1° Serie Filosofia Completa

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Porque estudar filosofia?

As áreas da filosofia
A Filosofia é muito importante para nós, embora muitos não saibam da sua
importância. Ela nos ajuda desvendar os mistérios e histórias da nossa
existência, e compreender o porquê e a razão fundamental para tudo o que
existe.
A Filosofia é a busca constante do conhecimento, da verdade, é um olhar para
dentro de nós mesmos, está sempre à procura de respostas, é um ato filosófico
para o homem refletir, criticar e argumentar o pouco conhecimento que possui
diante desde mundo imperfeito e maravilhoso que vivemos. E ela nos desafia a
despertar o espírito crítico, para que possamos ter uma visão clara diante dos
fatos da vida e dos extremos da natureza humana, como a vida e morte.
Temos que estar sempre prontos às mudanças que aparecerem em nossas
vidas, por que a mudança é contínua e a natureza muda, as pessoas mudam, o
mundo em geral muda, nunca é tarde demais para mudar o rumo da sua vida.
Deus é o nosso Senhor, que criou o mundo, a natureza e os seres vivos, e nos
conduz a compreender os fundamentos da nossa existência, nos deu a
inteligência, o amor, a fé, nos deu a vida. A partir da Filosofia surge a ciência
que é o conhecimento científico por sua própria natureza.
Cada vez que praticamos uma ação, ao pensarmos, ao compreender o que o
próximo quer lhe dizer e saber dizer o que você quer para o seu próximo
estamos filosofando, porque cada um de nós carregamos dentro de nós um
grande filósofo. Eis porque a Filosofia não se transforma em credo, pois, ela
está em contínua luta consigo mesma.

7 áreas da Filosofia para conhecer

1 – Metafísica

A Metafísica é uma das áreas da Filosofia mais antigas. Ela debate questões
que ultrapassam o mundo físico ou sensorial. Ou seja, vão além daquilo que
podemos ver e sentir. Ela busca uma interpretação sobre o mundo, a natureza
e tudo aquilo que constitui a realidade.

A definição dessa disciplina não é muito fechada, tanto que nos escritos do
próprio Aristóteles ela aparece de formas diferentes. Mas basicamente, estuda
as leis gerais do universo.

2 – Ética

Também chamada de Filosofia Moral, essa é uma área que estuda o conjunto
de valores de um indivíduo ou de um grupo de pessoas. Seu nome, Ética, vem
do grego e quer dizer “caráter”, “costume” ou “hábito”.
Mas na Filosofia Antiga, a disciplina abrangia uma série de estudos que
buscavam encontrar a melhor forma de viver em sociedade. Por isso, muitos
escritos da época incluem temas que hoje entram nos estudos de Antropologia,
Psicologia, Sociologia, Economia, Pedagogia, entre outros segmentos das
Ciências Humanas.

Alguns dos pensadores que debateram sobre a ética foram Sócrates, Platão e
Aristóteles, na Antiguidade. Além de Espinoza, durante o Renascimento.

3 – Lógica

Já a Lógica se preocupa com a estrutura do raciocínio que leva a determinados


argumentos. Ela busca um pensamento sem contradições, puramente racional,
que consiga resolver problemas de maneira efetiva.

Desta forma, ela não é apenas uma disciplina em si. Mas também um método a
ser aplicado no estudo das diversas áreas da Filosofia.

4 – Epistemologia

Já a Epistemologia, também conhecida como teoria do conhecimento, debate


as questões em torno do saber humano. Nessa disciplina, os filósofos se
preocupam em compreender as etapas, os métodos e os limites do
conhecimento científico. Para isso, ela busca desenvolver conceitos como
“verdade” e “crença”, por exemplo.

5 – Estética

Todas essas áreas da Filosofia pareceram abstratas demais para você até
agora? Talvez você se interesse pela Estética, a disciplina voltada para estudar
a beleza, a arte e as ideias de obra e criação artística. Além de compreender o
impacto da arte na sociedade.

A palavra origina do grego aisthetiké, que significa “aquele que nota, que
percebe”. Ou seja, você vai trabalhar com objetos de estudo um pouco mais
concretos e que podem estar ao seu redor.

Entre os filósofos que se dedicaram a essa questão, podemos citar Sócrates,


Platão, Aristóteles, além dos mais modernos, como Kant e Hegel.
6 – Filosofia da História

Para quem está em dúvida se deve cursar Filosofia ou outro curso de


Humanas, pode ser que essa disciplina seja a solução. A Filosofia da História
estuda os processos históricos e seu desenvolvimento. Ou seja, debate, de um
ponto de vista temporal, a existência humana nos seus contextos sócio-
políticos e culturais.

7 – Política

Por último, chegamos à Política, uma área da Filosofia dedicada a


compreender as relações entre a vida em sociedade e o poder. Ela debate
temas como regimes de governo, modelos de justiça e conceitos como
liberdade e democracia.

Seu nome origina do grego Pólis, que quer dizer cidade. Afinal, a Filosofia
Política ocidental, que conhecemos hoje, surgiu na organização social das
cidades gregas. Mas ela também evoluiu muito desde então, com filósofos
como Nicolau Maquiavel e Jean-Jacques Rousseau.

