Proyecto de Explotación de Metales Pesados en La Zona de Varela (Guinea-Bissau)
Proyecto de Explotación de Metales Pesados en La Zona de Varela (Guinea-Bissau)
Proyecto de Explotación de Metales Pesados en La Zona de Varela (Guinea-Bissau)
AGOSTO 2023
Índice
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................................6
2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO .................................................................................................7
2.1 Considerações Gerais ....................................................................................................7
2.2 Localização .....................................................................................................................7
2.3 Identificação do Proponente do Projecto.................................................................... 10
2.4 Mineração ...................................................................................................................... 10
2.4.1 RecursosMinerais .................................................................................................. 10
2.4.2 Descrição detalhada da proposta exploração mineral /infraestruturas ............. 11
2.5 Métodos de mineração Operações Existentes ........................................................... 12
2.5.1 A extração .............................................................................................................. 12
2.5.2 Pré-concentração................................................................................................... 13
2.5.2.1 Reabilitação de Dunas.................................................................................... 13
2.5.3 Transporte de minerais ......................................................................................... 13
3. EQUIPAMENTOS, MATERIAIS, FUNÇÃO E RESPONSABILIDADE DA EMPRESA A
NIVEL DE EMPREENDIMENTO/ REGIME DE LABORAÇÃO ..................................................... 14
3.1 Função e Reponsabilidade da Empresa a nivel de Empreendimento/ Regime de
Laboração ................................................................................................................................ 14
4. QUADRO POLÍTICO, JURÍDICO E INSTITUCIONAL ........................................................... 14
4.1 Quadro Politico ............................................................................................................. 14
4.2 Quadro juridico (Enquadramento legal) ...................................................................... 15
4.3 Quadro Institucional ..................................................................................................... 15
5. DESCRIÇÃO DAS CONDIÇÕES BÁSICAS .......................................................................... 16
5.1 Quadro Geral ................................................................................................................. 16
5.2 A zona de estudo ou zona de influência do projecto ................................................. 16
5.3 Condições Biofísicas .................................................................................................... 17
5.3.1 Clima ....................................................................................................................... 17
5.3.2 Geomorfologia, topografia e hidrografia .............................................................. 17
5.3.3 Pedologias ............................................................................................................. 17
5.3.4 Geologia ................................................................................................................. 18
5.3.5 Hidrogeológico ...................................................................................................... 18
5.3.6 Erosão continental e costeira ............................................................................... 18
5.3.7 Flora ........................................................................................................................ 18
5.3.8 Fauna ...................................................................................................................... 19
5.3.9 Serviçosecossistémicos ....................................................................................... 19
6. CONDIÇÕES SOCIOECONOMICAS .................................................................................... 19
4
6.1 Demografia .................................................................................................................... 19
6.2 Organização Social e dinâmica associativa ................................................................ 19
6.3 Actividades económicas e fontes de renda ................................................................ 20
6.4 Situação Sanitária ........................................................................................................ 20
6.5 Pobreza e acesso às infra-estruturas básicas ............................................................ 20
6.6 Situação de género na área do projecto ..................................................................... 21
6.7 Restrições das populações .......................................................................................... 21
7. POTENCIAIS IMPACTES DO PROJECTO ........................................................................... 21
7.1 Impactes Positivos ....................................................................................................... 21
7.2 Impactes negativos....................................................................................................... 22
7.2.1 Sobre o Meio Biofísico .......................................................................................... 22
7.2.2 Sobre o meio humano e socioeconómico............................................................ 23
7.2.3 Sobre os Recursos Culturais ................................................................................ 23
8. ESTUDO DE PERIGOS E ANÁLISE DE RISCOS ................................................................. 24
9. PLANO DE MONITORAMENTO ........................................................................................... 24
10. PLANO AMBIENTAL E DE RECUPERACAO PASAGISTICA .......................................... 24
11. PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL ................................................................. 25
12. CONSULTAS PÚBLICAS .................................................................................................. 25
12.1 Justificativos e Fundamentação da Consulta Pública ............................................... 25
12.2 Conclusões da Consulta Pública................................................................................. 30
13. LACUNAS DE CONHECIMENTO ...................................................................................... 31
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 33
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................................. 34
5
1. INTRODUÇÃO
Por definição, o Resumo Não Técnico (RNT) é um documento que integra o Estudo de
Impacte Ambiental e Social (EIAS), de suporte à participação pública, que descreve, de
forma coerente e sintética, numa linguagem e com uma apresentação acessível à
generalidade do público, as informações constantes do respectivo EIAS.
