LAVALLE - 2003 - Cidadania, Igualdade e Diferença
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LAVALLE - 2003 - Cidadania, Igualdade e Diferença
E DIFERENÇA
1 O núcleo aqui proposto pode ser consultado de forma pormenorizada, com maior ou menor
ênfase em algumas das feições expostas, nas seguintes páginas das obras em questão
(Marshall, 1949: 63-108; Bendix, 1964: 91-138). Em trabalho alentado mais recente, Charles
Tilly (1993: 157-93) também confere centralidade a esses elementos.
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2 Para uma reconstrução geral desse vínculo e de sua importância para a cidadania (cf.
Bendix, 1964: 91-175). Na América Latina, a construção e imposição históricas da coin-
cidência entre Estado e Nação tem sido menos explorada do ponto de vista dos seus efeitos
para a cidadania do que da perspectiva da história cultural ou intelectual desses países. A esse
respeito cumpre lembrar a intensa participação do pensamento social da região na empreita-
da de inventariar e inventar a nação (cf. Bartra: 1987, pp, 43-125; Gurza Lavalle: 2001, pp.
132-246. Leite: 1968, pp. 15-132; Mota: 1977, pp. 17-52).
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3 No plano da ação individual, Marshall e Bendix este último de forma mais explícita
frisam o desejo de pertença e reconhecimento das camadas populares como motores da ampli-
ação da cidadania, enquanto Giddens acusa ambos os autores de se furtarem a enfrentar a
questão da dominação e dos conflitos sociais na construção da cidadania.
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AS FORÇAS DESESTABILIZADORAS
5 A esse respeito cabe lembrar que a erosão das formas tradicionais de autoridade, e sua cor-
respondente substituição por relações contratuais, veio acompanhada de acirrados debates em
torno das conseqüências da desresponsabilização dos proprietários pela sorte dos seus empre-
gados agora indivíduos “liberados” das formas de proteção tutelares e comunitárias (cf.
Bendix, 1964: 92-108). Vejam-se, também, as reações suscitadas pelo progressivo reconhe-
cimento do direito de barganha coletiva do trabalhador, cuja sanção definitiva aconteceu como
exigência compreendida no exercício dos direitos civis e não como desdobramento dos dire-
itos políticos (cf. Marshall, 1949: 63-87).
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6 No que diz respeito a essa dupla confluência veja-se o cuidadoso balanço da literatura rea-
lizado por Kymlicka e Norman (1994: 5-39).
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9 Não é o caso, é claro, de paises que ainda estão às voltas com a consolidação de ordens
políticas nacionais, como acontece na África, ou cuja recente fragmentação esteve marcada
pela etnização dos conflitos, como ocorre nos Bálcãs.
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À GUISA DE CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS