Circuitos Eletricos

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CIRCUITOS ELÉTRICOS

LEI DOS NÓS & LEI DAS MALHAS


O que conhecemos como lei dos nós e lei das malhas são, na realidade, dois
procedimentos para resolver circuitos elétricos simples. Elas são baseadas
em princípios de conservação de energia e de carga, e suas aplicações são
facilitadas se feitas a partir das regras apresentadas abaixo.

Entende-se por malha, um circuito fechado, incluindo vários componentes


elétricos; fem e resistências, no caso mais simples, como ilustrado na Figura
7.1.

Entende-se por nó, o ponto de encontro de três ou


mais ramos de um circuito, tendo cada ramo um ou
mais componentes elétricos. Na Figura 7.1, o ponto A
é um nó, unindo a malha da esquerda à malha da
direita.

Chama-se “queda de potencial”, a diferença de


potencial entre dois pontos de um circuito; por
exemplo, entre A e B ou entre A e C, na Figura 7.1. Figura 7.1

LEI DAS MALHAS (LEI DE KIRCHHOFF)


Quando se percorre um circuito fechado, o somatório das quedas de
potencial deve ser nulo, pois os pontos inicial e o final são os mesmos.
Vejamos, nas regras seguintes, como cada queda de potencial é usada nesse
somatório.

A seta indica que o circuito está sendo


percorrido no sentido de ‘a’ para ‘b’, logo V= Vb – Va.
Se a corrente convencional, indicada pela seta ,
vai de ‘a’ para ‘b’, é porque os elétrons vão de ‘b’ para V = 0
‘a’. Logo, Vb<Va, e
V = - Ri

Quando se “atravessa” uma resistência no mesmo


sentido da corrente convencional, a queda de
potencial é negativa (Figura 7.2a).
Neste caso, V= Va – Vb = Ri > 0
Figura 7.2a
Quando se “atravessa” uma resistência no sentido
contrário ao da corrente convencional, a queda de
potencial é positiva (Figura 7.2b).
Figura7.2b

Quando se “atravessa” uma fem do pólo negativo


para opositivo, a queda de potencial é positiva (Figura
7.2c).
Figura 7.2c

Quando se “atravessa” uma fem do pólo positivo para


o negativo, a queda de potencial é negativa (Figura
7.2d).

Figura 7.2d

LEI DOS NÓS


A segunda regra básica refere-se ao somatório das correntes, e é conhecida
como lei dos nós: o somatório das correntes que entram num nó, é igual à
soma das correntes que saem.
Ientram = Isaem

CIRCUITO COM MAIS DE UMA MALHA


Quando um circuito possui ‘n’ malhas, as regras acima são aplicadas a (n-1)
delas, arbitrariamente escolhidas. Da mesma forma, a lei dos nós é aplicada
em (n-1) nós, arbitrariamente escolhidos.

Nas aplicações das regras acima, existem mais duas arbitrariedades


importantes:

← Arbitra-se o sentido em que cada malha será “percorrida”.

← Arbitra-se o sentido da corrente em cada trecho do circuito. Se ao final


determinada corrente tiver valor negativo, é porque o sentido correto
é o contrário daquele arbitrado.
O circuito apresentado neste aplicativo tem três malhas e dois nós. Os
valores das fem's podem ser variados, entre 1 e 10 V, e as resistências
variam entre 1 e 10 ohm. Isso é feito simplesmente clicando nas
extremidades de cada componente. Quando uma fem atinge 1 V, o próximo
clique no terminal negativo (azul) inverte seu sentido. Em cada ramo do
circuito há um amperímetro, e um voltímetro é conectado em paralelo com
cada resistor.

Use o aplicativo para treinar a solução de circuitos com mais de uma malha.
Coloque arbitrariamente alguns valores nas fem's e nos resistores e verifique
se a solução do circuito coincide com os valores medidos nos amperímetros e
nos voltímetros. Lembre que um circuito com 3 malhas e 2 nós implica num
sistema de 3 equações e 3 incógnitas. Como temos 3 correntes e 2
voltagens, pelo menos um desses deve ser conhecido.

CIRCUITO RC SÉRIE

A figura 7.3 mostra um circuito RC série, que recebe


esta denominação porque o resistor e o capacitor
estão em série com a fem.

Vamos usar o princípio da conservação da energia


para determinar a equação diferencial que descreve o
comportamento deste circuito. Inicialmente, quando a
chave S é conectada ao ponto ‘a’, o capacitor está
descarregado. A partir deste momento ele começa a Figura 7.3
ser carregado pela bateria.

Para cada carga dq fornecida pela bateria, esta realiza um trabalho


dW=dq
Este trabalho transforma-se em energia dissipada no resistor,
Ri2dt
e em energia acumulada no capacitor,

onde V é a diferença de potencial entre as placas do capacitor.