O EIAS para a área, onde se irá· iniciar a construção e exploração de jazigo de areias
pesadas, em Nhiquim de que este documento é um Resumo Não Técnico, no qual se faz
acompanhar por um Plano de Lavra e por um Plano Ambiental e de Recuperação
Paisagística que, em cumprimento com o Dec. Lei 10/2010 de 24/09, serve de base a uma
avaliação integrada dos impactes causados pela exploração a médio e longo prazo e das
respectivas medidas minimizadoras.
6
2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO
2.2 Localização
A área de exploração contendo depósitos de areias pesadas objecto de exploração, esta
localizada no noroeste da costa da Guiné-Bissau, na zona de fronteira com a região Sul
(Casamance), no Senegal.
Administrativamente, a Secção de Susana está localizada no Sector São Domingos, Regiãode
Cacheu. No entanto, a Parcela N°12, compreende uma área total de 4,8 km², em Varela.
Além Varela Ial, que é o centro da vila da área do projecto, existe ainda outras aldeias que
constituem também área de influência do projecto. Portanto, entre os mais próximos,
7
incluem: Nhiquim, Madina Varela, Basseor e Tenhate localizada a sudoeste,
respectivamente, ao sul e Norte da parcela 12. No entanto, ressalta-se que a localizaçãode
Nhiquim está dentro dos limites da Parcela Nº12 com as seguintes coordenadas:
OESTE NORTE
A 321328; 23 1363665; 92
B 322999; 23 1362848; 92
C 324369; 37 1361712; 92
D 326025 1359999
E 3326033; 79 1360579;12
F 3325239; 05 1361949;85
G 324448; 02 1362790; 63
H 322759;25 1364011; 81
I 321658; 72 1364640; 73
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Figura: 01 Croquis do Terreno
9
2.3 Identificação do Proponente do Projecto
A empresa GMG INTERNATIONAL (FZC) SA,com a sede sita em Bissau na Av, Domingos
Ramos,*representado pelo seu Director Geral, Sr. Mohamed Dicko,*é detentora dos
direitos de exploração de jazidas de areias pesadas (ilmenite, zircão, rutilo e leucoxene) em
Varela ˝Nhiquin/Parcela n.º12˝, concedido pelo Governo através do Ministério dos
Recursos Naturais, nos termos de Secção IV, Artigo 29 do Capítulo IV do Código de Minas
e Pedreiras, lei nº 3/2014 de 29 de Abril.
É uma Empresa com Certidão da Escritura Pública de Constituição da Sociedade Anonima
nº 1013, formalizada no Centro de Formalização de Empresa-(CFE)de 29 de março de
2023, e Com o Contribuinte Fiscal nº 510305598,e cuja a data de Concessão e Início de
actividadepara o dia 22 de Maio de 2023 e da Expiração de licençaé de 18 dejunho de
2028.Tendo como objecto social as actividades múltiplas, entre as quais apoiar as
comunidades locais, actividadesmineiras,nasinfraestrutura entre outras.
2.4 Mineração
2.4.1 RecursosMinerais
Os depósitos de areias minerais são formados a partir da erosão ao longo do tempo
derochas ígneas preexistentes, como granito, pegmatite e basalto. Ao longo de 60 a 200
milhões de anos, a combinação de vento e clima levaram à formação de depósitos nas
praias e dunas. Areias pesadas são um conjunto de minerais de alta densidade 2,87 (zircão,
titanita, tourmaline3, grenat4, etc.). Por causa de sua densidade, mais naturalmente se
concentrar em rochas sedimentares, especialmente nas areias de rios e praias onde eles
podem formar acumulações exploráveis. Estão presentes nas areias costeiras os seguintes
minerais:
1. O rutilo (TiO2) é um dióxido de titânio que varia de vermelho a preto e que ocorre
naturalmente com um teor teórico de TiO2 de 100%, mas impurezas como o Fe2O3 e
Cr2O2 reduzem aquele teor para 93-95%.
2. Ilmenite (FeTiO3) é preta e opaca quando fresca, mas geralmente sofre algum desgaste
com o tempo e alguma remoção de ferro, baixando o conteúdo de TiO2 para 45 e 65%.
3.Leucoxeno é o nome dado à ilmenite altamente alterada. Os grãos são castanhos ou
cinza, com um brilho de cera e um teor de TiO2 de 68%.
4. O zircão (ZrSiO4) é um mineral incolor a esbranquiçado e é frequentemente associada
com minerais de titânio (rutilo, ilmenite, leucoxene) e terras raras em areias da praia,(a
principal fonte de produtos de zircónio do mundo).