Bibliografia
http://ienomat.com.br/administrasempre/index.php/2012/04/13/a-importancia-
da-filosofia/#:~:text=A%20Filosofia%20%C3%A9%20muito%20importante,para
%20tudo%20o%20que%20existe.
https://www.sisu.pro.br/dicas/quais-sao-as-7-areas-da-filosofia.html

A filosofia e as outras formas de conhecimento


Tipos de Conhecimento

Existem diversas formas de conhecer e interpretar o mundo. Cada uma delas


possui características específicas que as distinguem das demais.

A mitologia, o senso comum, as religiões, a filosofia e a ciência possuem uma


mesma finalidade: organizar informações que possam explicar ou dar sentido
ao mundo e às coisas. Em outras palavras, essas diferentes áreas são
produtoras de conhecimento.

Entretanto, a forma como esse conhecimento é adquirido e transmitido varia


em cada um desses tipos de conhecimento. Essas particularidades são
responsáveis pela distinção entre mitologia e ciência ou filosofia e religião.

O que é o Conhecimento?

O conhecimento é uma forma de apreensão da realidade. Os seres humanos


vivem como as outras espécies da natureza, mas diferente delas, criam para si,
representações da realidade.

Essas representações fundamentam-se nos sentidos e na percepção; na


memória, na imaginação e no intelecto; na ideia de aparência e de realidade e
na ideia de verdade ou falsidade.

A partir desses modos, os indivíduos interiorizam o mundo e apreendem a


realidade. E, na consciência, criam códigos de interpretação de tudo o que
existe ou pode ser pensado. É estabelecida uma relação entre o sujeito (aquele
que conhece) e o objeto (aquilo a ser conhecido).

A Importância do Conhecimento

Historicamente, os seres humanos construíram diversos sistemas de


conhecimento como forma de dar sentido a sua própria vida e transmitir
informações necessárias para sobrevivência da espécie.

Deste modo, diferenciam-se dos outros animais, também, por possuírem uma
linguagem que possibilita o compartilhamento de informações.

Esses sistemas de conhecimentos transmitidos de geração a geração, de


grupos para grupos, formam a cultura. Com o passar do tempo, o domínio da
razão e de diversos códigos de linguagem possibilitou a complexificação desse
conhecimento.

Os Diversos Tipos de Conhecimento


Forma de Quem Transmite
Tipo de Base do O que Valida o
Aquisição do o
Conhecimento Conhecimento Conhecimento?
Conhecimento Conhecimento?
Narrativas
Mítico Crença Tradição Rapsodos
Míticas
Teólogos/Líderes
Religioso Crença (Fé) Escrituras Dogmas
Religiosos
Senso Comum
Não-
(conhecimento Crença Tradição Pessoa Comum
questionamento
empírico)
Científico Razão Investigação Método Cientista
Filosófico Razão Reflexão Argumentação Filósofo

Os diferentes tipos de conhecimento representam as diferentes maneiras que


os seres humanos encontraram para sair da ignorância.

A curiosidade humana e sua capacidade de abstrair (imaginar) são


responsáveis por criar sistemas de crenças e explicações. Bem como,
compreender, apropriar-se e reformular explicações vindas de outros indivíduos
e grupos.

Conhecimento Mítico

O conhecimento que se baseia nos mitos tem como característica principal ser
fabuloso. É um conhecimento que advém de uma tradição oral, das narrativas
míticas. Na Grécia antiga, a transmissão desses conhecimentos era tarefa dos
poetas-rapsodos.

O Nascimento da Via
Láctea (1636), obra de Peter Paul Rubens. Na mitologia, a relação entre os
deuses dá origem a tudo o que existe
Essas narrativas remontam histórias sobre o início dos tempos. Dão conta de
explicar de maneira fantasiosa, a origem do mundo e de tudo o que é relevante
para a vida daquele grupo de indivíduos.

Criam-se laços e desenvolvem a ideia de pertencimento a uma comunidade por


partilharem um passado comum. Os mitos atuam como uma memória
partilhada, repleta de imagens de fácil associação e compreensão.

Baseadas na crença, as narrativas míticas reforçam, de forma ilógica e


contraditória, imagens e constroem uma consciência coletiva. A consciência
mítica está baseada na crença de que são representações fiéis da realidade.

O Conhecimento Religioso

A Religião partilha com os tipos de conhecimento o objetivo de explicar o


universo em sua formação e totalidade. A particularidade do conhecimento
religioso é seu embasamento na fé, na crença nas revelações divinas e em
seus textos sagrados oriundos dessas revelações.

Alcorão, exemplo de livro sagrado para a religião islâmica

Com base na fé, a união entre o conhecimento e as religiões, chamado de


teologia, visa estruturar sistemas de conhecimento baseados em verdades
não-demonstráveis e indubitáveis, chamados de dogmas. A religião garante a
ligação entre o que é humano e o que é divino.

Esses dogmas reforçam um ato de conhecimento comum na religião: a divisão


entre o que é profano e observável e o que é sagrado e misterioso. A partir
dessa ideia, há uma hierarquização dessa divisão, que confirma o poder divino
sobre os indivíduos.
O Senso Comum: conhecimento empírico

O Conhecimento oriundo do senso comum, algumas vezes chamado


de conhecimento empírico, é baseado na generalização de eventos ou
interpretações particulares, tomadas como regra. É um saber básico e
superficial das coisas, sem provas nem demonstração.

O senso comum está fundamentado na crença em informações inverificadas. É


um conhecimento transmitido de pessoa para pessoa que, ao final, constrói
todo um sistema de crenças, muitas vezes contraditórias ou preconceituosas.

