PPP Biologia

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 14

BIOLOGIA

1. 1. PESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

1. 1. 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS – CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Em dois séculos a Biologia se transfigurou substancialmente. Ofertou à


medicina humana, veterinária, agricultura, zootecnia e, obviamente, a tantos outros
campos do conhecimento, bem como à atividade humana histórica e social rumos
tão inovadores que acabou assumindo um papel de extraordinário relevo no mundo
moderno.

Nós, docentes desta área, que há muito nem sabíamos da existência das
organelas e muito menos suspeitávamos que fosse possível utilizar da “ferramenta”
entomologia forense, fundamentada na biotecnologia e na biologia molecular, temos
de reconhecer que assistimos a uma transformação quase “cinematográfica” no
cenário das ciências biológicas.

Os Programas Curriculares, que de algum modo se norteiam pelos Parâmetros


Curriculares Nacionais (PCNs), certamente também passaram por modificações.
Disso resultou-nos questionar: como comportar, num guia curricular para a escola de
ensino médio, que circunscreve uma etapa da educação básica, tanta inovação sem
detrimento daquele mínimo que não se pode ocultar da própria história da ciência
como fator de estímulo e de curiosidade? Esses elementos nos permitem instigar
nos estudantes a infinita capacidade criadora da mente humana.

O trabalho docente na escola de hoje é visivelmente mais intenso, blindado de


desafios e bem mais complexo. Portanto, exige de nós uma formação sólida,
integrada, em movimento e mais sensível ao discernimento das estratégias
metodológicas e dos verdadeiros objetivos educacionais. Estes nos movem no
sentido de levar ao educando não um amontoado de informações desconectadas
advindas das distintas ferramentas midiáticas, mas sim um acervo selecionado de
conhecimentos aliado aos princípios de uma educação geral, crítica, analítica e
ressignificada que pressupõe circunscrever uma ideologia centrada na diferença.

Partindo do princípio de que “a distribuição dos recursos públicos assegurará


prioridade ao atendimento das necessidades do ensino [básico] obrigatório no que
se refere à universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos
do Plano Nacional de Educação (Constituição Federal Brasileira, Art. 212,§3º), torna-
se imprescindível que os docentes promovam uma reflexão coletiva acerca de suas
práticas educativas equacionando as disparidades encontradas nos diferentes
segmentos da escola com o objetivo de formalizar, democraticamente, seu PPP.

1. 1.2. JUSTIFICATIVA PARA O DEBATE

Ainda que seja do conhecimento do professor que há um crivo nas instâncias


governamentais para a escolha do aparelho (ferramenta) educacional, julgamos
pertinente uma análise por sujeitos da área que, no dia a dia, enfrentam desafios e
novas realidades que nem sempre estão em consonância com os anseios da
comunidade na qual a escola está inserida.

Tal proposição nos faz indagar até onde a escola tem, de fato, autonomia para
consolidar, democraticamente, seus ideários em direção ao abandono de um
reducionismo que vem ganhando visibilidade nos rumos da Educação Básica
Brasileira, especificamente para o ensino de Biologia. Essa autonomia afina, de
certo modo, equivalência com o pensamento da área a qual acredita poder contribuir
para que os alunos sejam capazes de aplicar e, se preciso for, ressignificar o que
aprenderam, ao tomarem decisões individuais e/ou coletivas, no contexto de um
quadro ético de responsabilidade e respeito, levando em conta o papel de homem
na biosfera. Ao propormos uma educação/alfabetização biológica, estamos
assumindo uma postura de coautores da construção de um sujeito que entenda este
campo do conhecimento como parte do desenvolvimento da humanidade.