A quantidade de areia para ser explorada na parcela 12 é estimada em 1 milhão de m3,
ouseja 1,7 Mt. A proporção de minerais alvos nesta quantidade constituirá o concentrado
bruto (pré- concentrado) desde o primeiro tratamento que representa entre 5% e 7% do
peso da areia, o equivalente a mais de 119.000 toneladas de concentrado em bruto. A
Composição da areia é de: 95% de quartzo, ilmenite de 3%, 1% de zircão, 0,5% de rutilo,
e 05% de leucoxene. São os quatro últimos minerais que são o alvo para a valorização. No
10
programa de exploração da parcela 12, se prevê e exploração de cerca de 250 000 m3 de
areia, ou seja 0,425 Mt anualmente. Assim, a duração da exploração da referida parcela é
estimada em quatro (04) anos.
O Ilmenite e rútilo são utilizados no fabrico de pigmento de dióxido de titânio e metal de
titânio. O pigmento de dióxido de titânio tem alta opacidade e brancura brilhante, que é
principalmente utilizado em tintas, papel e plásticos. A principal aplicação do zircão é no
fabrico de opacificantes para cerâmicas. O metal de titânio é um metal leve e forte com
baixo coeficiente de expansão térmica que é utilizado na indústria aeroespacial e em
outras aplicações exigentes.
11
infra-estruturas de apoio pré-fabricadas, concretamente: balneário/instalações sanitárias e
refeitório. No interior dessas instalações será reservado um compartimento isolado dos
restantes, destinado à prestação de primeiros socorros em caso de acidente. As
instalações de apoio serão dimensionadas de forma a garantir capacidade para satisfazer
o número de trabalhadores previstos para a mina.
Junto à área social, a empresa pretenderá instalar uma outra estrutura pré-fabricada,
destinada a escritório.
No que se refere a oficinas/armazéns, a empresa prevê também a construção de
instalação prè-fabricada de apoio, destinada a garantir o normal funcionamento da mina
(armazéns de maquinas, ferramentas , equipamentos de pequeno porte).
Medidas de Segurança- Atendendo à natureza da actividade a desenvolver, e de acordo
com o disposto no Regulamento Geral de Higiene e Segurança em Minas e Pedreiras, é
obrigatório o uso de capacete, protectores auriculares, luvas, botas e, em condições
atmosféricas adversas, a empresa fornecerá vestuário e calçado apropriados. A
implementação da totalidade destes requisitos, confere aos trabalhadores melhores
condições de trabalho e consequente aumento da produtividade.
Muito embora não tenha sido ainda confirmada a necessidade de reassentamento físico,
poderá também vir a ser necessário construírem-se casas para os aglomerados familiares
que forem reassentados.
2.5.1 A extração
Para este processo de mineração utilizará duas dragas aspiradoras-desagregadoras a
funcionarem numa lagoa de mineração especificamente construída, com uma largura de 80
metros e 30 metros de comprimento e com uma profundidade mínima de 3 e uma
profundidade máxima de 5 metros. Estas dragas funcionam cortando a areia na frente de
produção e transferindo esta areia por meio de uma bomba de sucção e de um tubo para o
12
concentrador flutuante que se situa atrás das dragas. Primeiramente as areias são tratadas
através de um Concentrador Húmido Flutuante (WCP), de forma a rejeitar a grande
maioria de matérias residuais (areia, limos e argila) e produzir um Concentrado de Minerais
Pesados (CMP). Em seguida, o Concentrado de Minerais Pesados é transferido para uma
Instalação de Separação o pré-concentrador.
2.5.2 Pré-concentração
A pré-concentração baseia-se no princípio da gravimetria em espiral ou seja os metodos
deseparacaomagnetica por gravidade e electrostaticaque permite separar o quartzo de
minerais pesados graças à diferença de granulometria e densidade.Os grãos de minerais
pesados têm um tamanho de 0,05 a 0,3 mm e o material superior a 2 mm é rejeitado e
devolvido à área de mineração.
O concentrador é um cilindro de forma cónica contendo espirais. As suas dimensões são:
diâmetro de 1, 2 metros e 4 metros de altura. Prevê-se a utilização de uma bateria de seis
(06) concentradores que serão montados num carril que se desloca paralelamente à draga.
A polpa que é enviada para o concentrador contém 50% de areia e 50% de água. Depois
de passar pelas espirais é separada em duas frações: o concentrado bruto constituído por
minerais pesados e o resíduo de quartzo contendo água.