O
senso comum é o saber comum produzido pela experiência do cotidiano

Apesar de possuir uma lógica frágil e uma interpretação parcial das relações de
causa e efeito, o saber popular do senso comum vem sendo objeto de estudo
de diversas áreas da ciência.

A pós-modernidade é responsável pelas críticas à ciência tradicional, que


despreza os saberes construídos de maneira espontânea e popular. Algumas
correntes das ciências contemporâneas buscam uma reconciliação entre a
ciência e o senso comum.

O Conhecimento Científico

A ciência é, em si mesma, uma área devotada a construção do conhecimento.


A palavra ciência tem origem no latim scientia que pode ser traduzido como
"conhecimento".

Sendo assim o que caracteriza e distingue o conhecimento científico dos


demais é o método. O método científico cumpre a função de impedir ou reduzir
ao máximo todo o tipo de erro ou ambiguidade.

O conhecimento científico possui uma pretensão de verdade a partir da


verificação e da validação de seu método.
Dife
rentes etapas do método científico

O método científico visa a reprodução e a aplicação dos saberes. A partir do


controle de todas as etapas da investigação espera-se que os resultados
possam ser repetidos e demonstrados diversas vezes, sempre que respeitadas
as suas condições.

O Conhecimento Filosófico

E
scola de Atenas (1511), obra de Rafael, que retrata diversos pensadores. Ao
centro, Platão aponta para o céu (representando o mundo das ideias) e
Aristóteles aponta para o chão (representando a política). Ambos cercados por
vários pensadores e personalidades de diversos períodos

O conhecimento filosófico mudou a forma de compreensão de si mesmo ao


longo do tempo. Desde os filósofos pré-socráticos na Grécia Antiga até a
filosofia produzida atualmente, muitas alterações ocorreram, como o modo de
conceber o mundo.
A filosofia e a ciência caminham juntas no rigor, na necessidade lógica e no
uso da razão. Entretanto, o método científico, apesar de ter sido produzido
filosoficamente, não se aplica integralmente à produção de conhecimento
filosófico.

A atividade filosófica é uma reflexão crítica sobre as bases que tornam todas as
formas de conhecimento possíveis. E, para além disso, volta-se também para a
reflexão crítica sobre sua própria atividade e construção.

Bibliografia
https://www.todamateria.com.br/tipos-conhecimento/
Introdução à Filosofia Política Teoria do Estado
O LIBERALISMO
Nascido na Inglaterra durante a Revolução Industrial, tendo sido fundado pelo
economista Adam Smith (A Riqueza das Nações, 1776), o liberalismo defende
o ponto de vista da burguesia e, obviamente, do capitalismo. Sua ideia central
é a da não intervenção do Estado nos assuntos econômicos. O liberalismo
ensina que a intervenção do Estado em assuntos econômicos é não apenas
desnecessária, mas até prejudicial, pois a economia, como as demais ciências,
é regida por leis naturais e imutáveis.
Os princípios básicos do liberalismo são:
 individualismo econômico: o bem-estar social é resultado da
prosperidade individual.
 liberdade econômica: a economia, como as demais ciências, é
sujeita às leis naturais e, portanto, deve funcionar livre de
intervenções. Trata-se de uma reelaboração da ideia fisiocrata
do laissez-faire, laissez-passer – condenação clara aos entraves
mercantilistas do Antigo Regime.
 obediência às leis naturais, como explicitado acima;
 liberdade de contrato entre as partes: a relação entre empregado e
empregador deve ser feita com base no livre acordo entre ambos,
sem intermediação do Estado ou dos sindicatos.
 livre-concorrência e livre-cambismo: eliminação do protecionismo
praticado pelas nações europeias entre os séculos XV e XVIII. A
livre-concorrência estimula a produtividade e a melhoria técnica,
beneficiando os consumidores.
Alguns dos principais representantes do liberalismo foram Adam Smith,
Thomas Malthus e David Ricardo.
Adam Smith, autor da obra A Riqueza das Nações (1776), acreditava que a
divisão do trabalho era o elemento essencial para o crescimento da produção e
do mercado, e que sua aplicação eficaz dependia da livre concorrência, que
forçaria o empresário a ampliar a produção, buscar novas técnicas, aumentar a
qualidade do produto e reduzir ao máximo os custos de produção. O natural
decréscimo do preço final favoreceria a lei da oferta e da procura,
determinando o sucesso econômico. Smith defendia a não intervenção do
Estado nos assuntos econômicos, que deveria apenas harmonizar interesses
individuais objetivando o bem-estar coletivo.

Adam Smith
Seguindo a trilha aberta por Smith, Thomas Malthus, em seu livro Ensaio sobre
o Princípio de População, também se opunha à intervenção estatal na
economia. Seu pessimismo em relação ao futuro da humanidade era
evidenciado em suas observações de que a população tende a crescer em
progressão geométrica enquanto os recursos naturais em progressão
aritmética. Portanto, de acordo com Malthus, a pobreza e o sofrimento devem
ser encarados com naturalidade e guerras e epidemias servem para equilibrar
temporariamente a produção e a população. Malthus ainda defendia o controle
da natalidade e da assistência social, com o objetivo de reduzir a miséria.

Thomas Malthus
Já David Ricardo, no livro Princípios de Economia Política e Tributação,
desenvolveu a teoria do valor do trabalho e defendeu a Lei Férrea dos
Salários, segundo a qual o preço da força de trabalho seria sempre
equivalente ao mínimo necessário à sobrevivência do trabalhador, garantindo
elevados lucros para os empresários.