Ao encerrarmos esse primeiro momento, caracterizado pelo profundo debate


entre pares, estaríamos aptos para adequar/inovar o cenário da nossa escola.
Consolidaremos, coletivamente, os ideários educativos modernos de uma escola
que traz um diferencial no seu modo de produção do conhecimento e, sobretudo, da
formação do sujeito. Cabe a nós, educadores da área das Ciências Biológicas,
refletir sobre as ferramentas denominadas apoio didático, recebidas ao longo dos
anos dos governantes no sentido de atentarmos para evitar uma generalização
exacerbada e superficializada dos campos do saber correlatos, tendo em vista os
avanços das pesquisas aliados à celeridade com que a divulgação científica
(selecionada) nos atinge. Sabe-se que os tópicos de biologia são incluídos em um
conjunto denominado Áreas das Ciências da Natureza, Matemática e Suas
Tecnologias, os quais propõem desenvolver competências e habilidades, como: a)
Representação e comunicação, b) Investigação e compreensão e c)
Contextualização sociocultural. Vale salientar que como competências consideram-
se, de forma geral, ações e operações da inteligência, que usamos para estabelecer
relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas. Já as habilidades
aprimoram-se e articulam-se por meio das ações desenvolvidas, possibilitando um
redimensionamento das competências.

Concluindo, cabe transcrever um excerto de Myriam Krasilchik (2004:25), onde


a renomada educadora e pesquisadora da USP, dedicada aos estudos sobre
divulgação científica e aprimoramento do ensino de Biologia e formação de
professores, pondera sobre os objetivos educacionais dizendo:

“A tarefa de preparação de objetivos educacionais amplos dos cursos


[formação do Biólogo], obrigatórios durante a fase de planejamento [inclusão no
PPP] em certas escolas, foi reduzida a um formalismo [...], demonstrando que o
próprio sistema desenvolveu um processo homeostático de ajustamento diante de
uma exigência exagerada e sem significado. [...]. No entanto, se é justa a crítica ao
entusiasmo pelos objetivos*, da forma como são defendidos por grupos
profundamente influenciados por uma escola psicológica comportamentalista, é
também necessário que os professores reflitam sobre o que realmente pretendem
de seus cursos [Proposta de uma Educação em Biologia para o Ensino Médio] e que
compartilhem o resultado dessas reflexões aos demais agentes educativos da
escola”.
A partir disso, pode-se dizer que Currículo é o caminho (movimento) a seguir
elaborado por uma instituição que assume a responsabilidade de colocar em prática
uma proposta educacional e avaliar seus resultados. Este compreende inicialmente
um sucinto e preliminar plano arquitetado coletivamente, firmando uma declaração
de intenções que podemos chamar de currículo teórico.

2. OBJETIVOS GLOBALIZADORES

 Reconhecer e valorizar a importância da ciência e das tecnologias (TICS)


na construção do mundo contemporâneo.
 Familiarizar-se com as terminologias das diversas áreas das ciências
naturais correlatas.
 Historicizar as ciências relacionando fatos científicos importantes com a
evolução humana e social.
 Apresentar suposições e hipóteses acerca dos fenômenos biológicos
contextualizando-os com os métodos científicos.
 Reconhecer a biologia fundamentada na evolução orgânica enquanto
linha unificadora desta ciência.
 Abordar uma biologia garantindo a conexão entre biosfera e átomo, com
ênfase na química da vida e nos processos de transformação.
 Garantir um aprendizado da “linguagem” da biologia em seus processos
de produção e divulgação dos conhecimentos.
 Conhecer e valorizar os fundamentos da genética na perspectiva da
evolução.
 Conceber o aprendiz de biologia como um sujeito completo e aberto à
dialogicidade e debates contemporâneos emergentes.
3. PROGRAMA DA DISCIPLINA PARA 1ª, 2ª e 3ª SÉRIES ENSINO MÉDIO