Os resíduos consistem numa fracção áspera (areia de sílica cerca de 93% a 95% do volume
tratado) que assentam imediatamente e uma fracção fina (argila) que assenta menos
rapidamente. Ambas as fracções são co-depositadas numa série de lagoas de decantação. Os
resíduos finos espessos são bombeados destas lagoas de decantação para as zonas de
secagem situadas na zona de reabilitação, onde o material seco ajuda o subsolo a reter
humidade e nutrientes para ajudar à revegetação. Os resíduos serão então recontornados
ao solo arável previamente removido é depositado de novo. A reabilitação é completada
por sementeira ou plantação com uma variedade de vegetação nativa e/ou de outras
espécies, assim como de culturas alimentares. A área é então transferida de volta para as
comunidades locais.
13
3. EQUIPAMENTOS, MATERIAIS, FUNÇÃO E RESPONSABILIDADE DA EMPRESA A
NIVEL DE EMPREENDIMENTO/ REGIME DE LABORAÇÃO
14
socioeconómico da Guiné-Bissau.
No domínio da gestão dos recursos naturais e do meio ambiente:Existem vários trabalhos neste
sector no domínio cujo plano nacional de gestão ambiental (PNGA) e do Plano de Acção
para a Conservação das Tartarugas Marinhas na Guiné-Bissau, que contêm princípios ou
diretrizes a serem levados em conta no projecto.
15
promover a gestão transparente das receitas minerais e uma exploração que respeite os
aspectos ambientais.
A zona é fortemente afetada pela erosão costeira, fenómeno que resulta, em primeiro
lugar, de um processo natural (vento, correntes, subida do nível do mar, etc.); no entanto,
as obras de engenharia civil e os trabalhos de terraplanagem realizados na zona
contribuíram para o seu agravamento. A desestruturação dos sistemas dunares favorece este
16
fenómeno, uma vez que constituem uma defesa costeira natural contra a erosão, cuja
extensão provoca o abandono dos hotéis e ameaça as construções existentes na costa.
5.3.1 Clima
A zona do projecto é caracterizada por um clima marítimo guineense moderadamente
quente e chuvoso, com 1500 - 1877 mm de precipitação média. A temperatura média
anual é de 26,6 ° C e a evapotranspiração de 1837 mm. A precipitação média mensal
máximo é alcançada em agosto e é mais de 400 mm. A velocidade do vento média anual é
de entre 3 e 5 m / s, a 30 metros acima do solo. A temperatura média anual é de 26,8 ° C,
com uma amplitude térmica baixa (3-4 ° C).
A praia de Varela é uma costa arenosa, sujeita a marés poderosas do Atlântico, que tem
originado uma significativa erosão costeira durante há vários anos, tendo provocado
durante os últimos 56 anos uma perda de mais de 500 metros de praia importantes
ecossistemas costeiros constituídos de terras aráveis, debas-fons, de mangais e praias.
Atrás da praia de Varela para o norte, sobretudo em direcção ao sul apresenta terras planas
cobertas de uma vegetação herbácea arbustiva. Há também zonas mais ou menos húmidas
em geral de vocação rizícola.
5.3.3 Pedologias
Os solos têm baixa fertilidade e o processo de degradação é muito acelerado com os
fenómenos de erosão e da salinização sobretudo da zona costeira. Ao nível do sítio do
projecto, as altitudes variam de 0 m ao nível da praia e 16 m no máximo no sul do sector.
A topografia é caracterizada por pequenas colinas seguidas de depressões. As areias médias
e finas dominam a parte superficial da plataforma continental. Estes depósitos detríticos,
localizados ao longo da costa, participam no transporte litoral mobilizados por correntes
NW e SW e a deriva induzida do Norte e do Sul.
17
5.3.4 Geologia
A parcela n º 12 tem o potencial de areias pesadas. Ela tem um comprimento de 4-5 km,
uma largura de cerca de 800 metrose uma profundidade entre 4-5metros.
A Vila de Nhiquim está localizada dentro da parcela chamado "Arrendamento de Nhiquim".
5.3.5 Hidrogeológico
Geralmente os tipos de água encontrados são fácies de sódio-cloreto de mineralização
baixa. Notamos que os íons dominantes são principalmente Na e Cl em alguns poços,
encontramos as assinaturas de poluição (NO3 níveis) induzidas pela actividade em torno.
5.3.7 Flora
A Varela como sendo uma zona costeira diretamente influenciado pelo Oceano Atlântico.
poderão ser distinguidos na zona do projecto e seus arredores diferentes Ecossistemas:
Florestas subúmidas;
Savana (com pousio);
As palmeiras e florestas de galeria; e
As zonas de mangais (embora ausente em grande parte desta parte costeira).
18
5.3.8 Fauna
Apesar da pressão antrópica na zona do projecto, a fauna é diversificada. A fauna terrestre
inclui vários mamíferos, antílopes, primatas e espécies emblemáticas (leão, leopardo ..).
