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Constitucional

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Regramentos básicos da CR

Estrutura do Estado: CR estrutura o Estado, organização das instituições e órgãos;


Modo de aquisição e exercício do poder: determina as atribuições e competências dos
funcionários públicos (Presidente, polícia, juiz). Organiza as formas de exercer cada poder e de
adquiri-lo.
Limitação deste poder: mediante previsão de direitos, deveres e garantias fundamentais.
Ex: prender qualquer pessoa – direito à liberdade; aquisição de propriedade privada:
não pode de qualquer forma.

Fontes do direito Constitucional:


Imediata: a própria Constituição
Mediata: formas de interpretação da CR - jurisprudência (súmulas) e doutrinas constitucionais

Constitucionalismo:
Movimento social, político e jurídico – limitar o poder do Estado por meio de Constituição.
Não há constitucionalismo fundado apenas em constituição escrita, pois existem outras
normas não escritas com peso constitucional (Inglaterra tem costumes tão rígidos que são
consideradas normas constitucionais)
Origem das Constituições escritas: século XVIII – para limitar o poder do rei.
Antecedentes históricos:
Antiguidade: Karl Loewenstein – antecedentes do constitucionalismo no povo hebreu
(poder do rei limitao pela Lei do Senhor, através dos profetas); na Grécia antiga, Atenas (grafe
paranomom – tipo ação direta de constitucionalidade, um controle (de constitucionalidade)
sobre as leis do governo grego)
Idade Média: embrião do constitucionalismo moderno. Ainda não é tem uma
constituição escrita, mas tem documentos com valores excepcionais:
Carta Magna Libertatis 1215 – Rei João sem Terra – aos povos ingleses. Na
pratica não funcionou muito bem, mas criou direitos importantes como: HC, Bill of Rights. A
carta magna libertatis continua em vigor.
Constitucionalismo moderno – séc. XVIII: Constituição escrita
- objetivo limitar o poder absoluto do monarca
- ideia de separação dos poderes – dividir as funções limita o poder. Sistema de
pesos e contrapesos.
- Primeiras constituições escritas: EUA (1787) e FRA (1791). No Brasil a primeira
foi em 1824, logo após a independência.

Doutrina:
Conceitos e sentidos da CR:

Significado de constituição: ação de constituir e organizar.


A CR define a base ou estrutura essencial da sociedade – define as linhas mestras da
organização do Estado brasileiro.

3 sentidos:

 Sentido Sociológico – Ferdinand Lassalle – “A Constituição não é uma folha de papel”.


Visão social: CR é um fato social, não somente uma norma/lei.
O texto constitucional é o resultado da realidade social do país na época. Serve para
reunir valores sociais. Só tem eficácia se corresponder aos valores presentes na sociedade.

“A CR deve ser a soma dos fatores reais de poder, que emanam da população”.
 Sentido político – Schmitt
A CR é uma decisão política fundamental, não é uma realidade da sociedade.
Surge a partir de um ato fruto de uma vontade política fundamental de produzir uma decisão
eficaz da existência política de um Estado.
Ex: deixou de ser monarquia e virou república – decisão política fundamental

Diferencia CR e lei constitucional:


CR: apresentar apenas as matérias de grande relevância jurídica, como organização do Estado,
princípios democráticos, direitos fundamentais e leis constitucionais
Lei constitucional: normas dentro da CR que não teriam a força efetiva de constituição.

Essa diferenciação cria uma classificação atual:


Norma materialmente constitucional: o conteúdo é constitucional (organização do
Estado, aquisição e exercício do poder e limitação do poder – direitos e garantias fund.)
Norma formalmente constitucional: normas que estão na constituição mas não trata
dos conteúdos constitucionais de regramento básico da CR: organização do Estado, aquisição e
exercício do poder e limitação do poder – direitos e garantias fundamentais.
Exemplo: Colégio Don Pedro I – não tem relevância constitucional saber que o
colégio Don Pedro I fica no RJ. Mas é formalmente constitucional porque está na constituição.

 Sentido Jurídico: Kelsen – o direito é um ramo próprio de estudo.


- CR é norma pura, estritamente formal, é puro dever-ser. Sem cunho sociológico, político ou
filosófico.
- É uma ciência jurídica de valores morais, políticos, sociais e filosóficos. Para ele, “norma é
norma e pronto, acabou”.
- É uma norma fundamental do Estado e da vida jurídica de um país.
- Paradigma de validade de todo o ordenamento jurídico (controle de constitucionalidade para
validar uma lei de acordo com a CR). É um sistema de normas jurídicas.

Essa teoria foi mal interpretada pelos nazistas. Se lei é lei, posso criar uma lei má, que deverá
ser cumprida independente de valor moral, social ou filosófico e suas consequências políticas.