1ª SÉRIE
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS
(o aluno deverá ser capaz de...)
1º Bimestre
A Origem da Vida A descoberta da célula – microscopia Caracterizar ciência e tecnologia no
Diversidade das células – aspectos gerais contexto do método científico e das
As Diferentes Concepções acerca Procarióticos e eucarióticos na perspectiva da tecnologias.
do Conceito de Vida evolução. Reconhecer a importância da
Especificadades do núcleo: cromatina, observação, da formulação de hipóteses
Níveis de Organização da Biologia eucromatina, heterocromatina e da experimentação.
Ciclo celular – etapas e características
A Base Molecular da Vida Divisão celular – mitose Compreender a biologia a partir dos
Divisão celular – meiose níveis de organização
Ciência e Tecnologia Substâncias inorgânicas e orgâncias e a
química da vida: água, sais minerais, proteínas, Relacionar os conhecimentos adquiridos
vitaminas, enzimas, glicídios, lipídios e ácidos com os instrumentos de investigação
nucleicos científica.
O método científico
2º Bimestre
Citologia: Organização e Fronteiras da célula – membrna plasmática na Diferenciar membrana plasmática entre
Processos Celulares perspectiva da evolução os organismos.
Transporte de membranas; processsos de trocas Adquirir domínio do conhecimento sobre
Processos Bioquímicos Citoplasma – organelas, estruturas intracelulares, a base molecular e os processos
citoesqueleto bioquímicos que mantém o organismo
Citoplamsma – síntese, armazenamento e vivo.
transporte de substâncias
Metabolismo energéticoI – respiração celular e
Fermentação
Metabolismo energético II – fotossíntese e
quimiossíntese

3º Bimestre
Biologia e os Aspectos Éticos Vantagens e desafios da pluricelularidade Conhecer a construção dos organismos
Aspectos gerais dos tecidos corporais humanos e a capacidade destes para defesa e
Histologia Multicelularidade na perspectiva da evolução garantia de sobrevivência.
Tecidos epiteliais – classificação e características Discutir, criticamente, sobre os aspectos
Imunidade Tecidos conjuntivos – classificação geral e éticos que envolvem a manutenção da
características. vida.
Tecidos conjuntivos especiais – Tecido mieloide,
Tecido linfoide
Céluas tronco, tranplante de medula óssea,
leucemia
Sangue/defesa imunológica, coagulação/banco
de sangue
4º Bimestre

Energia e Movimento Tecido muscular: características, classificação Conhecer as técnicas de histologia e de


Mecanismo molecular de contração preparações de materiais biológicos
Conexão Corpo e Ambiente Tecido nervoso e doenças humanas enquanto objetos de estudo.
Relação fisiológica entre os tecidos do Conhecer as unidades de medidas para
Reprodução e Desenvolvimento organismo humano entender o universo microscópico da
Tipos de reprodução e ciclo de vida dos biologia.
organismos Compreender a importância das fontes
Desenvolvimento embrionário dos animais de energia para sustentar a dinâmica da
Desenvolvimento embrionário humano vida.
Entender os aspectos da reprodução e
da biologia do desenvolvimento animal.
Dialogar com seus pares sobre a
orientação sexual e a identidade de
gênero.