Em relação à conservação, será importante considerar a proximidade com o Parque Natural
dos Tarrafes do Rio Cacheu, uma das áreas de mangais mais importantes da África do oeste
/o Parque Nacional da Baixa de Casamance.
5.3.9 Serviçosecossistémicos
As actividades de colheita ocupam um lugar preponderante no modo de vida e sistema de
renda da população local da área circundante do projecto.
Os recursos naturais são utilizados pelas populações para fins medicinais , culturais (locais
sagrados), alimentos como para a venda.. A palha e a madeira são utilizadas na construção
de habitações, mas também são comercializados.
Apesar deste potencial a área do projeto é vulnerável aos fenômenos naturais (alterações
climáticas) e antrópicas (agricultura itinerante, corte de árvores, etc.)
6. CONDIÇÕES SOCIOECONOMICAS
Além de Madina Varela, todos os locais que se encontram na área datam de mais de 100
anos e são formados como resultado do deslocamento de pessoas que fogem de guerras
étnicas, uma vez generalizada no território da Guiné-Bissau.
6.1 Demografia
De acordo com o último censo populacional, a região de Cacheu tem uma população de
habitantes, enquanto o sector de São Domingos que abriga o projecto tem uma população
estimada em 29.127que é quase 16% da população da região.
Nenhuma das aldeias da área do projecto ultrapassa uma população de
1000habitantes.Estes são na sua maioria Felupes animistas, os poucos muçulmanos que lá
vivem consistem principalmente em Fulas da Guiné-Conakry, Mandingas e populações de
pescadores senegaleses. A população nestas localidades é constituída principalmente de
jovens e mulheres que muitas vezes não são educados ou treinados e para eles é mais fácil
emigrar para a sub-região em busca de trabalho.
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6.3 Actividades económicas e fontes de renda
A economia na área do projecto é predominantemente rural, com uma clara
predominância da agricultura e da exploração dos recursos da pesca que são a base da
produção de alimentos e as principais fontes de renda.
Com excepção de MadinaValéra onde as actividades de pesca tomaram conta da
agricultura,
Devido ao baixo investimento, mas também diminuição da precipitação e fertilidade do
solo, a agricultura continua a ser a principal actividade de subsistência que não satisfaz as
necessidades. A produção de alimentos é dominada principalmente pela produção de arroz
altamente diminuída. Oshabitantes da aldeia de Nhiquim, que está localizado no coração
da área do projecto produzem os alimentos da mesma forma daqueles de Varela Iale e as
aldeias vizinhas .
A plantação de caju é praticada na área, mas ainda não atingiu a mesma magnitude das
outras regiões da Guiné-Bissau.
A Pecuária: É em Niquim onde há o maior número de gado(cerca de 200
cabeças),enquanto em outras aldeias, o gado raramente atinge 100 cabeças,a suinocultura é
quase generalizada entre as comunidades Felupes e Balantas.Na realidade, o gado é uma
forma de poupança e é vendido em caso de emergência para lidar com problemas
específicos, e os animais de estimação também são utilizados para cerimónias e sacrifícios.
As actividades haliêuticas: A maioria das canoas motorizadas é de propriedade de
estrangeiros, principalmente provenientes do Senegal enquanto que os residentes praticam
a pesca de subsistência com equipamentos não adequados.
Os tipos de pesca mais praticados pelos pescadores residentes são a linha de pesca e
armadilhas e as espécies pescadas são muito diversas (Djafal /Clupeidae - Ethmalosa, Peixe
areia /Darsyatidae, Linguado /Solenidae, Tubarão /Sphyranidae, Bagre /Ariidae, Tainha
/Mugilidae, etc.) e as capturas são irregulares.
No entanto, ascomunidadeslocais não estão muito envolvidos na actividade de pesca,
devido à falta de equipamentos e materiais adequados.As actividades derivadas de pesca
(processamento de peixe, secagem, fumagem e transporte de peixes para a venda, etc.) são
uma fonte de renda mais importante nas aldeias principalmente na área de estudo.
20
problema que as reservas (culturas) são muitas vezes exaustos a partir do mês de março. O
acesso às infra-estruturas sociais básicas (água, saúde) é difícil para a maioria das pessoas
dessas comunidades. As Infra-estruturas da escola não são suficientes, obrigando crianças de
certas aldeias a percorrerem vários quilômetros para chegar a suas escolas.
21
uma participação de 10% no capital social da empresa que opera ao longo da vida da
mina. Além disso, a fase operacional envolve o pagamento de vários impostos (por
exemplo, transporte) que entram nas contas do tesouro.
22
A diminuição da biomassa vegetaldevido as desmatações reduzirá a sequestração do
carbono.
