biodiversidade e Obtenção de Matéria
Resumo de Biologia - Biodiversidade e Obtenção de Matéria
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Células
Teoria Celular:
A célula é a unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos. Todos os organismos, desde os
mais simples aos mais complexos, são constituídos por células.
Todas as células tem origem em células preexistentes.
A célula é a unidade de reprodução, desenvolvimento e hereditariedade de todos os seres vivos.
Tipos de microscópios:
Microscópio ótico composto (MOC):
Utiliza o sistema de lentes e feixe de luz
Tem um poder de resolução limitado
Microscópios eletrónicos de transmissão (MET) e de varrimento (MEV):
Utilizam feixes de eletrões
Tem um poder de resolução muito maior
Permitem visualizar detalhes da ultraestrutura celular
Seres vivos unicelulares – constituídos por uma única célula, a qual corresponde ao organismo.
Seres vivos multicelulares – constituídos por vários tipos especializados de células.
Células procarióticas
Seres procariontes são unicelulares.
Não possuem um núcleo organizado. O seu material
genético (DNA) encontra-se disperso no nucleoide.
Constituição:
Parede celular (peptidoglicanos)
Membrana plasmática
Citoplasma
Nucleoide (DNA)
Ribossomas
Algumas pode ter:
Pili
Flagelo(s)
Cápsula
Células eucarióticas
Resultam da evolução das procarióticas, sendo mais complexas e maiores.
Possuem um núcleo organizado. O seu material genético (DNA) encontra-se separado do
citoplasma por uma membrana dupla.
Seres eucariontes podem ser unicelulares ou multicelulares.
Constituição:
Parede celular
Nas células vegetais é composta por celulose e poros de comunicação – plasmodesmos
Nos fungos é composta por quitina
Nas células procarióticas é constituída por peptidoglicanos (de natureza glicoproteica)
Confere suporte e proteção, mantendo a forma da célula
Mitocôndrias
Possuem membrana dupla: a membrana interna delimita a matriz e possui pregas – as cristas
mitocondriais
São organelos semiautónomos: tem DNA próprio e ribossomas
Realizam a respiração celular (reações de obtenção de energia na presença de oxigénio)
Cloroplastos
Existem apenas nas células vegetais fotossintéticas
Possuem membrana dupla: membrana interna com pigmentos fotossintéticos organizada em lâminas
– os tilacoides
São organelos semiautónomos: tem DNA próprio e ribossomas
Realizam a fotossíntese (reações de síntese de compostos orgânicos na presença de luz)
Centríolos
Existem apenas nas células eucarióticas animais
São constituídas por microtúbulos (proteínas)
Existem um par por célula – centrossoma
Intervém na divisão celular
Citoesqueleto
É constituído por uma rede de microtúbulos e filamentos que se entrecruzam no hialoplasma
Confere forma à célula, sustenta os organelos e regula os seus movimentos
Em algumas células, os microtúbulos são constituintes de cílios e flagelos, os quais conferem
mobilidade.
Vacúolos
Nas células vegetais existe geralmente um grande vacúolo central
As células animais geralmente não possuem vacúolos
Regulam o pH
Controlam a entrada e saída de água da célula
Armazenam substâncias
Fazem a digestão intracelular
Excretam e reciclam resíduos da célula
Peroxissomas
Organelos membranares que possuem enzimas no seu interior
Intervêm na síntese e degradação dos compostos com iões peróxido (ex: peróxido de hidrogénio)
Ribossomas
São constituídos por duas sub-unidades
São organelos não membranares
Existem livres no citoplasma e, nas células eucarióticas, existem também associados ao RER e nas
mitocôndrias e nos cloroplastos
Intervêm na síntese de proteínas
Retículo endoplasmático
Retículo endoplasmático rugoso
Complexo de Golgi
É formado por um conjunto membranar de sáculos achatados (cisternas) empilhadas e vesículas.