2ª SÉRIE
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
(O aluno deverá ser capaz de...)
1º Bimestre
A Diversidade Biológica Entendendo e construindo modelos cladísticos: Conhecer as “ferramentas” históricas e
perspectiva da evolução orgânica modernas para classificação dos seres
Taxonomia, Sistemática e Conceitos de apomorfia e pleiomorfia vivos, bem como as regras de
Classificação História da classificação dos seres vivos nomenclatura.
Classificação e parentesco evolutivo Reconhecer o “lugar” de cada grupo
Universo Microbiológico Regras de nomenclatura binomial. taxonômico e suas interações
Vírus, bactérias, protistas, fungos e algas: suas Entender as similaridades e diferenças
relações com as plantas e animais entre os microrganismos.
Microbiologia e doenças humanas Investigar sobre os perigos dos
Doenças ressurgentes, emergentes e inusitadas microrganismos patogênicos.
Microbiologia e tecnologias Conhecer os avanços das tecnologias
para a melhoria da qualidade de vida.
Reconhecer os mecanismos de
transmissão de doenças, os agentes
etiológicos e as profilaxias.
2º Bimestre
Reino Plantae ou Metaphyta Origem evolutiva Reconhecer a importância deste grupo
Da paisagem do carbonífero à sociedade de organismo para a sobrevivência das
industrial outras formas de vida.
Diversidade e classificação Dominar o conhecimento sobre a
A estrutura das plantas: anatomia, tecidos e anatomia e fisiologia deste grupo.
diversidade reprodutiva Entender as implicações diretas deste
Fisiologia e clima: um delicado equilíbrio grupo sobre as relações ecológicas,
Fitormônios, melhoramento e tecnologias ambientais e socioeconômicas.
Agroecologia, agronegócio e sociedade Conhecer e valorizar os vegetais na
“mesa”, no campo e na saúde.
3º Bimestre
Conceituar classificação biológica dos
animais, reconhecendo sua importância
na organização e compreensão da
Percepção do ambiente e controle do organismo diversidade animal.
Diversidade Animal animal. Comparar criteriosamente os aspectos
Biodiversidade brasileira e ações antrópicas semelhantes e não semelhantes dos
Classificação: Reino Animalia ou Anatomia e fisiologia comparada dos diferentes grupos taxonômicos de
Metazoa invertebrados invertebrados.
Interações entre espécies: homem e planta Descrever, esquematizar ou elaborar
Características Gerais e Invertebrados: controle biológico, doenças em mapas conceituais sobre as
Embriológicas numa Abordagem humanos e em plantas características embriológicas e
Evolutiva Uso indiscriminado dos inseticidas reprodutivas dos invertebrados.
Comportamento e importância dos insetos: Comparar características anatômicas e
Invertebrados vetores, alimentação humana e polinização fisiológicas dos invertebrados.
Indicadores ambientais Discutir a relação entre doenças
humanas e saúde pública.
Discutir questões ambientais e a
importância do controle biológico.

4º Bimestre
Filo Chordata: SubfiloVertebrata Estrutura corporal: anatomia, histologia, fisiologia Compreender a relação filogenética dos
e diversidade reprodutiva diferentes cordados a partir do grupo
Sistema integrado: controle nervoso, endócrino e ancestral.
Protocordados percepção sensorial Conhecer a anatomia e fisiologia
O tegumento e a proteção contra a desidratação comparativa do Filo Chordata.
Urochordados Biopirataria e aspectos éticos no uso de animais Elaborar mapas conceituais integrando
Tecnologia: aplicativos para a conservação da os sistemas de controle nervoso e
Cephalocordados biodiversidade animal endócrino à percepção sensorial.
Mapas de conceitos: Classe Mamallia Debater com seus pares os aspectos
Cordados Diafragma, dentição, membros e hábitos éticos implicados na utilização ou não
dos animais no ensino e na pesquisa.
Pesquisar tecnologias substitutivas ao
uso de animais no ensino.
Desenvolver esquemas ou ilustrações
que representam formas adaptativas de
grupos de animais.
Destacar órgãos e descrever sobre os
aspectos morfológicos dos mamíferos.
Conhecer na natureza e na literatura os
hábitos alimentares e reprodutivos de
grupos específicos de mamíferos.
3ª SÉRIE
CONTEÚDOS BÁSICOS CONTEÚDOS ESPECÍFICOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS
(O aluno deverá ser capaz de...)
CARACTERÍSTICAS GERAIS E EMBRIOLÓGICAS NUMA ABORDAGEM VOLUTIVA
1º Bimestre
Biologia Humana Anatomia: nomenclatura, planos de dissecção e Rever conceitos de simetria bilateral,
posição anatômica metameria para compreender planos de
Fisiologia dissecção e posição anatômica.
Integração dos sistemas Pesquisar sobre segurança alimentar e
Nutrição humana reconhecer a importância da nutrição
Saúde, doenças, transplantes e as tecnologias. humana nos parâmetros da OMS.
Drogas e poluentes no organismo humano Associar corretamente os alimentos com
os nutrientes presentes neles.
Conhecer e justificar os fundamentos de
uma dieta balanceada.
Debater, eticamente com profissionais da
saúde, sobre transplantes e doações de
órgãos.
Entender das tecnologias aplicadas à
saúde.
Conhecer os efeitos das drogas e dos
poluentes no organismo humano.