As desmatações irão resultar na destruição ou fragmentação de habitats naturais de animais
selvagens e marinhas, e se não se tomar as devidas precauções necessárias, o fenómeno será
acentuado pela caça ilegal. Além disso, a vida selvagem estará em risco de colisão com o
uso de material circulante.
23
8. ESTUDO DE PERIGOS E ANÁLISE DE RISCOS
Esta análise identifica os riscos para a saúde e segurança que poderá expor o projecto,
directa ou indirectamente, o pessoal de exploração e comunidades vizinhas.
As actividades do projecto irão exigir o uso de maquinarias pesadas e veículos que serão
fontes potenciais de acidentes (colisão, engrenagem,) e incômodo (ruído e poeira) para os
trabalhadores e ocupantes da zona de influência de obras locais e vias de circulação
(estradas).
Os habitantes de Nhiquim serão particularmente vulneráveis à fase de construção,
enquanto as pessoas situados ao longo da estrada entre o sítio do projecto e Bissau serão
expostos durante a fase operacional, durante o qual o risco de acidente de deslizamento de
terra, industriais e de fogo também serão suspeitos. A exposição a emissões radioactivas
parece insignificante uma vez que o nível de radioactividade do minério será relativamente
baixo.
9. PLANO DE MONITORAMENTO
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implementar um conjunto de medidas de minimização de impactes, entre as quais se
destaca: a modelação faseada das áreas exploradas, reposição gradual do uso do solo até à
fase de encerramento e posterior desactivação, na qual se irá restaurar a capacidade de uso
da área afeta aos trabalhos mineiros.
Todas as operações de revegetação serão realizadas com espécies autóctones, para que não
se alterem os valores florísticos e para que as espécies se adaptem com facilidade às
condições climáticos locais.
A solução de recuperaçãoadotada recorre ao enchimento parcial e ao enchimento quase
completo do último piso.
Assim que se atinjam as cotas de projeto, as áreas modeladas serão revestidas com uma
camada de terra vegetal, sobre a qual serão efetuadas as sementeiras e plantações.
25
seus resultados. Ela tem um papel determinante na sensibilização sobre as repercussões do
projeto e a realização de consensos sobre os métodos administrativos e técnicos que visam
maximizar as vantagens e reduzir as repercussões negativas.
As Consultas Públicas no quadro desse Projeto foram dirigidas por técnicos, sem vínculo
direto ou indireto com o proponente do projeto, responsáveis tecnicamente pelos
resultados apresentados no EIAS e pela elaboração do seu respetivo relatório. Seu papel na
Consulta Pública é o de apresentar as conclusões do EIAS e tirar as dúvidas dos
participantes. As experiências demonstram que os procedimentos consistem em mobilizar o
envolver as partes interessadas do projeto.
Na consulta pública a avaliação dos impactes ambientais e sociais constitui um elemento
essencial na fase de concepção da avaliação para garantir sua integração em todas as fases
do processo. Havendo a necessidade de se conformar com as exigências legais ao nível
nacional e internacional, o GestPlan tem engajado na realização do EIAS do referido
projeto. No cumprimento da sua missão, o Gabinete levou a cabo a consulta pública junto
das partes interessadas e concernentes, em particular, as populações das áreas de influência
do projeto e as tabancas ao redor das referidas áreas respectivamente (Aldeia
deNhiquim)varela leal etc. Para uma participação ativa e eficaz dos cidadãos é essencial
garantir o acesso à informação.
Na Guiné-Bissau, a Lei sobre Avaliação Ambiental no seu o artigo 14º, exige que a
participação pública seja realizada em todos os projetos, programas, planos e políticas
sujeitos à avaliação ambiental e social. A plena participação das populações sobretudo, as
beneficiárias do projeto, constitui uma condição indispensável de tomada de decisão, e
consequentemente para a sustentabilidade de investimento.
A Consulta pública é uma das etapas fundamentais da participação pública, na qual, a
população afetada, beneficiada e interessada, seja informada sobre os objetivos, as
vantagens e desvantagens do investimento. Este atopermite ainda recolher as informações,
sugestões sobre eventuais riscos e as oportunidades do projeto.
De acordo com este ato, uma audiência pública deverá ser organizada de forma a
apresentar os potenciais impactes do projeto, bem como as medidas propostas para gerir
esses impactes tais como medidas mitigadoras dos impactes negativos e maximizadoras dos
impactes positivos.
Para o efeito, o relatório do EIAS deverá ser acessível e disponível ao público e os
comentários recolhidos durante as consultas públicas terão de ser tidos em conta no
relatório final do Estudo.