Possui duas faces:
Face Cis (face de formação):
Está mais próxima do RE
Recebe as vesículas de transporte provenientes de RE
Face Trans (face de maturação):
Liberta vesículas com moléculas processadas e maturadas no interior das cisternas
Recebe, armazena e torna funcionais as moléculas previamente sintetizadas no RE
Sintetiza polissacarídeos e proteínas da membrana (glicoproteínas)
Lisossomas
Vesículas formadas na Face Trans do Complexo de Golgi que contém enzimas digestivas – enzimas
hidrolíticas ou hidrólases
Realiza a digestão intracelular de produtos do exterior da célula (heterofagia) ou da própria célula
(autofagia)
Heterofagia:
Através de um processo de endocitose (captação de substâncias do exterior da célula para o
seu interior) forma-se uma vesícula endocitica-fagossomas
Os lisossomas fundem-se com o fagossoma formando fagolisossomas (vacúolo digestivo)
O conteúdo proveniente do fagossoma é então digerido pela ação das enzimas hidrolíticas
contidas no lisossoma
Os produtos da digestão úteis à célula (ex.: aminoácidos e monossacarídeos) são libertado
no citoplasma para serem utilizados
O material não digerido é eliminado da célula por exocitose
Autofagia
Vesículas formadas com RE recolhem organelos celulares danificados
O lisossoma funde-se com a vesícula que contém os organelos a destruir formando o
vacúolo autofagia
As enzimas digestivas decompõem os organelos e os compostos orgânicos resultantes da
digestão são libertados no citoplasma onde são reutilizados - permitindo a renovação
contínua da célula
Vesículas
Formam-se no RE: vesículas de transporte
Formam-se no Complexo de Golgi:
Vesículas de secreção: fundem-se com a membrana plasmática, libertando o seu conteúdo no
espaço extracelular – exocitose
Vesículas de digestão intracelular (autofagia e heterofagia): lisossomas
Vesículas de renovação e crescimento da membrana plasmática
O Retículo Endoplasmático, o Complexo de Golgi e os Lisossomas trabalham em conjunto mantendo uma
continuidade estrutural e funcional que é fundamental para a célula.
A matéria viva é composta essencialmente por quatro elementos químicos: Oxigénio (O), Carbono (C),
Hidrogénio (H) e Nitrogénio (N). Existem elementos que, apesar de existirem em menor quantidade nos
seres vivos, são imprescindíveis e insubstituíveis – oligoelementos.
Compostos inorgânicos – substâncias que existem em todos os subsistemas terrestres (ex.: água, dióxido de
carbono e sais minerais).
Compostos orgânicos – são sintetizados pelos seres vivos e encontram-se principalmente associados às suas
atividades.
Importância da água
A água é uma molécula polar. A polaridade da molécula de água deve-se à partilha desigual de
eletrões nas ligações covalentes entre o oxigénio e o hidrogénio.
A água é um solvente universal. O facto de ser uma molécula polar permite-lhe dissolver substâncias
polares e iões
A água participa em reações químicas entre pensavas a vida Ex.: digestão
A água é uma substância coesa devido às ligações de hidrogénio. Ex.:
Dificuldade que se verifica na queda de uma gota de água
Transporte de água desde a raiz até às folhas das árvores
Capacidade de alguns insetos se deslocarem na superfície da água
A perda de água refresca. Na transpiração, a evaporação da água implica quebra de ligações de
hidrogénio. A energia libertada nesse processo - calor - acaba por baixar a temperatura do organismo
Biomoléculas
São compostos orgânicos que existem na constituição dos seres vivos e que possuem organização e
propriedades muito características determinadas pela sua composição e estrutura molecular.
São formados por cadeias de carbono (abertas ou fechadas) às quais se ligam grupos de átomos com
composição específica - grupos funcionais. Estes grupos funcionais são os responsáveis pelas propriedades e
funções de cada biomolécula. (Os átomos de carbono são relativamente pequenos e podem estabelecer quatro
ligações covalentes com diversos átomos.)
Podem ser:
Micromoléculas – formadas por um pequeno número de átomos
Macromoléculas – formadas por milhares de átomos (muitas são polímeros)
Monómero – unidade básica dos polímeros, vários monómeros formam polímeros
Reações de polimerização (ou de síntese/desidratação/condensação) – permitem a formação de polímeros,
com libertação de moléculas de água.
Reações de despolimerização (ou de hidrólise/descondensação) – implicam a separação do polímero em
monómeros, através da utilização de moléculas de água.