2º Bimestre
Genética: Abordagem Histórica E Fundamentos e História sobre a genética Discutir texto de divulgação científica
Conceitual Bases da hereditariedade que aborda Grego Mendel.
Genética como uma ciência em evolução: Compreender que a herança biológica
do mapeamento cromossômico à genômica e se fundamenta na transmissão de
proteômica informações representadas pelos genes.
Biotecnologias e Princípios básicos de Aplicar tal compreensão para explicar a
manipulação genética e clonagem molecular variedade de seres vivos, bem como a
possibilidade de ocorrerem diferentes
combinações de características ao longo
das gerações.
Compreender como os conhecimentos
genéticos podem ser aplicados à
produção de biotecnologia e ao
diagnóstico e prevenção de doenças de
ordem hereditária.
Explicar o que são organismos
transgênicos e compreender as
polêmicas que envolvem benefícios e
prejuízos para a sociedade.
3º Bimestre
Genética Humana A genética do cotidiano Explicar por meio de modelos e
Fenótipo, genótipo, como atuam os genes, alelos esquemas a transmissão de genes
Doenças Genéticas Biologia e comportamento racial: uma relação localizados em um mesmo cromossomo,
mal- entendida genes ligados, na ausência e na
Sociedade e Suas Tecnologias Doenças congênitas e distúrbios hereditários presença de permutação cromossômica.
Aplicações do conhecimento genético Caracterizar heranças quantitativas e
Genética e biotecnologia na atualidade conhecer exemplos desse tipo de
herança na espécie humana, como cor
da pele, cor dos olhos etc.
Compreender os princípios de
construção de mapas gênicos com base
nas frequências de recombinações
genicas.

4º Bimestre
Ecologia Ecossistemas: um complexo equilíbrio Usar o que aprendeu ao tomar decisões
Caminhos da energia e da matéria de interesse individual e coletivo, com
Evolução Orgânica Ciclos biogeoquímicos ética, responsabilidade e respeito,
Relações ecológicas levando em conta o papel do homem na
Consumo colaborativo: uma revolução silenciosa civilidade em harmonia coma a biosfera.
e positiva para a sociedade Compreender o princípio e a importância
Biotecnologia: tensão entre o agronegócio, a da adubação verde, da agroecologia e da
agroecologia e a sociedade sustentabilidade.
Biosfera e ações humanas: o ar e a sociedade Conhecer os principais problemas
Evolução: ideias, evidencias e controvérsias decorrentes da exploração dos recursos
Microevolução naturais e do desenvolvimento
A evolução à luz da genômica tecnológico, propondo redução.
Variabilidade, seleção natural e adaptação Reconhecer o alto grau de
interdependência que há entre os
diversos elementos da biosfera.
Compreender as evidências da
evolução, bem como os fundamentos da
teoria evolucionista moderna.
Refletir e debater as questões polêmicas
acerca da origem da vida e da espécie
humana, primando pelo respeito às
crenças e religiosidades.
Explicar e exemplificar a adaptação dos
seres vivos pela ação da seleção natural.
Conhecer o conceito de espécie
biológica, bem como o processo de
formação de novas espécies.
4. METODOLOGIA