Atribui 2 sentidos à palavra Constituição:


Jurídico-positivo: é uma lei positivada, que está valendo. A lei mais importante.
Pressuposto de validade das demais leis.
Diz que a norma inferior obtém validade na norma superior, até chegar na CR
(nasce aqui a teoria da hierarquia das leis) Pirâmide normativa de Kelsen.
Lógico-jurídico: se toda norma tem fundamento de validade na superior, qual a o
fundamento de validade da CR? Ele fala que há um sentido lógico. Acima da CR há uma norma
que não está escrita: Norma Hipotética Fundamental e tem só um fundamento: obedeça a
Constituição. Ele deu esse furo, mas isso não invalida toda sua teoria, que é brilhante.

OBS: Não há hierarquia entre LC e LO. A diferença entre elas é o rito e o quórum.

Estrutura da Constituição:
Preâmbulo – apresenta a nova Constituição. Não tem força normativa. Não é
obrigatório.
Parte permanente – não tem prazo determinado de duração.
ADCT – normas constitucionais transitórias, prazo para encerrar ou até durar a
excepcionalidade de uma situação em que o país se encontra.
Classificação das Constituições:

Quanto à origem:
Outorgada/imposta – por uma imposição de quem está no poder (1824, 1937, 1967)
Promulgada/democrática/popular/votada – a CR foi legitimada pelo povo, mediante
assembleia constituinte (1891, 1934, 1946 e 1988)
Cesarista/Bonapartista – mescla: imposta pelo governante e levada à aprovação
popular (Venezuela)

CR 1988 – constituição promulgada, democrática, popular, votada.

Quanto ao conteúdo:
Formal – não importa o conteúdo tratado, qualquer coisa dentro da CR é
constitucional.
Material – importa apenas o conteúdo, dispensa a formalização do tema na CR.
Conjunto de regras de matéria de natureza constitucional, relacionadas ao poder.

OBS: nem todas as normas do texto constitucional são normas materialmente constitucionais,
mas todas as normas formais são normas constitucionais. Ou seja, tudo o que está na CR é
norma formalmente constitucional, mas nem tudo são normas materialmente constitucionais

CR 1988 – Constituição formal

Quanto à forma:
Escrita – um documento escrito
Não escrita/inorgânica/costumeira/consuetudinária – formada por diversos
documentos de valor constitucional. Importa o conteúdo, não a forma como é tratado.
Inglaterra, Nova Zelândia, Israel.

CF 1988 – constituição escrita.

Quanto à extensão:
Sintética/resumida/concisa/breve/sumária/sucinta/clássica: constituição em sentido
material, dispõe apenas de matérias essenciais (organização do estado, forma de aquisição e
exercício do poder, limitação do poder). EUA
Analítica/extensa/prolixa/regulamentar: vários assuntos, ainda que não essenciais.

CR 1988 – constituição analítica, regulamentar, extensa.

Quanto à função/estrutura:
Constituição Garantia ou Constituição Quadro – limita a fixar direitos e garantias
fundamentais
Constituição Dirigente ou Constituição Programática – além dos direitos e garantias
fundamentais, também fixa metas estatais – direções para o Estado seguir.

CR 1988 – constituição dirigente

Quanto ao modo de elaboração:


Dogmática – fruto de um trabalho legislativo específico, dogmas, elaborar conceitos.
Histórica/consuetudinária – lenta evolução histórica do texto constitucional. Inglaterra
CR 1988 – constituição dogmática
Quanto à ideologia:
Ortodoxa – tem uma única ideologia estatal. China
Eclética/compromissária/heterogênea – permite combinar ideologia diversas, ex:
pluripartidarismo, pluralismo político.

CR 1988 – constituição eclética/heterogênia

Quanto à sistematização:
Unitária/codificada – um único documento que representa a constituição
Variada – mais de um documento servindo como texto constitucional. Inglaterra

CR 1988 – constituição codificada, mas tratados e convenções de direitos humanos são


equivalentes à emendas, ou seja, outros documentos não incorporados ao texto da
constituição.

Quanto à rigidez ou estabilidade/mutabilidade/plasticidade:


Imutável – nunca pode ser alterada, a CR 1924 era parcialmente imutável (limitação
temporal, n pode mudar nos primeiros 4 anos).
Rígida – processo de alteração do texto constitucional mais rigoroso do que o processo
de alteração das demais leis. LO maioria simples, LC maioria absoluta, EC 3/5
Flexível/plástica – mesmo processo de alteração que as demais leis. Inexiste
supremacia constitucional.
Semirrígida ou semiflexível – parte do texto é rígido e parte é flexível.

