Relatório Leitura Lévinas Filosofía Justiça Amor

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 2

Relatório de leitura sobre “Filosofia, Justiça e amor”, de Enmanuel

Lévinas.

O texto é uma entrevista à Lévinas onde ele fala sobre justiça e amor.

A primeira coisa que Levinas disse é que o rosto, e a inter-relação entre os rostos
(pessoas) é o início da compreensão de tudo. Antes mesmo do próprio
pensamento teórico. Pois, é nessa relação, quando o Eu, o Outro e um Outro
Terceiro se encontram, que surge a responsabilidade, e também a ética.

A responsabilidade que uma pessoa assume, segundo Lévinas, tem a ver com
amor, mas não com amor erótico, senão com caridade. No meu entendimento é
aquela noção de respeito e cuidado que toda pessoa tem quando vê outra
pessoa que é um ser vivo e pensante. E é nesse momento que nasce a justiça
e começa a filosofia, quando se torna necessário compreender as noções de
equidade, responsabilidade, caridade e amor.

Me chama a atenção que Lévinas disse que a relação entre o eu e o outro é


assimétrica. Porque ao mesmo tempo que um assume responsabilidades pelo
outro, um também fica indiferente ao que acontece ao outro.

A justiça é então a base para aceitar a instituição do Estado, que objetivamente


tem que ter leis para mediar a justiça, na qual também pode estar presente algum
tipo de violência, como aquela que é necessária diante de certos
comportamentos humanos como, por exemplo, atos criminosos.

Lévinas refere-se sempre durante o seu discurso, ao facto de a justiça existir


quando há terceiros. O que eu interpreto como uma questão de sociedade e não
propriamente uma questão entre duas pessoas. Naquilo que ele chama de cara-
a-cara, há mais reciprocidade e menos assimetria.

Nesse sentido fala também da caridade ou do amor, como aquilo que é


inseparável da justiça. A caridade ou o amor, neste caso, é como a compaixão,
a preocupação e a angústia que se sente pelo outro quando está sendo
maltratado ou quando está em situação de maus-tratos com os outros. Neste
ponto Lévinas traz à tona uma frase de Dostoiévski, quando diz que “todos os
homens são responsáveis uns pelos outros e eu mais do que qualquer outra
pessoa”, segundo Levinas isso é o essencial da consciência humana.
Acredito que a tese fundamental de Lévinas nesta entrevista é a concepção de
que a justiça brota do amor (caridade), de que não há justiça sem amor, nem
amor sem justiça. Tudo isso nasce da responsabilidade que cada rosto (pessoa)
tem para com o outro e com as outras pessoas.

Dalgis López Santos

13/09/2023

Você também pode gostar