O SOCIALISMO
Em oposição às ideias defendidas pelo liberalismo, surgiu o socialismo, cujo
princípio fundamental é a crítica à propriedade privada e às classes sociais –
em suma, ao capitalismo. Todavia, entre os socialistas havia divergências a
respeito de qual estratégia deveria ser empregada na luta contra o capitalismo.
Nasceram, portanto, duas tendências dentro da doutrina: o socialismo utópico e
o socialismo científico.
O socialismo utópico
Doutrina que expressa o ponto de vista do proletariado, apesar de seu
comprometimento com o liberalismo. Nasceu na França, mas atingiu partes da
Europa oitocentista. Tecia severas críticas à ordem capitalista-burguesa, mas
não oferecia alternativas viáveis na prática. Tratava-se de uma visão até
romântica sobre a maneira de se atingir o socialismo.
Os socialistas utópicos acreditavam na capacidade transformadora do homem,
cujas vontades e paixões eram o combustível necessário à transformação
social. Defendiam a abolição da propriedade privada e a instauração de
sociedades igualitárias, em que vigorasse a justiça. Entre seus principais
representantes, destacaram-se:
 Saint-Simon: adepto das ideias iluministas, escreveu Cartas de um
Habitante de Genebra a seus Contemporâneos, em que propõe a
formação de uma sociedade em que não haveria ociosos nem a
exploração do homem pelo homem. O trabalho, fraternalmente
repartido e igualmente apropriado, seria realizado por todos com
prazer e naturalidade. Defendia também a divisão da sociedade
em três categorias: os sábios – que deveriam, juntamente com os
artistas, conduzi-la –, os proprietários e os despossuídos.
 Charles Fourier, também inspirado pelo pensamento iluminista,
sobretudo pelos ensinamentos de Rousseau, acreditava que era
possível reorganizar a sociedade com base nos falanstérios
– fazendas coletivistas agroindustriais e autossuficientes.
 Robert Owen, tornou-se famoso mais por seu pragmatismo do que
por seu intelecto. Procurou melhorar a qualidade de vida dos
operários por meio da instrução. Acreditava que só uma pessoa
bem preparada poderia trabalhar com dedicação e qualidade.
Chegou a aplicar parte de suas ideias em empresas da Escócia e,
instalado nos Estados Unidos, criou a comunidade New Harmony,
em que aplicou suas ideias de formação integral do indivíduo.
O socialismo científico
O socialismo científico foi fundado por Karl Marx – cuja obra mais conhecida
é O Capital – e Friedrich Engels. Em 1848, Marx e Engels publicaram
o Manifesto Comunista – obra que sintetiza os mais importantes postulados
dessa doutrina.

Karl Marx

Friedrich Engels
O socialismo científico distancia-se do socialismo utópico, pois, em vez de
confiar na capacidade transformadora dos homens, parte para uma análise dos
mecanismos econômicos e sociais do capitalismo, a fim de conhecê-lo a fundo
e propor modos de eliminá-lo. Trata-se, portanto, de uma proposta
revolucionária do proletariado.
Para formular sua ideologia, Marx, o maior representante do socialismo
científico, inspirou-se em outras doutrinas que se manifestavam na época.
Assim, buscou elementos para sua análise no pensamento liberal de Adam
Smith, no socialismo utópico dos franceses e na filosofia idealista alemã,
representada por Kant e Hegel.
Os conceitos e princípios mais utilizados pelo socialismo científico são:
 o materialismo histórico, ou seja, a interpretação econômica da
história: implica na noção de modo de produção. Segundo essa
ideia, a economia (infraestrutura) é a base sobre a qual se apoia a
estrutura social e que determina suas características políticas e
culturais (superestrutura). As alterações econômicas, portanto,
determinam as mudanças históricas, ou seja, cada período
histórico apresenta um conjunto de características
socioeconômicas, políticas e culturais (modo de produção), que só
se altera quando ocorre alguma transformação econômica;
 o materialismo dialético: o conceito de que a crise e a superação
de um determinado modo de produção – ou seja, a transformação
histórica – devem-se às suas contradições internas, isto é, aos
antagonismos que se desenvolvem no interior do próprio modo de
produção quando este se estrutura;
 a luta de classes: conceito chave dentro do pensamento marxista,
segundo o qual a luta de classes – o antagonismo social entre
exploradores e explorados, sempre presente nas sociedades
humanas – é responsável pelas transformações históricas; ou seja,
a luta de classes, segundo o socialismo científico, é o motor da
história.
 a mais-valia: outro conceito chave do ideário marxista. Para Marx,
o capital acumulado pelos detentores dos meios de produção
advém da não remuneração integral do trabalho do proletariado.
Isto é, o capitalista não paga integralmente o valor da força de
trabalho usada na produção das mercadorias.
Em pouco tempo, o pensamento marxista foi adotado por todos os insatisfeitos
com o capitalismo, pois preconizava a luta proletária pela instauração do
socialismo, igualitarista e justo. As lideranças operárias aderiram ao socialismo
científico, adotando o lema “Proletários, uni-vos!”.
O anarquismo
Fundada pelo francês Pierre-Joseph Proudhon, o anarquismo foi outra
doutrina surgida em meados do século XIX. Segundo essa corrente ideológica,
toda forma de governo deve ser suprimida, enfatizando-se a liberdade geral. O
anarquismo se inspirou nos pressupostos do socialismo utópico para criticar os
abusos do capitalismo. Defendia a pequena propriedade ao mesmo tempo em
que propunha a criação de cooperativas.
A doutrina social da Igreja
Também a Igreja Católica mostrou enorme descontentamento com alguns
abusos praticados por empresários capitalistas em relação à mão de obra
operária. Preocupada, ao mesmo tempo, com o avanço do socialismo entre os
grupos mais carentes da sociedade, que, aos poucos, substituía o
assistencialismo da Igreja, esta procurou, por meio do papa Leão XIII,
apresentar uma doutrina que conciliasse os interesses do capitalismo com a
caridade cristã. Nesse sentido, publicou-se a encíclica Rerum Novarum, que
defende a ideia da religião como instrumento de reforma e justiça social,
condena o marxismo e apela para o espírito cristão dos empregadores,
pedindo-lhes que não explorem seus operários e que lhes garanta dignidade.

Bibliografia
https://www.educabras.com/enem/materia/historia/historia_geral/aulas/
liberalismo_socialismo_e_anarquismo
Democracia e Cidadania

Democracia e cidadania são temas de notória importância para a sociedade


hodierna. Verifica-se isso nos diversos enlaces políticos, econômicos,
religiosos, filosóficos e principalmente sociais.
Introdução

Democracia e cidadania são temas de notória importância para a sociedade


hodierna. Verifica-se isso nos diversos enlaces políticos, econômicos,
religiosos, filosóficos e principalmente sociais. Os dois institutos visam, em
geral, a consolidação da dignidade humana que corrobora a uma sociedade
igualitária e isonômica.
Diversos foram os estudos a cerca do presente tema, contudo, dentre eles a
que mais se mostrou de grande relevância, nos seus primórdios, foi por meio
de Aristóteles e Platão ainda na Grécia Antiga. Interessante é o fato de que a
democracia e cidadania é alcançada por meio de lutas através de revoltas ou
movimentos capazes de reverter determinado quadro social.

Instituto Conceitual de Democracia e Cidadania

O termo “democracia” é originado da língua grega, na qual significa governo do


povo (demo = povo e kracia = governo). Foi em Atenas, considerada um das
principais cidades da Grécia Antiga e berço da democracia, que esse sistema
governista teve sua criação e desenvolvimento. Contudo essa forma de
democracia era considerada ainda primitiva e limitada por não permitir a
inserção de mulheres, estrangeiros, escravos e crinças nas participações
políticas, assim como será dito mais adiante.
“A democracia é antes de tudo o regime político que permite aos atores sociais
formar-se e agir livremente. São os seus princípios constitutivos que
comandam a existência dos próprios atores sociais. Só há atores sociais se
combinar a consciência interiorizada de direitos pessoais e coletivos, o
reconhecimento da pluralidade dos interesses e das idéias, particularmente dos
conflitos entre dominantes e dominados, e enfim a responsabilidade de cada
um a respeito de orientações culturais comuns. Isso se traduz na ordem das
instituições políticas, por três princípios: o reconhecimento dos direitos
fundamentais, que o poder deve respeitar; a representatividade social dos
dirigentes e da sua política; a consciência de cidadania, do fato de pertencer a
uma coletividade fundada sobre o direito”.

Já no que tange ao termo “cidadania” vem do latim, “civitas”, que significa


cidade, assim sendo cidadania é a participação e inserção social nos diversos
ditames da sociedade rumo à consolidação e exteriorização de seus direitos.
“cada homem e cada mulher deve ser alvo de um tríplice reconhecimento, ou
seja, devem encontrar igual proteção e igual respeito em sua integridade:
enquanto indivíduos insubstituíveis, enquanto membros de um grupo étnico ou
cultural e enquanto cidadãos, ou membros de uma comunidade política.”

O autor britânico Thomas H. Marshall revelou que a cidadania requer a


existência de um Estado de Bem-Estar Social Liberal-Democrático, isto é, para
exercer a cidadania é necessário que os próprios direitos a ela inerentes sejam
alcançados através do próprio Estado.. Significativo estudo foi realizado por
Rousseau e Kelsen que viram que a vontade geral cidadã reflete inteiramente
na vontade individual estabelecendo, assim, o governo do povo, uma
democracia. "De fato, todo o indivíduo, enquanto homem, pode ter uma
vontade particular contrária ou dessemelhante à sua vontade geral enquanto
cidadão", contudo estará contra o ideal democrático.