A disciplina Biologia, nas três séries, é trabalhada adotando, na maioria das


vezes, planejamentos e metodologias de ensino diversificadas, levando-se em conta
o uso de diferentes estratégias de aprendizagem pelo aprendiz, por considerar este
um sujeito singular e, portanto, “gerenciador cognitivo” único para a apreensão do
conteúdo abordado (ZUANON; DINIZ, 2004; KRASILCHIK, 2008; ZUANON; DINIZ;
NACIMENTO, 2010). A natureza desta área do conhecimento – “Biologia em todos
os tempos e lugares na biosfera” – exige metodologias de ensino que liga a Biologia
ao tripé, ciência, tecnologia e sociedade, não abrindo mão, por isso, de um ensino
pautado na Biologia das relações, bem como fundamentado na evolução orgânica.
Acredita-se que o aprendizado significativo requer a participação ativa do aprendiz;
e, de fato muitas vezes, este sujeito motiva-se e interage com o coletivo quando é
proporcionado a ele, por meio de metodologias, atividades que o levarão a perceber
a ligação entre fatos próximos de suas realidades vivenciadas e assuntos
trabalhados dentro e/ou fora de espaços educativos (MARANDINO; SELLES;
FERREIRA, 2009). Nesse sentido, as práticas de ensino, de algum modo,
conquistam o aprendiz para a troca de saberes envolvendo-o na construção de sua
autonomia capacitando-o a “ligar” a escola ao mundo para resoluções de problemas
(FREIRE, 2001).
Com base neste sucinto referencial, pode-se dizer que para o ensino de
Biologia a proposta pedagógica conta com recursos didáticos, como: dispositivos
tecnológicos (sites, vídeos, filmes, data show, celular, aplicativos), modelos gráficos,
tabelas, quadros comparativos, mapas conceituais, oficinas de desenho, elaboração
de relatórios, laboratórios de biologia (aulas práticas de zoologia e botânica), casa
de vegetação (orquidário), projeto/aula de campo, material biológico de acervo,
diário de bordo para registros de aulas práticas (laboratório e campo), textos de
divulgação científica e artigos científicos para estudo em grupo, aulas expositivas
(quadro-negro, quadro branco e giz), roda de debates, lista de exercícios, jogos
interativos, materiais didáticos produzidos pelos próprios alunos, livros didáticos,
jornais, produção textual a partir de imagens, ilustrações, visitas técnicas setoriais,
entre outros. Assim, o planejamento e a metodologia das aulas se ocupam da
pluralidade de estratagemas, visando atingir as distintas potencialidades dos sujeitos
aprendizes, entendendo, assim, que o processo de ensino e aprendizagem é
caracterizado, também, pela relação professor-conteúdo (especifico e pedagógico);
professor-aluno, aluno-aluno e, aluno-conteúdo.

5. AVALIAÇÃO

O aluno deverá complementar suas aulas de diferentes formas, porém são


orientados a realizarem consultas em outras fontes, seletas e atualizadas. Caberá
ao aluno, durante as aulas, ao longo do ano letivo, construir seu “caderno de
Biologia”, utilizando-se das diversas estratégias de aprendizagem, segundo
referenciais propostos por César Coll (1996), uma vez que as avaliações
convencionais e/ou trabalhos para fins avaliativos (quanti e qualitativos) são
pertinentes às abordagens dialogadas e problematizadas durante as aulas
interativas (FREIRE, 2011; SILVA; FRANCO; ZANCUL, 2012). O professor terá
autonomia para solicitar nas avaliações assuntos que foram tratados em sala de
aula, mas que não constam no livro texto e ou no material disponibilizado
eletronicamente, mas recomendados previamente sua leitura; assuntos que foram
sugeridos para consultas, pesquisas, estudos em grupo, aulas de campo, entre
outras. Nestes casos, o professor se coloca como um facilitador que justificará e
orientará a escolha e a proposta pedagógica dessas atividades, respectivamente,
pautadas nos princípios e fundamentos psicopedagógicos para o ensino de biologia,
bem como em referenciais teóricos que nos recomenda garantir aos estudantes um
aprendizado a partir de metodologias de ensino sustentadas no exercício da ação e
reflexão sobre o “efeito” delas mesmas –metacognição.
Portanto, nessa dimensão, para adoção de avaliações, acredita-se que
descrições exaustivas de estruturas, explicações aprofundadas de determinados
processos e fenômenos biológicos, caracterizações e memorizações sem qualquer
elemento de relação e comparação entre os organismos a serem estudados não
devem ser vistos como um fim em si mesmo, mas devem, sobretudo, serem
empregados de modo “parcimonioso”, vistos como ferramentas e subsídios para
resoluções individuais e coletivas de problemas cotidianos no mundo que cerca o
aprendiz (KRASILCHIK, 2008; LEWENSTEIN, 2014). Acresce a isto a importância e
a necessidade de adoção de conteúdos procedimentais e atitudinais, durante a
abordagem da Biologia (CÉSAR COLL, 1996; SELLES; FERREIRA; BARZAN;
SILVA, 2009). Dito de outro modo, e concluindo, temos que pensar e planejar
avaliações de forma que o aprendiz seja capaz de “ajeitar-se” no mundo, pelo
mundo e para o mundo com um conhecimento (re)construído e aplicado pela
linguagem da biologia.