Alexandre de Morais entende a CR 1988 como uma constituição super-rígida, pois além de
demandar um processo mais rigoroso de alteração, existem matérias que não podem ser
suprimidas – cláusulas pétreas.
Não podem ser suprimidas, mas podem ser alteradas.
STF entende que pode alterar para fortalecer ainda mais, ou se restringir não pode atingir o
núcleo essencial desse direito

CLÁUSULAS PÉTREAS
1. Forma Federativa de Estado: Federação
Federação: união de vários estados, cada qual com uma parcela de autonomia. Automonia
diferente de soberania.
2. Voto:
o Direto: povo escolhe diretamente o representante sem intermediários
o Secreto: sigiloso. Na rep velha o voto era aberto (“bico de pena”)
o Universal: todos têm direito de votar, desde que preenchidos os requisitos
mínimos (idade e alistamento).
o Periódico: de tempos em tempos, o eleitor tem direito de votar
Voto obrigatório (entre 18 a 70 anos) é apenas norma constitucional, mas não é cláusula
pétrea. Pode haver emenda constitucional para voto facultativo.
3. Separação dos poderes:
Poderes da união, independentes e harmônicos entre si.
Não é possível emenda constitucional para suprimir a independência de um dos poderes,
fazendo-o subordinado a outro.
4. Direitos e garantias individuais:
Não estão presentes apenas no art. 5º.
Anterioridade eleitoral – art. 16 – direito individual do eleitor
Anterioridade tributária – art. 150, III, b – direito individual do contribuinte.

STF: direitos sociais também são cláusulas pétreas – interpretação extensiva.

PODER CONSTITUINTE

PC Originário ou de 1º grau
PC Derivado/Instituído ou de 2º grau
PC Difuso

 Poder Constituinte Originário/1º grau


Poder de criar uma Constituição.
- Histórico: cria a primeira constituição.
- Revolucionário: cria uma nova constituição. Revolução no sentido jurídico,
pois a maior lei é substituída por outra.

Características do PC Originário:
Inicial: antecede o ordenamento jurídico. Poder de fato, não de direito, não
regulamentado pelo direito.
Incondicionado: pode ser exercido de qualquer maneira (assembleia constituinte,
revolução, plebiscito ou referendo). Qualquer um pode “propor” uma constituição.
Latente/permanente: pode ser exercido outras vezes, não se esgota, fica adormecido.
Ilimitado: não possui limites legais. Ele é juridicamente ilimitado, dentro do texto
constitucional pode colocar o que quiser, mas existem limites extrajurídicos que inviabiliza o
texto constitucional de ter uma carga fascista, por exemplo.

PCO não respeita direito adquirido.

 Poder Constituinte Derivado/2º grau


o Reformador: poder de alterar uma CR existente, mediante:
 Reforma: pontos específicos da CR (reforma tributária, reforma
administrativa, reforma previdenciária)
 Revisão: analisa a CR como um todo e existem normas mais flexíveis
de alteração do texto.
o Decorrente: poder de cada Estado-membro elaborar sua própria constituição
estadual.
Não existe poder constituinte derivado decorrente para os municípios. M não tem uma
constituição municipal, mas sim lei orgânica, que é uma mera competência legislativa.
Existe poder constituinte derivado decorrente no DF, mas através de Lei Orgânica, e não de CR.
Lei distrital contrariar lei orgânica, pode ser objeto de ADI no TJ/DF: ação de representação de
inconstitucionalidade, que é a ação direta de inconstitucionalidade no âmbito estadual.

Características do PC Derivado:
Secundário: está previsto na constituição, não pode mudar a constituição sem seguir
as regras do que está previsto na constituição.
Condicionado: existem regras preestabelecidas na CR para que possa alterá-lo. 3/5 nas
duas casas, em dois turnos.
Limitado: tem limites na própria constituição (não pode alterar em intervenção
federal, estado de defesa/sitio, cláusulas pétreas)
Revisão constitucional:
- Feita 5 anos depois da promulgação da CR
Por que 5 anos depois? Pegar o que funcionou nesses 5 anos e fazer os ajustes
necessários para que seja uma CR mais eficaz com a realidade do país.
- Teve quórum de aprovação de maioria absoluta (+ da metade dos membros do CN)
Por que não 3/5? A fim de corrigir os pontos necessários, decidiram tornar esse
processo mais simples.
- Votada em sessão unicameral, reunindo as duas casas para votação.
- A revisão teve os mesmos limites materiais da EC, ou seja, obrigatoriamente observar
as cláusulas pétreas (forma federativa, voto, separação dos poderes e dir. e gar. Individuais)
O que diferencia a revisão da emenda é o procedimento, não o conteúdo.

Reforma constitucional:
Legitimados para propor emenda: rol taxativo:
- 1/3 dos deputados OU dos senadores
- Presidente da república: o que faz? Apenas propõe!! Não veta, não sanciona
e nem promulga
- mais da metade da Assembleia legislativa, com m

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