Grupos de biomoléculas:
Glícidos
Lípidos
Prótidos
Ácidos nucleicos
Glícidos
São compostos ternários, ou seja, têm na sua constituição três tipos de átomos: carbono (C),
hidrogénio (H), e oxigénio (O)
São produzidos essencialmente por plantas e algas
Principal fonte de energia de todos os seres vivos
Monómeros: monossacarídeos (açúcares simples ou oses simples)
São classificados de acordo com o número de átomos de carbono (C) que possuem:
Trioses (C3)
Pentoses (C5)
Hexoses (C6)
Grupo funcional: hidroxilo (OH)
Ligação glicosídica: ligação que se estabelece entre um grupo hidroxilo (OH) de um monossacarídeo
e um grupo hidroxilo (OH) de outro com libertação de uma molécula de água.
A existência de diversos grupos hidroxilo (OH) em cada monómero permite a polimerização dos glícidos
em cadeias mais ou menos longas podendo estas ser ramificadas ou não.
A Glicose pode polimerizar em vários polissacarídeos com propriedades e funções distintas.
Glícidos Funções
Função energética: usada pelas células para
Glicose (monossacarídeo)
obtenção de energia
Função energética: existe no néctar das flores,
Sacarose (dissacarídeo)
dos frutos e a seiva das plantas
Função energética: reserva energética dos
Glicogénio (polissacarídeo)
animais ex.: músculo)
Função energética: reserva energética das plantas
Amido (polissacarídeo)
(ex.: batata)
Função estrutural: constitui a parede celular das
Celulose (polissacarídeo)
células vegetais
Função estrutural: existe na parede celular dos
Quitina (polissacarídeo)
fungos em exoesqueleto dos insetos
Lípidos
São essencialmente compostos ternários: têm na sua constituição três tipos de átomos: carbono (C),
hidrogênio (H) e oxigênio (O)
São muito heterogéneos (não formam polímeros típicos)
São insolúveis em água (hidrofóbicos)
Grupos funcionais:
Carbolixo (COOH) – ácidos gordos
Hidrolixo (OH) – glicerol
Glicerol (glicerina)
Constituído por uma cadeia carbonatada com um grupo carboxilo terminal (COOH)
Podem ser:
Saturados
Não possuem ligações duplas na cadeia de carbono
Estão associados ao aumento do risco de doenças cardiovasculares por aumento do
colesterol LDL (“mal colesterol”)
Insaturados
Possuem uma ou mais ligações duplas na cadeia carbonatada
São mais saudáveis
Triglicerídeos
Possuem uma ou mais ligações duplas na cadeia carbonatada
São formados por uma molécula de glicerol ligada a três moléculas de ácidos gordos por ligações
éster (cada ligação éster resulta de uma reação de desidratação)
Função: reserva energética
Fosfolípidos
Uma molécula de glicerol liga-se através dos grupos hidroxilos a duas moléculas de ácidos gordos e
um grupo fosfato (com carga negativa)
É uma molécula anfipática – apresenta uma região apolar (hidrofóbica) e outra polar (hidrofílica)
Função: estrutural (encontrando-se em membranas de todas as células)
Ceras
São moléculas complexas que podem incluir centenas de compostos diferentes mas apresentam
sempre ácidos gordos na sua constituição
São compostos hidrofóbicos que formam barreiras que impedem a perda de água
Função: impermeável
Ex.: cutícula das folhas das plantas e a cera das abelhas
Esteroides
São constituídos por quatro anéis de carbono ligados entre si (na sua composição não estão presentes
ácidos gordos)
Funções: estrutural e hormonal
Ex.: colesterol e hormonas sexuais
Prótidos
São compostos quarternários: carbono (C), hidrogénio (H), oxigénio (O) e nitrogénio (N)
Monómeros: aminoácidos (a.a.)
Grupo funcionais: amina (NH2) e carboxilo (COOH)
Ligação entre a.a.: grupo carboxilo de um a.a. e grupo amina de outro a.a. – ligação peptídica
Os peptídeos são sequências lineares de a.a. formadas a partir de polímeros resultantes das ligações
peptídicas (reações de desidratação)
Por possuírem muitos a.a., alguns desses peptídeos são designados polipeptídeos ou polipéptidos
Polímeros: proteínas
As proteínas são unidades funcionais constituídas por um ou vários polipeptídeos com uma estrutura
tridimensional específica que determina a função que realizam:
Estrutura primária: sequência linear de aminoácidos
Estrutura secundária: estrutura primária numa hélice α ou folha β pregueada
Estrutura terciária: estrutura secundária dobrada
Estrutura quaternária: resulta da união de duas ou mais cadeias polipeptídicas com estrutura
terciária.