6. REFERÊNCIAS CONSULTADAS

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia das células. 2. ed. São Paulo: Moderna,
2004. v. 1,464p.

________. Biologia dos organismos. 2. ed. São Paulo: Moderna, 20042004. v. 2,


617p.

________. Biologia das populações. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. v. 3, 438p.

________.Guia de apoio didático. São Paulo: Moderna, 2001. 256p.

CATANI, A. et al. Coleção ser protagonista: biologia 1º ano. 3. ed. São Paulo:
Edições SM, 2016. 383p. (Obra coletiva).

________. Coleção ser protagonista: biologia 2º ano. 3. ed. São Paulo: Edições
SM, 2016. 384p. (Obra coletiva).
BANDOUK, A. C. Coleção ser protagonista: biologia 3º ano. 3. ed. São Paulo:
Edições SM, 2016. 383p. (Obra coletiva).

COLL, C. Um marco de referência psicológico para a educação escolar:a concepção


construtivista da aprendizagem e do ensino. In: COLL, C.; PALACIOS, J.;
MARCHESI, A. (Org.). Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia da
educação. Tradução de Angélica Mello Alves. Porto Alegre: ArtMed, 1996. v. 2, p.
389-406.
FAVARETTO, J. A. Biologia unidade e diversidade. 1. ed. São Paulo: FTD, 2016.
384p. (Manual do professor - 1º ano).

FAVARETTO, J. A. Biologia unidade e diversidade. 1. ed. São Paulo: FTD, 2016.


384p. (Manual do professor - 2º ano).

FAVARETTO, J. A. Biologia unidade e diversidade. 1. ed. São Paulo: FTD, 2016.


384p. (Manual do professor - 3º ano).

FAT, R. M. Da história natural às ciências biológicas, 2008.


Disponível em: <http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/biologia/0020.html>.
Acesso em: 9 set. 2017.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 17.


ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.

FREIRE, P.; GUIMARÃES, S. Educar com a mídia: novos diálogos sobre a


educação. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

KRASILCHIK, Myriam. Prática de ensino de biologia. 4. ed. São Paulo:


Universidade de São Paulo. 2008.

LEWENSTEIN, B. A divulgação científica deve buscar a solução dos problemas


sociais. Revista Darcy, v. 11, p. 24-25, jun./jul., 2014.
MARANDINO, M.; SELLES, S. E.; FERREIRA, M. S. Ensino de biologia: histórias e
práticas em diferentes espaços educativos. São Paulo: Cortez, 2009.

SELLES, S. E.; FERREIRA, M. S.; BARZANO, M. A. L.; SILVA, E. P. Q. Ensino de


biologia: histórias, saberes e práticas formativas.Uberlândia: Edufu, 2009.

SILVA, T. A. L.; FRANCO, L. S.; ZANCUL, M. S. Uso de textos de divulgação


científica no ensino médio: atividades realizadas por licenciandos em Ciências
Biológicas. Revista SBEnBio, v. 5, p.1-8, 2012.

ZUANON, A. C. A.; DINIZ, R. E. S. O ensino de biologia e a participação dos alunos


em "atividades de docência": uma proposta metodológica. In: NARDI, R.; BASTOS,
F.; DINIZ, R. E. S. (Org.). Pesquisa em ensino de ciências: contribuições para a
formação de professores. São Paulo: Escrituras, 2004, v. 5, p. 111-131.

ZUANON, A. C. A.; DINIZ, R. H. S; NASCIMENTO, L. H. Construção de jogos


didáticos para o ensino de Biologia: um recurso para integração dos alunos à prática
docente. R. B. E. C.T., v. 3, n. 3, p. 49-58, set./dez. 2010.

Você também pode gostar