Desenvolvimento Histórico

A democracia e a cidadania teve seu berço, principalmente, na cidade-estado


de Atenas nos séculos V e IV a.C.. Leis e direitos dos cidadãos eram obtidos
através de discussões na Ágora, lugar de confrontos de opiniões.
Posteriormente, em Roma, os dois institutos sociais passaram por um período
positivo com o pensamento estoicista romano visualizado com os princípios
cristãos.
Durante a Idade Média, os valores democráticos e cidadãos foram se
extirpando pela figura do monarca, no qual concentrava todo o poder em suas
mãos. Assim sendo, a única solução ao resgate democrático-cidadão era
restaurar o pensamento do período clássico grego. Destarte surgiu o
Renascimento onde a igualdade de direitos políticos e sociais se
desenvolveram e, mais tarde, com a Reforma protestante atingiram grande
meta por meio da busca pela liberdade religiosa.
Com a Guerra Civil Inglesa (1642-1649), que culminou na execução do
monarca Carlos I, foram crescendo as lutas revolucionários visando a liberdade
e controle democrático social. A Revolução Francesa e posteriormente de
diversos países tiveram como slogans os ideais de liberdade, igualdade e
fraternidade (Liberté, Egalité, Fraternité).
Nas 2 Grandes Guerras Mundiais, os governos imperialistas devastaram
princípios, valores e normas devastando e destruindo milhões de seres
humanos. A democracia e cidadania, “reapareceu” com a Declaração Universal
dos Direitos do Homem, aprovada pela Assembléia Geral da Organização das
Nações Unidades em 1948.
Atualmente, no contexto brasileiro, a democracia e a cidadania passam por
sérios constrangimentos através da violência, corrupção e outras mazelas
sociais. Contudo, não se pode afastar o caráter revolucionário dos cidadãos
para a consolidação dos seus direitos, tanto é que as “Diretas Já” reunindo
mais de 1,5 milhões de pessoas visando a redemocratização do Brasil. Dessa
forma, imperioso ressaltar a importância da revolta como meio de conquistas
dos próprios direitos.

Movimentos Sociais na Construção de uma Sociedade Democrática e


Cidadã
Como foi exposto anteriormente, um grande instrumento capaz de garantir os
direitos de uma democracia cidadã são os movimentos ou reinvidicações. Os
movimentos negros, ecológicos, homossexuais, feministas religiosos, e por
diante, são formas de exteriorização à conquista dos direitos.
Costa e Silva ensina que:
Há quase duas décadas, progressivamente, esta luta vem combinando as
reivindicações puramente corporativas, a exemplo, da mobilização em torno do
piso salarial nacionalmente unificado, com as lutas ético-políticas, a exemplo
das bandeiras pela descentralização administrativa do Estado brasileiro, pela
criação de conselhos municipais, pela participação da população na
orçamentação das ações planejadas e pelas eleições diretas para diretores de
escolas e conselhos deliberativos, mecanismos de democratização da gestão
do Estado e do sistema educacional que, concomitantemente, podem contribuir
para a formação e o exercício consciente da cidadania. ** COSTA, Célia &
SILVA, Itamar. Democratização da gestão escolar: uma tentativa de balanço.
Revista de educação AEC. Brasília, v. 27, n. 109, p.100 – 115, out/dez. 1998.

Dessa forma, a luta social é capaz de alterar os rumos de injustiças e acarretar


em paz no esfera pública, desde que haja participação da sociedade Os meios
de comunicação em massa, bastante usados pelos Novos Movimentos Sociais
(NMSs), são mecanismos de protestos que viabilizam a conquista dos objetivos
democráticos.
Recentemente houve grande manifestação dos jovens a cerca de sua falta de
participação política. O slogan “PAZ SEM VOZ NÃO É PAZ, É MEDO” reuniu
considerável número de jovens, em São Paulo, em busca de seus direitos. “A
GENTE QUER A VIDA COMO A VIDA QUER” foi outro movimento que rumo a
diversidade sexual e direitos humanos realizado em Teresina/PI através da II
Conferência Estadual de Direitos Humanos.
Portanto, o papel dos movimentos na construção da cidadania e democracia é
de extrema importância, uma vez que eles são os potenciais meios de
existentes hoje para transformação do contexto social.

Meios Garantidores da Existência da Democracia e Cidadania Brasileira


Hodiernamente

Primeiramente a Constituição Federal de 1988 elenca a cidadania como


fundamento de um Estado Democrático de Direito, assim sendo elevou-se a
democracia e a cidadania a nível constitucional, acima de todo o ordenamento
jurídico brasileiro. Dessem pressuposto, se tem a idéia que o legalmente
afrontar a democracia e cidadania é considerado crime.
Contudo diversas foram as pesquisas sobre como garantir a existência da
democracia e cidadania no Brasil atualmente. Aline Néri Nobre citando
Schumpeter diz que “é apenas a vontade da maioria e não a vontade do povo”
para que se posso garantir uma sociedade, na realidade atual, democrática e
cidadã.
Será que é possível garantir o intento de uma sociedade democrática e cidadã
sem delineamentos utópicos? A resposta para tal indagação está no artigo
científico, As Percepções sobre Democracia, Cidadania e Direitos, realizada
pela Universidade de Goiás, onde relata que para se conquistar tal objetivo é
necessário a adesão decisiva popular na própria cultura política. Destarte,
o processo as instituições democráticas cidadã brasileiras atualmente são
consideradas um mosaico, no qual somente a atuação social é capaz de
manejá-la a vontade da coletividade em geral.

Conclusão

Enfim, a democracia e a cidadania são dois amplos institutos que devem ser
amparados e respeitados por todos. Não só o governo, mas como os que estão
inseridos nos cenário nacional devem seguir de acordo com os princípios por
eles estabelecidos. Contudo, importante ressaltar é que jamais poderá alcançar
uma sociedade livre, justa e solidária capaz de respeitar os ditames
democráticos cidadãos sem luta ou movimentos para transformação de um
cenário social injusto.
Diversos foram os estudos visando a explicitação conceitual e sua
exteriorização moderna. Imperioso mostrar é que muitas ainda detêm dúvidas
sobre a resolução do problema somente nas mãos do Estado, mas certeza
quando vista na concepção de que somente reações e movimentos sociais são
instrumentos potencialmente fortes para a alteração do quadro hodierno à
concretização de um ambiente democrático e cidadão.