Variações da temperatura ou do pH podem levar à quebra das ligações que sustentam as estruturas
secundária, terciária e quaternária, fenómeno a que se dá o nome de desnaturação das proteínas.
Nessa situação, a proteínas ficam inativas e deixam de realizar a sua função.
Funções: enzimática, armazenamento, estrutural, motora, recetora, defesa, transporte e reguladora
Enzimas, um tipo especial de proteínas
A vida dos organismos depende de um conjunto de reações químicas cujo controlo é da responsabilidade de
enzimas.
São biocatalisadores – aceleram reações químicas sem se consumirem nelas
Atuam numa reação química (ex.: hidrólise) baixando a energia de ativação (energia mínima
necessária para iniciar uma reação química)
Atuam sobre um substrato específico
A ligação ao centro ativo (o local onde o substrato se liga temporariamente na enzima) permite a
formação do complexo enzima-substrato (associação que se estabelece entre a enzima e o seu
substrato)
Ácidos nucleicos
Monómeros: nucleótidos
Tipo de ligações:
Fosfodiéster: estabelecem-se entre o grupo fosfato de um nucleótido e um grupo hidroxilo da
pentose do outro, com a libertação de uma molécula de água
De hidrogénio
Os polímeros de nucleóticos ligam-se em longas cadeias lineares – cadeias polinucleotídicas
As moléculas do ácido desoxirribonucleico (DNA ou ADN) são constituídas por cadeias
polinucleóticas duplas, enrolada em hélice
As moléculas do ácido ribonucleico (RNA ou ARN) são constituídas por cadeias polinucleóticas
simples ou duplas
Funções:
Suporte e transmissão da informação genética (DNA)
Conversão da informação genética em proteínas (RNA)
Obtenção de matéria
Obtenção de matéria pelos seres vivos heterotróficos
Ingestão, digestão e absorção
Nutrição – processo que permite a aquisição de energia e de compostos químicos que garantem a
manutenção, a reparação, o crescimento e a reprodução dos organismos.
Seres heterotróficos – seres vivos cuja nutrição implica o consumo de matéria orgânica produzida por outros.
Ingestão – entrada de alimento no organismo
Digestão – conjunto de processos físicos e químicos que transformam os alimentos.
Digestão mecânica – processo físico de fracionamento do alimento
Digestão química – transformação de macromoléculas em micromoléculas por ação de agentes
químicos, onde se incluem as enzimas digestivas, que são um tipo de hidrólases.
Absorção – ocorre quando as micromoléculas passam para o citoplasma das células
Egestão – eliminação de resíduos do processo digestivo
Existem dois tipos de seres heterotróficos quanto ao tipo de nutrição:
Microconsumidores – têm nutrição por absorção, que é um processo que implica a libertação e
atuação das enzimas digestivas no exterior dos seus organismos – digestão extracorporal.
Macroconsumidores – têm nutrição por ingestão, pois o alimento é conduzido para o interior do
organismo, onde se processa a digestão – digestão intracorporal.
Membrana plasmática
Modelo do mosaico fluido – a membrana plasmática é uma estrutura dinâmica e fluida e os seus
componentes apresentam alguma mobilidade.
Principais componentes das membranas:
Lípidos
Os lípidos da membrana são, essencialmente, fosfolípidos
(moléculas anfipáticas – têm regiões hidrofóbicas e
hidrofílicas). Cada uma dessas moléculas apresenta:
Duas caudas hidrofóbicas (dois ácidos gordos) – região
apolar
Uma cabeça hidrofílica – região polar
Movimento dos fosfolípidos:
Transportes transmembranares
É através da membrana plasmática que as trocas realizadas pelas células com o meio extracelular ocorrem. A
membrana possui uma permeabilidade seletiva/semipermeável.
O transporte classifica-se em:
Transporte não mediado – sem intervenção de proteínas transportadoras da membrana. Osmose e
Difusão Simples.
