Arquitetura, Psicologia e Neurociência: Discussões e (Inter) Relações
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All content following this page was uploaded by João Paulo Lucchetta Pompermaier on 23 March 2023.
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INTRODUÇÃO
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ARQUITETURA
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Conforme Ching (2013), a arquitetura é projetada e construída em resposta a um
conjunto de condições existentes. Essas condições podem ser de natureza social, política
e econômica ou simplesmente de natureza funcional. De maneira ampla, a arquitetura se
constitui como um processo de resolução de problemas, assim, “a fase inicial de qualquer
processo de projeto é o reconhecimento de uma condição problemática e a decisão de se
encontrar uma solução para ela” (CHING, 2013). De acordo com Roth (2017, p. 4), “os
humanos constroem para satisfazer suas necessidades. Porém, ao fazer isso, dão
expressão a sentimentos e valores [...] No entanto, diferentemente das outras artes,
arquitetura tem o poder de afetar e condicionar o comportamento humano”. Ching (2013)
complementa que
A arquitetura é uma linguagem que se materializa dia a dia, com ou sem a presença
do arquiteto. É a partir da materialização do projeto que se representará a humanidade
frente ao agora e frente ao futuro (CHING, 2013).
PSICOLOGIA
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“A psicologia ambiental interessa-se tanto pelos efeitos das condições ambientais
sobre os comportamentos e condutas do indivíduo, como pela maneira como o indivíduo
percebe ou age sobre o ambiente” (MOSER, 2018, p. 10). Refere-se a uma ciência “que
trata do “psicológico”, quer dizer, do indivíduo enquanto ser que pensa, que sente e que
age, de um lado, e do ambiente, de outro lado” (MOSER, 2005). Fatores físicos (ruído,
poluição, arranjo) e sociais (densidade, heterogeneidade de população) estão ligados à
sua percepção e ao comportamento humano. Nesse contexto, “a psicologia ambiental
estuda as interrelações do indivíduo com o ambiente em suas dimensões físicas e sociais”
(MOSER, 2018).
A psicologia ambiental, segundo Moser (2005), pode ser entendida como uma
psicologia do espaço já que analisa as percepções, atitudes e comportamentos do
indivíduo em sua relação com o contexto físico e social. Moser (2005, p. 282) ainda
destaca que a relação indivíduo-ambiente é analisada em quatro níveis de referência
espacial e social, sendo eles:
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Elali (2006) destaca a existência de aspectos físicos, funcionais e
comportamentais, sendo:
NEUROCIÊNCIA
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Nesse contexto surge o que se chama neuroarquitetura, um termo popular para se
referir a neurociência aplicada à arquitetura. Esse campo multidisciplinar entrelaça
ciência e experiência combinando neurociência, psicologia e arquitetura como uma linha
de pensamento projetual que estuda como o ambiente construído impacta o cérebro e o
comportamento humano (VILLAROUCO et al., 2021).
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(INTER)RELAÇÕES
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verdade, eles revelam o que já existe e quais os potenciais naturais das condições dadas
ou aquilo que a situação específica exige”. Corroborando, Unwin (2013, p. 3) descreve
que “como em qualquer disciplina criativa, a aventura da arquitetura pode se inspirar na
análise daquilo que os outros fizeram e, por meio dessa análise, tentar entender as
maneiras que eles encontraram para alcançar os desafios”. O arquiteto antevê alternativas
antes de tornar concreto, sendo um processo oscilante constante (PALLASMAA, 2013b).
Lynch (1960, p. 11) afirma que “todo cidadão possui numerosas relações com
algumas partes da sua cidade e sua imagem está impregnada de memórias e
significações”. Assim, a cidade compreende, além de construções físicas e concretas,
elementos de significado e provocam sensações físicas que afetam o psicológico do ser
humano e o colocam como centro das preocupações e referências de relação homem e
cidade.
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nos reconciliar com o mundo, e esta mediação se dá por meio dos sentidos
(PALLASMAA, 2011, p. 68).
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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<https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-de-conteudo/documento-area-aud-pdf>.
Acesso em: 22 fev. 2023.
NESBITT, K. (Org.). Uma nova agenda para a arquitetura. Antologia teórica (1965-
1995). Coleção Face Norte, vol. 10. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
Página 490
NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. Tradução: Benelisa Franco. 18. ed.
São Paulo: Gustavo Gili, 2013.
TIEPPO, C. Uma viagem pelo cérebro: a via rápida para entender a neurociência. São
Paulo: Conectomus, 2019.
ZEVI, B. Saber ver a arquitetura. Tradução: Maria Isabel Gaspar; Gaeten Martins de
Oliveira. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
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