Desigualdade social e ideologia


Há uma ideologização antiga da desigualdade social que, em geral, tenta
justificar ou explicar o domínio de certas classes sobre outras. No século XVII,
Jacques Bossuet afirmava que os reis tinham o direito divino de governar. Isso
implicava aceitar como divina também a existência de uma aristocracia que
vivia um padrão de vida infinitamente superior ao padrão enfrentado pelos
servos, plebeus e camponeses europeus da época. Um detalhe importante é
que o que mantinha o luxo da aristocracia eram os impostos pagos pelos
pobres.
Herbert Spencer, sociólogo fundador da teoria chamada darwinismo social, foi
um defensor de uma ideologia que explicava a desigualdade, mas entre
diferentes sociedades. Segundo o teórico, a miséria enfrentada por povos que
habitavam os continentes do sul era explicada pelo baixo desenvolvimento
intelectual e genético desses povos, em contraposição aos brancos europeus,
que, segundo a sua teoria, eram superiores.

Extremamente racista e etnocêntrica, essa teoria não explicava o real motivo


da miséria encontrada na África, na América do Sul e em parte do Oriente: a
exploração europeia por meio do colonialismo e do imperialismo. Os países
que foram sumariamente explorados, durante séculos, são os que apresentam,
hoje, os maiores índices de desigualdade social, além da miséria, que
geralmente os acompanha.

Em A ideologia alemã, Karl Marx aponta que há uma ideologia por trás do
sistema capitalista que visa a manter em ordem o que está em curso: a
exploração da classe trabalhadora pela burguesia.

Segundo o teórico do socialismo, a ideologia é um conjunto de normas, ideias,


leis e símbolos criados para manter a exploração do trabalhador pela
burguesia. O monopólio da informação, a educação, o sistema judiciário e toda
a cadeia de produção concentrada nas mãos da burguesia comporiam tanto a
infraestrutura (estrutura material de produção) quanto a superestrutura que
manteria a ideologia, que é o fator que faz com que os trabalhadores aceitem
ser explorados."

Democracia e Justiça Social

Uma sociedade democrática é uma sociedade de pessoas livres e iguais,


baseada na cooperação e no respeito mútuo. Como tal, ela tem de ser
marcada pela justiça social: em outras palavras, a dignidade e a inviolabilidade
de cada ser humano – assim como seu bem-estar – devem receber uma
prioridade absoluta na estruturação e na ação do sistema político e econômico,
na instituição dos temos eqüitativos de cooperação social e na elaboração das
políticas públicas. O ser humano – cada um deles – é o princípio e o fim da
sociedade, do sistema político e econômico. Assim, instituições políticas e
econômicas que são construídas por meio da opressão e do desrespeito para
com os seres humanos – ou que pressupõem a violação de nossa dignidade e
de nossos direitos básicos. A questão da justiça social, em uma sociedade
democrática, está profundamente ligada às noções de liberdade e de
igualdade. Vimos que os cidadãos – todos eles – são detentores de um
conjunto de liberdades e de direitos básicos. E vimos que a cidadania igual é o
critério que rege tanto a elaboração e a legitimidade das políticas públicas (e,
por conseguinte, do sistema político e econômico) quanto a distribuição da
renda e da riqueza. Ora, os bens sociais primários, juntamente com os direitos
e as liberdades básicas, possibilitam que todos os cidadãos desenvolvam
plenamente as suas potencialidades e as suas capacidades morais. Todo
cidadão é livre, assim, para seguir sua vida do jeito que quiser, para dar sentido
à sua vida do jeito que ele achar mais conveniente, para seguir a concepção do
bem que melhor o satisfaz (mas deve obedecer aos limites da justiça
previamente acordados).

Direitos Humanos

Os direitos humanos são aqueles princípios ou valores que permitem a uma


pessoa afirmar sua condição humana e participar plenamente da vida. Tais
direitos fazem com que o indivíduo possa vivenciar plenamente sua condição
biológica, psicológica, econômica, social cultural e política. Os direitos
humanos se aplicam a todos os homens e servem para proteger a pessoa de
tudo que possa negar sua condição humana. Com isso, eles aparecem como
um instrumento de proteção do sujeito contra todo tipo de violência. Pretende-
se, com isso, afirmar que eles têm, pelo menos teoricamente, um valor
universal, ou seja, devem ser reconhecidos e respeitados por todos os homens,
em todos os tempos e sociedades. Os direitos humanos servem, assim, para
assegurar ao homem o exercício da liberdade, a preservação da dignidade e a
proteção da sua existência. Trata-se, portanto, daqueles direitos considerados
fundamentais, que tornam os homens iguais, independentemente do sexo,
nacionalidade, etnia, classe social, profissão, opção política, crença religiosa,
convicção moral, orientação sexual e identidade de gênero. Eles são
essenciais à conquista de uma vida digna, daí serem considerados
fundamentais à nossa existência.