Transporte mediado – com intervenção de proteínas transportadoras da membrana. Difusão
Facilitada e Transporte Ativo.
Meios:
Meios isotónicos – os dois meio têm a mesma concentração total de solutos.
Meio hipertónico – meio com maior concentração de solutos.
Meio hipotónico – meio com menor concentração de solutos.
Quanto à célula:
Célula plasmolisada – num meio hipertónico, a água sai da célula, que perde volume.
Célula túrgida – num meio hipotónico, a água entra na célula, que aumenta de volume.
Potencial hídrico – energia livre associada às moléculas de água. No meio hipotónico o potencial hídrico é
maior do que no meio hipertónico.
Pressão osmótica – pressão necessária para impedir o movimento de água por osmose. O meio hipertónico,
relativamente ao hipotónico, apresenta maior pressão osmótica.
Pressão de turgescência – pressão exercida sobre a parede celular pela água que entra na célula vegetal.
Lise celular – a entrada de água pode levar ao rebentamento da célula animal.
Transporte passivo
É a favor do gradiente de concentração e ocorre sem gasto de energia (ATP) pela célula.
Difusão simples
É a passagem do soluto do meio mais concentrado para o menos concentrado
É o único transporte que ocorre através da bicamada fosfolipídica
Este processo ocorre até as concentrações se igualarem, atingindo-se um equilíbrio dinâmico.
As substâncias transportadas desta forma são os gases, como o O2, o CO2, e o N2, ou outras
moléculas apolares e lipossolúveis.
Osmose
Movimento da água do meio hipotónico em direção ao meio hipertónico
Na membrana plasmática, ocorre preferencialmente por aquaporinas (canais proteicos
transmembranares)
Difusão facilitada
São transportados iões e moléculas polares, como a glicose e outros açúcares
Transporte através de proteínas intrínsecas da membrana plasmática
Podem ser proteínas de canal (como as aquaporinas) ou permeases (prendem as moléculas a
transportar e mudam de conformação para efetuar o transporte)
Quando todas as proteínas estão saturadas (estão todas ocupadas no transporte), a velocidade de
transporte estagna
Transporte ativo
É contra o gradiente de concentração e ocorre com gasto de energia pela célula.
A energia gasta para este transporte encontra-se armazenada na célula, em moléculas designadas ATP –
adenosina trifosfato.
A molécula de ATP funciona como uma bateria, armazena energia pronta a utilizar pelas células para
qualquer processo celular que a requeira.
Ex.: Bomba de sódio-potássio (Na+ /K+). A bomba Na+ /K+ é uma ATPase que transporta 3 iões
Na+ para o meio extracelular e 2 iões K+ para o meio intracelular.
Endocitose e exocitose
Endocitose – entrada de macromoléculas através de vesículas. Pequenas porções da membrana plasmática
formam invaginações (reentrâncias ou bolsas) que se vão aprofundando na célula até se desprenderem da
própria membrana e formarem vesículas que transportam moléculas, partículas orgânicas ou bactérias para o
interior da célula.
A endocitose pode ser de três tipos:
Fagocitose – as vesículas formadas a partir da membrana englobam partículas sólidas, como
alimento, através da emissão de prolongamentos citoplasmáticos - os pseudópodes.
Pinocitose – as vesículas aglomeram gotículas de fluido extracelular e, consequentemente, a célula
obtém as moléculas que estão dissolvidas nessas gotículas.
Endocitose mediada por recetores – - as macromoléculas que vão ser endocitadas ligam-se a
proteínas específicas que vão desencadear a invaginação e formação da vesícula.
Impulso nervoso
Os neurónios são a unidade básica funcional do sistema nervoso.
Corpo celular – onde se encontra o núcleo, citoplasma e os organelos
celulares.
Dendrites – prolongamentos finos e ramificados do corpo celular, que
recebem o impulso nervoso de outros neurónios ou de células sensoriais.
Axónios – prolongamento mais longo e com ramificações terminais
(arborização terminal), sendo responsável pela condução do impulso nervos
pela sua transmissão a outro neurónio ou a células efetoras (ex.: células
musculares e glandulares).