Tendo em conta este projeto que foi classificado na Categoria A, em conformidade com as
disposições e procedimentos existentes na Guiné-Bissau a semelhança das políticas
operacionais do Banco Mundial, BAD, BOAD, e entre outras entidades, a realização da AIA
inicia-se com a realização da consulta pública através das reuniões com as partes
interessadas e concernentes. Durante vários encontros realizados para esse efeito
26
nasdiferentes localidades , cujo objectivo o conteúdo do projeto e as questões económicas,
sociais, culturais e ambientais associadas foram apresentados. Tendo sido suas opiniões e
preocupações recolhidas e apresentadas em forma de resumo no presente estudo, ver
imagens da consulta pública que se segue.
27
A EmpresaGMG INTERNATIONAL (FZC) SA, é titular de um contrato denominado
“Contrato de Arrendamento para a Cedência dos Direitos de Uso de Solo para a
Exploração de areias pesadas Sita na Povoação de Nhiquim, Sector de São Domingos,
Região de Cacheu” assinado com o Governo da Guiné-Bissau através do Ministerio dos
Recursos Naturais, vigente a partir de 22 de maio de 2023, valido até 28 de Junho de
2028. Havendo a necessidade de se conformar com as exigências legais ao nível nacional e
internacional, GMG INTERNATIONAL (FZC) SA tem engajado na realização do EIAS do
referido projeto. Ainda, no cumprimento da sua missão, a GMG INTERNATIONAL (FZC)
28
SA levará a cabo a consulta pública junto das partes interessadas e concernentes, em
particular, as populações das áreas de influência do projeto.
É de referir que a Participação Pública (informação, inquérito, consulta e audiência pública
às partes interessadas) – cidadãos no gozo dos seus direitos cívicos e políticos, através de
diferentes formas de organizações, que queiram participar, no processo de tomada de
decisão, embora sendo uma componente fundamental do processo de AIA não constitui
uma fase separada dos demais, uma vez que intersecta transversalmente várias fases do
mesmo. A Consulta Pública é o procedimento compreendido no âmbito da participação
pública, que visa informar e recolher as opiniões, sugestões e outros contributos dos
interessados sobre o projeto sujeito à AIA.
ASecretária do Ambiente e Biodiversidade através da AAAC, entidade responsável pela
gestão do processo de participação pública, tem como competências: (i) Promover e
assegurar o apoio técnico à participação pública; (ii) Responder às solicitações que sejam
apresentadas por escrito no âmbito da participação pública, elaborar o Relatório da
Audiência Pública; (iii) Publicitar os documentos relativos à AIA, e (iv) Organizar e manter
atualizada a Base de Dados referente à AIA, de âmbito nacional.
Assim sendo, as partes interessadas consultadas expressaram um ponto de vista bastantes
sentimentos mistos sobre o projecto. Os oradores criticaram a falta de comunicação entre a
equipe do projecto e a população local e expressaram um forte desejo de conhecer as
actividades do projecto no seu território.
Além desta falta de comunicação, uma grande parte da população expressou sua
preocupação sobre os potenciais impactes negativos das actividades do projecto sobre as
suas condições de vida em geral. No entanto, eles esperam que o projecto trague múltiplas
oportunidades em termos de criação de emprego, saúde, educação, etc.Os principais
impactes negativos do projecto identificados por pessoas consultadas giram em torno do
seguinte:
Subida de água salgada;
Destruição de palmares;
Perda de acessibilidade às zonas de colheita;
Destruição de locais sagrados;
Invasão de campos Agricolas ;
Frustrações que podem surgir a partir do recrutamento preferencial das populações locais.
À luz das preocupações, opiniões e sugestões recebidas durante a consulta, as
recomendações para as boas relações comunitárias são consistentes com uma correcta
divulgação de informações inerentes às suas actividades para evitar tensões, mas também, e
sobretudo assegurar a todos os interessados e beneficiar do seu apoio (aceitação social). Este
apoio poderá ser visto como um endosso dos actores o que poderá promover uma boa
integração do projecto num ambiente de acolhimento e facilitar suas operações de
mineração.
Na lógica de uma boa colaboração, o projecto irá levar em conta as expectativas das
pessoas, garantindo que essas expectativas sejam razoáveis e não em excesso do que poderá
ser feito. A criação de uma unidade de comunicação poderá ajudar a gerir expectativas e
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preocupações das populações e promover a interação entre elas e o projecto.
As actividades focalizadas sobre a comunicação deverão incluir sessões de informação a
nível da aldeia, apresentações públicas e dias abertos, onde comunidades serão convidadas
a visitar o local de operação, ver o andamento das actividades.