Uma vez que já sabemos o que são os direitos humanos fundamentais, cabe-
nos agora encontrar o sentido daquilo que chamamos de fundamento de tais
direitos. Quando falamos em fundamento dos direitos humanos, estamos nos
referindo à sua natureza ou ainda à sua razão de ser. Mas qual a razão de ser
desses direitos? Uma resposta possível seria: eles existem para zelar, proteger
ou promover a humanidade que há em todos nós, fazendo com que o ser
humano não seja reduzido a uma coisa, a um objeto qualquer do mundo. O
fundamento pode também ser concebido como fonte ou origem de algo. Nesse
sentido, a ideia de fundamento serve, também, para justificar a importância, o
valor e a necessidade desses direitos. Ainda que não se possa afirmar a
existência de um fundamento absoluto que possa garantir a efetivação dos
direitos humanos – já que a noção do que vem a ser dignidade pode mudar no
tempo e no espaço – é possível considerar que haverá sempre uma ideia, um
valor ou um princípio que servirá para definir a natureza própria do homem.
Uma vez que o fundamento é, como vimos, aquilo que representa a causa ou
razão de ser de um fato, situação ou fenômeno, pode-se considerar o
fundamento dos direitos humanos como a essência que torna humano o nosso
ser.

Participação Politica

Conforme o contexto histórico, social e político, a expressão "participação


política" se presta a inúmeras interpretações. Se considerarmos apenas as
sociedades ocidentais que consolidaram regimes democráticos, por si só, o
conceito pode ser extremamente abrangente.

A participação política designa uma grande variedade de atividades, como


votar, se candidatar a algum cargo eletivo, apoiar um candidato ou agremiação
política, contribuir financeiramente para um partido político, participar de
reuniões, manifestações ou comícios públicos, proceder à discussão de
assuntos políticos etc.
Níveis de participação política
O conceito de participação política tem seu significado fortemente vinculado à
conquista dos direitos de cidadania. Em particular, à extensão dos direitos
políticos aos cidadãos adultos. Sob essa perspectiva os estudos de Giacomo
Sani (citado em Bobbio - "Dicionário de Política") definem três níveis básicos de
participação política.

O primeiro nível de participação pode ser denominado de presença. Trata-se


da forma menos intensa de participação, pois engloba comportamentos
tipicamente passivos, como, por exemplo, a participação em reuniões, ou
meramente receptivos, como a exposição a mensagens e propagandas
políticas.

O segundo nível de participação pode ser designado de ativação. Está


relacionada com atividades voluntárias que os indivíduos desenvolvem dentro
ou fora de uma organização política, podendo abranger participação em
campanhas eleitorais, propaganda e militância partidária, além de participação
em manifestações públicas.

O terceiro nível de participação política será representado pelo termo decisão.


Trata-se da situação em que o indivíduo contribui direta ou indiretamente para
uma decisão política, elegendo um representante político (delegação de
poderes) ou se candidatando a um cargo governamental (legislativo ou
executivo).
Ideal democrático
Tomando por base sociedades contemporâneas que consolidaram regimes
democráticos representativos (países da Europa Ocidental, América do Norte e
Japão), o ideal democrático que emergiu nessas sociedades supõe cidadãos
tendentes a uma participação política cada vez maior. Contudo, numerosas
pesquisas sociológicas na área apontam que não há correlação entre os três
níveis de participação política considerados acima. Ademais, a participação
política envolve apenas uma parcela mínima dos cidadãos.

A forma mais comum e abrangente de participação política está relacionada à


participação eleitoral. É um engano, no entanto, supor que haja, com o passar
dos anos, um crescimento ou elevação dos índices desse tipo de participação.

Mesmo em países de longa tradição democrática, o ato de abstenção (isto é,


quando o cidadão deixa de votar) às vezes atinge índices elevados (os Estados
Unidos são um bom exemplo). Em outros casos, porém, quando a participação
nos processos eleitorais chega a alcançar altos índices de participação, isso
não se traduz em aumento de outras formas de participação política (o caso da
Itália é um bom exemplo).
Estruturas políticas
A participação política tal como foi conceituada é estritamente dependente da
existência de estruturas políticas que sirvam para fornecer oportunidades e
incentivos aos cidadãos. Em sistemas democráticos, as estruturas de
participação política consideradas mais importantes estão relacionadas com o
sufrágio universal (direito de voto) e os processos eleitorais competitivos em
que forças políticas organizadas, sobretudo partidos políticos, disputam cargos
eletivos.

Também é preciso salientar a importância das associações voluntárias,


provenientes de uma sociedade civil de tipo pluralista. Essas entidades atuam
como agentes de socialização política, servindo, portanto, de elo de conexão e
recrutamento entre os cidadãos e as forças políticas organizadas.
Regimes autoritários e participação política
A inexistência de um regime democrático e, portanto, de estruturas de
participação política não significa a completa anulação das formas de
participação. O caso do Brasil do período da ditadura militar é, neste sentido,
bastante paradoxal.

A ditadura militar brasileira recorreu à violência repressiva, impôs severo


controle sobre a sociedade civil e aboliu todas as formas de oposição política
livre. A ausência de democracia fez, porém, com que surgissem novos canais
de participação política. Neste aspecto, o movimento estudantil pode ser
considerado o exemplo mais notável. A juventude universitária brasileira
transformou o movimento estudantil no principal canal de participação política.

Dessa forma, grupos, partidos e organizações políticas clandestinas (na sua


maioria adeptos das ideologias de esquerda) atuaram no âmbito do movimento
estudantil universitário de modo a exercer um importante papel na resistência à
ditadura militar e defesa das liberdades democráticas.

Bibliografia

https://jus.com.br/artigos/35652/democracia-e-cidadania

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/desigualdade-
social.htm#:~:text=social%20no%20Brasil-,Desigualdade%20social%20e
%20ideologia,o%20direito%20divino%20de%20governar.

https://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/2863/1/386356.pdf

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/participacao-politica-
participacao-politica-e-cidadania.htm

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