Nos neurónios há concentrações iónicas diferentes entre os meios intracelular e extracelular: em repouso,
quando não há transmissão do impulso nervoso, existe maior concentração de iões sódio (Na⁺) no meio
extracelular do que no meio intracelular. Acontece o oposto com os iões potássio (K⁺). A manutenção deste
gradiente é resultado da atividade da bomba sódio-potássio.
A desigualdade na distribuição de cargas entre os dois lados da membrana gera um potencial elétrico,
denominado potencial de membrana. Quando está em repouso, este potencial tem um valor de -70 mV a -60
mV. Potencial de repouso – Os canais de Na+ e de K+ encontram-se fechados. A bomba Na+/K+ mantém a
diferença de potencial de -70 mV.
Despolarização – com a chegada do estímulo, os canais de Na+ abrem e entram iões Na+ por difusão
facilitada. Os canais de K+ estão fechados. Quando se atinge o limiar de ação/limiar de
excitabilidade/estímulo limiar (-55 mV) abrem-se mais canais de Na+ e inicia-se um potencial de
ação que gera um impulso nervoso.
Repolarização – os canais de Na+ fecham, os canais e K+ abrem e há saída de iões K+ da célula por
difusão facilitada.
Hiper-repolarização – os canais de K+ continuam abertos até a membrana atingir os -80 mV. Os
canais de Na+ continuam fechados.
Regresso ao potencial de repouso: Os canais de K+ fecham e os canais de Na+ continuam fechados.
A bomba Na+/K+ repõe as concentrações dos dois iões de ambos os lados da membrana de forma a
repor o potencial de repouso (-70 mV).
A passagem do impulso nervoso entre dois neurónios consecutivos faz-se através de sinapses. A informação
é conduzida da arborização terminal do axónio do neurónio pré-sináptico para as dendrites ou para o corpo
celular do neurónio pós-sináptico.
As sinapses podem ser elétricas, quando há pontos de contacto entre os neurónios ou químicas quando há
separação através da fenda sináptica. Neste caso, a passagem do impulso nervoso é garantida por
mensageiros químicos – neurotransmissores.
Fases da fotossíntese
A fotossíntese compreende duas fases: uma fase fotoquímica (dependente da luz) e uma fase química (não
dependente da luz).
Fase fotoquímica
Ocorrem nos tilacoides do cloroplasto.
Reações dependentes diretamente da luz.
Os pigmentos fotossintéticos estão associados a proteínas, em complexos moleculares designados
fotossistemas.
Duas moléculas de clorofila, ao receberem a energia de um fotão captado pelo fotossistema, perdem
um par de eletrões – oxidação das clorofilas.
Ocorre a oxidação da água – esta molécula é dissociada em protões, eletrões e oxigénio, sendo este
libertado como subproduto.
Os eletrões provenientes da água e energizados pelos fotões são conduzidos através da cadeia
transportadora de eletrões (CTE) para o NADP+, que é reduzido a NADPH.
A energia dos eletrões da CTE é usada para o transporte ativo de H+ do estroma do cloroplasto para
o lúmen do tilacoide. A acumulação de H+ no lúmen, gera um gradiente de concentração que é
usado pela ATP sintase para a fotofosforilação do ADP, formando-se ATP.
A energia dos fotões é convertida em energia química, acumulada nas moléculas de NADPH e ATP.
Fase química (ciclo de Calvin)
Ocorre no estroma dos cloroplastos.
Não depende diretamente da luz, pois são utilizados os produtos resultantes da 1ª fase.
É um ciclo com três etapas: Fixação do carbono – o CO2 é incorporado na molécula RuBP. Esta
reação é catalisada pela enzima RuBisCO, formando-se um composto com seis carbonos que, devido
à sua instabilidade, se divide em dois compostos com três carbonos.
Redução e produção de açúcares – os compostos com três carbonos produzidos anteriormente são
fosforilados pelo ATP (que sofre desfosforilação e se transforma em ADP) e depois reduzidos pelo
NADPH (que fica oxidado, originando NADP+). No final desta etapa, forma-se uma triose (G3P),
que pode ser utilizado para a produção de glicose e de outras biomoléculas.
Regeneração da RuBP – as moléculas de G3P que não forem utilizadas para a formação dos açúcares
são fosforiladas pelo ATP, regenerando a RuBP, que fica disponível para fixar mais CO, por ação da
RuBisCO