Pela conservação de energia,

Levando em conta que , obtém-se


(7.2)
A eq. (7.2) tem como solução

q(t) = C(1 – e-t/RC) (7.3)

O crescimento da carga no capacitor (figura 7.4)


tem uma componente exponencial, de modo que,
rigorosamente, ela só atingirá seu valor final, C,
num tempo infinito.

Figura 7.4
Para cada circuito RC há um tempo característico, =RC, denominado
constante de tempo capacitiva. Quando t=RC, a carga no capacitor atinge
63% do seu valor máximo.

A partir de (7.3) obtém-se

(7.4)

Decorrido um longo intervalo de tempo (p.ex., t=10RC)), a chave S é


desconectada de ‘a’ e conectada em ‘b’. A partir deste momento inicia-se o
processo de descarga do capacitor. Colocando-se =0 na eq. (7.2) obtém-se

(7.5)

Por integração direta chega-se à expressão que descreve a variação da carga


durante a descarga do capacitor,

q(t) = Ce-t/RC (7.6)

Figura 7.5 Figura 7.6


O aplicativo acima apresenta o comportamento de um circuito RC. Concentre
sua atenção no processo de carga e descarga do capacitor. Para iniciar o
processo clique sobre a chave preta que conecta os diferentes ramos do
circuito. As barras azuis mostram o valor da ddp em cada um dos
componentes: bateria, capacitor e resistor. O gráfico apresentado é o da ddp
entre as placas do capacitor. Quando o capacitor estiver mais de 99%
carregado (Quando isto acontece?) mude a posição da chave e passe a
descarregar o capacitor. O resistor tem resistência de 100 k e o capacitor
uma capacitância de 100 F. Analise os resultados obtidos e descreva o que
observou.

EXEMPLO 7.1
O circuito apresenta 2 nós e 3 malhas (ABEF, ACDF e BCDE). Portanto,
teremos 1 equação com a lei dos nós e duas equações com a lei de Kirchhoff.

Considerando o nó B, vê-se que a corrente I3 “entra”, enquanto I1 e I2


“saem” do nó. Assim,
I3=I1+I2 [7.1(a)]
Considerando as malhas ABEF e BCDE sendo percorridas nos sentidos
indicados, e as regras sobre as quedas de potencial, teremos as seguintes
equações
R1I1-1-R2I2=0 [7.1(b)]
-R2I2-2-R3I3=0 [7.1(c)]
Suponha que R1=1 , R2=2 , R3=1/3 , 1=6 V e 2=10 V, para mostrar que
I1= -2 A, I2= -4 A e I3= -6 A.

Como se vê, as intensidades das 3 correntes são negativas, significando


que os sentidos arbitrados devem ser invertidos.

Na figura, as direções das correntes, bem como as direções em que as


malhas são “percorridas”, foram arbitrariamente escolhidas

EXERCÍCIOS.
7.1 Três resistores iguais são ligados em série. Quando se aplica uma certa
ddp a esta combinação, a potência total consumida é de 10 W. Que potência
seria consumida se os três resistores fossem ligados em paralelo à mesma
ddp?
R:90 W.

7.2 (a) Determine a resistência entre os pontos ‘a’ e ‘b’ da rede mostrada na
figura 7.7. (b) Que ddp entre ‘a’ e ‘b’ resultará em uma corrente de 1 A no
resistor de 4 ?
R:(a)7 ; (b)14 V.

Figura 7.7

7.3 Determine as fem 1 e 2 no circuito mostrado na figura 7.8 e a ddp entre


‘a’ e ‘b’.
R:1=18 V; 2=7 V; Vab=13 V

Figura 7.8

7.4 (a) Calcule a ddp entre os pontos ‘a’ e ‘b’ da figura 7.9. (b) Se ‘a’ e ‘b’
forem ligados, calcule a corrente na bateria de 12 V.
R:(a)Vab=0,22 V; (b)0,466 A.
Figura 7.9

7.5 Considere, na figura 7.3, =100 V, R=10 M, C=2 F. O capacitor está
inicialmente descarregado. A chave é ligada na posição ‘a’ durante 20 s e
depois rapidamente é ligada na posição ‘b’. (a) Construa gráficos para i(t),
q(t), ddp no resistor e ddp no capacitor para um intervalo de tempo de 60 s
depois da chave ter sido ligada pela primeira vez. (b) Quanta energia é
dissipada no resistor?
R:(b)0,0997 J.

7.6 Quantas constantes de tempo devem decorrer antes que um capacitor


em um circuito RC esteja carregado com 99% de sua carga de equilíbrio?
R: t = 4,605 RC

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