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Nesta mesma lança, este último engrandeceu as calorosas boas-vindas do Rei Lamine
Diatta e da sua comitiva, que, através do Sr. Moussa Sawané, membro negociador do
GMG internacional, facilitou esta reunião.
Evocando o grande respeito da empresa GMG para com esta população, razão pela qual a
empresa tomou a iniciativa de enviar uma delegação para um diálogo pacífico, a fim de
acalmar o calor e conseguir encontrar um terreno comum entre as duas partes.
A empresa GMG internacional está comprometida em respeitar os padrões ambientais e
sociais
É por isso que estão previstos investimentos em Varela para apoiar a população que ocupa
esta localidade, o projeto de reabilitação e abertura de estradas,
Algumas das quais serão realizadas imediatamente após acordo, será instalado um furo e
está prevista no futuro a renovação de alguns estabelecimentos.
Agradecendo a todos para concluir, o Sr. Seydi confirma a credibilidade da empresa
internacional GMG.
O discurso do Sr. François Diatta atraiu muita atenção quando começou por enfatizar a
desatenção do governo para com eles.
Ele acha impertinente considerar este projetona localidade que ocupam há décadas sem
sequer aviso prévio.Referiu ainda que mesmo que a referida empresa detenha uma
autorização de exploração desta mina, a população de Varela deverá ser informada dos
acordos que foram assinados entre a empresa e o governo guineense.
Termina agradecendo à delegação enviada pela empresa GMG internacional, aos agentes
de segurança e promete receber a delegação governamental para melhor os informar
sobre o projeto e os acordos que foram cumpridos.
O Rei Lamine Diatta, ao seu nível, faz-nos saber que a última palavra não lhe pertence e
que não ficou feliz quando ouviu a notícia.Tinha decidido nunca aceitar este projeto, mas
após esclarecimento e confirmação de que haverá reabilitação e reflorestação após a
exploração do local, entendeu que o projeto não terá impacto na população.
Ampliar a iniciativa da empresa de enviar esta delegação tocou a sua sensibilidade. Então
tudo o que ele pode fazer é reunir os anciãos da aldeia, os jovens líderes, para realizar
uma reunião para tomar a decisão certa para o futuro da sua terra.
Concluindo, o Rei Lamine Diatta solicita a deslocação de uma delegação governamental
interessada neste projeto e enquanto aguarda uma futura reunião para transmitir as mais
respeitosas saudações.
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consultadas através de outro Estudo de Impacto Ambiental e Social , organismos e
entidades oficiais, referidos no capítulo da bibliografia.
Foi nos parâmetros biofísicos que as lacunas foram mais evidentes, contudo foram
realizados e consultados trabalhos de campo por forma a proceder a uma melhor
caraterização da situação de referência.
Dada a falta de valores para caraterização da qualidade do ar no local de implantação do
projeto a avaliação realizada foi efetuada de forma qualitativa e com base na consulta de
dados em Instituição Estatal.
Relativamente ao Património Arqueológico, em toda a área da mina o coberto vegetal
limitou a prospeção, pelo fato de não permitir uma boa visualização da superfície do
terreno. Este aspeto apenas pode ser colmatado com a aplicação da medida minimizadora
preconizada, tendo igualmente sido minimizado com a observação de todos os cortes
existentes no terreno, resultantes de antigas explorações e de aberturas de caminhos e de
aceiros.
Por forma a colmatar esta falta de informação, procurou-se, por um lado, efetuar uma
comparação com projetos semelhantes na sub-região, propor planos de monitorização e
medidas de mitigação que visem identificar e corrigir, no terreno, situações anómalas.
O tratamento da informação obtida através dos trabalhos de campo realizados para este
EIAS com os quais se conseguiu complementar os elementos bibliográficos de carácter mais
abrangente e ,demais com a inexistência de bases de dados informatizados ou
organizados, no sentido da avaliação de impactos ambientais e sociais, o que é claramente
uma necessidade a procurar no futuro através dos diversosorganismos oficiais envolvidos
neste processo. de modo a condicionar as conclusões retiradas neste EIAS.
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14. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Higiene, Saúde e Segurança / Manual de Boas Praticas, Analise de risco e medidas preventivas em
explorações a céu aberto, Fernando S. Daniel e Maria Luísa Matos, Instituto Geológico e Mineiro,
Lisboa 2004
Silva, J.P.S. (2007) - Impactos ambientais causados por mineração. Revista Espaço
da Sophia.
Relatório geológico dos resultados dos trabalhos de pesquisas e prospecções dos materiais de
construção local na Republica da Guiné-Bissau, realizados em 1983 – 1986, Technoexport, Volume
1, Bissau, 1086.
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